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2 º ANO ( 1 º Semestre) – PL
DEPARTAMENTO DE DIREITO
DIREITO À VIDA
pg. 1
INDÍCE
I- INTRODUÇÃO- pag. 2 a 4
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I. INTRODUÇÃO
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necessário para o reconhecimento e a efetiva proteção dos direitos do homem
em cada Estado e no sistema internacional. Ao mesmo tempo, o processo de
democratização do sistema internacional, que é o caminho obrigatório para a
busca do ideal da paz perpétua, no sentido kantiano da expressão, não pode
avançar sem uma gradativa ampliação do reconhecimento e da proteção dos
direitos do homem, acima de cada Estado.””A Era dos Direitos” Bobbio (1992,
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II- VIDA
Saber onde começa a vida é uma pergunta antiga. Tão antiga quanto
a arte de perguntar.
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comum a todos os seres vivos (animais, homens ou deuses). Zoé é a vida
natural, regida pelas normas da natureza e dos instintos puramente animais, livre
da cultura, da vontade e da liberdade humana.
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X- III- DIREITOS FUNDAMENTAIS, DIREITOS HUMANOS E
PRINCÍPIO IGUALDADE, UNIVERSALIDADE E DA DIGNIDADE
HUMANA
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1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
Poderemos falar, seja a que nível for, no âmbito de que que ciência,
religião, filosofia for de direitos fundamentais e/ou de direitos humanos se não
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falarmos, entendermos a primazia do Princípio da dignidade da pessoa
humana?
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No entanto, nem sempre foi assim, e podemos dizer que foi com o
Cristianismo que a Dignidade da Pessoa Humana nasce, ou seja, o Cristianismo
é o fundamento.
das disputas", pelo historiador Luiz Marques para a revista História Viva, nº 50.
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Código de Hamurábi. Ora esta diferença já demonstrava a existência de direitos
à personalidade (RAO, 1991, p.52-53).
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pensador franciscano Boaventura de Bagnoregio (1217-1274), contemporâneo
e amigo de Tomás de Aquino, era necessário ir além da definição a pessoa é
“uma substância individual de natureza racional”.
Theologiae.
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Por onde, o ato próprio da justiça não consiste senão em dar a cada um o que lhe pertence”; Summa Theologiae, Secunda Secundae Partis, q. LVIII,
art. XI)”
Foi esta retórica cristã por meio de ensinamentos da fé, tais como
alma, espírito e livre-arbítrio que gerou uma disciplina, um pensamento que se
preocupa com o homem enquanto fim em si mesmo, sujeito de direitos e
merecedor de respeito e dignidade. Deste modo, foi esta concepção que
posteriormente serviria para uma construção mais pormenorizada de dignidade
da pessoa humana, tema que seria abordado pelo filósofo Immanuel Kant
durante a segunda metade do século XIX.
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humano trate a um seu semelhante como coisa, logo a dignidade humana não
se pode limitar nem concretizar, nos dias de hoje a esta conclusão kantiana.
explicar-se, acrescentou: — Minha raça sou eu mesmo. A pessoa é uma humanidade individual. Cada homem é uma raça, senhor político».
11 Da mesma maneira que não é o mesmo falar em direitos do homem e direitos humanos, não é exactamente o mesmo falar
em dignidade da pessoa humana e em dignidade humana. Aquela expressão dirige-se ao homem concreto e individual; esta à humanidade,
entendida ou como qualidade comum a todos os homens ou como conjunto que os engloba e ultrapassa. Declarando a comunidade política
portuguesa «baseada na dignidade da pessoa humana», a Constituição afasta e repudia qualquer tipo de interpretação transpersonalista ou
simplesmente autoritária que pudesse permitir o sacrifício dos direitos ou até da personalidade individual em nome de pretensos interesses colectivos.
Todavia, no art. 26.° fala-se tanto em «dignidade pessoal» (n.° 3) como em «dignidade humana» (n.° 2).
ISTO É:
O Direito a não ser morto mas também a ter uma vida digna.
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IV- O DIREITO À VIDA
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É de tal ordem supremo o valor do direito à vida e a natureza absoluta
da protecção constitucional, que “O artigo 24.º desempenha, entre os direitos
fundamentais, um papel abolutamente ímpar. Membro restrito dos direitos
insusceptíveis de suspensão -Jorge Miranda, em Constituição Portuguesa anotada, tomo I”, em caso
de estado de sítio ou de estado de emergência, cfr. Art. art. 19.º, n.º 6 CRP e na
proibição de extradição de estrangeiros em risco de serem condenados a pena
de morte, art.º 33.º, n.º 3 CRP.
(a) não poder dispor da vida dos cidadãos, a qualquer título que seja;
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V- O ABORTO- INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ
A CONCEPTUALIZAÇÃO JURÍDICA
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Sendo norma tipo a do artigo 140º do Código Penal, definida na
punição criminal à prática do aborto, seja sem ou com o consentimento da
mulher, reflecte a condenação do agente que, por si e com os conhecimentos
técnicos inerentes exerça sobre a mulher tal prática. O numero 3 do mesmo
aresto vem punir a própria mulher que der consentimento ao aborto praticado
por terceiro ou que, por facto próprio ou alheio, se fizer abortar. As molduras
penais no primeiro caso – de quem, sem o consentimento da mulher, a faça
abortar, é de 2 a 8 anos de prisão. No segundo caso, a da mesma prática mas
com o consentimento da mulher já será de prisão até 3 anos e, no terceiro e
ultimo caso, a condenação da própria mulher está prevista numa moldura que
varia até 3 anos de prisão. Podemos dizer sem exagero que os dois últimos
casos configuram uma repartição de culpa entre os agentes da prática do ilícito
penal.
