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Para que se

cumpram as
Escrituras

Philipe de Movra
Para Gabriel

“Como você vai me motivar a crer?”, foi a pergunta que meu caríssimo
amigo me fez e me levou a refletir em como poderia auxiliar em sua jornada.
Infelizmente ele não compartilha da mesma dádiva que eu, que é a de crer no
Deus Pai, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, crer no Deus Filho, o
Cristo que redimiu toda a humanidade pela sua dolorosa Paixão e crer no
Espírito Santo, o Paráclito, que, pelo batismo, nos livra do pecado herdado dos
nossos primeiros pais. Sei que eu poderia fazer como outros e pensar que se
tratava de algum tipo de ironia ou piada, mas não, o que o leva a querer crer é
justamente o fato de ter sido batizado na Igreja da glória verdadeira, a Igreja de
Roma, essa marca indelével que surge com o batismo o torna para sempre um
filho de Deus e, como todo bom filho, ele anseia pelo seu Pai, mesmo que
ainda não tenha consciência disso, é um chamado que não posso negar o
auxílio, tudo é feito para o Pai. Santo Agostinho, em De Beata Vita, nos revela
que “não há vida feliz a não ser no perfeito conhecimento de Deus”, a
verdadeira beatitude. Os filósofos pagãos da antiguidade, por infelicidade,
achavam que podiam achar essa beatitude na sabedoria, ao menos tinham o
conhecimento de que uma vida em que ela não fosse a finalidade os levaria a
uma condição semelhante à de escravo ou a de um animal, buscando prazer
nas concepções “materialistas” e “mundanas” de felicidade. Em relação aos
questionamentos surgidos com sua pergunta inicial, pensei em te tornar íntimo
com o Evangelho, não sei se foi isso que aumentou suas dúvidas, mas ao
menos parece ter sido capaz de despertar maior vontade para com as coisas
de Deus. Ao mesmo tempo que pergunta como farei meu trabalho, sugere que
faça de maneira lógica. Ora, Deus é o Logos que se fez carne e habitou entre
nós, não há meio melhor de argumentar do que pela própria lógica, Ele a é.
Da encarnação do Verbo e sua concepção

Dos quatro evangelhos canônicos, que narram a vida de Nosso Senhor,


existem três sinóticos, chamados assim porque o conteúdo entre eles é
demasiadamente similar, e um que se “destoa”, que é o da visão de São João,
a quem atribuem a alcunha de discípulo amado. A Paixão do Cristo e
verdadeiro Deus, neste evangelho, é narrada de forma minuciosa, todavia, tal
atenção não é dada apenas ao ápice da vida do Redentor, já no início da obra
temos a clássica introdução que diz que “no princípio era o Verbo e o Verbo
estava com Deus e o Verbo era Deus (…) e o Verbo se fez carne e habitou
entre nós”1. Que dúvida há de surgir quanto a divindade do Senhor na Sagrada
Escritura se o próprio discípulo amado diz que Jesus estava com Deus desde o
início dos tempos e ele era Deus? Qualquer ramificação que tenha surgido
nesse tempo tente dizer o contrário, erra duas vezes. O primeiro erro, se dá por
negar a doutrina da verdadeira Igreja de Cristo, fundada pelo próprio Deus,
com um de seus apóstolos como a pedra angular 2. O segundo por negar a
própria Sagrada Escritura em prol de seus devaneios. E, se não há dúvida que
Ela revela que o Cristo é o próprio Deus, também não há dúvidas de que Ele é
o messias prefigurado no Antigo Testamento. Nos escritos de Miqueias 3, na
parte que trata das Promessas a Sião4, Desastre e Glória da dinastia de Davi,
parte do capítulo 5, é dito
E tu, Belém-Éfrata, pequena entre os clãs de Judá, de ti sairá para
mim aquele que governará Israel. Suas origens são de tempos
antigos, de dias imemoráveis. Por isso ele os abandonará até o
tempo em que a parturiente dará à luz. Então o resto de seus irmão
voltará para os israelitas. Ele se erguerá e apascentará o rebanho
pela força de Iahweh, pela glória do nome de seu Deus. Eles se

