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O populismo foi uma política de massas que buscava o apoio dos trabalhadores,
possibilitando-lhes alguns ganhos, mas manipulando as suas aspirações. Garantia benefícios
econômicos e sociais à medida que os interesses das classes dominantes eram atendidos. Essa
política caracterizou o período de 1946 a 1964 no Brasil.
O governo Dutra (1946-1950)
A Assembléia Nacional Constituinte promulga nova Constituição em 1946. Foi instituída a
República presidencialista; Voto direto e universal. Três poderes: Legislativo, Executivo e
Judiciário. Mandato presidencial: 5 anos; senadores: 3 por Estado (mandato de 8 anos);
deputados: proporcionais ao número de eleitores (mandato de 4 anos). Manteve-se um Executivo
forte e o corporativismo sindical.
No governo Dutra ocorreu o crescimento da dívida externa, devido à entrada do capital
estrangeiro no País, principalmente o norte-americano, e de empresas estrangeiras, que
passaram a concorrer com a produção nacional. A partir de 1947, as importações passaram a ser
controladas, permitindo-se apenas a entrada de produtos essenciais. Com o chamado Plano
Salte. o governo passou a aplicar recursos em saúde, alimentação, transporte e energia.
Na política externa ocorreu a aproximação com os Estados Unidos, alinhando-se o Brasil com
o bloco capitalista, e rompimento de relações diplomáticas com a União Soviética. Como reflexo
da guerra fria (conflito entre Estados Unidos, bloco capitalista, e União Soviética, bloco socialista),
o PCB foi fechado e cassado o mandato de seus parlamentares (1947).
Texto 2 – Os governos populistas
Getúlio: outra vez no poder (1950-1954)
Apesar de sua deposição, Getúlio Vargas continuou tendo um grande prestígio. O apoio a
Vargas era dado por setores nacionalistas das Forças Armadas, facções oligárquicas estaduais
representadas no PSD, nova camada de tecnocratas do governo e massas urbanas. Em 1950,
Getúlio Vargas foi eleito para a presidência da República, derrotando os candidatos da UDN
(Eduardo Gomes) e do PSD (Cristiano Machado). Em 1953: criação da Petrobrás (monopólio da
extração e da refinação do petróleo no Brasil). Essa medida gerou uma forte oposição ao seu
governo, tanto por parte dos Estados Unidos quanto da UDN, cujo porta-voz era o jornalista
Carlos Lacerda.
Em 5 de agosto de 1954, ocorre no Rio de Janeiro um atentado contra Lacerda, no qual foi
morto um dos seus acompanhantes, o major Rubens FLorentino Vaz, sendo acusado do crime
Gregório Fortunato, elemento da guarda pessoal de Vargas. Após o crime da Rua Toneleiros, a
situação tornou-se insustentável para Vargas. Em 24 de agosto de 1954, o presidente suicidou-
se.
Com a morte de Getúlio. assumiu o poder o vice-presidente, João Café Filho. Durante seu
mandato, realizaram-se as eleições para o novo período presidencial, saindo vitorioso o candidato
do PSD, Juscelino Kubitschek de Oliveira. Em novembro, Café Filho afastou-se do governo por
motivos de saúde, assumindo, então, o presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz. Devido
à derrota nas eleições presidenciais, alguns políticos udenistas passaram a advogar um golpe de
Estado que impedisse a posse do candidato eleito. O ministro da Guerra, Henrique Teixeira Lott,
defendeu a ordem constitucional e depôs Carlos Luz do cargo de presidente do Senado. Em seu
lugar assumiu Nereu Ramos, que permaneceu no poder até a posse de Juscelino. em 31 de
janeiro de 1956.
Texto 3 – Os governos populistas
A política desenvolvimentista nos anos JK (1956-1961) - Para governar Juscelino
Kubitscheck lançou um Plano de Metas, baseado em investimentos em energia, transporte,
alimentação, indústria de base e educação, entrada de capital estrangeiro, importação de
tecnologia, empréstimos no exterior.
Grupos econômicos norte-americanos, europeus e japoneses instalaram indústrias no Brasil.
As multinacionais aproveitavam a mão-de-obra abundante e a matéria-prima disponível enviando
os lucros para o país de origem. Foram construídas a rodovia Belém-Brasília e as hidrelétricas de
Furnas e de Três Marias, e criou-se a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
(Sudene). Para financiar estes projetos houve grande emissão monetária, o que levou a altas
taxas inflacionárias.
Em seu governo, JK adotou um programa desenvolvimentista ("50 anos em 5"), inflacionário e
rompeu com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Com isso a produção industrial cresceu
cerca de 80%, destacando-se a indústria automobilística na região do ABC, no Estado de São
Paulo.
A industrialização ocasionou a migração em massa de nordestinos para o Sudeste e Centro-
Oeste. Com isso ocorre o aumento da pobreza e da exclusão social, com novos desequilíbrios
sociais se configurando.
A transferência da capital federal para Brasília (idealizada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer)
foi a principal meta do governo JK, sua inauguração oficial foi em 21 de abril de 1960.