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I

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE QUÍMICA E BIOLOGIA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS AMBIENTAIS

BRUNA CARLA BORTOLAZZA

LUIZ FELIPPE WIESE

AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL JUNTO A PROFESSORES DO


MUNICÍPIO DE PINHAIS: Resíduos orgânicos e compostagem

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA

2010
II

BRUNA CARLA BORTOLAZZA

LUIZ FELIPPE WIESE

AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL JUNTO A PROFESSORES DO


MUNICÍPIO DE PINHAIS: Resíduos orgânicos e compostagem

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à disciplina de Trabalho de
Conclusão de Curso 2, como requisito
parcial à obtenção do título de Tecnólogo
em Processos Ambientais, do
Departamento Acadêmico de Química e
Biologia (DAQBI), da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR),
Campus Curitiba

Orientadora: Profa. Dra. Valma Martins


Barbosa

CURITIBA

2010
III

TERMO DE APROVAÇÃO

BRUNA CARLA BORTOLAZZA

LUIZ FELIPPE WIESE

AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL JUNTO A PROFESSORES DO


MUNICÍPIO DE PINHAIS: RESÍDUOS ORGÂNICOS E
COMPOSTAGEM

Trabalho de Conclusão Curso aprovado como requisito parcial à obtenção do grau


de TECNÓLOGO EM PROCESSOS AMBIENTAIS pelo Departamento Acadêmico
de Química e Biologia (DAQBi) do Campus Curitiba da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná – UTFPR, pela seguinte banca examinadora:

Membro 1 – PROF. MSc. CARLOS EDUARDO FORTES GONZALEZ


Departamento Acadêmico de Química e Biologia, (UTFPR)

Membro 2 – PROFª.ESP. FERNANDA CASTELHANO DE SOUZA

Departamento Acadêmico de Química e Biologia, (UTFPR)

Orientadora- PROFa.Dra. VALMA MARTINS BARBOSA

Departamento Acadêmico de Química e Biologia, (UTFPR)

Curitiba, 25 de novembro de 2010.


IV

RESUMO

BORTOLAZZA, Bruna C.; WIESE, Luiz F. Ações de Educação Ambiental junto a


profesores do municipio de Pinhais: Resíduos orgánicos e compostagem / Pinhais –
PR. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso 2 – Curso de Graduação de Tecnologia
em Processos Ambientais, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba,
2010.

O aumento crescente da população nas cidades trouxe junto o aumento da geração


de resíduos sólidos e a problemática da sua destinação. No caso específico do
município de Pinhais, localizado na região metropolitana de Curitiba, os rios Atuba e
Palmital enfrentam grandes problemas de poluição. Nesse contexto, surge o projeto
de extensão “Vida à Água”, que tem como foco a promoção e a conscientização do
uso racional dos recursos hídricos, a manutenção e a recuperação de paisagens.
Para que os objetivos do projeto sejam alcançados, foram desenvolvidos trabalhos
de Educação Ambiental com os professores e alunos das duas escolas participantes
do projeto: Escola Municipal Aroldo de Freitas e Escola Municipal Felipe Zeni,
localizadas no município de Pinhais. Este trabalho teve por objetivos desenvolver o
tema compostagem e propor medidas para a redução da geração de resíduos nas
escolas, por meio de oficinas realizadas com os docentes e com os alunos da EJA.
Além disso, foram implantados dois modelos diferentes de composteiras em cada
escola. Dessa forma, foi possível introduzir conceitos, realizar trocas de experiências
com os professores e alunos participantes, sugerir ações, além de implantar o
sistema de compostagem nas escolas como uma alternativa para a redução dos
resíduos orgânicos gerados, que representam um grande volume.

Palavras-chave: Educação Ambiental. Resíduos Sólidos. Compostagem


V

ABSTRACT

BORTOLAZZA, Bruna C.; WIESE, Luiz F. Actions of Environmental Education at the


Teachers of Pinhais city: Organic waste and composting / Pinhais – PR. 2010.
Trabalho de Conclusão de Curso 2 – Curso de Graduação de Tecnologia em
Processos Ambientais, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2010.

The increasing of population in cities has brought together the generation of more
solid waste and the problem of their disposal. In the specific case of the Pinhais, a
city located in the metropolitan region of Curitiba, the rivers Atuba and Palmital suffer
from major pollution problems. Therefore, in an attempt to hold back this situation,
there is the extension project "Vida à Água", which focuses on two areas basically:
awareness and promotion of rational use of water and maintenance and restoration
of landscapes. For the project’s objectives to be achieved, it has been developed a
program of Environmental Education with teachers and students of two public
schools in the project: Felipe Zeni school and Aroldo de Freitas school, located in
Pinhais. This study aimed to develop the theme of composting and propose
measures to reduce waste generation in schools, through workshops with the
teachers and students in adult education. Additionally, we inserted two different
models of composters in each school. Thus it was possible to introduce concepts,
have an exchange of experiences with teachers and students participating, suggest
actions, and implementing the system of composting in both schools as an
alternative to the reduction of organic waste generated, which represent a large
volume.
Keywords: Environmental Education.Composting. Solid Waste.
VI

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1. OFICINA REALIZADA COM A EJA..................................................................... 38


FIGURA 2. OFICINA REALIZADA COM OS PROFESSORES DA ESCOLA MUNICIPAL AROLDO DE
FREITAS ............................................................................................................... 40
FIGURA 3. OFICINA REALIZADA COM AS PROFESSORAS DA ESCOLA MUNICIPAL FELIPE ZENI
............................................................................................................................42
FIGURA 4. COMPOSTEIRA DE TAMBOR ROTATIVO COM MATERIAL ...................................... 44
FIGURA 5. COMPOSTEIRA DE TAMBOR AERÓBICA ............................................................48
FIGURA 6. COMPOSTEIRA DE TAMBOR ANAERÓBICA ........................................................48
FIGURA 7. VISTA LATERAL DA COMPOSTEIRA DE TAMBOR AERÓBICA ................................. 49
FIGURA 8. VISÃO INTERNA DA COMPOSTEIRA DE TAMBOR ANAERÓBICA .............................49
FIGURA 9. COMPOSTEIRA DE TAMBOR ROTATIVO ............................................................50
FIGURA 10. COMPOSTEIRA DE TIJOLOS .......................................................................... 51
FIGURA 11. MONTAGEM DA COMPOSTEIRA COM OS ALUNOS DA EJA ................................54
FIGURA 12. COMPOSTEIRAS NO PÁTIO DA ESCOLA MUNICIPAL FELIPE ZENI ......................54
FIGURA 13. ATIVIDADE COM OS ALIMENTOS .................................................................... 57
FIGURA 14. MATERIAL PARA AULAS DE NUTRIÇÃO ...........................................................57
FIGURA 15 COMPOSTAGEM NA ESCOLA MUNICIPAL FELIPE ZENI ...................................... 58
FIGURA 16 VISÃO INTERNA DA COMPOSTEIRA DE TAMBOR AERÓBICA ................................59
FIGURA 17. ALUNOS E A COMPOSTEIRA ......................................................................... 59
QUADRO 1. AÇÕES DO PROJETO DE EXTENSÃO “VIDA À ÁGUA” PARA O ANO DE 2011. ....... 61
VII

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. QUANTIDADE DE RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS POR TIPO (ESCOLA FELIPE


ZENI)...........................................................................................................34
TABELA 2. QUANTIDADE DE RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS POR TIPO (ESCOLA AROLDO
DE FREITAS)......................................................................................................35
VIII

LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CEMPRE Compromisso Empresarial para a Reciclagem

CNEA Conferência Nacional de Educação Ambiental

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

COEA Coordenação-Geral de Educação Ambiental

EA Educação Ambiental

EJA Educação de Jovens e Adultos

EPEA Encontro Pesquisa em Educação Ambiental

IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais


Renováveis

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

MMA Ministério do Meio Ambiente

PCN Parâmetros Curriculares Nacionais

PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

PNMA Política Nacional do Meio Ambiente

PRONEA Programa Nacional de Educação Ambiental

SEMA Secretaria de Meio Ambiente

SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a


Cultura
IX

SUMÁRIO

RESUMO ....................................................................................................................III
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 13
2.1 OBJETIVO GERAL................................................................................................13
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................................13
3. EMBASAMENTO TEÓRICO ................................................................................. 14
3.1. EDUCAÇÃO AMBIENTAL: HISTÓRICO ..................................................................... 14
3.2. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL ...................................................................... 16
3.3. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO ESCOLAR...................................................18
3.4 PROFESSORES E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ...........................................................21
3.5. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O ENSINO DE JOVENS E ADULTOS ................................... 22
3.6. PROBLEMÁTICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ............................................... 23
3.7 COMPOSTAGEM .................................................................................................. 24
3.7.1 Definição .................................................................................................... 24
3.7.2 Fases da Compostagem ............................................................................ 25
3.7.3 Fatores que influenciam a compostagem .................................................. 26
3.7.4. Tipos de Composteiras ............................................................................. 27
3.7.5 Características do composto orgânico .......................................................27
3.8. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A QUESTÃO DOS RESÍDUOS ............................................ 27
4. METODOLOGIA ................................................................................................... 29
4.1. IDENTIFICAÇÃO DOS RESULTADOS JÁ OBTIDOS PELO PROJETO ANTERIOR REFERENTE À
PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ....................................................................... 29
4.2. REUNIÃO COM A SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE PINHAIS .....................29
4.3. PREPARAÇÃO DAS OFICINAS ............................................................................... 30
4.4 OFICINAS ........................................................................................................... 30
4.4. 1 Oficina com a EJA da Escola Municipal Felipe Zeni ................................. 30
4.4.2 Oficina com os professores da Escola Municipal Aroldo de Freitas........... 31
4.4.3 Oficina com os professores da Escola Municipal Felipe Zeni ....................31
4.5 ESCOLHA DAS COMPOSTEIRAS ............................................................................. 31
4.6. IMPLANTAÇÃO DAS COMPOSTEIRAS NA ESCOLA MUNICIPAL FELIPE ZENI................. 32
4.7. IMPLANTAÇÃO DAS COMPOSTEIRAS NA ESCOLA MUNICIPAL AROLDO DE FREITAS ..... 32
4.8. VISITA ÀS ESCOLAS PARA ACOMPANHAR O PROCESSO ........................................... 32
4.9. PLANEJAMENTO DO PROJETO PARA O ANO DE 2011 .............................................. 33
X

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 34


5.1 IDENTIFICAÇÃO DOS RESULTADOS JÁ OBTIDOS PELO PROJETO ANTERIOR ................. 34
5.2 REUNIÃO COM A SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE PINHAIS ......................36
5.3 OFICINAS ........................................................................................................... 37
5.3.1 Oficina com a EJA .....................................................................................37
5.3.2 Oficina com os professores da escola Aroldo de Freitas ...........................39
5.3.3 Oficina com as professoras da escola Felipe Zeni..................................... 42
5.4 INSERÇÃO DA COMPOSTAGEM NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ....................................... 45
5.5 ESCOLHA DAS COMPOSTEIRAS ............................................................................. 46
5.6 COMPOSTEIRAS .................................................................................................. 47
5.6.1 Composteira de tambor ............................................................................. 47
5.6.2 Composteira de tambor rotativo ................................................................. 49
5.6.3 Composteira de tijolos ............................................................................... 50
5.7 MONTAGEM DAS COMPOSTEIRAS .......................................................................... 51
5.7.1 Escola Municipal Aroldo de Freitas ............................................................51
5.7.2 Escola Municipal Felipe Zeni ..................................................................... 53
5.8 ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO ...................................................................... 55
5.9 PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES DO PROJETO PARA O ANO DE 2011.........................60
6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 62
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 64
ANEXOS ...................................................................................................................68
ANEXO A – SLIDES SOBRE COMPOSTAGEM ................................................................. 68
ANEXO B – SLIDES COM PROPOSTAS PARA A REDUÇÃO DO DESPERDÍCIO NAS ESCOLAS . 82
ANEXO C – MATERIAIS DISPONIBILIZADOS................................................................... 88
11

1. INTRODUÇÃO

Um dos maiores problemas ambientais da atualidade é a questão dos


resíduos e a sua destinação. O rápido crescimento das cidades, na maioria das
vezes, não é acompanhado pelo desenvolvimento de suas infraestruturas. Sendo
assim, não há lugar para todo o resíduo que é gerado. Aterros cheios, lixões,
resíduos mal destinados, falta de espaço e problemas de saúde fazem parte dessa
realidade, sendo necessária a busca de alternativas viáveis para o problema. Antes
dessa busca, porém, é necessário sensibilizar a população sobre a questão para
que ela se sinta motivada a buscar soluções e, nada melhor que a Educação
Ambiental (EA), para alcançar esses objetivos.
No caso do município de Pinhais - PR, os rios se encontram poluídos pelo
despejo de esgoto doméstico, além de uma grande quantidade de resíduos que são
descartados nos rios pela própria população de entorno.
Segundo Dias (2004), um programa de EA para ser efetivo deve promover,
simultaneamente, o desenvolvimento de conhecimento, de atitudes e de habilidades
necessárias à preservação e melhoria da qualidade ambiental. Utiliza-se como
laboratório o metabolismo urbano e seus recursos naturais e físicos, iniciando pela
escola, expandindo-se pela circunvizinhança e, sucessivamente, até a cidade, a
região, o país, o continente e o planeta. Além disso, a aprendizagem será mais
efetiva se a atividade estiver adaptada às situações da vida real da cidade ou do
meio em que vivem aluno e professor.
Dessa forma, o presente trabalho tem foco na sensibilização, tanto de
professores como alunos, na redução da geração de resíduos orgânicos nas
escolas, além da disposição correta dos resíduos gerados de forma viável, tanto
econômica como ambiental, por meio do processo de compostagem. Assim,
pretende-se difundir informações e, consequentemente, melhorar a qualidade de
vida do município como um todo.
Por meio da EA, a temática da redução de geração de resíduos, bem como
a compostagem dos resíduos gerados foram desenvolvidas com oficinas para os
professores, além da criação e implantação de composteiras, de forma a destinar
corretamente os resíduos da escola. A compostagem possibilitou ainda, que fossem
12

sugeridas atividades lúdicas para desenvolver com os envolvidos visando à


sensibilização.
Este trabalho consiste na continuação do projeto “Estudo de caso:
Educação Ambiental voltada a Resíduos Sólidos Urbanos nas escolas municipais
Felipe Zeni e Aroldo de Freitas – Pinhais - PR”, desenvolvido por FERMINO e YUEN
(2010) do curso de Tecnologia em Processos Ambientais da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, que assim como este, faz parte do projeto
“Plantando Idéias para Preservar os Mananciais”, atualmente conhecido como “Vida
à água”, o qual faz parte do Programa Petrobrás Ambiental. O objetivo principal
deste programa compreende a sensibilização quanto ao uso racional dos recursos
hídricos, a manutenção e a recuperação de paisagens. É um projeto voltado à
gestão de corpos hídricos superficiais e subterrâneos, realizado por alunos e
professores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Curitiba, do
Departamento Acadêmico de Química e Biologia (FUNTEF, 2008, p. 2; PROGRAMA
PETROBRÁS AMBIENTAL, 2008). O desenvolvimento do projeto foi realizado junto
às Escolas Municipais Felipe Zeni e Aroldo de Freitas, nas quais foi desenvolvida a
proposta, estas escolas estão localizadas no município de Pinhais, Região
Metropolitana de Curitiba (RMC), no Estado do Paraná. As escolas situam-se entre
os rios Atuba e Palmital, no bairro Moradia Perdizes e Vila Emiliano Perneta
respectivamente, e ambas estão inseridas na Bacia do Alto Iguaçu.
13

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Identificar e analisar os resultados já obtidos pelo projeto referente à


Educação Ambiental voltada a Resíduos Sólidos Urbanos nas escolas municipais
Felipe Zeni e Aroldo de Freitas – Pinhais – PR e complementar ações já iniciadas,
cooperando para a continuidade do processo.

2.2 Objetivos Específicos

 Identificar os resultados obtidos na aplicação da proposta feita pelo já citado


trabalho iniciado anteriormente e verificar ações a serem complementadas
para o bom andamento do processo;
 Apresentar os resultados obtidos no projeto anterior à Secretaria Municipal
de Educação de Pinhais e promover uma articulação conjunta aos
professores das escolas envolvidas no projeto para discussão, organização e
planejamento das atividades;
 Realizar oficinas para divulgação dos resultados do projeto anterior e passar
conceitos básicos sobre o processo de compostagem;
 Auxiliar na implantação do processo de compostagem;
 Orientar direção, professores e funcionários das escolas quanto à operação
das composteiras implantadas;
 Auxiliar na elaboração de materiais educativos.
14

3. EMBASAMENTO TEÓRICO

3.1. Educação Ambiental: histórico

As preocupações com os problemas ambientais começaram a ser mais


discutidas apenas na década de 60. Em 1968, foi criado o Clube de Roma para
discutir sobre a crise ambiental da época, assim como a futura crise ambiental, com
ênfase no fim dos recursos. O primeiro relatório elaborado pelo Clube de Roma
causou um grande choque, principalmente entre os cientistas, pois previa cenários
catastróficos no futuro, caso a forma como estava ocorrendo o desenvolvimento na
época não mudasse (KRÜGER, 2001, p.37 p.43).
Em 1972, foi realizada a Primeira Conferência Mundial do Meio Ambiente
Humano, em Estocolmo, Suécia, convocada pela Organização das Nações Unidas
(ONU), em que foi discutido o grande impacto gerado pelo Relatório do Clube de
Roma. Nessa Conferência, a EA foi apontada como uma importante ferramenta na
busca de soluções para esses problemas, enfatizando-se a necessidade de divulgar
os assuntos relacionados ao meio ambiente, preparar os professores e desenvolver
novos recursos de ensino (REIS, 2004, p. 4).
Em 1975, então, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (UNESCO) organizou o Seminário Internacional sobre
Educação Ambiental em Belgrado, Iugoslávia e, em 1977, a Conferência
Intergovernamental sobre Educação Ambiental em Tbilisi, Geórgia (REIS, 2004, p.4).
Em Belgrado, foi discutida a necessidade de programas de EA em todos os
países membros da ONU. Esse seminário deu origem à Carta de Belgrado, que
define a estrutura e os princípios básicos da EA. Nesse documento, ela é tida como
fundamental contra a crise ambiental que foi alardeada no Relatório do Clube de
Roma, tendo como objetivos a conscientização, conhecimentos, atitudes,
habilidades e a capacidade de avaliação e participação. Além disso, no documento é
proposto que a EA seja organizada como Educação formal e não formal, como um
processo contínuo e permanente, seja dirigida em especial às crianças e aos jovens
e tenha caráter interdisciplinar (REIS, 2004, p.4 p.5).
15

Já, a Conferência de Tbilisi, foi caracterizada como o primeiro grande


evento internacional de EA. Nesse evento, foram definidos os objetivos,
características e estratégias necessárias para o seu desenvolvimento. Algumas
alterações foram realizadas na Carta de Belgrado, dentre elas, as mudanças dos
objetivos, que passaram a ser a consciência, o conhecimento, comportamentos,
aptidões e a participação. Além disso, o público alvo passou a não ter mais
distinção, devendo ser direcionada a todos os públicos, independente da idade
(REIS, 2004, p.5). Paralelamente a isso, definiu-se também a necessidade de
implantação da EA em todos os níveis, de forma interdisciplinar, exigindo a
cooperação entre as disciplinas tradicionais, no intuito de compreender a
complexidade do meio ambiente (ASSUNÇÃO, 1995, p.293).
Essas alterações deram origem à Declaração da Conferência
Intergovernamental sobre Educação Ambiental de Tbilisi, que aborda a reorientação
dos sistemas educacionais, valorizando o contato direto do educando com a
natureza e a necessidade de divulgação das experiências positivas na área
ambiental pelos meios de comunicação (REIS, 2004, p.5).
Mais tarde, mais especificadamente em 1987, o Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) realizou a Segunda Conferência
Intergovernamental, em Moscou. Nessa Conferência, foram analisadas as
conquistas e dificuldades da EA em todo o mundo e foram traçadas metas para a
década de noventa, tal como atividades tanto dentro como fora de salas de aula,
orientadas por meio de projetos interdisciplinares e utilizando diferentes métodos
pedagógicos (PIETRO, 2007, p.21).
Em 1992, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento, mais conhecida como Rio – 92, que reuniu representantes de
cento e setenta países e teve como objetivos examinar a situação ambiental do
mundo e as mudanças ocorridas depois da Conferência de Estocolmo. (PIETRO,
2007, p.21). Nesse evento, considerado como um dos mais importantes do século, a
Agenda 21 foi proposta. A Agenda 21 consiste em um plano de ação para ser
adotado global, nacional e localmente, por organizações do sistema das Nações
Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana
impacta o meio ambiente. Constitui-se na mais abrangente tentativa já realizada de
orientar para um novo padrão de desenvolvimento para o século XXI, cujo alicerce é
16

a sinergia da sustentabilidade ambiental, social e econômica, perpassando em todas


as suas ações propostas (MMA, 2007). A EA foi então incorporada, sendo
organizada em três eixos: Reorientação do ensino para o desenvolvimento
sustentável, aumento da consciência pública e promoção do treinamento (REIS,
2004, p.6).
Em 2002, dez anos após a Rio-92, realizou-se a Cúpula Mundial sobre
Desenvolvimento Sustentável, em Johanesburgo, África do Sul. Esse encontro ficou
conhecido como Rio + 10 e nele foram analisados os 10 anos de Agenda 21, sendo
concluído que a insustentabilidade permanecia presente (REIS, 2004, p.7). Nesse
evento, foi decidido cumprir com os compromissos até então compactuados, sendo
enfatizada a preocupação com as desigualdades sociais e a necessidade de
reinventar um governo para se chegar a uma sociedade mais justa.

3.2. Educação Ambiental no Brasil

O Relatório do Clube de Roma apontou os países subdesenvolvidos como os


principais responsáveis pelo uso indiscriminado dos recursos naturais, devido a sua
população cada vez mais crescente. Na época, contrariando as tendências
internacionais de proteção ao meio ambiente, o Brasil sustentava a ideia do
crescimento econômico a qualquer custo, sem nenhuma preocupação ambiental,
argumentando que o desenvolvimento e a poluição eram um mal necessário.
Portanto, para defender a sua posição, mandou uma delegação oficial à Estocolmo
para a Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente Humano e, no fim da
Conferência, ao contrário do esperado, assinou, sem restrições, a Declaração da
ONU sobre o Meio Ambiente Humano (RODRIGUES; RODRIGUES, 2001, p. 22).
Em 1973, foi criado o primeiro órgão nacional do meio ambiente, a
Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), vinculada à presidência da república
do governo militar. Entre as atribuições, havia o controle da poluição e a EA que
estabeleceu contato com o então Ministério da Educação e da Cultura (MEC), o que
resultou na definição de que poderia constar no currículo, mas não como matéria
(PIETRO, 2007, p.24).
17

Em 1981, foi criada a Lei 6.938, que dispõe sobre a Política Nacional de
Meio Ambiente (PNMA), que estabelece, no âmbito legislativo, a necessidade de
inclusão da EA em todos os níveis de ensino, incluindo a educação da comunidade,
objetivando capacitá-la para a participação ativa na defesa do meio ambiente
(HENRIQUES et al., 2007, p. 13). Nesse mesmo ano, também foram criados o
Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e o Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) (MININNI-MEDINA, 2001, p. 98).
Outro fato importante foi a promulgação da Constituição Federal de 1988
com um capítulo inteiro dedicado ao Meio Ambiente. A EA está prevista na
Constituição Federal no art. 225 § 1º inciso VI: "promover a Educação Ambiental em
todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio
ambiente".
Considerada uma das legislações mais avançadas do mundo em relação à
abordagem de questões ambientais, essa Constituição se destaca por criar os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que definem a obrigatoriedade da EA em
todos os níveis de ensino sem que ela seja tratada como disciplina isolada
(HENRIQUES et al., 2007, p. 14).
No ano de 1991, a EA passou a ser considerada pela Comissão
Interministerial para a preparação da Rio 92 como um dos instrumentos da política
ambiental brasileira, sendo então, criadas duas instâncias no Poder Executivo para
lidar com esse aspecto: o Grupo de Trabalho de Educação Ambiental do MEC, que
em 1993 se transformou na Coordenação-Geral de Educação Ambiental
(COEA/MEC), e a Divisão de Educação Ambiental do Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). (HENRIQUES et al., 2007,
p. 13).
Durante a Rio 92, foi produzida a Carta Brasileira para Educação
Ambiental, que reconhece a EA como um dos instrumentos mais importantes para
viabilizar a sustentabilidade como estratégia de sobrevivência do planeta e,
consequentemente, de melhoria da qualidade de vida humana. A Carta também
admitia que o modelo educacional não era coerente com as reais necessidades do
país (HENRIQUES et al., 2007, p.14).
Mais tarde, em 1994, foi instituído o Programa Nacional de Educação
Ambiental (PRONEA), que acabou culminando com a formulação e promulgação de
18

uma legislação específica para a EA e uma Política Nacional de Educação


Ambiental (PNEA - Lei 9795/99), com instrumentos legais e documentos
governamentais que asseguram à temática um caráter transversal, indispensável e
indissociável da política educacional brasileira, mesmo que possamos considerar
que a EA não esteja consolidada nacionalmente como política pública
(RODRIGUES; RODRIGUES, 2001, p. 24).
Em meio a tudo isso, em 1997, ocorre a I Conferência Nacional de Educação
Ambiental (CNEA). Dentre os objetivos específicos da CNEA estavam a promoção
de um levantamento das experiências de EA existentes no Brasil, a identificação das
tendências das práticas da EA e a análise, de forma participativa, do cumprimento
das linhas de ação do PRONEA, propondo novas políticas estratégicas no campo da
EA (MININNI-MEDINA, 2001, p. 106-107).
Em 2004, o Brasil, juntamente com outros países da América Latina e do
Caribe, assumiu compromissos internacionais com a implementação do Programa
Latino-Americano e Caribenho de Educação Ambiental (Placea10) e do Plano
Andino-Amazônico de Comunicação e Educação Ambiental (Panacea), que incluem
os Ministérios do Meio Ambiente e da Educação dos países (HENRIQUES et al.,
2007, p. 15).

3.3. Educação Ambiental no contexto escolar

No Brasil, há registros sobre iniciativas isoladas de inserção de temas


ambientais no ensino formal a partir da década de 50. Na sua maioria, eram
atividades realizadas por professores do ensino básico e do ensino superior, que
saíam das salas de aula com seus alunos para observar e estudar o ambiente que
circundava a escola (MENDES; VAZ, 2009, p. 396).
Na sociedade atual, dominada pelo consumo desenfreado, os problemas
ambientais, que deveriam fazer parte da consciência publica, na verdade não são
assim tratados e os indivíduos não se sentem responsáveis pelo bem coletivo.
Para que o ser humano mantenha atitude de respeito com os recursos
naturais, é preciso mudança de valores e de comportamento e, para que essas
mudanças se concretizem, são necessárias novas estratégias de educação, sendo a
EA uma das principais ferramentas.
19

Esse enfoque está previsto não só na Constituição Federal/88, como


também, na Lei Federal 9795/99 e na Lei Estadual 11730/02. Essas leis têm caráter
obrigatório e visam a uma educação voltada para os valores sociais, na busca da
sustentabilidade, tendo como princípios básicos o enfoque humanista, holístico,
democrático e participativo, com concepções pedagógicas na perspectiva da inter,
multi e transdisciplinaridade (AVANCINI, 2009, p.2).
A PNEA em seu artigo primeiro define a EA como processos por meio dos
quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos e
habilidades, atitudes e competências voltadas para conservação do meio ambiente.
Ainda enfatiza a questão da interdisciplinaridade metodológica e epistemológica da
EA como componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar
presente, de forma articulada em todos os níveis e modalidades do processo
educativo, em caráter formal e não-formal. Além disso, reforça a responsabilidade
coletiva para a sua implementação, seus princípios básicos, objetivos e estratégias.
Esta lei fornece um roteiro para a prática da EA na sua regulamentação (Decreto
4281/02) e indica o Ministério da Educação e do Meio Ambiente como órgãos
gestores dessa política (PIRES et al, 2006, p.2).
A partir da Constituição Federal /88, a EA passou a ser obrigatória em
todos os níveis de ensino, sem ser tratada como disciplina isolada. Os subsídios
para os professores implementarem essa determinação estão nos PCNs, os quais
apresentam ao professor diretrizes educacionais nacionais de reflexão sobre o
trabalho com os alunos e, também, diretrizes para a ação. Nos PCNs, o tema meio
ambiente é abordado de forma transversal, sugerindo que a EA seja trabalhada em
todos os ciclos do ensino fundamental, por todas as áreas do conhecimento
(MENDES; VAZ, 2009, p.396).
O novo PCN traz orientações para o ensino dos chamados “temas
transversais na escola”, meio ambiente e saúde, ética e cidadania, orientação
sexual, pluralidade cultural, trabalho e consumo. A transversalidade é uma estratégia
de trabalho onde o educador se coloca de forma aberta, com vontade de dialogar e
integrar o seu trabalho criativo ao trabalho de equipe. Desta forma, a temática
ambiental não deve ser inserida como uma única disciplina, mas deve fundamentar
e enriquecer a prática pedagógica do educador, com a absorção da dimensão
20

ambiental nos conteúdos específicos das disciplinas (DUAILIBI; ARAUJO, 2004,


p.11).
O grande desafio atual é inserir a temática ambiental em todas as
disciplinas e de forma interdisciplinar, fazendo parte do cotidiano pedagógico da
escola e proporcionando uma integração entre as disciplinas e o tema.
Segundo a pesquisa do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos INEP
(2004), 95% das escolas brasileiras reconhecem como “Educação Ambiental”
alguma das ações pedagógicas que elas realizam. Essa questão foi, então, discutida
pelo Grupo de Discussão e Pesquisa (GDP) no III Encontro de Pesquisa em
Educação Ambiental (EPEA), realizado em 2005 na cidade de Ribeirão Preto. Os
pesquisadores julgaram essa informação como possivelmente errônea, visto que
quem responde essas questões, geralmente, são pessoas responsáveis pela gestão
escolar, que nem sempre estão conscientes das atividades que realmente ocorrem,
principalmente quando consistem de atividades tais como a EA, com caráter
extracurricular. Além disso, os gestores por quererem passar um aspecto positivo da
escola, muitas vezes podem passar informações que não condizem com a realidade
(GUERRA; GUIMARÃES, 2007, p. 157).
Outra discussão importante desse Encontro foram as características da EA,
que foi considerada como de caráter comportamental, seguindo uma pedagogia
tradicional, sendo lembrada apenas em datas comemorativas relacionadas ao meio
ambiente e tratada de forma fragmentada, sem o envolvimento da comunidade.
Além disso, também foi discutida a falta de preparação dos professores para abordar
o tema (GUERRA; GUIMARÃES, 2007, p.158).
A EA deve procurar fornecer instrumentos para iniciar discussões e ações
concretas em relação às questões ambientais, sobretudo no âmbito das escolas de
educação básica, de modo a ter uma população, pelo menos no futuro, consciente e
preparada para os problemas relativos ao ambiente. Além disso, deve sensibilizar o
professor e o aluno para que construam coletivamente o conhecimento com
estratégias pedagógicas de mudança de mentalidade (ALMEIDA; BICUDO;
BORGES, 2004, p.92).

Apesar das dificuldades, é importante que propostas de EA junto às


escolas sejam incentivadas e executadas. Tais atividades devem, sempre que
possível, envolver o corpo docente (ALMEIDA; BICUDO; BORGES, 2004, p. 92).
21

A utilização de estratégias de EA, no ensino formal e não-formal, fornece


instrumentos que promovem uma profunda reflexão nas comunidades envolvidas
sobre a sua realidade ambiental. Além disso, tais ações ajudam a formar cidadãos
capazes de solucionar problemas ambientais concretos, interagindo de forma mais
positiva em seu meio (CARRILLO; BATISTA, 2007, p.114). O processo educativo,
principalmente o escolar, é um agente eficaz de mudanças, e o desenvolvimento de
atividades dessa natureza é hoje uma exigência para que esse processo possa
cumprir sua função social (TAMAIO, 2002, p.29).

3.4 Professores e a Educação Ambiental

A transformação dos processos pedagógicos no ambiente escolar, de


forma que se tornem críticos e reflexivos, é um grande desafio para os professores.
Sempre que se fala em formação docente, o enfoque dado é ao processo
de formação para o desenvolvimento de conhecimento, habilidades e competência.
No caso da EA, destaca-se também o desenvolvimento de valores e da práxis, com
ações efetivas para a inserção da dimensão ambiental nos currículos das escolas e
também nas universidades, como uma das dimensões do processo educacional
(GUERRA; GUIMARÃES, 2007, p.159).
Considera-se que o professor ainda é o grande gerador de informações, o
responsável pela transmissão de conhecimentos e que tem participação marcante
na formação de opinião de seus alunos (OLIVEIRA, 2007, p.2). Além disso, o
professor atua como um multiplicador de conhecimentos, pois fornece as
informações para um grande número de alunos, que tendem a dar continuidade a
esse processo. Assim sendo, os professores deveriam buscar exemplos do
cotidiano mais próximo da realidade, adaptados ao conteúdo do livro didático ou ao
currículo escolar, visto que a sensibilização só é possível através da prática efetiva
da ação de alunos e professores (VICTORINO, 2000, p.80).
O envolvimento da escola com o tema EA gera a necessidade de
conhecimento e informação para que se possa desenvolver um trabalho adequado.
Essa necessidade significa dizer que o professor precisa buscar subsídios para que
possa discutir com os seus alunos as informações obtidas, mostrando-lhes que o
22

processo de conhecimento é permanente (MARQUES, et al, 2010, p.3). Porém,


observa-se que os professores encontram dificuldades para desenvolver trabalhos
com os temas transversais. Desta forma, é importante realizar projetos que
desenvolvam atividades que beneficiam as unidades de ensino auxiliando na
reflexão dos temas ambientais e incentivando ações que possam colaborar para a
melhoria do ambiente (RUFFINO et al, 2005, p.3).
As atividades da PNEA são inter-relacionadas e envolvem capacitação de
recursos humanos; desenvolvimento de estudos e pesquisas na área; produção e
divulgação de material de EA e avaliação. De acordo com o Artigo 11 em seu
parágrafo único, os professores devem receber formação complementar em suas
áreas de atuação e a dimensão ambiental constará nos currículos de formação de
professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas (BRASIL, 1999).
É necessário introduzir mais criatividade nas novas metodologias,
abandonando os modelos tradicionais e buscando novas alternativas. Nesse
contexto, o professor é a chave para mediar o processo de aprendizagem. O
método, selecionado pelo professor, irá depender do que ele aceita como objetivo da
EA, seu interesse e sua formação construída (OLIVEIRA, 2007, p.6).

3.5. Educação Ambiental e o ensino de jovens e adultos

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade da educação


básica e destina-se a pessoas que tiveram pouca ou nenhuma oportunidade de
escolarização regular. Guiada pelos PCNs, essa modalidade de educação, tanto
quanto as demais modalidades, aborda a EA como um tema transversal (FREITAS;
SANTOS; PEREIRA, 2010).
É no sentido de analisar a realidade socioambiental para compreendê-la e
transformá-la que se percebe a necessidade de trabalhar a EA na EJA, tendo
presente que grande parte dos alunos que se utilizam dessa modalidade educativa,
apresenta pouca escolarização e pertence a classes sociais em situação de
vulnerabilidade socioambiental (GUIMARÃES et al, 2008).
23

3.6. Problemática dos resíduos sólidos urbanos

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), segundo a norma


10004, conceitua os resíduos sólidos como materiais nos estados sólido e semi-
sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição. São também todo e qualquer material
descartado e indesejável, resultante da ciclagem de materiais pelos sistemas
produtivos humanos. Os resíduos sólidos podem ser classificados a partir de três
critérios: por sua natureza física (seco ou molhado), por sua composição química
(matéria orgânica ou inorgânica) e pelos riscos potenciais ao meio ambiente
(perigosos, inertes e não-inertes).
A crescente concentração populacional em áreas urbanas e o consequente
aumento da produção de resíduos domésticos e industriais vêm gerando muitos
problemas relacionados à forma de disposição desses resíduos e,
consequentemente, em relação à contaminação de solos e águas subsuperficiais
(ELIS; ZUQUETTE, 2002, p. 119).
No caso da RMC, 14 municípios, dentre eles o município de Pinhais,
faziam a disposição final dos seus resíduos no aterro da Caximba, localizado no
extremo sul de Curitiba. Em 2002, o Aterro teve seu esgotamento decretado, após
receber mais de 11 milhões de toneladas de resíduos (3,4 vezes a capacidade
inicial) (NETO; MOREIRA, 2009). Porém, a falta de uma solução viável forçou as
autoridades a mantê-lo em funcionamento até novembro de 2010.
Os efeitos poluentes e degradantes da disposição inadequada dos rejeitos
oriundos das unidades domésticas de cada município geram um problema ambiental
que afeta a todos, uma vez que agride o meio ambiente. Por essa razão, áreas de
disposição de resíduos, tanto sólidos quanto líquidos, têm merecido especial
atenção por parte dos órgãos públicos e instituições de pesquisa relacionadas ao
meio ambiente, no sentido de avaliar o nível de poluição causado por estes resíduos
e procurar estabelecer procedimentos para minimizar seus impactos negativos
(NAIME; ROCHA, 2009, p.2). No caso do aterro da Caximba, os impactos causados
pelo aterro levarão no mínimo 50 anos para serem absorvidos.
24

Uma forma de reduzir os impactos dos resíduos no ambiente é seguir um


plano de gerenciamento de resíduos. As diretrizes das estratégias de gestão e
gerenciamento de resíduos sólidos urbanos buscam atender aos objetivos do
conceito de prevenção da poluição, evitando-se ou reduzindo a geração de resíduos
e poluentes prejudiciais ao meio ambiente e à saúde pública. Desse modo, busca-se
priorizar, em ordem decrescente de aplicação: a redução na fonte, o
reaproveitamento, o tratamento e a disposição final (ZANTA; FERREIRA, 2006, p.9).
A compostagem, nesse sentido, constitui-se numa alternativa para a disposição final
dos resíduos orgânicos, que representam a maioria dos resíduos dispostos no
aterro. Nesse processo, os resíduos orgânicos deixam de se tornar um problema
ambiental e transformam-se em um produto bastante útil.
O gerenciamento de resíduos sólidos urbanos deve ser integrado, ou seja,
deve englobar etapas articuladas entre si, desde a não geração até a disposição
final, com atividades compatíveis com as dos demais sistemas do saneamento
ambiental, sendo essencial a participação ativa e cooperativa do primeiro, segundo e
terceiro setor, respectivamente, governo, iniciativa privada e sociedade civil
organizada (ZANTA; FERREIRA, 2006, p.1).

3.7 Compostagem

3.7.1 Definição

Compostagem é o processo natural de decomposição biológica de


materiais orgânicos de origem animal e vegetal, pela ação de microorganismos.
A compostagem pode ser aeróbia ou anaeróbia, em função da presença ou
não de oxigênio no processo. Na compostagem anaeróbia a decomposição é
realizada por microorganismos que podem viver em ambientes sem a presença de
oxigênio, ocorrendo em baixa temperatura, podendo exalar fortes odores caso não
seja bem controlada e, em relação à aeróbica, levando mais tempo até que a
matéria orgânica se estabilize (MONTEIRO et al, 2001, p. 124).
Na compostagem aeróbia, processo mais adequado ao tratamento do
resíduo domiciliar, a decomposição é realizada por microorganismos que só vivem
25

na presença de oxigênio. A temperatura pode chegar a até 70ºC, os odores


emanados não são agressivos e a decomposição é mais rápida (MONTEIRO et al,
2001, p.124).
O processo de compostagem de resíduos orgânicos tem como produto
final o composto orgânico, um material rico em húmus e nutrientes minerais que
pode ser utilizado na agricultura como recondicionador de solos, com algum
potencial fertilizante (MONTEIRO et al, 2001, p.124).
Por dia, o Brasil produz cerca de 250.000 toneladas de resíduo. Desse
total, 60% correspondem a resíduos orgânicos passíveis de serem compostados, ou
seja, transformados em adubo orgânico e utilizados, principalmente, nas hortas e na
produção de mudas. Com esta prática sustentável, alguns benefícios podem ser
verificados, como: Redução considerável do volume de resíduo encaminhado aos
aterros sanitários e lixões; O composto, por ser muito rico em nutrientes, pode ser
utilizado na agricultura, melhorando o desenvolvimento de plantas e jardins;
Redução do uso de fertilizantes químicos; Aumento da capacidade de infiltração de
água no solo; Redução da erosão do solo, entre outros.
No entanto, verifica-se atualmente que, infelizmente, a compostagem é um
processo ainda pouco praticado no país, fazendo-se necessária a criação de novos
mecanismos de difusão e popularização desse conhecimento na sociedade
(FAVRIN; SILVA; BOAS, 2009, p.114).

3.7.2 Fases da Compostagem

O processo ocorre em três fases. A primeira, normalmente denominada


decomposição (bioestabilização), é a fase em que ocorre decomposição da matéria
orgânica facilmente degradável, como, por exemplo, carboidratos. A temperatura
pode chegar naturalmente a 65-70 °C. Nesta temperatura, durante um período de
cerca de 15 dias, é possível eliminar as bactérias patogênicas (GROSSI; VALENTE,
2002, p.15).
Na segunda fase, conhecida como maturação (reestruturação), há
presença, principalmente, de bactérias, actinomicetes e fungos. A temperatura fica
na faixa de 45-30 °C, e o tempo pode variar de 2 a 4 meses (GROSSI; VALENTE,
2002, p.15).
26

Já, na terceira fase, mais conhecida como humificação, a celulose e lignina


são transformadas em substâncias húmicas, que caracterizam o composto pelos
pequenos animais do solo, como, por exemplo, as minhocas. A temperatura cai para
a faixa de 25-30 °C (GROSSI; VALENTE, 2002, p.15).

3.7.3 Fatores que influenciam a compostagem

O resíduo domiciliar conta naturalmente com os microorganismos


necessários para a decomposição da matéria orgânica em quantidade suficiente e,
havendo controle adequado da umidade e da aeração, esses microorganismos se
proliferam rápida e homogeneamente em toda a massa.
Existem também presentes nos resíduos, microorganismos patogênicos,
como salmonelas e estreptococos. Esses microorganismos são eliminados pelo
calor gerado no próprio processo biológico, pois não sobrevivem a temperaturas
acima de 55ºC por mais de 24 horas (MONTEIRO et al, 2001, p.125).
No processo de compostagem aeróbia, os microorganismos necessitam
de oxigênio para seu metabolismo. Fatores como umidade, temperatura e
granulometria influenciam na disponibilidade de oxigênio, e a sua falta resulta na
emanação de odores desagradáveis, sendo necessário, portanto, o revolvimento do
material (MONTEIRO et al, 2001, p.125). Esse processo pode ser feito com pás
carregadeiras ou máquinas especiais. Em pequenas unidades, este reviramento
pode ser feito à mão.
Na fase aeróbia, quanto maior for a exposição ao oxigênio da matéria
orgânica, maior será a sua velocidade de decomposição. Dessa forma, quanto
menor for o tamanho da partícula, maior será a superfície de exposição ao oxigênio
e, consequentemente, menor o tempo de compostagem (MONTEIRO et al, 2001,
p.125).
Outro fator que deve ser controlado é a relação C/N, devendo esta estar
em torno de 25 a 30 partes de carbono para uma parte de nitrogênio. Uma pilha com
uma relação C/N muito superior a 25 ou 30 levará bastante tempo para se
decompor. Se a relação C/N é muito baixa, ou seja, se tiver muito nitrogênio, a pilha
provavelmente irá liberar o excesso na forma de gás de amônia, com forte cheiro
(GROSSI; VALENTE, 2002, p.5).
27

3.7.4. Tipos de Composteiras

Existem vários tipos de composteiras. Cada modelo apresenta suas


particularidades, devendo a escolha depender das condições disponíveis, do tempo
e cuidado que será dispensado, do tipo de resíduo gerado, entre outros fatores
(LAMANNA, 2008, p.31).
Dentre os tipos de composteiras mais conhecidas, estão a composteira de
caixa de madeira, a composteira de rede metálica, composteira com três caixas fixas
de madeira e arame, composteiras de tambores e latas, composteiras de tijolo e a
composteira em barril rotativo.

3.7.5 Características do composto orgânico

O composto orgânico produzido pela compostagem do resíduo domiciliar


tem como principais características a presença de húmus e nutrientes minerais e sua
qualidade é função da maior ou menor quantidade destes elementos.
O húmus torna o solo poroso, permitindo a aeração das raízes, retenção de
água e dos nutrientes. Os nutrientes minerais podem chegar a 6% em peso do
composto e incluem o nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e ferro, que são
absorvidos pelas raízes das plantas. O composto orgânico pode ser utilizado em
qualquer tipo de cultura, associado ou não a fertilizantes químicos. Pode ser
utilizado para corrigir a acidez do solo e recuperar áreas erodidas (MONTEIRO et al,
2001, p.126).

3.8. Educação Ambiental e a questão dos resíduos

Para solucionar a problemática que envolve os resíduos sólidos, como a


disposição inadequada em lixões que contaminam o solo e os recursos hídricos e a
saturação de aterros sanitários, é necessário que os municípios adotem o
gerenciamento integrado de resíduos sólidos, que compreende a redução da
geração destes, a reutilização, a reciclagem de materiais que podem servir de
matéria prima e a compostagem que trata o resíduo orgânico, dando a este uma
28

nova utilidade. Todas essas ações, realizadas de forma integrada e


estrategicamente orientadas pelos princípios da EA, acarretam na diminuição do
desperdício e promovem a geração de renda no meio urbano (SANTOS; FEHR,
2007, p.164).
A EA constitui um processo informativo e formativo dos indivíduos,
desenvolvendo habilidades e modificando atitudes em relação ao meio, tornando a
comunidade educativa sensibilizada com a sua realidade global. Uma finalidade da
EA é despertar a preocupação individual e coletiva, contribuindo para a construção
de valores sociais, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente. Assim, torna-se necessário mudar o comportamento do homem com
relação à natureza, com o objetivo de atender às necessidades ativas e futuras, no
sentido de promover um modelo de desenvolvimento sustentável (SOARES;
SALGUEIRO; GAZINEU, 2007, p.5).
Considerando que parte dos resíduos gerados pelas atividades humanas
ainda apresenta valor comercial, se manejado de maneira adequada, deve-se adotar
uma nova postura e começar a ver o resíduo como uma matéria-prima potencial
(SOARES; SALGUEIRO; GAZINEU, 2007, p.5).
De acordo com o Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE)
2006, a EA com relação aos resíduos sólidos deve ser difundida tendo como foco os
três R’s (Reduzir, Reutilizar, Reciclar), sensibilizando e informando a sociedade, com
o objetivo de aumentar a sua consciência ambiental.
29

4. METODOLOGIA

4.1. Identificação dos resultados já obtidos pelo projeto anterior referente à


Proposta de Educação Ambiental para duas escolas municipais em Pinhais

Como o presente projeto consiste na continuidade do Trabalho intitulado


“Estudo de caso: Educação Ambiental voltada a Resíduos Sólidos Urbanos nas
escolas municipais Felipe Zeni e Aroldo de Freitas – Pinhais – PR”, foram analisados
os resultados obtidos neste, assim como as sugestões e orientações apresentadas
e, com esse material, foi feito um resumo para ser apresentado à Secretaria
Municipal de Educação de Pinhais.

4.2. Reunião com a Secretaria Municipal de Educação de Pinhais

No dia 1º de setembro de 2010 foi realizada uma reunião com a Secretaria


Municipal de Educação de Pinhais, com o objetivo de apresentar os resultados
obtidos no projeto anterior, em que foi constatado que as escolas apresentavam
grande quantidade de desperdícios nas merendas, a maioria vinda diretamente da
cozinha. Também foram discutidos os planos do projeto atual, como seriam
realizadas as oficinas e a implantação das composteiras nas escolas.
Neste encontro também foi sugerido, pela Secretaria, a aplicação da oficina
sobre compostagem aos alunos da EJA, Educação de Jovens e Adultos, para
estimular a participação destes no projeto.
Após a visita à Secretaria, no mesmo dia, foi feita uma visita na escola
Municipal de Ensino Especial Elis de Fátima Zen. A visita foi realizada com o intuito
de conhecer o processo de compostagem e a horta existente na escola, para
verificar o desenvolvimento destes dentro de uma realidade escolar e trocar ideias e
experiências com as mentoras e executoras do projeto.
30

4.3. Preparação das oficinas

Para a preparação dos temas abordados nas oficinas, foram consultadas


as referências já citadas na revisão bibliográfica, buscando-se um embasamento
teórico para montar as apresentações em forma de slides. Foram feitas
apresentações sobre o tema compostagem (Anexo A). As apresentações
envolveram os problemas da disposição dos resíduos no ambiente, a explicação do
processo de compostagem, os fatores que afetam o processo, os materiais que
podem e que não podem ser compostados, além dos tipos de composteiras e os
cuidados com a sua manutenção.
Foi também elaborada uma apresentação para estimular uma discussão
sobre a questão do desperdício de alimentos e a parte nutricional, com base no
cardápio da escola (Anexo B). A apresentação foi baseada em um site educativo
que trata da nutrição mais voltada para o público infantil (SMARTKIDS, 2010).
Foram abordados temas como: Classificação dos alimentos, tipos de vitaminas e
sais minerais, sugestões de como aplicar essas informações de acordo com o
cardápio da escola, além de sugestões de atividades a fim de reduzir o desperdício
nas escolas.

4.4 Oficinas

4.4. 1 Oficina com a EJA da Escola Municipal Felipe Zeni

No dia 6 de outubro de 2010, às 19 horas, foi realizada uma oficina de


aproximadamente uma hora e meia sobre o tema compostagem com os alunos da
EJA da Escola Municipal Felipe Zeni. Primeiramente, a professora Tamara Simone
van Kaick, responsável pelo projeto da Petrobrás na Universidade, apresentou os
objetivos gerais do projeto aos alunos e, em seguida, o tema compostagem foi
apresentado. O objetivo dessa oficina foi, além de apresentar o tema aos alunos,
solicitar o auxílio tanto na montagem das composteiras como para a manutenção
posterior, necessária para o bom desenvolvimento do processo.
31

4.4.2 Oficina com os professores da Escola Municipal Aroldo de Freitas

No dia 22 de outubro de 2010, foi realizada uma oficina com os professores


da escola Municipal Aroldo de Freitas, sendo realizada em dois turnos. No período
da manhã das 10h 30min às 11h 30min e no período da tarde da 13h às 14h. Nessa
oficina foram expostos os temas compostagem e nutrição, tendo como objetivos
revisar o processo de compostagem que já havia sido apresentado no projeto
anterior, apresentar os modelos de composteiras a serem implantados na escola,
bem como apresentar sugestões de atividades para fazer com os alunos a fim de
diminuir os desperdícios na escola.

4.4.3 Oficina com os professores da Escola Municipal Felipe Zeni

No dia 28 de outubro de 2010, foi realizada uma oficina com os professores


da Escola Municipal Felipe Zeni, também realizada em dois turnos. No período da
manhã, das 10h 30min às 11h 30min, e no período da tarde, das 13h 30min às 14h
30min. Nessa oficina, foram tratados os mesmos temas aplicados na Escola
Municipal Aroldo de Freitas.

4.5 Escolha das composteiras

Para cada escola foram definidos tipos diferentes de composteiras, com o


objetivo de que as escolas possam analisar as diferenças entre elas e verificar qual
é a melhor opção para o ambiente escolar. Na escolha das composteiras, foi
considerado o espaço, o tipo de resíduo, o acesso, as condições do ambiente, os
custos e, além disso, a possibilidade de fazer atividades com os alunos envolvendo
a composteira, de forma a gerar maior interesse e, consequentemente, maior
aprendizado.
32

4.6. Implantação das Composteiras na escola Municipal Felipe Zeni

No dia 20 de outubro de 2010, das 20h às 21h, ocorreu o processo de


implantação das composteiras na escola Felipe Zeni. Como combinado, uma
composteira foi levada pronta, enquanto a outra foi montada com a ajuda dos alunos
da EJA. Na mesma oportunidade, também foram esclarecidas possíveis dúvidas
com relação ao processo. Durante a implantação, foi fornecido um cartaz para ficar
junto das composteiras com um resumo do que foi apresentado na oficina, com a
finalidade de que este possa ser consultado em caso de dúvidas.

4.7. Implantação das composteiras na escola Municipal Aroldo de Freitas

No dia 22 de outubro de 2010, às 15 horas, logo após a realização da


oficina do período da tarde, ocorreu o processo de implantação das composteiras na
escola Aroldo de Freitas. Uma das composteiras foi levada quase pronta enquanto
que para a outra foram levados os materiais para a construção no local. Também
foram fornecidos cartazes para ficar junto das composteiras, possibilitando a
consulta em caso de dúvidas.

4.8. Visita às escolas para acompanhar o processo

No dia 27 de outubro de 2010, foram feitas visitas em ambas as escolas


com o objetivo de verificar o andamento do processo de compostagem e verificar a
necessidade de possíveis adaptações das composteiras.

No dia 5 de novembro de 2010, também foram feitas visitas nas duas


escolas para fazer as adaptações necessárias, além de também verificar o processo
de compostagem e os possíveis problemas encontrados.
33

4.9. Planejamento do projeto para o ano de 2011

O projeto “Vida à Água” possui a duração de dois anos. No ano de 2011,


serão monitoradas as atividades desenvolvidas em 2010 nas escolas trabalhadas,
além da análise dos resultados apresentados e divulgação para as outras escolas do
município e para a comunidade em geral. Além disso, também serão desenvolvidas
mais atividades aplicando os conhecimentos obtidos das oficinas desenvolvidas.
Esse planejamento foi realizado de forma mais específica por outro grupo envolvido
no projeto (AKISHINO; TAKAHASHI, 2010).
34

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Identificação dos resultados já obtidos pelo projeto anterior

Conforme constatado no trabalho anterior, tanto na escola Aroldo de


Freitas como na Felipe Zeni, grande quantidade de merenda era desperdiçada, não
havendo separação adequada dos resíduos. A Tabela 1 apresenta a quantidade
gerada em quilogramas por tipo de resíduo nos diferentes dias da semana da escola
Felipe Zeni.

Tabela 1. Quantidade de resíduos sólidos gerados por tipo (Escola Felipe Zeni)

Tipo de resíduo Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Sexta-feira


Papel misturado 5,270 kg
com orgânico
(proveniente da
sala de aula)
Papel misturado 1,530* kg
com vidro
Misturado*** 22,315* kg 2,280* kg 7,0* kg
Orgânico
(proveniente da 5,090* kg 55,325* kg 8,0** kg
cozinha)
*pesagem realizada no período da manhã
**pesagem realizada no período da tarde
***resíduo composto por papéis, embalagens plásticas e material orgânico
Fonte: FERMINO; YUEN, 2010

Como pode ser observado na Tabela 1, a maior quantidade de resíduos


orgânicos gerados ocorre na quarta-feira. Nesse dia, a merenda servida é refeição
(arroz, farofa, feijão e carne). Pode-se observar que na terça e na sexta, a
quantidade gerada é muito menor, nesses dias a merenda é lanche (chá, vitamina,
bolacha, bolo, entre outros).
35

Dessa forma, é possível observar que as crianças apresentam preferência


por lanches e que também ocorre uma falta de planejamento na hora do preparo da
merenda, pois a maioria das sobras vem da própria cozinha, e não das salas de aula
(FERMINO; YUEN, 2010, p. 38).
A Tabela 2 mostra a quantidade gerada por tipo de resíduo nos diferentes
dias da semana na escola Aroldo de Freitas.

Tabela 2. Quantidade de resíduos sólidos gerados por tipo (Escola Aroldo de Freitas).

Tipo de resíduo Segunda-feira Terça-feira Quinta-feira


Papel misturado 30, 315 kg 3,245 kg 0,745 kg
com orgânico
(proveniente da
sala de aula)
Metal 2,470 kg
Papel misturado 5,785 kg
com plástico
Orgânico 73, 025 kg 20 kg 50,0 kg
(proveniente da
cozinha)
Papel 0,900 kg
Papel higiênico 0,975 kg
Plástico 1,640 kg

Fonte: FERMINO; YUEN, 2010

Pode-se observar que a maior quantidade de orgânico proveniente da


cozinha ocorreu na segunda e quinta-feira, dias em que são servidas refeições
(arroz, feijão, macarrão, carne, salada, entre outros).
Segundo Fermino; Yuen (2010), ao mencionar essa informação para as
professoras nas oficinas, todas ficaram surpresas, pois a sua grande maioria
estimula o resíduo zero, ou seja, a criança só pega a quantidade que ela irá comer.
Além disso, as professoras da Felipe Zeni comentaram que em sua escola alguns
alunos pedem para repetir o prato e não podem devido ao fato de que a merenda
deve ser distribuída de forma igual para cada sala, e também por falta de merenda
para realizar repetições.
36

5.2 Reunião com a Secretaria Municipal de Educação de Pinhais

Assim como as professoras, quando mostrados os valores obtidos no


trabalho anterior, a professora Meyre M. de Assis e a coordenadora da EJA,
representantes da Secretaria, demonstraram surpresa com a quantidade de
alimentos pesados, afirmando que as merendeiras são instruídas a verificar o
número de alunos presentes antes do preparo e a pesar os alimentos não
consumidos, para controle e melhor gerenciamento. Portanto, iriam verificar o que
poderia estar ocorrendo nas escolas.
Para auxiliar no combate ao desperdício, foi proposto que os professores
abordassem, durante a aula, aspectos nutricionais dos alimentos servidos no dia. O
conhecimento, por parte dos alunos, sobre a importância de cada nutriente, as suas
funções e quais as consequências da sua falta no organismo, pode incentivar o
consumo e diminuir as sobras nos pratos. Essas informações poderiam ser
reforçadas nas aulas de ciências, de forma a haver uma integração com a disciplina.
Também se sugeriu buscar saber a opinião dos alunos quanto ao prato do
dia, por meio de painéis onde eles pudessem indicar se estão satisfeitos ou não.
Essa atividade teria como finalidade conhecer os gostos dos alunos e tentar fazer o
que é mais aceito pela maioria, o que ajudaria também a reduzir os desperdícios.
Outra proposta foi a de fazer palestras para as merendeiras visando a uma
melhor utilização e aproveitamento dos alimentos para evitar desperdícios, pois,
como foi verificado, grande parte do alimento descartado tem origem na própria
cozinha. Nesta mesma palestra, poderiam ser feitas orientações quanto à
segregação dos resíduos.
A disposição final dos resíduos das escolas também foi discutida, sendo
que o tratamento dos resíduos orgânicos pelo método da compostagem acordado
com os professores, por ocasião das oficinas realizadas pelo projeto antecessor, foi
muito bem aceito. Foi, então, discutido qual seria a composteira mais indicada para
o caso das escolas, visto que ambas apresentam o problema de invasão nos finais
de semana. Foi comentado que uma composteira simples seria mais proveitosa para
o ensino e, quanto ao vandalismo, as professoras acreditam que não haveria a
necessidade de proteger as composteiras, sendo apenas necessária a utilização de
grades para o caso das hortas, que chamariam mais a atenção.
37

A coordenadora da EJA propôs, então, que fosse aplicada uma oficina para
os alunos da EJA, pois eles estavam interessados no assunto e a partir da oficina
poderia, inclusive, surgir a oportunidade de conseguir ajuda na montagem das
composteiras com os próprios alunos.

5.3 Oficinas

5.3.1 Oficina com a EJA

Na oficina realizada com os alunos da EJA, foram apresentados em forma


de slides a problemática dos resíduos e o processo de compostagem. Houve a
participação de dez alunos e da professora. Na figura 1 podem ser observados
alguns alunos.
Os alunos demonstraram grande interesse no assunto exposto, de forma
participativa, e a professora colaborou bastante com o trabalho, aproveitando a ideia
para o seu projeto de final de ano.
Durante a apresentação sobre compostagem, os alunos fizeram algumas
perguntas sobre o funcionamento do processo e os tipos de composteiras. Uma das
alunas comentou que fazia a compostagem em sua casa, adicionando os materiais
orgânicos em uma lata fechada e os resultados por ela obtidos com a utilização do
composto formado. Segundo a aluna, o composto obtido é de alta qualidade, e
apresenta um alto poder fertilizante, fazendo com que suas plantações cresçam
bastante e de forma rápida. Quanto a isso, foi comentada a possibilidade da
utilização do composto natural no lugar dos fertilizantes, que além de trazerem
problemas à saúde também geram resíduos que necessitam de um tratamento para
serem dispostos.
38

Figura 1. Oficina realizada com a EJA


Fonte: Autoria própria, 2010.

Foi possível perceber que os alunos entenderam a importância da


compostagem e, acreditam que, se cada um fizer a sua parte, a problemática dos
resíduos tende a diminuir consideravelmente.
No final da apresentação, foi solicitado aos alunos que eles ajudassem a
cuidar da composteira e a controlar todos os fatores que foram apresentados para o
bom andamento do processo, assim como auxiliar no repasse das informações para
as outras pessoas que freqüentam a escola. A ideia foi muito bem aceita e eles
ainda comentaram que gostariam de participar do processo de montagem, pedindo
que uma das composteiras fosse montada no turno da noite, em que eles estão na
escola. Quanto à montagem, um dos alunos se mostrou interessado nos materiais
que seriam utilizados e deu dicas de lugares para se encontrar, inclusive
colaborando com essa busca.
Além da compostagem, também foi discutida a situação dos rios da região,
sendo esta, motivo de preocupação dos alunos, que ainda comentaram sobre os
resíduos que são dispostos nos rios e as enchentes enfrentadas nos últimos tempos
no município. Ainda no tema resíduo, os alunos destacaram a importância de ter um
39

local para dispor o óleo de cozinha, visto que não tinham conhecimento de nenhum
na região. Outra aluna comentou que fazia sabão com o óleo e se disponibilizou a
explicar o processo em oficinas que serão realizadas no final do ano.
Em um trabalho desenvolvido por SANTOS (2007), em Araguari, Minas
Gerais, a compostagem foi implantada na comunidade escolar de forma a
multiplicar os conhecimentos aos cidadãos que estão direta ou indiretamente
relacionados com ela. O objetivo do trabalho, então, seria expandir a prática para
todas as residências da cidade, diminuindo os impactos com os resíduos orgânicos.
Para isso, foram selecionados alunos potencialmente multiplicadores para assistir
uma palestra sobre o assunto. O objetivo do presente trabalho também é ampliar a
prática da compostagem, sendo então passadas as informações necessárias para
que, em oficinas organizadas pela escola, esse trabalho seja divulgado. Assim como
no trabalho de Araguari, foi sugerido que os alunos que tinham mais experiência ou
que se mostraram mais interessados atuassem como multiplicadores podendo
aplicar as oficinas, possibilitando que a própria comunidade possa desenvolver o
projeto em suas casas.

5.3.2 Oficina com os professores da escola Aroldo de Freitas

Na oficina com as professoras da escola Aroldo de Freitas, foi também


apresentada a problemática da disposição dos resíduos e o processo de
compostagem como alternativa, lembrando que a escola produz grande quantidade
de resíduos passíveis de serem compostados, tais como cascas de frutas e
verduras, pacotinhos de chá e borra de café. No turno da manhã, participaram duas
professoras, enquanto que no turno da tarde, quatro professores. A Figura 2
apresenta a oficina realizada no período da tarde.
40

Figura 2. Oficina realizada com os professores da Escola Municipal Aroldo de Freitas


Fonte: Autoria própria, 2010.

Os professores dos dois turnos mostraram-se bastante interessados e


fizeram perguntas quanto ao que poderia ser compostado, sobre o possível odor que
a composteira poderia gerar, bem como dúvidas a respeito dos cuidados e de como
fazer a compostagem. Na apresentação, também foram mostradas as composteiras
que seriam aplicadas na escola e o seu funcionamento. Além disso, foram propostas
atividades para os alunos com base nas composteiras, tais como ajudar no controle
de temperatura e umidade do composto, assim como ajudar a revolver o material
para que haja aeração e o processo ocorra de forma mais rápida e sem gerar
possíveis problemas como mau cheiro, entre outros.
Para incentivar o desperdício zero, foi realizada uma apresentação
abordando a importância dos alimentos, das vitaminas e sais minerais, bem como
sugestões de como fazer essas atividades de acordo com o cardápio da escola.
Dentre as sugestões estava, conforme discutido na reunião com a Secretaria
Municipal de Educação de Pinhais, montar uma pequena aula de acordo com a
merenda do dia. Também foi sugerido que os próprios alunos poderiam montar
cartazes e escrever sobre a merenda do dia.
As professoras acharam a sugestão interessante e comentaram que já
incentivavam o desperdício zero, porém não dessa forma, apenas pedindo para que
os alunos pegassem somente o que elas consumiriam, de forma a não deixar sobras
no prato. Também foi comentado que muitas vezes os alunos não comem porque
não conhecem determinado alimento, dessa forma essa atividade seria bem útil, já
41

que os alimentos seriam apresentados. Uma das professoras já estava trabalhando


a pirâmide alimentar com os seus alunos, e acolheu a ideia para tratar junto com a
pirâmide. Assim, os professores ficaram encarregados de providenciar o cardápio do
semestre elaborado pela Secretaria, para fazer essas atividades, que, além de
incentivar que as crianças não deixem comida no prato, também será uma soma
muito importante para o aprendizado, estimulando uma nutrição mais adequada.
Para as atividades, foi indicado um site (SMARTKIDS, 2010) que apresenta a
nutrição de forma simples, mais voltada para crianças, no qual a apresentação da
oficina foi baseada. No site, são encontrados jogos e figuras para colorir, que
poderiam ser utilizados nas aulas.
Outra proposta discutida foi a de saber a opinião dos alunos sobre a
merenda. Esse processo poderia ser feito por meio de uma análise sensorial, como
foi realizado no trabalho de Conrado e Novelo (2007), na rede municipal de ensino
da cidade de Inácio Martins, no Paraná. Neste trabalho foi utilizada uma ficha em
que as crianças avaliavam a merenda pela análise sensorial, marcando uma das
seguintes opções: “gostou muito do lanche”, “gostou do lanche” e “não gostou do
lanche”. Era pedido que a avaliação fosse realizada de forma individual, sem trocar
informações com os colegas, para que não houvesse influências. Com esses
resultados então, foram feitas análises estatísticas que possibilitaram verificar a
aceitação dos alunos com relação à merenda oferecida.
Depois do exposto, uma das professoras comentou que já procurava saber
a opinião dos alunos, mas que achava que esta ação não traria resultados, pois o
cardápio é preparado pela Secretaria Municipal de Educação junto com
nutricionistas especializados, sendo difícil a sua alteração. Quanto a isso, foi
informado que segundo a reunião com a Secretaria de Educação seria necessário
apenas apresentar dados estatísticos para possíveis mudanças e adaptações do
cardápio, para que alimentos não muito aceitos pelos alunos fossem evitados.
No final da oficina, os professores foram convidados a ir até o quintal da
escola para ver como ficariam as composteiras, também foram pedidas sugestões
de onde colocá-las, da forma que facilitasse o acesso dos alunos, bem como o seu
controle. Os professores esclareceram as dúvidas com respeito ao funcionamento
das composteiras e se mostraram bastante dispostos a desenvolver o processo,
mas alguns também demonstraram preocupações quanto ao possível vandalismo
42

que poderia ocorrer devido à exposição e as condições da escola. Como as


composteiras ainda estavam em processo de montagem, os professores foram
convidados a retornar mais tarde para vê-las prontas.
Foi mostrado também, um cartaz instrutivo (Anexo C) que ficaria perto das
composteiras. Um professor, então, sugeriu que se fizessem cópias dos cartazes
para utilização didática.

5.3.3 Oficina com as professoras da escola Felipe Zeni

Nas oficinas realizadas na escola Felipe Zeni, procedeu-se da mesma


forma, com a participação de três professoras pela manhã e duas no turno da tarde.
A figura 3 apresenta a oficina aplicada no turno da manhã.

Figura 3. Oficina realizada com as professoras da Escola Municipal Felipe Zeni


Fonte: Autoria própria, 2010.

No turno da manhã, uma das professoras presentes comentou que fazia a


compostagem em casa, misturando os resíduos orgânicos com a terra e que, o
composto gerado, assim como citado pela aluna da EJA, era bastante eficiente.
Além disso, ela afirmou que não apresentava problemas com o mau cheiro.
Quanto às composteiras a serem implantadas na escola, as professoras se
mostraram interessadas no funcionamento, no que poderia ser colocado, além de
43

demonstrarem estar dispostas a fazer atividades envolvendo os alunos no processo,


sendo, inclusive, sugerido por uma das professoras que cada dia uma turma fosse
responsável pela composteira, fazendo o revolvimento, adicionando o material e
controlando o processo como um todo. As professoras também destacaram a
importância de os alunos conhecerem o funcionamento das composteiras e saberem
da necessidade dos cuidados e controles necessários, pois assim se sentirão
responsáveis para o bom andamento da atividade e, consequentemente, serão
incentivadas a cuidar.
Com relação às atividades, foi proposto que, quando se iniciasse o
processo, esse controle fosse feito como no projeto feito em Araguari, anteriormente
citado. Nesse projeto também foi feito o processo de compostagem e para fazer o
monitoramento diário foram desenvolvidas planilhas. Essas planilhas apresentavam
espaço para o nome do aluno, série, temperatura do composto, umidade boa ou
ruim e algum problema a notificar. Dessa forma, os alunos ficaram responsáveis por
verificar a temperatura e umidade do composto, marcar numa tabela e verificar
algum problema visível.
Quanto ao composto, as professoras comentaram que na escola não teria
aonde utilizá-lo, visto que não há plantações e horta. Foi sugerido, então, que se
montasse uma horta, para que assim como com a composteira, pudessem ser feitas
atividades com os alunos, a fim de incentivar os cuidados. As professoras ficaram
bem animadas com a ideia e comentaram em conversar com a diretora para criar
essa possibilidade. Outra possibilidade seria a de doar esse composto para a
Secretaria de Meio Ambiente, possibilitando plantios em canteiros e matas ciliares,
ou até mesmo a distribuição do composto aos alunos, motivando-os com a atividade.
Já no assunto desperdício, as professoras, assim como as professoras da
Aroldo de Freitas, comentaram que uma das maiores causas é o não conhecimento
por parte dos alunos de alguns tipos de alimentos servidos, exemplificando inclusive
com algumas frutas que foram rejeitadas, justamente pelo não conhecimento. Outra
professora comentou que é importante expor sobre os nutrientes dos alimentos
porque, como por exemplo, com as frutas, nos últimos anos, por ter um aumento do
consumo de sucos de caixa, os alunos acabam não tendo o conhecimento de que
existe a fruta e a possibilidade de fazer um suco natural, mais nutritivo.
44

As professoras também falaram sobre o curso de nutrição e aproveitamento


dos alimentos que estavam fazendo, comentando a possibilidade de utilização de
cascas de legumes e frutas na alimentação. Esse aproveitamento, junto com a
compostagem dos resíduos restantes, tende a trazer resultados consideráveis para
a escola, visto que há uma enorme produção de cascas de frutas e verduras.
Após a oficina da tarde, as professoras presentes foram até o pátio ver as
composteiras, foi então mostrada uma das composteiras já forrada com as folhas
secas, pronta para receber os resíduos. Para iniciar a compostagem, a diretora da
escola pediu para que as merendeiras guardassem as cascas da fruta que foi
servida no dia, no caso, o mamão. A Figura 4 apresenta a composteira já com algum
material adicionado.

Figura 4. Composteira de tambor rotativo com material


Fonte: Autoria própria, 2010.

Foi possível observar que havia uma enorme quantidade de cascas, sendo
cerca de três sacos de lixo cheios. Com isso, foi possível perceber que, futuramente,
caso o projeto das composteiras funcione da forma esperada na escola, haverá a
necessidade de expandí-lo. Essa quantidade também foi útil para ter a noção de
que, se todo esse resíduo um dia for compostado, já será uma grande contribuição
da escola para com o meio ambiente.
Em um projeto semelhante, desenvolvido por ADOLFO et al (2009), no
Centro Infantil Esperança do Amanhã, em Limeira, em que o processo de
compostagem foi implantado na escola juntamente com a EA, a compostagem, em
conjunto com a reciclagem e o reuso de materiais, foi responsável pela redução de
45

cerca de 70% do resíduo destinado à coleta pública. Esse trabalho mostra que, se
bem controlado, o projeto realmente funciona e traz resultados promissores para o
meio ambiente, além de possibilitar o envolvimento de alunos e professores com as
questões ambientais.
Devido ao tempo de execução curto (4 meses), não foi possível
acompanhar todo o processo de compostagem até a formação do composto. Porém,
resultados apresentados em projetos semelhantes, como o de Araguari, mostram
que essa prática tem bastante efeito e as atividades despertam o interesse dos
alunos. Um dos maiores problemas enfrentados na escola de Araguari, por exemplo,
foi conseguir elevar a temperatura até os níveis desejados, o que foi resolvido por
meio do controle do processo, a fim de manter o equilíbrio para a compostagem ter
um bom andamento.

5.4 Inserção da compostagem na Educação Ambiental

Como discutido nas oficinas, as composteiras implantadas nas escolas


proporcionariam a oportunidade de as professoras trabalharem a EA e a questão
dos resíduos de forma mais interativa. Essa forma de interação tende a despertar
maior interesse por parte dos alunos e, consequentemente maior sensibilização com
relação ao cuidado com o meio ambiente, o que consiste no maior objetivo da EA.
Além disso, o desperdício de alimentos é uma realidade de ambas as
escolas, assim como o problema da inadequada disposição de resíduos nos rios é
um problema do município como um todo, sendo também realidade dos alunos.
Trabalhar temas transversais, ou seja, trazer para ser discutida em sala de
aula a realidade do aluno, na busca de soluções para um mundo melhor, envolve e
motiva, além do que, não demanda grandes somas de recursos, apenas um ideal,
perseverança e compromisso, necessários para driblar os impedimentos
burocráticos, a fim de se realizar uma educação que tenha por prioridade a formação
de valores humanos, necessários à prática cidadã (ALVES; COLESANTI, 2005).
Expondo a importância do não desperdício e da destinação correta dos
resíduos e, delegando funções de modo a fazer com que os alunos se sintam
46

responsáveis pelas atividades e cuidados necessários com a compostagem, é


possível que os objetivos de EA sejam alcançados com sucesso.
Além dos alunos se sentirem motivados, é necessário que haja a
motivação dos professores e funcionários da escola também, pois o
desenvolvimento do processo depende de todos e, para isso, todos devem se sentir
responsáveis de alguma forma.

5.5 Escolha das composteiras

A escolha das composteiras levou em consideração o que foi discutido na


Secretaria Municipal de Educação de Pinhais, sendo então, pesquisados modelos
que proporcionassem maior aprendizado aos alunos, isto é, modelos manuais e de
fácil acesso.
Para auxiliar no processo de escolha, no dia 1 º de setembro de 2010, após
a visita à Secretaria, foi feita uma visita à escola especial Elis de Fátima Zen,
também localizada no Município de Pinhais. O motivo da visita foi o fato de a escola
já aplicar o processo de compostagem e horta. Na escola, os resíduos orgânicos da
cozinha são usados na compostagem e o composto produzido é, então, utilizado nas
hortas. A compostagem é feita por meio de uma pilha, isto é, os materiais a serem
compostados são dispostos em forma de pilhas juntamente com folhas secas e
galhos. Esta pilha fica disposta embaixo de uma árvore, com o intuito de não receber
radiação ou chuva direta.
A escola apresenta uma grande horta enfeitada onde são produzidos
diversos legumes e frutas, que são consumidos pelos próprios alunos, que
acompanham todo o processo de crescimento das plantas e frutos. Os alunos
ajudam a cuidar, tendo contato direto com a terra e com a composteira, o que é de
suma importância na aprendizagem e desenvolvimento deles. A visita foi importante,
pois foi possível verificar que se bem cuidada, a compostagem funciona nas escolas
e gera um composto de alta qualidade que pode ser utilizado em hortas na própria
escola.
O trabalho desenvolvido na escola Elis de Fátima Zen é similar ao trabalho
de RUFFINI et al (2005), em que foi desenvolvido um pátio de compostagem na
Escola Estadual Bento da Silva Serra, em São Carlos. Nesse pátio, até a data de
47

publicação do artigo já estavam implantadas 25 leiras, sendo que 13 delas já


estavam prontas, levando para a formação do composto cerca de dois a três meses.
Com o composto, foram feitas duas hortas, uma delas apenas com a terra da escola
e a outra aonde seria aplicado o composto produzido, a fim de verificar como a
utilização do composto pode otimizar o crescimento das sementes, sendo possível
ver grandes diferenças nas plantações.
Foi decidido, então, que seriam escolhidos dois modelos de composteira
para cada escola, com o objetivo de comparar futuramente qual a composteira mais
indicada para o ambiente e para as atividades com os alunos, além da possibilidade
de que com duas composteiras, maior é o volume de resíduo comportado.
Por se tratar de um ambiente escolar e da necessidade de favorecer
processos de atividades com os alunos, a principio seriam selecionados apenas
modelos aeróbios, visto que, modelos anaeróbios precisam ser extremamente
controlados para que não gerem odores, o que dificultaria as atividades.
Porém, após a oficina com a EJA, em que uma das alunas comentou que
fazia a compostagem com os resíduos da sua casa, por meio de um processo
anaeróbico, foi decidido que um dos modelos para a escola Felipe Zeni seria
anaeróbico, a fim de aproveitar a experiência que a aluna já tinha sobre o
funcionamento do processo. Assim, na Felipe Zeni seriam aplicadas uma anaeróbica
e outra aeróbica, sendo escolhidos os modelos de tambor e de tambor rotativo,
respectivamente, e na Aroldo de Freitas duas aeróbicas, sendo escolhidos os
modelos de tijolos e de tambor.

5.6 Composteiras

5.6.1 Composteira de tambor

Existem tambores de diversas dimensões e formas e, geralmente, são mais


caros que os outros materiais usados como composteiras. No caso do processo
aeróbico, a sua lateral deve ter diversos orifícios bem distribuídos para que haja
aeração do material, sendo que para o processo anaeróbico o tambor deve ser
muito bem vedado. Os tambores garantem uma solidez ao material e tendem a
48

perder menos calor para o ambiente, evitando problemas de, por exemplo, a
temperatura não atingir os níveis necessários para a prática, problema já citado
anteriormente no projeto desenvolvido em escolas em Araguari. A Figura 5 e a
Figura 6 apresentam as composteiras de tambor implantadas em ambas as escolas,
o cano de cima é colocado para a saída do gás carbônico gerado pela degradação
do material, enquanto que o cano de baixo, com um diâmetro maior, é colocado para
a coleta do composto, devendo ser tampado no caso da anaeróbica ou colocada
uma rede para evitar a entrada de insetos, no caso da aeróbica. A torneira presente
embaixo serve para que o biofertilizante, líquido formado pelos resíduos orgânicos e
excesso de umidade, caso se forme, seja retirado. Na Figura 7, pode-se verificar o
mesmo modelo de tambor, porém, com uma manivela, utilizada para revolvimento no
processo aeróbico. A parte interna da composteira anaeróbica pode ser observada
na Figura 8. Podem-se observar os pequenos orifícios ao fundo do tambor para a
passagem do biofertilizante, que ficará na parte de baixo, composta por metade de
outro tambor, que funciona como um recipiente. A rede é colocada para evitar que
resíduos passem pelos orifícios.

Figura 5. Composteira de tambor Figura 6. Composteira de tambor


aeróbica anaeróbica
Fonte: Autoria própria, 2010 Fonte: Autoria própria, 2010
49

Figura 8. Vista lateral da composteira de


tambor aeróbica
Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 7. Visão interna da


composteira de tambor anaeróbica
Fonte: Autoria própria, 2010.

5.6.2 Composteira de tambor rotativo

Esse modelo de composteira não exige muito espaço nem muito tempo de
dedicação, pois apresenta a vantagem do fácil revolvimento. O tambor deve ser
girado sempre que são adicionados novos materiais. Além disso, é um modelo fácil
e rápido de ser construído. Na Figura 9, é possível verificar o modelo implantado na
escola Felipe Zeni.
50

Figura 9. Composteira de tambor rotativo


Fonte: Autoria própria, 2010.

Por se tratar de um processo aeróbico, o tambor deve apresentar diversos


orifícios na sua superfície a fim de que haja uma boa aeração dos materiais. Esse
modelo é bastante interessante para fazer atividades com os alunos, já que o
revolvimento não exige que se mexa diretamente com o material e apresenta fácil
acesso para a adição de materiais.

5.6.3 Composteira de tijolos

Os tijolos garantem uma boa solidez para a composteira e, portanto, esse


modelo é bem interessante para escolas. Apesar da desvantagem de não ser
transportável como os outros modelos, apresenta a possibilidade de processar
grandes quantidades de matéria orgânica ao mesmo tempo. Na construção, é
importante que haja espaços entre os tijolos para que ocorra a aeração.
A composteira de tijolos também é bastante útil para as atividades
desenvolvidas com alunos, pois apresenta fácil acesso, facilitando o revolvimento,
controle da temperatura e umidade e adição de materiais. A Figura 10 apresenta a
composteira de tijolos implantada na Escola Aroldo de Freitas.
51

Figura 10. Composteira de tijolos


Fonte: Autoria própria, 2010.

Pode-se observar que foram deixados espaços entre os tijolos para


garantir uma boa aeração dos materiais.

5.7 Montagem das composteiras

Como sugerido pelas professoras das escolas nas oficinas organizadas no


projeto anterior, as composteiras aplicadas nas escolas são apenas modelos feitos
em pequena escala para testes, podendo ser adaptadas ou expandidas de acordo
com a situação e necessidade da escola.

5.7.1 Escola Municipal Aroldo de Freitas

Após a oficina com os professores, as composteiras foram montadas no


pátio da escola. As composteiras escolhidas para a escola foram as do tipo tambor e
de tijolos. Devido ao tempo e ferramentas necessárias para a construção da
composteira de tambor, esta foi levada pronta, necessitando apenas de algumas
montagens simples e retoques, sendo que a composteira de tijolos, por não ser
transportável, foi montada no local.
Para a montagem da composteira de tambor, foram utilizados dois
tambores, sendo que um dos tambores é cortado ao meio, funcionando como um
52

recipiente ao fundo do tambor inteiro para o armazenamento do biofertilizante, caso


ele venha a se formar. O tambor inteiro, portanto, além de conter orifícios bem
distribuídos por toda a superfície para a boa aeração, deve conter, também,
pequenos orifícios em sua parte de baixo e ser encaixado na metade do tambor
cortado. Os tambores foram presos com parafusos. No tambor cortado, usado como
recipiente, é colocada uma torneira para a saída do biofertilizante. Vale lembrar que
em processos bem controlados esse líquido não é formado e em casos de
compostagem aeróbica a sua formação é ainda mais difícil, sendo assim, essa
torneira é colocada por motivo de segurança. Entre os dois tambores, um pouco
acima da torneira é colocado, então, um cano para a coleta do composto. Como se
trata de um processo aeróbico e é extremamente importante que haja uma boa
aeração, este cano funciona como mais uma entrada para o ar, sendo necessária
apenas a colocação de uma proteção que evite a entrada de insetos, mas possibilite
essa aeração. Por este cano também se pode fazer o revolvimento do material com
uma pá, por exemplo.
Além disso, essa composteira também apresenta uma manivela na parte
externa, que quando girada faz o revolvimento do material.
Uma rede também é colocada no fundo do tambor inteiro para que
somente o líquido escoe para o recipiente e não haja o risco de passar materiais
pelos orifícios.
A tampa da composteira deve apresentar um cano acoplado para que
ocorra a saída de gases como o gás carbônico, além de também apresentar uma
trava para evitar que se abra facilmente.
Já, para a composteira de tijolos, foram necessárias, além dos tijolos, duas
telas de amianto para proteger a composteira. Os tijolos foram colocados de modo a
cercar uma área para a compostagem, podendo essa área ser expandida
facilmente. A composteira de tijolos pode ser montada de qualquer tamanho,
dependendo do espaço e da quantidade de resíduos produzidos. As telas foram
colocadas de modo a evitar que a radiação e a chuva atinjam diretamente o material,
prejudicando a compostagem.
Quanto ao local, a composteira de tambor ficou junto às lixeiras da escola
na área externa, apresentando a possibilidade de ser recolhida, enquanto a
composteira de tijolos, por não poder ser deslocada, ficou numa área externa,
53

próxima a uma árvore, conforme sugerido por uma professora e baseado na


apresentação exposta na oficina.

5.7.2 Escola Municipal Felipe Zeni

Após a oficina com a EJA, foi marcada uma data para que fossem
implantadas as composteiras na escola, sendo que uma delas seria montada com a
ajuda dos alunos.
A composteira de tambor rotativo foi levada pronta. Esta é composta de um
tambor que deitado, apresenta no seu centro uma abertura para a entrada do
material. O tambor apresenta orifícios em toda a sua superfície para facilitar a
aeração do material. Um cano atravessa o tambor e é utilizado para manter o tambor
no suporte. O suporte foi feito com madeira, mas também pode ser de metal.
Já a outra composteira, também é de tambor e funciona como a implantada
na escola Aroldo de Freitas, porém, por ser anaeróbica, não apresenta orifícios na
sua superfície e o cano utilizado para a saída do composto deve ser bem vedado
para evitar a entrada de ar.
Esta ultima composteira foi montada antes de ser levada à escola e os
alunos da EJA ajudaram com os retoques finais, colocando a torneira, a tela interna,
o cano externo para a saída de gás e fazendo os ajustes necessários. O processo
de montagem pode ser observado na Figura 11. Enquanto era montada a
composteira, foram sendo feitas explicações da utilidade de cada material e de como
iria funcionar.
54

Figura 11. Montagem da composteira com os alunos da EJA


Fonte: Autoria própria, 2010.

Depois que a composteira estava pronta, ela e a outra foram levadas no


pátio da escola, juntamente com o cartaz com as instruções e foi escolhido o melhor
lugar para colocá-las. Na Figura 12, podem ser observadas as composteiras e o
cartaz no pátio da escola.

Figura 12. Composteiras no pátio da Escola Municipal Felipe Zeni


Fonte: Autoria própria, 2010.

Com as composteiras no lugar, foi explicado o funcionamento de cada


composteira juntamente com a explicação de como deveria ser feita a
compostagem, seguindo o cartaz. O cartaz, então, ficou na parede ao lado das
composteiras para que caso haja dúvidas, este possa ser consultado.
55

O professor, que estava presente na montagem, se interessou pela


compostagem e perguntou se havia interesse em implantar o processo na outra
escola em que ele trabalha. Na mesma semana esse professor já conversou com a
diretora da outra escola e entrou em contato, se mostrando bastante disposto a
desenvolver a compostagem na escola. Isso mostra a importância de aplicar oficinas
e mostrar o funcionamento do processo, divulgando a ideia e, consequentemente,
ampliando o projeto para outras escolas e casas.

5.8 Acompanhamento do processo

Com a finalidade de verificar possíveis adaptações nos modelos


implantados, foi feita uma visita às duas escolas. Na escola Felipe Zeni, foi
analisada a possibilidade de colocar uma cobertura com telas de poli carbonato na
composteira de tambor rotativo, pois esta encontra-se exposta a chuva, que pode vir
a entrar nos orifícios feitos para a aeração. A colocação dessa cobertura possibilitará
que sejam adicionados mais orifícios na composteira, melhorando o processo.
Na composteira de tambor anaeróbica, uma parte do cano para a saída de
gás foi roubada, alertando para a necessidade de fixar os materiais a fim de, ao
menos, dificultar esse tipo de vandalismo.
Como o cano foi roubado, choveu dentro do tambor e, uma grande
quantidade de água teve que ser retirada pela torneira. Como na escola há uma
cobertura para as lixeiras e há espaço para essa composteira, conversou-se com a
diretora para que a composteira fique na área coberta, sendo já colocada no local.
Outro ponto discutido, com relação ainda a este modelo de composteira, foi a
necessidade de uma boa vedação no cano de saída do composto, sendo escolhida
para isso uma tampa de vedação.
Depois da visita à Felipe Zeni foi feita uma visita na escola Aroldo de
Freitas. Quanto à composteira de tambor, esta apresenta uma manivela que auxilia
no revolvimento do material, porém, era apenas uma haste metálica e não
aguentaria o peso do material, não sendo eficiente para mexer os resíduos. A
diretora, que estava junto no momento da discussão, sugeriu que fosse adicionada
mais uma manivela, mas então, um senhor que estava próximo, marido de uma das
professoras da escola, se ofereceu para soldar na haste duas pás, o que já
56

resolveria o problema do revolvimento. Já a composteira de tijolos estava


desorganizada, suas telhas estavam espalhadas e um dos tijolos estava longe do
local da composteira, alertando para que haja um acompanhamento.
A diretora da escola destacou a importância da presença das composteiras
na escola para apresentar para os pais dos alunos nas feiras de ciências, com o
objetivo de despertar a importância e como incentivo para que eles mesmos
apliquem em suas casas.
A diretora também afirmou que a quantidade de resíduos passíveis de
serem compostados na escola era muito grande e comentou da necessidade de
expandir o processo. A escola apresenta uma grande área, onde poderiam ser
aplicadas mais composteiras futuramente, além disso, a compostagem era feita na
escola antes, sendo os resíduos misturados com a terra e empilhados. No pátio da
escola é possível verificar que há um monte no local aonde era feita a
compostagem. Assim, foi proposto que, com o material que não couber nas
composteiras, seja feito dessa forma, utilizando a área. Quanto a isso, a maior
preocupação da diretora é com o espalhamento dos resíduos, já que ficariam em
uma área aberta e poderiam chamar a atenção. Para isso, foi proposto que se
colocassem pequenas grades, apenas para delimitar o espaço e deixar mais difícil o
acesso. Também poderia ser aplicada a composteira de rede metálica, que consiste
numa rede metálica fechada sustentada por estacas de madeira apoiadas sobre o
solo, delimitando a área.
Na conversa com a diretora, surgiu a ideia de fazer mais um cartaz (Anexo
C), com uma figura mostrando a relação carbono/nitrogênio de diversos materiais,
pois no cartaz sobre compostagem não havia esse tópico, que é importante e
facilitaria a colocação dos materiais na proporção correta.
Com relação à oficina, a diretora comentou que as professoras estavam
fazendo um curso de nutrição e aproveitamento dos alimentos oferecido pela
Secretaria Municipal de Educação de Pinhais, e que o projeto veio como uma
complementação bastante interessante. Além disso, ela também comentou que uma
das professoras já havia tirado várias cópias tanto do cartaz sobre compostagem
como do cardápio da escola para distribuir nas salas, facilitando o trabalho das
outras professoras. Foi, então, feita uma visita na sala dessa professora que, no
momento, estava desenvolvendo atividades propostas na oficina, destacando a
57

importância dos alimentos servidos no dia, os nutrientes e as consequencias da sua


falta no organismo, como pode ser visto na Figura 13.
Para isso, a professora levou diversos materiais para os alunos, como
livros, revistas, revistinhas educativas, que podem ser observados na Figura 14.

Figura 13. Atividade com os alimentos


Fonte: Autoria própria, 2010.

Figura 14. Material para aulas de nutrição


Fonte: Autoria própria, 2010.
58

Outra medida adotada pela professora foi o de fazer um controle da


quantidade de resíduos desperdiçados em cada dia no mês, sendo colocado o total
no final do mês. É uma medida bastante interessante para que os alunos se
sensibilizem com a quantidade de comida desperdiçada e busquem a cada dia
deixar menos comida no prato.
Essa professora se mostrou bastante engajada desde o projeto anterior,
sendo uma importante multiplicadora junto com a diretora dentro da escola e,
apresentando diversas ideias muito interessantes, voltadas para a conservação do
meio ambiente.
Uma semana depois, foi feita outra visita nas escolas para fazer as
adaptações necessárias com as composteiras. Na escola Felipe Zeni, foi possível
verificar o processo de compostagem que já estava sendo aplicado na composteira
de tambor rotativo. Como pode ser visto na Figura 15, já não era possível ver as
cascas que foram adicionadas. Além disso, colocando-se a mão dentro do tambor
era possível sentir que a temperatura estava mais alta, indicando que o processo já
estava ocorrendo.

Figura 15. Compostagem na escola Municipal Felipe Zeni


Fonte: Autoria própria, 2010.

Um dos problemas encontrados foram os insetos em volta da composteira


e até mesmo dentro, e a elevada umidade do material, alertando para a necessidade
de adição de material seco, tais como folhas secas, terra e a colocação de uma tela
a fim de impedir a entrada dos insetos. Como na escola não havia material seco, foi
sugerido para a professora que fossem adicionadas folhas de jornais picados e que
fosse solicitado esse material seco para a prefeitura, para dar continuidade ao
processo.
59

Na escola Aroldo de Freitas, a manivela com as duas pás foi adicionada à


composteira, possibilitando um revolvimento melhor do material, processo muito
importante para a compostagem aeróbica. A Figura 16 apresenta a visão interna da
composteira já com as pás implantadas.

Figura 16 Visão interna da composteira de tambor aeróbica


Fonte: Autoria própria, 2010.

Durante o processo de colocação da manivela, muitos alunos vieram


perguntar do que se tratava, se mostrando bastante dispostos a ajudar a cuidar das
composteiras. Na figura 17, é possível observar algum desses alunos. Além disso,
alguns deles se ofereceram até mesmo para ajudar no processo de montagem.

Figura 17. Alunos e a composteira


Fonte: Autoria própria, 2010.
60

Apesar de ainda não ter começado o processo de compostagem, tanto os


professores como alunos pareciam estar bastante ansiosos e curiosos para esse
início, sendo que a escola está se organizando, inclusive colocando lixeiras nas
salas para a disposição dos materiais que irão para a compostagem.

5.9 Planejamento de atividades do projeto para o ano de 2011

O Projeto Vida à Água tem a duração de dois anos. No ano de 2010 foram
feitas diversas oficinas abordando temas como mata ciliar, recursos hídricos e
saneamento, resíduos sólidos urbanos e compostagem. Além disso, foram
desenvolvidos estudos no local, implantações e testes para que no ano de 2011
possa haver o monitoramento de todas as aplicações, apresentação nas outras
escolas do município das atividades desenvolvidas nas escolas modelo, bem como
avaliação e divulgação dos resultados obtidos. No quadro 1 pode ser observado o
cronograma para o segundo ano do projeto.
61

ANO 2011
Principais atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Apresentação da cartilha X X
para toda a rede de escolas
municipais de Pinhais
Monitoramento das X X X X X
atividades realizadas nas
escolas Felipe Zeni e Aroldo
de Freitas.
Plantio de mudas para X X X X X
restauração da mata ciliar
Visitas em escolas da rede X X X X X
municipal para apresentar as
propostas e atividades
realizadas nas escolas
modelo
Monitoramento das estações X X X X X
de tratamento de esgoto por
zona de raízes nas duas
escolas
Coletas de amostras de
água e sedimento nos rios
Atuba e Palmital
Avaliação do projeto com os X X X
professores
Realizar atividades lúdicas, X X X X
aplicando os conhecimentos
adquiridos com as oficinas
Divulgação das ações e X
resultados do projeto
realizado nas escolas
através de uma Feira de
Conhecimento.
Realização de oficinas X X X X
temáticas nas duas escolas
Curso para construção de X X
estações por zona de raízes
para a comunidade
Participação em redes X X X X X X X X X X X X
Quadro 1. Ações do projeto de extensão “Vida à Água” para o ano de 2011.
Fonte: AKISHINO; TAKAHASHI, 2010.
62

6. CONCLUSÃO

Os principais problemas identificados no trabalho realizado por Fermino e


Yuen nas escolas estudadas, foram a não segregação dos resíduos e o desperdício
da merenda. Este levantamento, quando apresentado à Secretaria de Educação,
despertou real interesse, o que propiciou uma ação conjunta e um plano de
atividades, o qual foi desenvolvido em ambas as escolas.
As professoras participantes das oficinas se mostraram bastante interessadas
e dispostas a fazer as atividades sugeridas com os alunos, colocando-as em prática
prontamente. Isto vem demonstrar que as oficinas alcançaram os seus objetivos,
tornando os professores participantes multiplicadores das ideias na escola. Além
disso, as oficinas foram realizadas no mesmo período em que as professoras
estavam fazendo um curso de reaproveitamento de alimentos, sendo bem
interessante para complementar o assunto.
Nas oficinas desenvolvidas com os professores e com os alunos da EJA foi
possível ver o interesse, sendo, inclusive, relatadas várias experiências de
compostagem. Também foi possível esclarecer muitas dúvidas do processo, até
mesmo das pessoas que já o desenvolviam.
Nas oficinas, também foram sugeridas atividades para desenvolver com os
alunos nas composteiras e as professoras se mostraram bastante dispostas,
sugerindo que fossem agendados dias para que cada turma pudesse fazer as
atividades.
Foi possível notar que, como as professoras comentaram, se for explicado
para os alunos a importância das composteiras e seu funcionamento e, pedindo para
que eles ajudem a cuidar, estimulando o envolvimento, eles se sentirão
responsáveis e incentivados a manter o processo.
Devido ao tempo de execução do projeto, não foi possível acompanhar o
processo de compostagem, sendo feita apenas a implantação das composteiras e a
adição de algum material nelas. Como sugestão para o desenvolvimento de outro
projeto, ficaria o monitoramento das composteiras, assim como a ampliação do
processo, visto que devido aos problemas enfrentados nas escolas, as composteiras
63

foram montadas em pequena escala, para teste, não sendo suficientes para a
quantidade de resíduos gerados, que é consideravelmente grande. Outra sugestão
seria a de ampliar o projeto para outras escolas da região, por meio de oficinas
abordando o projeto desenvolvido nas escolas modelo e o aperfeiçoando conforme
as necessidades.
Além disso, outro grupo pode desenvolver atividades interdisciplinares para
que as professoras coloquem em prática com os alunos, tais como a planilha de
controle da compostagem, aplicação do composto, entre outras.
No decorrer do projeto, foi possível contar com o apoio de várias
professoras, das diretoras das escolas, dos funcionários e também da Secretaria
Municipal de Educação de Pinhais, ajudando muito para que os objetivos fossem
alcançados, sendo que, de um modo geral, o aproveitamento foi muito bom.
O projeto ainda apresenta mais um ano, em que serão monitoradas as
atividades e serão abordados outros assuntos, sendo que, ao final, espera-se que as
duas escolas trabalhadas atuem como modelos a serem seguidos para as outras
escolas da região, para a comunidade, bem como para o município de Pinhais como
um todo.
64

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68

ANEXOS

Anexo A – Slides sobre compostagem


69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82

Anexo B – Slides com propostas para a redução do desperdício nas escolas


83
84
85
86
87
88

Anexo C – Materiais disponibilizados


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