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PORTUGUESA
SEGUNDO A BASE NACIONAL COMUM
CURRICULAR (BNCC):
Nos anos finais do Ensino Fundamental, os/as estudantes se encontram
diante de mudanças significativas decorrentes da passagem da infância para a
juventude, de desafios escolares de maior complexidade (pensamento algébrico,
categorizações mais sofisticadas) e da participação em novos campos de
atuação. Isso requer uma leitura de mundo mais abrangente e o contato com
gêneros textuais acadêmicos, que circulam em esferas da vida social nas quais
o jovem começa a transitar. (BRASIL, 2015, p.33)
A contribuição da área de linguagens, especialmente da disciplina de
Língua Portuguesa, para os anos finais do Ensino Fundamental requer novas
mediações e o aprofundamento em novos letramentos, visto ser essencial
considerar as culturas juvenis, bem como o contato com as expressões literárias,
artísticas e corporais mais complexas, ampliando o repertório de obras e autores
conhecidos e de vivências significativas com outras línguas e culturas. As
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica apontam a Língua
Portuguesa como componente transdisciplinar, ao afirmar que “o conhecimento
próprio da disciplina [...] está para além dela” (BRASIL, 2013, p. 28). Através da
linguagem – capacidade humana realizada sob a forma de signos verbais,
gestuais, imagéticos, dentre outros – os sujeitos se constituem, constroem
identidades, produzem conhecimento e agem de forma crítica no mundo. Dessa
forma, o presente documento, em consonância com a Base Nacional Comum
Curricular, apresenta os seguintes objetivos gerais para o ensino de Língua
Portuguesa:
Planejar e realizar intervenções orais em situações públicas e analisar
práticas utilizando diferentes gêneros orais (conversa, discussão, debate,
entrevista, debate regrado, exposição oral), assim como desenvolver
escuta atenta e crítica em situações variadas;
Planejar, produzir, reescrever, revisar, editar e avaliar textos variados,
considerando o contexto de produção e circulação (finalidades, gêneros,
destinatários, espaços de circulação, suportes) e os aspectos discursivos,
composicionais e linguísticos;
Desenvolver estratégias e habilidades de leitura - antecipar sentidos e
ativar conhecimentos prévios relativos aos textos, elaborar inferências,
localizar informações, estabelecer relações de intertextualidade e
interdiscursividade, apreender sentidos gerais do texto, identificar
assuntos / temas tratados nos textos, estabelecer relações lógicas entre
partes do texto que permitam ler, com compreensão, textos de gêneros
variados, sobretudo gêneros literários;
Valorizar diferentes identidades sociais, lendo e apreciando a literatura
das culturas tradicional, popular, afro-brasileira, africana, indígena e de
outros povos e culturas;
Refletir sobre a variação linguística, reconhecendo relações de poder na
sociedade, combatendo as formas de dominação e preconceito que se
fazem na e pela linguagem, sobre as relações entre fala e escrita em
diferentes gêneros, assim como reconhecer e utilizar estratégias de
marcação do nível de formalidade dos textos em suas produções;
Utilizar e analisar diferentes estratégias de coesão e articulação entre
partes do texto tais como os recursos de retomadas (pronominalização,
substituição lexical, uso de palavras de ligação) bem como as palavras e
expressões que marcam a progressão do tempo na narrativa, as que
estabelecem as relações de causalidade, oposição, consequência,
explicação entre acontecimentos e ideias;
Ler, produzir e analisar textos multimodais, estabelecendo relações entre
escrita, fala, sons, música, imagens (fotografias, telas, ilustrações,
imagens em movimento, grafismos), dentre outras linguagens.
ORALIDADE
As práticas de oralidade na escola foram por muito tempo tratadas como
secundárias e realizadas de forma inadequada, pois o objetivo das aulas de
Língua Portuguesa sempre foi aprender e aperfeiçoar a escrita pelo caminho da
norma gramatical. Porém, neste Currículo Referência concebemos a língua
como: prática social, uma construção histórica e um meio através do qual a
interação social entre sujeitos acontece. Portanto, é um consenso no ensino de
Língua Portuguesa que precisamos ampliar a competência comunicativa dos
estudantes e que ler e escrever são habilidades centrais nesse processo. Em
função disso, a oralidade também deve ser abordada no ensino, constituindo um
dos eixos do trabalho com a linguagem, visto que a vida em sociedade requer
certos conhecimentos para que o cidadão atue em uma diversidade de situações
escolares e extraescolares permeadas pela linguagem, via modalidade oral.
