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Anotações aos artigos 303 a 304:

Paulo Junior Trindade dos Santos Doutorando


e Mestre em Direito

Tutela Antecipada – satisfativo – em caráter antecedente.


A tutela de antecipação adaptou-se aos novos anseios da sociedade, que assim fizeram
emergir uma nova realidade político-jurídica que epistemologicamente emergiu-se através
da Constitucionalização do Direito, e por quiçá do Direito Processual que modernizou-se,
ainda mais no que tange as suas tutelas, tendo como fito a necessidade de uma cognição
exauriente para com as angústias e lamúrias litigiosas que se impõe pela complexidade das
derradeiras relações sociais. Haja vista, que a cognição exauriente deve assim respeitar a
legalidade constitucional (exemplo disso é o artigo 1º do CPC) que faz surgir um processo
justo que respeita o contraditório como direito fundamental, assim como a amplitude de
defesa, e para isso ocorrer o acesso irrestrito à justiça é um dos elementos mais peculiares
para com os angustiosos anseios constitucionais.

Procedimento a ser observado no que tange a tutela antecipada requerida em caráter


incidente. Ocorre “nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação,
a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela ESA - OAB/RS 243 antecipada e
à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca
realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.” (art. 303, “caput”).
Neste sentido, deve o autor demonstrar na petição inicial a ação que pretende ajuizar,
veiculando o pedido de tutela antecipada. Não há necessidade de na petição inicial, exaurir
os fundamentos para a procedência da ação, bastando à demonstração da probabilidade do
direito afirmado, por uma simples e incontestável razão: o autor deverá aditar a petição
inicial posteriormente, complementando sua argumentação. A indicação do pedido de tutela
final na petição inicial se revela fundamental, de modo a que o magistrado tenha condições
de verificar o(s) efeito(s) da sentença que o autor pretende antecipar.

Tutela de cognição sumária - satisfatividade. Os denominados processos sumários


propriamente ditos – diversos do tipo sumário de nossos códigos, em realidade apresentam
plenário abreviado – caracterizando-se como é sabido por sua simplicidadade de formas,
que se determinam pela fragmentação e pela superficialidade do conhecimento judicial
(BERIZONCE, Roberto Omar. Tutelas de urgencia y debido proceso. Hacia la
reconstrucción del proceso de cognición y su articulación con las tutelas de urgencia.
Disponível em: http:// www.icdp.org.co/revista/articulos/37/RobertoOmarBerizonce.pdf>.
Acessado em: 30-02-2015). Assim, a técnica de antecipação de tutela, segundo a doutrina
passa a responder a milésima razão jurídica da tutela cautelar, aquela da necessidade de
evitar o prejuízo que deriva da duração prolongada do processo ordinário (ANDREONI,
Martino M.. La Tutela Cautelare Anticipatoria. Premesse per uno Studio dei Provvedimenti
Cautelari nel Diritto della Proprietà Intellettuale. Tese de Doutoramento. Milano: Università
Degli Studi Di Milano, 2009. p. 59-60) Sendo que, o juiz no processo de conhecimento (ou
de cognição ordinária) só poderá decidir com base em juízos de certeza, sendo-lhe vedado
julgar provisoriamente. Entretanto como não lhe é permitido convencer-se antes da
sentença final de mérito, ela nada poderá fazer no curso da causa, para alterar o status quo
ante, em benefício do direito provável, devendo então sacrificar o direito verossímil em favor
de direito improvável, enquanto a causa tenha curso (BAPTISTA, Ovídio A. da Silva. O
Processo Civil e sua recente reforma. (os Princípios do Direito Processual Civil e as novas
Exigências, impostas pela reforma, no que diz respeito à tutela de urgência dos arts. 273 e
461).

Probabilidade. Uma pretensão que deva ser admitida nesta forma tão especial de tutela
deve ter uma probabilidade intensa res, é dizer, uma elevada possibilidade de ser acolhida.
Por outro deve ser infungível, é dizer, insubstituível, sem possibilidade de que possa ser
substituída por uma reparação patrimonial, por exemplo. Se não se tiver em conta esses
requisitos, o uso de esta forma de tutela poderá converter-se em indiscriminado

Em caso de deferimento para com a concessão da tutela antecipada:


“I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a
juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias
ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II - o réu será citado e intimado para a audiência de
conciliação ou de mediação na forma do art. 334; III - não havendo autocomposição, o
prazo para contestação será contado na forma do art. 335”. (art. 303, § 1º e incisos I, II e
III).
Caso de não aditamento após o deferimento. “Se não realizado o aditamento a que se
refere o inciso I do § 1º deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito”. (art.
303, § 2º). Se realizado o aditamento. Pois, o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º
deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. (art.
303, § 3º).
Caso de indeferimento da concessão da tutela antecipada. Caso entenda que não há
elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a
emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo
ser extinto sem resolução de mérito. (art. 303, § 6º)
Da decisão que defere ou indefere a concessão da tutela antecipada. Cabe Agravo de
Instrumento de acordo com o artigo 1.015 do ora Código em comento.
Da tutela antecipada em que não foi interposto recurso da decisão, e se a mesma foi
concedida nos termos do art. 303, torna-se estável (art. 304, “caput”). Vale salientar, que
“o processo torna-se extinto” (art. 304, § 1º) pela sentença proferida de acordo com o art.
302 § 1º, e se a sentença não transitou em julgado materialmente, a mesma poderá ser
revista por ação autônoma conforme o art. 302 § 2º. Vale aludir, que a melhor técnica
processual a ser utilizada neste diapasão deveria ser a impugnação, assim mais profusão
teria para com os princípios basilares do processo na contemporaneidade, sendo eles: a
economia a razoabilidade do processo a sua celeridade, efetividade e a eficiência da tutela
jurisdicional.
Direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada. Ao que tange o direito de
“rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada cabe a qualquer das ESA - OAB/RS 245
partes, que detém tal direito e o mesmo vem a se extinguir em dois anos, contados da
ciência da sentença que extinguiu o processo satisfativo (art. 304, § 2º cumulado com § 5º).
Anulação, Revogação ou Modificação da Tutela Antecipada Estabilizada. Resta claro
que somente poderá ser anulada, revogada ou modificada a tutela antecipada estabilizada,
e no caso de tutela antecipada antecedente estabilizada em conformidade com o artigo 303,
não pode o juiz de oficio revogar a mesma a qualquer tempo, neste caso não se aplica o art.
295, pois passou-se o prazo incorrendo em decadência do direito de propor ação
revocatória, ou seja, sobrevirá efetivamente a coisa julgada. O prazo de decadência não se
aplica às sentenças determinativas, quais sejam aquelas que dispõem sobre relações
jurídicas continuativas, se tiver havido modificação do estado ou de direito (art. 504, I). Não
há necessidade de processo autônomo para essa revogação.

