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CUIDADOS DO OLHO
MÓDULO DE FORMAÇÃO - ERROS REFRACTIVOS
- MANUAL DO ESTUDANTE -
EDIÇÃO: 2012 VERSÃO: 1
AUTORES:
Jane Kierath Sonja Cronjé
Neilsen de Souza Shoshana Jackofsky
David Wilson
OUTROS COLABORADORES:
Mitasha Marolia Gerd Schlenther Naomi Freuden
AGRADECIMENTOS:
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© 2008 Centro Internacional de Educação para os Cuidados do Olho
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MÓDULO DE FORMAÇÃO – ERROS
REFRACTIVOS
- MANUAL DO ESTUDANTE -
ÍNDICE
1 Introdução ao Olho
2 Óptica
3 Refracção E Acomodação
4 Lentes Esféricas
5 Lentes Astigmatas
6 Cruz óptica e Transposta
7 Distância inter-pupilar
8 Caixas De Prova E Armações De Prova
9 Neutralização Manual E Vertometria
10 Acuidade Visual
11 Acuidade Visual Com Furo Estenopeico
12 Miopia, Hipermetropia e Astigmatismo
13 Presbiopia
14 História do Caso
15 Introdução à refracção
16 Retinoscopia
17 Refracção esférica
18 Refracção Esfero-cilíndrica
19 Controlo da Acomodação
20 +1 Teste e Equilíbrio Binocular
21 Refracção de Perto para a presbiopia
22 Registo de Anamnese e Cartas de Referência
23 Prescrição de óculos
24 Prescrição de óculos para presbiopia
25 Prescrição de óculos para astigmatismo
26 Prescrição De Óculos Pré-Montados
27 Manuseamento, Ajuste e Cuidados a ter com a Armação
28 Cegueira E Visão Diminuída
29 Criar um consultório de refracção
30 Gestão de uma Clínica para os Serviços de refracção
INTRODUÇÃO AO OLHO
PENSA
Uma mãe leva o filho á consulta para lhe verem a pálpebra, porque, enquanto brincava
magoou-se com um pau. Perante este panorama, temos que agir e decidir o que fazer.
Como descreveria o que estava de errado com o olho da criança nos registos dos vários
exames?
OBJECTIVO
Esta unidade apresenta algumas das diferentes partes do olho – como são chamadas e que
funções têm.
RESULTADOS DA APRENDIZAGEM
Por vezes as pessoas não vêem bem, sentem dor ou têm vermelhidão, devido a algum
problema em alguma parte dos seus olhos.
É importante saber distinguir as diferentes partes do olho, para relacionar a que parte
correspondem os sintomas que a pessoa apresenta. Esta informação pode ajudar-nos a
verificar qual a estrutura que está afectada e como agir.
Vamos iniciar o nosso estudo pelas partes que podem ser observadas sem a necessidade
de utilizar instrumentos específicos. Ao observar o olho, uma boa luz ajuda, tal como a
lâmpada de fenda, uma lanterna ou mesmo a luz solar, caso não haja este tipo de material.
PARTES DO OLHO
Órbita: O olho é rodeado por uma cavidade óssea que é chamada de órbita.
Filme
Lacrimal: O filme lacrimal é a camada aquosa na frente do olho.
Esclera: A figura acima mostra a parte externa do globo ocular que é denominada
de esclera. A esclera tem como
mo característica a cor branca e pode dar ideia de
uma concha de borracha que envolve o olho. Da parte externa da esclera saiem
seis músculos extra-oculares (que controlam os movimentos do olho) e do
nervo óptico (que liga o olho ao cérebro).
Córnea: A imagem abaixo mostra a parte externa do globo ocular, que é a córnea. A
córnea é diferente da esclera, pois não está na parte branca, mas sim
na transparente
transparente. A córnea pode dar a percepção da janela do olho.
Quando olha
olhar para os olhos de uma pessoa, pode ver através da córnea a cor
dos olhos da mesma
mesma. A córnea é transparente para que possa deixar entrar a
luz no globo ocular para que possamos ver.
Figura 4: A córnea.
A córnea ajuda a concentrar a luz que entra no olho, fornece 2/3rds da potência
total do foco do olho.
A córnea:
• permite que a luz entre no globo ocular
• protege o olho
• ajuda o olho a concentrar a luz.
• conjuntiva bulbar
bulbar: Reveste a parte anterior do globo ocular. Esta parte da
conjuntiva cobre a esclera, mas não cobre a córnea.
Pontos Lacrimais: A lágrima está sempre a ser renovada e necessita de encontrar uma
maneira
aneira para drenar para fora do olho. Os sítios para o sistema de
drenagem lacrimal são chamados os pontos lacrimais,
rimais, ou simplesmente,
pontos. Estes pontos de drenagem são muito pequenos e estão
situados nas margens das pálpebras perto do canto inferior do olho.
olho
Com muita luz a pupila fica pequena, contrai, com pouca luz, a pupila
fica maior
maior, dilata.
Humor aquoso: A câmara anterior do olho, entre a córnea e a íris, é preenchida com
um líquido aquoso chamado humor aquoso, ou simplesmente aquoso.
O humor aquoso dá forma ao olho.
Cristalino
ou Lente: A figura acima mostra o cristalino que geralmente é chamado de lente. A
lente está localizada atrás da íris e da pupila. Normalmente
ormalmente é transparente,
como o vidro
vidro, e só pode ser vista com a ajuda de instrumentos específicos.
A lente é suspens
suspensa atrás da pupila por fibras zónulares. As fibras zónulares são
muitas vezes chamadas simplesmente de zónula. Uma extremidade
da zónula está associada á lente e a outra extremidade está ligada ao
músculo ciliar. Quando o músculo ciliar contrai ou relaxa, a zónula
zó muda a
forma do cristalino, mudando também o poder de foco do mesmo.
Músculo
Ciliar: O músculo ciliar é um músculo situado ao pé do cristalino,, este
e músculo une-se
ao cristalino através da zónula. O músculo ciliar muda a forma do cristalino para
que o olho possa acomodar.
Quando o mú
músculo ciliar relaxa, a zónula tornar-se tensa (esticada) e a lente
torna-se mais fina - isso diminui o poder de foco do cristalino.
cristalino
À medida que envelhecemos, a lente fica menos flexível e não muda de forma
com tanta facilidade. Isto significa que não podemos mudar o nosso foco
rapidamente. Ao manter as coisas próximas de nós, não as conseguimos ver
bem. Geralmente acontece por volta dos 45 anos de idade, chamada de
presbiopia.
A presbiopia pode ser corrigida com óculos de leitura, com o passar dos
anos estes necessitam de ser mais fortes porque o cristalino fica menos flexível,
mais duro.
Fundo: O fundo é um termo geral que se refere ao interior do olho ol que pode ser
visto quando olhamos através da pupila com um instrumento especifico. O
fundo inclui a retina, disco óptico e os vasos sanguíneos na parte posterior do
olho. Quand
Quando usamos o oftalmoscópio para examinar esta parte do olho,
chamamos-lhelhe exame ao fundo de olho.
Nervo
Óptico: O nervo óptico pode ser pensado como um fio de telefone que permite
que o olho converse com o cérebro - diz ao cérebro o que vê.
Não há retina sobre o disco óptico, pelo que esta parte do fundo do olho não
é capaz de receber luz, e não é capaz de enviar mensagens visuais para o
cérebro. Esta área é chamada de ponto cego.
O cérebro disfarça (oculta) o ponto cego, a maioria das pessoas não sabem
que têm um em cada olho
olho.
Músculos
Extra-oculares: Há seis músculos ligados à parte externa de cada olho. Estes músculos são
conhecidos como os músculos extra-oculares (MOE) e são responsáveis pelo
controle dos movimentos oculares.
Figura 11
11: A órbita e do nervo óptico.
1. O filme lacrimal, a córnea, o humor aquoso, o cristalino, o vítreo devem ser transparentes,
de modo a que a luz possa chegar a retina sem ser interrompida. Estas estruturas
oculares estão todas em linha ao longo do eixo visual.
2. A imagem deve ser focada pela córnea e pelo cristalino para que forme uma imagem
nítida sobre a retina na parte posterior do olho.
3. O nervo óptico deve levar a informação recebida pela retina para o cérebro, de modo que
possa ser traduzida numa imagem.
Um paciente chega a consulta com dores num olho. Ao examina-lo descobre que tem um
pequeno pedaço de metal (um corpo estranho) no olho. É necessário escrever uma carta para
encaminhar o paciente para um profissional de saúde que lhe possa remover o corpo estranho.
A carta tem que descrever onde se encontra alojado o corpo estranho. Para isso é necessário
saber em termos direccionais, a localização exacta do corpo estranho:
Superior Superior
Inferior Inferior
Figura 12: Vista frontal da cabeça. Figura 13: Vista lateral da cabeça.
……………. ……………………
……….
………………
…………… ……………..
……….. …………
………
……………..
……………
………
……………….
…………….. …………….
2. Complete a tabela.
Pensa
Alguma vez olhou por uma lente com potência? Alguma vez viu um espelho que faz objectos
parecerem mais pequenos do que são na realidade? Alguma vez viu um cristal fazer um arco-íris
numa parede?
Todas estas coisas utilizam a óptica para desviar a luz e alterar imagens.
OBJECTIVO
Esta unidade pretende introduzir o estudo da óptica. Vai compreender como é que a luz viaja e como
algumas superfícies reflectem a luz enquanto outras permitem que a esta passe.
RESULTADOS DA APRENDIZAGEM
Depois de trabalhar nesta unidade, deve saber:
• Descrever os diferentes meios ópticos e como os seus índices de refracção afetam a luz
• Explicar o que acontece aos raios luminosos que viajam através do centro óptico da lente
Para ver claramente, os olhos devem receber luz e concentrá-la na retina, na parte posterior do olho.
Se o olho não focar bem a luz, poderão ser necessários uns óculos para dar uma melhor visão.
Comportamento
da Luz: A luz viaja a partir de um objecto para os nossos olhos movendo-se em linhas
rectas. Estas linhas chamam-se raios luminosos.
Meio Óptico: Raios luminosos podem viajar através de qualquer material transparente. Um
material transparente que permita que a luz viaje é chamado de meio óptico.
• Gás (ar)
• Líquido (água)
• Sólido (vidro ou plástico).
Índice de Refracção: Todos os meios ópticos têm um índice de refracção específico. Este índice diz-
nos o quanto mais rápido viaja a luz através do ar, do que viaja através de
outro meio. É a comparação da velocidade da luz no ar com a velocidade da
luz noutro meio.
A luz viaja mais rápido num meio com índice refractivo baixo (como o ar), e
mais lentamente num meio que apresente um índice elevado (como o vidro).
Exemplo:
Isto significa que a luz viaja 1.5 vezes mais rápido no ar do que no vidro.
Quando um raio luminoso chega (também chamado de raio luminoso incidente) e embate numa
superfície refletora é refletido. Isto significa que vai viajar no sentido contrário da superfície como
sendo um raio luminoso reflectido.
Figura 6: Reflexão.
No ponto onde o raio luminoso atinge a superfície reflectora, podemos desenhar uma linha
perpendicular tracejada (com um ângulo de 90º) à superfície refletora. Esta linha tracejada é chamada
de linha normal (ou simplesmente a normal).
Lei da Reflexão:
Ângulo de incidência = Ângulo de reflexão
No ponto onde o raio luminoso atinge a superfície reflectora, podemos desenhar uma linha
perpendicular tracejada (com um ângulo de 90º) à superfície reflectora. Esta é a linha normal (ou
normal). O ângulo entre a normal e o raio luminoso incidente é chamado de ângulo de incidência (ί). O
ângulo entre o raio refractado e a normal é chamado de ângulo de refracção (ί′).
Figura 7: Refracção.
Quando um raio luminoso viaja de um meio para outro (como do ar para o vidro), a direcção a que o
raio luminoso viaja vai ser alterada – o caminho do raio luminoso vai ser desviado. Chama-se a isto a
refracção da luz.
A quantidade de raios luminosos que são desviados depende do índice de refracção do meio de onde
o raio luminoso é proveniente e do índice de refracção do meio onde vai incidir.
Um raio luminoso vai ser mais refractado se houver uma maior diferença de índices
refractivos entre o meio de origem e o novo meio.
Um raio luminoso vai ser menos refractado se houver uma diferença menor entre os
índices refractivos entre o meio de origem e o novo meio.
Quando um raio luminoso viaja a partir de um meio com um índice refractivo menor para um meio com
um índice refractivo maior, o raio luminoso será desviado em direcção à normal.
Um prisma tem a forma de um triângulo. Um dos lados deste triângulo é a base do prisma, e o canto
que se opõe à base é chamado de vértice. O ângulo do vértice é chamado de ângulo apical e o seu
tamanho vai afectar o quanto o prisma desvia a luz.
No ponto em que o raio luminoso atinge a superfície reflectora, podemos desenhar uma linha
perpendicular tracejada (com um ângulo de 90°) à superfície reflectora. Esta é a linha normal. Quando
um raio luminoso atravessa um novo meio, neste caso um prisma, vai alterar o ângulo entre a linha
normal e o raio refractado.
Lembre-se:
• Se um raio luminoso viajar para um meio com um índice
refractivo maior: o ângulo de refracção é mais pequeno que
o ângulo de incidência.
• Se um raio luminoso viajar para um meio com um índice
refractivo menor: o ângulo de refracção é maior que o ângulo
de incidência.
Um prisma não foca a luz. Se a luz paralela entra para o prisma, então, a luz
paralela sai do outro lado.
Desvio Aparente: Quando olhamos para um objecto através de um prisma, o objecto vai parecer
que está mais perto do vértice do prisma do que está na realidade. Isto é
chamado de desvio aparente do objecto.
Figura 13: Desvio aparente: A luz vinda de um objecto é desviada para a base do
prisma, mas o objecto aparenta desviar-se para o vértice.
O projector tem lentes que podem focar uma imagem numa tela. As lentes podem mudar o foco dos
olhos de modo a tornarem a imagem mais nítida, clara.
Todas as lentes têm duas superfícies: a superfície anterior e a superfície posterior. A lente deve ter
pelo menos uma superfície curva para que possa focar a luz.
As lentes são de vidro ou plástico, e de várias formas. As formas de lentes mais comuns são:
Uma lente positiva tem o ponto focal onde todos os raios de luz refractados convergem e se
encontram.
A lente negativa faz os raios de luz divergirem, como se viessem de um ponto.
Uma lente aumenta os raios de luz em quantidades diferentes, dependendo do índice de refracção do
seu material e da superfície da lente onde o raio de luz incidente entra.
Apesar do prisma só desviar a luz e não a focar, a lente pode ser vista como um prisma unido.
Uma lente positiva pode ser vista como dois prismas que estão unidos pelas bases.
Uma lente negativa pode ser vista como dois prismas que estão unidos pelos vértices.
Esta descrição básica de uma lente ajuda-nos a perceber como a luz atravessa as lentes positivas e
negativas. Podemos ver que dois prismas por si só não podem focar a luz num único ponto, mas
podem desviar a luz.
Uma lente é na realidade como um grande número de prismas que ficam mais fortes para o bordo.
Podemos ver no diagrama A, em baixo, como poderia funcionar se adicionássemos apenas mais dois
prismas na figura em cima. Se somarmos mais raios luz, precisaríamos de mais prismas para desviar
a luz para um foco (diagrama B).
Figura 17: A lente é como um grande número de prisma, gradualmente mais forte
do centro para o bordo da lente.
Centro Óptico: Os raios de luz que atravessam o ponto onde os dois prismas se unem, não
são desviados. Este ponto é chamado de centro óptico da lente.
O centro óptico é o único sítio da lente onde o raio de luz viaja sem ser
refractado. São os centros ópticos que alinhamos com os olhos da pessoa ao
fazer os óculos.
O centro óptico de uma lente positiva é o ponto onde a lente é mais grossa,
numa lente negativa é o ponto onde esta é mais fina.
A lente plana pode ter duas superfícies planas ou duas superfícies curvas.
Figura 20: As lentes planas podem ser planas ou curvas. Os raios de luz que
atravessam a lente plana não são desviados.
1. Numere os diferentes tipos de raios de luz (em termos de direcção a que viajam).
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2. Nomeie as duas únicas maneiras onde os raios de luz podem mudar de direcção.
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6. Quando um raio de luz viaja de um meio com menor índice de refracção para um
meio de maior índice de refracção, a luz é desviada para longe ou em direcção á
normal?
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7. Quando um raio de luz viaja de um meio com maior índice de refracção para um
meio de menor índice de refracção, a luz é desviada para longe ou em direcção á
normal?
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8. Será que um raio de luz é mais refractado se houver uma diferença maior entre o
índice de refracção do meio original e o do novo meio, ou se houver uma diferença
pequena?
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PENSA
Uma mãe dirige-se a si. È costureira e queixa-se que nos últimos tempos quando está a fazer roupas
para o seu filho, sempre que realiza esta tarefa, sente dores de cabeça.
OBJECTIVO
Este modulo tem como objectivo introduzir o “sistema óptico olho”/comportamento da luz e o que
ocorre quando existem defeitos de refracção no olho.
RESULTADOS A OBTER:
Após teres trabalhado neste modulo deverás ser capaz de:
• Descrever como funcionam em conjunto estas estruturas com o objectivo a focar a luz e de
formar a imagem visual
• Explicar quais as alterações do olho de forma a passar o foco de objectos ao longe para
objectos próximos
Ao longo do seu percurso, os raios de luz são convergidos (unem-se num único ponto) – primeiro pela
córnea, e posteriormente pelo cristalino. O desvio ou a convergência dos raios resulta num foco. Se a
luz for focada na retina, será formada uma imagem nítida.
Na retina, a luz é convertida em sinais eléctricos os quais são enviados para o cérebro através do
nervo óptico. Estes sinais eléctricos são interpretados pelo cérebro como uma imagem visual.
É importante saber que os raios de luz provenientes de um objecto ao longe chegam ao olho paralelos
(Figura 1). Um objecto ao longe, é considerado quando situado a mais de 6 metros (m).
Os raios de luz provenientes de um objecto próximo são divergentes (afastam-se uns dos outros).
Quanto mais próximo o objecto do olho, mais divergentes se tornam os raios.
Para que o foco dos raios se situe exactamente na retina, deve verificar o seguinte:
• A córnea e o cristalino devem desviar (ou convergir) os raios numa quantidade exacta.
• O globo ocular deve ter um comprimento correcto (a distância entre a córnea e a retina).
2
A córnea é responsável por /3 da potência refractiva do
olho.
1
O cristalino contribui com /3 para a potência refractiva do
olho, tendo este capacidade de realizar variações (realizar
também pequenos ajustes) na potência total do olho
através de alterações na sua forma.
Uma pessoa pode ter uma combinação destes três factores, resultando um
olho com um comprimento ou forma incorrecta, impedindo a luz de focar de
forma perfeita na retina.(Figura 2). No caso da luz proveniente de um objecto
próximo ou distante não se focar adequadamente na retina, a pessoa
manifestará problemas de visão, uma vez que possui um erro refractivo.
• Hipermetropia
Pessoas com hipermetopia (designados por “hipermetropes”) por vezes
podem ver ao longe, frequentemente, manifestam dificuldades ao perto.
Com o envelhecimento, a visão ao longe dos hipermetropes fica
também afectada.
• Miopia
Pessoas com miopia (designados por míopes) não vêem bem ao longe,
mas dependendo da sua quantidade de miopia, podem ver bem ao
perto.
• Astigmatismo
Um olho com astigmatismo, tem diferentes potências em diferentes
meridianos do olho. A luz ao atingir o olho vai encontrar diferentes
potências, resultando multifocos em vez de um ponto focal único.
• Presbiopia
A presbiopia desenvolve-se com o envelhecimento (normalmente após
os 40 ou 45 anos), quando o cristalino demonstra incapacidade de
focar a luz proveniente de objectos próximos. Pessoas com presbiopia,
(designados por “presbiopes ou présbitas”) têm dificuldade em visão
próxima.
Quando um olho acomoda, o poder refractivo do olho aumenta. Este aumento de potência permite ver
objectos próximos nítidos (Figura 7).
Figura 7: Os raios provenientes de um objecto próximo focando-se na retina, num olho em acomodação.
Quando o músculo ciliar está relaxado, de um olho normal (com adequação entre a sua potência e o
comprimento axial) irá resultar uma visão nítida de um objecto distante. Quando isto acontece,
dizemos que a acomodação está relaxada, não existindo acomodação do cristalino.
Quando uma pessoa “acomoda” não existe a percepção que o está a fazer. Uma pessoa que está a
“acomodar” irá fazê-lo inconscientemente (sem pensar no que está a fazer). Ne realidade não sebe
que está a usar o músculo ciliar para acomodar.
Figura 8: Os raios de luz provenientes de um objecto próximo não se focam na retina num olho que não
está a acomodar.
Com o avançar da idade, o cristalino perde flexibilidade, não conseguindo alterar facilmente a sua
forma quando existe a contração do músculo ciliar. Isto é um processo normal e natural relacionado
com o envelhecimento, designando-se por presbiopia. Isto significa que uma pessoa idosa não
consegue acomodar (alterar o foco do olho quando fixa um objecto próximo) da mesma forma que um
paciente jovem.
Se um olho não acomoda quando uma pessoa olha para um objecto próximo, o mesmo será
percebido desfocado (Figura 8). Se uma pessoa não consegue acomodar o suficiente quando realiza
tarefas em visão próxima, irá necessitar de óculos para o fazer de uma forma nítida.
Uma criança pode acomodar cerca de15 D. Isto significa que a criança (a qual
não possui erro refractivo) é capaz de ver coisas de forma clara e nítida sempre
que pretende ver algo até uma distância mínima de 7 cm, medidos a partir dos
seus olhos (Figura 9).
Astenopia: Não é possível o uso de toda a acomodação disponível por largos períodos de
tempo – o músculo ciliar irá manifestar fadiga. Os nossos olhos não foram
“pensados” para passar muito tempo a ler, sentados, trabalhando ao
computador, a realizar tarefas em visão próxima o tempo todo.
Exemplo:
Uma criança afirma que após ter estado a escrever ou a ler na sala de aula,
tem dificuldades em ver bem o que está escrito no quadro. No entanto,
passado algum tempo, já consegue ver sem dificuldades o que está escrito.
Isto não é miopia, uma vez que não é constante. Será uma anomalia na visão
próxima que provoca um espasmo no músculo ciliar.
1. Por favor, descreva (da frente para trás) as cinco partes transparentes do olho, pelas
quais os raios de luz têm que passar antes de chegar à retina:
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7. Por que razão é recomendado a uma pessoa usar apenas metade da amplitude de
acomodação disponível?
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PENSA
Um Senhor de outra cidade dirige-se até si para a realizar de uma consulta. Ele afirma que usa óculos,
mas não sabe o nome do problema que tem nos olhos. Se tiver a capacidade de saber se as lentes
que o paciente tem nos óculos são positivas ou negativas poderá ajudar a perceber a indicação do uso
dos óculos, ou seja, qual a anomalia que estão a compensa.
OBJECTIVO
Este módulo ajudará a perceber a óptica das lentes, ou seja, como as lentes positivas e negativas
desviam a luz.
RESULTADOS A OBTER:
Após ter estudado este módulo deverá ser capaz de:
• Descrever o tipo de erros refractivos que as lentes esféricas são capazes de compensar
As lentes Positivas são sempre mais espessas ao centro e mais finas na periferia.
As lentes Negativas são sempre mais finas ao centro e mais espessas na periferia.
Uma forma fácil de pensar na forma das lentes esféricas é imaginar o espaço existente entre duas
esferas (bolas) que estão sobrepostas (no caso das lentes positivas) ou próximas (no caso das lentes
negativas).
Overlapping spheres
Figura 2: A forma das lentes esféricas pode ser representada pelo espaço entre duas esferas.
• Planas (flat)
• Convexas (curva de exterior de uma bola)
• Côncavas (curva de interior de uma bola).
Imagina que tens uma esfera (uma bola de futebol) e que a cortas ao meio, cada uma dessas metades
tem duas superfícies: a superfície externa e a interna.
Uma superfície convexa faz convergir a luz, enquanto uma superfície concava faz divergir a luz.
Outside surface
of a sphere
Sphere Inside
surface of
a sphere
Figura 4: Distintas formas das superfícies das lentes: plana, convexa e côncava.
• Lentes positivas
• Lentes convexas
• Lentes convergentes.
Lentes Negativas: Pelo menos uma superficie da lente é côncava. (tal como a superficie externa
da bola).
• Lentes negativas
• Lentes côncavas
• Lentes divergentes
Lentes esféricas podem ser colocadas em óculos (armações) de forma a restituir a visão aos míopes,
hipermetropes e presbitas.
Numa superfície convexa ou concava, quanto maior for a curva (menor o raio
de curvatura), maior será potência refractiva.
Por exemplo:
Uma lente com duas dioptrias deverá ser escrita como + 2.00 D.
Por exemplo:
+0.25 D, +0.50 D, +0.75 D, +1.00 D, +1.25 D, +1.50 D…
−0.25 D, −0.50 D, −0.75 D, −1.00 D, −1.25 D, −1.50 D…
Distância focal: Raios de luz paralela que atravessam uma lente positive, vão convergir. Esta
luz convergente vai juntar-se num ponto focal, para lá da superfície posterior da
lente.
A distância entre a a lente e o seu ponto focal é designada por distância focal.
A distância focal é um número positive, para uma lente positive dado que a
distância focal está situado atrás da lente.
Focal point
Converging
light rays
Focal length
Figura 6: Luz paralela atravessando uma lente positiva, converge para o ponto
focal.
Raios de luz paralelos que passam através de uma lente negativa irão divergir.
Esta luz divergente não se irá juntar num foco atrás da lente negativa - os raios
de luz assumirão trajectórias diferentes
Uma lente negative possui um foco virtual situado à frente da lente negative.
Um foco virtual é um ponto imaginário que resulta do prolongamento imaginário
da origem dos raios de luz.
Diverging
light rays
Focal
length
Figura 7: Raios de luz paralelos passando através de uma lente negativa, vão
divergir. Estes raios de luz divergentes parecem vir de um ponto focal virtual.
Para uma lente negative, a distância entre a lente e o foco virtual é também
designada por distância focal. A distância focal é um número negative para as
lentes negativas, porque fica situado à frente da lente.
f = 1/F ou F = 1/f
f = 1/F = 1/+1.00 = +1 m
F = +1.00 D
Focal point
Converging
light rays
f=1m
Figura 8: Raios de luz paralelos atravessando uma lente de + 1.00 D irão focar-se
atrás da lente a 1 m.
Exemplo 2:
Os raios de luz paralelos atingindo uma lente de +2.00 D, qual a distância a
que se encontrará o ponto focal?
F = +2.00 D
Focal point
Converging
light rays
f = 0.5 m
Figura 9: Raios de luz paralelos atravessando uma lente de + 2.00 D irão focar-se
atrás da lente a 50 cm.
f = 1/F = 1/(−1.00) = −1 m
F = −1.00 D
Virtual Focal
point
Diverging
light rays
f = −1 m
Figura 10: Raios de luz paralelos atravessando uma lente de -1.00 D formarão um
foco virtual situado a 1 m da superfície frontal da lente
Example 4:
Os raios de luz paralelos atingindo uma lente de -2.50 D, qual a distância a que
se encontrará o ponto focal?
F = −2.50 D
Virtual Focal
point
Diverging
light rays
f = −0.4 m
Figura 11: Raios de luz paralelos atravessando uma lente de -2.50 D formarão um
foco virtual situado a 40 cm da superfície frontal da lente.
Exemplo 1:
As lentes em baixo têm a mesma potência, apesar de terem diferentes formas.
Todas têm uma potência de + 4.00 D. Assim, todas elas vão desviar a luz
(convergir) na mesma quantidade.
Exemplo 2:
As lentes em baixo têm a mesma potência, apesar de terem diferentes formas.
Todas têm uma potência de -4.00 D. Assim, todas elas vão desviar a luz
(divergir) na mesma quantidade.
Figura 13: A potência de−4.00 D pode ser conseguida com diferentes formas.
• Tamanho da imagem
Uma outra forma de perceber se a lente tem potência positiva é
observar um objecto através da lente. Quando olhamos através de uma
lente positiva, o objecto irá parecer maior e mais próximo. Uma lupa é
um exemplo de uma lente positiva.
Plano
Surface surface Surface Surface Surface Surface
of +4.00 D zero of +2.00 D of +2.00 D of +6.00 D of -2.00 D
power power power power power power
• Tamanho da Imagem
Uma outra forma de perceber se a lente tem potência negativa é
observar um objecto através da lente. Quando olhamos através de uma
lente negativa, o objecto irá parecer menor e mais afastado.
Plano
Surface Surface Surface Surface Surface
surface
of -4.00 D of -2.00 D of -2.00 D of +2.00 D of -6.00 D
zero
power power power power power
power
Espessura e
Potência das lentes: Lentes com diferentes espessuras, normalmente têm diferentes potências
Figura 19: Lentes positivas que têm maior potência são mais espessas ao centro.
The −1.50 D lens has a thinner The −4.00 D lens has a thicker
edge than the −4.00 D lens edge than the −1.50 D lens
Figura 19: Lentes negativas com maior potência têm maior espessura ao bordo.
Quanto mais curva for uma superfície (menor o raio de curvatura), maior a
potência da superfície.
Uma pessoa que passe muito tempo na rua poderá precisar de lentes coloridas
sem potência. Um trabalhador de uma fábrica com boa visão poderá necessitar
de óculos/lentes de segurança com lentes planas. Outras pessoas apenas
precisam de graduação apenas num dos olhos, uma vez que um tem erro
refractivo e o outro não. Neste caso, uma lente plana deverá ser usada no olho
sem erro refractivo.
A B
Figura 20: As lentes planas podem ser realmente planas ou curvas. Os raios de
luz que passem por uma lente plana não são desviados.
Tal como as lentes com potência, uma lente plana também resultam do
somatório da potência das duas superfícies.
Podes verificar que para que uma lente curva tenha potência nula, a curvatura
de ambas as superfícies deverá ser a mesma, mas uma convexa e outra
concava. Isto significa que a espessura de uma lente plana é a mesma ao
centro e na periferia
1. A luz que passa no centro óptico de uma lente é desviada? (escolhe uma)
Sim Não
3. Como escreverias a potência de uma lente positive com uma e três quartos de dioptria?
__________________________________________________________________________
5. Se uma lente tem uma superfície com uma potência de +3.00 D, e uma segunda
superfície com uma potência de – 6.00 D , qual a potência total da lente?
