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ICMS-C:
Sa: estado;
Sp: prestador;
Bc: valor da operação de prestação (em serviços de difusão pode ser o faturamento
das propagandas);
ICMS-T:
Sa: estado;
Sp: prestador;
Concordo integralmente com a precisa lição do prof. Paulo, no sentido de que prestar
serviços de comunicação significa a atividade de pôr à disposição do tomador um canal
de comunicação.
O termo “comunicação”, como não poderia ser diferente, é polissêmico sendo usado
em diferentes acepções. Do ponto de vista científico, no entanto, deve ser entendido
consoante já nos manifestamos, ou seja, em conformidade com a teoria que estuda os
signos, o Semiótica, abandonando-se os sentidos resultantes dos usos comuns. O
processo comunicativo que estabelece o conteúdo semântico do vocábulo
“comunicação” é aquele consistente na transmissão, de uma pessoa para outra, de
informação codificada, por meio de um canal, entre emissor e receptor, que
possuem em comum, ao menos parcialmente, o repertório necessário para a
decodificação da mensagem.
Comunicação, entendida como o vinculo que se instaura com o ciclo formado pela
emissão, transmissão e recepção de mensagens, de modo intencionado ou não,
apresenta enorme amplitude, verificando-se sempre que houver dois ou mais sujeitos
em contingência de interação. Todo vez que alguém difundir informação, ainda que
não destinada a receptor determinado (porém, determinável) e mesmo que de forma
inconsciente, esse alguém estará realizando processo de comunicação.
Vale notar que o prof. Humberto Ávila adota posição diferente quanto aos conceitos
fundamentais do ICMS-C2. Para ele, aparentemente, só há prestação de serviço de
comunicação quando houver comunicação efetiva: “A CF/88 empregou uma expressão
composta de três termos (prestação + serviços + comunicação), determinando que a
competência estadual surge com a sua conjugação, e nem chega a existir sem ela
[...]”.
Em linha com a definição da questão anterior, uma vez que o ICMS pode incidir sobre
prestação de serviços de comunicação (art. 155, II, CF), entendo que só pode ser
tributada a disponibilidade onerosa dos canais (que não são apenas físicos) que
possibilitem a comunicação.
1
Direito Tributário: linguagem e método. pág. 741
2
Imposto sobre a prestação de serviços de comunicação. Intributabilidade das atividades de veiculação
das publicidades de painéis e placas. Inexigibilidade de multa. RDDT 143.
O prestador do serviço de comunicação, por definição, não participa da comunicação,
eis que se participasse não haveria serviço (ninguém presta serviço para si próprio).
(iv) Serviços prestados pelas TVs por assinatura (vide anexo IV);
O fato é que o ISP é essencial ao acesso, sem ele não há internet, de modo que
sem ele não há a “prestação de serviço”. Ainda que o ISP não seja proprietário
dos canais físicos, o canal lógico é fornecido pelo ISP. Logo, o ISP é parte
essencial no serviço4 e a atividade dele poderia ser tributada pelo ICMS-C (que
eles não leiam isso).
3
http://en.wikipedia.org/wiki/Internet_service_provider
4
http://en.wikipedia.org/wiki/Internet_access
Essa discussão era mais forte no início da internet comercial, quando os ISP
eram pequenas empresas, como a Mandic e etc. Hoje em dia a discussão perdeu
relevância, já que as empresas de telecomunicações proprietárias dos canais
físicos são também os próprios ISP’s (telefônica, net, gvt, etc.).
De todo modo, é certo que a Lei Geral de Telecomunicações definiu que os ISP’s
não prestam serviços de telecomunicação, e assim não deve incidir ICMS sobre
tais serviços, por força do art. 110 do CTN. Assim, tenho que a decisão do STJ no
REsp 456.650 foi correta.
Isso não significa, entretanto, que o serviço não possa ser tributado. A Lei Geral,
no meu entendimento, é que precisa de revisão. Hoje em dia os próprios
serviços tradicionais de telecomunicação são prestados via dados (internet).
Tudo será transmitido via dados, como podemos ver no julgamento do
mensalão, que está sendo transmitido ao vivo pela TV Justiça no YouTube.
O “serviço” dos cyber cafés não se assemelha ao serviço dos ISP’s e o ICMS-C
não deve ser cobrado deles, porque o canal de comunicação (“físico” ou lógico)
não é de sua propriedade. O cyber café sim utiliza um serviço de
telecomunicação prestado pelas operadoras. Ele é tomador desse serviço e
vende isso.
Aliás, se o ISP não pode ser tributado, por que o meu pacote de dados é?
Interessante notar que se a empresa que produz o conteúdo for a mesma que
vende o serviço de TV a Cabo, essa operação não poderia ser tributada.
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Direito Tributário: lingaguem e método. pág. 754.