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VIVEMOS MAIS! - VIVEMOS BEM?

: UMA RESENHA
Escrito por Mario Sergio Cortella e Terezinha Azerêdo Rios – ambos filósofos
com especializações na área de educação -, “Vivemos Mais! – Vivemos Bem? ” trata de
uma reflexão acerca da vida cada vez mais duradoura que o ser humano conseguiu
alcançar e suas implicações, tudo isso discorrido por meio de uma conversa informal entre
dois amigos, o que é o ponto forte e fraco do livro, ao ponto que a narrativa dialogada
imerge o leitor na conversa ao mesmo tempo que não é a maneira mais fácil de apresentar
ideais de maneira escrita, tendo em vista que a troca constante de assuntos dentro de um
mesmo tópico pode deixar o leitor confuso.

O texto se apresenta em diversas espécies de capítulos que se entrelaçam e fazem


parte de um todo, o questionamento se apesar de vivermos mais, vivemos bem. Em cada
capítulo os autores comentam um tema, sendo o primeiro: A vida como desafio. Aqui, os
escritores conversam sobre os empecilhos na vida quando citam, por exemplo, que a vida
é feita de perigos e desafios, os quais devem ser enfrentados, e este deve ser o maior
desafio: seguir em frente. Ter vida e não saber o que fazer desta é comum e para escolher
seguir em frente deve-se ter coragem para enfrentar o medo, o medo do desconhecido e,
às vezes, do conhecido que nos traz repulsa, visto que “aquilo que chamados de
desconhecido é povoado, por nós mesmos, com coisas conhecidas que, às vezes, são
terríveis e não nos sentimos fortes para enfrentar”. Dá-se a crer que os autores. ao
divagarem sobre o assunto supracitado, queiram inferir que a vida é desafiadora, pois nela
há altos e baixos também. Quando citam o curriculum mortis, nada mais que invocam o
medo do homem de externalizar suas próprias fraquezas e derrotas, que, querendo ou não
fazem parte do ser que alguém é.

Em seguida entram, propriamente dito, no título da obra e se questionam se viver


mais é viver bem, ao passo que evocam de termos como comprimento e largura para
ressemantizá-los como longa duração de tempo e qualidade de vida. O que se caracteriza
por citar exemplos em que viver mais, nem sempre quer dizer viver melhor e ambos não
estão, necessariamente, correlacionados. Um idoso pós AVC pode viver por mais tempo,
mas nem sempre é isso que ele deseja. A impossibilidade de movimente e a sensação de
que ele é um fardo para seus parentes e filhos minam, aos poucos, a vontade dessa pessoa
de seguir em frente. Na maioria das vezes, viver uma vida curta, mas larga, isto é, com
qualidade, é preferível. Ainda, quando os autores citam a vida como “abundante”, eles se
referem à uma vida com o outro, isto é, em conjunto, não sendo essa solitária, o que é o
que pode acontecer com idosos no final de suas vidas. Aqueles apontam que: para alguém
de 100 anos de vida, tudo que ele já viveu e todo lugar que ele já esteve vai, lentamente,
sumindo; as lojas fecham, os amigos se partem e tudo que lhes resta é a memória.

Outrossim, os escritores comentam sobre como o tempo se tornou um commodity


na sociedade moderna. Assim como disse José Mujica, ex-presidente do Uruguai,
“quando compramos algo, não pagamos com dinheiro, pagamos com tempo de vida que
tivemos de gastar para conseguir esse dinheiro”, e essa é a maior contradição da sociedade
atual, onde o tempo, algo natural, é visto como mercadoria, como um bem a ser comprado
e vendido e uma forma de se obter o que desejamos. Abdicamos de nosso tempo para
comprar e na configuração atual capitalista onde vender status por meio de marcas pelo
simples fato de determinada marca ser mais exclusiva e ter algo limitado nos pôr acima
de quem não os têm, vendemos nossas vidas por mentiras, por ilusões criadas por
corporações que vendem felicidade, é a concretização do ter para ser.

Por fim, o epílogo do texto se dá pela conclusão que o tempo é inexorável – ele
não se curva a nada – e que o valor da vida se dá pela sua finitude, ou, como os autores
dizem, pela sua carência, chegando a afirmar que não há valor sem carência. E é aqui que
os autores erram. Se vida fosse interminável ela teria tanto ou mais valor, pois a vida ter
valor não está pautada no ato de ser, isto é, de estar vivo e assim somente com a
possibilidade de não ser, ou seja, de não estar vivo que a primeira ganha valor por ser
algo que possa ser perdido. Algo ser escasso não implica que tenha valor, logo que valor
remete importância. A vida ganha valor, em verdade, na sua utilidade, tanto é que a razão
de viver se esvai ao passo que o propósito de vida de um dado indivíduo desaparece, dessa
forma, estar ou não vivo, faz a ele, nenhuma diferença, quer dizer, estar vivo não tem
mais valor.

O livro, por conseguinte, trata de um tema atual e pertinente de maneira inteligente


e cheia de referências. A disposição em diálogo e palavreado simples ajuda o leitor a
sentir-se numa roda de conversa com os autores, apesar de a sucessiva troca de temas
possa deixar este um pouco perdido.

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