__________________________________________________________________________
9. Que tipo de erro refractivo pode ser corrigido com lentes negativas?
_________________________________________________________________________
10. Apresenta dois tipos de erros refractivos que podem ser corrigidos com lentes
positivas.
a. __________________________________
b. __________________________________
PENSA
Lentes esféricas podem corrigir a hipermetropia, miopia e presbiopia – mas existe um erro refractivo
que as lentes esféricas não conseguem corrigir, o astigmatismo.
Se uma pessoa tem astigmatismo irá necessitar de umas lentes especiais que a farão ver bem e
confortável.
OBJECTIVOS
Este módulo irá explicar como as lentes cilíndricas e esfero-cilindricas focam a luz e compensam o
astigmatismo.
RESULTADOS A OBTER:
Após teres trabalhado neste módulo deverás ser capaz:
• Astigmatismo e hipermetropia
• Astigmatismo e miopia
• Astigmatismo e presbiopia
Os meridianos principais das lentes astigmatas são sempre perpendiculares (fazem um ângulo de 90)
entre si. A máxima potência de uma lente astigmata encontra-se ao longo de um meridiano principal,
enquanto que, a mínima potência estará no outro meridiano principal (perpendicular ao de máxima
potência), ou seja, os dois meridianos principais, são o de máxima e de mínima potência.
Uma lente astigmata tem dois meridianos principais:
- O meridiano “eixo” (tem a mínima potência)
- O meridiano “potência” ou contra-eixo (tem a máxima
potência)
Normalmente, numa lente esférica, não nos referimos à lente como tendo
vários meridianos, uma vez que estes têm todos a mesma potência. Apenas as
lentes astigmatas têm diferentes potências nos diferentes meridianos.
Uma boa forma de entender as diferenças entre uma lente cilíndrica e uma lente esférica é imaginar
um corte nas lentes ao longo do eixo óptico.
Cortando lentes
Esféricas: A figura 3 mostra-nos a aparência de uma lente esférica quando cortada ao
meio ao longo do eixo óptico.
Figura 3: Cortando uma lente esférica positiva ao meio de forma a mostrar a face
interna (a superfície de corte).
Figura 7: Uma lente esférica positiva e uma lente cilíndrica positiva refratando a luz
com incidência paralela.
A Figure 8 mostra-nos a luz de incidência paralela a ser refratada por uma lente
esférica negativa e por uma lente cilíndrica negativa. A lente esférica negativa
dá origem a um ponto focal virtual. A lente cilíndrica negativa origina uma linha
focal virtual.
Podemos sempre considerar uma lente esfero-cilíndrica tal como uma lente simples, em que:
Ao contrário de uma lente cilíndrica, o meridiano eixo de uma lente esfero-cilíndrica, tem uma potência
diferente de zero. Isto significa que uma lente esfero-cilíndrica positiva dá origem a duas linhas focais,
e uma lente esfero-cilíndrica negativa origina duas linhas focais virtuais (não apenas uma como as
lentes cilíndricas).
Para ambos os olhos, direito e esquerdo, nós determinamos a orientação dos eixos, no sentido anti-
horário, a partir do meridiano horizontal e em graus (º).
Figura 10: Escala de eixos usada para determinar a orientação dos eixos de uma lente cilíndrica.
Embora a linha horizontal representa 0 e 180, designamos esta orientação sempre por 180.
Adicionalmente, o eixo de uma lente cilíndrica ou esfero-cilíndrica pode estar entre 1 e 180.
Normalmente, não se usa o sinal de grau (º) porque pode ser confundido com o zero (0).
Exemplo:
Tal como as lentes esféricas, as lentes astigmatas podem ter diferentes formas. As superfícies das
lentes astigmatas podem ser:
• Planas
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
2. O que são os dois meridianos principais de uma lente astigmata? O que difere entre
eles?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
3. A linha focal formada por uma lente cilíndrica tem a mesma direcção do meridiano
potência ou do meridiano eixo?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
4. Que tipos de erros refractivos podem ser compensados por uma lente esfero-cilíndrica?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Ao ver a prescrição percebe que vem escrita em cilindros positivos, mas na sua óptica
usam a notação em cilindros negativos.
Como é que transpõe a prescrição de cilindros positivos para uma prescrição em cilindros
negativos, para fazer o óculo á senhora?
OBJECTIVO
Esta unidade vai mostrar-lhe como pode usar a cruz óptica e como transpor as prescrições
para fazer o óculo.
RESULTADOS A OBTER:
Quando trabalha com esta unidade, deve ser capaz de:
• Desenhar e usar a cruz óptica para verificar o poder do meridiano principal de uma
lente esfero-cilíndrica
Etapas:
Exemplo 1:
Desenhe a cruz óptica para esta lente esfero-cilíndrica:
+ 3,25 -1,25 × 180
Etapas:
+2.00
+3.25
- +2,00 DC de potência a 90 °
- +3,25 DC de potência a 180 °
Etapas:
−2.25 −1.25
Exemplo 3:
Desenhe a cruz óptica para esta lente cilíndrica:
Plano − 1,50× 90.
Etapas:
Plano
−1.50
Podemos ver que esta lente cilíndrica tem poder apenas num dos
seus meridianos principais:
Exemplo 4:
Desenhe a cruz óptica para esta lente esfero-cilíndrica:
+1,00 + 2,00 × 45.
(Nota: Esta lente esfero-cilíndrica foi escrita em cilindros positivos.)
Etapas:
+1,00 DC de potência a 45 °
+ 3,00 DC de potência a 135 °.
Notação em
Cilíndros negativos
e positivos: A prescrição óptica pode ser escrita de duas maneiras:
- Em cilíndros negativos
- Em cilíndros positivos.
Notação em Notação em
cilíndros negativos cilíndros positivos
Método para
fazer a transposta: Etapas:
3. Rodar o eixo 90 °.
Exemplo 1:
+ 3,25 / - 1,25 × 180 é escrita em notação de cilíndros negativos.
Vamos transpô-la para cilindros positivos.
Etapas:
3. Rodar o eixo 90 °
→ 180 ° passa para 90 °.
Exemplo 2:
− 1,25 / -1,00 × 60 é escrito em notação cilíndros negativos.
Vamos transpô-la para cilíndros positivos.
Etapas:
3. Rodar o eixo 90 °
→ 60 ° passa para 150 °
Etapas
Etapas:
3. Rodar o eixo 90 °
→ 90 ° passa para 180 °
Exemplo 4:
+1,00
1,00 / +2,00 × 45 está escrita em notação de cilíndrica positivos.
Vamos ttranspô-la para cilíndros negativos.
Etapas:
3. Rodar o eixo 90 °
→ 45 ° passa para 135 °
__________________________________________________________________
Pensa
Já reparaste que algumas pessoas têm olhos muito próximos um do outro, e outras têm-nos muito
afastados?
É necessário saber medir a distância que separa os olhos de um paciente, seja para a aquisição
de nova armação e lentes ou apenas no caso se serem só novas lentes.
Objectivo
Este capítulo vai ensinar-te a medir a distância entre os olhos do paciente (também conhecida por
distância inter-pupilar ou DP)
Resultados a Obter:
Após a finalização deste capitulo deverás ter a capacidade de:
• DP de longe
Este valor define a distância entre as pupilas quando o paciente está a
olhar para longe.
Normalmente á DP de longe apenas se chama de “DP”
• DP de perto
Este valor define a distância entre pupilas quando o paciente está a
olhar para um plano próximo.
Normalmente a esta DP chamamos “DP de perto”
Medição da DP: A DP é a distância medida entre o centro da pupila de um olho até ao centro da
pupila do segundo olho.
• O método do Limbo
• O método do reflexo corneal
Para medir a DP o observador deve fechar um dos olhos para evitar erros na observação da posição da
pupila. Por isso é muito importante seguir o seguinte protocolo:
• Estando posicionado em frente do paciente, devemos observar o seu olho direito com o nosso olho
esquerdo, mantendo o nosso olho direito fechado
• Estando posicionado em frente ao paciente, devemos observar o seu olho esquerdo com o nosso
olho direito, mantendo o nosso olho esquerdo fechado
É também muito importante que o paciente e o examinador estejam ao mesmo nível de altura e que
estejam confortáveis para evitar movimentos e instabilidades no momento de marcar o óculo.
Nota: É importante saber que caso este procedimento não seja bem executado, a medição da DP
poderá não ser a correcta, o que poderá induzir a complicações e sintomatologia.
62 mm
62 mm
Figura 3: Limbo-a-limbo = centro-a-centro.
• Passo 1:
Assegure-se que está em boas condições de iluminação, de modo a
visualizar claramente os olhos do paciente e as marcas na régua de
DP.
• Passo 2:
Coloque-se em frente ao paciente – cerca de 40 cm.
• Passo 3:
Diga ao paciente: “Vou medir a distância entre os seus olhos.”
• Passo 4:
Coloque a régua da DP no nariz do paciente ou em frente.
• Passo 5:
Feche o seu olho direito e peça ao paciente para olhar para o seu olho
aberto (esquerdo).
Diga: “Olhe para o olho que está aberto”.
Por vezes ajuda usar uma caneta ou um dedo para apontar para o olho
aberto.
• Passo 7:
Agora abra o seu olho direito e feche o seu olho esquerdo. Peça ao
paciente para olhar para o olho que está aberto (o seu olho direito).
Diga: “Olhe para o meu olho que está aberto”.
• Passo 8:
Olhe para o limbo nasal (de dentro) do olho esquerdo do paciente. Veja
qual é o número da régua de DP que está alinhada com o limbo nasal
esquerdo.
Este número é a medida da DP do paciente.
• Passo 9:
Repita os passos 4 até 8 para confirmar a medida da DP.
Caso a segunda medida não seja igual à primeira, repita os passos
novamente até obter duas medidas iguais.
Método:
• Passo 1:
Esta medida tem que ser tirada em condições de baixa ou normal
iluminação. Certifique-se que não existe outras fontes de luz (por ex.
janelas) em frente ao paciente – ou poderá observar reflexões extras
nos olhos do paciente. Se não conseguir evitar fontes de luz extra, peça
ao paciente para ficar de costas para as mesmas.
• Passo 2:
Coloque-se em frente ao paciente – aprox. a 40cm.
Certifique-se que os seus olhos estão a mesma altura dos olhos do
paciente (pode necessitar de se baixar ou elevar). Se o paciente é
maior do que você, pode ser útil sentarem-se. É importante estar de
frente (nem à esquerda nem à direita) do paciente.
• Passo 3:
Diga ao paciente: “Vou medir a distância entre os seus olhos.”
• Passo 4:
Coloque a régua da DP no nariz do paciente ou em frente.
• Passo 6:
Segure uma lanterna de baixo do seu olho esquerdo. Insida a luz no
olho direito do paciente.
• Passo 7:
Observe o reflexo corneal do olho direito do paciente. Coloque a marca
zero da régua de DP de forma a que esteja alinhada com o reflexo
corneal.
• Passo 8:
Agora segure a lanterna de baixo do seu olho direito. Insida a luz no
olho esquerdo do paciente.
• Passo 9:
Abra o seu olho direito e feche o seu olho esquerdo. Peça ao paciente
para olhar para o seu olho aberto (o direito).
Diga: “Olhe para o meu olho que está aberto”.
• Passo 10:
Observe o reflexo corneal do olho esquerdo do paciente. Veja qual o
número da régua de DP que está alinhado com o reflexo corneal.
Este número é a medida da DP do paciente.
• Passo 11:
Repita dos passos 4 até ao 10 para confirmar a medida da DP.
Caso a segunda medida não seja igual à primeira, repita os passos
novamente até obter duas medidas iguais.
É mais preciso medir a DP usando o método do reflexo corneal (usando régua e lanterna). O método
de cálculo é menos preciso.
• Passo 1:
Precisa de tirar esta medida em iluminação normal ou baixa. Tenha em
atenção que não existem outras fontes de iluminação (por ex. janelas)
em frente ao paciente – caso contrário pode observar reflexos extras
nos olhos do paciente. Se não conseguir evitar fontes de luz extra,
ajuda se colocar o paciente de costas para as mesmas.
• Passo 2:
Coloque-se em frente ao paciente – 40cm.
• Passo 3:
Diga ao paciente: “Vou medir a distância entre os seus olhos.”
• Passo 4:
Coloque a régua da DP no nariz do paciente ou em frente.
● Passo 5:
Segure uma lenterna em frente ao seu olho dominante. Aponte a luz a
meio dos olhos do paciente (no topo do nariz).
● Passo 6:
Mantenha o olho dominante aberto e feche o outro olho.
Peça ao paciente para olhar para o seu nariz.
Diga: “Olhe para o meu nariz”.
● Passo 7:
Observe o reflexo corneal no olho direito do paciente. Mova a régua de
DP e coloque a marca zero alinhada com o reflexo corneal.
● Passo 8:
Observe o reflexo corneal no olho esquerdo do paciente. Veja qual o
número da régua de DP que está alinhado com o reflexo corneal.
Este número é o valor da DP do paciente.
• Passo 9:
Repita os passos 5 a 8 para confirmar a medida da DP.
Caso a segunda medida não seja igual à primeira, repita os passos até
alcançar duas medidas iguais.
Método:
• Passo 1:
Meça a DP de longe usando:
- método do limbo, ou
- método do reflexo corneal.
• Passo 2:
Calcule a DP de perto:
- Se a DP de longe é maior que 64 mm, substraia 4 mm da DP de
longe para achar a DP de perto.
- Se a distância é inferior ou igual a 64 mm, substraia 3 mm à DP
de longe para encontrar a DP de perto
• DP de longe = 67 mm
• 67 mm > 64 mm
Portanto,
DP de perto = DP de longe – 4 mm
= 67 mm – 4 mm = 63 mm
• DP de longe = 57 mm
• 57 mm < 64 mm
Portanto,
DP de perto = DP de longe – 3 mm
= 57 mm – 3 mm = 54 mm
• Vantagens
O pupilómetro:
- Proporciona uma medida mais precisa do que com régua
- Proporciona uma medida mais consistente (repetitiva) do que com
régua.
- Permite-lhe que seja você a ocluir cada um dos olhos do paciente
Isto revela-se útil para medir a DP a pacientes com estrabismos.
- Permite-lhe medir a DP monocular
(isto também pode ser feito com uma régua específica mas o
pupilómetro é mais rápido e mais preciso
- A DP monocular é a distância entre um olho até a linha
média da face do paciente. O olho direito e o olho
esquerdo podem apresentar diferentes DP´s monoculares.
- A medição da DP Monocular é especialmente necessária
em lentes oftálmicas mais complexas como são as lentes
progressivas (ou multifocais)
- Permite medir as DP para várias distâncias de trabalho em visão
de perto
- Fácil de usar, podendo ser manuseado por pessoas com pouca
experiencia e conhecimento de óptica
- É um instrumento leve e portátil.
• Desvantagens do pupilómetro:
:
- Equipamento bastante mais caro que o conjunto (Régua de DP´s e
uma lanterna pontual)
- Equipamento mais pesado e menos portátil que uma régua de
DP´s e uma lanterna pontual
- Pode tornar-se mais difícil de usar em crianças pequenas
Método:
• 1º Passo:
Ajusta no pupilómetro para a posição de “infinito” ( ).
Em alguns pupilómetros, definindo a posição de ( ) faz com que o
alvo observado dentro do pupilómetro pareça muito afastado
• Passo 2:
Informar o paciente: “ Agora vou medir a distância entre os seus olhos”
• Passo 3:
Pedir ao paciente para segurar no pupilómetro tal como fosse uma par
de binóculos.
• Passo 4:
Pedir ao paciente para olhar para o centro do círculo que vê dentro do
pupilómetro.
Diga ao paciente: “Olhe para o centro do círculo”.
Figura 8: Imagem observada pelo paciente quando olha para dentro do pupilómetro.
● Passo 6:
Usa o dispositivo de oclusão para tapar o olho esquerdo (OE) do
paciente para medir a distância naso-pupilar do olho direito
● Passo 7:
Move o dispositivo da barra vertical até que esta fique exactamente por
cima do reflexo corneal do OD
● Passo 8:
Usando o dispositivo, desoclui o OE e oclui o OD do paciente.
● Passo 9:
Move o dispositivo da barra vertical até que esta fique exactamente por
cima do reflexo corneal do OE
● Passo 10:
Observa o visor de DP do pupilómetro. Encontrarás a DP medida bem
como a naso-pupilar do OD e do OE.
Método:
• Passo 1:
No pupilómetrio ajusta a distância que a o paciente refere como a sua
distância de trabalho ao perto (normalmente a 40 cm)
Em alguns pupilómetros o alvo observado será visto como se estivesse
á distância de trabalho definida.
• Passo 2:
Informar o paciente: “Agora vou medir a distância entre os seus olhos”
• Passo 3:
Pedir ao paciente que seguro no pupilómetro como se fosse uns
binóculos
• Passo 4:
Pedir ao paciente para olhar para o centro do círculo que está dentro do
pupilómetro.
• Passo 5:
Olhe para dentro do pupilómetro com os dois olhos abertos
• Passo 6:
Usa o dispositivo de oclusão para tapar o olho esquerdo (OE) do
paciente para medir a distância naso-pupilar do olho direito
● Passo 8:
Usando o dispositivo, desoclui o OE e oclui o OD do paciente
● Passo 9:
Move o dispositivo da barra vertical até que esta fique exactamente por
cima do reflexo corneal do OE
● Passo 10:
Observa o visor de DP do pupilómetro. Encontrarás a DP medida bem
como a naso-pupilar do OD e do OE.
Exame refractivo e DP: Durante o exame refractivo, várias lentes são postas em frente aos olhos do
paciente. O centro óptico destas lentes deve estar alinhado com os olhos do
paciente caso contrário a refracção não será correcta.
Óculos e DP: Quando colocamos lentes numa armação, a distância entre os centros ópticos
das lentes deve ser igual à DP do portador – alinhando assim os centros
ópticos das lentes com os olhos do paciente.
Caso o paciente tenha este prisma indesejado nos óculos, ele poderá referir os
seguintes sintomas:
→ Astenopia (tensão ocular ou dores de cabeça)
→ Tonturas
→ Náuseas
→ Visão dupla
→ Visão desfocada
Estes sintomas podem revelar-se tão fortes que o portador pode até não
conseguir usar os óculos.
- A DP é medida incorrectamente
→ Erro do examinador
Lembre-se:
Uma lente pode ser vista como um conjunto de dois prismas.
→ O ponto onde estes dois prismas se encontram é o centro
óptico da lente.
Se o portador não olhar através do centro óptico das lentes,
estará a ver através de um destes prismas.
Figura 13: Uma lente positiva esférica pode ser vista como dois prismas unidos
pela base. A parte em que as duas bases se juntam é o centro óptico da lente. Para
evitar ver através de um prisma, o portador dos óculos deve ver através do centro
óptico das lentes.
Figura 14: Uma lente esférica negativa pode ser vista como dois prismas unidos
pelo vértice. A parte em que os vertices se unem é o centro óptico da lente. Para
evitar ver através de um prisma, o portador deve olhar pelo centro óptico da lente.
Exemplo 1:
A distância entre os centros ópticos (DCO) de duas lentes positivas é inferior
que a DP do portador.
Exemplo 2:
A DCO de duas lentes positivas é maior que a DP do portador.
Exemplo 4:
A DCO de duas lentes negativas é maior que a DP do portador.
Figura 19: Lentes negativas e lentes positivas em que DCO=DP. Não existe efeito
prismático indesejado nestes óculos.
Nestes casos, o portador vê através dos centros ópticos das lentes (e não
através de prismas). É o mesmo quer com lentes positivas ou com lentes
negativas.
Prismas Intencionais: Ocasionalmente, um especialista da visão poderá prescrever óculos com prismas
intencionais.
Apenas com formação de visão binocular é que pode prescrever óculos deste
género. Caso contrário, pode causar problemas ao paciente.
Geralmente:
Distância entre os centros ópticos das lentes = DP.
Raramente:
Distância entre os centros ópticos das lentes ≠ PD.
PENSA
Os óculos dos pacientes contêm lentes com uma determinada potência para corrigir o seu erro
refrativo. É raro que duas pessoas tenham o mesmo erro de refracção.
Durante um exame oftalmológico usamos uma armação ajustável especialmente concebida para
o efeito (chamado de armação ou óculo de prova) em que colocamos várias lentes temporárias
(denominadas de “lentes de prova”). Isso permite-nos alterar a potência das lentes com rapidez e
precisão, a fim de determinar o erro refractivo e qual a prescrição de óculos mais adequada ao
paciente.
OBJECTIVO
Este módulo apresenta-lhe as características das armações e lentes de prova.
RESULTADOS A OBTER:
• Identificar e localizar as esferas, cilindros, prismas e acessórios num conjunto de lentes de prova
(na caixa de prova)
As caixas de prova apresentam diferentes designs e cores, contudo contêm o mesmo conjunto básico
de lentes necessárias para efectuar a refração (examinar o olho e identificar o erro refractivo).
O aro de uma lente de prova pode ser feito de plástico ou metal. Geralmente,
apresentam uma cor diferente, caso sejam lentes positivas ou negativas,
facilitando a distinção entre elas.
Cada lente de prova tem um local específico onde deve ser guardada. Os
diferentes tipos de lentes são ordenadas em grupos e dispostas pela potência.
Isto torna a procura das lentes mais fácil e também previne a utilização de uma
lente de prova inadequada durante o exame refractivo.
Aviso:
Por vezes as lentes de prova não apresentam nenhum sinal “+” ou “-“ no seu
bordo. Caso tal aconteça, poderá diferenciar as lentes positivas das negativas
observando o formato da lente de prova mais potente.
Por vezes, estas pequenas marcas existentes na lente cilíndrica são o único
factor que as distingue de uma lente esférica. Deverá olhar com bastante
atenção para as marcas axiais – é a melhor forma de perceber a diferença!
Tal como as lentes cilíndricas, as lentes prismáticas apresentam uma fina linha
no bordo ou na periferia da lente. Um prisma apresenta geralmente apenas
uma linha, enquanto que um cilíndro tem duas – mas não é sempre o caso.
Caso o prisma apresente uma única linha, esta linha mostra o ápex do prisma.
Figure 7: Prisma com bordo de plástico. Figure 8: Prisma com bordo metálico. É uma lente
Esta lente é um prisma de 3∆.É mais fina no apex prismática de 3∆. Apresenta uma pequena linha no
do prisma e mais espessa na base. apex do prisma e uma mais comprida na sua base.
Tem que ter muita atenção para não confundir um
prisma com uma lente cilíndrica.
Algumas caixas de prova apresentam mais acessórios que outras, mas todas
devem conter:
Figure 9: Oclusor
Figure 12: Uma mulher usando uma armação de Figure 13: Um homem com uma armação de prova
prova com lentes de bordo de plástico encaixadas. com lentes com bordo metálico.
As lentes que são colocadas á frente da ocular podem ser rodadas. Esta opção
revela-se útil uma vez que as lentes cilíndricas precisam de ser rodadas
durante a realização da refração de modo a quantificar e determinar o eixo do
astigmatismo. Também permite que o eixo da lente cilíndrica de prova esteja
completamente alinhado com a escala existente na armação de prova.
As Lentes cilíndricas podem ser rodadas usando para tal um botão de rotação
existente na armação de prova.
Ajuste da Distância Interpupilar (DP): Antes de colocar a armação de prova no paciente, é necessário
medir a DIP e ajustar a armação de prova de maneira a que a DP seja respeitada.
As armações de prova têm usualmente dois botões para ajustar a DIP (um de
cada lado das aberturas da armação) assim como duas meias escalas da DP.
Rodando um dos botões numa determinada direção, a abertura da armação de
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ICEE Refractive Error Training Package
prova aproximar-se-á da outra abertura e ficará mais perto do apoio nasal. Se
rodarmos na direcção contrária, o efeito será precisamente o oposto do referido
anteriormente.
Após a medição da DP com a régua própria para o efeito, metade do valor tem
que ser colocado numa das metades da armação de prova, e a outra metade
tem que ser posta na outra metade da armação. Quando fazemos um ajuste no
botão, uma seta vai-se movendo ao longo da metade da escala da DP. O
número apontado pela seta tem que ser metade do valor da DIP do paciente.
Exemplo 1:
Mediu a DIP a um paciente como sendo de 64mm.
Passo 1: Encontrar metade da DIP: 64 mm ÷ 2 = 32 mm.
Passo 2: Rodar o botão de ajuste da DIP numa direção de forma a que a seta
aponte para o número 32.
Passo 3: Rodar o botão de ajuste da DIP do lado contrário em direção oposta
até que a seta aponte para o número 32.
Exemplo 2:
Mediu a DIP a um paciente como sendo de 67 mm.
Passo 1: Encontrar a metade da DIP: 67 mm ÷ 2 = 33.5 mm.
Passo 2: As armações de prova não apresentam passos de 0,5 na escala,
portanto colocar num dos lados 33 mm e no outro 34 mm.
Quando a armação de prova é utilizada para testes de visão de perto, tem que
ser feito o ajuste para DIP de visão próxima.
Exemplo 3:
A DIP de visão de perto é de 58 mm.
Passo 1: Encontrar metade da DIP: 58 mm ÷ 2 = 29 mm.
Passo 2: Rodar o botão de ajuste da DIP numa direção até que a seta aponte
para o número 29.
Passo 3: Rodar o botão de ajuste do outro lado na direção oposta até que a
seta aponte para o número 29.
3. Como pode diferenciar uma lente esférica de prova de uma lente cilíndrica de prova?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
7. Em qual dos apoios da armação de prova devem ser colocadas as lentes com maior
potência?
____________________________________________________________________________
PENSA
Uma viúva vem para um exame aos olhos. Ela traz um par de óculos que comprou há muitos anos
atrás. Ela diz-lhe que pensa que a sua visão sofreu alterações.
Se decidir prescrever novos óculos, será necessário verificar os novos óculos antes de os entregar á
paciente. Para o fazer é necessário usar a neutralização manual ou frontofocómetro
OBJECTIVO
Este módulo mostra-lhe dois métodos para medir a potência das lentes oftálmicas dos óculos.
RESULTADOS A OBTER
Após este modulo, deverá ser capaz de:
• Usar lentes de prova para determinar a potência das lentes oftálmicas dos óculos.
• Usar o frontofocómetro para medir a potência das lentes oftálmicas dos óculos.
1. Neutralização manual: uma técnica simples que pode ser realizada utilizando lentes de prova.
2. Vertometria: uma técnica mais precisa que usa um aparelho específico denominado de
frontofocómetro.
NEUTRALIZAÇÃO MANUAL
A neutralização manual é um bom método para medir a potência de lentes oftálmicas quando não se
tem frontofocómetro. Os frontofocómetros podem ser caros e necessitam de electricidade para
funcionar.
A neutralização manual pode ser efectuada usando apenas lentes de uma caixa de prova.
Uma lente negativa faz a imagem mover na mesma direção que o movimento
da lente.
Exemplo 1:
Tem uma lente de +1.00D e sobrepõe uma lente de +4.00D, a potência total da
lente é: +1.00 D + 4,00 D = +5.00 D.
Uma lente de +1.00 D com uma +4.00 D sobreposta é o mesmo que uma lente
de +5.00 D.
Movimento da imagem:
Exemplo 2:
Tem uma lente de +1.00 D e sobrepõe uma lente de −5.00 D, a potência total é
de: +1.00 D + −5.00 D = −4.00 D.
Uma lente de +1.00 D com uma de −5.00 D é o mesmo que uma lente de
−4.00D.
Movimento da imagem:
Exemplo 3:
Tem uma lente de +3.00 D e sobrepõe uma lente de −3.00 D, a potência total
da lente é de: +3.00 D + −3.00 D = 0 D.
Uma lente de +3.00 D com uma de −3.00 D é o mesmo que uma lente plana.
Movimento da imagem:
Exemplos:
Uma lente +3.00 D com uma lente −3.00 D sobrepostas não originam nenhum
movimento da imagem. Podemos portanto neutralizar uma lente de +3.00 D
usando uma lente de –3.00 D.
Uma lente de -7.00 D com uma lente de +7.00 D sobrepostas não origina
qualquer movimento da imagem. Podemos portanto neutralizar uma lente de
-7.00 D usando uma lente de +7.00 D.
.
Uma lente de −2.75 D com uma lente de +2.75 D sobrepostas não originam
nenhum movimento da imagem. Podemos portanto neutralizar uma lente de
–2.75 D usando uma lente de +2.75 D.
Esfera positiva
ou negativa? Uma vez que sabe que está perante uma lente esférica (rodando a mesma), é
necessário descobrir se esta é positiva ou negativa.
Mova a lente para cima e para baixo e de lado a lado (esquerda e direita) em
frente ao olho.
Caso as linhas da cruz se movam na direção oposta da lente (“contra”), tem uma
lente positiva. Se se movem na mesma direção (“com”), tem uma lente negativa.
Quando as linhas não se movem de todo, está perante uma lente plana.
Figure 3: Uma cruz é vista através da lente enquanto a lente é movida. Uma lente
negativa provoca movimento “com” e uma positiva movimento “contra”.
Copyright © ICEE 2009 Neutralização Manual e Vertometria – MANUAL DE ESTUDO • 6
ICEE Refractive Error Training Package
Descobrir a potência de uma lente esférica:
Agora que sabe que está com uma lente positiva ou negativa,
sobreponha uma lente de prova com sinal oposto à lente com potência
desconhecida.
Lembre-se que uma lente de alta potência positiva é mais espessa no centro e
uma lente negativa é mais espessa no bordo. Analisar a espessura da lente que
pretendemos neutralizar ajuda a estimar qual a potência da lente de prova que
necessitamos.
Continue a experimentar diferentes lentes de prova até que não haja nenhum
movimento da cruz quando se olha através das lentes (lente de prova + lente
desconhecida). Quando não houver nenhum movimento, a lente está
neutralizada. A potência da lente desconhecida é igual e de sinal oposto à lente
de prova que a neutraliza.
Exemplos:
Exemplo:
Tem uma lente desconhecida. Ao rodar a lente percebe que é uma lente
Esférica.
Quando move a lente, vê movimento contra: é uma lente positiva.
Como é uma lente positiva escolhe uma lente de prova de -4.00 D.
Agora, pode escolher qualquer lente de prova com potência entre −4.00 D e
−8.00 D para tentar neutralizar a sua lente desconhecida, contudo será mais
eficiente usar um método lógico para escolher a próxima lente de prova.