1. As duas passagens de João estão, respectivamente, em Jo 1,1.4.


2. Conforme mencionado no Evangelho segundo São Mateus, Jesus diz a Simão “também eu te digo que
tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Hades nunca prevalecerão contra
ela”. Sobre esta passagem, o Senhor chama mais uma vez Simão pelo que ele lhe dá, Pedro, embora nessa
passagem o texto em grego faça referência ao nome utilizando πετρος (que quer dizer Petrus), em Jo 1,
42, Jesus o diz “tu és Simão, filho de João; chamar-te-ás Cefas (que quer dizer Pedra)”, o “Cefas” referido
nesta passagem não só tem valor de nome próprio, mas de um material, prefigurando a função que o
apóstolo viria a desempenhar como Bispo de Roma.
3. Profeta bíblico. A Palavra de Yahweh foi dirigida a Miqueis de Morasti nos dias de Joatão, Acaz e
Ezequias, respectivamente, 11º, 12º e 13º reis de Judá. Para situar-se cronologicamente, lembro que o
primeiro rei de Judá foi Roboão, filho de Salomão, que por sua vez era filho de Davi.
4. Sião era sinônimo ao “Reino de Davi”.
estabelecerão, pois então ele será grande até os confins da terra. (Mq
5, 1-3)
Ora, não estaria o profeta supracitado falando de alguém que virá da casa de
Judá, que podemos presumir ser a de Davi, pelo contexto, e nascerá de
Belém? Ora, a profecia prefigura perfeitamente com o Evangelho de Nosso
Senhor segundo São Lucas que descreve
Também José subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, para a Judeia,
à cidade de Davi, chamada Belém, por ser da casa e da família de
Davi, para se inscrever com Maria, desposada com ele, que estava
grávida. Enquanto lá estava, completaram-se os dias para o parto, e
ela deu à luz seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o
numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala. (Lc
2,4-7)
E se falamos de gravidez da Santíssima Mãe de Deus 5, que também
está descrita na parte da anunciação do mesmo evangelho sinótico, não
devemos esquecer de que é mencionado o nome da virgem que conceberia e
que o anjo a diz que ele seria chamado de Filho do Altíssimo e receberia do
Senhor Deus o trono de Davi. Não devemos nos dar o capricho de pensar que
o evangelista colocou propositalmente a condição de virgem para a Mãe de
Deus, Isaías havia profetizado que “pois sabe que o Senhor mesmo vos dará
um sinal: Eis que a jovem está grávida e dará à luz um filho e dar-lhe-á o nome
de Emanuel”6. Pode estar se questionando o que a jovem tem de relação com
a Virgem ou Emanuel com Jesus, mas não se preocupe, não se trata de uma
falha do Espírito Santo, Deus não erra, o homem sim. A palavra traduzida como
“jovem”, no grego está παρθένος, que significa “virgem”, e se a virgem da
profecia é a Virgem Maria, resta-nos entender o que há entre Emanuel e Jesus.

