Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
TECNOLOGIA DO AMAZONAS
CAMPUS MANAUS DISTRITO INDUSTRIAL
BACHARELADO EM ENGENHARIA DE CONTROLE E
AUTOMAÇÃO
MANAUS - AM
2018
GABRIEL WENDEL SANTOS DA SILVA
MANAUS - AM
2018
AGRADECIMENTOS [FAZER]
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE SIGLAS
1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................11
1.1 OBJETIVOS ...............................................................................................14
1.1.1 OBJETIVO GERAL .....................................................................................14
1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................14
1.2 JUSTIFICATIVA..........................................................................................15
2. REFERENCIAL TEÓRICO .........................................................................18
2.1 TRANSDUTORES ULTRASSÔNICOS ......................................................18
2.1.1 COMPONENTES DE UM TRANSDUTOR ULTRASSÔNICO ....................20
2.1.2 SENSIBILIDADE DO TRANSDUTOR ULTRASSÔNICO ...........................21
2.1.3 EFICIÊNCIA DO TRANSDUTOR ULTRASSÔNICO ..................................21
2.1.4 VELOCIDADE DAS ONDAS ACÚSTICAS .................................................21
2.1.5 REFLEXÃO DO ULTRASSOM ...................................................................22
2.1.6 TEMPO DE VOO DAS ONDAS ULTRASSÔNICAS ...................................22
2.1.7 PRINCÍPIOS SÔNICOS .............................................................................23
2.1.8 CARACTERÍSTICAS DAS ONDAS ULTRASSÔNICAS .............................23
2.1.8.1 COMPRIMENTO DE ONDA .......................................................................23
2.1.8.2 CAMPO SÔNICO .......................................................................................24
2.1.9 FREQUÊNCIA DO ULTRASSOM...............................................................26
2.2 MEDIÇÕES POR ULTRASSOM.................................................................27
2.3 TIME-TO-DIGITAL-CONVERTERS ............................................................27
2.3.1 TDC ANALÓGICO BASEADO NA INTEGRAÇÃO ATUAL .........................28
2.3.2 PRECISÃO DO TDC ..................................................................................29
2.3.3 TIME INTERVALS ......................................................................................29
2.4 MICROCONTROLADOR TDC 1000...........................................................30
2.4.1 MODO DE OPERAÇÃO 0 ..........................................................................33
2.4.2 MODO DE OPERAÇÃO 1 ..........................................................................34
2.4.3 MODO DE OPERAÇÃO 2 ..........................................................................34
2.4.4 PRECISÃO NA GERAÇÃO DE SINAIS DE STOP .....................................34
2.4.5 APLICAÇÕES E IMPLEMENTAÇÕES .......................................................35
2.5 MICROCONTROLADOR TDC 7200...........................................................37
2.6 CLORO .......................................................................................................39
2.6.1 TRIALOMETANOS .....................................................................................41
2.6.2 ASPECTOS TOXICOLÓGICOS .................................................................42
2.7 ESPECTROSCOPIA POR IMPEDÂNCIA ELÉTRICA ...............................42
3. METODOLOGIA [MUDAR ESTE NOME PARA MÉTODOS UTILIZADOS]
46
3.1 MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DE NÍVEL DE ÁGUA .......................46
3.2 MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DE FLUXO DE ÁGUA .....................52
3.2.1 PROPOSTA DE SISTEMA ULTRASSÔNICO PARA MEDIÇÃO DE CLORO
NA ÁGUA ................................................................................................................52
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...............................................................58
4.1 MEDIÇÕES COM CLORO .........................................................................59
5. CONCLUSÃO.............................................................................................63
REFERÊNCIAS .......................................................................................................64
11
Capítulo 1
1. Introdução
Com frequência o mercado utiliza os sistemas de ultrassom para caracterização de
líquidos e até mesmo de materiais sólidos, como alimentos, para fins de determinação de
características bioquímicas, físicas e microbiológicas dos mesmos. De acordo com
Nazário et al. ( 2009), isso deve-se ao fato de que as ondas de ultrassom possuem uma
variedade de efeitos, considerando a combinação das características das ondas com a
dos alimentos.