Escolha uma lente que se situa a “meio caminho” entre −4.00 D e −8.00 D →
escolhe uma lente de prova de −6.00 D.
Juntas, as lentes provocam movimento contra.
Significa que a lente desconhecida tem uma potência entre +4.00D e +6.00D.
Recorde:
Uma lente cilíndrica tem dois meriadianos principais
perpendiculares entre si (90º).
Exemplo:
Tem uma lente de potência desconhecida e pretende descobrir o centro óptico
da mesma e qual a sua potência.
Alinhe a lente de forma a que as linhas da cruz, vistas através dela, estejam
alinhadas com as linhas vistas fora dela.
Nota:
A cruz não está no centro do círculo.
→ Significa que neste caso o centro óptico da lente não está
no meio da lente.
Pode marcar o centro óptico da lente através do centro da cruz ou onde os dois
reflexos se encontram usando um marcador para marcar na lente esse ponto.
Mova a lente de cima para baixo (na vertical) e analise qual é o tipo de
movimento. Se vir movimento com, significa que o meridiano vertical tem
potência negativa.
Uma vez que o meridiano vertical tem potência negativa, escolha uma lente de
prova com potência positiva para efectuar a neutralização.
−4.50
+2.25
Uma vez que a lente apresenta potência positiva no meridiano horizontal, deve
utilizar para a neutralização uma lente de prova negativa.
−4.50
+2.25
Figura 12: Cruz óptica com potências dos meridianos horizontais e vertical.
Observando a cruz óptica (Figura 12) e sabendo que o eixo da lente é a 180º, a
prescrição é a seguinte:
Para se medir a potência de uma lente no focómetro, a periferia da lente assenta na plataforma da
armação (frame table), enquanto que o centro da lente pousa em cima de um apoio chamado de
“apoio de lente”(lens rest). A lente é então presa de forma a não se mover, e roda-se a roda de
potências para encontrar a potência da lente.
A ocular é a parte do focómetro através da qual se observa para medir a potência da lente. Quando
olhamos através da ocular, vemos as linhas e círculos pretos do retículo, e um alvo brilhante e
colorido. O retículo é visto quando o focómetro está desligado, contudo só podemos ver o alvo caso o
focómetro esteja ligado. O alvo é geralmente verde.
Cruz Alvo – Os focómetros que usam este tipo de alvo necessitam de uma
roda (roda de eixos) que girada serve para encontrar os eixos (como podemos
observar na Figura 13).
Caso estejamos a medir uma lente esférica, todas as linhas do alvo surgem
focadas ao mesmo tempo. Pelo contrário, se a lente for cilíndrica, apenas as
linhas numa determinada direcção vão aparecer focadas mantendo as
perpendiculares desfocadas:
- +2.00 - 0.00
- -
- -
- -
- +1.00 - − 1.00
- -
- -
Figura 15: Medindo uma lente cilíndrica – apenas um conjunto de linhas pode estar
focado num determinado momento.
90
180 0
Figura 16: Um conjunto de pontos verdes que mede uma lente esférica.
Quando medimos uma lente esférica, o alvo parece um círculo constituído por
pequenos pontos. Caso meçamos uma lente cilíndrica, o alvo parece um
conjunto de pequenas linhas paralelas (pontos esticados formando um círculo).
90 90
180 0 180 0
- +2.00 - 0.00
- -
- -
- -
- +1.00 - − 1.00
Passo 1:
Antes de ligar o focómetro, observe através da ocular as linhas e círculos do
retículo. Caso seja difícil observar o retículo, coloque uma folha branca em
frente ao apoio da lente.
Passo 2:
Rode a ocular no sentido anti-horário até ao máximo. Vai perceber que o
retículo está neste momento desfocado.
Passo 3:
Rode devagar a ocular no sentido horário até que o retículo esteja focado. É
importante que pare a rotação quando vir o retículo focado, senão deverá
repetir os passos 1 e 2.
Passo 4:
Ligue o focómetro de forma a observar o alvo colorido. Mova a roda de
potência até que as linhas ou pontos estejam focados. Se tiver focado a ocular
correctamente, a potência lida deverá ser zero.
Colocar a armação
Passo 1:
Coloque os óculos de forma a que a frente da armação esteja virada para si. As
hastes devem apontar na direcção oposta.
Passo 2:
Coloque os óculos apoiados na base de apoio da armação. A “parte de baixo”
dos óculos deverá pousar nesta base. Prenda os óculos para mantê-los
pressionados contra o apoio da lente.
Passo 3:
Observe através da ocular e mova os óculos até colocar o alvo no centro do
retículo.
Passo 4:
Altere a altura da base de apoio da armação para manter o óculo perfeitamente
horizontal.
Passo 6:
Desprenda a lente direita. Não altere a altura da base de apoio da armação.
Mova a armação e prenda a lente esquerda. Meça a potência da lente
esquerda.
Passo 1:
Mova a Roda de potência até à máxima potência positiva.
Passo 2:
Diminua devagar a potência (rodando a roda de potência) até que todas as
linhas do alvo estejam focadas (se rodar mais do que o necessário, a sua
medição não será precisa).
Figura 18: As três linhas paralelas estão focadas assim como a linha única. Esta
lente é esférica.
Passo 1:
Mova a Roda de potências até à máxima potência positiva.
Passo 2:
Diminua devagar a potência (rodando a roda de potência) até que algumas
linhas do alvo estejam focadas (se rodar mais do que o necessário, a sua
medição não será precisa).
Passo 3:
Rode a roda dos Eixos até que as três linhas paralelas do alvo estejam rectas e
contínuas.
Figura 19: As três linhas paralelas estão focadas, rectas e contínuas. A linha única
está desfocada. Esta lente é cilíndrica.
Passo 4:
Caso esteja a medir uma lente cilíndrica, o valor na roda de potência dá-lhe a
potência do meridiano mais positivo da lente. Este valor é o valor da esfera
quando escreve a prescrição da lente cilíndrica.
Passo 5:
Rode devagar a roda de potência, diminuindo a potência até a outra linha estar
focada. O valor agora encontrado representa a potência do meridiano menos
positivo da lente.
Passo 6:
Descubra a potência do cilindro da lente.
Passo 7:
Encontre o eixo da lente.
A direcção desta linha é dada observando por onde passa a mesma pelo
retículo.
-
-
- +2.00
-
-
-
- +1.00
-
-
-
- +0.00
Observe através da ocular e rode a longa linha preta na mesma direcção das
linhas do alvo. É mais fácil ler a direcção do eixo no retículo. Neste caso, as
linhas menos positivas (segunda leitura) estão a 120°.
Atenção:
Passo 1:
Rode o tambor de potência (roda de potência) para a potência mais positiva.
Passo 2:
Diminua devagar a potência até que todos os pontos estejam focados. Deverá
parar mal os veja focados, caso contrário a medição não será precisa.
180 0
Passo 3:
Se está a medir uma lente esférica, o valor na roda de potência dá-lhe a
potência da lente. Sendo uma lente esférica, está terminada a leitura da lente
direita. Pode avançar para a lente esquerda.
Passo 1:
Rode o tambor de potência (roda de potência) até a potência mais positiva.
Passo 2:
Diminua devagar a potência até que todos os pontos se tornem pequenas
linhas focadas. Deverá parar mal as veja focadas, caso contrário a medição
não será precisa. Este valor será o valor da esfera quando efectuar a
prescrição.
90
180 0
90
180 0
Figura 25: Segunda leitura (meridiano menos positivo). Desta vez, os círculos de
pontos esticados são perpendiculares aos da primeira leitura.
Passo 4:
Descobrir a potência do cilíndro da lente.
Mais uma vez, outra forma de efectuar o Passo 4 é observar a quantidade que
se rodou no tambor de potência e em que direcção.
Passo 5:
Encontre o eixo da lente.
O eixo da lente é a direcção das pequenas linhas da segunda leitura. Meça a
direcção destas linhas observando o valor do eixo no retículo.
Descobrir o Eixo:
Observe a direcção das linhas da segunda leitura (menos positiva). Esta é a
direcção do eixo. Através da ocular, rode as linhas do retículo até que
apresentem a mesma direcção que as linhas do alvo – isto torna mais simples
a leitura da direcção do eixo no retículo. Neste caso, as linhas da segunda
leitura estão a 120°.
Caso a lente seja cilíndrica, é adequado rodar a potência até meio caminho entre a primeira
leitura e a segunda leitura. Neste ponto, o alvo parecerá um círculo (apesar de estar um pouco
desfocado).
Caso o focómetro não tenha pinos de marcação e tinta, pode usar uma caneta de feltro e
marcar você próprio o centro óptico. Terá que marcar a lente directamente através da
localização do apoio da lente no focómetro.
Se tiver um par de óculos e medir a distância entre os centros ópticos das duas
lentes, esta distância deve ser igual à DP do paciente.
Os óculos com prismas indesejados não podem ser entregues ao portador e deve ser efectuada nova
montagem.
Passo 1:
Prenda a lente direita no focómetro. A lente deve ser presa para que o centro
óptico da lente esteja no centro do retículo.
Passo 2:
Ajuste a altura do apoio da armação – assegure-se que a parte inferior da
armação assenta no apoio.
Passo 3:
Desprenda a lente direita e mova a armação de forma a medir a lente
esquerda. Importante: Não altere a altura da base de apoio da armação.
Passo 4:
Observe o alvo através da ocular. Caso o alvo da lente esquerda esteja mais
alto ou mais baixo que o da lente direita, existe um prisma vertical induzido no
óculo.
Passo 5:
Encontre a direcção do prisma.
Caso o alvo da lente esquerda esteja acima do alvo da lente direita, o prisma é
de base superior na lente esquerda (comparado com a lente direita).
5 3 1
Passo 6:
Medir a quantidade prismática.
A quantidade do prisma é medida observando os círculos do retículo.
Geralmente cada círculo representa uma dioptria prismática (1). Contudo, por
vezes, cada círculo representa meia dioptria prismática (½). Saberá se é
apenas ½ porque a distância entre círculos é menor.
Passo 1:
Meça a DIP ao portador do óculo. Caso o portador não esteja presente, deve
usar o valor da DIP que se encontra na prescrição (receita) ou na ficha clínica.
Passo 2:
Marque o centro óptico de ambas as lentes do óculo.
Passo 3:
Segure uma régua horizontalmente e coloque o zero da régua no centro óptico
da lente direita. Marque com uma caneta de feltro o centro óptico da lente
esquerda (número da régua = valor da DIP do portador).
Passo 4:
Prenda a lente esquerda de forma a que a marca que fez esteja no centro do
apoio da lente.
Passo 1:
Verifique que a potência de visão de longe está correcta.
Passo 2:
Agora rode o óculo de forma a que a ponta das hastes estejam viradas para si.
Coloque a superfície frontal da lente direita contra o apoio da lente (Figura 31).
Passo 3:
Foque as linhas ou pontos do alvo que estão mais próximas da direcção
vertical e determine a potência.
Passo 4:
Mova o óculo para cima e coloque a superfície frontal do segmento contra o
apoio da lente (Figura 32).
Passo 6:
A diferença entre as potências obtidas nos Passos 3 e 5 é a adição.
Lentes Progressivas: Existem dois métodos para descobrir a adição das lentes progressivas:
3. Quais são os três passos para descobrir a potência de lentes cilíndricas no focómetro?
a. _________________________________________________________________
b. _________________________________________________________________
c. _________________________________________________________________
4. Se tem uma lente de prova −5.50 D sobreposta a uma lente desconhecida e não vê
movimento da cruz, qual é a potência da lente? (seleccione a opção correcta)
(a) −4.00
(b) +6.00
(c) +5.50
(d) −5.50
PENSA
A nossa visão permite-nos ver figuras e cores e diz-nos onde está o objecto. Algumas pessoas
conseguem ver melhor do que outras.
É importante conseguir medir a visão de forma a perceber se a mesma está a melhorar ou a piorar.
Saber o quanto uma determinada pessoa vê ajuda-nos a descobrir se existe alguma anomalia nos
seus olhos.
OBJECTIVO
Este módulo ensina-lhe como medir a acuidade visual.
RESULTADOS A OBTER
No final deste modulo, deverá ser capaz de:
Quando um individuo foca um objecto (olha directamente) está a usar uma parte da retina denominada
mácula, que é usada para a visão central. A AV é simplesmente designada de visão - contudo
actualmente a visão abrange tudo o que se vê, e não apenas a visão central.
• Erros refractivos:
Neste caso, o olho pode ser saudável (não ter qualquer patologia), contudo pode não
apresentar um tamanho ou potência correctos de forma a focar correctamente a luz na retina.
Um indivíduo com um erro refractivo necessita de usar um óculo para ver bem.
Um dos primeiros procedimentos a efectuar durante uma consulta à visão é a medição da AV. A AV
pode ser medida para o olho direito e para o esquerdo separadamente, ou para ambos.
AV Bruta:
A AV bruta é a AV medida sem qualquer tipo de correcção óptica (óculos, por
ex.)
Existem diferentes tipos de óculos. Eles podem ser utilizados para visão de
longe, visão de perto ou para ambas as distâncias.
Geralmente:
AV apresenta
A AV apresenta é a AV que o paciente apresenta quando chega á consulta.
AV habitual:
A AV habitual é a AV que o paciente apresenta quando chega á consulta.
AV Monocular e Binocular:
A AV monocular é a acuidade visual que o paciente atinge com apenas um
olho (com o outro olho ocluído). A AV binocular é a AV que o paciente atinge
com ambos os olhos abertos e desocluídos.
Fracção de Snellen: Cada linha de caracteres nos optotipos é marcada para nos indicar qual a visão
necessária para conseguir ler aquela linha. Geralmente, a marca é um número
que é designado de fracção de Snellen.
Exemplo 1:
Mede a AV e descobre que a linha mais pequena que o paciente consegue ler
é a de 6/6.
Por exemplo:
Os optotipos de AV que são feitos nestes países apresentam geralmente as
medidas como 20/20 ou 20/200, em vez de 6/6 ou 6/60.
Fracção de Snellen
Metros Feet
6/3 20/10
Visão muito boa →
6/4.5 20/15
(Caso a AV seja igual ou superior a 6/4.5)
Visão normal →
(Caso a AV seja igual ou superior a 6/6) 6/6 20/20
6/7.5 20/25
6/9 20/30
6/12 20/40
6/15 20/50
6/18 20/60
Visão diminuída→
→
6/24 20/80
(Caso a AV seja inferior a 6/18)
6/30 20/100
6/48 20/160
6/60 20/200
Cegueira →
6/120 20/400
(Caso a AV seja inferior a 6/120)
Exemplos:
3/3 = 6/6
O paciente que vê a linha 3/3 a 3 m também vê a linha 6/6 a 6 m
3/4.5 = 6/9
O paciente que vê a linha 3/4.5 a 3 m também vê a linha 6/9 a 6 m
3/6 = 6/12
O paciente que vê a linha 3/6 a 3 m também vê a linha 6/12 a 6 m
3/9 = 6/18
O paciente que vê a linha 3/9 a 3 m também vê a linha 6/18 a 6 m
3/60 = 6/120
O paciente que vê a linha 3/60 a 3 m também vê a linha 6/120 a 6 m.
Visão
Individuo que atinge AV igual ou superior a 6/18.
Visão normal
Este individuo vê bem.
Indivíduo que não consegue atingir AV de 6/18
Visão diminuída
Este individuo não vê bem.
Individuo que não consegue atingir AV de 6/120
Cego
Este individuo vê muito pouco ou mesmo nada.
Se o paciente conseguir ler uma linha inteira correctamente mas não consegue
ler nenhum caracter da linha seguinte, a AV a anotar é a fração de Snellen da
linha que foi lida correctamente.
Por exemplo: se o paciente lê toda a linha 6/12, mas não consegue ler nenhum
caracter da linha seguinte, a AV é de 6/12.
Medição da AV de VL:
Passo 1:
Assegure-se que o optotipo está limpo e com boa iluminação. O
optotipo deve ser plano e recto na parede e não deve estar colocado
muito alto ou muito baixo.
Meça a distância correcta com uma fita métrica. Se lhe for útil, pode
marcar o local no chão do gabinete.
Passo 4: Medição da AV
Continue a pedir para lhe dizer os caracteres até que falhe pelo
menos metade da linha.
Lembre-se:
Precisa de encontrar a linha mais pequena que o
paciente consegue ver.
• Exemplo 1
Um homem não usa óculos para VL. Mede a AV de cada olho para
esta distância.
• Exemplo 3
Um homem vem efectuar uma consulta de especialidade. Apenas tem
óculos para leitura. Mede-lhe a AV de cada olho para VL.
Quando isto acontece, ainda assim tem que medir a AV. Existem passos que pode executar:
Exemplo 1: Um individuo não vê a linha 6/60 a 6 m. Move então o optótipo e coloca-o a 3m.
Agora, já consegue ler, portanto anota a AV como 3/60.
Exemplo 2: Uma mulher não vê a linha 6/60 nem a 6 m nem a 3 m. Então, altera o optótipo
para 1.5 m. Neste momento, já consegue ler a linha abaixo à de 6/60 que é 6/48. Anota a AV
como sendo de 1.5/48.
Em primeiro, pergunte ao paciente quantos dedos consegue ver quando está a 3m. Se
consegue ver correctamente o número de dedos que está a apresentar anote a AV como CD
@ 3m (significa que consegue “Contar Dedos” a 3 m).
Caso o paciente não consiga contar os dedos a 3m, aproxime-se e experimente novamente
mas a 2m.
Se ainda assim não conseguir ver, aproxime-se ainda mais até estar a 1m do paciente.
Algumas pessoas (especialmente os idosos) têm óculos que usam para VP. A
AV de VP é então medida com os óculos e é anotada como sendo “com
correcção”.
3 8 2 6 1 9 7 4 5
N6
Diabetes is a condition that affects the whole body , includ ing the ey es. Changes may occur at the back of the ey e in the retina – especially after someone has had diabetes for a few years,
or if they have poor control of their blood sugar levels. These changes are know n as diabetic retinopathy . Diabetic retinopathy can make a person blind if i t is not treated. In the early
stages a diabetic person m ay not know t hat they have diabetic retinopathy until they are examined by their eye-care practitioner – that is why it is important to have y our eyes examined
every year if y ou have diabetes.
8 5 2 1 3 9 7 4 6
N8
Our eyes are very precious so it is important to look after them. There are simple steps we can take to look after our eyes. Every day the
eyes should be gently washed in clean water – teaching children to do this is also important. Wearing safety glasses is a must when using
tools or working with chemicals. We only have one pair of eyes – so we have to protect them!
5 9 4 2 1 3 7 8 6
N10
The strength of the sun can cause not only discomfort from the glare, but also permanent damage. Wearing
sunglasses when out in the sun is always recommended. Your eye-care practitioner can talk to you about
having prescription sunglasses so that you can see clearly and comfortably outside. Wearing a hat will also
help to protect your eyes from the sun.
7 5 1 9 2 4 8 6 3
N14
If you have difficulty reading small print, remember that good lighting is
important. Your eye-care practitioner can advise you on how to use lighting to
improve your vision.
69 4 7 2 8 1 3 5
N24
Alguns optótipos de VP usam frações de Snellen, mas a maioria usa escala de N pontos ou escala de
Jaeger:
• Pontos N:
Uma visão de perto normal é geralmente de N6.
A N5 é muito pequena e a N8 é normalmente do tamanho utilizado numa impressão de um
jornal.
Necessita apenas de medir a AV de VP de cada olho caso exista mais que uma linha de AV de
diferença entre eles na visão de longe.
Métodos: Passo 1:
Certifique-se que o paciente está sentado num local com boa
iluminação. O paciente deve segurar o optótipo.
Passo 2: Distância
O optótipo de VP é geralmente usado a 40 cm dos olhos do paciente.
Exemplos:
Um homem alto pode preferir ler o jornal a uma distância de 50cm.
Uma mulher pequena pode preferir costurar a 30 cm.
Exemplos: N6 @ 50 cm
N12 @ 30 cm.
Exemplo 1
Este paciente não usa óculos.
Pedir ao paciente para ler a linha mais pequena que conseguir. Ele
consegue ler até a N12 incluída.
Este paciente tem uma boa AV de VL. Contudo, não consegue ler um
jornal ou ver objectos pequenos muito próximos.
Exemplo 2
Esta mulher usa óculos para VL e VP.
Lembre-se:
A AV de VL era pior no olho esquerdo do que no olho
direito, portanto é necessário medir a AV de VP a
ambos os olhos separadamente.
Exemplo 3
Este homem tem óculo para perto.
Pedir ao paciente para ler a linha mais pequena que conseguir. Ele vê a
N6.
Lembre-se:
A AV bruta de VL deste homem era OD: 6/60+3 e OE:
6/60+4 – apresenta diminuição de AV em visão de longe.
4. Que tipo de optotipos pode utilizar para pacientes que não saibam ler?
____________________________________________________________________________
7. Se o paciente não vê nenhum caracter do optotipo, quais os testes que pode realizar?
____________________________________________________________________________
8. Porque deve encorajar o paciente a ler as letras mais pequenas, mesmo quando ele
parece não ter certezas?
____________________________________________________________________________
PENSA
Um senhor vem á consulta e diz-nos que em relação ao ano passado sente que sua a visão piorou.
Quando medimos a acuidade visual, o paciente só consegue ler a linha 6/24, tanto com o olho direito
como com o olho esquerdo. Pretendemos saber se a visão deste senhor é pobre por causa de um erro
refractivo, ou se é porque tem uma patologia.
O teste com o furo estenopeico, é um teste simples de realizar e ajuda-nos a encontrar a resposta.
OBJECTIVO
Esta unidade mostra-nos como fazer o teste com furo estenopeico e compreender o significado dos
resultados obtidos.
RESULTADOS A OBTER
Depois de trabalhar nesta unidade, devemos ser capazes de:
• usar o teste para medir e registar a acuidade visual com o furo estenopeico
• decidir quando encaminhar uma pessoa com AV pobre com base nos resultados com o furo
estenopeico.
Copyright © ICEE 2011 Acuidade Visual com Furo estenopeico – MANUAL DE ESTUDO • 1
ICEE Refractive Error Training Package
TESTE COM FURO ESTENOPEICO
O teste com furo estenopeico é um teste simples que lhe permite descobrir se a diminuição de
acuidade visual (AV) é causada pelo erro refractivo ou por algum problema de saúde ocular.
Uma pessoa com um erro refractivo necessita de usar óculos para que consiga
ver de forma nítida e confortável.
Para medir a AV com furo estenopeico, a pessoa tem que olhar através do furo estenopeico (ou
simplesmente, estenopeico) para uma carta de AV ao longe.
Furo
Estenopeico: O estenopeico parece um oclusor, mas tem um pequeno buraco (ou por
vezes vários buracos) no meio dele. Geralmente, um oclusor estenopeico é
feito de plástico preto, mas pode fazer um de papelão, se não tiver plástico.
O tamanho do estenopeico é importante - se for muito grande ou muito pequeno,, o teste poderá não
funcionar correctamente. O tamanho do buraco deve ser entre 1,0 milímetro (mm) e 1,5 mm de
diâmetro.
Se a AV aumentar para 6/12 ou mais com o furo estenopeico (deve ser escrito
como 6/12 + PH), o paciente deve realizar um exame de refracção.
A prescrição obtida na refracção é aquela com que o paciente terá uma melhor
visão.
Por exemplo:
AV Apresentada OD: 6/36 com ajuda OE: 6/36+4 com ajuda
AV Furo Estenopeico OD: 6/9+2 PH OE: 6/7.5 PH
AV Melhor Correcção OD: 6/7.5 com ajuda OE:6/7.5+2com ajuda
Por exemplo:
AV Apresentada OD: 6/24+2 sem ajuda OE:6/48+4sem ajuda
AV Furo Estenopeico OD: 6/12+2 PH OE: 6/18 PH
Pupilas e Idade:
À medida que envelhecemos as pupilas ficam mais pequenas.
pequenas
Estas podem ser pensadas como furos estenopeicos naturais.
Pupilas e Luz:
Em ambientes com luz, as nossas pupilas são
sã menores do que em
ambientes com pouca luz.
Exemplo 1
Uma senhora que não usa óculos de longe e vem até si para realizar um
exame oftalmológico.
Exemplo 2:
Um paciente vem até si para realizar um exame oftalmológico. Foi-
lhe dado uns óculos para longe á 2 anos atrás e usa-os o tempo
todo.
A AV do OE deste senhor é inferior a 6/18, por isso deve-se realizar o teste com o estenopeico.
Com o estenopeico o senhor diz-lhe que ainda não consegue ver todas as
letras da carta.
Pede-se ao senhor para mover o estenopeico e para ver se isso ajuda.
O senhor diz-lhe que não ajuda e contínua sem conseguir.
→ Escreve: AV OE CD @ 3 m com ajuda NMPH
Este senhor tem uma visão muito pobre e não se deve apenas ao erro
refractivo por corrigir, provavelmente tem um problema de saúde ocular que lhe
está a causar a perda de visão.
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O QUE FAZER COM OS RESULTADOS DA AV COM O ESTENOPEICO
Já sabe como medir a AV com estenopeico, mas é necessário que saiba também o seu significado e o
que deve fazer de seguida.
AMBLIOPIA
Um olho com ambliopia, por vezes é chamado de olho preguiçoso. Um olho amblíope não vê nítido –
mesmo quando se usa o estenopeico.
Exemplos
• A criança não vê bem se tiver um erro refractivo alto.
• A criança não vê bem se tiver uma catarata.
Um adulto que tenha uma visão pobre, não vai desenvolver ambliopia, porque
as vias ópticas já se desenvolveram nos primeiros anos de vida. Uma criança
que tenha sido tratada correctamente, em adulta vai ver bem.
Exemplo
Um senhor com 55 anos tem uma catarata, mas este não tem hipótese de ser
operado para a retirar até aos 65 anos de idade.
Contudo, quando lhe é retirada a catarata ele vê nitidamente outra vez – não
desenvolve a ambliopia, porque os seus caminhos visuais já estavam
formados.
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Detecção da
Ambliopia: Por vezes, uma pessoa que tenha baixa visão num dos olhos, não sabe que
tem este problema
problema,, isto porque quando ambos os olhos estão abertos, o olho
bom fornece toda a informação visual necessária. Quando ambos os olhos são
testados separadamente é que o problema se torna visível. Por isso é que é
importante que se meça a AV monocularmente duran
durante
te o exame.
• O estrabismo
strabismo pode causar ambliopia (o olho desviado não vê muito bem
e as vias ópticas não funcionam normalmente
normalmente); e
Exemplos
• Examina uma paciente com 20 anos, verifica que ela tem uma alta
hipermetropia no olho direito desde beb
bebé.
é. Prescreve-lhe
Prescreve o primeiro par
de óculos
óculos.
Mesmo que a imagem que agora chega á retina seja nítida,ní o seu
cérebro
érebro nunca aprendeu a interpretar a imagem deste olho.
olho
A visã
visão com o olho direito nunca será perfeitamente nítida – porque a
hipermetropia elevada não foi corrigida em criança, enquanto os
caminhos visuais ainda estavam em desenvolvimento.
desenvolvimento Este paciente
tem ambliopia no olho direito.
• Um senhor com 30 anos vem fazer um exame. Este diz que nasceu
com uma catarata no olho esquerdo. No ano passado, teve a
oportunidade de ser operado á catarat
catarata.
Prescreve
Prescreve-lhe um óculo e diz-lhe que deve usa-lo
lo sempre – mesmo que
a adaptaç
adaptação demore algumas semanas até se sentir confortável com
eles
eles.
Esta menina não vai desenvolver uma ambliopia e terá uma boa visão,
vis
quando for mais velha (e
(embora
mbora esta criança vá usar óculos para o resto
da vida para ter uma boa visão), terá uma boa visão com óculos,
porque o seu erro refractivo foi corrigido precocemente e os seus
caminhos visuais desenvolveram
desenvolveram-se
se normalmente.
normalmente
Facto Interessante:
Imagine que a criança do exemplo anterior tem agora 18 anos de idade. Ela
usa o óculo todos os dias desde os 4 anos, mas agora recusa-se
recusa a usar óculos
mesmo que a sua visão fique desfocada sem eles.
Se esta rapariga começar a usar novamente os óculos aos 28 anos, ela vai ver
bem novamente – não vai ter ambliopia.
1. Qual o tamanho (diâmetro) que deve ter o furo estenopeico para obter bons
resultados?
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5. Se um senhor tem uma AV de longe pobre com os seus óculos, mas com o
furo estenopeico esta melhora, o que significa?
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7. O que pode fazer com que a sua medição de AV com estenopeico seja menos
precisa?
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__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
8. O teste com furo estenopeico deve ser sempre feito (assina-le todas as
respostas correctas):
a. Monocularmente Binocularmente
b. Para longe Para perto
11. O que deve fazer se a AV com estenopeico for pior que 6/12?
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HIPERMETROPIA, MIOPIA
E ASTIGMATISMO
PENSA
Já reparou que algumas pessoas têm dificuldades a ver ao longe - mas vêem muito bem ao perto,
enquanto que outras têm dificuldades a ver as coisas que estão próximas - mas conseguem ver as que
estão longe, com facilidade?
OBJECTIVO
Esta unidade mostra-nos que algumas pessoas com olhos saudáveis não vêem
nitidamente ou confortavelmente, e explica-nos como os óculos podem ajudar estas pessoas a ver
bem.
RESULTADOS A OBTER
Depois de trabalhar com esta unidade, deve ser capaz de:
• compreender como e o porquê dos sintomas dos erros refractivos com a mudança de idade.
Nesta unidade, vamos abordar estes três erros (hipermetropia, miopia e astigmatismo). A presbiopia
será abordada noutras unidades.
HIPERMETROPIA
O que é a
Hipermetropia? Quando os raios de luz de um objecto distante (6 m ou mais) entram no foco
atrás da retina num olho relaxado, diz-se que o olho é hipermetrope
(ou hipermetrópico), ou que a pessoa é hipermetrope.
A Figura 1 mostra a luz de um objecto distante centrado num ponto focal atrás
da retina de um olho relaxado, olho hipermetrope. A luz na verdade não se foca
atrás do globo ocular, mas seria isto que aconteceria se o fundo do olho não
bloqueasse os raios de luz.
Figura 1: O ponto focal em um olho hipermetrope relaxado está por trás da retina.
Causas da
Hipermetropia: A hipermetropia pode ser causada por:
• a córnea e/ou o cristalino serem muito planos (não têm curvada suficiente)
e, portanto, têm pouca potência (chamada de hipermetropia refractiva).