5. O título Θεοτόκος (traduzido como Theotókos) é antigo, defensores do cristianismo do século III já
utilizavam a mencionada alcunha para tratar de Maria. Ora, se os escritos são excessivamente tardios para
aceitar o uso do termo, podemos utilizar de uma vez por todas como referência a saudação bíblica da
prima de Maria: “Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite?” Estaria a prima praticando algum
tipo de idolatria? Se estava, não cabia Maria repreendê-la uma vez que ela era portadora do Senhor? Se o
que utilizamos é a Bíblia para defender a posição da Virgem na Igreja, utilizemos dela de novo para
legitimar a afirmativa. Em Jo 2, 1-12 é narrado o episódio das núpcias de Caná, o vinho havia acabado e
Maria diz ao Filho o ocorrido, Ele a responde “Que queres de mim, mulher? Minha hora ainda não
chegou”. A passagem que sucede a supracitada mostra que Maria pede aos serventes que eles façam tudo
que o Filho mande e Ele realiza o milagre. Se Jesus é Deus e declarar que não era a sua hora, porque Ele a
obedece? Ela não é criatura? Sim, é. Mas também é a Mãe de Nosso Senhor, e se Ele a obedece e a ama
com o mais profundo respeito, porque nós devemos desvalorizar a Santa Mãe de Deus? Anatematizado
seja aquele que não respeita a Mãe do Senhor, os sinais são claros e devem ser obedecidos, do contrário,
arrependa-se.
6. Tal passagem pode ser consultada em Isaías 7, 14.
A menção que fiz da introdução do Evangelho segundo São João não foi por
acaso, ele diz que “o Verbo era Deus, que se fez carne e habitou entre nós”.
Emanuel significa “Deus conosco”. O mínimo de silogismo será o suficiente
para concluir onde quero chegar. Se teimas em pensar que o texto deve ser
lido literalmente, ignorando a mensagem, reforço-te a lembrar como Jesus
falava com aqueles que estavam perto, parábolas. Se o Pai é Deus, Jesus é
Deus e o Paráclito é Deus, não é lógico que Eles saibam da mesma coisa uma
vez que são Um? Ademais, se Jesus fala em parábolas porque o homem não é
capaz de entender com precisão a Palavra do Senhor e o Paráclito fala
literalmente e o homem entende, então Jesus é inferior ao Paráclito? Tal
pensamento é a mais pura heresia, o homem é fruto do seu tempo, incapaz de
saber além do meio que convive, para reforçar tal ideia, gosto de mencionar
uma história de um professor que tive nas aulas de Laboratório de Informática,
ele “sempre” esteve no ramo e pegou a época que os computadores eram de
tamanhos colossais, contou que zombou de uma notícia que falava que os
computadores seriam pequenos e todos teriam um no futuro. Se a falta de
evidências para esta história não é o suficiente, pesquise o que Fred Hoyle
pensava do Big Bang ou o que o New York Times achava em relação ao
homem ser capaz de sair da Terra e adentrar o espaço, o homem é fruto do
seu tempo. Sabemos que a natureza de Nosso Senhor está ligada a do Pai e,
por Ele, é enviado ao ventre da Virgem Maria, a Santa Mãe de Deus. Jesus
procede da casa de Davi, que procede da casa de Jacó, que por acaso é uma
casa antiga (casa de Abraão, primeiro patriarca), que não só nos remete a
profecia de Miqueias, mas aquela contida em Números 24, 17, que diz que “um
astro procedente da casa de Jacó se torna chefe”. Até agora vimos que tudo
que acontece até o nascimento do Senhor enquanto homem estava prefigurado
no Antigo Testamento, mas falta uma última parte, a Fuga. É de conhecimento
que na época, o rei da Judeia, Herodes ordena o massacre de todas as
crianças para evitar que uma profecia se cumprisse e ele perdesse seu lugar
para o “Rei dos Judeus” que viria a nascer, os pais de Jesus fogem para o
Egito, para que assim fosse cumprida a profecia de Oseias que diz: “Do Egito
chamei meu filho”. Finalizando a primeira parte desta obra que tenta relacionar
o máximo possível o Antigo Testamento com Novo Testamento a fim de lhe
mostrar que Jesus é o Messias prefigurado, gostaria de apresentar-lhe o
Angelus, oração que representa o sublime momento que o anjo apresenta a
Virgem que ela seria mãe de Cristo, Senhor Nosso. O Angelus deve ser orado
às 6h00, 12h00 e/ou 18h00.
ANGELUS
O Anjo do Senhor anunciou a Maria. Angelus Domini nuntiavit Mariæ.
R: e ela concebeu do Espírito Santo. R: et concepit de Spiritu Sancto.
Oração da Ave Maria.
Eis aqui a serva do Senhor. Ecce Ancilla Domini.
R: Faça-se em mim segundo a vossa Palavra. R.Fiat mihi secundum Verbum tuum.
Oração da Ave Maria.
e o Verbo se fez carne. Verbum caro factum est.
R: e habitou entre nós. R.Et habitavit in nobis.
Oração da Ave Maria.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus Ora pro nobis, Sancta Dei Genitrix.
R: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo R.Ut digni efficiamur promissionibus Christi.
Oremos: Oremus:
Derramai, ó Deus, a vossa graça, em nossos Gratiam tuam quæsumus, Domine, mentibus
corações, para que, conhecendo, pela nostris infunde; ut qui, angelo nuntiante,
mensagem do Anjo, a encarnação do Cristo, Christi Filii tui Incarnationem cognovimus,
vosso Filho, cheguemos por sua paixão e cruz, per passionem eius et crucem,
à glória da ressurreição pela intercessão da ad resurrectionis gloriam perducamur.
Virgem Maria. Pelo mesmo Cristo, Senhor Nosso. Per eumdem Christum Dominum nostrum.
Amém Amen
3x. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo
3x R: Assim como era no princípio, agora e sempre, por todos os séculos dos séculos.
Amém

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