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Cal – A História
O primeiro testemunho encontra-se no estuque (massa de gesso, água e cal para revestimento e
ornatos) das pirâmides do Egito
A necessidade de construir obras perduráveis levou os gregos a desenvolver os materiais e as técnicas
utilizadas no fabrico da cal.
Os romanos que adotaram diferentes técnicas e aplicaram de uma forma mais eficaz as argamassas
nas construções.
O uso tradicional da cal parece, no entanto, ter sido proveniente do período da ocupação muçulmana
que nesta região durou cerca de 5 séculos.
O cimento, descoberto no início do séc.XIX, é uma consequência da revolução industrial e veio
substituir em parte o uso da cal.
Seu uso só se generalizou mais recentemente nos anos 50-60. (saberes.no.sapo.pt/cal.htm - 10k,
acessado em 27.02.2008)
No Brasil
A Indústria de cal iniciou suas atividades no Brasil em 1549, quando da instalação das primeiras
"caieras" para fabricação da cal virgem a partir de conchas marinhas, para as argamassas de
revestimento e pintura em Salvador-BA, implantada por Thomé de Souza que levou para o interior do
território brasileiro a arte de fabricar cal.
A produção em caráter industrial aconteceu com António Proost Rodovalho, ligado à agricultura e
comércio, comprou uma fazenda onde se localiza hoje a cidade de Caieiras. Verificada a existência de
minerais ricos em carbonato de cálcio, excelentes para a produção de cal, decidiu investir nesta
produção, construindo 2 fornos e iniciando a produção em 1877..
Conceito
Produto da calcinação do calcário, a uma temperatura entre 800ºC a 1000ºC, produzindo óxido de
cálcio ( CaO ), chamada de cal virgem ou cal viva, mais gás carbônico ( CO2 ) .
Matéria prima
O calcário é uma rocha constituída predominantemente por carbonato de cálcio, e encontra-se nas
formações geológicas de natureza sedimentar. O carbonato de cálcio tem origem marinha, sendo resultado da
sedimentação de micro-organismos no fundo dos oceanos durante centenas de milhões de anos. Estas capas
sedimentares foram-se comprimindo e, sob o efeito de tensões internas, formaram maciços calcários.
O calcário pode vir de diversas fontes, sendo a mais comum a pedra calcária, no estado sedimentar,
amorfo, sob a forma de rocha. Há alguns calcários cristalinos como a aragonita e o mármore, que não são
empregados na fabricação da cal.
Classificação quanto ao teor de Óxido de Magnésio
As cales podem ser calciticas ( com alto teor de carbonato de cálcio ), dolomíticas ( carbonato de
cálcio e magnésio ), e magnesianas ( carbonato de cálcio e magnésio, este em menor teor que nas
dolomíticas ).
O gráfico Mercado Livre mostra que as empresas associadas à ABPC representam 61% do mercado
livre brasileiro em 2006, com um volume de 3,6 milhões de toneladas e faturamento bruto de R$ 1 bilhão
PRODUÇÃO DA CAL
1 – Extração – exploração da mina com a extração e transporte do calcário para a unidade de produção
3 – Calcinação - A fabricação da cal consiste na calcinação do calcário, a uma temperatura médio de 900º
C, consoante um processo químico simples. O carbonato de cálcio decompõe-se por meio do calor de acordo
com a equação:
A reação de decomposição do calcário caracteriza-se pelo fato de que se produz numa frente de
decomposição (zona de reação), na qual se tocam o núcleo de CaCO3 não decomposto e o envolucro de CaO
que se formou. Esta frente de decomposição desloca-se da periferia para o centro a uma velocidade
determinada. Ao mesmo tempo há uma transferência de calor do exterior para o núcleo e um desprendimento
de CO2 para o exterior.
Hoje em dia, a calcinação da cal realiza-se fundamentalmente em fornos regenerativos de corrente paralela
que, ao contrário dos clássicos de contra-corrente, permitem pré-aquecer e recuperar os gases de combustão.
São fornos de dupla cuba, em funcionamento alternativo. Esta tecnologia permite uma otimização do
consumo de energia.
4 –Hidratação - Como se pode ver na reação, o processo de hidratação vai acompanhado de um forte
desprendimento de calor que provoca uma pulverização natural muito fina. O produto obtido desta forma
denomina-se hidrato de cal, ou cal apagada, ou cal extinta, ou ainda cal hidratada.