Uma pessoa com uma hipermetropia baixa, pode (ou não) queixar-se
que sente os olhos cansados, doridos, ou que tem dores de cabeça, se
esta fizer muito trabalho em visão próxima, como leitura ou costura.
O que acontece
quando os hipermetropes
envelhecem?
Como se pôde ver na figura 2, a acomodação pode mover o foco de modo a que
a imagem formada seja nítida.
No entanto, uma criança pode ter outros sintomas, porque o músculo ciliar da
criança tem que trabalhar em demasia para conseguir ver nítido. Os sintomas
que uma criança com uma alta hipermetropia pode apresentar são, dores ou
cansaço nos olhos, esfrega os olhos, por vezes tem visão desfocada, dificuldade
de concentração enquanto faz tarefas de perto. Uma criança com hipermetropia
alta também pode ter um olho que por vezes desvia (isso é chamado de
estrabismo).
Figura 3: Como uma pessoa com hipermetropia baixa, moderada ou alta vê.
Correcção da
Hipermetropia: Hipermetropia é corrigida com lentes convexas (ou "positivas"), lentes
esféricas. Ao corrigir a hipermetropia com lentes positivas, está a diminuir a
necessidade do olho em acomodar.
Figura 6: O mesmo olho que na figura anterior, mas agora com uma lente de
+4,00 D em óculo. O olho não necessita de acomodar para manter a visão de
longe nítida.
Hipermetropia e
Estrabismo
Convergente: Embora tenhamos dito que a correcção total da hipermetropia pode não ser
necessária para todos os jovens, há momentos em que é extremamente
importante que seja corrigida totalmente - mesmo nos jovens.
Nota: Nem todos os casos de estrabismo são causados por hipermetropia não
corrigida, ou seja, os óculos não vai ajudar em todos os tipos de estrabismo.
Causas da
Miopia: Miopia pode ser causada por:
Efeito da acomodação
na miopia: A acomodação não tem efeito sobre a miopia.
Agora, se olhar para as figuras 9 e 10, pode ver que, um olho míope corrigido
acomoda durante a observação de um objecto distante, o ponto focal move-se
para mais longe da retina. O desfocado na retina será ainda pior, então uma
pessoa com miopia não é capaz de ver nitidamente se acomodar.
Figura 10: O ponto focal num olho míope a acomodar é formado mais longe
da retina.
Sintomas da Uma pessoa com miopia, independentemente da idade, terá uma visão de
miopia por perto melhor do que a visão de longe.
corrigir:
Pessoas com miopia (também chamados de míopes) queixam-se da
visão de longe desfocada, ou então dizem-lhe que não são capazes de
reconhecer as pessoas que estão distantes. Estas podem dizer-lhe
ou pode notar, que quando semi-cerram os olhos vêem melhor.
Pessoas míopes muitas vezes acham que têm uma visão pior à noite
ou com pouca luz.
Correcção da
Miopia: Lentes esféricas côncavas (ou "negativa") corrigem a miopia. As
próximas três figuras vão ajudar a explicar como é que as lentes
esféricas negativas podem corrigir.
Figura 12: Um olho relaxado não corrigido com 10,00 D de miopia está a olhar
para um objecto distante. O ponto focal está à frente da retina. Os raios de luz são
divergentes à medida que atingem a retina e assim a visão ao longe é desfocada.
Figura 14: De novo o mesmo olho, mas desta vez a olhar para um objecto
distante através de uma lente de -10,00 D. Pode-se ver que a lente de -
10,00 D diverge os raios de luz antes que estes atinjam o olho - como se viessem
de um ponto a 10 cm do olho. Este é o mesmo ponto em que o olho, sem ajudas,
vê o objecto de forma nítida. Assim, com uma lente de -10,00 D a ajudá-lo, este
olho míope verá nitidamente ao longe.
Lembre-se:
Um “objecto distante” é algo que está a 6 metros ou mais de
distância do olho.
A partir desta tabela pode prever o poder da lente para ver nitidamente um
objecto a:
• 1 m e/ou mais perto, precisa de -1,00 D para ver um objecto nítido ao
longe.
• 50 cm e/ou mais perto, precisa de -2,00 D para ver um objecto nítido ao
longe.
• 25 cm e/ou mais perto, precisa de -4,00 D para ver um objecto nítido ao
longe.
Se não quiser usar a tabela, e se quer saber como prever o erro refractivo
miópico, pode usar a seguinte fórmula:
F = 100/f
Exemplo:
Um menino consegue ver as coisas nitidamente se estiverem a 40
centímetros dos seus olhos ou mais perto. Que erro refractivo prevê para este
menino?
Miopia
Patológica: O globo ocular de uma pessoa míope é normalmente mais longo (e maior) do
que o globo ocular de uma pessoa com um olho normal. Olhos míopes, por
vezes, crescem muito mais do que um olho normal e a esclera e a retina são
esticadas.
Por este motivo, alguns olhos míopes têm a esclera e a retina finas. Isso é
chamado de degeneração míopica. Olhos com
degeneração míopica têm miopia patológica e a sua visão pode ser pobre,
mesmo que a miopia seja corrigida com óculos. Isso ocorre porque a retina tem
sido danificada.
Se uma pessoa lhe diz que está a ver luzes a piscar ou que de
repente apercebeu-se de manchas a flutuar na visão, é uma
emergência ocular.
Causas do
Astigmatismo: As superfícies da córnea e o cristalino são as principais estruturas com
potência refractiva (foco) do olho. Olhos normais (aqueles que não têm erros
refractivos), bem como olhos
hipermétropes e míopes têm superfícies refractivas esféricas. A superfície
esférica é como o de uma bola redonda, e tem a mesma curvatura em todos os
meridianos (direcções) na sua superfície.
Figura 15: Uma bola de futebol tem uma superfície esférica. Uma bola de rugby
(em forma de ovo) tem uma superfície tórica.
A causa mais comum do astigmatismo é uma córnea tórica. Isso ocorre porque
a córnea tem a maior parte da potência refractivo do olho .
Figura 16: Esta córnea não é esférica, deste modo, não foca a luz num único
ponto – causa do astigmatismo no olho. Uma superfície que tem dois pontos
focais, é chamada de superfície tórica.
Lembre-se:
Quando as pessoas acomodam é quase sempre sem saber
que o fazem.
• Lentes cilíndricas:
A lente cilíndrica tem poder em apenas um dos meridiano.
Este tipo de lente é usada para pessoas que só têm como erro
refractivo o astigmatismo, sem miopia ou hipermetropia.
A lente cilíndrica é colocado em frente ao olho num ângulo específico
para que o poder da lente corresponda ao meridiano do
astigmatismo no olho.
• Lente esfero-cilíndrica:
Pode-se pensar numa lente esfero-cilíndrica como uma lente cilíndrica,
combinada com uma lente esférica.
Esta tem diferentes poderes em meridianos diferentes (ao contrário de
uma lente esférica que tem o mesmo poder em todos os meridianos da
lente).
Felizmente, isso não significa que a pessoa tenha que usar duas lentes
no óculo, uma em cima da outra. Uma lente esfero-cilíndrica é uma
lente especial que combina uma esférica com uma lente cilíndrica.
Geralmente, a superfície frontal da lente é a parte esférica, e a
superfície posterior o cilíndrica.
Exemplo 1
Um exemplo de uma lente esfero-cilíndrica é: +3.25 D –1.50 DC x 180
Também pode ser escrita como: +3.25 −1.50 x 180
Exemplo 2
Outro exemplo de uma lente esfero-cilíndrica é: –0.50 D –2.00 DC x 127
Também pode ser escrita como: –0.50 –2.00 x 127
Isso pode ser lido como: "menos zero cinquenta, menos dois, a 127".
Uma pessoa que tem um novo par de óculos com astigmatismo pode dizer que os
óculos o fazem sentir tonto ou enjoado, ou que as coisas lhe parecem distorcidas.
Por exemplo, o chão parece que está inclinado ou não podem olhar directamente
para as paredes - ainda que a sua visão seja mais nítida com os óculos.
Normalmente, uma pessoa adapta-se aos novos óculos dentro de 2 semanas. Este
período é chamado o período de adaptação. É importante que a pessoa use os
óculos novos, o mais tempo possível durante o período de adaptação, para que os
sintomas de adaptação passem o mais rápido possível.
Astigmatismo
Irregular: Existem dois tipos de astigmatismo:
− Astigmatismo regular
− Astigmatismo irregular
Às vezes, a AV pobre num astigmatismo irregular pode ser corrigido com lentes de
contacto semi-rígidas (RGP – rígidas permeáveis aos gases) .
→ Isso exige que a adaptação destas lentes de contacto rígidas seja feito por
profissionais especializados.
PRESBIOPIA
Ao contrário da miopia, da hipermetropia ou do astigmatismo que apenas afectam algumas pessoas,
a presbiopia é um erro refractivo que afecta todas as pessoas à medida que envelhecem. A presbiopia
é devido ao endurecimento natural do cristalino, e torna mais difícil e eventualmente impossível, de
acomodar. A presbiopia começa a ser um problema depois dos 40 ou 45 anos de idade e, piora
lentamente, até por volta dos 60 anos.
Hipermetropia
e envelhecimeto: • É normal que os bebés nasçam com hipermetropia.
Exemplo
Imagine quatro pessoas que têm 1,00 D de hipermetropia - e pense em
qual delas deve prescrever óculos:
Uma pessoa com afaquia vai precisar de uma lente de elevado poder
para corrigir a alta hipermetropia.
Miopia
E envelhecimento: • É extremamente raro, bebés ou crianças com idade inferior a cinco
anos de idade terem miopia.
• Miopia tem uma forte ligação hereditária (que ocorre em famílias). Uma
criança tem muito mais chances de desenvolver miopia se o pai, irmão
ou irmã são míopes.
Presbiopia
E Idade: • A presbiopia afecta apenas pessoas idosas, e normalmente só se inicia
após os 40 anos de idade. É impossível para uma criança
saudável ou um jovem adulto nos seus 20 anos terem presbiopia.
2. Quais são os sintomas da hipermetropia para uma pessoa que não consegue
acomodar?
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Quais são os sintomas da hipermetropia para uma pessoa que consegue acomodar?
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3. O que deve fazer se uma criança tem um estrabismo (desvia um olho) e vem fazer um
exame oftalmológico?
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4. O que é miopia? Que tipo de lente são usadas para corrigir miopia?
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6. Se uma pessoa lhe disser que só consegue ver as coisas que estão de 50 cm de
distância (ou mais perto) dos seus olhos, que quantidade miopia acha que a
pessoa tem?
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7. O que deve fazer se uma pessoa lhe disser que vê luzes brilhantes ou de
repente percebem manchas a flutuar na visão?
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8. O que é o astigmatismo? Que tipo de lente são usadas para corrigir o astigmatismo?
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PENSA
Uma senhora de 42 anos de idade diz-lhe: "Eu era capaz de enfiar uma agulha, sem dificuldades,
mas agora não consigo. Será que estou a ficar cega?"
Acha que a senhora está a ficar cega, ou poderá haver outra razão pela qual ela não consegue ver ao
perto?
Já reparou que as pessoas mais velhas têm dificuldade em ver as coisas que estão mais proximas e
mais facilidade a ver as que estão ao longe?
OBJECTIVO
Esta unidade vai explicar-nos por que é que a maioria das pessoas não consegue ver as coisas que
estão próximas à medida que envelhecem e como é que com óculos podemos melhorar a visão de
perto.
RESULTADOS A OBTER
Depois de trabalhar com esta unidade, deve ser capaz de:
• Explicar como é que a presbiopia afecta pessoas com erros refractivos diferentes em
diferentes idades
Por volta dos 40 – 45 anos de idade a presbiopia afecta qualquer pessoa. Algumas pessoas,
especialmente as que vivem nos trópicos, a presbiopia começa ainda mais cedo. Todas as pessoas
do mundo perdem a capacidade de acomodar à medida que envelhecem. A perda da
capacidade acomodativa e o aparecimento posterior da presbiopia acontece nos dois olhos ao mesmo
tempo.
Pessoas com presbiopia costumam ter dificuldades a ler ou fazer qualquer tarefa de perto. Uns óculos
para o perto, ajuda-os a fazer as tarefas que costumavam fazer anteriormente sem dificuldades.
Se uma pessoa consegue tocar no objecto que está a olhar (está á distância do
seu braço), é considerada uma tarefa ou trabalho de perto.
Às vezes, um presbiope precoce (alguém que está no inicio da presbiopia) realiza as tarefas o mais
afastado possível dos seus olhos para conseguir ver nitidamente. Pois ao longe necessita de
acomodar menos para ver nítido.
A presbiopia é causada pela perda da capacidade acomodativa que está associada com o
envelhecimento.
À medida que envelhecemos, o cristalino fica mais duro e o músculo ciliar não consegue mudar a sua
forma facilmente. Este é um processo normal e natural do envelhecimento. Isto significa que uma
pessoa mais velha não pode acomodar com tanta facilidade como um jovem.
Se o olho não consegue acomodar quando olha para um objeto próximo, o objecto vai parecer-lhe
desfocado.
Muitas vezes, as pessoas cometem o erro de pensar que a presbiopia é devido a uma fraqueza do
músculo ciliar, o que não é verdade. O músculo ciliar funciona corretamente, contudo tem é um
trabalho mais difícil, devido á inflexibilidade do cristalino.
Figura 1: Olho com presbiopia, mas ainda lhe resta alguma acomodação.
A luz de um objeto próximo não incide sobre a retina.
As pessoas com presbiopia podem ter problemas nas tarefas de perto, como a leitura, a costura.
Quando começam os primeiros sintomas de presbiopia, estas podem dizer-lhe coisas como:
• "Sou capaz de ler sob luz solar intensa, mas com pouca luz não"
• "Tenho visão desfocada ao longe após ter estado a ler durante um longo período de tempo".
Nenhum dos senhores usou óculos. Eles vêm á sua consulta, porque estão a ter problemas de visão.
• Ele não precisa de acomodar para ver objectos ao longe, a presbiopia não
vai afectar a visão de longe.
Ele não tem acomodação, mas isto não lhe vai afectar a
visão de longe, pois não necessita de acomodar para ver
á distância.
Lembre-se:
f = 100/F = 100/4 = 25 cm
Lembre-se:
Se uma pessoa quer passar um longo período de tempo
numa tarefa de perto, pode usar metade da sua
acomodação sem se cansar.
• Se este senhor quer ler o jornal por um longo período de tempo, vai usar
metade da sua acomodação total (2D). Vai-lhe permitir que veja um objecto
a 50 cm de distância confortavelmente.
Lembre-se:
f = 100/F = 100/2 = 50 cm
Se ele tiver alguma coisa mais perto do que 50cm dos seus
olhos, estes vão-se cansar depois de algum tempo.
Viagem no tempo…
• A presbiopia ainda não lhe afetar a visão de longe, não precisando por
isso de usar óculos para ver ao longe.
Viagem no tempo…
Lembre-se:
f = 100/F = 100/2 = 50 cm
Isto significa que este senhor não pode ler o jornal a uma distância
de 40cm, se não vai vê-lo desfocado, a não ser que use uns óculos de
leitura.
Viagem do tempo…
Terceiro senhor: Este é míope. Ele tem um erro refractivo ao longe de -2,00 D.
F
i
g
u
r
a
1
0
:
O
l
h
o míope a olhar para um objecto ao longe. A luz não é focada na retina e a visão é
desfocada.
Viagem no tempo…
Este senhor aos 60 anos vai ter de usar óculos para ver
nitidamente a televisão.
Figura 11: Olho míope de -2,00 D, para ver o objecto a 17cm de distância este
necessita de acomodar 4D.
• Este senhor tem miopia, para conseguir ver nitidamente ao perto tem
que retirar os óculos.
Lembre-se:
f = 100/F = 100/2 = 50 cm
No entanto, se quiser ver algo que está mais próximo que 50 cm dos
seus olhos, então vai necessitar de usar a acomodação.
Se algum objecto está mais próximo que 50cm, terá que usar a
acomodação para ver o objecto nítido.
Lembre-se:
f = 100/F = 100/6 = 16.7 cm
Se ele tem alguma coisa mais perto que 16,7 cm dos seus
olhos, vê-o desfocado.
Lembre-se:
Se uma pessoa quer passar um longo período de tempo a
realizar trabalho de perto, normalmente usa metade da sua
acomodação total sem se cansar.
Acomodação total = 4 D
½ de sua acomodação total = 2 D
Lembre-se:
f = 100/F = 100/4 = 25 cm
Se ele tiver algum objecto mais proximo que 25 cm, os seus
olhos vão se cansar passado algum tempo.
Viagem no tempo…
Imagine este terceiro senhor com 60 anos de idade!
Não tem acomodação, mas ainda tem o seu poder de
foco de 2 D (miope).
Lembre-se:
Se algum objecto está a 50 cm de distância dos seus olhos,
este vai estar nítido sem usar qualquer tipo de acomodação.
Isso porque está a usar o seu poder de foco míope:
f = 100/F = 100/2 = 50 cm
Mas, se estiver a menos de 50 cm de distância de seus
olhos, ele terá que usar a acomodação para o tornar nítido.
Este senhor tem 60 anos, não tem acomodação. Então,
qualquer coisa que esteja mais próximo que 50 cm de seus
olhos vai ficar desfocada.
Quando este senhor tiver 60 anos de idade, vai ler o
jornal nitidamente sem precisar de óculos se o mantiver a 50
cm de distância.
Mas, se ele quiser manter o jornal a 40 cm e vê-lo
nitidamente, terá de usar necessariamente óculos de leitura.
Lembre-se:
Uma pessoa que possui astigmatismo, vai ter visão desfocada tanto ao perto como ao
longe. A solução passa por uso de óculos.
E se...
Imagine o que aconteceria se os três senhores descritos acima também possuisem astigmatismo.
Os três senhores vão possuir visão desfocada, tanto ao longe como ao perto (devido ao
astigmatismo), mas:
A visão de perto vai ser pior que A visão de perto vai ser pior que A visão de perto vai ser melhor
a visão de longe. a visão de longe. que a visão de longe.
Figura 12: Como uma pessoa com presbiopia vê com e sem óculos.
Adição de perto: A presbiopia é corrigida com uma adição (ou "add"). É chamada de add
porque o poder da lente esférica positiva é adicionada à correção de longe que
a pessoa necessite, (quer seja miopia, hipermetropia ou astigmatismo), para
que possam ver bem ao perto.
A adição será a mesma para ambos os olhos, pois ambos os olhos perdem a
capacidade para acomodar ao mesmo ritmo. No entanto, a prescrição final
pode ser diferente para cada olho (se
a hipermetropia /miopia / astigmatismo nos dois olhos forem diferentes).
Exemplo:
Erro refractivo de uma senhora ao longe é OD: 0,50 D OE:0,75D
E ao perto será adicionar Add: +2.00
Se uma pessoa que usa óculos de leitura quer ver nitidamente ao longe, deve
retira-los.
Se a visão desta pessoa está desfocada ao longe sem óculos (se tem miopia,
hipermetropia e astigmatismo), estes vão precisar de um segundo par de
óculos para ver ao longe.
Os óculos que são destinados apenas para uma distância, (óculos como
os de leitura ou para ver bem ao longe) são chamados de óculos
monofocais.
Existem diferentes tipos de lentes bifocais, mas todas têm duas partes. A parte
superior da lente possui a potência da visão de longe, e a parte inferior possui
o potência da visão de perto. Esta parte final é muitas vezes chamado
de "segmento" (ou simplesmente de "seg").
Algumas lentes bifocais não tem potência na parte superior da lente, enquanto a
parte inferior tem a potência necessária para o perto. Bifocais como estes são
úteis para pessoas emetropes com presbiopia, que só necessitam de
óculos para visão ao perto (não têm problemas de longe). Se usam óculos
bifocais, em vez de óculos de leitura (monofocais), não terão de retirar os óculos
para ver ao longe - simplesmente olham através da parte neutra.
Existem lentes bifocais que não possuem potência na parte inferior da lente,
enquanto que na parte superior possui potência para o longe. Estes tipos de
bifocais são usados para pessoas míopes com presbiopia, assim evitam tirar o
óculo quando querem realizar uma tarefa de perto. Se um presbiope míope
possui óculos para o longe, monofocais, estes terão de retirar os óculos se
quiserem ver nitidamente ao perto, mas se tiverem uns bifocais com visão de
perto neutra já não terão de o fazer.
Estas lentes são úteis pois, fornecem uma visão nítida tanto ao longe como ao
perto, mas também uma boa visão intermédia. A distância intermédia é cerca
de um metro de distância.
Para ver se uma lente é progressiva, deve colocá-la á sua frente. Todas
as lentes progressivas tem gravuras minúsculas (cerca de 1 mm) - mas estas
são muitas vezes difíceis de ver.
Outra forma de ver se é ou não uma lente progressiva, é olhar para um objecto
distante através da parte superior da lente, de seguida, move lentamente a
lente para cima - se o objeto se tornar maior, mais disfocada ou distorcida
(irregular), está provavelmente a olhar através de uma lente progressiva.
Uma desvantagem das lentes progressivas é que se uma pessoa olhar através
dos lados da lente a sua visão será desfocada (figura 15). Geralmente a
pessoa habitua-se após algumas semanas de uso, com o borrão na parte
lateral - estas vão aprender a olhar através da parte transparente da lente.
Figura 15: A visão através de uma lente progressiva é clara para o longe e para o
perto, mas a pessoa pode notar que a visão dos lados não é nítida. Isso é normal
nas lentes progressivas.
Imagine… Conhece uma senhora de 60 anos de idade que viaja consigo no comboio. Ela
diz-lhe que consegue ver muito bem ao longe e ao perto. Ela prova-lhe o que
está a dizer, descrevendo as pessoas que estão fora do comboio a trabalhar
nos campos e, de seguida lê-lhe o jornal.
Lembre-se:
Uma pessoa de 60 anos não tem acomodação.
Então, como é que é possível que ela tenha uma visão nítida, tanto ao longe
como ao perto?
PENSE …
Lembre-se, a senhora usa ambos os olhos.
Poderia o olho direito e olho esquerdo possuirem erros
refractivos diferentes?
Que combinação de erros refractivos poderiam ajudar esta
senhora a ver tanto ao perto como ao longe?
Monovisão e
Cirurgia á catarata: Quando se realiza uma operação á catarata, o cirurgião substitui o cristalino
opaco por uma lente artificial chamada de lente intra-ocular (LIO). As lentes
intra-oculares estão disponíveis com diferentes poderes de foco.
2. Em que tarefas é que uma pessoa que tenha presbiopia tem mais dificuldades?
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3. Será que em todo o mundo a presbiopia começa á medida que a pessoa envelhece?
(círculo) Sim / Não
Será que todas as pessoas do mundo tem sintomas de presbiopia quando ficarem mais
velhas? (círculo) Sim / Não
Porquê?
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6. Se uma pessoa usa óculos de leitura e olha para o longe com eles, como vai ser a sua
visão? Porquê?
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PENSA
Se ouvirmos cuidadosamente as queixas visuais do paciente, e se lhe fizermos as perguntas
correctas, podemos obter informação muito importante e útil para o diagnóstico do seu problema
visual.
Usar uma boa capacidade de comunicação pode ajudar o paciente a sentir-se mais confiante em nós
e no nosso plano de diagnóstico e tratamento.
OBJECTIVO
Esta unidade pretende ensinar formas de abordagem a um paciente; como fazer as perguntas
necessárias sobre as suas queixas visuais a fim de encontrar a melhor solução para o seu problema
visual.
RESULTADOS A OBTER
• Definir os conteúdos das questões a fazer sobre os problemas de saúde geral e estilo de vida
do paciente
HISTORIAL (Anamnese)
Muitas vezes uma boa anamnesis é mais útil no diagnostico do problema visual
que os resultados dos exames seguintes.
Questões abertas:
Requerem respostas mais longas e subjectivas. O Paciente vai interpretar a
pergunta e vai descrever o que pensa ou o que sente.
Perguntas Fechadas:
Perguntas fechadas têm respostas curtas e objectivas. Estas questões são
rápidas e fáceis de responder. Mas podemos correr o risco de perder
informação importante.
Perguntas orientadas:
Estas perguntas podem induzir ao paciente uma resposta que pensam ser a
que nós pretendemos ouvir. Estamos a influenciar as respostas, por isso estas
perguntas devem ser sempre que possível evitadas
O paciente pode ficar nervoso (ou poderá pensar que por delicadeza deve
concordar com a pergunta) respondendo afirmativamente que “sim”– mesmo
que o motivo principal da sua consulta não seja esse. Na verdade existem
vários motivos para uma consulta de Optometria: Olho seco, desconforto
ocular, problemas de binocularidade, etc. Fazendo uma pergunta orientada
podemos não dar oportunidade ao paciente de, de forma livre apresentar as
suas queixas.
Queimadura química:
Existe uma situação em que a anamnese completa ou o historial clínico do
paciente deixa de ser a prioridade no inicio da consulta da visão - Em situações
em que o paciente nos informa que tem uma lesão ocular provocada por um
reagente químico, a primeira missão do Optometristas é enxaguar
abundantemente o olho a fim de o descongestionar da agressão do agente
químico.
Devemos irrigar o olho durante 20 a 30 minutos de forma contínua, usando para
tal solução salina ou água limpa (esterilizada)
Terminado este processo e constatando a melhoria significativa dos sintomas e
sinais, devemos então prosseguir com as questões necessárias para o historial
clínico, ou se necessário encaminhar o paciente para o especialista da visão
apropriado.
Quando uma pessoa vem á consulta da visão, apresenta-nos a Queixa Principal ou seja, a razão da
sua visita. Os sintomas são as suas queixas e são por isso apresentados como o problema.
Enxaquecas:
Os pacientes que apresentam quadro clínico de enxaqueca
podem referir a observação de cores estranhas ou luzes no
seu campo visual. Estes sintomas visuais duram normalmente
20 minutos. Em casos mais fortes o paciente pode mesmo
ficar doente sem capacidade para trabalhar durante horas ou
dias.
Não é comum uma enxaqueca ser causada por um problema
visual.
É importante saber a diferença entre os sintomas visuais de
uma enxaqueca e de um descolamento de retina:
- Na Enxaqueca os sintomas visuais duram
aproximadamente 20 minutos.
- Um descolamento de retina normalmente tem uma duração
muito superior.
• Existe alguma tarefa específica em que necessita ver mas que não
consegue?
Saúde geral,
Historial médico
e Alergias: Doenças noutras partes do corpo podem ser causadas por problemas visuais. É por
isso importante perguntar pela saúde geral:
Problemas de saúde visual ou geral na família: Muitos problemas visuais são hereditários
(genéticos) podendo ser passados de pais para filhos ou para outros membros da família. Existem
família com maior predisposição na passagem destes problemas
Devemo-nos questionar:
• Este paciente necessita de refracção ou deverá ser direccionado para outro profissional de
saúde?
Exemplo 1: Uma pessoa vem á nossa consulta apresentando quadro de lesão traumática,
neste caso um corpo metálico no olho. Este paciente necessita ser primariamente avaliado por
um oftalmologista antes de qualquer avaliação optométrica.
Exemplo 2: Uma pessoa que perdeu repentinamente a visão de um olho pode ter um
problema de saúde geral importante, e não um problema refractivo.
• Que tipo de erro refractivo o paciente poderá ter? Devemos ouvir cuidadosamente os sintomas
e relacioná-los com a idade da pessoa.
• Quais as necessidades de visão do paciente? Está o paciente satisfeito com a visão actual ou
pretende / necessita ver melhor?
• Qual a solução que acha melhor para o seu paciente? Acha que consegue ajudá-lo?
1. Num exame normal à visão, qual o momento em que faz o historial ocular (Anamnese)?
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5. Faz uma lista de pelo menos oito (8) questões que devemos ver incluídas na Anamnese .
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6. O que deve fazer quando um paciente nos diz que inseriu produtos químicos no olho?
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7. O que deve fazer quando o paciente lhe transmite que vê flashes de luz ou moscas
volantes no seu campo visual?
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8. Existem muitas doenças gerais que podem afectar os olhos e a visão. Apresente dois
exemplos.
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PENSE
Um paciente pretende fazer uma avaliação refractiva. Ele Informa-nos que por vezes não vê
nítido. Fazemos ao paciente uma anamnese completa e medimos-lhe a AV com e sem buraco
estenopeico. Acreditamos que o paciente tem um erro refractivo – mas que erro refractivo e como
podemos quantificá-lo?
OBJECTIVO
Este módulo introduz os vários métodos de medição do erro refractivo e os objectivos da refração.
RESULTADOS DA APRENDIZAGEM
Após este modulo, deverá ser capaz de:
A refração diz-nos:
Refração da luz: Na óptica, refração refere-se ao desvio da luz quando a mesma atravessa uma lente
ou prisma.
Refração do olho: Em clínica, refracção refere-se à técnica utilizada para quantificar o erro refractivo
do paciente.
Uma vez que ambos os métodos (objectivos e subjectivos) apresentam vantagens e desvantagens,
usualmente é feita uma combinação de ambos quando se efectua a refracção.
• Vantagens da Retinoscopia:
• Desvantagens da retinoscopia:
• Vantagens do auto-refractómetro:
- A medida pode ser conseguida por pessoas com o mínimo de
conhecimentos técnicos oculares.
• Desvantagens do auto-refractómetro:
- Os auto-refractómetros tendem a hiper-estimar a miopia e hipo-
estimar a hipermetropia (especialmente em jovens).
- É necessário um Especialista da Visão para interpretar
correctamente os resultados.
- É necessário um Especialista da Visão para refinar os
resultados (torná-los mais precisos).
- Auto-refractómetros são caros.
- Auto-refractómetros geralmente não são portáteis.
Uma vez que na MVE são usadas apenas lentes esféricas (positivas e
negativas), este método mede apenas os erros refractivos esféricos. A MVE
não mede erros refractivos cilíndricos.
Refração de perto: Os pacientes présbitas necessitam de refração subjectiva de perto tanto como
a refração subjectiva de longe. A refração de perto mede o quanto o paciente é
présbita.
Visão nítida:·Apesar de existir várias lentes que permitem ao paciente uma boa visão do optotipo:
Visão confortável: Existe apenas uma lente que proporciona ao paciente uma visão nítida e
confortável.
A lente que porporciona maior conforto é sempre a lente com menor valor
negativo (ou a lente mais positiva).
→ Mas que proporciona a melhor AV.
A acomodação é minimizada quando é usada a lente menos negativa (ou mais
positiva) possível.
Geralmente, a AV de longe diminuí uma linha no optotipo por cada 0,25D de erro refractive esférico.