Dessa forma, segundo a BNCC, neste eixo quatro dimensões se destacam:
Produção e compreensão de gêneros orais, em articulação com textos
escritos, considerando-se aspectos relativos ao planejamento e à
avaliação das situações de interação;
Relações entre fala e escrita, levando-se em conta o modo como as duas
modalidades se articulam nas práticas de linguagem, as semelhanças e
as diferenças entre modos de falar e de registrar o escrito e os aspectos
sociodiscursivos, composicionais e linguísticos;
Oralização do texto escrito, considerando-se as situações sociais em que
tal tipo de atividade acontece e os aspectos multimodais dos textos;
Valorização dos textos de tradição oral, levando-se em consideração a
importância das reflexões relativas aos sentidos e às práticas sociais em
que tais textos surgem e se perpetuam.
LEITURA
Saber ler é condição fundamental para o exercício da cidadania e para a
construção de um posicionamento mais autônomo no mundo. A proficiência em
leitura permitirá aos estudantes continuar aprendendo fora da escola, o que é
fundamental para seu desenvolvimento pessoal e profissional, por isso, as
práticas de linguagem devem sempre estar voltadas para o ensino da leitura.
Mas o que significa “ensinar a ler”? Segundo Kleiman (1993, p. 49), a tentativa
de ensinar a ler não seria incoerente com a natureza subjetiva da leitura, “se o
ensino da leitura for entendido como o ensino de estratégias de leitura, por uma
parte, e como o desenvolvimento das habilidades linguísticas que são
características do bom leitor, por outra”. Os estudantes devem estar em contato
com bons textos, que sejam reais, completos e situados. Da mesma forma, as
técnicas de leitura devem buscar envolvê-los em situações reais de
comunicação. Assim, as práticas de leitura devem ser voltadas, principalmente,
para o próprio aprendizado da leitura, mas esse objetivo não deve torná-las aulas
artificiais. As práticas escolares devem aproximar-se das práticas sociais, de
modo a tornar a leitura uma atividade expressiva. Neste processo significativo
de estímulo ao ato de ler, segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
o eixo da leitura deve considerar as seguintes dimensões:
Compreensão de textos lidos e reflexões sobre as suas finalidades e os
contextos em que foram produzidos (autor, época, lugar, modos de
circulação, dentre outros);
Desenvolvimento das habilidades e estratégias de leitura necessárias à
compreensão dos textos (antecipar sentidos, ativar conhecimentos
prévios, localizar informações explícitas, elaborar inferências, apreender
sentidos globais do texto, reconhecer tema, estabelecer relações de
intertextualidade etc.);
Compreensão de textos, considerando-se os efeitos de sentido
provocados pelo uso de recursos linguísticos;
Ampliação do vocabulário, a partir do contato com textos e obras de
referência, dentre outras possibilidades;
Reconhecimento de planos enunciativos e da polifonia, identificando-se
as diferentes vozes presentes nos textos;
Reflexões relativas às temáticas tratadas nos textos.
ESCRITA
Enquanto o aprendizado da fala acontece de forma espontânea, a escrita
demanda um processo de ensino sistematizado. A mesma possibilita o registro
mais durável e permanente da linguagem, sendo um processo mais demorado
de elaboração; mais formal, sistemático, requerendo, na maioria das vezes, o
uso correto da gramática normativa e do atendimento às convenções que lhe
são peculiares, dentre elas as do sistema ortográfico. O eixo da escrita tem
como prioridade a relação entre o uso e o aprendizado da língua, em que o texto
é um elo de interação social e os gêneros discursivos são construções coletivas.
