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1- Que é sistema? Há diferença entre sistema e ordenamento jurídico? Pode-se dizer que
o direito positivo se caracteriza como um sistema?
(III) Sendo assim, não se pode caracterizar direito positivo como um sistema, pois o
sistema antecede o direito positivo, sendo o primeiro imprescindível para a organização
do direito positivo.
2. Que se entende por “sistema constitucional tributário”? Qual sua função no direito
tributário?
3. Que é princípio, como é e para que serve? Há diferença entre regras e princípios? No
caso de conflito, qual deve prevalecer? E no caso de conflito entre princípios, qual
critério deve informar a solução? (Vide anexos I e II).
R: (I) Princípio é uma norma jurídica de posição elevada e superior em relação a outras
normas. Diz-se que o princípio serve como diretriz para nortear tanto as relações do
ordenamento jurídico, quanto as relações que estão fora do ordenamento.
Para Paulo de Barros de Carvalho, princípios são “aqueles primados que, explícita
ou implicitamente, se irradiam pelo subsistema das normas tributárias, penetrando-as e
ativando-as em certa direção.”1
Sendo assim, ALEXY nos diz que o princípio é norma ordenadora “de que algo se
realize na maior medida possível, dentro das possibilidades jurídicas e reais existentes”
(ALEXY, p. 86-87, Apud CUNHA JÚNIOR, 2012, p. 155) 2.
1
Curso de direito tributário / Paulo de Barros Carvalho. – 30. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019.
2 ALEXY, p. 86-87, Apud CUNHA JÚNIOR, 2012, p. 155
3 ALEXY, p. 86-87, Apud CUNHA JÚNIOR, 2012, p. 155
Na colisão entre regras, o afastamento se dá pela cláusula de exceção: onde uma
se aplica, a outra não será aplicada; onde uma vale, a outra não vale.
b) estipulação de graus de risco da atividade laborativa (para o SAT) por meio de decreto
(vide anexo IV);
R: A Súmula 565, do STF diz que: “A multa fiscal moratória constitui pena
administrativa, não se incluindo no crédito habilitado em falência”.
Esse ponto é de fundamental importância para a defesa do contribuinte, uma vez que,
permite a aplicação dos princípios balizadores do direito penal, ramo do direito público,
que anda junto do direito tributário, em referência ao caso concreto da infração
tributária. Trata-se de um esforço de mediação supletiva, para suprir a inexistência de
uma norma geral regulatória das multas tributárias como subsistema, dentro do sistema
constitucional de nosso direito tributário e, por afinidade, de nosso direito penal.
e) lei municipal ou distrital que institui responsabilidade pelo crédito tributário a terceira
pessoa;
R: A penhora deste bem, afronta o princípio da dignidade da pessoa humana, uma vez
que o automóvel é utilizado para a subsistência do executado.
O rol de bens impenhoráveis não são taxativos e absolutos, podem ser observado o
caso concreto.
Portanto, não fere qualquer princípio a violação do sigilo bancário, nos casos previstos
em lei.
R: Neste aspecto, entendo que fere princípio constitucional previsto no artigo 5º,
inciso XXXV, segundo o qual diz:
Nas lições de Paulo de Barros Carvalho4, tal situação fere ainda, o princípio da
legalidade, vejamos:
“o princípio da legalidade é o limite objetivo que se presta, ao
mesmo tempo para oferecer segurança jurídica aos cidadãos, na
certeza de que não serão compelidos a praticar ações diversas
daquelas prescritas por representantes legislativos, e para
4
CARVALHO, Paulo de Barros - Direito Tributário – Linguagem e Método - Editora Noeses 2ª Ed. São Paulo
– 2008 p.282-283.
assegurar a observância ao primado constitucional da tripartição
de poderes. (...) se do consequente da regra advier a obrigação
de dar, fazer ou não fazer alguma coisa, sua construção
reivindicará a seleção de enunciados colhidos apenas e tão
somente ao plano legal”.
R:
R: (i) competência tributária é o poder de criar tributos, sendo esse poder conferido
pela CRFB/88 à União, aos Estados-membros, ao Distrito Federal e aos Municípios. O
legislador constitucional determinou quais tributos cada ente político pode criar, bem
como, limitou esse poder de criação, impondo limites.