→ Este método funciona melhor para optotipos de linhas ou caracteres com os seguintes tamanhos:
6/6 6/7.5 6/9 6/12 6/15 6/18 6/24 6/36 6/48 6/60
• O paciente não tem astigmatismo (ou tiver apenas uma pequena quantidade)
→ O astigmatismo afecta a AV de uma forma diferente.
Todos nós erramos: Assim como você cometerá erros, o paciente também pode cometer e por
vezes dizer algo que o confunde. Este facto pode levar a um erro na refração.
É particularmente comum em casos com pacientes que estão a ser
examinados pela primeira vez, idosos e crianças pequenas.
O PROCEDIMENTO DA REFRAÇÃO
Existe uma ordem básica dos testes realizados na refracção. O Fluxograma seguinte apresenta-nos
essa sequência:
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5. Qual a informação que pode ser útil para estimar o erro refractivo do paciente antes de
iniciar a refração?
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6. De que forma podemos usar o valor da Acuidade Visual para estimar o erro refractivo de
um paciente?
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PENSA
A Retinoscopia é uma técnica objectiva que estima o erro refractivo do paciente sem que este
necessite responder a perguntas.
A Retinoscopia deve ser realizada em todos os pacientes que examinamos uma vez que nos dá
informação muito útil, que dificilmente conseguimos obter de outra forma. Este procedimento é
bastante útil em pacientes em que não conseguimos obter respostas subjectivas como as crianças e
pacientes com atraso intelectual
OBJECTIVO
Pretende-se neste módulo desenvolver a técnica da Retinoscopia para potenciar a medição refractiva
objectiva.
RESULTADOS A OBTER
Após este modulo deve ter a capacidade de:
• Explicar o que fazer quando temos dificuldade em neutralizar as franjas de luz do Retinoscópio
A Retinoscopia permite-nos:
Tipo
de Retinoscópio: Existem dois tipos de Retinoscópios:
• Retinoscópio pontual:
→ Apresenta uma fonte de luz pontual, redonda.
• Retinoscópio de fenda:
→ Apresenta uma fonte de luz em forma de fenda ou linha (o mais
utilizado).
Elementos do Retinoscópio
• Botão Power
→ Liga e desliga o Oftalmoscópio
→ Controla a luz do Oftalmoscópio
• Gerador de energia
→ Bateria (descartável ou recarregável). Englobada no interior do
punho do retinoscópio
→ Cabo de ligação do Retinoscópio á electricidade
• Espelho
→ Reflecte a luz vinda da lâmpada e que projectamos no olho do
paciente.
• Ponto de Observação
→Permite a observação da luz reflectida pela retina
• Cursor
→ Induz a rotação de 360º da fenda de luz
→ Altera o espelho de reflexão do Retinoscópio de luz divergente para
convergente.
Retinoscópio de Fenda: Existem vários tipos de Retinoscópios de fenda, mas de uma forma
geral todos são similares ao modelo apresentado na figura 1.
• Rotação de 360º
Retinoscópio Pontual: O Retinoscópio pontual projecta uma luz pontual em vez da franja típica
dos Retinoscópios mais comuns.
Este varrimento deve ser suave e repetido várias vezes para trás e para frente,
para cima e para baixo e ainda de forma obliqua. Vendo a diferença no
movimento dos reflexos podemos perceber a presença de astigmatismo e
quantificar a potência em cada meridiano.
Ausência de Movimento
(Neutral): Quando toda a pupila fica preenchida com reflexo da retina e não existe
movimento do reflexo quando rodamos o Retinoscópio, definimos esta condição
como “neutralização”.
Figura 8: Á medida que nos aproximamos da neutralização o reflexo fica mais largo
• Método de cálculo:
– Encontrar a lente de ensaio que atinja a neutralização
– Subtrair 1.5D (ou 2.0D) do valor da lente da neutralização.
– O valor final será o erro refractivo objectivo do paciente. (ou seja o
valor da retinoscopia)
Examplo 1:
→ Uma lente de teste de +5.00 D neutraliza o reflexo retiniano (o
movimento da franja), a uma distância de trabalho de 67 cm.
→ +5.00D −1.50 D = +3.50 D
→ O erro refractivo encontrado na retinoscopia é de +3.5D de
hipermétropia
Example 2:
→ Uma lente de teste −5.00 D neutraliza o reflexo retiniano (o
movimento da franja), a uma distância de trabalho de 67 cm
→ −5.00D −1.50 D = −6.50 D
→ O erro refractivo encontrado na retinoscopia é de -6.50 D de
miopia.
• Método alternativo:
– Colocar uma lente de teste de +1.50 D (ou +2.00 D) no Óculo de
prova (antes de iniciar a Retinoscopia). Nota: Normalmente esta
lente é colocada na célula posterior do Óculo de Prova.
Exemplo 1:
→ Colocamos uma lente de trabalho de +1.5D no óculo de prova
(normalmente é colocada na célula de trás do óculo de prova)
→ Conseguimos a neutralização do reflexo usando uma lente de
teste de +3.50 D (trabalhando a uma distância de 67 cm.)
→ Colocamos esta lente na célula da frente do Óculo de prova.
→ Removemos a lente de trabalho (de +1.50 D)
→ O valor da Retinoscopia (erro refractivo medido) é de +3.50D de
hipermetropia
Exemplo 2:
→ Colocamos uma lente de trabalho de +1.5D no óculo de prova.
(normalmente é colocada na célula de trás do óculo de prova)
→ Conseguimos a neutralização do reflexo usando uma lente de
teste de -6.50 D (trabalhando a uma distância de 67 cm.).
→ Colocamos esta lente na célula da frente do Óculo de prova.
→ Removemos a lente de trabalho (de +1.50 D).
→ O valor da Retinoscopia (erro refractivo medido) é de -6.50D de
miopia
Confirmar a neutralização:
Se tivermos neutralização:
A mudança de espelho divergente para convergente
→ Não haverá alterações no reflexo
Na presença de neutralização:
→ Adicionando +0.25 D dá-nos movimento “contra”
→ Adicionando −0.25 D dá-nos movimento “com”
Normalmente fazemos primeiro o varrimento do meridiano vertical, depois o horizontal e por último os
oblíquos.
Erro Refractivo Esférico: Quando uma pessoa tem um erro refractivo o reflexo em todos os
meridianos será sempre igual (similar). O reflexo da retina (franja) será neutralizado com o mesmo
valor esférico (com a mesma lente) em todos os meridianos.
• Ruptura
Se o reflexo retiniano não está alinhada com a fenda (se houver ruptura):
→ Roda a fenda de forma que o reflexo retiniano fique alinhado com a fenda
→ Atingido o alinhamento dizemos que estamos num dos eixos principais.
• Brilho
Rodamos a fenda e observamos as variações no reflexo da retina.
→ Rodamos a fenda até observarmos o melhor reflexo
→ Atingido o brilho dizemos que estamos num dos eixos principais.
• Espessura da fenda
Rode a fenda e observe as variações do reflexo:
→ Rode a fenda até encontrar o reflexo mais fino.
→ Atingido este estado dizemos que estamos num dos eixos principais
Para isso:
− Sentamo-nos em frente ao paciente de forma que a nossa cabeça
esteja em frente ao olho direito (OD) do paciente.
− O paciente deve conseguir ver o estímulo definido ao longe, usando
para tal o seu olho esquerdo (OE).
− Certificar que os nossos olhos estão à mesma altura dos olhos do
paciente.
• No olho que não está a ser examinado coloca uma lente positiva de
forma a controlar a acomodação (o paciente pode ficar com a visão
desfocada). Normalmente usamos uma lente de +1.5 ou +2.0
Passo 6: Observa na cruz qual dos valores é mais positivo (ou menos
negativo)
→ Coloca no óculo uma lente esférica com o valor mais positivo
(menos negativo) dos dois.
b. Analisar os meridianos:
Fazemos um varrimento do meridiano horizontal, vertical e oblíquo
como demonstrado na imagem abaixo.
Figura 17: Varrimento a 90° (o Figura 18: Varrimento 135° Figura 19: Varrimento a 180°
meridiano horizontal. (meridiano a 45°). (meridiano a 90°).
A franja e o reflexo estão alinhados, e A franja e o reflexo estão alinhados, e A franja e o reflexo estão alinhados, e
existe movimento “com”. existe movimento “com”. existe movimento “com”.
+3.25
b. Analise os meridianos:
Faça um varrimento nos meridianos horizontal, vertical e oblíquo tal
como demonstrado na imagem abaixo.
Observa que os meridianos principais são a 15º e a 105º.
Figura 20: Varrimento do Figura 21: Varrimento do Figura 22: Varrimento do meridiano
meridiano a 180º (o eixo a 90°). meridiano 15º (eixo a 105°). a 105° (eixo a 15°).
• A franja e o reflexo não estão • A franja e o reflexo estão alinhados. • A franja e o reflexo não estão alinhados.
alinhados • Existe um lento movimento “com” • Existe um movimento mais rápido “com”
• O reflexo é mais fino e menos brilhante • O reflexo é mais espesso e mais
brilhante.
+2.75 D
+2.75 D
+1.25 D
+3.00 D
+1.50 D
Figura 23: Varrimento do Figura 24: Varrimento do Figura 25: Varrimento do meridiano
meridiano a 180º (eixo a 90°). meridiano a 45º (eixo a 135º) a 135º (eixo a 45º)
• A franja e o reflexo não estão • A franja e o reflexo estão alinhados • A franja e o reflexo estão alinhados.
alinhados • Existe um movimento “contra” rápido • Existe um movimento “contra” mais lento
• O reflexo é mais expresso e brilhante. • O reflexo é mais fino e mais brilhante
• O reflexo é:
− mais rápido no meridiano a 45° (eixo a 135°)
→ este meridiano é o menos negativo.
−4.75 D
−4.75 D −7.50 D
Lembre-se:
O reflexo apresenta-se brilhante e move-se mais rapidamente
quando está perto da neutralização.
Caso não consiga observar o reflexo, a primeira coisa que deve fazer é:
− Colocar +5.00 D (ou +10.00 D) na armação de prova e observar o reflexo
− Colocar −5.00 D (ou −10.00 D) na armação de prova e observar o reflexo
Pupilas dilatadas
A óptica do olho não é perfeita. Usualmente, o ponto focal do olho ao longo do
eixo visual (visão central).
Tal significa que o erro refractivo medido com a retinoscopia depende de qual a
parte do reflexo está a observar.
Existem vários tipos de catarata – três tipos muito comuns são demonstrados
na Figura 26. Estes diagramas mostram o reflexo quando a pupila está
dilatada, mas se a pupila é pequena pode tornar-se complicado saber qual o
tipo de catarata o paciente tem. Por vezes, os pacientes podem apresentar
mais do que um tipo de cataratas.
Quando faz retinoscopia a um paciente que tem catarata, pode precisar de:
→ estimar ponto de neutralização escolhendo o reflexo mais brilhante
→ tentar encontrar uma “janela” através das opacidades para observar o
reflexo (mas cuidado para não se afastar muito do eixo!)
• Miopizar o olho que não está a ser examinado com lentes positivas.
→ usualmente lentes de trabalho +1.50 D ou +2.00 D são adequadas
3. Como sabe se está no eixo (se a franja está alinhada com um dos meridianos principais)
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7. Quais são as três formas de verificar que realmente encontrou Ponto de neutralização?
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Pensa
Um Operário vem à nossa consulta. Após conhecer o seu historial e a sua Acuidade Visual, pensa que
existe um erro refractivo – mas não tem a certeza qual o real erro refractivo .
A melhor refracção esférica é a primeira parte do exame refractivo que devemos realizar em todas as
pessoas que suspeitamos da existência de erro refractivo.
OBJECTIVOS
Este módulo ensina-nos a realizar uma Refracção Subjectiva Esférica (RSE).
RESULTADOS A OBTER
Após ter trabalhado neste modulo, deverá ser capaz de:
• Reconhecer quando um RSE está a ser influenciado por flutuações na resposta acomodativa e
o que deves fazer nestas situações.
Refracção Subjectiva
Esférica (RSE) A RSE é a lente esférica mais positiva (ou menos negativa) que oferece a
melhor Acuidade Visual ao longe
Por vezes, podes ter várias lentes esféricas, das quais resulta a mesma
Acuidade Visual. A RSE é a mais positiva (ou menos negativa) destas lentes.
Se uma pessoa tem um erro refractivo esférico (miopia ou hipermetropia ou
presbiopia) a RSE oferecerá à pessoa a melhor visão e conforto na visão ao
longe. Esta será a lente (potência) que tu prescreverás para colocar nos óculos
da pessoa.
Astigmatismo
e RSE: Se uma pessoa tem astigmatismo, da RSE resultará a melhor visão possível com
lentes esféricas, mas não compensa o seu astigmatismo. Isto significa que a AV
resultante da RSE é pobre. Uma pessoa com astigmatismo necessita adicionar uma
lente cilíndrica (RSE+lente cilíndrica) para compensar o astigmatismo e desta forma ter
uma boa visão.
Lentes esféricas compensam a miopia, hipermetropia e
presbiopia.
Lentes esféricas não compensam o astigmatismo.
Lentes cilíndricas compensam o astigmatismo.
Por vezes as lentes cilíndricas não estão disponíveis ou são demasiado caras.
Se existir um pequeno astigmatismo, a RSE por vezes será suficiente para
restituir a visão à pessoa e deste modo será a lente a prescrever.
Copyright © ICEE 2009 Refracção Esférica Positiva - STUDENT MANUAL • 2
ICEE Refractive Error Training Package
MÉTODOS
Executando uma
RSE: A melhor forma de aprender a realizar uma RSE é faze-la tu próprio o maior
número de vezes possível. Com a prática, a tua RSE será cada vez mais
rápida e exacta. Nesta unidade iremos mostrar-te como realizar uma RSE,
usando três métodos:
• Instruções passo-a-passo
• Casos Clínicos
• Esquemas (no sumário)
INSTRUÇÕES PASSO-A-PASSO
Passo 1: Quantifica e regista a Acuidade Visual para cada olho.
Passo 2: Mede a distância interpupilar (DP) e ajusta o óculo de prova para esta DP.
Passo 4: Tem em atenção a AV ao longe do OD para te ajudar a eleger com que lente
começar
Se a visão for:
– 6/6 ou melhor → usa +0.25D e −0.25 D
– 6/6 a 6/18 → usa +0.50 D e −0.50 D
– 6/18 a 6/60 → usa +1.50 D e −1.50 D
– Pior que 6/60 → usa +3.00 D e −3.00 D
Cuidado:
Passo 10: Regista a potência da lente que está no óculo de prova. Este é o valor do RSE.
Positiva
antes da
negativa
Positiv
a antes
de
negativ
a
Coloca +0.50
6/9+ Total no óculo de
D
A +0.50 D “Melhor” 6/7.5 prova:
Sem lentes no óculo de
+0.50 D
prova
Verifica de novo:
Positiva
antes da
negativa
Verifica de novo:
Positiva
antes da
negativa
Verifica de novo:
6/6
Não adicionar Total no óculo de
E Com uma +0.25 D “Pior” 6/7.5+ lente no óculo prova:
lente de −0.75 de prova −0.75 D
D
Positiva
antes da
negativa
CD @ 2m Não adicionar
Total no óculo de prova:
A +3.00 D “Pior” CD @ 0.5m lente no óculo 0.00
Sem lente de prova
Necessitas de
CD @ 2m fazer grandes
Total no óculo de prova:
B −3.00 D “Incerteza” “saltos” na 0.00
Sem lente potência das
lentes
CD @ 2m Coloca −5.00
Total no óculo de rpova:
C −5.00 D “Melhor” 6/15 D no óculo de
Sem lente −5.00 D
prova
Verifica de novo:
Positiva
antes da
negativa
Verifica de novo:
→ hipermetropia ou miopia podem ser compensadas com lentes esféricas positivas e negativas.
Positiva
antes da
negativa
Verifica de novo:
Pede à pessoa que tente fazer esforço para ler umas letras na linha seguinte. Diz-lhe que está bem
para prosseguir - mesmo que não tenha a certeza.
Dá tempo à pessoa para que os seus olhos relaxem… pede-lhe para tentar novamente.
Se tivermos paciência (indo lentamente) as pessoa que estão a acomodar irão relaxar a mesma e
assim, poderemos continuar a refracção.
Adiciona positivos extra no óculo de prova e pede à pessoa para relaxar os seus
olhos. Depois, reduz lentamente os positivos à frente do olho – mas com cuidado,
tendo em conta que não deves avançar se a AV não melhora.
Positiva
antes da
negativa
Verifica de novo:
6/12
(Isto é Pede à pessoa para tentar ver as letras
surpreendente na linha seguinte.
uma vez que
com 0.25 D Pede-lhe para relaxar.
6/6
“Pior” melhoramos Após algum tempo, pede-lhe para ler
L Com lente +0.25 D três linhas em novamente.
−3.25 D vez de uma
apenas
“Melhor”
6/6 O RSE para este olho
6/6 e Não adicionar é: −3.25 D.
M −0.25 D Nota: Esta AV lente no óculo
Com lente de “Pequenas e Esta é a lente menos
não é melhor. de prova
−3.25 D mais pretas negativa que oferece a
É a mesma. melhor AV
”
Positiva
antes da
negativa
A uma pessoa que foram prescritos negativos a mais poderá afirmar que não tem
conforto com os seus olhos quando usa os óculos.
Quantifica
Measure e regista
and write downa AV inicial VA
unaided
(Monocular, binocular e buraco estenopeico)
(monocular, binocular and pinhole)
Quantifica
Measuree PD
DP e ajusta
and o óculo
adjust trialde prova
frame
Oclui primeiroleft
Occlude o olho
eyeesquerdo
first
Look at theConsidera
unaided aVAAVthat
registada
you wrote down
(para decidir com que lente começar)
(to decide which lens to start with)
Se 6/18 ou
If 6/18 or melhor
better SeIfpior que 6/18
worse than 6/18 Se pior quethan
If worse 6/606/60
(mas melhor que 6/60)
(but better than 6/60)
Testa uma
Try alente de Testa Try
umaalente de Testa
Tryuma lente de
a +3.00 + 3.00 D
D lens
+ 0.50 D (testa
+0.50 D lens + +1.50
1.50 D D(testa
lens ou
OR
sempre as lentes sempre as lentes uma lente de + 5.00 D
(always try plus
positivas antes das (always try
positivas antesplus
das Try a +5.00 D lens antes das
(testa sempre as lentes positivas
lenses
negativas)before lenses before
negativas) (alwaysnegativas)
try plus lenses
minus lenses) minus lenses) before minus lenses)
Dizthe
Tell à pessoa
person:
“Look at theosletter
“Olhe para optotipos”
chart.”
“Olhe para a linha que consegue ver”
“Look at the smallest line that you can see.”
Vai
Go para o esquema
to Flow Chart B:
B:Questionando a pessoa:
Asking the person
Refracção subjectiva
questions – SUBJECTIVE refraction
“Olhe para a linha que consegue ver”
“Melhor” ou or
mais nítido” “Igual ou mais pequenas “Pior”
“Worse”
“Better” “Clearer” “Same” or “Smaller ande
escuras” Darker”
“Estás aAre
usar lentes
you negativas
trying a ou
positivas?
plus or minus lens?
“SeIf aVA
AVworse
piora “SeIf aVA
AVbetter
melhora “Se a AV
If VA fica igual
same
Não
Do coloques
not put thea lente
lensno
in Questiona-te:
Ask yourself: If ituma
“Se for is alente If ituma
“Se for is a lente
óculo the
de prova
trial frame Istothis
“Does fazmake
sentido?
sense? positiva
plus lens negativa
minus lens
Coloca
Put thealens
lenteinno
Não
Do coloques a lente
not put the lensno
in the
óculo de prova
the trial frame Sim
Yes Não
No
óculo de prova
trial frame
Verifica: -- aIspessoa
Check: estáaccommodating
the person a acomodar
- aDoes
pessoa
the entendeu
person understand?
Controla a acomodação
Control ou explica
accommodation melhor
or help à pessoa
the person understand
“Repetefrom
Repeat desde
theinicio os passos
beginning of this deste esquema
flow chart (Flow B”
Chart B)
Do you ter
Pensas think you have
prescrito givenmais
a lente the person the
positiva most
(ou plus negativa)
menos (or least minus) lens that
que resulta gives them
na melhor AV?the best VA?
Not sure No
Não
Sim
Yes Dúvida
Mede a AVthe
Measure comVAas lentes
with de prova
the current trialactuais?
lenses
Teste 1:
Check 1:
Com + 0.25 a AV
Does +0.25D Não
No
fica pior?
make VA worse?
SeIf6/6
6/6ou If pior
Se worsequethan
6/6 If worse
Se than
pior que 6/18 If worse
Se pior
melhor
or better 6/6 (but
(mas better
melhor 6/18
(mas (but better
melhor que than6/60
que 6/60
Sim
Yes quethan 6/18)
6/18) than 6/60)
6/60)
Try a +0.25D
Testa com Try
Testa a +0.50D Try
Testa a +1.50D Testa + 3.00
Try a +3.00 D e adepois
D then −3.00 com
D lens
Check
Teste 2:2:
Does
lens thenDae
+ 0.25 lens
+ 0.50thenDa e lens
+ 1.50 thenDa (if- 3.00 D D lens made it worse)
the +3.00
Com - −0.25D
0.25 a AV Não
No −0.25DDlens
-0.25 -0.50 Dlens
−0.50D -1.50 Dlens
−1.50D (se com + 3.00 piora)
make VAouthe OR
fica igual pior? (if the +0.25D
(com +0.25 (if
(comthe +0.50D
+0.50 (if(com
the +1.50D
+1.50 OU
same or worse? Try a +5.00
Testa D then
+ 5.00 D e adepois D lens
−5.00 com
lens made it
piora?) lens made it
piora?) lens made it
piora?)
worse) worse) worse) (if- the +5.00
5.00 D D lens made it worse)
(se com +5.00 piora)
Yes
Sim
Pergunta à pessoa: “ Com
Ask the estas“Does
person: lentes,
thisa lens
sua visão
makedas letraslook
the chart fica,better,
melhor, pior ou
worse igual?
or the same?”
As letras parecem-lhe ficar mais nítidas, ou apenas mais pequenas e escuras?”
“Does
Especialmente para it look
lentes clearer, or just smaller and darker?” (especially for minus lenses)
negativas
Esteiséthe
This o RSE
BVS
“Repete
Repeat desde inicio
from the os passos
beginning deste
of this flow esquema B”Chart B)
chart (Flow
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
2. Irá uma pessoa com astigmatismo ver perfeitamente com o resultado do teste subjective
esférico. Por favor, explica a tua resposta.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
3. Como podes comprovar se é real uma melhor visão quando testas uma nova lente?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
5. Quais as questões que deverás fazer a ti próprio para verificar se o resultado de uma
refracção faz sentido?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
6. O que te levará a pensar que uma pessoa está a usar a acomodação durante a
refracção?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
PENSA
A melhor refracção esférica apenas quantifica o erro refractivo esférico (miopia, hipermetropia ou
presbiopia) – significa que não quantifica o Astigmatismo.
Lentes esféricas, apenas compensam erros refractivos esféricos - não compensarão astigmatismo. Se
a pessoa tiver um astigmatismo significativo, não irá ver de uma forma nítida e confortável apenas com
lentes esféricas.
Uma pessoa com um astigmatismo significativo necessita de uma compensação refractiva esfero-
cilíndrica.
OBJECTIVO
Este módulo tem como objectivo ensinar-te a realizar uma refracção subjectiva esfero-cilíndrica.
RESULTADO A OBTER
Após teres trabalhado neste modulo deverás ser capaz de:
Uma pessoa com astigmatismo necessita de uma lente cilíndrica (ou esfero-
cilíndrica) que:
• Tenha a potência correcta do cilindro, e
• seja colocada na orientação correcta à frente do olho (o eixo do cilindro
deve ser colocado no ângulo correco).
Todos os cilindros cruzados têm dois eixos: um eixo positivo e outro negativo.
Estão disponíveis em várias potências, mas os mais usados são os de ±0.50 D.
Um cilindro cruzado, tal como uma lente de teste, tem um braço, o qual se
encontra a 45º dos eixos. Existem umas pequenas marcas na lente dos cilindros
cruzados, que representam os eixos dos cilindros. Estas marcas informam-nos da
potência dos cilindros cruzados e onde estão os eixos. Os eixos dos cilindros
normalmente aparecem em duas cores: vermelho/laranja para o cilindro negativo
e branco/preto para o cilindro positivo.
Eixo Minus
negativoaxis
Plus
Eixo
axis
positivo
• Procura do Astigmatismo
• Determinar o eixo do cilindro
• Determinar a potência cilíndrica.
Tal como na RSE, a melhor forma de aprenderes como fazer a refracção esfero-cilindrica é fazê-la tu
próprio, o maior número de vezes possível. Com a prática tronar-se-à rápida e exacta. Neste módulo,
vamos mostrar-te como fazer uma refracção esfero-cilíndrica:
Após trabalhares nisto, estarás preparado para realizar a tua primeira refracção esfero-cilíndrica.
Antes e Depois: • Coloca a potência esférica resultante da RSE nos suportes posteriores
do óculo de prova.
Encontrar o
Astigmatismo: Esta parte da refracção tem como objectivo:
• verificar se a pessoa tem astigmatismo,e se...
• encontrar a localização aproximada do eixo.
Passo 2: Pergunta à pessoa: “O circulo (ou a letra) fica melhor na posição número
1?
Ou …”
Agora, roda o cil cruzado de forma a que a pessoa está a ver através do outro
lado da lente. Neste momento, o cilíndro negativo do cil cruzado estará a 90º
(vertical). Esta é a posição 2 do cil cruzado.
POSITION
POSIÇÃO 1 POSITION
POSIÇÃO 2 2
Minus
Eixo
negativo
axis
Agora, roda a lente de forma a que a pessoa fique a ver através do outro lado
da lente. Neste momento, o eixo negativo do cil cruzado estará a 135º. Esta é a
posição 2 do cil cruzado.
POSIÇÃO 1 1
POSITION POSIÇÃO 22
POSITION
EixoPlus
Eixo axis
positivo
Plus
positivo
axis
Minus
Eixo EixoMinus
axis axis
negativo
negativo
Handle
Roda o is twisted
braço paratoficar
get Position 2 2
na posição
Encontrando o Eixo
Do Cilindro: Após teres encontrado aproximadamente o eixo do astigmatismo da pessoa,
precisas de determinar a sua posição exacta.
Passo 1: Olha para o eixo da lente de −0.50 DC que colocas-te no óculo de prova.
Segura o cil cruzado paralelo (com o braço a mesma direcção das linhas
vermelhas) ao eixo da lente de -0.50 DC que está no óculo de prova.
Passo 2: Pergunta à pessoa: “O círculo (ou a letra) fica melhor na posição número
1?
Ou …”
Agora, roda o cil cruzado de forma a que a pessoa está a ver através do outro
lado da lente..
Handle
Roda oisbraço
twisted
para ficar na posição 2
to get Position 2
Coloca agora o cil cruzado com o braço paralelo ao novo eixo da lente no
óculo de prova.
→ Segue para o passo 4.
Passo 4: Repete os passos 2 e 3 até que a pessoa te diga que o circulo ou a letra pare
ce igual com um número ou com o outro.
Example: Passo 1: A pessoa diz que vê melhor o círculo (ou a letra) com o
número 1.
Exemplo:
Tu pensas no número 90 → o teu amigo diz-te que é um número inferior
Tu pensas no número 45 → o teu amigo diz-te que é um número superior
Tu pensas no número 65 → o teu amigo diz-te que é um número inferior
Tu pensas no número 55 → o teu amigo diz-te que o número está correcto!
Segura o cil cruzado a 90º (paralelo com o eixo da lente de teste no óculo de prova)
→ Os dois eixos do cil cruzado estão agora a 45º e 135º
→ Tu vais mostrar as duas opções novamente.
A pessoa diz-te que o circulo (ou a letra) parece melhor com “a número1” (quando o
cil cruzado tem o eixo negative a 45º)
→ agora colocas a lente de teste com o eixo a 65º (fica a meio entre 90º e 45º).
Colocas, de novo, o braço do cilindro cruzado paralelo com o eixo da lente de teste
(65º)
→ Os eixos dos cilindros cruzados estão agora a 20º e 110º
→ Tu vais mostrar as duas opções novamente.
A pessoa diz-te que o circulo (ou a letra) parece melhor com “a número1” (quando o
cil cruzado tem o eixo negative a 20º)
→ agora, rodas o eixo da lente de teste em direcção aos 20º,mas escolhes um
número entre 45º e 65º (do antes, tu sabes que o número será superior a 45º,
então não vais rodar o eixo do cilindro da lente de teste até aos 20º - apenas
rodas nessa direcção).
→ roda o eixo do cilindro até 55º (isto é metade entre 45º e 65º)
Neste momento, colocas o braço do cil cruzado a 55º (paralelo com o novo eixo da
lente de teste de -0.50 DC)
→ Os eixos dos cilindros cruzados estão agora a 10º e 100º
→ Tu vais mostrar as duas opções novamente..
Passo 2: Pergunta à pessoa: “O círculo (ou a letra) fica melhor na posição número
1?
Ou …”
Neste momento, roda o cil cruzado de forma a que a pessoa veja através do
outro lado da lente.
POSIÇÃO 1 1
POSITION POSIÇÃO 2 2
POSITION
O eixo negativo
Minus axis of
cil cruzado é cross
paralelo
cyl alignedaowith
eixo
da lente
axis de teste
of cylindrical
trial lens
Handle
Roda o braço is ficar
para twisted
na posição 2
to get Position 2
Figura 6: Encontrando a potência do astigmatismo da pessoa.
Passo 3: Se o circulo (ou letra) parece melhor na posição 1 (cilindro negativo do cil
cruzado paralelo com eixo da lente de teste):
Se o circulo (ou letra) pareceu melhor na posição 2 (com o cilindro positivo dos cil
cruzados paralelo ao eixo do cilindro da lente de teste):
Passo 4: Passa o oclusor do olho esquerdo para o olho direito e repete a refracção
esfero-cilindrica para o OE.
RECORDA!
Sempre que adicionares −0.50 D no cilindro da lente de teste,
deves manter a equivalente esfera, adicionando +0.25 D na
potência esférica.
Exemplo 1:
O óculo de prova tem duas lentes à frente do olho: +1.00 D e −0.50 DC.
O outro olho está ocluído.