Assim, entende-se o texto como uma forma de atuar e de agir no mundo. Com
relação ao eixo da escrita, segundo a Base Nacional Comum Curricular, os
objetivos de aprendizagem envolvem as seguintes dimensões:
Reflexões sobre as situações sociais em que se escrevem textos, para o
desenvolvimento da valorização da escrita e a ampliação de
conhecimentos sobre as práticas de linguagem nas quais a escrita está
presente;
Desenvolvimento de estratégias de produção, reescrita, revisão e
avaliação dos textos, considerando-se a sua adequação às variedades
linguísticas;
Reflexões sobre os gêneros textuais adotados nas situações de escrita,
considerando-se os aspectos sociodiscursivos, temáticos,
composicionais e estilísticos;
Reflexões sobre os recursos linguísticos empregados nos textos,
considerando-se as convenções da escrita e as estratégias discursivas
planejadas em função das finalidades pretendidas.
ANÁLISE LINGUÍSTICA
A análise linguística perpassa todos os demais eixos, em diferentes níveis,
de acordo com a etapa da escolaridade, sendo que nos anos finais do Ensino
Fundamental esse eixo deve promover a reflexão sobre os recursos linguísticos,
que envolvem as práticas de leitura, escrita e oralidade. Essa opção justifica-se
pelo fato de a reflexão sobre a língua fazer sentido apenas através de seus usos,
em situações de interação oral, de leitura ou de escrita. E também por se
considerar que o desenvolvimento da capacidade de reflexão e de análise
linguística é fundamental para a formação de um usuário da língua capaz de uma
atitude criativa, e não apenas reprodutiva, frente à mesma. O eixo de Análise
Linguística fundamentado nesta proposta pedagógica tem o intuito de promover
um trabalho com a gramática reflexiva. “A análise linguística, também
denominada reflexão sobre a língua, reflexão linguística ou reflexão gramatical,
análise da língua ou análise gramatical” (MENDONÇA, 2006. p 103), constitui o
ensino de gramática numa perspectiva reflexiva, o que significa deslocar o que
se chama de ensino metalinguístico, centrado no reconhecimento e na
classificação dos elementos da língua, para um segundo plano, dando relevância
a um ensino centrado na análise da funcionalidade dos elementos linguísticos
em vista do discurso. O ensino de Língua Portuguesa, dentro da análise
linguística, tem-se como foco o desenvolvimento da competência discursiva,
envolvendo não apenas o domínio da norma culta, mas a consideração de outras
variedades da língua. Espera-se que o estudante conheça uma gama maior de
variedades linguísticas, visto que a língua é um polissistema que agrega
múltiplas variedades, conforme a situação social de uso da oralidade, da leitura
e da escrita. Portanto, é primordial para trabalhar os conhecimentos linguísticos
que o aluno desenvolva a consciência da variação e das mudanças da língua,
como também a valorização de todas as variedades como possuidoras de uma
gramática eficaz e legítima. A valorização das diferentes variedades da língua
implica também o reconhecimento das diferentes identidades sociais. A
abordagem de categorias gramaticais (fonéticas/fonológicas, morfológicas,
sintáticas e morfossintáticas) e de convenções da escrita (concordância,
regência, ortografia, pontuação, acentuação, etc.) deve vir a serviço da
compreensão e produção oral e escrita, e não o contrário. Dessa forma, os
aspectos linguísticos abordados em atividades de leitura, escrita e oralidade
podem ampliar os conhecimentos dos estudantes em relação às variedades e o
professor irá desenvolver um trabalho eficaz, visto que a gramática será
trabalhada de forma contextualizada. Com essa proposta de abordagem da
Análise Linguística acreditamos que seja possível diminuir as deficiências de
leitura e escrita ainda presentes nos estudantes do Ensino Fundamental. Assim,
devemos abandonar o ensino de gramática descontextualizado que tem
constituído o centro das aulas de Língua Portuguesa das nossas escolas e tendo
como resultados graves problemas na formação de leitores. Ao contrário de uma
perspectiva normativa, a prática da Análise Linguística que aqui se propõe,
objetiva aliar oralidade, leitura, escrita e unidades linguísticas, considerando
seus aspectos discursivos e funcionais. Desse modo, para além da abordagem
tradicional referente à morfossintaxe da língua, deve-se levar para as aulas a
centralidade do texto e do discurso, nas modalidades oral e escrita.