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E aqui, se por um lado se compreende muito bem a norma que foi
pensada no intuito de conferir condições de segurança na realização do aborto,
combatendo a prática das “parteiras” ilegais que, em condições de insegurança
para a saúde da mulher iam grassando. Claro que, a estatística tem vindo a
demonstrar que esta norma aliada a uma maior consciência do denominado
planeamento familiar veio reduzir o numero de abortos realizados em Portugal ,
pelo menos dos que nos são dados a conhecer, por outro lado, e esta é a razão
de ser do tratamento do tema nesta sede, o conhecimento relativo sobre o início
da vida e sobre a sua real amplitude, coloca em questão a legitimação de
violações possíveis ao Direito à Vida, tal como ela se nos apresenta em resultado
da evolução social, moral, cultural e religiosa.
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familiar quer o acesso aos médicos que, dentro dos limites legais, realizam o
aborto. Ao invés, na província, com a crescente desafectação de unidades
médicas de proximidade, o acesso a um planeamento útil e atempado não se
torna possível ou viável, assim se levando avante muitas gravidezes claramente
indesejadas e, por outro lado, as mesmas circunstâncias espaciais impedem as
mulheres de aceder aos profissionais de saúde atempadamente para a
realização do aborto dentro das 10 semanas.
VI- EUTANÁSIA
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pode ser curada. "Medicina é uma ciência de incerteza e uma arte de
probabilidade". O Médico William Osler (1849-1919).
Pegando por aqui, e voltando ao significado que muitas vezes lhe dão,
e que nada têm a ver com a mesma, poderemos enconbrtar vários tipos de
eutanásia:
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- Eutanásia Eugénica- consiste em eliminar vidas humanas, estando
estas em situações próximas ou não da morte, independentemente da vontade
do próprio, vidas estas que se consideram desprezáveis, por serem pessoas com
malformações de nascença, incapacidades físicas e psíquicas, a atrasos
mentais, como por exemplo o supra referido, da Alemanha nazi que criou um
programa de eliminação de recém-nascidos e crianças pequenas, que depressa
se estendeu a adultos e velhos, a que acresceram os critérios de não possuir a
cidadania alemã, criando centros de extermínio.
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Artigo 2.º- Definição- A morte corresponde à cessação irreversível das
funções do tronco cerebral e Artigo 3.º- Verificação- 1 - A verificação da morte é
da competência dos médicos, nos termos da lei.
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Existe um pendor para considerar a Eutanásia activa mais grave que
a passiva, isto porque do ponto perspectiva dos preceitos jurídicos já não é só a
questão da acção humana, mas a posição que o autor ocupa em relação ao bem
jurídico (a vida humana), por ser um agente qualificado.
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Quanto ao consentimento do paciente:
I. Homicídio privilegiado
“Artigo 133.º Homicídio privilegiado. Quem matar outra pessoa
dominado por compreensível emoção violenta, compaixão, desespero ou motivo
de relevante valor social ou moral, que diminuam sensivelmente a sua culpa, é
punido com pena de prisão de 1 a 5 anos.”
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Nas palavras de Eduardo Correia, autor do Anteprojeto do Código
Penal, este artigo visa incluir a eutanásia ativa, seguindo-se, assim, «uma
solução intermédia: nem se pune como homicídio nem se deixa de punir. Aliás
este crime privilegiado tem também por função impedir que os tribunais deixem
de punir a eutanásia ativa por meio do recurso ao princípio da não exigibilidade.
Pretende-se a sua punição mas só dentro dos limites do artigo». Comissão Revisora do
Código Penal, Atas das Sessões da Comissão Revisora do Código penal: parte especial, Separata do “Boletim do
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intervenção de um terceiro na esfera de outrem. Deste modo a existência e
actuação de um terceiro é fundamental para a incriminação, uma vez que
estamos ou diante de um suícidio ou de um homicídio consoante a conduta do
agente.
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donde emanaria a superioridade da liberdade individual, assim quase que se
poderia afirmar que estes princípios passariam a ser regra geral de interpretação
de todos os direitos fundamentais, incluindo o direito à vida.
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o valor fundacional que recebe da intransferível dignidade da pessoa o seu
decisivo sentido. «Eutanásia – Alguns Problemas Envolvidos», in Brotéria, vol. 150, 2, Fevereiro de 2000, pg.
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Ora se o sofrimento do paciente é tão intenso, penoso e profundo que
o faz almejar pôr termo à vida, desdizendo dessa forma o instinto básico de
sobrevivência e de autoconservação do ser humano, será legítimo presumir que
a sua lucidez poderá ser afectada.
EM JEITO DE CONCLUSÃO:
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caminhos percorridos pelas sociedades ocidentais, mais ou menos liberais ou
presas de teorizações de cariz moral e religioso sejam os melhores. Se por um
lado se entende muito bem aquilo que deve ser a impossibilidade de cada um,
em determinado momento, de decidir sobre o instante em que a sua vida deve
cessar, a imposição legal de sua não admissibilidade pode colocar-nos a questão
de saber se não estará o próprio estado a limitar o Direito à Vida de cada um ao
impedir - tout court - a hipótese eutanásica.
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No entanto, continuaremos a lutar pelo Direito à Vida e tudo o que
encerra, pois é espirito gregário e absoluto do Ser-humano lutar pelo melhor para
com o próximo, e usando as palavras de São Tomás de Aquino:
FIM
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BIBLIOGRAFIA:
- Sites:
- http://www.broteria.pt
- https://tvtd.up7.pt
- http://www.ufrgs.br
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