Tu:
→ primeiro colocas +1.25 D na parte de trás do óculo de prova e
→ depois removes a lente de teste com +1.00 D.
Exemplo 2:
O óculo de prova tem duas lentes à frente do olho: -1.00 D e −0.50 DC.
O outro olho está ocluído.
Tu:
→ primeiro removes a lente de teste de – 1.00 D e,
→ depois colocas a lente de teste com -0.75 D na parte de trás do óculo de
prova.
Exemplo 1:
O óculo de prova tem duas lentes à frente do olho: +1.00 D e −1.00 DC.
O outro olho está ocluído.
Tu:
→ primeiro colocas +0.75 D na parte de trás do óculo de prova e
→ depois removes a lente de teste com +1.00 D.
Exemplo 2:
O óculo de prova tem duas lentes à frente do olho: -1.00 D e −1.00 DC.
O outro olho está ocluído.
Tu:
→ primeiro removes a lente de teste de – 1.00 D e,
→ depois colocas a lente de teste com -1.25 D na parte de trás do óculo de
prova.
Recorda:
Remover +0.25 D da potência cilindrica é o mesmo que:
DizTell
à pessoa para where
the person onde deve olhar
to look
Segura
Hold os thecil cruzados
cross cyl in em frente
front aoeye
of the olhoandda tell
pessoa e diz-lhe:
the person:
“This“Esta
will lente
make desfocará a imagem,
it look blurry, butmas quero
I want youque
tome
telldiga
mequal
whicha melhor: um ou
is better: dois”
one or two”
“diga-me também se um e dois parecem iguais.”
“Also tell me if both one and two look the same.”
Segura
Holdothe
cil.cross
Cruzado emfront
cyl in frente
of ao
theolho
eye eand
roda-o, ficando
rotate it
o cilindro
so that the minus axisnegativo a 180º
of the cross cyl is at 180°
“O“Does
círculothe
(oucircle (or letter)
a letra) look better
fica melhor with
na posição Roda
Twist the ohandle
cil. Cruzado
of the de forma
cross cyl asoque
thato the
number one? or…” número 1?ou… minus cilindro negativo
axis of the crossfique
cyl isanow
90º at 90°
(posição 1:cil
(position 1:cruzado
Cross-cylcom eixo axis
minus a 180)
at 180°)
“…or“…com o número
with number two?dois?
Or doOuthey
parecem iguais?
look the same?”
(posição 2: cilindro
(position negativo
2: Cross-cyl do cil
minus cruzado
axis at 90°)a 90º)
Se aIfvisão
visioné better
melhorinna posição1 1
position Se Ifa vision
visão ébetter
melhorin position 2 2
na posição SeIfavision
visão same
é igualinna posição1 1and
position e 22
O eixo está
Axis is próximo
closer todos
180180º
° O eixo está
Axis próximo
is closer to dos
90 °90º
Rotate
Roda o cilthe cross cyl
cruzado so thatathe
de forma
Go to
Vai para Flow Chart
o Esquema B: Find the
B: Encontrar Cylinder
o eixo Axis
do cilindro
que o eixo
minusnegativo
axis isfique a45º
at 45°
“O “Does
círculothe
(oucircle
a letra) fica melhor
(or letter) na posição
look better with Roda
Twist the ohandle
cil. Cruzado de forma
of the cross cyl asoque
thato the
number one? or…” número 1?ou… cilindro
minus axis negativo fique
of the cross cylagora
is nowa 135º
at 135°
(posição 1:cil 1:
(position cruzado comminus
Cross-cyl eixo aaxis
45º)at 45°)
“…com
“…or with o númerotwo?
number dois?
OrOu
doparecem
they lookiguais?
the same?”
(posição 2: cilindro
(position negativominus
2: Cross-cyl do cil cruzado a 135º)
axis at 135°)
Se aIfvisão
visioné better
melhorinna
position
posição1 1 Se Ifa vision
visão ébetter
melhorin position 2 2
na posição SeIfavision
visão same
é igualinna
position
posição1 1and
e 22
O eixoAxis
estáispróximo
closer todos
45°45º O eixoAxis
estáispróximo dos 35º
closer to135°
Se
If AV
VA égood
boa SeIfAV
VAépoor
pobre
Vai
Gopara o Esquema
to Flow B:Find
Chart B: Encontrar o eixo doAxis
the Cylinder cilindro
Provavelmente a pessoa
The person probably
não
hastem
no astigmatismo
astigmatism
Prescribe
Prescreve o RSE Go too Flow
Vai para Chart
Esquema B:B: Find the
Encontrar o
esférico
BVS spheres Cylinder Axis
eixo do cilindro
(Usa
(Usecomo
−0.50lente
DC inicial
x 180 -0.50 DCx180º)
as starting cyl)
Look at the
Olha para axisdaoflente
o eixo the inicial
−0.50deDC starting
-0.50 DC quelens
está in
nothe trial
óculo de frame
prova
Hold theSegura
handleo braço
of thedocross
cil cruzado paralelo to
cyl parallel ao the
eixoaxis
da lente inicial
of the de testetrial lens
starting
“O“Does
círculothe
(ou circle
a letra)(or
ficaletter)
melhorlook
na posição
betternúmero
with oda othe
RTwist cil handle
cruzadoofde forma
the crossa cyl
que
1?ou… asopessoa vejaisatravés
number one? Or…” the person looking do outro
through
(posição 1)
(position 1) ladoother
the da lente.
side of the cross cyl lens
“…com two?
“…or with number o número dois?
Or do theyOu parecem
look iguais?(position 2)
the same?”
(posição 2)
Se
If avision
visão é better
melhor na
inposição 1 ou12or
position 2 Se a visão is
If vision é igual na posição
the same 1 ou 2 1 and 2
in position
Observa
Look ata the
posição do cilindro
position negativo
of the minusquando o cil
axis when OAxis
eixo of
da the
lentetrial
de teste
lensno
in óculo
the
cruzado está na melhor posição de prova está correcto
the cross cyl is in the better position trial frame is correct
Roda o eixo da
Rotate thelente
trialde teste
lens sodethat
forma
thea que
axisamark
marca do
cilindro se mova na direcção do eixo negativo
moves towards the minus axis of the cross na melhor
cyl
posição do cil cruzado
in the better position
Roda o braço
Rotate do cil cruzado
the handle of theficando
cross paralelo com ito is
cyl so that novo eixo
parallel
da lente de teste
to the new axis of the trial lens
Look
Olhaat theo axis
para of lente
eixo da the −0.50 DC-0.50
inicial de starting lens
DC que inno
está the trialdeframe
óculo prova
Segura
Hold o braço
the crossdocyl
cil so
cruzado paralelo
that the minusao eixo
axisda
oflente inicial de
the cross cylteste
is
parallel to the trial lens axis
“O“Does
círculo
the(ou a letra)
circle fica melhor
(or letter) na posição
look better with oda othe
RTwist cil handle
cruzadoofde theforma
crossacyl
que
número 1?ou… asopessoa vejais através do outro
number one? or…” the person looking through
(posição 1:cil cruzado paralelo com eixo da lente de
(position 1: Cross-cyl ladoother
da lente.
teste)minus axis the side of the cross cyl lens
parallel to trial lens axis)
“…com two?
“…or with number o número dois?
Or do theyOu parecem
look iguais?(position 2)
the same?”
(posição 2)
Se If
a visão
visioné melhor
better na
in posição
position1 1 SeIfavision
visão ébetter
melhorin
naposition
posição 22 Se a If
visão é igual
vision samena posição
in
1e2
position 1 and 2
Replace
Substitui cylde
a lente trial lens
teste porwith
uma a Replace
Substitui cyl trial
a lente lensporwith
de teste umaa
outraminus
com mais cyl-0.25
that DCis 0.25 D outra, somando
minus + 0.25
cyl that isDC
0.25 D
stronger weaker
Não
No Sim
Yes
AThe
potência cilíndrica
cylinder powerrequerida
requiredfica a meio, entre
is between this oweaker
cilindrocyl
com menos
and the A potência
Powerdoof cilindro
the
potência e o anterior com
previous stronger cyl. mais potência está correcta
cylinder is correct
• Elege esta com menos potência como o teu cilindro final
→ Choose this weaker minus cyl lens as your final cyl power
• Não alteres de novo a lente cilindrica
→ Do not change the cyl lens again
Repete
Repeatasphero-cyl
refracção esfero-
refraction
cilíndricafor
para
theoleft
olhoeye
esquerdo
+1 Teste
Vai para o Go to e
Balanço
The Binocular
+1 Test and
Binocular Balance
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____________________________________________________________________________
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3. Porque razão é preferível usar um optotipo em forma de realizamos o teste dos cil
cruzados? (Ajuda: Pensa como o astigmatismo distorce a visão das pessoas.)
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5. Se colocares uma lente de −0.50 DC no óculo de prova, quanto deverás alterar a esfera?
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7. Porque deves alterar a esfera em 0.25 D quando alteras o valor do cilindro em 0.50 DC?
(i.e. porque razão é importante manteres a esfera equivalente?)
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PENSE
Uma mãe leva os seus dois filhos á sua consulta. Esta diz-lhe que o seu filho de 14 anos não
consegue ver o que a professora escreve no quadro e a sua filha de 12 anos, diz ter dores de cabeça
quando lê. Estas crianças podem ter erros refractivos por corrigir.
As crianças têm a acomodação muito activa. Por isso é necessário controlar bem a acomodação
enquanto lhes fazemos o exame refractivo.
OBJECTIVO
Esta unidade vai explicar-nos os problemas que a acomodação activa e descontrolada pode criar
durante o exame refractivo.
RESULTADOS A OBTER
Depois de trabalhar com esta unidade, deve ser capaz de:
• reconhecer os sinais que indicam que a acomodação de uma pessoa está descontrolada
É fácil dar a uma pessoa demasiado valor refractivo negativo. Isso ocorre porque a adição de uma
pequena quantidade de potência negativa extra pode não tornar a visão pior se a pessoa conseguir
acomodar. Se a pessoa está a acomodar, esta pode dizer que a sua visão é a mesma, ou melhor.
Quando uma pessoa acomoda durante a refracção, a prescrição encontrada é errada. Muitas vezes os
óculos que são feitos a partir de prescrições incorrectas só proporcionam uma visão nítida se a pessoa
acomodar enquanto os usa.
Se uma pessoa usa óculos que a faz acomodar, podem apresentar sintomas como astenopia
(cansaço ocular e dores de cabeça) depois de os usar por longos períodos de tempo (horas). Às
vezes, esses sintomas são tão maus que a pessoa não é capaz de usar os óculos (mesmo que com
os óculos tenha uma visão mais nítida do que sem eles).
Exemplos: A estas pessoas foi dada potência negativa a mais (ou então não foi dada a
potência necessária):
• Uma pessoa com miopia que tem um erro refractivo de -3,50D, mas é
dada − 4,00 D.
Controlo da
Acomodação: Sobre-negativo (ou sob-positivo) ocorre quando a acomodação da pessoa
não é controlada durante a refracção.
Assim que o olho começa a acomodar é difícil fazer com que volte a
relaxar. É melhor impedir que o olho acomode logo de inicio.
“Esta lente ajuda-a a ver mais letras ou faz com que as letras pareçam
mais pequenas e carregadas?”
Pergunte-se
1. O que nos dizem os sintomas da pessoa em relação ao erro refractivo
que possa ter?
Exemplo:
Se a pessoa tiver sintomas de hipermetropia, não deverá prescrever-lhe
lentes negativas.
Exemplo:
Uma pessoa diz que consegue ver claramente ao perto, mas que não
consegue ver ao longe. Medindo a AV sem compensação temos: 6/12.
Exemplo:
Coloca uma lente de +2.00 D em frente a um olho de uma pessoa e esta
consegue ver 6/7.5.
Exemplo:
Uma pessoa tem AV sem compensação: 6/60. AV com furo
estenopeico é 6/9.
Existe um teste que se chama Teste +1. Neste teste coloca-se uma
lente de +1.00 D no óculo de prova depois “terminar” a parte de
refracção da consulta.
Exemplos
• Exemplo 1:
Um adolescente chega ao consultório para fazer um exame aos olhos.
Cada vez que adiciona mais negativos, ele diz-lhe que está a
ver melhor, mas quando lhe mede a AV ele apenas é capaz de ver a
linha 6/6 (e não consegue ver letras da linha seguinte, 6/5).
• Exemplo 2:
Uma menina de 8 anos de idade vem à consulta para fazer um exame
à visão.
Cada vez que diminui a potência da lente, ela diz-lhe que vê mais
claro - mas não importa o quanto diminui, pois ela não é capaz de ver a
linha 06/06.
+3.75 D → 6/12
+3.50 D (mais clara) → 6/9
+3.25 D (mais clara) → 6/7.5
+3.00 D (mais clara) → 6/7.5
+2.75 D (mais clara) → 6/7.5
+2.50 D (mais clara) → 6/7.5
2. Acidentalmente dá a uma jovem muito menos potência, mas esta consegue ver
nitidamente?
3. O que pode fazer para controlar a acomodação de uma pessoa enquanto lhe faz
refracção?
a) _________________________________________________________________
b) _________________________________________________________________
c) _________________________________________________________________
d) _________________________________________________________________
e) _________________________________________________________________
4. Um homem diz que consegue ver bem ao perto, mas tem dificuldade em ver coisas que
estão ao longe. Mede-lhe a AV, olho direito (OD) e esquerdo (OE):
OD: 6/12 OE: 6/18
a) Que tipo de erro refractivo espera que tenha este homem?
5. Uma senhora vê 6/9 com o seu olho direito quando tem uma lente de +1,50D no lado
direito dos óculos de prova. Se mudar a lente para uma de +1.25D ela diz que a sua visão
melhora. O que se espera da AV da paciente?
_______________________________________________________________________
6. A senhora vê 6/9 com o seu olho esquerdo quando tem uma lente de +1,50 D no lado
esquerdo dos óculos de prova. Se mudar a lente para uma de +1.25D ela diz-lhe que a
sua visão piora. O que espera da AV da paciente?
______________________________________________________________________
Copyright © ICEE 2009 Controlo da Acomodação – MANUAL DE ESTUDO • 8
ICEE Refractive Error Training Package
“+1 TESTE” E
EQUILIBRIO BINOCULAR
PENSA
Acabas-te de observar um jovem, mas estás preocupado, pois não sabes qual a acomodação que ele
poderia ter usado durante o exame de refracção. Se de facto, ele esteve a acomodar, o resultado da
tua refracção está incorrecto. Deves assegurar-te sempre que a acomodação está relaxada durante o
exame de refracção.
OBJECTIVO
Neste módulo vamos mostrar-te como se faz o “teste +1” bem como o balanço ou equilíbrio binocular,
e explicar-te como estes testes são importantes.
RESULTADOS A OBTER
Após teres trabalhado neste modulo, deverás ser capaz de:
• Miopia
Um míope pode ser hipercompensado.
• Hipermetropia
A hipermetropia pode ser hipocompensada.
Isto pode significar que a pessoa terá uns óculos com potência
insuficiente.
Figura 1: Dois bois que estão a trabalhar juntos, devendo mover-se na mesma
quantidade. Se um dos bois tenta ir à frente, o outro terá de acompanhá-lo.
Podes pensar a acomodação dos dois olhos tal como dois bois trabalhando
juntos. Se um usa o músculo ciliar para acomodar, o outro deverá fazer o
mesmo.
Se um olho necessitar de acomodar mais que outro para “ver” de uma forma
nítida, existirá rivalidade entre os dois olhos – eles irão lutar individualmente.
Isto pode causar sintomas de astenopia e dores de cabeça. Se os dois olhos
possuem a mesma acomodação relaxada irão sentir-se mais confortáveis.
Se um dos olhos tem uma AV pobre, após compensação, não poderás fazer o
balanço binocular. Em vez disso, deverás ter um cuidado extra quando estás a
realizar a refracção.
Nota:
Apenas a parte esférica da refracção pode ser alterada
durante o “teste +1” ou durante o Balanço Binocular. Se
existirem lentes cilíndricas no óculo de prova, a potência e o
eixo deverão permanecer inalteradas.
Passo 1: Remover o oclusor e então ambos os olhos poderão “ver” a carta de optótipos
ao longe. Deixa a MVE ou a esfero-cilindrica no óculo de prova.
Passo 2: Mede a AV binocular ao longe (a pessoa olha para a carta de optótipos com
ambos os olhos “abertos”).
Passo 4: Pega em duas lentes de teste com uma potência de +1.00 D, e coloca uma à
frente de cada olho (não removas as lentes que resultaram do MVE e/ou da
refracção esfero-cilindrica).
Figura 2: Um nevoeiro real é causado por gotas de água que pairam no ar. Torna-
se difícil ver coisas quando está nevoeiro. Parece um pouco com a poluição do ar
(ou fumo) nas cidades.
Passo 5: Mede novamente a AV binocular (com estas lentes extra de + 1.00 D).
A AV deverá ficar pior 2 a 4 linhas de AV
Passo 7: Se a AV fica igual ou piora apenas uma linha → adiciona +0.25 D em ambos os
olhos. Mede novamente a AV. A AV deve ser duas linhas pior.
Passo 10: Diminuir a potência das lentes à frente de ambos os olhos em 0.25 D.
Passo 13: Medir a AV do melhor olho com a lente de teste (ocluir o pior olho).
A AV deverá ser igual à melhor AV compensada que quantificamos após o
MVE ou após a refracção esfero-cilindrica.
SE a AV do melhor olho é pior que a encontrada durante a refracção, adiciona
–0.25 D e mede novamente a Acuidade Visual.
Passo 15: Registar a tua prescrição (o total das lentes no óculo de prova) para cada olho.
Registar a AV para cada olho (se for diferente para cada olho).
Podemos perguntarr:
“É mais fácil ver com o olho direito... ou com o olho esquerdo...?
O seu olho direito... ou o seu olho esquerdo…?”
Ou… “É mais fácil ver com o primeiro olho... ou com o segundo olho...?
O primeiro olho... ou o segundo olho…?”
Passo 7: Se a pessoa diz que a visão é igualmente nítida com ambos os olhos → segue
para o Passo 9.
Se uma pessoa diz que a visão é melhor com um olho que com o outro →
segue para o Passo 8.
• A pessoa poderá preferir o primeiro olho (ou segundo olho) porque era
o que estava à espera.
Copyright © ICEE 2009 +1 Test and Binocular Balance - STUDENT MANUAL • 6
ICEE Refractive Error Training Package
Passo 8: Adiciona +0.25 D no olho que vê melhor.
Passo 17: Regista a prescrição (o total das lentes no óculo de prova) para cada olho.
Regista a AV resultante para cada olho.
Medir adistance
Measure AV binocular ao longe
binocular VA(ambos
(bothos olhosopen)
eyes abertos)
Measure
Medirdistance binocular
a AV binocular VA (com
ao longe againas(with
lentesextra
extra +1.00 D lenses).
de + 1.00 D)
The VAdeverá
A AV shouldserbe between
pior 2 and
entre duas 4 lines
a quatro worse.
linhas.
If VA Se
is the
a AVsame or only
é a mesma 1 line worse
ou apenas IfSe
VAa AV
is more thando
piora mais 2 lines
que 2 worse
linhas
uma
Adiciona
Add +0.25+ 0.25 D em
D to ambos
both eyesos olhos Considera
Look ata the
melhor
bestAVcorrected
corrigida para o olho
VA for
direito
righte esquerdo, após(after
and left eyes a MVEthe
ou refracção
BVS
esfero-cilindrica
or sphero-cyl refraction)
Measure
Mede binocular
a AV com VA
estas lentes
with these lenses
Se a melhor AV corrigida
If abest
Se corrected
melhor VA
AV corrigida If best corrected VA
Olho direito = olho
Right eye ≠diferente
Olho direito Left eye Right eye = Left eye
esquerdo
de esquerdo
IfSeVA is éthe
a AV sameou
a mesma or SeIf aVA
AVis more
é pior emthan
mais
apenas
only umaworse
1 line linha 2 de
lines worse
2 linhas
pio Cannot do binocular
Não podes realizar o Do binocular
Realizar o balançobalance
binocular
balanço binocular
balance Segue este esquema
(Binocular balance
flow chart)
Alterarthe
Change a potência
power ofdaslenses
lentes in
emfront
frente
ofaos olhos
both emby
eyes -0.25 D D
−0.25
Measure
Medir aided VAdo
a AV resultante ofmelhor
good eye
olho
Measure binocular
Mede a AV binocularVA (occlude poor
(oclui o pior eye)
olho)
SeIfabinocular
AV melhora If abinocular
Se VA não
AV binocular does Se
If aaided
AV resultante é a as
VA is same Se aIfAV resultante
aided VA is éworse
pior
VA improves melhoranot improve mesma que a melhor
best corrected VA que a melhor corrigida
than best corrected VA
corrigida
Measure
Medir a AV aided VA of
resultante do poor eye
pior olho Add -0.25D
Adicionar -0.25toD
(occlude goodolho)
(oclui o melhor eye) both olho
em cada eyes
Registar
Write a prescrição
down (o total for
the prescription daseach
lentes
eye no
(theóculo deallprova)
total of paraincada
the lenses olho.
the trial frame).
Registar a AVaided
Write down resultante
VA forpara
each cada
eye. olho.
Mede aMeasure
AV resultante
rightpara
eyeoaided
olho direito
VA (OD)
Mede a AV resultante para o olho esquerdo (OE)
Measure left eye aided VA
SeIf athe
AV VA
do OD e OERsão
of the eyeiguais
and the SeIfathe
AV VA
do OD e OERnão
of the eyesão
andiguais
the
L eye are the same L eye are not the same
Add +0.25
Adiciona +0.25D
D aotomelhor
the better
olho.eye
MedeMeasure
a AV parathe
esteVA
olho
of this eye
SeIf athe
AV VA of the
do OD e OERsão
eye and the SeIfathe
AV VA of ethe
do OD OERnão
eye and
são the
iguais
sensivelmente as mesmas
L eye are almost the same L eye are not the same
Rapidamente,
Quicklyoclui primeiro
occlude firsto OE
the eleft
depois
eye,othen
OD the right eye
(Move o oclusor
(Move the sempre emto
occluder ½ the
segundo)
other eye every ½ second.)
Pergunta à pessoa se a visão é igual em ambos os olhos
Ask the person if the vision with both eyes is the same
Tem
Be cuidado
careful!
Se a visãoIfem ambos
both eyesosare
olhos é igualmente
equally clear nítida SeIfnum
one olho
eye éismelhor
clearer
(ou a pessoa manifesta uma preferência alternante) que no outro
(or the person has alternating preferences) than the other eye
Mede a AV
Measure binocularVA
binocular Adiciona
Add +0.25+0.25 D noeye
D to the olhothat
quesees
vê melhor
better
Altera
Change theapower
potência
of das lentes
lenses in em frente
front aos olhos
of both eyes em
by -0.25
−0.25DD
Mede a binocular
Measure AV binocular
VA.
Melhorou
Has a AVVA
binocular binocular desde
improved a última
from vez?
last time?
Yes
Sim NãoNo
Mede a AV
Measure resultante
right do OD
eye aided VA
Mede a AVleft
Measure resultante do OE
eye aided VA
Se a AV resultante é a
Se Ifa AV
VAsresultante é pior
worse than If both
mesma queVAs same as
a melhor
que
besta melhor corrigida
corrected VAs best
corrigida corrected VAs
Adiciona
Add -0.25
−0.25 DD toem ambos
both eyesos
olhos. MedeRnovamente Regista a tua prescrição
Write down (o total das
the prescription for lentes no óculo
each eye (thede prova)
total of all the lenses
Measure and L VA aagain
AV do
para cada olho. Regista a AV resultante para cada olho.
OD e OE in the trial frame). Write down aided VA for each eye
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
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PENSA
Uma senhora de 43 anos vem realizar um exame ocular. Refere que consegue ver muito bem quando
olha para o longe, mas nos últimos anos tem dificuldades em ver ao perto, especialmente para
costurar.
É medido o seu valor da acuidade visual em visão de longe apresentando muito boa AV. É medida a
sua acuidade visual em visão de perto e o valor é pobre. Sabe-se então que a senhora tem presbiopia
e irá precisar de usar uns óculos para visão de perto para que consiga ver e costurar sem problemas.
Como saberemos nós qual a potência que os óculos de perto deverão ter?
OBJECTIVO
Esta unidade mostra-nos o procedimento a realizar numa refracção de perto, para uma pessoa
com presbiopia. Ensina-nos a encontrar o correcto valor da adição (ADD)
• Explicar o significado de uma adição para visão próxima (e a diferença da prescrição para
visão de perto);
Figura 1: Um homem a olhar sobre os seus óculos para visão de longe. Olha
através da sua prescrição para visão próxima quando lê o livro e para visão de
longe sobrepõe o seu olhar não utilizando os óculos.
Idade:
• O potencial de uma Adição de perto aumenta consoante a idade
aumenta. Isto porque o cristalino é uma lente que gradualmente tende a
degradar-se consoante o envelhecimento da pessoa. E com isto, a
quantidade de acomodação de cada pessoa é algo que diminui com o
evoluir da idade.
Exemplo:
Um senhor com 40 anos de idade pode precisar de uma adição igual a
+1.00 D. Quando tiver 42 anos poderá necessitar de uma adição igual a
+1.50 D. Quando tiver cerca de 55 anos irá precisar de +2.25 D.
• Por esta razão, a prescrição de uns óculos para visão de perto é algo
que irá sempre aumentar consoante o envelhecimento.
Tabela 1: Valor esperado da Adição de perto para pessoas que vivam em países com
temperaturas elevadas.
Idade da Pessoa Valor esperado da Adição de Perto
35 a 40 +0.75 D a +1.25 D
40 a 45 +1.25 D a +1.75 D
45 a 50 +1.75 D a +2.25 D
Acima de 50 +2.25 D a +2.75 D
Figura 2: Um homem segura o jornal a mais de 40cm de distancia dos seus olhos.
Terá que se encontrar uma maneira de segurar o jornal numa outra distância
(porque será mais confortável para os seus braços) ou ele continuará a afastar os
braços para ver melhor.
• Por vezes a uma pessoa com baixa visão é prescrito uma “alta adição”.
Essa adição fará com que a pessoa veja muito melhor em tarefas de
perto, e tudo será maior e mais fácil de ver.
Uma alta adição tem uma potencia muito mais alta que a
normal adição de perto.
A alta adição poderá ser um valor superior a +10.00 D.
Intervalo de
visão nítida: Quando um presbiope usa óculos para visão próxima, existe um limite para o
quanto pode aproximar de si o estimulo, e um limite para o quanto pode afastar
de si a tarefa de perto para que se mantenha a visão nítida. Isto é portanto o
intervalo de visão nítida - Objectos que se mantenham dentro deste intervalo
serão vistos pelo presbiope de modo nítido.
Amplitude de visão
nítida
Amplitude de visão nítida
Distância de trabalho
Exemplo:
→ Com 45 anos de Idade o interval de visão nítida é mais largo que com 55.
→ Com 45 anos de Idade pode ter um intervalo de visão nítida até 30cm.
→ Com 55 anos de Idade só tem um intervalo de visão nítida ate 15cm.
Amplitude de visão
nítida
Amplitude de visão
nítida
Distância de trabalho
Distância de trabalho
Figura 6: Um presbiope em fase inicial tem um intervalo de visão nítida maior que um presbiope em fase
avançada.
Objectivos da
Refracção de Perto: Os objectivos da refração de perto são encontrar uma quantidade adicional de
lente que dê à pessoa o melhor intervalo de visão nítida (com a distancia de
trabalho usual no centro do intervalo de visão nítida) e a menor potência
adicional de lente que a pessoa precise para realizar o seu trabalho de perto
nitidamente. Isto porque uma quantidade excessiva de potência em visão de
perto tornará desconfortável a visão para o paciente.
De certa forma esta refração parece ser o oposto da refração de longe – onde
se tenta encontrar a potência o mais positiva possível que mantenha a visão
nítida.
• +1 Teste
• Equilíbrio binocular.
A melhor maneira de aprender como fazer refração ao perto é realizá-las nós mesmos com a maior
frequência possível.
Com a prática iremos tornar-nos mais rápidos e precisos. Esta unidade vai mostrar-nos como realizar
a refração ao perto usando dois métodos de estudo:
• Instruções passo-a-passo
Passo 2: Ajustar nos óculos de prova a distância pupilar para visão próxima.
Passo 3: Dar ao paciente uma carta de AV para visão próxima (ou cartão de leitura).
Pedir ao paciente para segurar a carta e colocá-la á distância de leitura na
qual consegue ver bem.
Devemos ter uma boa iluminação para que o paciente consiga ver bem e
mais facilmente a carta de leitura para visão próxima.
Passo 4: Para decidir com qual lente devemos iniciar , ao realizar a refração ao perto,
usamos a idade do paciente como guia:
Se o paciente tem:
Dizer ao paciente:
“Olhe para o cartão de leitura.
Olhe para as letras mais pequenas que consegue ver.”
Pergunte ao paciente:
“Com estas lentes, está melhor, pior ou igual?”
Lembre-se:
A refração ao perto pode ser pensada como o oposto da refração
ao longe
Repetir os passos 1 e 2 até que o paciente diga que vê pior ou igual com as
lentes adicionadas.
Exemplo:
Se a add que estava nos óculos de prova era de +1,25D e
necessitamos de colocar +0,25D na add, então retiramos a
lente de +1,25D e colocamos uma lente de 1,50D.
Dizer ao paciente:
“Olhe para o cartão de leitura.
Olhe para as letras mais pequenas que consegue ver.”
Pergunte ao paciente:
“Com estas lentes, está melhor, pior ou igual?”
Repetir os passos 3 e 4 até que a pessoa diga com que lente mais
negativa consegue ver pior.
Exemplo:
Se a add que estava nos óculos de prova era de +2,25D e
necessitamos de colocar -0,25D na add, então retiramos a
lente de +2,25D e colocamos uma lente de +2,00D.
Verificar a AV:
Passo 1: Dizer ao paciente:
“Olhe para o cartão de leitura.
“Olhe para as letras mais pequenas que consegue ver.”
Exemplo 1:
Exemplo 2:
Vá para
Fluxograma B:
Ajustar a potência da add
Dizer à pessoa:
Tell the person:
“Olhe
“Look para
at thea reading
carta decard.
leitura.”
”
“Olhe
“Look at the smallest words that youque
para as letras mais pequenas canconsegue
see. ” ver.”