O ultrassom é gerado principalmente por transdutores ultrassônicos que podem ser
produzidos em diversas geometrias. O primeiro transdutor ultrassônico teve um formato
plano e não focalizado, conforme Kinsler et al. (1980). Segundo Cirullo (2015), em 1984
Wheigth pôde determinar os campos acústicos produzidos pelo transdutor ultrassônico
quando este tinha excitação contínua e pulsada, assim mostrando que a resposta
impulsiva pode ser obtida em ambos os casos. Diversas aplicações do ultrassom utilizam
essa excitação transiente do transdutor por um pulso elétrico, dentre elas: medição de
vazão, ensaios não destrutivos e principalmente caracterização de fluidos e materiais,
além de imagens médicas.
A caracterização de fluidos, no caso deste trabalho a água clorificada, é uma
atividade indispensável em indústrias, tanto para realização do controle de qualidade de
produtos e matérias-primas e também de resíduos de produção, segundo Daciuk (2008).
Isto se deve ao fato de exigências da legislação brasileira e também dos próprios clientes
da empresa. Para esta análise ser realmente eficiente, é necessário um sistema de
detecção imediata da presença de determinado elemento no resíduo fluido proveniente do
sistema de produção, o que nem sempre ocorre. Normalmente as amostras são enviadas
para laboratórios de análise química, o que muitas vezes acaba por prolongar a entrega
dos testes laboratoriais, acarretando no descarte incorreto de um fluido contaminado no
meio ambiente por parte da empresa.
Uma das principais aplicações do ultrassom se dá na identificação e
caracterização de fluidos, viscosos ou não. Em líquidos como o leite, é comum serem
feitos em laboratórios medições de parâmetros como teor de gordura, proteínas, sólidos
totais e água adicionada. Nazário et al. (2009), diz que em geral são utilizados
12
equipamentos diferentes para cada tipo de propriedade do leite e que isso envolve
diversas técnicas de manipulação, que muitas vezes envolvem a presença de produtos
químicos, o que acaba destruindo a amostra de teste.
Outra importante aplicação do ultrassom é em sistemas de caracterização
eletroquímica, como mostrado em Garbellini et al. (2008), onde experimentos que aliaram
o ultrassom à caracterização eletroquímica foram capazes de detectar a presença de
metais na água e em amostras mais complexas.
Saterlay et al. (2001) provaram que experimentos com ultrassom é possível fazer
a detecção de compostos químicos como o 4-clorofenol (4-CF), que em caso de
aquecimento é capaz de produzir vapores tóxicos e corrosivos como o cloreto de
hidrogênio e cloro, além ser irritante para pele e olhos e podendo causar problemas no
sistema nervoso central. Já em Zanotto-Netto (2005), foi mostrada utilização do ultrassom
em conjunto com diversas técnicas volumétricas utilizando um eletrodo para determinação
eletroanalítica de 4-nitrofenol (4-NF) em águas puras e de rios.
Há a necessidade de testar quimicamente a água proveniente dos encanamentos
residenciais, que por sua vez advém do encanamento da concessionaria de água, onde
muitas vezes pode haver vazamentos e contaminação da água por microorganismos. A
solução das concessionarias para este problema é inserir determinada quantidade de
cloro, que comprovadamente é um agente químico cancerígeno, na água, frequentemente
utilizando uma quantidade acima da permitida por lei.
A água é o elemento considerado o solvente universal e de importância
fundamental para a existência de seres vivos. Com o avanço dos sistemas de distribuição
de água, quando esta chega às residências, muitas vezes contém quantidades
consideráveis de cloro, o que pode causar problemas à saúde humana.
Estima-se que 80% das doenças e cerca de um terço das mortes nos países em
desenvolvimento, onde o Brasil está localizado, sejam causadas pelo consumo de água
contaminada, conforme Galal (1996). Essa contaminação afeta principalmente um grupo
específico de pessoas, como crianças, bebês, idosos e pessoas já doentes.
Conforme Daciuk (2008), além de indústrias e residências, pode-se citar os poços
de prospecção de petróleo, onde geralmente o escoamento proveniente do reservatório é
composto por óleo, água, gases e até mesmo areia (no caso de poços submersos), e a
caracterização deste escoamento, determinando os componentes sólidos, líquidos e
gasosos, o que pode ser utilizado para definir o ponto de operação das bombas utilizadas,
desta forma aumentando sua vida útil.