Porém, um ente pode não fazer uso da competência que lhe é atribuída, podendo
determinar se irá ou não exercitá-la. Como exemplo, observe-se, nessa linha, que
centenas de Municípios não instituíram ou criaram o Imposto Sobre Serviço (ISS), mas
poderão fazê-lo a qualquer momento manejando os instrumentos legais pertinentes
5 CARRAZA, Antônio Roque - Curso De Direito Tributário – Editora Malheiros – 16ª. ed. - São Paulo - 2001- p. 417
“Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150,
I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de
consumo de energia elétrica”.
Com fundamento nesse dispositivo, a Prefeitura de Itumambé instituiu o seguinte tributo:
Prefeitura Municipal de Itumambé, Decreto Municipal 3.708 de 10/10/03 (DOM 13/10/03)
Art. 1º Fica instituída contribuição para o custeio do serviço municipal de energia elétrica que tem
como fato gerador a prestação do serviço de energia elétrica pelo Município.
Art. 2º A base de cálculo é o valor da fatura de consumo de energia elétrica.
1 §º A alíquota é de 0,5%.
2 §º Os contribuintes que morarem na região central pagarão 50% a mais do valor devido.
Art. 3º Contribuinte é o consumidor de energia elétrica.
Art. 4º Compete à Secretaria de Finanças fiscalizar o abatimento realizado pela concessionária.
Art. 5º A importância devida a título dessa contribuição deve ser paga até o último dia do mês
subsequente e recolhida pela concessionária de energia elétrica juntamente com a fatura mensal
de consumo, ficando a concessionária responsável pelo abatimento do montante recolhido da
fatura municipal.
Parágrafo único. O não-pagamento da contribuição, ou o não repasse, implica multa de 150 UFIRs.
Art. 6º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, devendo produzir todos os seus efeitos
a partir do dia 01/11/03.
{...].
Pergunta-se:
a) O sistema constitucional tributário brasileiro admite alterações na faixa de
competência tributária das pessoas políticas? Há alguma vedação à ampliação da
competência tributária municipal por meio de emenda constitucional? Em caso
afirmativo, qual(is)?
Dentre tais direitos encontra-se o do contribuinte não ser tributado além dos
limites constitucionalmente impostos.
6
BARRETO, Aires F. - Curso de Direito Tributário Municipal – Editora Saraiva - São Paulo – 2009 – p.518.
inconstitucionalidade. Primeiro porque implica a abolição dos
limites do poder de reforma; derruba as balizas dessa diretriz
para atribuir ao Município tributo cuja espécie a Constituição
reservou à União (salvo a de sistemas de previdência); Segundo,
porque a emenda aniquila o direito individual de os contribuintes
não serem tributados, à luz da imodificável discriminação de
rendas, plasmada na Constituição”
Somente a União pode instituir imposto extraordinários sobre hipóteses que sejam da
competência de outro ente federativo, na forma do artigo 154, II, da Constituição Federal
Os parágrafos do artigo 2º, por sua vez, infringem o princípio da isonomia, na medida
em que a região em que reside o contribuinte, não pode servir de referência para instituir
a alíquota.
Por fim, a lei ofendeu o princípio da anterioridade, pois os tributos somente podem
ser cobrados no exercício anual posterior e depois de decorridos 90 dias da data em que
foi publicada a lei que os instituiu. Assim, ao publicar uma lei na data de 13/10/2003 e
prever a cobrança do tributo a partir de 01/11/2003 restou contrariado o princípio da
anterioridade.
d) A alteração do prazo de pagamento deve respeitar o princípio da anterioridade? Em qual
o critério da Regra-Matriz de Incidência figura o prazo para pagamento do tributo?(Vide
anexo XI).
O artigo 150, aplica-se aos tributos em geral, determinando-se que é vedado cobrar
tributos no mesmo exercício financeiro e antes de decorridos 90 dias da lei que os
instituiu ou aumentou.
Convém esclarecer, que apesar da supracitada súmula elucidar que ela não
desrespeita a anterioridade, também não irá ferir o princípio da legalidade, pela sua
ausência nas matérias de reserva legal do artigo 97 do CTN.
Coadunando com tal raciocínio, elucida, sobre o tema, os doutrinadores Alexandrino
e Paulo7, em outra obra sua sob o enfoque do Direito Tributário, dessa vez
especificamente na Constituição e no STF, dizem que:
7
ALEXANDRINO & PAULO, Marcelo & Vicente - Direito Tributário na Constituição e no STF Teoria e Jurisprudência -
Editora Impetus - Niterói, RJ – 2006 – p. 85.