Perguntar à pessoa:
Ask the person:
“Com estas lentes as letras ficam melhor, pior worse
“Do these lenses make the words look better, ou igual?”
or the same? ”
Adiciona +0.25 D em cada olho Não adicione lentes aos óculos de prova
Dizer à pessoa:
Tell the person:
“Olhe
“Look para
at thea reading
carta decard.
leitura”
”
“Olhe
“Look at the smallest words that youque
para as letras mais pequenas canconsegue
see. ” ver.
Perguntar à pessoa:
Ask the person:
“Com estas lentes as letras ficam melhor, pior worse
“Do these lenses make the words look better, ou igual?
or the same? ”
Adicione −0.25 D em cada olho Não adicione lentes aos óculos de prova
Vá para
Fluxograma C:
Verificar o campo de visão nítida
Dizer à pessoa:
“Olhe para a carta de leitura.”
“Olhe para as letras mais pequenas que consegue ver.”
Dizer à pessoa:
Olhe para posição
“Lentamente aproxime a carta.”
e recorde-a
“Pare quando vir desfocado.”
Dizer à pessoa:
Olhe para a posição
“Lentamente afaste a carta.”
e recorde-a
“Pare quando vir desfocado.”
Não Sim
Pergunte à pessoa:
“Há algum trabalho de perto que precise fazer
mais próximo… ou mais afastado que isto?”
Lembre-se:
O campo de visão Ajuste o campo de visão nítida se necessário.
nítida aproxima-se
adicionando +0.25 D,
e afasta-se adicionando Registe: A AV binocular e add ao perto.
− 0.25 D
1. Qual a diferença entre a adição de lentes para o perto (add) e a prescrição para óculos
para o perto?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2. Porque razão as pessoas precisam de uma add ao perto mais forte à medida que
envelhecem?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3. Qual a importância de saber qual a distância de trabalho preferida pela pessoa quando
prescrevemos óculos para perto?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4. O que é o campo de visão nítida de uma pessoa? Como aproximar o campo de visão
nítida da pessoa? Como o afastar?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6. Sabemos que, numa refracção ao longe, queremos dar à pessoa a maior quantidade de
positivo que lhe dê a melhor AV. Como é que numa refracção ao perto é diferente?
Porquê?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
PENSAR
É impossível relembrar todos os detalhes de todas a pessoas que se examina. Mesmo que
se conseguisse, tinha-se que ter a certeza que, quando alguém examinasse essa pessoa
no futuro, elas soubessem exactamente que testes se executaram e quais foram os
resultados obtidos.
OBJECTIVO
Esta unidade vai ensinar-lhe como manter um registo do exame ocular da pessoa,
conhecido por anamnese, e como escrever a carta de referência para a mesma.
RESULTADOS DE APRENDIZAGEM
Quando terminar esta unidade deverá ser capaz de:
• Realizar uma anamnese do paciente que é significativo para você e para os outros
profissionais de saúde ocular;
Cada vez que a pessoa for examinada a sua anamnese deve ser actualizada.
Alguém que leia a anamnese do paciente deverá ser capaz de identificar os problemas
que o paciente teve e o que se fez para os resolver. Quando o paciente tiver a ser
examinado no futuro, o examinador saberá se os olhos do paciente estão a melhorar ou a
piorar.
DETALHES A REGISTAR:
Detalhes Pessoais: • Data do Exame
• Nome Completo da Pessoa
• Data de Nascimento ou Idade da pessoa
• Género (masculino ou feminino)
• Detalhes de Contacto (morada, numero de telefone,
e-mail)
• Localização do exame (nome da
clínica/hospital/óptica)
Queixa Principal:
Historial do Caso:
AV Longe AV Perto
Com/ Sem Correcção Com/ Sem Correcção
Saúde Ocular
Distância de
DP Leitura ao Outros Testes
Perto
Ambos
Olho Direito (OD) Olho Esquerdo (OE) os
Olhos
Add/
Esf. Cil. eixo AV Esf. Cil. eixo AV
AV
Refracção
Prescrição
Longe
Prescrição
Perto
Figura 2 - Um livro grande pode ter colunas desenhadas ao longo das duas páginas
para fazer o registo da consulta.
Diários de Anamnese podem ser também úteis para estudantes que estão a fazer um
portfólio de exames para avaliação e registo próprio.
- Data
- Nome;
- Data de Nascimento;
- Masculino/Feminino;
- Queixa Principal;
- Historial do Caso;
- Saúde em Geral;
- Historial Familiar;
- Ocupação/Passatempos;
- AV (OD & OE): longe e perto
→Actual, Furo Estenopeico, com e sem compensação
- Saúde Ocular
- Distância Interpupilar
- Refracção
- Diagnóstico
- Recomendação de Tratamento (incluído óculos)
- Conselhos dados ao paciente
- Referências (se necessário)
- Nome do Examinador
Registo Computorizado: Alguns clínicos usam uma base de dados no computador para
gravar os detalhes dos pacientes que examinam. É mais fácil para
encontrar o ficheiro do paciente na base de dados do computador,
e os relatórios e as cartas de referências podem ser geradas
directamente da base de dados do paciente.
Esta pessoa precisa de ser encaminhada para alguém que seja especialista no problema
do paciente.
Quando um paciente é encaminhado tem-se que enviar uma carta de referência com ele.
Uma carta de referência é adereçada para o especialista que vai examinar o paciente, e
deve incluir a seguinte informação:
Detalhes a Incluir:
Cartas de Referência: Se escolher por escrever uma carta de referência, vai ter que
parecer profissional. Tem que ser escrito com clareza e de fácil compreensão.
Muito obrigada por observar a Sra. Esteves que eu observei pela primeira vez a 7/9/2011
A 7 de Setembro de 2011 o seu olho direito sofreu um traumatismo e ficou ferido com uma
farpa enquanto estava a jardinar. A Sra. Esteves queixava-se de dores e epifora do olho direito
No meu exame verifiquei que o olho direito estava muito vermelho e que possuía um arranhão
na zona inferior da córnea, próximo do limbo. O olho esquerdo estava normal.
Eu receitei-lhe uma pomada de tetracycline 10% e pedi à Sra. Esteves para voltar na manhã
seguinte.
Hoje 8/9/2011 o olho estava mais vermelho que ontem e a AV do olho direito diminuiu para
5/10. A Sra. Esteves contou-me que a dor piorou desde ontem.
Estou preocupada que o olho da Sra. Esteves tenha desenvolvido uma infecção.
Titulo Oficial
Dr. Isabelle See, Optometrista
Historial do Caso Dores no olho direito; farpa arranhou o olho direito; Epifora
D: R: 6/6
AV c/c AV s/c
E: L: 6/6
D:
AV PH AV Perto c/c AV perto s/c
E:
Conjuntiva bulbar: Vermelha Diagnostico
Córnea: D: Pequeno arranhão na córnea Razões: Abrasão
perto do limbo nasal Corneal, (historial:
Arranhão na
Exame E: normal córnea por uma
Pupila: Pupilas do mesmo tamanho farpa)
Pálpebras: normal
Pestanas: normal
Outros:
Urgente Assim que
OD: ENCAMINHAMENTO possível
TRATAMENTO
PomadaTetracycline10% NECESSÁRIO Próxima
oportunidade
Paciente foi instruído para voltar na manhã seguinte (7/9/2011)
Também pode ser escrito na parte de trás da folha
Referir para um
exame visual:
Para uma rotina de saúde
Acuidade visual
Para saúde ocular e geral ocular:
é 6/18 ou pior
ENCAMINHAMENTO historial ou sintomas de Acuidade visual 6/18 ou pior
tanto no OD
diabetes ou hipertensão tanto no OD e OE e não
como OE e não
melhora com PH até 6/10
melhora com PH
até 6/9
Encaminhamento por: Possibilidade de infecção ocular
Encaminhamento para: Dr Silva, Hospital Santa Maria, Lisboa
DETALHES DE
ENCAMINHAMENTO Data da consulta de referência:
Data de consulta:8/9/11 Transporte: transportamos o paciente
Outros____________
Instruções /Quando
voltar á consulta(Data)
2. Porque se tem que ter cuidado para manter as anamnese visuais, privadas e
a salvo?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
3. Uma mulher fez o seu último exame á 2 anos atrás. Ela vem outra vez hoje
para um exame visual. Você…
a. Adiciona ao seu registo anterior?
Sim / Não
b. Compara os resultados de á 2 anos atrás com os resultados encontrados
hoje?
Sim / Não
c. Deita fora o seu antigo registo?
Sim / Não
d. Guardo o antigo e o novo registo juntos?
Sim / Não
Ficha de Anamnese
Diário de
Anamnese
Registo
Computorizado
PENSA
Após examinarmos olhos de uma senhora encontramos um erro refractivo. É necessário decidir agora
a potência dos óculos a prescrever, quantos pares de óculos são necessários e qual o tipo de lente
mais apropriado. Também é preciso pensar quais são as necessidades visuais da paciente e no que
esta quer para si.
OBJECTIVO
Esta unidade vai ajudar-nos a perceber como e quando prescrever uns óculos a um paciente.
RESULTADOS A OBTER
Quando terminar esta unidade deverá ser capaz de:
• Verificar a sua refracção para ter certeza de que é clara e confortável para a pessoa
• Explicar porque é que pessoas com diabetes, mulheres grávidas e pessoas que estejam a
tomar determinados medicamentos poderão ter problemas na adaptação aos novos óculos
• Explicar o que foi encontrado durante o exame numa linguagem simples para que possa ser
entendido pelo paciente
Perguntar à pessoa: • A sua visão de longe (ou perto) parece mais nítida com estas lentes?
Longe: Se a pessoa lhe diz que a sua visão de longe não é nítida ou
não é confortável, terá de verificar a sua refracção:
refracção
Mostre à pessoa: Demonstre como os óculos melhoram a visão da pessoa a certas distâncias
mas que podem piorar para outras distâncias.
Exemplo 1:
Óculos de perto podem fazer objectos ao longe parecerem turvos.
Neste caso a pessoa deve tirar os óculos de perto (ou mudar para os seus
óculos de longe) se quiser ver à distância.
A pessoa pode também gostar de olhar por cima dos seus óculos de perto se
quiser que a sua visão de longe seja mais nítida.
Figura 1:Um homem usando uns óculos de leitura de “olhar por cima”. Ele olha
pelos óculos de perto para ler o seu livro e por cima destes para ver coisas que
estão distantes.
Exemplo 2:
Óculos de longe podem fazer com que a visão de perto não seja nítida.
Neste caso a pessoa terá de tirar os seus óculos de longe (ou mudar para os
seus óculos de perto) se quiser ver bem as coisas que estão perto de si.
Num estád
estádio inicial da retinopatia diabética, a pessoa pode não notar nenhum
problema com a sua visão – mas devem verificar os seus olhos na mesma. No
início,
cio, a retinopatia diabética não apresenta sintomas, mas é a melhor altura para
ser tratada..
Uma pessoa com diabetes pode ter hemorragias no fundo do olho e não
saber. Se a pessoa não fizer um exame à sua saúde visual, os seus
olhos e a sua visão podem ficar danificados permanentemente.
Exames oculares de rotina são essenciais para pessoas com diabetes.
diabetes
Deve avisar as mulheres grávidas que poderão ter de alterar os seus óculos
durante o período da gravidez.
Medicação: Alguns medicamentos podem afectar os olhos e fazer com o que o erro
refractivo das pessoas se altere. Estes medicamentos incluem alguns anti- anti
depressivos e anti
anti-psicóticos. Geralmente o erro refractivo mantém-se
mantém se a
dose da medicação também não se alterar
alterar, mas se a dose for alterada ou se a
pessoa parar de tomar a medicação, o erro refractivo pode também mudar.
• Historial do caso
• Óculos antigos
• Sensibilidade da pessoa a alterações visuais (é
é diferente de pessoa para pessoa)
pessoa
• Quantidade de erro refractivo e sintomas
• Tipo de erro refractivo
• Óculos e lentes disponíveis
disponíveis.
Diga sempre às pessoas que é preciso tempo para se adaptarem aos óculos novos. É
normal que se sintam estranhas quando usam os novos óculos pela primeira vez –
isto acontece porque o seu cérebro não está habituado a ver correctamente.
correctamente
Deve dizer às pessoas para usar os seus novos óculos o maior tempo possível nas
primeiras 2 semanas, para que a habituação seja mais rápida.
Diga também, que se a pessoa se continuar a sentir mal com os novos óculos depois
das 2 semanas de habituação, para voltar à sua consulta para que possa reexaminar
os seus olhos.
Algumasas pessoas são mais sensíveis que outras, e a sua adaptação a novos óculos
ou alterações na sua prescrição é mais difícil.
Escute o que o paciente lhe diz acerca da sua visão e das suas necessidades
visuais. Isto vai
vai-lhe
lhe indicar qual o tipo de óculos que deve prescrever.
Durante o exame visual pode descobrir problemas que a pessoa não lhe falou
no historial do caso. Ist
Isto pode acontecer porque se esqueceu de lhe
l dizer, mas
pode ser também porque o problema não é importante.
importante Deve discutir estes
outros problemas para o ajudar na decisdecisão
ão do que vai recomendar.
recomenda Se o
problema é um erro refractivo, pode mostrar à pessoa a melhoria que pode
trazer à sua visão e assim pode decidir, se quer usar óculos ou não.
Exemplo 1:
Usando uns óculos de prova pode mostrarr à senhora quais as melhoras que
lhe pode proporcionar:
• Visão de perto
perto→Ela
Ela dirá que lhe parece muito melhor.
melhor
• Visão de longe
longe→Ela
Ela dirá que está ligeiramente melhor, mas que há
pouca diferença.
Esta mulher ficará feliz se lhe der uns óculos de perto com +1.75
D para a ajudar em tarefas de perto.
Lembre-se:
Prescrição de longe + adição perto = Prescrição de óculos de
perto
Exemplo 22:
Um agricultor chega à consulta e diz-lhe
lhe que tem problemas em ver as suas
s
cabras no campo. Q
Quando
uando está perto delas não tem problema em vê-las.
vê
Diz-lhe
lhe também que nunca aprendeu a ler e que gosta de ver televisão no seu
tempo livre.
• Visão de perto
perto→Ele dirá que vê muito melhor, mas que não consegue
lerr as letras na carta de acuidade visual de perto.
• Visão de longe
longe→Ele
Ele dirá que vê melhor, e que os objectos ao longe se
vêem com mais facilidade
facilidade.
Normalmente
Normalmente:
Exemplo:
A sua refracção de longe para um homem éé: OD−3.50D
OD OE −4.00D
Medindo os seus óculos antigos encontramos
encontramos: OE−1.75D
OE OE−2.25D
Deve prescrever
prescrever: OD−2.75D
OD OE−3.25D
Exemplo:
→ Mas pense nos custos e nas dificuldades que isto possa trazer
para a pessoa se tiver de voltar à sua consulta.
Exemplo:
Uma senhora vem à sua consulta para o seu primeiro exame visual. Nunca
usou óculos antes.
Estas pessoas podem levar muito tempo para se habituarem aos seus novos
óculos. Isto acontece porque o cérebro tem de aprender uma nova maneira de
ver as coisas: o cérebro estava habituado a ver mal os objectos, agora tem de
aprender a vê-los bem.
É difícil saber quem vai reagir mal a um novo par de óculos, mas testar a sua
prescrição nuns óculos de prova pode dar-nos uma boa ideia do que se vai
passar com os novos óculos.
Copyright © ICEE 2009 Prescrever óculos – MANUAL DE ESTUDO •9
ICEE Refractive Error Training Package
Testar a prescrição:
• “Se
Se se continuar a sentir desconfortável a usar os seus óculos
passadas as 2 semanas
semanas, deve voltar para fazer nova consulta.”
consulta
Quantidade de
erro refractivo
e sintomas: Pequenas quantidades de erro refractivo
refractivo:
Pessoas
essoas que tenham um erro refractivo pequeno estão, normalmente, felizes
sem óculos.
Geralmente
Geralmente:
Se a hipermetropia, miopia ou astigmatismo for menor que 0.75D, a pessoa
pode não notar nenhuns problemas com a sua visão e provavelmente não vai
precisar de óculos
óculos.
Se a pessoa diz que não tem problemas em ver, e a sua visão é melhor que
6/12,provavelmente
provavelmente não vai precisar de óculos
óculos.
Se um olho tem um erro refractivo maior que o outro, tem de ter cuidado.
Algumas vezes, usar óculos que tenham prescrições diferentes para cada olho
pode ser desconfortável para a pessoa. Isto acontece porque lentes de
potências diferentes fazem as coisas parecer de tamanhos diferentes. Uma
lente muito positiva faz com que os objectos pareçam maiores e uma lente
muito negativa faz com que os objectos pareçam mais pequenos. Se os dois
olhos virem imagens de diferentes tamanhos vai causar astenopia (fadiga
ocular).
ralmente:
Geralmente
Se há uma diferença de mais de 2.00D entre os dois olhos, olhos deve alterar a
prescrição para que haja uma menor diferença entre as lentes que vai
prescrever. Uma excepção a esta situação, é quando a pessoa já utiliza óculos
e está habituada a ter esta diferença entre os dois olhos.
Exemplo:
Faz a refracção a um senhor e encontra
encontra: OD +5.00D
D OE+2.00D.
OE
Nunca usou óculos
óculos.
Põe estas lentes num óculo de prova e pede ao senhor para dar uma volta no
consultório com os óculos de prova – pede-lhe
lhe para olhar para as paredes,
para o chão do consultório e para a rua.
O senhor diz
diz-lhe
lhe que se sente um pouco tonto e mal disposto usando aquelas
lentes.
Diga ao senhor que pode levar 2 semanas para que ele se habitue aos óculos,
mas também que ele deverá voltar à consulta se continuar a ter problemas de
adaptação passadas as 2 semanas
semanas.
Tipo de
Erro Refractivo: Uma pessoa com astigmatismo provavelmente vai ter mais problemas para se
habituar aos seus novos óculos que uma pessoa que tenha um erro refractivo
esférico (hi
(hipermetropia, miopia ou presbiopia). Isto é especialmente verdade se
o eixo do astigmatismo não for a 90º ou a 180º
180º.
Geralmente
Geralmente:
Óculos pré--montados podem ser usados se:
• Existir menos de 1.
1.00D de astigmatismo em cada olho
• O que encontrou
• O que pode fazer por ela.
Exemplo:
Em vez de dizer à pessoa que tem
“Miopia, que vai resultar numa visão desfocada ao longe se não for corrigida com
esferas negativas””
- a
Causa do problema
- Quando usar
- Como os tratar
• Quando é que a pessoa deve voltar à sua consulta para fazer um novo exame visual:
visual
- Se a pessoa tiver problemas na habituação aos novos óculos deve voltar para que
possa reavaliar a sua prescrição
- Se a pessoa tiver algum problema visual, incluindo alterações na visão ou dores nos
olhos
Isto não acontece devido aos óculos terem piorado a sua visão, mas sim
porque
que o cristalino está a perder elasticidade. É um processo natural que vai
acontecer mesmo em pessoas que nunca usaram óculos.
Algumas pessoas escolhem serem examinadas por si, mas querem que os seus
seu óculos sejam feitos
por outra pessoa – talvez tenham visto uma armação que tenham gostado noutra óptica. Quando isto
acontece deve dar uma cópia da sua prescrição dos óculos à pessoa
pessoa.
Se a pessoa leva a sua prescrição de óculos para ser feita por outra clínica ou
óptica, é boa ideia que recorde a pessoa que não pode ter a certeza que os seus
óculos serão bem montados pela outra clínica ou óptica.
A pessoa tem de perceber isto, mas no final é sua a decisão de onde vai querer
comprar os seus óculos, e você deve-se
se mostrar presente para ajudar e ser
sempre profissional.
• Nome da clínica
clínica, hospital ou óptica(pode ser o timbrado)
• Data do exame visual
• Nome da pessoa examinada
• Prescrição de longe para olho direito e olho esquerdo
• Adição de perto (se necessário)
• Distância pupilar (DP longe / DP perto)
• Tipo de óculos recomendados ((Exemplo: óculos de longe)
longe
• Seu nome e assinatura
• Data de expiração da prescrição (normalmente
normalmente 2 anos depois da data
da refracção)
refracção).
Exemplo:
3 Agosto 2008
OD
OD−4.00 OE−3.50 Add +2.25 DP
P 67/63
Exp: 3/8/2010
Ms Isabelle See (Vision Technician)
1. Diga algumas questões que pode pôr ao paciente para ter a certeza de que os óculos a
prescrever lhe vão dar uma visão nítida e confortável?
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____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
2. Porque deve ter cuidado quando prescreve uns óculos para as seguintes pessoas, e o
que pode fazer para ter a certeza que vai prescrever os melhores óculos para elas?
a) Uma pessoa com diabetes:
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____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
3. O que deve dizer a uma pessoa sobre a habituação aos seus óculos novos?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
6. Uma senhora chega à sua consulta e diz que tem dificuldades em costurar, mas que a
sua visão de longe é boa.
PENSA
Um senhor de 45 anos vem fazer um exame, está preocupado porque não consegue ver as coisas
que estão perto dele como costumava ver. Sabe que isto provavelmente é porque tem presbiopia.
Ao fazer a refracção descobre que o senhor tem uma pequena quantidade de astigmatismo, mas não
a suficiente para perturbar a visão de longe. Faz uma refracção de perto e descobre que o senhor é
presbita e é a causa da visão de perto deficiente. Como é que vai decidir a potência a prescrever para
que possa ver nítido ao perto?
OBJECTIVO
Esta unidade explica-nos como prever um acréscimo para a visão de perto numa pessoa com
presbiopia, para que possa ter uma visão confortável e nítida ao perto.
RESULTADOS A OBTER
Depois de trabalhar com esta unidade, deve ser capaz de:
• Prescrever óculos para a visão de perto, tendo em conta os resultados da refracção, história do
caso, necessidades visuais e óculos anteriores;
• Ajustar a potência, tornando-a mais forte ou mais fraca, dependendo das necessidades da pessoa;
• Explicar ao paciente o que necessita de saber sobre os seus óculos novos de visão próxima.
• Se a queixa principal do paciente e os sintomas são causados por um problema de visão próxima
ou se os óculos de perto não são a solução para corrigir o problema
• Os óculos devem ser usados para tarefas de perto (como e apenas para visão próxima)
Com base no historial do paciente, as suas necessidades visuais, e os seus óculos anteriores, você
decide se quer ou não prescrever:
• Óculos para todos os erros de refracção da pessoa ou apenas para alguns
• Mais que um par de óculos para as diferentes distâncias.
História do Caso: O historial de cada pessoa, diz-nos os problemas que tem com a sua visão de
perto.
• As queixas que a pessoa apresenta, ajudam-nos a decidir a potência a
prescrever.
• As pessoas que têm mais de 40 anos, vão necessitar de óculos para o
perto, embora haja outras que não.
Necessidades
Visuais: A pessoa provavelmente não necessita de óculos de perto se:
• não necessitar de ver as coisas que estão próximas nitidamente
• vê N8 sem óculos
• tem uma receita recente menor que +1.00D.
Também necessita de considerar o tipo de lente para o óculo de perto que uma
pessoa pode precisar:
• lentes de visão única
• lentes bifocais
• lentes progressivas
• óculos de leitura.
Exemplo:
Uma senhora vem á consulta e diz-nos que está a ter dificuldades na visão
próxima, mais propriamente a costurar. Ela nunca usou óculos. A sua refracção
é:
A visão da senhora será muito melhor, e será capaz de se adaptar aos óculos
com maior facilidade do que se lhe tivesse sido prescrito a graduação na
totalidade – pois esta é a primeira vez que vai usar óculos de perto.
Exemplos
→ Por exemplo: Se uma senhora faz o seu bordado mais próximo dos
olhos que segura um livro.
• Tem baixa visão. A ADD alta pode ser necessária se a pessoa não
consegue ver claramente a uma distância de trabalho normal.
Óculos de perto por vezes são chamados de óculos de “leitura”, pois estes podem
ajudar uma pessoa a ler.
No entanto, os óculos de perto podem ser usados para outras tarefas como
costura, escultura em madeira, tecelagem ou fabrico de jóias.
Pessoas diferentes usam a visão para diferentes tarefas. Por isso, nenhum tipo de lente é igual para
cada pessoa. Necessita de discutir os diferentes tipos de lentes para os óculos que estão disponíveis
com a pessoa, informá-la sobre as vantagens e as desvantagens de cada tipo de lente – então deixá-
los decidir o tipo de lente da sua preferência.
Lentes de
Visão Única: • Podem ser lentes esféricas e/ou lentes de astigmatismo, e tem apenas
uma potência.
• Estas lentes permitem que a pessoa tenha uma visão nítida ao perto,
mas se olhar para o longe com elas vai ver tudo desfocado.
• Por vezes, em vez de retirar o óculo a pessoa olha por cima deles. Se a
pessoa quiser fazer isso, é melhor que a armação seja pequena.
Óculos como estes são chamados de “olhar por cima”.
Figura 1: Um homem a usar óculos de leitura. Ele olha pelos óculos para ler o seu
livro e olha por cima deles para ver as coisas que estão á distância.
• As lentes bifocais também podem ser usadas por pessoas que não têm
erro refractivo ao longe. Neste caso, apenas a parte inferior da lente
tem potência – a parte superior não (plano).
• Lentes trifocais são como as lentes bifocais, mas em vez de ter duas
potências concentradas têm três. As trifocais têm uma secção
intermédia que é entre o longe e o perto de uma lente bifocal. A secção
intermédia pode ser útil para pessoas que querem ver coisas que estão
• Como uma lente bifocal, uma lente progressiva tem potência para o
longe na parte superior e potência para o perto na parte inferior da
lente. Ao contrário de uma lente bifocal, uma lente progressiva não tem
a linha que divide as duas potências. (se não verificar cuidadosamente
pode pensar que se trata de uma lente de visão única!).
• A lente progressiva tem uma secção intermédia que fica entre a visão
de longe e a visão de perto.
Óculos
Pré-montados: • Óculos com visão única, bifocais ou progressivos podem ser caros. Os
óculos pré montados podem ser uma boa alternativa para pessoas que
não podem pagar os óculos.
→ Mostrar á pessoa que a sua visão de longe está desfocada e que é normal com
este tipo de óculos
→ Dizer à pessoa para olhar para a carta de perto, mas não baixar o queixo
(baixar os olhos de modo a olhar através da parte inferior da lente)
• Diga á pessoa que pode levar até 2 semanas a acostumar-se aos seus óculos novos –
especialmente se nunca usaram óculos antes.
- Diga á pessoa que não deve pousar o óculo com as lentes voltadas para baixo
- Diga á pessoa que deve colocar os óculos ou na caixa ou num lugar seguro quando
não os está a usar.
1. Porque é que a história do caso é tão importante para decidir se deve ou não prescrever
óculos de perto?
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2. Indique dois exemplos onde as pessoas podem necessitar de mais que um par de óculos.
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3. Porque é que deve deixar sempre a pessoa comparar os seus óculos antigos com a nova
prescrição?
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4. Dê três exemplos onde pode ser necessário prescrever uma ADD mais forte.
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5. Uma pessoa que não sabe ler não precisa de óculos para perto – verdadeiro ou falso?
Explique a sua resposta.
PENSA
Fazemos uma refracção a uma jovem de 25 anos e descobrimos que ela tem um astigmatismo
elevado. Ela diz-lhe que usou óculos quando era criança, mas quando partiram-se e não teve mais
nenhuns. Então ela está á espera que lhe prescreva um óculo com os quais ela possa ver bem
novamente.
Por vezes, as pessoas com astigmatismo têm dificuldades em se adaptar aos novos óculos. Esta
jovem, provavelmente vai sentir-se desconfortável se lhe prescrever a receita completa, então decide
modificá-la para que a jovem se sinta mais confortável. Mas como fazer isso?
OBJECTIVO
Esta unidade explica-nos como prescrever lentes de astigmatismo para uma pessoa com
astigmatismo, para que esta possa ter uma visão nítida e confortável.
RESULTADOS A OBTER
Depois de trabalhar com esta unidade, deve ser capaz de:
• Modificar a potência do cilíndro para fazer uma correcção do astigmatismo mais confortável para
uma pessoa
• Modificar o eixo do cilíndro para fazer uma correcção do astigmatismo mais confortável para uma
pessoa.
O quão bem uma pessoa se vai adaptar as suas lentes de astigmatismo depende da:
Potência do cilindro: Depende dos óculos anteriores e da sensibilidade da pessoa pode prescrever:
Eixo do cilindro: Depende dos óculos anteriores e da sensibilidade da pessoa, pode prescrever
a potência cilíndrica:
A correcção total do astigmatismo pode ser prescrita para uma pessoa que:
• nunca tenha usado óculos antes, mas a sua potência seja inferior a
1.00D de astigmatismo.
Exemplos
Prescrição parcial
da Correcção do
Astigmatismo: Por vezes, prescrevemos a correcção parcial do astigmatismo em vez da
correcção total. Isto pode ser devido a:
Exemplos
→ um eixo obliquo é um eixo que está em ângulo (nem a 90º nem a 180º).
Dependendo dos óculos anteriores e da sensibilidade da pessoa, pode escolher e rodar o eixo oblíquo
de modo que fique mais perto de 90º ou de 180º.
Prescrição do cilindro
no seu eixo exacto: Isto vai dar á pessoa uma visão mais clara, mas se o eixo exacto está num
ângulo obliquo eles podem ter dificuldades em se adaptar.
Prescrição de um
Cilindro com
eixo modificado: • Se a lente do cilindro é rodada para longe do seu eixo exacto, a visão
não será tão clara – mas pode ser necessário para ajudar uma pessoa
a sentir-se mais confortável com os seus óculos.
→ quanto mais roda o cilíndro para longe do eixo exacto, pior será a
visão
5. A refracção de uma pessoa é: OD: –1.00 / −1.25 x 160 OE: −1.25 / −1.50 x 20
Esta pessoa nunca usou óculos antes, estão decide rodar-lhe o eixo do cilindro para fazer
uma prescrição mais confortável para a pessoa usar? Roda as lentes para 90º ou para
180º? Porquê?
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6. É importante que a pessoa experimente a sua prescrição final numa armação. Quais são
as actividades que deve perguntar a pessoa enquanto ela usa o óculo? O que deve pedir-
lhe para ela prestar atenção?
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PENSA
Uma senhora de 55 anos de idade, vê perfeitamente ao longe, mas precisa de ter uns óculos para a
ajudar na costura. A senhora olha para os expositores que tem óculos e fica preocupada quando vê o
preço e comenta que não poderá pagar um preço tão alto.