CAMPOS DE ATUAÇÃO
Sempre pautada na Base Nacional Comum Curricular em consonância a
uma concepção de língua como forma de interação entre os sujeitos tem a
finalidade também de considerar, além dos eixos, acima citados, os campos de
atuação, nos quais as práticas de linguagem se realizam. A proposição de
campos de atuação aponta para a importância da contextualização do
conhecimento escolar. São seis os campos de atuação, a partir dos quais os
objetivos de aprendizagem de Língua Portuguesa são apresentados:
I. Práticas da vida cotidiana – campo de atuação que diz respeito
à participação em situações de leitura/escuta, produção
oral/escrita, próprias de atividades do dia-a-dia, no espaço
doméstico/familiar, escolar, cultural, profissional que crianças,
jovens e adultos vivenciam;
II. Práticas artístico-literárias – campo de atuação que diz respeito
à participação em situações de leitura/escuta, produção
oral/escrita, na criação e fruição de produções literárias,
representativas da diversidade cultural e linguística, que
favoreçam experiências estéticas;
III. Práticas político-cidadãs – campo de atuação que diz respeito
à participação em situações de leitura/escuta, produção
oral/escrita, especialmente de textos das esferas jornalística,
publicitária, política, jurídica e reivindicatória, contemplando
temas que impactam a cidadania e o exercício de direitos;
IV. Práticas investigativas – campo de atuação que diz respeito à
participação em situações de leitura/escuta, produção
oral/escrita de textos que possibilitem conhecer os gêneros
expositivos e argumentativos, a linguagem e as práticas
relacionadas ao estudo, à pesquisa e à divulgação científica,
favorecendo a aprendizagem dentro e fora da escola;
V. Práticas culturais das tecnologias de informação e
comunicação – campo de atuação que diz respeito à
participação em situações de leitura/escuta, produção
oral/escrita de textos que possibilitem a comunicação, a
distância e a compreensão de características e modos de
produzir, divulgar e conservar informação, experimentar e criar
novas linguagens e formas de interação social.
EIXO ORALIDADE
Conforme Marcuschi (2001, p. 16)
Oralidade é uma prática de uso da língua na modalidade falada, sendo
requerida e usada nos diversos contextos sociais em que se interage por meio
da linguagem. Como a fala é adquirida espontaneamente nos meios informais,
em geral na comunidade em que se vive (nas famílias, por exemplo), pensa-se,
então, que ela não deve ser objeto de ensino. O que justifica “ensinar oralidade”
na escola, uma vez que os estudantes já sabem falar, ou “os adolescentes, em
geral, já são muito falantes”, conforme muitos professores afirmam?
Conforme já citado no presente documento uma das características inerentes à
língua é a variação pois existem níveis de formalidade requeridos nas diversas
situações de comunicação. Devido a isso, deve-se considerar que a oralidade
letrada, ou seja, a oralidade que mais se aproxima da escrita, deve ser objeto de
ensino. Assim, se constata que somos todos falantes de Língua Portuguesa,
porém não sabemos utilizar a modalidade falada da língua em todos os contextos
sociais. Dessa forma, é fundamental promover ações metodológicas que
possibilitem situações de uso da linguagem falada, mais formalizadas do que
aquelas às quais os estudantes estão geralmente acostumados, ou seja,
significa ampliar sua visão com relação à Língua Portuguesa, entendê-la na sua
constituição e na sua prática, compreendendo as variedades que a constitui.