13
1.1 OBJETIVOS
- ...
- ...
1.2 JUSTIFICATIVA
Capítulo 2
2. Referencial Teórico
Neste capítulo é mostrada a teoria de todo o sistema montado desde os
transdutores ultrassônicos até os microcontroladores utilizados.
𝐸
𝑇𝑖𝑗 = 𝑐𝑖𝑗𝑘𝑙 𝑆𝑘𝑙 − 𝑒𝑘𝑖𝑗 𝐸𝑘 (2.1)
𝑆
𝐷𝑖 = 𝑒𝑖𝑘𝑙 𝑆𝑘𝑙 + 𝜀𝑖𝑘 𝐸𝑘 (2.2)
20
Indutor
Tubo de latão
Cerâmica piezelétrica
Hellier (2003), diz que a velocidade do som varia de acordo com material ao qual
estão sendo propagadas, concluindo que ela é mais em materiais metálicos do que em
gases, todavia cada tipo de metal tem uma variância em relação aos outros.
A variação da velocidade da onda, ao contrário do que se pensa, não tem
nenhuma relação com os parâmetros das ondas como: comprimento de onda, frequência,
etc., mas sim com o meio a qual está sendo propagada. Variáveis como temperatura do
fluido, pH e densidade são as que mais influenciam a velocidade do som, diminuindo ou
aumentando a mesma.
22
𝑑 (2.4)
𝑇𝑜𝐹 = 𝐶
Em Martin (2012), as ondas sonoras são classificadas de acordo com modo que
uma partícula vibra na direção de propagação da onda, desta forma é possível diferenciar
cinco maneiras de como uma onda pode propagar-se, são elas: ondas superficiais, ondas
longitudinais, ondas transversais, ondas Creeping e ondas Lamb.
Neste trabalho, o modo de propagação das ondas quase não existiu, devido ao
movimento perpendicular no mesmo sentindo de propagação da onda, semelhante às
ondas transversais e ao baixíssimo cisalhamento do fluido aquoso.
𝐶 (2.5)
𝜆=𝑓
Frente de
onda em t2
Frente de
onda em t1
Fonte
A difração de ondas mostra que as ondas refletidas não são retilíneas, uma vez
que parte da barreira é refletida, os raios que atingem a fenda passam por ela, assim,
nem todas continuam retas.
Armação Cone
Ímã Eletroímã
permanente
Neste trabalho são utilizados transdutores com frequência de 2 MHz, ou seja, está
numa faixa acima de 20 kHz, fora da faixa audível do ser humano e para frequências
acima desta faixa geralmente são utilizados transdutores piezelétricos.
2.3 TIME-TO-DIGITAL-CONVERTERS
mas eles tendem a ser não-lineares e são difíceis de estabilizar. Uma boa maneira de
estabilizá-los é usar a conversão de inclinação dupla, que infelizmente também é lenta e
limita a taxa de medição e aumenta o tempo morto, em algumas aplicações como, por
exemplo, detectores de partículas de tempo de voo usados, localizadores de alcance a
laser e analisadores de lógica.
Para Kalisz et al. (1994), a medição de precisão dos intervalos de tempo é crucial
em diversas áreas da pesquisa e indústria. Sistemas de alcance a laser utilizam os TDC’s
para medir a distância entre objetos medindo o TOF do pulso de luz do laser da fonte para
o alvo e para trás. Os equipamentos de laser de precisão deste tipo são comuns em
pesquisas espaciais, assim como em aplicações de geodésia e aviação. Os mínimos
deslocamentos de algumas regiões da terá podem ser descobertos dessa maneira e
assim prever possíveis terremotos. No desenvolvimento e fabricação de circuitos
integrados de alta velocidade, o tempo de precisão é usado para medir os parâmetros
dinâmicos.
