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Curso/Disciplina: Direito Penal - Parte Geral - Módulo de Aplicação da Lei Penal

Aula: Abolitio Criminis. Normas Temporárias. Aplicação das Normas Processuais. - 03


Professor (a): Cláudia Barros
Monitor (a): Wilson Macena da Silva

Aula 03

Continuação sobre Leis Temporárias e Excepcionais

1. Exceção à regra da ultra – atividade da lei temporária / lei excepcional

Imagine determinadas leis que impõem toque de recolher no período compreendido entre janeiro e
junho de 2020, em decorrência de guerra no país.
O Estado editou a Lei A, temporária, que impunha recolhimento às 19 horas. Durante a guerra, então,
quem se recolhesse a sua casa após às 19 horas estaria praticando crime.
Ainda durante a guerra, contudo, foi editada a Lei B, também temporária, que impõe recolhimento
até 21 horas.
José, enquanto estava vigente a Lei A, desobedeceu ao toque de recolher, saiu de casa às 20 horas,
tendo praticado crime.
A Lei A nesse caso, especificamente, não será utilizada, tendo ocorrido abolitio criminis, pois no
mesmo período da guerra (não cessadas as circunstâncias especiais, portanto) veio uma nova lei para
dispor do crime de maneira diferente. A Lei B será, então, retroativa.
Assim, a ultra – atividade da lei temporária é regra quando no período excepcional outra lei não
sobrevém. Entretanto, como demonstrado, tal regra admite exceção.

ABOLITO CRIMINIS

1. Definição

Uma lei deixa de considerar crime o que outra lei considerava. É uma causa de extinção da
punibilidade. Ela só pode ser instituída por lei; o Estado muda sua concepção a respeito de certo fato, não
quer mais criminaliza-lo. Somente ocorre abolitio criminis quando se tem uma norma penal revogada e se
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tem uma norma penal revogadora. Essa norma penal revogada está na LEI; a norma penal revogadora
também está na LEI, pois só esta institui abolio criminis.

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A conduta criminosa prevista na norma revogada pode estar diante de duas situações:

a) A conduta prevista na norma revogada não está prevista como criminosa em nenhuma outra
norma.
b) A conduta prevista na norma revogada está prevista como criminosa em outra norma penal.

Com isso, se quer dizer que a abolitio criminis só acontece quando ocorre a situação “a”. Ex.: art. 320,
CP (crime de rapto consensual).
Um exemplo onde não houver abolitio criminis é o art. 319, CP – rapto violento. A Lei 11.106/05
revogou o art. 319, CP. Contudo, a conduta prevista no art. 319, CP continua prevista em lei como criminosa,
pois não se pode privar a liberdade de ninguém, independentemente do fim.
Outro exemplo é o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), que prevê o homicídio culposo na direção de
veículo automotor como crime. Vamos imaginar que amanhã o CTB tenha sido revogado. Pergunta-se: a
norma que revogar o homicídio culposo na direção de veículo automotor do CTB traz abolitio criminis? Não,
pois a conduta se adequa ao art. 121, §3º, CP – outra norma penal portanto.
Quando houver abolitio criminis, ela se aplica até mesmo aos casos já julgados com trânsito em
julgado. Nesse contexto, entre a coisa julgada e a aplicação de uma lei que beneficia o réu, a ponderação
favorece a situação do réu.

NORMAS MISTAS OU HÍBRIDAS

1. Definição

São normas que têm caráter penal e processual. A norma processual, diferente da penal, não tem
retroatividade ou irretroatividade. A norma processual se aplica imediatamente, não importando questões
do caso concreto a que se aplique.
Parte da doutrina diz que isso não deveria ser sempre assim; parte da doutrina sustenta que há duas
modalidades de normas processuais: há normas processuais que também refletem nos direitos e garantias
fundamentais, além de se refletirem nos processos penais.

Assim, há de se mencionar as seguintes correntes sobre normas processuais:

1ª corrente -> SEMPRE terão aplicação imediata; e


2ª corrente -> distingue as normas processuais que têm natureza puramente processual daquelas que,
embora processuais, tenham reflexo sobre os direitos e garantias fundamentais. Ex.: norma processual que
fale de liberdade provisória tem reflexo sobre o direito de liberdade, que é direito fundamental. Para a 2ª
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corrente, essa norma não é apenas processual.


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Continua a 2ª corrente em seu raciocínio dizendo que as normas processuais puras se aplicam
imediatamente. As normas processuais que tenham reflexos sobre direitos e garantias fundamentais se
submetem aos princípios de retroatividade e irretroatividade.

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