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PerCeBer Informes da Revolução

Partido Comunista Brasileiro www.pcb.org.br


N° 184 – 18.11.2010
. Em todos os setores da atual
Especial: Salve o Rio Cascavel! gestão municipal se acumulam
diversos questionamentos sobre
Shopping em área de grande equívocos administrativos,
risco ambiental significaria imposições autoritárias, gastos
precipitados ou resultantes de
anular décadas de políticas erros de gestão. Pode-se
questionar quase tudo na
urbanas protecionistas segunda gestão Bueno.
No entanto, o programa ambiental,
inclusive com a correta exigência à
Sanepar para o cumprimento fiel
do contrato prevendo a proteção e
o desassoreamento do lago do
Parque Ecológico, jamais foi alvo
de oposição dos setores mais
responsáveis da comunidade
cascavelense.
Se a Prefeitura conceder alvará
para a construção de um
shopping center na região do
principal Parque Ecológico local,
entretanto, estará enterrando
provavelmente o único programa
administrativo de Bueno que
jamais enfrentou oposição: o
Programa Cidade das Águas
(PCA).
Esta é uma hora difícil para a
comunidade cascavelense. Uma
encruzilhada em que será preciso
decidir o que é melhor: avançar no
PCA ou expor o Rio Cascavel a
uma gravíssima ameaça ambiental.