Discriminador
Detector de tempo
START
Display
T
TIM 15 ps
Eventos Físicos
De acordo com Kalisz (2003), os pulsos podem ser gerados por pelos
discriminadores de tempo usados para extrair informações de tempo dos pulsos recebidos
pelos detectores eventos físicos como flashes de luz. A discriminação de tempo envolve
o uso de método avançados e circuito eletrônicos para produzir os pulsos com precisão
relativa aos eventos relacionados. A definição de pontos no eixo do tempo para medir o TI
entre eles se torna uma questão desafiadora, difícil de resolver em aplicações que exigem
a mais alta precisão.
Da mesma forma o que o TDC, o TIM realiza uma conversão de um intervalo de
tempo T em números binários. Com isto, o TIM também pode ser chamado de TDC.
O TDC 1000 é um front-end analógico ultrassônico que pode ser integrado a vários
sistemas de medição usando ultrassom, tais como: identificação de fluidos, medição do
nível de fluido e também é útil em áreas médicas e automotivas. Este circuito integrado
(IC) é usado para medir o tempo de voo da amostra, levando do transdutor transmissor
para o receptor. No processo de medição, o Microcontroller Unit (MCU) envia um sinal de
start para o TDC 7200, que envia um sinal de trigger para o TDC 1000.
Os principais blocos de funcionamento do TDC 1000 são os canais de transmissão
(TX) e recepção (RX) de dados. O transmissor pode suportar configurações flexíveis para
31
a utilização de vários transdutores ultrassônicos; por outro lado o receptor fornece blocos
configuráveis com uma ampla gama de configurações para condicionamento de sinais em
várias aplicações. O sinal de recepção consiste em um amplificador de baixo ruído ou
LNA, da sigla em inglês para Low Noise AmplifierI, um amplificador de ganho
programável, do inglês Programmable Gain Amplifier (PGA) e dois comparadores zerado
para qualificação do eco e geração do pulso de STOP.
O TDC 1000 possui 3 modos e operação: Modo 0, Modo 1 e Modo 2. Cada um
deles é destinado a uma ou mais aplicações, como por exemplo, medição de vazão em
fluidos, medição de nível de recipiente, detecção de proximidade, medição de distância e
diversas outras aplicações onde é obrigatória a medição do tempo de voo (ToF). Um ciclo
de medição é iniciado quando o pino TRIGGER, mostrado na Figura 7, é ativado quando
há um sinal de disparo no mesmo. Com ativação do sinal de trigger, um pulso de saída é
gerado pelo pino START. Este sinal gerado é utilizado como referência para iniciar a
medição do tempo de voo. O transmissor gera pulsos programáveis de transmissão (TX)
e sincronia com a borda de subida do pulso de inicialização (START) para enviar o pulso
de excitação do cristal do transdutor ultrassônico e assim gerar a onda ultrassônica
através do meio. O transdutor ultrassônico receptor detecta que a onda ultrassônica
percorreu o meio e gera sinais de STOP, como visto na Figura 8. Se a onda de ultrassom
é recebida diretamente ou de um reflexo irá depender da configuração do sistema
montado.
32
RX1 1 28 TX1
RX2 2 27 TX2
VCOM 3 26 GND
NAOUT 4 25 CLKIN
PGAIN 5 24 VDD
GOUT 6 23 VDD
ERRB 12 17 RESET
START 13 16 TRIGGER
STOP 14 15 EN
TRIGGER
Tempo de voo
START
STOP
Figura 8. Demonstração do tempo de voo de uma onda ultrassônica
Fonte: Autor
Os sinais de STOP são usados por um conversor TDC externo, que funciona como
um cronômetro com bastante precisão. O sistema precisa incluir um TDC para medir o
ToF com base no intervalo entre os pulsos START e STOP. Em algumas aplicações com
requisitos de precisão médio alcance (intervalo de nanossecundos).