Dos efeitos da tutela antecipada. Estes serão conservados enquanto não revista,
reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o referido art.
304, em seu § 2º. (art. 304, § 3º).
Desarquivamento dos autos. Neste tocante, qualquer das partes poderá requerê-lo, e
isso se fará nos autos em que foi concedida a tutela satisfativa, para que se venha a instruir
a petição inicial da ação a que se refere o (art. 304, § 2º), e assim, torna-se prevento o juízo
em que a tutela antecipada foi concedida. (art. 304, § 4º).

Da decisão que concede a tutela antecipada. Esta não fará coisa julgada, mas a
estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou
invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo.
(art. 304, § 6º). O CPC não permite a formação de coisa julgada e, razão da estabilização
da tutela provisória, mas ao contrário do que sugere o texto, parece que a estabilização não
pode resultar simplesmente da não interposição de recurso contra a liminar concessiva do
provimento antecipatório, mas também do não oferecimento de contestação dentro do prazo
referido. Não recorrendo da liminar, o réu, citado, se defende, o direito à tutela jurisdicional
efetiva, e as garantias do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, incisos XXXV e LV da CF)
lhe asseguram a possibilidade de que a revogação seja determinada, caso acolhida a sua
defesa.

Da Coisa Julgada Provisória. Aqui vale destacar o que uma parcela da doutrina
estrangeira vem apontando, descrevendo que a coisa julgada provisória implicará na
imutabilidade e irreversibilidade da decisão antecipatória até a oportunidade de produzir-se
o pronunciamento da sentença definitiva, já que eventualmente poderá confirmar o
resultado na decisão outorgou força de coisa julgada material ou formal, em seu caso.
Postula-se assim por uma nova categoria de coisa julgada.

Estabilização da tutela antecipada. Haja vista, que a decisão de antecipação de tutela é


provisória, porque tende a ser substituída por outra decisão, mas ela produz efeitos desde
já e esses efeitos subsistirão até que sejam eventualmente revogados por outra decisão
posterior. Enquanto a decisão de antecipação de tutela está produzindo efeitos e não foi
revogada ela é estável. A comissão criou uma decisão de antecipação de tutela que se
relaciona com a existência de recurso. Deferida a antecipação de tutela e não interposto
recurso a decisão será definitiva e se estabiliza. Portanto, refere-se à possibilidade de o
sistema processual permitir conserve a medida antecipada sua eficácia independentemente
de confirmação por decisão posterior de mérito, resolvendo de forma definitiva a lide
submetida à análise jurisdicional. O processo principal apenas será proposto se as partes
tiverem interesse na obtenção de decisão definitiva sobre o direito controvertido, após
cognição exauriente.

Característica relevante da estabilização da tutela antecipada é a sua autonomia.


Portanto, ao contrário da tutela antecipada erigida pelo artigo 273 do Código Buzáid, em
que sempre condiciona-se ao julgamento do pedido principal, não passando de um
acessório, cujo destino final sempre vinculado ao acertamento a ser realizado futuramente.
No direito Frances, o procedimento do référé e no common law as interlocutory injunction
demonstram-se como sendo medidas completamente autônomas em relação ao processo
subsidiário. Assim, a tutela de urgência se perfaz em um processo cognitivo sumário,
provisório, mas que não depende de posterior julgamento do pedido principal para que se
confirme o pro- ESA - OAB/RS 247 vimento satisfativo-emergencial.

Da urgência que deve ser contemporânea. Ela passa a ideia de que o autor possa
sumarizar formalmente e materialmente o processo com sua estabilização. Lida a
autonomização da tutela antecipada sistematicamente, a urgência que justifica o pedido de
tutela antecipada antecedente não difere do perigo na demora capaz de justificar qualquer
espécie de tutela provisória.

Paradoxalidade. Quando o julgador recebe uma ação que contém uma tutela de urgência
satisfativa, este enfrenta uma delicada disjuntiva. Pois, por um lado deve proteger o direito
de um devido processo (ou, de um processo justo) do demandado, como bem se sabe, até
o limite de sua inafectabilidade, pois, por outro lado deve optar por uma atuação imediata e
irreversível da jurisdição. A situação é sem sombra de dúvidas muito complexa, não
obstante, a alternativa.

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