Nesta edição especial do PerCeBer, boletim que se destina


a divulgar os princípios do Partido Comunista Brasileiro,
abrimos um espaço destinado exclusivamente a refletir
sobre a gravidade do problema criado com a ameaça
que paira sobre o rio representativo, simbólico e fornecedor
da água que tem abastecido há mais de 80 anos os
construtores de Cascavel. Vamos agora começar a discutir
nosso futuro a partir da salvação do Rio Cascavel. Nessa perspectiva, tem-se uma ideia do
tamanho gigantesco do projetado
Salve o Rio Cascavel! shopping center em relação ao lago
Alex Sanderson
Viva o Rio Cascavel!
Um caso de ganância explícita Três posições a considerar
Em qualquer sociedade governada
pelo respeito à natureza seria impossível
construir uma obra gigantesca junto a
um lago em região de extrema
vulnerabilidade.
No entanto, o marketing empresarial
vendeu o projeto ardilosamente como a
própria solução para os problemas
gravíssimos do Parque Ecológico.
O dramático episódio construído em É compreensível, portanto, que uma
torno do projeto polêmico e grande preocupação tenha começado a
contraditório de construir um shopping crescer e tomar conta dos setores
center na região do Parque Ecológico responsáveis da comunidade
Paulo Gorski “dá um livro”, segundo o cascavelense.
engenheiro agrônomo e ex-secretário Na Prefeitura, os técnicos de maior
municipal Alexandre Reyrink. consciência comunitária passaram a
De fato, seria possível alinhar torcer para que o Instituto Ambiental do
argumentos e detalhes técnicos em Paraná (IAP) vetasse o projeto.
centenas de páginas sem esgotar o Isso evitaria que fosse concedido à
assunto, mas vamos sintetizar tudo aqui construtora o alvará para implantar em
em poucas páginas, para municiar a plena área de maior importância para a
sociedade cascavelense na reação a esse consciência ecológica municipal um
projeto cercado de suspeitas e perigos. gigantesco monstro de concreto, com
Uma construtora, pertencente ao um imenso impacto ambiental e ampla
empreiteiro Alfredo Khouri, de triste circulação de veículos.
memória para Cascavel, adquiriu uma O escritório regional de Cascavel do
área que se confunde com o principal Instituto Ambiental do Paraná, de fato,
Parque Ecológico de Cascavel e decidiu rejeitou a proposta de construir um
construir ali um mega-shopping center, mega-shopping junto ao Parque
acenando com uma aparentemente total Ecológico. Corretamente, os técnicos do
proteção ambiental e a geração de dois IAP se basearam na legislação existente
mil empregos. e nas normas às quais estão sujeitos.
Para a professora Lia Hasenclever, da Ao redor desse caso, assim, criou-se
Universidade Federal do Rio de Janeiro uma disputa envolvendo três tipos de
(UFRJ), é preciso enfrentar essa visão interesses.
oportunista de submeter o meio De um lado, os defensores de
ambiente aos ditames do lucro. Ela megaprojetos imobiliários a pretexto de
propõe o conceito de Bioeconomia, “progresso” para a cidade.
oposto à noção mecânica do De outro, os interesses tradicionais e
desenvolvimento econômico. conservadores, que pretendem evitar a
Para ela, o empresário brasileiro não é concorrência de grupos vindos de outras
visionário – “ele é oportunista”. O caso cidades, inclusive como testas-de-ferro
do mega-shopping junto ao lago de grupos estrangeiros.
demonstra isso, além de comprovar que Mas há também um terceiro grupo de
o poder público, no dizer do advogado interesse, no qual o PCB se coloca,
Alberto Lamb, lava as mãos como decididamente: os cascavelenses cujo
Pilatos frente às suas responsabilidades, espírito comunitário os leva a zelar pela
que, a nosso ver, seria desapropriar as proteção ambiental, interesse público,
áreas de especulação imobiliária qualidade de vida e legado às futuras
próximas ao lago a bem do interesse gerações.
público.
A nossa posição: em defesa do rio Dois mil empregos podem ser gerados
em outro local, sem ameaçar o grande
patrimônio ambiental da cidade.
No radical jogo de interesses entre os
grupos que chegam para explorar o
potencial econômico de Cascavel e os
setores locais que promovem uma
“reserva de mercado” para os grupos
dominantes conservadores, uma tomada
de posição contra essa obra controversa
poderia levar água ao moinho dos
conservadores locais.
Com plena consciência desse risco,
devemos esclarecer que não fazemos
Ao contrário dos dois primeiros oposição só aos que vêm de fora com a
grupos, que objetivam explorar a cidade intenção de explorar nossos
e seu povo com interesses unicamente trabalhadores e danificar sem piedade
econômicos, o terceiro grupo pretende nossos recursos naturais.
garantir uma efetiva proteção ambiental, Também fazemos oposição a esses
de forma incontrastável, para além das interesses conservadores locais. Nosso
promessas feitas por um empreiteiro que objetivo não é impedir a obra para que
anteriormente já deixou sua marca ela não concorra com os shoppings já
negativa na cidade, causando o existentes. A obra pode perfeitamente
escândalo do Residencial das Palmeiras, ser construída em área de menor risco
junto ao Parque Verde. ambiental e, nesse caso, não terá de
Também no caso do Palmeiras os nossa parte nenhuma resistência com a
projetos eram amplos, prometiam troca de área.