Assim, deve-se ter como proposta a aplicação de atividades voltadas para a
análise linguística do texto oral, através do trabalho com a produção de gêneros
orais diversos, sendo também que se necessita explicitar as relações entre as
modalidades: falada e escrita. O trabalho com a oralidade, proposto neste
documento, tem como foco o uso, a compreensão, a valorização e a reflexão
linguística sobre a mesma. E para isso pretende-se priorizar que fala e escrita
têm a mesma importância, devendo ser usadas quando requisitadas. Portanto,
as práticas devem ocupar-se dos processos de construção de sentidos, a partir
de situações de produção oral, concretizadas pelos gêneros orais. As
expectativas de aprendizagem relacionadas ao eixo oralidade devem partir da
concepção das relações entre oralidade e escrita como um conjunto contínuo de
práticas, sendo importante que os estudantes sejam conscientizados e levados
a refletir sobre as características e as relações entre fala e escrita, apreendendo,
assim, saberes sobre variedades linguísticas, considerando-as “naturais” na
língua, bem como aprendendo a valorizar textos da tradição oral. Por isso, tal
conscientização deve ser feita através da produção de gêneros orais, como:
seminários, entrevistas, debates, notícia televisiva, ou em atividades como
recitação de poesias e representação teatral. Os alunos podem ainda realizar
entrevistas, assistir a palestras ou mesas-redondas, produzir um jornal falado,
com a leitura de notícias, ou seja, devem estar em contato com uma diversidade
de gêneros orais, em atividades de compreensão e produção. Assim, a escola
cumpre seu papel formador, ampliando a competência discursiva dos estudantes
em eventos dos quais eles, em geral, não participam fora da escola, nas tarefas
de vivência e análise relacionadas à educação linguística. Para promover a
educação linguística nos anos finais do Ensino Fundamental, além da prática
dos gêneros orais de forma mais sistematizada deve-se abordar temas
relacionados à variação linguística, pois a mesma é essencial à compreensão da
linguagem em sua plenitude, assim se propõe: os aspectos do estilo, dos
dialetos, bem como as discussões em torno da noção de erro em linguagem, a
pluralidade da linguagem e da adequação ao contexto.
EIXO LEITURA
Na presente proposta tem se como concepção de leitura um ato dialógico
que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e
ideológicas de determinado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas
experiências, os seus conhecimentos, a sua formação familiar, religiosa, cultural,
enfim, as várias vozes que o constituem. Essa compreensão da leitura que
estamos assumindo tem implicações pedagógicas, relativas a: escolha dos
textos; forma como serão conduzidas as práticas de leitura e arranjo do espaço
interativo onde se produzirão as leituras, com o objetivo da formação de leitores.
No que se refere à escolha dos textos é importante o professor trabalhar com
textos reais, vinculados ao seu contexto de produção, com os quais os
estudantes possam se identificar e assim interagir com o texto. Deve-se ainda
proporcionar ao aluno o contato com grande variedade de gêneros (notícias,
artigos de opinião, receitas, contos, textos de informação, manuais, poemas,
etc.) e suportes textuais (jornais, livros, revistas, sites, blogs, etc.). Além da
seleção dos textos, uma boa formação de leitura precisa incluir: a análise das
formas de organização e dos recursos linguísticos mobilizados pelos vários
gêneros, como também a reflexão em torno de suas condições sociais de
produção. Por isso, o professor além de selecionar bons textos deve conduzir as
práticas de leitura de tal forma que desperte o diálogo do aluno com o texto, em
que o mesmo identifique as possíveis intenções do autor, que são sinalizadas
pelas pistas textuais. As práticas de leitura devem preocupar-se também com a
criação de espaços espontâneos de leitura, nos quais os estudantes escolham
o que ler, a partir da necessidade e interesses pessoais. Jornais, revistas, livros
devem ser disponibilizados e sua leitura, estimulada, ou seja, a escola deve
responsabilizar-se pela organização e manutenção de espaços interativos, onde
os estudantes possam interagir e desenvolver práticas sociais de leitura. Ao
realizar as práticas sociais de leitura é importante que o professor, como
mediador desse processo, observe se os alunos estão avançando no
desenvolvimento de habilidades linguístico-discursivas, e isso poderá ser
verificado ao interagir com os mesmos em sala de aula, ouvindo as intervenções
dos estudantes, suas interpretações, suas dúvidas, suas perguntas e respostas.
EIXO ESCRITA
Enfim, nessa perspectiva inclusiva, cabe à escola fazer valer uma das
competências apresentada pela BNCC e, também apresentada no Currículo de
Referência, em todos os componentes curriculares: “Exercitar a empatia, o
diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e
promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e
valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza”
(9ª Competência Geral da BNCC; p. 10).
• Ponderar que o texto literário não deve ser usado apenas como
pretexto para abordagens sobre a língua, mas, principalmente, para contribuir
na formação de leitores capazes de reconhecer e apreciar os usos estéticos e
criativos da linguagem.