O microcontrolador pode ser usado para medir a duração do tempo de voo. Em
aplicações com requisitos de alta precisão, em faixas que variam na casa de
33
Figura 9. Diagrama de Blocos do funcionamento eletrônico interno do circuito integrado TDC 1000
Fonte: Texas Instruments
TX1/RX2 B TX2
TX1 START
RX1
TDC PORTA
STOP OU
RX2 1000
TRIGGER
ERRB
RESET
EN
SPI
osc
MCU
TRIGGER
START
TX1
Sinal de eco
recebido
RX2
STOP
Em identificação de fluidos, o TDC 1000 pode ser utilizado para medir o tempo de
voo para uma distância conhecida para que seja possível calcular a velocidade do som no
37
fluido. Esta aplicação utiliza o mesmo circuito da Figura 12, todavia com o transdutor
conectado a um canal diferente, neste caso é utilizado o transdutor A. Com a distância e o
tempo de voo conhecidos será possível calcular a velocidade do som no meio e o fluido
poderá ser identificado. Após a medição e do ToF e com uma distância fixa, pode-se
determinar a velocidade do som a partir de (2.7).
𝑑 (2.7)
𝐶𝑚𝑒𝑖𝑜 = 𝑇𝑜𝐹
Neste trabalho foi utilizado o Modo 2 para definir a partir do fluxo da água se há
contaminação por cloro na água presente no corpo de prova, método que será explicado
no decorrer desta pesquisa.
O TDC 7200 também é um conversor de tempo para digital que pode ser aplicado
em diversas medições de detecção ultrassônica como: medidor de vazão de água,
medidor de vazão de gás e medidor e fluxo de calor. Quando aliado ao TDC 1000, passa
a fazer parte da placa de sistema embarcado desenvolvida pela empresa Texas
Instruments que é a principal ferramenta eletrônica deste trabalho.
Este microcontrolador é um circuito integrado (CI) normalmente utilizado para
medir o tempo entre um evento único (borda do sinal de START) e múltiplos eventos
subsequentes (borda dos sinais de STOP). Neste caso o “evento” entre as bordas dos
sinais de START e STOP é o tempo de voo da onda. O CI tem uma base de tempo
interna que é usada para medir o tempo com acurácia na ordem de pico segundos. Esta
acurácia faz com que o TDC 7200 seja ideal para a aplicação deste trabalho, uma vez
que baixas concentrações de cloro podem ser praticamente imperceptíveis e assim
causando poucas variações no ToF.
38
Para utilizar o método de tempo de voo, são necessários dois conceitos de tempo
de voo: o superior e o inferior e a diferença entre os dois consiste no valor de tempo de
voo proporcional ao fluxo.
Os sistemas de medição de vazão ultrassônicos baseiam-se no principio de que
as ondas sonoras em fluidos em movimento tendem a viajar mais rápido na direção do
fluxo, a conhecida jusante, e mais devagar na direção oposta do fluxo, a montante. Neste
caso, o sistema necessita de ao menos dois transdutores ultrassônicos, onde o primeiro
atua como transmissor durante a montante e como receptor na jusante, já o segundo tem
o funcionamento inverso, receptor na montante e transmissor na jusante. O medidor de
vazão ultrassônico opera alternando ciclos de transmissão e recepção entre o par de
transdutores e medindo com precisão o tempo em ambas as direções.
O tempo de voo jusante pode ser calculado utilizando (2.8) e o montante por (2.9).
𝑑 (2.8)
𝑡𝐵𝐴 = 𝐶−𝑣
𝑑 (2.9)
𝑡𝐴𝐵 = 𝐶+𝑣
𝛥𝑇𝑜𝐹∗𝐶 2 (2.11)
𝑣= 𝑑
2.6 CLORO
doenças, uma vez que esta ação dá-se à temperatura ambiente e em tempo normalmente
curto. A utilização de cloro na descontaminação costuma ser simples e exige
equipamentos de baixo custo.
Neste cenário e contaminação da água diversos métodos são desenvolvidos com
o objetivo de melhorar cada vez mais a água para o consumo humano. Apesar dos
esforços para a descontaminação da água ainda é comum a utilização de diversos
agentes químicos clorificados que em grandes quantidades tornam-se nocivos à saúde
humana, de acordo com a pesquisa desenvolvida por D’agula (2000).
Quando o cloro entra em contato com água, forma íons hidrogênio e cloreto, além
de ácido hipocloroso, que por sua vez dissocia-se formando íons hidrogênio e hipoclorito,
conforme reação mostrada a seguir.