Mostramos-lhe os óculos pré-montados que temos disponíveis e ela fica contente por ter na óptica uns
óculos para ela a baixo custo.
OBJECTIVO
Esta unidade dá-nos recomendações e orientações para a prescrição de óculos pré-montados.
RESULTADOS A OBTER
Depois de trabalhar com esta unidade, deve ser capaz de:
Vantagens
dos OPM: • São mais baratos do que fazer um óculo, pois estes são produzidos em
massa.
• Existem óculos OPM em stock na óptica para que possam ser
entregues imediatamente – a pessoa não necessita de esperar que
façam o seu óculo ou voltar para os levantar.
• Irá corrigir os erros refractivos de uma grande percentagem de
pessoas.
Desvantagens
dos OPM: • Nem sempre o erro refractivo da pessoa é totalmente corrigido
→ na maioria dos casos os OPM serão o suficiente
→ na maioria dos casos os OPM, não vão ajudar a pessoa e então esta
deve obter óculos com a prescrição dela.
• Se a distância entre o centro óptico e DP da pessoa é muito diferente
(especialmente para potências elevadas de OPM) a pessoa pode ficar
com astenopia ou visão dupla.
• Disponível numa gama limitada de potências e estilos, não são
adequados para prescrições de altas potências.
• Tem a mesma potência em ambos os olhos, por isso pode não ser
adequado para pessoas com anisometropia.
• Não têm a correcção do astigmatismo disponível.
Se a pessoa lhe diz que a sua visão é nítida e se sente confortável, pode
prescrever OPM – mas a pessoa é que deve ter a última palavra.
Exemplo 1:
Um senhor de 30 anos tem o seguinte erro refractivo: OD: +3.00 D (6/6-)
OE: +3.75 D (6/6-)
Exemplo 2:
Uma mulher de 25 anos tem o seguinte erro refractivo: OD: –3.00 D (6/6)
OE: –2.25 D (6/6)
→ -2.00D seria bom, uma vez que só corrigimos o olho com menor erro
refractivo
→ -2.50D também seria bom, pois ainda é menor do que a potência do
outro olho.
Exemplo 3:
Uma mulher de 26 anos tem o seguinte erro refractivo: OD: –3.50 D (6/18)
OE: –4.00 D (6/6)
O seu olho direito foi lesado por uma pedra, quando esta era criança e foi-lhe
dito que nunca iria ver bem com ele.
Decide prescrever-lhe dois pares de óculos: uns para o longe e outros para o
perto.
• Óculos de Perto:
• Óculos de Longe:
Exemplo 5:
Decidir qual a potência dos OPM é apropriada para um senhor de 35 anos que
tem o seguinte erro refractivo: OD: +3.25 / –0.50 x 170 (6/6)
OE: +3.25 / –0.75 x 10 (6/6)
Óculos pré-montados
E centro óptico: • Os centros ópticos das lentes dos OPM são geralmente ao meio da
lente. (Nos óculos feitos para o paciente, os centros ópticos podem estar
em qualquer lugar, não apenas no meio da lente).
Figura 1: Medir a distância entre os centros ópticos dos OPM usando uma
régua. Este par de OPM tem, provavelmente 64mm entre os centros ópticos
de cada lente.
Cuidado!
4. Um senhor de 35 anos tem o seguinte erro refractivo: OD: –3.00D (6/6)OE: –2.50D (6/24)
Este fez uma operação ao olho esquerdo há um ano, mas foi informado de que iria ver
sempre mal com ele. Que potência lhe prescreveria em OPM? __________________
Porquê?___________________________________________________________________
5. Um senhor de 20 anos tem o seguinte erro refractivo: OD: –2.50D (6/6) OE: –1.75D (6/6)
Que potência lhe prescreveria em OPM?______________________________________
Porquê?____________________________________________________________________
6. Uma senhora de 25 anos tem o seguinte erro refractivo: OD: –1.75/–0.25x40 (6/6)
OE: –2.25/–0.75x125 (6/6)
Que potência prescreveria em OPM?______________________________________
Porquê?____________________________________________________________________
PENSA
Um paciente vem à clínica com os óculos que fez aqui recentemente. Queixa-se que apesar de ver
bem com a nova prescrição, não consegue andar com os óculos porque estes magoam de forma
insuportável atrás das orelhas.
Um paciente pode ver bem com os óculos, mas se não estiver confortável acabará por não conseguir
usá-los.
OBJECTIVO
Pretende-se neste módulo ensinar como podemos fazer os ajustes e adaptações necessários a uma
armação para que os óculos fiquem confortáveis e bem adaptados.
RESULTADOS A OBTER
Após os estudo deste modulo deverá ser capaz de:
Materiais de Armações:
• Metal
• Plástico (também chamadas de “Massas”)
• Armações de Metal
Vantagens:
- Mais Leves.
- Fáceis de ajustar.
- Ajuste das plaquetes permitem variações na altura do óculo e
um maior conforto no nariz.
Desvantagens:
- Podem Oxidar (criando pontos com verdete) ou ferrugem.
- O metal corroído pode lesar a pele.
Vantagens:
Desvantagens
• Constituída por:
- Aro ou Oculares
- Ponte
• Armações de Metal
Figure 2: Armação de Metal com plaquetes unidas ao aro pelo braço de ajuste.
• Esta dobradiça permite que quando não estão a ser usados, as hastes
dobrem apoiando
apoiando-se na frente do óculo:
- Conseguimos assim colocar o óculo numa caixa de protecção.
Figura 5: Uma criança com uma armação demasiado larga - Dean Saffron, cortesia da ICEE
Plaquetes do Nariz: • A distância entre as plaquetes induz variações na altura a que ficará a
armação no rosto da pessoa:
B
A
D
C
B. Alicate de corte
• Usado para cortar partes das armações metálicas.
• Muito úteis para cortar também as pontas dos parafusos
quando são muito compridos, e as pontas das hastes das
armações de metal.
C. Alicate
• Este alicate é usado para fazer alterações na forma da
armação.
• Têm diferentes tamanhos e formas, dependendo da parte da
armação que se pretende modificar.
• Muitos dos alicates de armações têm cobertura de plástico de
forma a não marcar a armação quando se está a manipular.
D. Lima
• A lima é usada para limar e alisar zonas da armação que
estejam demasiado afiadas (perigosas) ou rugosas.
• É especialmente útil para alisar e uniformizar as pontas
cortadas dos parafusos.
Copyright © ICEE 2009 Manuseamento, Ajuste e Cuidados a ter com a Armação –
ICEE Refractive Error Training Package MANUAL DE ESTUDO • 10
Ventilete: • A Ventilete é usada para aquecer as armações de plástico e também as
de metal. O calor torna as armações mais fáceis de manipular.
Armações de Metal:
• No caso de não ter uma ventilete, um secador de cabelo pode ser uma
alternativa.
Triângulo de Ajuste (Apoio): Uma armação bem ajustada tem 3 pontos de pressão/apoio, no rosto e
cabeça do paciente:
• Na ponte (na asa do nariz)
• Na zona Temporal do crânio.
• Por cima das orelhas
Pressão
Alinhamento Horizontal:
• O óculo deverá estar perfeitamente na horizontal em relação ao rosto
do paciente.
- Observar a posição da armação em relação á posição dos olhos
e das sobrancelhas.
Ângulo Frontal: • O ângulo frontal é definido pelo ângulo formado pelas plaquetes,
quando observadas de frente.
Figura 12: Ângulo Frontal formado pelas plaquetes (vistas de frente), numa
armação de metal
Dimensões das hastes: • As hastes não devem estar em contacto com a zona temporal
da cabeça do paciente (zona lateral da cabeça) – O contacto
deve existir apenas nas orelhas.
Arco Interno: • Após a manipulação das hastes as pontas (ou ponteiras) devem ficar
inclinadas ligeiramente para dentro. Isto permite criar pressão nas
orelhas (os dois pontos do “triângulo de adaptação ou apoio” e manter
assim uma posição estável da armação, na cabeça da pessoa.
• Uma armação que foi por várias vezes manipulada e ajustada para várias pessoas está
necessariamente mais frágil que uma armação que nuca sofreu qualquer manipulação.
− Devemos ter especial cuidado quando manipulamos uma armação usada.
− Devemos avisar a pessoa que a armação pode quebrar enquanto tentamos arranjá-la.
• Esta situação está normalmente associada ao facto da haste ser muito estreita.
Caso 2: UM artista diz-lhe que quando usa os óculos eles estão constantemente a cair-
lhe pelo nariz.
Caso 3: Observamos que existe uma linha vermelha vincada na cabeça de um jovem
paciente, ao longo da posição normal da haste. O jovem diz-nos
diz que quando se
inclina para a frente os óculos têm a tendência para escorregar pelo nariz.
• Este caso é típico de um óculo pequeno que está muito apertado nas hastes
que pressionam a zona entre a orelha, ao longo da haste.
• Para corrigir:
− Corrigir a forma da haste
− Incrementar arco na haste
Caso 4: Verificamos que o óculo de um paciente sénior não está direito no rosto.
• Causas:
− Uma orelha mais alta que a outra
− Uma haste mais baixa que a outra (Acontece quando nos sentamos em
cima dos óculos…)
2. Como se chama a parte da armação que se junta à frente da armação e apoia na orelha
na outra extremidade?
____________________________________________________________________________
5. Numa boa adaptação a armação apenas pressiona três pontos. Quais são?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
9. Identifique uma função para cada uma das seguintes ferramentas de ajuste:
Chave de fenda:______________________________________________________________
Alicate de corte:______________________________________________________________
Alicate de pontas: ____________________________________________________________
Lima: ____________________________________________________________________
Ventilete: ______________________________________________________________
PENSE
A Cegueira e Visão diminuída atingem milhões de pessoas no mundo. No entanto, estas anomalias
visuais podem ser evitadas ou tratadas.
Cada individuo que trabalha no sentido de eliminar a Cegueira e Visão diminuída é parte de uma
equipa global notável. Juntos vamos trabalhar no sentido de eliminar a Cegueira e Visão diminuída
evitáveis até o ano de 2020.
OBJECTIVO
Informar o profissional da visão das principais causas da cegueira e visão diminuída, e discutir
estratégias preventivas e de tratamento.
RESULTADOS DA APRENDIZAGEM
No final deste modulo, deverá ser capaz de:
• Explicar o custo da cegueira evitável e as economias que podem ser feitas através da
prevenção ou tratamento;
• Discutir como erros refractivos não corrigidos contribuem para a cegueira e visão diminuída
evitáveis;
• Explicar como a visão de milhões de pessoas pode ser restaurada ao corrigir o erro refractivo.
- para visão de longe → inferior a 6/18 (ou para crianças, inferior a 6/12)
- para visão de perto → inferior a N8
Baixa Visão: A Baixa Visão é caracterizada por AV com melhor correcção no melhor olho
inferior a 6/18 (em visão de longe) ou por um campo visual binocular inferior a
10º relativamente ao ponto de fixação. Pacientes de Baixa Visão apresentam
AV superior à percepção de luz.
• Não consegue ver a linha de AV: 6/18 mesmo quando usa óculos que
corrigem o seu erro refractivo, ou
• A OMS estima que 314 milhões de pessoas são portadoras de visão diminuída em visão de
longe:
→ Incluindo 45 milhões de pessoas que são cegas
→ Incluindo 1.4 milhões de crianças (com idade inferior a 15 anos) cegas
→ Incluindo 124 milhões de pessoas portadoras de baixa visão.
• 153 milhões de pessoas apresentam uma diminuição acentuada de visão de longe devido a
erros refractivos não corrigidos (não têm óculos).
→ includindo 8 milhões de pessoas cegas devido a erros refractivos não corrigidos.
• Em 2005, estimava-se que 1.04 biliões de pessoas tinham diminuição de visão de perto devido
à não correcção do erro refractivo para esta distância (presbiopia) e que 517 milhões destas
pessoas não possuiam óculos de perto adequados ou simplesmente não eram portadores de
óculos.
● Mundialmente, estima-se que o número de pessoas cegas será de 76 milhões em 2020 caso
nenhuma acção seja tomada.
Opacidade Corneal: → A opacidade corneal ocorre quando existe um dano na cornea - cicatriz
provocada por uma doença ocular ou trauma.
→ O tratamento é limitado, mas por vezes a cirurgia pode ajudar.
Other, 10.6%
Onchocerciasis, 0.7%
Trachoma, 2.9%
Childhood blindness,
3.2%
Diabetic retinopathy,
3.9% Cataract, 39.1%
ARMD, 7.1%
Glaucoma, 10.1%
Uncorrected refractive
errors, 18.2%
1
Resnikoff S, Pascolini D, Mariotti SP, Pokharel GP. Global magnitude of visual impairment caused by uncorrected refractive errors in
2004. Bulletin of the World Health Organization. 2008;86(1):63–70.
Copyright © ICEE 2009 Cegueira e Visão Diminuída - MANUAL DE ESTUDO • 7
ICEE Refractive Error Training Package
CEGUEIRA INFANTIL
As causas de cegueira em crianças não são as mesmas que no adulto. A cegueira infantil nos paises
em desenvolvimento é frequentemente causada por condições evitáveis. O acompanhamento e
tratamento da cegueira infantil deve incluir a participação da família da criança e da comunidade na
qual está inserida.
• A OMS estima que 1.4 milhões de crianças (com idade igual ou inferior a 15 anos) são cegas,
incluindo:
→ 1 Milhão de crianças da Ásia
→ 300,000 crianças de África.
• Meio milhão de crianças tornam-se cegas a cada ano – aproximadamente uma criança por
minuto.
• A maior parte das crianças já nasceu cega ou tornou-se até os 5 anos de idade.
• Os erros refractivos não corrigidos são a causa de cegueira infantil mais simples de tratar – um
exame visual e um par de óculos são suficientes. Contudo, o uso de óculos por parte de
crianças pode ser baixo.
→ O uso dos óculos pode ser aumentado com o apoio dos pais e comunidade educativa.
• A ambliopia é a causa mais comum de diminuição visual monocular (um olho) infantil:
→ A ambliopia ocorre quando o olho da criança não recebe uma imagem nítida,
resultando num sub-desenvolvimento das vias visuais para o cérebro.
→ Falta de consciência de que a visão das crianças cegas pode muitas vezes ser
melhorada.
Acessibilidade e Disponibilidade:
Os serviços de cuidados oculares podem não estar disponíveis numa
área, ou pode não existir prestadores treinados. Se o serviço de cuidados
oculares for muito afastado, as pessoas podem não conseguir dirigir-se até lá.
Problemas de acessibilidade e disponibilidade são comuns em zonas rurais ou
remotas.
Consciência: As pessoas podem desconhecer que o problema ocular pode ser tratado, ou
então temer o tratamento. Outras pessoas aceitam a visão pobre como algo
que faz parte da vida delas e que não pode ser alterada – é particularmente
verdade em pessoas idosas que pensam que a perda de visão é normal pelo
envelhecimento.
Sexo e Idade: Globalmente, existe mais mulheres cegas do que homens, e frequentemente
as mulheres recebem menos tratamento. Os idosos também são mais
propensos a ser cegos e têm dificuldade a aceder ao tratamento. As razões
para esta diferença no acesso ao tratamento incluem as demandas familiares e
as desigualdades existentes em algumas comunidades.
• O custo da cegueira global e baixa visão foi estimado como 42 biliões de dólares americanos
em 2000. A menos que a prevalência da cegueira e baixa visão diminua, prevê-se que o custo
total anual aumente para 110 biliões de dólares até 2020.
• VISION 2020 foi estabelecida pela OMS em conjunto com International Agency for the
Prevention of Blindness (Agência Internacional de Prevenção da Cegueira)
• Actualmente, 45 milhões de pessoas no mundo são cegas. Sem uma maior intervenção,
estima-se que o número de cegos será de 76 miliões no ano 2020.
VISION 2020
Áreas de Foco: • Conscencializar que a cegueira é uma questão de saúde pública
– Governos, comunidades e indivíduos devem considerar a
cegueira como uma questão de saúde pública.
– Educação sobre como prevenir e tratar as causas da cegueira.
– Apoiar as actividades de prevenção da cegueira.
• Estes números da OMS não incluem a diminuição de visão provocada pela presbiopia,
estimando-se que afecta 517 milhões de pessoas com mais de 45 anos.
• É portanto uma grande tragédia que milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente
nos países em desenvolvimento, apresentem diminuição de visão simplesmente porque
não têm acesso a cuidados primários de saúde ocular e óculos a preços acessíveis.
Figura 5: Número de pessoas afectadas por cegueira e diminuição de visão como resultado de doenças
oculares e erros refractivos não corrigidos.
Especialistas da Visão formados: A eliminação dos erros refractivos requer especialistas da visão
formados nesta área de forma a efectuar a refração e prescrever os óculos
adequados.
Óculos pré-graduados
→ Óculos produzidos em massa
− Baixo custo
− Qualidade variável (entregar apenas óculos de qualidade)
→ Conveniente (após a refração, a pessoa pode levar imediatamente os
seus óculos)
→ Proporciona correcção esférica (positiva e negativa) e a mesma
potência em ambos os olhos
− Proporciona boa visão a aproximadamente 75% das pessoas
com dificuldades em VL e à maioria que apresenta presbiopia.
− Não é aconselhável para pessoas com altos erros refractivos,
anisometropias significativas ou astigmatismo.
Copyright © ICEE 2009 Cegueira e Visão Diminuída - MANUAL DE ESTUDO • 16
ICEE Refractive Error Training Package
Produção de Óculos por medida
→ Feitos em oficinas por técnicos formados para executar a montagem
dos óculos.
→ Corrigem todos os erros refractivos.
→ Proporcionam mais opções de correcção
− Permite às pessoas escolher óculos que melhor se adaptam às
suas necessidades (Exemplos: bifocais e lentes coloridas)
− Proporciona um maior leque de opções na escolha da armação.
→ Com a tecnologia disponível pode-se desenvolver um sistema de
distribuição de óculos sustentável
−Consegue-se geral valor para investir noutros serviços de refracção
Consciencialização da comunidade:
• As razões pelas quais muitas pessoas continuam a viver com erros refractivos não corrigidos
incluem:
• Fazemos parte do esforço global para eliminar a cegueira e diminuição de visão evitáveis.
• Podemos oferecer:
• De forma a atingir os objectivos da VISION 2020, por todo o mundo pessoas proporcionam
serviços de refração, óculos para corecção, e outros serviços oculares. Você é um destes
indivíduos e é parte da equipa global. Juntos vamos eliminar a cegueira e a diminuição de
visão evitáveis até 2020.
b) Qual é o número de pessoas (estimativa) que está afectada por esta condição
(para VL e VP)?
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3. Enumere as barreiras que podem impedir uma pessoa de receber tratamento para um
problema de visão.
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PENSA
Uma pessoa dirige-se à nossa Clínica ou Óptica. Para examinar os olhos do paciente é necessário ter
o equipamento correcto e a clínica deverá ser organizada de modo a poder oferecer o melhor serviço
possível.
OBJECTIVO
Esta unidade explica como montar uma clínica de refracção bem organizada e eficiente de modo a
garantir que as pessoas recebem os melhores serviços de cuidados visuais.
RESULTADOS DA APRENDIZAGEM
Após completar esta unidade deverá ser capaz de:
• Descrever os locais próprios para várias peças do equipamento e a iluminação necessária das
várias áreas.
• Descrever os procedimentos normais numa clínica de refracção.
• Definir uma imagem eficiente e uma disposição própria da clínica.
Sala de Espera: O tamanho deste espaço vai depender do fluxo de pacientes que esperam por
um exame. Se a clínica de refracção é parte de uma clínica maior que já possui
sala de espera, poderá não necessitar da sua própria sala de espera. Se não
existir espaço livre para os pacientes em espera, deverá ser feito um espaço
para eles. A sala de espera deverá ter aproximadamente 3.75 m x 4 m de
tamanho.
Consultório: Esta sala deverá ser aproximadamente 3.75 m x 6.5 m. Este tamanho permitirá
dispor o equipamento e mobília para trabalhar confortavelmente. A coluna de
refracção deverá estar à frente ou a seguir da nossa cadeira de trabalho de
forma a estarmos de frente para o paciente quando falamos e depois o
observamos. Deve existir espaço suficiente em redor da cadeira do paciente de
forma a movimentarmo-nos facilmente. Ver figura 4 como sugestão de planta.
Iluminação
2. . Valores encontrados:
OD: -2.25 / -1.00 x 180 OE:-3.00 / -0.75 x 20.
Área (sala) de ensaio : Nas clínicas de refracção deve existir uma área dedicada ao ensaio e
reparação (área da dispensa da prótese ocular ou oficina) e escolha do óculo
prescrito. Idealmente este espaço deve estar separado e autónomo do
consultório de exame. Mas se houver limitações de espaço esta área pode ser
combinada com a sala de espera ou mesmo com o gabinete de consulta.
● Frontofocómetro
• Kit de ferramenta; chaves de parafusos
• Kit de alicates
• Réguas
• Ventilete
• Suporte de ferramenta fixo na parede
• Marcador de acetato (dermatográfica)
• Pupillómetro
• Tabela de lentes progressivas (opcional)
• Medidor de lentes Geneva*
• Mostruário de armações (mínimo de 2)
• Stock inicial de óculos pré-montados
Pilhas / Baterias de reserva
• Reserva de: parafusos, plaquetes, hastes e terminais.
• Computador.
Numa clínica onde se faça refracção deve sempre existir um stock de armações
de diferentes estilos, tamanhos e materiais, disponíveis para opção. Deve
também existir uma variedade de óculos pré-montados, de diferentes estilos,
tamanhos e potências.
Devemos ter desde inicio stocks destes materiais e ter o cuidado em controlar
estes stocks de forma a manter um número suficiente de unidades disponíveis.
No final de cada semana deve ser feito uma cópia de segurança de todos os
conteúdos no sistema informático. Esta cópia deve ser feita num disco rígido,
cartão de memória ou cd externos ao sistema. Garante-se assim que nenhuma
informação é perdida em caso de acidente no sistema. A cópia de segurança
deve ser guardada num local seguro, separado do sistema informático.
Aconselh
amento
Óculos
de
Diagnósti
co e
terapêuti
ca
Refracçã L
o e AV
R
DP
Saúde
Visual
AV c/ L
Estenope
ico R
AV perto L
c/ Rx e
s/ Rx
Nome
M/F
Data
Higiene: A higiene deve ser uma das prioridades na gestão da clínica. Uma clínica de
cuidados de saúde visual é uma clínica de saúde. Por isso é fundamental
preservar a higiene evitando contaminação das pessoas que a frequentam,
sejam trabalhadores na clínica, ou pacientes.
LISTA DE EQUIPAMENTOS
Envelopes Toalhetes
Papel para imprimir Fluoresceína e outras drogas
Canetas, lápis, canetas de acetato Kit de primeiros socorros
Marcadores e borrachas
Réguas
Clipes
Agrafador e agrafos
Bloco de notas
Fita-cola
Tesoura
Lâmpadas para o tecto
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7. Por que é que é importante ter uma boa higiene no consultório de refracção?
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Esta unidade vai-nos ensinar a gerir o stock e fluxo de caixa numa óptica.
RESULTADOS A OBTER
Depois de trabalhar com esta unidade, deve ser capaz de:
• manter o material de papelaria em ordem assim como outros bens necessários para manter a
eficácia da óptica
• óculos pré-montados
• armações e lentes
• artigos de papelaria
Quanto ao stock inicial dos óculos pré-montados e armações, deve ser com uma ampla gama de
estilos para que possa atender á maioria das pessoas.
“Stock comum” é o stock que é preferido pelas pessoas da área local. Depois de ter trabalhado numa
área especifica por algum tempo, terá uma ideia do que precisa para atender ás preferências da
população local e as suas necessidades.
Isto inclui:
• potências das lentes ou óculos pré-montados que mais usam
• Estilos de armações que mais se usam na sua área.
Em diferentes áreas, certos estilos de armações serão mais populares que outros. Quando sabe qual o
estilo mais usado, deve ter mais stock desse estilo. Além disso, algumas potências de lentes vão ser
mais usadas do que outras, assim sendo deve abastecer o seu stock com mais lentes das potências
mais comuns e menos lentes com as potências menos comuns. Estas lentes são referidas como
“lentes de stock”.
Balanço do Stock: Ao pedir stock, necessita de saber a quantidade de cada produto a pedir. Isto é
feito através de um “balanço de stock”. Um balanço de stock é uma contagem
de todos os inventários da óptica. O balanço deverá ocorrer no último dia útil de
cada mês. Isto dar-lhe-á o cálculo mais preciso de quanto stock você usou no
mês passado e ajuda-o a calcular o quanto vai precisar para o próximo mês.
Depois de estar a trabalhar há vários meses na óptica, vai ser mais fácil estimar
o material necessário para cada mês.
Encomendas: Encomendas para novo stock devem ser feitas no mesmo dia do balanço de
stock. Depois de saber o que ainda tem, pode decidir o quanto necessita para o
próximo mês. Deve escrever as encomendas no “livro de encomendas”.
Livro de
Encomendas: Todas as encomendas de stock devem ser escritas num “livro de pedidos”, ou
gravadas no computador, se disponível. Esta é a melhor maneira de observar
os movimentos de stock. Cada página é dividida ao meio com “encomenda
feita” e na outra metade “encomenda recebida”. Todas as colunas no livro de
encomendas devem ser preenchidas (ver Tabela 1).
Devem ser mantidos registos de todas as vendas e movimentos de stock numa base diária, semanal
ou mensal. Todas as vendas devem ser registadas no “livro de vendas” e todas as encomendas no
“livro de encomendas” anual. Se tiver um computador disponível, poderá também usar para registar as
vendas e as encomendas.
Registos em papel solto de todas as vendas e encomendas devem ser mantidos na pasta apropriada
mensalmente e arquivada no arquivo correcto anual. Por exemplo, todas as vendas e encomendas
para Fevereiro de 2010 devem ser colocadas na pasta de Fevereiro e colocada no arquivo de 2010.
Semanal: • Todas as vendas devem ser registadas para que possamos ver no final de cada
semana o que foi vendido.
• Todos os movimentos bancários devem ser registados no livro “bancário” no
momento da operação.
• O registo bancário deve ser feito todos os dias da semana.
Mensal: • Se precisar de mais stock para o próximo mês deve ficar registado e datado no
“livro de encomendas” ou no computador. As encomendas podem ser feitas
somente após este registo ser feito.
LIVRO DE RECIBOS
Sempre que alguém faz uma compra, deve ser passado um recibo e dado á pessoa. Os recibos devem
ser dados por qualquer compra que seja feita, por isso, sempre que vender um par de óculos deve
fornecer um recibo. É importante que mantenha uma cópia do recibo para os registos da óptica.
Os recibos também podem ser usados como prova de que a pessoa comprou e possui os óculos e de
que a óptica recebeu o dinheiro. Isto é especialmente importante quando só recebe uma parte do
pagamento e necessita de confirmar o valor final dos óculos.
Como escrever um
recibo: Quando a pessoa compra um par de óculos, pega o dinheiro e passa o recibo
com a quantia exacta do dinheiro que recebeu.
Exemplo:
Data: 14/10/2009 Nome: Mrs B. Seegood
Estilo dos óculos: PrettyFace – Modelo 87-4, Gold, Tamanho 50-14
Potência dos óculos: OD +3.25 D OE +3.00 D
Valor pago (por extenso): Cinquenta e quarto dólares apenas.
Valor pago (em números): $54.00
Recibo nº : 987 Recebido por: Isabelle See (Optometrista)
BANCOS
Todo o dinheiro recebido deve ser depositado no banco. O depósito bancário deve ser feito pelo
menos uma vez por semana e, de preferência sempre no mesmo dia da semana. Isto irá ajudá-lo a
planear os seus dias e semanas para que certas responsabilidades sejam concluídas a cada dia. Isto
também irá ajudá-lo a manter um ambiente de trabalho bem organizado.
Lembre-se de manter algum “FLOAT” dinheiro na caixa. Este dinheiro serve para fazer os trocos às
pessoas. Este dinheiro de caixa nunca é depositado e a mesma quantia deve ser mantida na caixa a
cada semana. É bom que seja sempre a mesma quantia para que possa calcular exactamente quanto
dinheiro recebeu e saber a quantia exacta que precisa para depositar no banco.
Contabilidade
Bancária: Deve registar todo o dinheiro depositado no banco por escrito e detalhado num
livro de “contabilidade bancária”. Mesmo que o seu livro de depósito bancário
mostre todas a transacções bancárias, esta é a melhor maneira para você
manter o controlo do seu próprio banco. Pode então verificar a quantidade de
vendas, as receitas que prescreveu e o dinheiro que recebeu. Se o dinheiro
está a faltar e fácil de verificar.
• Data do depósito
Exemplo:
Data Valor
Descrição Nome Assinatura
Bancária Depositado
Total de vendas de óculos: $70
Total low vision aids sold: $85
12/09/09 $165.00 Isabelle See
Total de acessórios de óculos
vendidos: $10
FACTURAS E CONTAS
Facturas: Todas as ópticas recebem facturas que devem ser pagas para continuar com
os serviços. As contas dos diferentes serviços variam para cada óptica, uma
vez que depende de onde estão localizadas. As contas podem ser dos serviços,
tais como:
• Electricidade
• Água
• Renda
• Linha de telefone/fax
• Ligação á Internet.
Contas: Uma conta nem sempre é uma conta bancária. Uma conta também pode ser
aberta com uma empresa que fornece o stock para a óptica.
Pagar: A maneira de manter o controlo dos pagamentos é ter uma gaveta de facturas e
contas denominada “Pagar”. Deve destacar com um círculo a data de
vencimento em cada factura e conta e coloca-las na gaveta por data de
vencimento. Todos os dias deve ter atenção á gaveta e ver se há alguma conta
a pagar.
Facturas e
contas pagas: Uma vez que as facturas e as contas estejam pagas, devem ser arrumadas no
arquivo do fornecedor correspondente. Deve manter uma cópia de cada
pagamento para registos da óptica como prova.
DEPÓSITOS
Uma óptica bem organizada tem um bom sistema de arquivo.
Um armário de arquivo é o melhor lugar para armazenar os seus arquivos. Deve ter um arquivo para
cada:
• mês
• fornecedor
• fornecedor de serviços (Exemplos: electricidade, água, telefone/fax, renda, serviço de Internet).
Todos os arquivos de cada ano podem ser mantidos numa pasta maior que é rotulada com a data do
mesmo ano.
2. Imagine que é o última dia do mês e necessita de pedir material para stock. O que deve
fazer?
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Data: Nome: