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A Luta de Classes e os Movimentos Sociais

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo trazer de forma linear alguns aspectos
pertinentes à compreensão das classes socias e suas formas de divisão, propondo
uma reflexão sobre classe social. Esta pesquisadora como enfermeira atende uma
diversidade de pacientes, e é mister compreender como são os indivíduos e suas
características, para melhor atendimento e sua experiência de vida, com ênfase aos
pacientes homossexuais. O texto em sequência aborda os movimentos sociais e
seus integrantes, qual a papel que a sociedade assume perante os movimentos
sociais, em alguns casos de aprovação outros em que reconhecem os movimentos
apenas quando algo (direito) é de fato efetivado. Para Marx, a luta de classes pode
ser entendido como o “motor social”, é que propicia funcionamento de toda uma
engrenagem com envolvimento de toda sociedade, inclusive daqueles que não
participam, contudo se posicionam. Como forma de trazer a nossa realidade um
grande exemplo de lutas de classes e de movimento, nosso último item retrata a
realidade do Movimento GLBT (Gays, lésbicas, Bissexuais, travestis e transexuais),
que já passaram e vivenciaram diversos cenários no contexto histórico e que hoje
possuem muita força e diversos direitos efetivados.

PALAVRAS- CHAVE: classe social, movimentos, efetivação de direitos.

INTRODUÇÃO

Os movimentos sociais vêm acompanhando os passos democráticos de


diversas nações, inclusive do Brasil, nas últimas décadas, presentes
constantemente em acontecimentos históricos relevantes, principalmente no âmbito
das conquistas sociais. Na verdade, consistem num mecanismo que os cidadãos
utilizam para reivindicar e ver reconhecido seus interesses e anseios coletivos.
Avritzer (1994, p.189-190) afirma que “os movimentos sociais constituem
aquela parte da realidade social na qual as relações sociais ainda não estão
cristalizadas em estruturas sociais, onde a ação é a portadora imediata da tessitura
relacional da sociedade e do seu sentido”. Eles não constituem um simples objeto
social e sim uma lente por intermédio do squais problemas mais gerais podem ser
abordados.
A influência dos movimentos sociais vai muito além dos efeitos políticos
produzidos por eles, pois suas ações determinam a modificação de comportamentos
e de regras por parte do sistema político. E, além do mais, há uma dimensão
simbólica muito mais complexa sobre a qual os movimentos sociais exercem grande
impacto que é a transformação social. Hoje, a partir dessas novas mobilizações, os
cidadãos e as sociedades conjugam a gramática da igualdade de gênero,
preocupações ecológicas, conservação do meio ambiente, direitos civis,
impensáveis para o estabelecimento da ordem social mais igualitária.
A sociedade civil serve-se dos movimentos sociais para conquistar direitos
negados ou não disponibilizados pelo Estado. É nesse contexto de carências, de
exclusão e necessidades sociais, que se situam as práticas cotidianas de
movimentos sociais, que ainda com certas limitações, são meios potencializadores
de novas formas de se fazer política, de participação social, de construção do
processo democrático e de transformação social. Presume-se que os movimentos
sociais são tentativas coletivas e organizadas, que têm a finalidade de buscar
determinadas mudanças ou até mesmo estipular a possibilidade de construção de
uma nova ordem social.
Na realidade histórica, os movimentos sociais sempre existiram e cremos que
sempre existirão. Isto porque eles representam forças sociais organizadas que
aglutinam as pessoas não como força tarefa, de ordem numérica, mas como campo
de atividades e de experimentação social, e essas atividades são fontes geradoras
de criatividade e inovações socioculturais (GOHN, 2004).

1 Conceito de Classes Sociais

O conceito de classe é ainda uma questão complexa, diversos autores


apresentam o conceito de classes como resultado da ação do homem, ou da relação
do homem com a natureza, ou ainda das divergências entre aqueles que possuem
os meios de produção e dos que ofertam a sua mão de obra.
Lakatos faz uma discussão em acerca desse conceito, e da dificuldade de se
encontrar algo sólido, uma vez que Marx, que tanto discutiu sobre as relações de
trabalho, em seu último capítulo não conclui o conceito; Segundo Lakatos, para
definir o conceito de classe é necessário responder à seguinte questão: o que é que
converte os operários em assalariados, os capitalistas e os latifundiários fatores das
três grandes classes sociais? E como essa resposta é possível para Marx, uma vez
que ele indica que “a classe não deve ser identificada com a fonte de renda na
divisão do trabalho, pois isso daria origem a uma pluralidade incontável de “classe”
(LAKATOS).
Assim o conceito que foi mais publicizada, discutida e popularizada foi a de
LENIN:
“ As classe sociais são grandes grupos de pessoas que diferem
umas das outras pelo lugar ocupado por elas num sistema
historicamente determinado de produção social, por sua
relação ( na maioria dos casos fixada e formulado em lei ) com
os meios de produção, por seu papel na organização social do
trabalho e, por consequência, pelas dimensões e métodos de
adquirir a parcela da riqueza social de que disponham. As
classes são grupos de pessoas onde uma se pode apropriar do
trabalho de outra, devido aos lugares diferentes que ocupam
num sistema definido de economia social.”

Para iniciarmos as reflexões sobre as classes sociais, precisamos


compreender que elas advém do capitalismo, levando assim ao capital como relação
social (Montaño,2011). Essa discussão aborda diversas questões, uma vez que as
interpretações giram em torno do contexto histórico, das relações do homem e da
natureza.
Além de toda a compreensão de classe social, e de que este conceito esta
atrelado ao trabalho é necessário também fazer pensar no entendimento de
trabalho. Assistimos diversas discussões sobre trabalho, e em sua grande maioria
giram em torno do trabalho assalariado. E conforme aprofundamos nossos estudos,
compreendemos que o conceito de trabalho também algo ainda mais complexo, e
possui relação direta com o ser social, sendo o trabalho tido com fundante do ser
social.
Segundo Montaño “o estudo da classe social, [...] não apenas nos permite
compreender a divisão social em classes e a desigualdade característica da
sociedade capitalista, mas também nos leva, de forma concomitante, à análise de
outras duas questões, inseparáveis dessa categoria, como são consciência de
classe e as lutas de classes[...]. Assim entendemos que para existir a divisão e às
classes socias é necessário possuir o sentimento de pertencimento e consciência de
classe. E a partir dessa consciência ainda que abstrata, mais praticada de forma
concreta é que hoje nos deparamos com diversas lutas de classes e movimentos
sociais de grande destaque.
O que ocorre com relação à divisão social, ou ainda nos termos utilizado
pelas ciências socias é a estratificação social. Essa divisão ou estratificação assume
vários papéis, em diferentes sociedades, tendo como principais formas de divisão às
castas, estamentos e as Classes socias.
Partindo dessa premissa, onde é predominante a divisão, é apenas nas
classes socias que a fonte de renda está relacionada, diferentemente de como
ocorre nas castas ( grupos fechados) e nos estamentos ( grupos com leis). E
importante refletir que tais divisões propiciam o enfraquecimento das classes.

2 Contexto da luta de classes e sua perspectivas.

Para entender a formação das classes na sociedade precisamos pensar que


a divisão dessas classes e feita pelo processo de produção das atividades dos
trabalhadores. Processo pelo qual as classes sociais se configuram e se divide em
classes dos possuidores dos meios de produção e os que não possuem esses
meios de produção.
As formações dessas classes são estruturas complexas, enraizadas no
sistema capitalista, na qual as produções de excedentes configuram a forma como
essas classes estarão dispostas.
Nessa configuração surgem as lutas de classes, que se baseia nos
antagonismos entre interesses diversos. O que configura em sua estrutura uma ação
cheia de conflitos, entre as relações sociais por essas classes permeadas. Segundo
Marx a luta de classes e o “motor da historia”, sendo que a classe explorada
constitui o agente de mudanças das relações sociais, e das configurações das
classes sociais enquanto divisões sociais. A classe operaria e a única classe que
pode ser capaz que construir grandes mudanças na sociedade capitalista, essa
pode romper com o processo de exploração, se forem capaz de se organizarem
enquanto agentes revolucionários que lutam em prol de uma nova sociedade capaz
de se formar, livre das estruturas classicistas.
As classes sociais são processo em andamentos e não enquadráveis em
formulas, mais determinadas pela luta de classes, assim como definiria Marx. A
classe operaria e a responsável por lutar por mudanças na sociedade e também por
acabar com todas as formas de exploração causada pelo movimento do capitalismo,
quando isso acontecer não existirá mais classes e divisões e será uma sociedade
socialista. Mais, contudo para isso ocorrer e necessário que exista um consciência
de classe, na qual se perceba enquanto cidadãos pertencentes a uma sociedade
altamente desigual, perpassada por um movimento histórico contraditório e
explorador.
Segundo Fausto as classes podem ser divididas em três principais: classe
dos capitalistas (que tem posse do capital), classes dos proprietários fundiários ( que
detém as terras e emprestam ao capital) e a classe dos assalariados. Esta ultima
que se oprime através da exploração, produz a mais valia e o excedente só capital,
se privando varias vezes da consciência diante desse processo de produção do
capital, não se percebendo enquanto classe.
Necessário refletir que essas classes são permeadas por classes
intermediárias, subdivididas e criadas pelo capital. Existem dentro dessas classes
aquelas que não fazem parte do capital e são excluídas da sociedade e chamadas
de lupemproletariado, sendo as que não contribuem para o crescimento do capital,
apenas fazem parte dele e são totalmente excluídos. O capitalismo mantém e
intervém de forma decisiva nessas classes, se mantendo no seu auge através da
ausência de consciência dessas classes.
As lutas de classes e suas formações ao longo do período histórico se
constitui no discurso entre a disputa do capital versus trabalho. Sendo este
permeado de contexto histórico, contradições e explorações das classes
assalariados, de rompimentos de direitos, de construção de novos rumos para a
sociedade. Essa historia é totalmente dialética, sendo perpassada por contextos
diferentes, espaços históricos políticos e econômicos que influenciam de modo
direto na construção da realidade, e da disputa capital x trabalho.
Para que as classes operárias possam fazer mudanças é necessário
permea-las de consciência de classe, na busca por um mesmo contexto no qual
todos serão beneficiados após sua conquista. Essa consciência só se adquire com
uma visão ampla, que envolva uma consciência política econômica e ao mesmo
tempo de classe, em busca de objetivos comuns e diretos.
Essa consciência deveria ter bases na educação na formação de cidadãos
críticos, mais como fazer isso em uma sociedade em que tudo vira mercadoria e a
coisificação? A desumanização do ser humano diante do capitalismo é surreal, as
relações humanas são coisificadas em mercadorias, e apenas contribuem para á
divisão da sociedade em classes permeadas por diversos níveis econômicos.
A luta de classes só pode ter um movimento vitorioso quando a práxis for
totalmente coletiva, e na qual a busca pelos mesmos objetivos for consciente.
Dentro disso e necessário compreender que o sistema político, econômico e
ideológico caminham juntos e podem tanto ser capazes de alienar, ou se
compreendidos podem ser capaz de sensibilizar e ajudar a compreender o contexto
dialético que a sociedade capitalista esta inserida.
A realidade social esta sempre em movimento é composta por várias
contradições sociais, não é imutável e nem existe uma verdade absoluta dentro dela.
O seu movimento e dialético, e a consciência da classe só acontece durante esse
movimento dialético, e só e possível compreender a história da sociedade quando se
compreende a historia da luta de classes da sociedade.

3 Movimento Gay

O Movimento GLBT (Gays, lésbicas, Bissexuais, travestis e transexuais),


vem ganhando novas dimensões e maior visibilidade, nas ultimas décadas, sendo
isso devido à organização interna do movimento. O próprio se manifesta e se
organiza junto com a sociedade e com os governos, nos processos civilizatórios, que
mobilizam toda a sociedade sobre a necessidade de acabar com os movimentos
homofóbicos, e com as agressões verbais ou físicas sofridas pelos homossexuais.

O Movimento Homossexual Brasileiro não é uma entidade, não é um órgão.


Trata-se de uma série de manifestações sócio-político-culturais em favor do
reconhecimento da diversidade sexual, e pela promoção dos interesses dos
homossexuais diante da sociedade brasileira. O movimento em si não tem uma data
de início específica mas as manifestações contra o preconceito que se exercia
contra as pessoas homossexuais pode ser sentida da década de 40 para cá, com
especial ênfase a partir da década de setenta, depois da abertura política. Há pouco
mais de três décadas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais do país
decidiram formar um movimento organizado, cuja agenda está focada em assegurar
suas identidades, seus direitos e garantias civis fundamentais. E, para o grupo
GLBT, vencer a resistência conservadora estava longe de ser uma tarefa simples.

Dos anos 70 até hoje os homossexuais do Brasil e do mundo percorreram um


caminho árduo. Instituições imaculadas, como família, escola, igreja e mídia se
vêem ameaçadas e os consideram como doentes. Em 1973, a homossexualidade
deixou de ser vista como um distúrbio pela Associação Americana de Psiquiatria e,
ao mesmo tempo, foi excluída do Código Internacional de Doenças (CID). No dia 17
de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a
homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. Na época, a OMS
deu a sentença que marcaria apenas o início de uma longa jornada contra o
preconceito: “a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio, nem
perversão”. Quatro anos depois, a nova classificação foi adotada por todos os
países membros das Nações Unidas.

As Paradas do Orgulho Gay são grandes colaboradoras do movimento,


porque garantem a acessibilidade ao movimento e dão maior visibilidade diante da
sociedade envolvendo, homossexuais e mesmo simpatizantes. Uma grande
conquista também do movimento GLBT, o Brasil sem Homofobia - Programa de
Combate e violência e a discriminação contra GLBT e de promoção da Cidadania
homossexual de 2004, que configurou crime passível de punição a homofobia e a
violência contra os homossexuais.
A grande organização desse movimento interage com outros movimentos
que visam à conscientização contra a violência, e contra o preconceito, como os
movimentos das mulheres e da pessoa negra. Toda a organização visa a ação
contra a violência, sendo que essa discriminação não preconiza os direitos
constitucionais.
Um avanço significativo para registro dos casos de agressão dos
homossexuais foi à criação do Disque defesa Homossexuais no Rio de Janeiro, que
é um canal de visibilidade para a ação contra violência, agressão e vitimização
dessa população. Sendo que grande parte dessa violência é sigilosa, não sendo
registrada, diferente do sensacionalismo feito pela mídia diante de alguns casos de
violência. O silencio não permite ter noção dos grandes números de agressão, e
calam o sofrimento de uma população estigmatizada e que vive dentro de uma
sociedade permeia por preconceitos, contra as pessoas que fogem as normas da
heterossexualidade.
A violência sofrida e o preconceito vivido pelo GLBT dão entrada na maioria
das vezes para o acesso ao mundo das drogas, do uso do álcool, e afetam
diretamente a saúde física e psíquica dessas pessoas, o que ocasionam grandes
problemas dentro dessa classe
Entretanto, gays, lésbicas, travestis e transexuais ainda sofrem uma infinidade
de preconceitos em seu dia a dia. Ilustrando essa realidade, ainda tramita no
Senado Federal, o Projeto de Lei Complementar que considera crime os atos de
homofobia. Aliás, este é o mote da campanha Não Homofobia, que promove um
abaixo assinado para que o projeto seja logo aprovado.

Outros três projetos ainda aguardam votação e prevêem:

* o reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo;

* a autorização para a troca do prenome social de travestis e transexuais sem que


seja necessário passar pelo Judiciário;

* a institucionalização do dia 28 de junho como data oficial do Orgulho Gay.

Gays e lésbicas são mais de 10% da população mundial; no Brasil, são mais
de 18 milhões. Nos últimos 20 anos, mais de 2 mil e 500 homossexuais foram
executados, vítimas da intolerância à homossexualidade (homofobia1), onde o ódio
da homossexualidade se manifesta através de requintes de crueldade como são
praticados tais homicídios: dezenas de tiros ou facadas, morte a pontapés,
pedradas, afixamento, pauladas, enforcamento, uso de múltiplas armas, tortura
prévia, declaração do assassino “matei porque odeio gay!”.Dentre as vítimas, 72%
eram gay e 25% travestis.

De acordo com a pesquisa realizada pelo GGB (Grupo Gay da Bahia), a


média geral é que a cada três dias um crime de ódio contra homossexuais é
praticado no país. Com mais de 100 assassinatos por ano, o Brasil ocupa o primeiro
lugar numa lista de 25 países onde os dados estão disponíveis, o que mostra uma
população homofóbica.
Segundo Carlos Hernandez, Homofobia caracteriza o medo e o resultante
desprezo pelos homossexuais que alguns indivíduos sentem. Para muitas pessoas é
fruto do medo de elas próprias serem homossexuais ou de que os outros pensem
que o são. O termo é usado para descrever uma repulsa face às relações afetivas e
sexuais entre pessoas do mesmo sexo, um sentimento de repudio generalizado aos
homossexuais e todos os aspectos do preconceito heterossexista e da discriminação
anti-homossexual. Na tentativa de combater a Homofobia, foi lançado em 2004 O
Programa Brasil Sem Homofobia, a partir de uma série de discussões entre o
Governo Federal e a sociedade civil organizada com o intuito de promover a
cidadania e os direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e
transexuais (LGBT) a partir da equiparação de direitos e do combate à violência e à
discriminação homofóbicas.

O Programa é constituído de diferentes ações voltadas para:

a) apoio a projetos de fortalecimento de instituições públicas e não-governamentais


que atuam na promoção da cidadania LGBT e/ou no combate à homofobia;

b) capacitação em Direitos Humanos para profissionais e representantes do


movimento LGBT que atuam na defesa de direitos humanos;

c) disseminação de informações sobre direitos, de promoção da auto-estima LGBT;


incentivo à denúncia de violações dos direitos humanos da população LGTB.

d) capacitação e disseminação de informação a gestores das diversas esferas


governamentais na temática de direitos humanos da população LGBT.

e) atuar na troca de experiências de sucesso em matéria de políticas públicas em


vários países do mundo, com foco nas relações do Mercosul.

Conforme o Programa Brasil sem Homofobia, A Secretaria Especial dos


Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH/PR) é o órgão responsável
por coordenar as diversas ações desenvolvidas para atingir os objetivos do
programa. São ações de capacitação e desenvolvimento, apoio a projetos de
governos estaduais, municipais e organizações não-governamentais e implantação
de centros de referência para combate a homofobia em todo o país, e busca o
reconhecimento e a reparação da cidadania da população de lésbicas, gays,
bissexuais, travestis e transexuais, inegavelmente uma parcela relevante da
sociedade brasileira, que sofre com o preconceito e a discriminação por orientação
sexual e identidade de gênero, além de outros como de raça, etnia, gênero, idade,
deficiências, credo religioso ou opinião política. Contribuindo para a construção de
uma cultura de paz estimulando o respeito a todas as diferenças.

Por conta da discriminação e da violência contra esta população, tomando


como base o programa Brasil sem Homofobia foi criado um projeto do Centro de
Referência em Direitos Humanos de Prevenção e Combate a Homofobia-CCH que
tem como objetivo acolher, orientar, apoiar, atender e encaminhar os homossexuais,
promovendo a cidadania e os direitos humanos, melhorando assim o atendimento à
população LGBT e as vitimas. Estes Centros de Referências estão se espalhando
por várias cidades do Brasil e trabalham com capacitações, seminários,
atendimentos, encaminhamentos, visitas domiciliares, visitas técnicas, hospitalares,
além do atendimento as famílias e acompanhamentos jurídicos, social e psicológico.

Contudo, uma das principais atitudes a ser tomada no que diz respeito ao
combate ou eliminação a homofobia é reconhecer e aceitar a sua própria homofobia,
e procurar mudar suas crenças e comportamento, aceitando sua homossexualidade,
para com isso alcançar o respeito ao próximo,aceitando as diferenças e os desejos
de cada um.É preciso fazer um trabalho de combate a homofobia internalizada
dentro da família, pois a mesma constitui o principal grupo de apoio no
enfrentamento da discriminação praticada pela sociedade mundial, e no caso de
homossexuais, pode ser o eixo principal para que se inicie e desenvolva um
sentimento de compreensão.

Faz-se necessário um trabalho de mobilização na comunidade para que haja


mais harmonia, nos movimentos sociais para que possam se preocupar também
com as questões GLBT’s, nos sindicatos para lutar por igualdade de oportunidade no
mercado de trabalho, nos partidos políticos para que os seus dirigentes se
assumam, e principalmente dentro do movimento GLBT para deixar as rivalidades e
criar um espaço de reconhecimento, cooperação e respeito a favor daqueles que
lutaram e lutam a partir de movimentos sociais por um mundo igualitário para os
homossexuais.
APROXIMAÇÕES CONCLUSIVAS

Ao longo deste trabalho buscamos extrair da concepção materialista história,


a dialética dos movimentos sociais. No Brasil existem diferenças profundas, não
obstante os muitos movimentos sociais terem lutado para a construção de uma
sociedade melhor. Todos esses movimentos que se estruturaram no decorrer dos
anos em especial o movimento GLBT, contribuíram para despertar a consciência dos
problemas vividos e possibilitaram a participação da população com capacidade de
continuar a organizar-se em movimentos sociais, de forma a consolidar e a ampliar
os direitos sociais e políticos conquistados, por meio de um processo constante e
contínuo.
(...) Dizemos que a participação é conquistada para significar que é um
processo, no sentido legítimo do termo: infindável, em constante vira-ser,
sempre se fazendo. Assim, participação é em essência autopromoção e
existe enquanto conquista processual. Não existe participação suficiente,
nem acabada. Participação que se imagina completa, nisto mesmo começa
a regredir. (DEMO, 1993, p. 18)

O resgate da história nos faz compreender e reconhecer que os movimentos


sociais e a participação popular sempre estiveram presentes nas sociedades em
todos os tempos e lugares, sempre houve homens dominando homens, homens
lutando uns pela conquista de direitos e contra a opressão e outros pela manutenção
do mando e do poder. Continuando a ser os movimentos sociais e a participação
popular, elementos fundamentais na ocupação dos espaços de luta, no qual a
cidadania sai do discurso e se constrói na prática através da conquista, consolidação
e ampliação dos direitos.

Os movimentos sociais na atualidade ganharam novas formas, novos


modelos de organização, dispõem de avanços, sendo a internet uma ferramenta
primordial. A globalização permeia todos os espaços, ligando os movimentos que
hoje não têm mais fronteiras. Fazem do acesso as redes sociais movimentos com
menos fervor do que aqueles que foram as ruas em busca das “Diretas Já”, mais
que continuam engajados nos mesmo propósitos, lutando por uma sociedade
igualitária, sejam no respeito às raças e as religiões, na busca pelo direito a terra,
moradia, saúde, educação.
Os movimentos sociais caminham com os avanços da sociedade, se engajam
por novos propósitos e se utilizam de novas formas de organização, mais serão
sempre os movimentos sociais que permeiam as mudanças desta mesma
sociedade.

REFERÊNCIAS

AVRITZER, Leonardo (org.). Sociedade Civil e democratização. Belo Horizonte:


Del Rey, 1994.

HERNANDEZ, Carlos. Juventude Lésbica e Gay, Conseqüências da homofobia.

DEMO, Pedro. Participação é conquista. São Paulo: Cortez, 1993

GOHN, Maria Glória (org.). Movimentos Sociais no início do século XXI: antigos
e novos atores sociais. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2004.

MONTAÑO, Carlos; DURIGUETTO, Maria Lúcia. Estado, classe e movimento


social. 3. Ed. São Paulo: Cortez, 2011. (Biblioteca básica de serviço social; v.5).

MOTT, Luiz. Violação dos Direitos Humanos e Assassinato de Homossexuais


no Brasil, 1999, Salvador, Editora Grupo Gay da Bahia, 2000.

RIDENTI, Marcelo. Classes sociais e representação. 2. Ed. São Paulo: Cortez,


2001. (Coleção questões da nossa época; v.31).

LAKATOS, Eva Maria. MARCONI, Marina de Andrade. Sociologia Geral. 7 ed. rev.
e ampl. – 10. reimpr. – São Paulo: Atlas, 2010

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