2.6.1 TRIALOMETANOS
No início dos anos 1970, Ballar (2014) diz que foi descoberto que o clorofórmio e
o bromodiclorometano eram produzidos na cloração da água. A informação de que estes
trialometanos foram de grande importância com a conclusão do bioensaio sobre a
carcinogenicidade do clorofórmio realizado pelo National Cancer Institute.
Os THM são conhecidos como subprodutos de desinfecção, uma vez que são
resultado da reação entre o cloro ou o bromo com a matéria orgânica presente na água
que está sendo tratada. Governos de diversos países controlam a quantidade destes
elementos na água, todavia muitas vezes a maioria não é monitorada. Em muitos casos,
Aiking et al. (2014) diz que é possível a absorção dessas substâncias através da pele de
nadadores ou pessoas que costumam nadar constantemente em ambientes com grandes
quantidades de cloro.
No sentido mostrado, os contaminantes químicos destacam-se daqueles de
caráter infeccioso ou parasitário uma vez que são prejudiciais à saúde humana, devido à
exposição prolongada, distinguindo-se daqueles com propriedades tóxicas cumulativas,
tais como metais pesados e agentes carcinogênicos.
Estudos experimentais propostos por Bloemen (2013) indicaram que a exposição
ao CF por inalação, durante o banho por cerca de 8 minutos pode ser até 6 vezes maior
42
do que pela ingestão da mesma água por um período e 24 horas. Segundo Young (2017),
a água de piscina clorada é outra fonte de exposição aos THM.
Figura 17. Diagrama da sonda tetrapolar, onde 𝒅𝒆 é o diâmetro do eletrodo e 𝒅𝒑 o diâmetro externo da
sonda.
Fonte: Bertemes-Filho (2002) e Bertemes-Filho (2013).
Figura 18. Diagrama do sistema de medição, mostrando a ligação da sonda com o computador.
Fonte: Bertemes-Filho e Dutra (2014)
Figura 19: Área de estudo contendo os setores onde se coletou as amostras de água.
Fonte: Soares et al. (2016)
Capítulo 3
Figura 21: Recipente padrão para medições Figura 22: Recipiente padrão para medições
Fonte: Autor Fonte: Autor
Na tela “Tank Level”, observa-se a barra que diz “Speed of Sound (m/s)”, que é a
velocidade do som em m/s no meio aquoso, nela deve ser inserido o valor 1480 para que
os cálculos de tempo sejam corretos.
Conforme visto na Figura 25, o nível do reservatório está em 0, logo, enquanto a
água é colocada no reservatório padrão, o reservatório virtual deve acompanhar a
variação do nível de água. Para validar a medição, utilizam-se duas formas diferentes: a
medição de nível de água no reservatório com uma régua e pelo tempo em que a onda
sonora é transmitida e recebida pelo sensor. Em caso de medição incorreta, pode-se
alterar o valor dos bits nos registradores CONFIG0, CONFIG1, CONFIG2, CONFIG3,
CONFIG4. Para visualizar as ondas no osciloscópio, os pinos START (J4), STOP (J3) e
COMP_IN (J7) destacados na Figura 26 e avalia-se a variação de tempo (TOF) entre o
START (primeiro pico de onda quadrada) e o STOP (segundo pico de onda quadrada) e
verifica-se a diferença corresponde ao TDC AVG VALUE na Figura 24. Para validar os
valores fornecidos pelo software, calcula-se o nível do tanque utilizando (3.1).
𝑡 (3.1)
𝑑= 𝑣
2
Este tópico descreve o sistema criado incluindo peças eletrônicas, por exemplo,
como os conversores de tempo para digital funcionam no sistema e como provar se os
resultados obtidos estão corretos. O conceito proposto pelo sistema pode ser expandido
para identificar e caracterizar outros líquidos como fluidos hidráulicos ou leite.
O TDC 1000 está conectado a dois transdutores ultrassônicos. O MCU está
conectado aos TDCs via SPI. Durante o período de medição, o MCU energizará os TDCs
e os inicializará através do SPI. O processo de medição do tempo de voo é feito no TDC
1000 e no TDC 7200 sem interferência do MCU. Depois de concluir o processo, os dados
de medição são armazenados no TDC 7200. O MCU procurará os dados por SPI e
desconectará o chip do TDC para economizar energia. No sistema montado, o MCU envia
os dados para o PC, que processará o cálculo. O MCU entra no modo de baixa energia e
repete todo o processo após um intervalo de um segundo. O diagrama de blocos do
sistema proposto é mostrado na Figura 28 e o setup do sistema na Figura 29.
FLUXO
d
Rref
B TX1/RX2 A TX2/RX1
TX2 START
TX1 STOP
RX1
TDC TDC
TRIGGER 7200
RX2 1000
TRIGGER
ERRB
RESET
EN
SPI
osc
SPI
AQUISIÇÃO MCU ENABLE
DE DADOS INT
TOF recebidos pelo transdutor e analisados pelo TDC 1000-TDC 7200 EVM, deve-se usar
(2.13) para encontrar as medidas corretas para o tempo de voo de acordo com a
velocidade do som.
A equação (2.13) está usando o parâmetro “d” que é a distância entre os refletores,
como mostrado na Figura 30, ou seja, a distância afetará o sistema porque quanto maior
a distância, maior o tempo de voo. As medições foram feitas usando um tubo DN20, que
possui dois transdutores acoplados internamente. O tubo possui dois espelhos internos,
que podem ser vistos na Figura 31, em corte, que têm a função de refletir as ondas
geradas pelos transdutores e enviá-los de uma vez para outra e depois para a outra,
dando assim maior estabilidade ao sistema, já que a distância entre os transdutores é
fixa. A representação do cano DN20 com os transdutores acoplados está na Figura 32 e o
passo a passo do funcionamento do sistema de detecção de cloro é mostrado no
fluxograma da Figura 33.
Flow d
Transducer A Transducer B
Início
Medição do ToF
da água limpa
Contaminar a
amostra com cloro
Analisar resultado
do ToF
ToF incrementou?
O método inicia-se com a primeira medição da amostra de água limpa, onde o ToF
da mesma é analisado. Analisado o ToF da amostra, é necessário fazer outras medições,
57
com outras amostras de água e por fim verificar a repetitividade da mesma. Caso haja
variações em grandes escalas, é possível que tenha ocorrido algum problema com os
transdutores ou até mesmo com a placa. [referenciar a figura 33 aqui. As figuras
devem ser referenciadas antes de aparecerem]
[por que usar o labview? E para quê? Explicar com mais detalhes. Ele não
pode cair de para-quedas.]
Capítulo 4
4. Resultados e Discussões
A detecção ultrassônica que utiliza técnica de medição de TOF pode ser utilizada
para detectar níveis de pureza/contaminação e/ou diferenciar materiais, utilizando um
método não invasivo. No caso deste projeto, o TOF foi o responsável por demonstrar
como a velocidade do som variou de acordo com o meio. Foram feitas diversas medições,
como mostrado na Tabela 1, utilizando:
Água Mineral
Hipoclorito de Sódio diluído a 2,55%
Água Sanitária
Lauril
Sal
Fluidos TOF (𝝁𝒔) TOF (𝝁𝒔) TOF (𝝁𝒔) TOF (𝝁𝒔) TOF (𝝁𝒔)
Fonte: Autor
Realizadas as medições é possível compreender que alguns fluidos tiveram
grandes variações, uma vez que o recipiente padrão tinha as dimensões de 65x71x80 o
que de acordo com a equação (3.1), obtém-se 42 microssegundos, que é o valor que será
padronizado nas medições, ou seja, todos os tempos de voo devem estar em volta dele.
Este item mostra os resultados obtidos, portanto é mostrado como o tempo de voo
da amostra funciona quando há contaminação do cloro sobre ele, além de gerar equações
para determinar a concentração de cloro e o tempo de voo da amostra. Vários testes
foram realizados inicialmente para verificar como o cloro afeta cada TOF das amostras de
água contaminada, já que algumas vezes o tempo de voo das amostras pode ser muito
similar, como mostrado na Tabela 2. Os testes foram feitos com água filtrada e água
fervida, usando as concentrações de 0,1, 0,15, 0,2 e 0,25 ml de água sanitária diluída,
equivalente a 2,5, 3,75, 5,0 e 6,25 mg de cloro. A equivalência da concentração foi feita
utilizando a equação (4.1), de acordo com o mostrado pela National Fundation of Health
(2014).
𝑆𝑁 = 0,025 ∗ 𝑄 (4.1)
Fluidos TOF TOF TOF TOF TOF TOF TOF TOF TOF TOF
(𝝁𝒔) (𝝁𝒔) (𝝁𝒔) (𝝁𝒔) (𝝁𝒔) (𝝁𝒔) (𝝁𝒔) (𝝁𝒔) (𝝁𝒔) (𝝁𝒔)
Água 63,892 63,928 63,889 63,892 63,890 63,897 63,851 63,847 63,927 63,898
limpa
+0,1 ml 64,395 64,418 64,422 64,407 64,398 64,372 64,439 64,452 64,398 64,427
+0,15 ml 64,915 64,896 64,919 64,932 64,909 64,914 64,919 64,932 64,937 64,934
0,20 ml 64,955 64,947 64,953 64,965 64,956 64,965 64,968 64,962 64,968 64,947
0,25 ml 65,341 65,342 65,326 65,336 65,344 65,346 65,331 65,337 65,334 65,336
Fonte: Autor
Como não há distúrbio interno a não ser quando a amostra de água é colocada
dentro do tubo, o sistema permanece estável, com poucas variações de TOF. De acordo
com a Tabela 2, a variação da TOF entre água com água sanitária e água potável foi de
aproximadamente 1,4 microssegundo, o que para o microcontrolador é uma variação alta,
considerando sua resolução que é de cerca de 77 picossegundos. Mesmo com a baixa
quantidade de cloro na água, considerando cálculos estequiométricos, como, por
exemplo, a equivalência de 0,1 mL a 2,5 mg de cloro, é possível observar uma mudança
considerável na TOF, embora a medição seja ligeiramente superior à estabelecida pelo
Ministério da Saúde.
A fim de melhorar a precisão do sistema, os mesmos fluidos foram avaliados em
um intervalo de tempo de três dias, a fim de verificar se houve algum tipo de reação
tardia, como, por exemplo, a evaporação do gás cloro e alteração do pH da água. As
amostras de água limpa e a mistura de água com 0,2 ml de água sanitária foram
escolhidas. O resultado foi o esperado, uma vez que com as constantes mudanças de
temperatura e manuseio das amostras, a repetitividade apresentou um erro de 12%.
Com o passar dos minutos, a velocidade do som geralmente apresenta variações
muito grandes devido à instabilidade da água, que sofre com variáveis externas como a
temperatura ambiente e também com variáveis internas como o pH.
A água contaminada por cloro apresenta um aumento constante do TOF devido à
reação química que ocorre, que tem como subproduto o gás cloro, que é prejudicial à
saúde humana se houver exposição constante. Note que quanto mais a quantidade de
cloro na amostra aumenta, mais lenta é a velocidade do som, ou seja, maior o TOF entre
61
A mistura de água potável com água sanitária após três dias, mostrou uma
variação de cerca de 1,1 microssegundos de diferença em relação à água potável. Isso
ocorre devido às propriedades físicas da água utilizada, pois sua densidade é
aproximadamente 3,4% superior à densidade da água, o que certamente influenciou na
diminuição da velocidade do som, diminuindo o TOF da amostra, além do possível
vazamento de gás cloro após este período de tempo, o que pode ter influenciado a
diminuição do TOF também.
A Figura 30 mostra a variação do tempo de voo de cada amostra de água sanitária
misturada com água. Nota-se que o aumento na quantidade de água sanitária, o tempo
de voo aumenta linearmente, tendendo a valores mais altos com cada adição de água
sanitária. Analisando o gráfico da Figura 30, a concentração de cloro na água pode ser
calculada utilizando a equação (4.3).
62
𝑇𝑜𝐹−67,752 (4.4)
𝑒 0,8693 +6,67
[𝐶𝑙] =
4,27
Capítulo 5
5. Conclusão
[aquele texto é do fim do cap 4, não 5.
Colocar aqui de fato as suas conclusões,
apresentando desde o problema até sua
solução e resultados satisfatórios,
apresentando, inclusive, se os objetivos
foram alcançados ou não. se não foram
alcançados, explicar os motivos.]
REFERÊNCIAS