qualidade superior e soluções urbanas, Mas não podemos aceitar nenhum
mas o que se apresentou foi um risco adicional de impacto sobre o Rio
monumental imbróglio jurídico e Cascavel e sua bacia.
reflexos ainda hoje sentidos na região Passar a limpo
Oeste. Insistimos em que não apenas a obra
Quanto ao novo mega- do shopping deve ser impedida, mas
empreendimento, apesar das primeiras também todas as causas de degradação
resistências observadas na sociedade, do Parque Ecológico e do Rio Cascavel
com ecos na imprensa e na Câmara devem ser combatidas com um rigor até
Municipal, a construtora interessada maior do que a mobilização eventual
alegou ter cumprido as exigências do para impedir qualquer nova ameaça de
IAP. impacto severo sobre o principal parque
Mais: recorreu a técnicos particulares ambiental de Cascavel.
de renome na área e conseguiu uma As causas atuais da degradação do
avaliação positiva por meio do Parque Ecológico têm recebido uma
escritório de Toledo e depois junto ao atitude complacente e até omissa dos
comando do IAP, em Curitiba. poderes públicos. Por sua vez, a
Entretanto, os técnicos do IAP em sociedade organizada não tem tido a
Cascavel mantiveram suas objeções, necessária força para exigir
alertando para um conjunto de fatores providências corretivas.
que vão além da obra em si e se Assim, o principal foco da
estendem à própria preservação do Rio mobilização contra o mega-shopping
Cascavel, que precisa ser o nosso deve ir além de impedir a obra.
principal foco nessa questão.
água do Rio Cascavel para solucionar o
problema.
Com a lei 1.113, de 5 de dezembro de
1974, a Prefeitura é autorizada a iniciar
o Projeto Cura (Comunidade Urbana de
Recuperação Acelerada), do antigo
BNH (Banco Nacional da Habitação).
Deve constituir uma virada nesse jogo Ditadura facilitava
em favor da proteção ambiental, da a irresponsabilidade
defesa do Rio Cascavel e da qualidade Uma empresa de engenharia de Porto
de vida da população. Alegre foi contratada para fazer o
Propomos, portanto, uma campanha projeto da represa. Em plena ditadura,
abrangente, que vá até além do Parque era o Executivo decidir e fazer: não
Ecológico e objetive considerar o Rio havia necessidade de EIA ou RIMA.
Cascavel em toda a sua extensão, sua Pior: a Prefeitura, de acordo com os
microbacia e projeção como parte do projetos imediatistas, desapropriou só os
cultivo de água boa. imóveis que seriam alagados, sem
Esta é a nossa campanha: entender que a exploração imobiliária
Salve o Rio Cascavel! Viva o Rio do seu entorno poderia ameaçar
Cascavel! desequilíbrios ambientais, como o
assoreamento e a destruição da mata
Um descuido histórico
Historiando rapidamente a área do ciliar.
Parque Ecológico, vemos que seu O Projeto Cura teve depois o nome
coração é o Rio Cascavel e que seus alterado para Programa de
arredores, como bem observou Gelso Complementação Urbana. Até aí, tudo
Zanella de Ávila, especialista em gestão ainda está na decisão política tomada e
ambiental, têm sido ocupados nos projetos em elaboração.
gradativamente: Em 1977, o prefeito Jacy Scanagatta
“Toda a região da bacia do Rio não só dá continuidade às ações da
Cascavel vem sendo ocupada desde a Secretaria do Planejamento como
formação do município. Por que até contrata o arquiteto Jaime Lerner, mais
hoje não foram indenizadas as áreas de tarde governador do Paraná, para prestar
interesse ambiental e criada a APA do uma consultoria tendo em vista a
Rio Cascavel?” elaboração do Plano Diretor.
Essa, inequivocamente, é a questão- Chega então a Cascavel o técnico que
chave. assumiu os trabalhos na cidade: o
O projeto do lago artificial se engenheiro Cássio Taniguchi, depois
concretiza a partir da eleição do prefeito eleito para a Prefeitura de Curitiba.
Pedro Muffato, em 1972. Ele traz para a No fim da gestão de Fidelcino
administração local o economista Tolentino, em 1988, a lei nº 2.019, de
Moacir Pereira Borges como secretário 21 de dezembro de 1988, unifica o
do Planejamento. Em sua equipe, os Parque Danilo Galafassi e o Lago
arquitetos Solange Smolarek e Nelson Municipal, criando o Parque Ecológico
Nastás. Paulo Gorski.
Com a criação da Secretaria do Na gestão Barreiros, dezenas de
Planejamento, em 1974, os primeiros providências foram tomadas tendo
estudos urbanísticos (Código de Obras e como foco a questão ambiental, mas
Lei de Zoneamento) apresentaram um nada de prático se concretizou. Foi de
sério problema no abastecimento de sua lavra, ainda assim, a base para o
água. A solução proposta foi represar a PCA (Programa Cidades das Águas).
Para ela, trata-se de “um ecossistema
que precisa ser restabelecido e protegido
como patrimônio para as futuras
gerações” (“Proposta de Modelo de
Gestão Ambiental Baseado na
Comunidade”, 2003).
“É um ecossistema frágil que sofre as
complexas relações ecológicas entre os
aspectos físicos, químicos e biológicos
do ambiente e as interferências das
ações antrópicas”, afirma Hitomi Mukai
em seu estudo.
O terrível episódio de 2001 deixou
essa verdade exposta com a maior
clareza. Era preciso agir com energia
para proteger o Parque Ecológico de
mais danos graves como esse. No
entanto, bem pouco se fez de forma
Em 2001, sobreveio o primeiro resolutiva.
grande castigo para toda a Para proteger o ecossistema que tem
irresponsabilidade. Um desastre que já como centro o Rio Cascavel, seria
na época deveria ter levado as necessário desapropriar as áreas do
autoridades a atacar o problema com entorno que podem ser usadas para
todos os meios legais disponíveis, megaprojetos imobiliários
desapropriando áreas e intervindo potencialmente destrutivos, como um
resolutivamente na proteção e shopping gigantesco.
sustentabilidade do Parque Ecológico, As áreas propostas para
em defesa do Rio Cascavel. desapropriação foram estas:
Ocorreu um acidente ecológico O Remanescente do Lote nº 3 – Parte
proveniente do vazamento de oito mil “B” da Gleba Cascavel; n° 9.013 do
litros de óleo diesel da empresa Auto Registro de Imóveis da 2ª
Posto Pegoraro. Desse total, 1,2 mil Circunscrição; o Remanescente do Lote
litros foram despejados no interior do nº 2 da Gleba Cascavel; o conjunto de
Lago Artificial localizado no interior do glebas denominadas 6-A Remanescente,
Parque Ecológico, trazendo graves 6-A-2, 6-C e 6-B as quais tiveram
prejuízos ao ecossistema. origem da chamada Reserva 6 e que
Deveria ser o sinal de alerta para a apresentam as matrículas n°s 6.673,
desapropriação das áreas ao redor e a 22.211, 17.055 e 22.212
adoção de mecanismos adequados de respectivamente; · a gleba denominada
controle. A Sanepar, o IAP e a Remanescente do Lote 97 da Gleba
Prefeitura fizeram os estudos Cascavel, de matrícula n° 15.774; a
necessários e tudo apontava ser esse o gleba denominada Remanescente do
rumo da resolução. Lote 98 da Gleba Cascavel.
Vulnerabilidade natural A figura do pôster a seguir é
A pesquisadora Hitomi Mukai, em apresentada em pagina inteira
estudo sobre proteção e sustentabilidade justamente para destacar as áreas
quanto ao Parque Ecológico Paulo inicialmente recomendadas para a
Gorski, refere-se precisamente à desapropriação, de modo a servir de
“vulnerabilidade natural do ambiente reflexão central para encarar esse
físico da área urbana”. problema, cuja resolução é decisiva para
nosso futuro:
O fato objetivo é que a solução Por isso, cabe verificar o histórico de
recomendada, por omissão dos prefeitos ações de Alfredo Khouri. Sem
anteriores, foi ignorada. E já em 2003 o considerar manobras semelhantes em
prefeito Bueno sabia que era preciso Foz do Iguaçu e Londrina, para ficar
desapropriar as áreas do entorno para apenas em Cascavel, em dezembro de
não acontecer um novo e até maiores 1990, a Construtora Khouri Ltda
desastres na região do lago. adquiriu um terreno de 169.400 m² pelo
O que fazer? valor de Cr$ 7 milhões.
Chegamos agora a um ponto crucial: “Subdividiu o referido terreno em 03
por que os antigos proprietários daquela (três) partes, sendo que 58. 347m² foram
área não construíram ali? Obviamente destinados à construção do Conjunto
porque não quiseram destruir o meio Residencial Palmeiras, cujo valor
ambiente nem a Prefeitura lhes corresponde a Cr$ 2.411.053,72. Em
concederia alvará nesse sentido. 17.1.91 (35 dias após) a parcela do
No entanto, a empresa construtora, ao terreno de 58. 347m² foi negociada com
adquirir a área, sabia muito bem que a a CEF por Cr$ 77.603.089,00,
Prefeitura estava diante da perspectiva correspondente a uma valorização de
de desapropriar essas áreas de uso cerca de 3.200%” (Tribunal de Contas
empresarial potencialmente ofensivo à da União, Processo nº TC - 014.317/92-
proteção ambiental. 3 3022).
A questão é: mais uma vez comprou Apelo à Prefeitura
para negociar com o poder público uma Diante da polêmica envolvendo três
espetacular valorização em poucos grupos de interesses, cada qual com
meses? Isso não seria nenhuma seus argumentos e dois deles contra a
novidade no histórico desse ameaça ao meio ambiente, considerando
empreendedor. os fatos pregressos que fazem péssima
Quando começou a expansão da recomendação ao empreiteiro Khouri e
cidade para o Oeste, Alfredo Khouri deu da contradição entre as avaliações de
uma tacada de mestre para obter lucros técnicos do IAP em Cascavel, Toledo e
obscenos. Curitiba, a Prefeitura não pode agir de
O mesmo empreiteiro que hoje maneira irrefletida.
projeta a construção do shopping no A melhor atitude por parte da
Parque Ecológico assumiu o Prefeitura, seus técnicos, conselheiros e
compromisso de construir o chefes políticos seria avaliar com mais
megaconjunto Residencial das cuidado a possibilidade de rejeitar
Palmeiras, no Parque Verde, onde veio alvará para a obra do Shopping Catuaí,
a causar um dos mais graves problemas ouvindo o Conselho Municipal do Meio
habitacionais do Paraná. Ambiente, o Ministério Público e a
Câmara Municipal.
Lago Municipal? Não existem outras
áreas no Município de Cascavel?
Necessariamente não precisa ser em
área estritamente urbana. Mas mesmo
que fosse na parte urbana, existem
lugares sobrando para o
empreendimento”.
O engenheiro agrônomo Alexandre
Deve-se levar em conta as Reyrink, também ex-secretário
advertências do advogado Hélio municipal, observa que há áreas até
Querino Jost, para quem é necessário mais nobres para a construção de um
seguir os ditames do Plano Diretor e da shopping em Cascavel sem o risco de
lei de Uso do Solo, também conhecida graves desequilíbrios ambientais.
como Zoneamento Urbano. Especialmente em relação às nascentes,
“Essa lei prevê que toda obra capaz considera a obrigatoriedade legal de
de produzir grande impacto deve passar proteger um raio mínimo de 50 metros
pelo crivo da função social e pelo de largura ao redor de cada uma.
Estudo de Impacto de Vizinhança Para a sociedade, entra em cogitação
(EIV), complicações de trânsito, por a possibilidade de uma ação cautelar
exemplo, e o Estudo de Impacto para impedir a obra ou Ação Civil
Ambiental (EIA). Mesmo que as leis Pública, pelo Ministério Público, além
municipais sejam omissas, pode-se valer de consulta à Comissão de Meio
da Lei Federal (Estatuto da Cidade)”. Ambiente da OAB, como sugere o
Por que os cascavelenses deveriam advogado Antonio Carlos Kuhn.
aceitar uma obra de tamanho potencial No mesmo tom, o advogado Hélio
de impacto logo na área sensível e Jost, que tem se debruçado sobre
vulnerável do nascedouro do Rio questões de cunho municipal, sugere
Cascavel, um dos grandes patrimônios impedir a obra com uma Ação Civil
ambientais e simbólicos da comunidade Pública, contando com a cooperação
local? analítica de entidades ambientalistas e o
O Catuaí em Londrina crivo do Ministério Público de Defesa
do Meio Ambiente.
O local, para o dr. Hélio Jost, “não
oferece as mínimas condições de fluxo
de tráfego e movimentação de pessoas,
condição necessária para licenciamento
do empreendimento”, o que basta para
confirmar a impraticabilidade de
autorizar a construção.
Em Londrina, fora da área urbana Apoio popular
Essa é a questão formulada pelo ex- O artista popular Miguel Joaquim das
secretário Alberto Lamb, presente na Neves acredita que a promoção de um
primeira gestão do prefeito Bueno, abaixo-assinado seria um fator de
advogado e auditor-fiscal aposentado da mobilização e consciência da população
Receita Federal do Brasil: frente à gravidade do problema e até,
“Em Londrina, onde o mesmo grupo caso haja insensibilidade por parte das
construiu um Shopping há perto de 20 autoridades municipais e ainda assim a
anos, ele foi erigido fora da cidade, bem obra seja autorizada, promover
longe do centro e de qualquer área de manifestações contundentes, atraindo as
risco ao meio-ambiente. Por que aqui atenções do Brasil e do mundo para o
em Cascavel tem que ser próximo do problema.
Cidade das Águas, ou vai liquidar todos
os esforços já feitos pelo crescimento da
consciência ambiental e valorização,
com respeito e cidadania, da principal
área proteção ecológica de Cascavel.
É urgente uma ação oficial, pública e
da comunidade, para salvar o Rio
Cascavel, não apenas evitando uma obra
inadequada como a construção de um
shopping center, mas exigindo de uma
Fonte dos leões, primeira vitória
vez por todas a completa proteção do
do Programa Cidade das Águas Rio Cascavel.
O cineasta cascavelense Antonio Nosso curso de água mais
Martendal, atualmente na Cinemateca significativo, simbólico e vital não pode
de Curitiba, opina que os prejuízos ser soterrado por entulhos, despejos
ambientais advindos de uma obra de poluentes, más práticas de conservação
tamanho impacto jamais poderão ser e equivocada política de
pagos, no futuro: “O poder público desenvolvimento urbano.
deveria há muito tempo atrás ter Isso contraria o bom senso e promove
adquirido aquele espaço pra manter as a ruína dos programas públicos de
vertentes de água. É preciso a união das preservação do meio ambiente, já tão
associações, ambientalistas, entidades, danificado pela degradação do ar, a
sindicatos, políticos, vereadores e impermeabilização da terra e a
deputados”. derrubada da proteção vegetal ciliar.
O ex-secretário municipal Elcio Não se trata de nenhuma disputa
Zanatto, com grande experiência em eleitoral entre quem está no poder e uma
questões públicas, solidariza-se com o oposição política, na qual os comunistas
movimento para impedir a obra: do PCB se colocam, com sua história de
“Presente! Conte comigo”. 88 anos, sempre fator de reflexão e
Alceu Zandoná, filho de pioneiros, é consciência: salvar o Rio Cascavel,
contra privatizar a bela vista do lago em neste momento, é evitar, no ambiente
favor dos lucros de um político, na sociedade organizada e na
empreendimento: “Não devemos deixar esfera judicial, que se cometa o erro
construir nesta área. Existem tantas em gravíssimo de pôr em risco o rio que
outros locais”. sintetiza toda a riqueza de águas e, com
Precisamos decidir se décadas de ela, a história de construção e
políticas públicas orientadas no sentido desenvolvimento positivo da
da proteção do Rio Cascavel, símbolo comunidade cascavelense.
máximo da cidade, serão enterradas por
uma obra cercada de polêmica e Texto coletivo
suspeitas ou a infância, a juventude, a coordenado
consciência adulta e cidadã, os pelo Comitê
pioneiros serão respeitados. Municipal do
A melhor forma de traduzir esse PCB de
respeito é não concedendo alvará para a Cascavel
construção de um shopping em local de
grande risco ambiental.
Viver e salvar Salve o Rio Cascavel!
Precisamos resolver se Cascavel vai
avançar, com a vitória do Programa
Viva o Rio Cascavel!
Cidade, emprego, ambiente, juventude:
por um programa revolucionário
Nenhum direito a menos,
só direitos a mais
Ajude um desempregado: reduza a
jornada de trabalho para 40 horas

Lembre-se: em Cascavel, Do Manifesto Comunista,


nós somos a Revolução! de Marx e Engels:
Os operários, constrangidos a vender-se
diariamente, são mercadoria, artigo de
comércio como qualquer outro; em
conseqüência, estão sujeitos a todas as
vicissitudes da concorrência, a todas as
flutuações do mercado.
O crescente emprego de máquinas e a
divisão do trabalho, despojando o
trabalho do operário de seu caráter
autônomo, tiraram-lhe todo atrativo. O
produtor passa a um simples apêndice
da máquina e só se requer dele a
operação mais simples, mais monótona,
Este espaço está sempre aberto para artigos
mais fácil de aprender. Desse modo, o
e manifestações da comunidade custo do operário se reduz, quase
exclusivamente, aos meios de
Na Internet, acompanhe o blog manutenção que lhe são necessários
do PCB de Cascavel: para viver e perpetuar sua existência.
http://pcbcascavel.wordpress.com Ora, o preço do trabalho1, como de toda
mercadoria, é igual ao custo de sua
produção. Portanto, à medida que
aumenta o caráter enfadonho do
Vídeos revolucionários: trabalho, decrescem os salários.
Veja a emocionante homenagem a
Che Guevara, pela cantora Nathalie Cardone:
http://www.youtube.com/watch?v=NdRip7nmTTo
Os Eremitas e a origem do trabalho:
http://www.youtube.com/watch?v=QEfQhhHNEOE

ORKUT:
PCB de Cascavel
http://www.orkut.com.br/Profile.aspx?uid=15747947519423185415
Comunidade:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=54058996
Twitter:
http://twitter.com/pcbparana

Ousar Lutar, Ousar Vencer!


Viva a Juventude Comunista!
A seguir, um dos capítulos da cartilha de Marxismo
e uma página colecionável de O Capital em quadrinhos
1

Curso Básico de Marxismo


Escravismo abre caminho ao Feudalismo
6
O refinamento da dominação do homem sobre o
próprio homem atingiu tal grau de irracionalidade
no mundo moderno que “Dante sentiria suas
fantasias mais cruéis sobre o inferno ultrapassadas”,
diz Marx em O Capital ao descrever o processo de
exploração nas manufaturas inglessas do século
XIX.
Escravidão

O regime comunal primitivo é substituído pelo regime escravagista. Os


homens se tornam propriedade privada!
No Escravismo, os meios de produção são propriedades dos escravagistas,
também proprietários dos trabalhadores (escravos). O progresso ou
desenvolvimento econômico é resultado da exploração impiedosa da mão-de-
obra dos escravos.
Das mãos dos escravos surgem as maravilhas do mundo civilizado: canais
de irrigação, aquedutos, pirâmides, teatros, estádios, templos, palácios.
Ocorre uma nova etapa na divisão do trabalho: a separação do trabalho
intelectual do trabalho manual.
Livres do trabalho manual, sábios, poetas e filósofos tinham a possibilidade
de se dedicar às atividades do espírito. É assim que nascem a ciência e a arte.
Eleva-se o nível da agricultura. Conseguem-se êxitos na produção de
metais e ferramentas metálicas. Aumentam a experiência e a destreza dos
artesãos.
O desenvolvimento dos meios físicos e das habilidades humanas prepara
uma nova revolução. Toda mudança de um sistema de produção e formação
social para outro é uma revolução.
No Escravismo, o escravo não sente interesse por um trabalho que realiza
sob o chicote do capataz, tornando-se pouco produtivo.
Com isso, aos poucos o Escravismo vai decaindo, cedendo lugar às
relações feudais.
No Feudalismo, os meios de produção pertencem aos latifundiários
feudais. Os trabalhadores não são mais escravos, mas camponeses que
possuem instrumentos para cultivar a terra (que não é sua) e cuidar do gado.
2
Aproveitando-se de que esses trabalhadores não têm terras, o latifundiário
os transforma em servos, emprestando-lhes um pouco de terra e obrigando-os
em troca a lhe dar uma parte da colheita (renda em espécie) e trabalhar as
terras (prestação pessoal).

Para que o capitalista possa


converter dinheiro em capital
e daí extrair mais dinheiro é
fundamental que o
trabalhador exista como
“trabalhador livre”. Mas para
Marx esse “trabalhador livre”
é destituído de todos os meios
objetivos de realização de sua
humanidade como trabalhador

Pirâmide da dominação feudal


Isso leva a novos progressos: não mais escravo, mas servo, materialmente
interessado no resultado de seu trabalho – pois uma parte da colheita é sua –,
o camponês se aplica no trabalho e alcança maior produção.
Os senhores dos servos vivem em castelos e os artesãos reúnem-se em
vilarejos ao redor (as futuras cidades, os burgos). Amplia-se a divisão do
trabalho e assim aumenta o volume de trocas.
A formação desse mercado de trocas abala o sistema feudal. Aparece a
manufatura como desenvolvimento do artesanato. Surgem as primeiras
máquinas. Cresce o número de fábricas.
A nova técnica – indústria – exige mão-de-obra livre da servidão e
trabalhadores com certos conhecimentos.
A existência dos servos, assim, torna-se um entrave ao progresso. Desse
modo, o Feudalismo é liquidado, vindo em seu lugar o Capitalismo.
No Capitalismo, os meios de produção concentram-se nas mãos dos
burgueses (donos das cidades).
Livres, mas sem terras nem fábricas, os trabalhadores são obrigados a
vender ou alugar aos capitalistas a sua força de trabalho.

A seguir: A formação do Capitalismo


Lições de Comunismo
número 63

A cada edição do PerCeBer você terá uma nova


página colecionável de O Capital em quadrinhos

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