Hidratador de cal
Fonte : Caleras de San Cucao,
S.A
CICLO DA CAL
Observações:
2 – Relembrando
CaCO3 – carbonato de cálcio ( calcita)
MgCO3 – carbonato de magnésio (dolomita)
CaO - cal virgem ou cal viva
Ca(OH)2 – cal extinta ou hidratada ou apagada
3 – A extinção da cal é um processo fortemente exotérmico, e desta forma, deve-se tomar bastante
cuidado quando feito no canteiro de obras devido a liberação de calor mais petrardos da cal, que podem
provocar queimaduras e até matar.
4 - O uso da cal nas argamassas faz melhorar a textura do reboco, bem como melhora a trabalhabilidade,
a resistência e a aderência.
5 – Em pintura, usa-se a cal já extinta para dar uma melhor aderência e uniformidade a película, enquanto
que a cal virgem provocaria uma textura rugosa, que descascaria com algum tempo.
6 - A água adicionada a cal extinta não provocará mais reação química e sim apenas a mudança de seu
estado físico, para tornar o material mais trabalhável.
7 - Não existe estágio de pega de uma cal, e sim apenas o endurecimento da pasta. Ela também não é
reciclável.
PROPRIEDADES
1 – CONSIDERA-SE CAL SEGUNDO A NORMA - Para ser uma cal o material precisa ter um
mínimo de 95% de CaO + MgO, e no máximo de 3% de impurezas.
As duas condições atendem, mas ela será considerada cálcica ( esta condição prevalece).
OBS: Isso significa que a finura de uma cal é o fator de maior importância entre suas propriedades como
material de construção, pois quanto maior a finura do material ( # 0,002 mm ou 2 μ ) maior sua
contribuição para as propriedades de plasticidade e retenção de águas nas argamassas que o utiliza.
3 - RENDIMENTO DE UMA CAL – é o volume em m3 de pasta que se obtém com 1 tonelada de cal
virgem.
Ex) Determinar a quantidade de cal hidratada que se pode obter com 111 t de pedra calcária, com 93% de
pureza.
Daí x = 76,32 t
1) Quanto ao rendimento
2) Quanto a composição
CÀLCICAS – possuem um mínimo de 80% de CaO
MAGNESIANAS – se tem mínimo de 20% de MgO
A cal cálcica em contato com a água apresenta viscosidade maior que a cal dolomítica, esta apresenta
dificuldade na hidratação devido sua própria natureza
PRODUTOS DA CAL
Cal siderúrgica: a cal utiliza-se na siderurgia para desfosforizar e dessulfurar o aço, e estas
funções são tão importantes que não se pode fabricar qualquer tipo de aço sem cal.
Cal agrícola: a cal utiliza-se na agricultura para corrigir o pH dos solos e aportar
oligoelementos. Com esta função, também se utiliza a cal dolomítica.
Cal dolomítica: a cal dolomítica tem uma aplicação fundamental na siderurgia e na fabricação
de refractários.
1 – No estado fresco, a cal propicia maior plasticidade as argamassas, permitindo melhor trabalhabilidade e
por conseguinte, maior produtividade. Outra vantagem é a retenção de água, importante no desempenho da
argamassa por atenuar a sucção da água pela base.
2 – No estado endurecido, a capacidade de absorver deformações, devido a seu baixo módulo de deformação,
é de extrema importância para a argamassa, que deve acompanhar o movimento da estrutura. Possibilita
ainda a diminuição da retração gerando menor variação dimensional, além de carbonatar lentamente ao longo
do tempo, fechando eventuais fissuras ocorridas com o endurecimento da argamassa mista.
3 – Uma boa argamassa, além de bem dosada, deve ser composta de materiais de boa qualidade.
Tradicionalmente se usou a cal como constituinte. Atualmente com o uso dos aditivos, a cal tem sido
abandonada, no entanto, sabe-se que esta prática afeta a durabilidadee dos revestimentos como já foi
comprovado.
BENEFÍCIOS DO USO DA CAL NAS ARGAMASSAS
A cal hidratada é um dos principais aglomerantes das argamassas porque promove uma série de benefícios
para a obra e dentre as quais, destacamos:
1 – Tem excelente poder aglomerante, assim como o cimento, que une para sempre os grãos da areia das
argamassas.
2 – A cal hidratada é muito fina e leve, e por isso permite a preparação de maior quantidade de argamassa,
com redução de custo do m³.
3 – Suas partículas muito finas ao serem misturadas á água funcionam como lubrificante, reduzindo o atrito
interno entre os grãos de areia, O resultado é uma melhor trabalhabilidade, ou liga, boa aderência e maior
rendimento da mão-de-obra.
4 – A cal hidratada tem extraordinária capacidade de reter água em torno de suas partículas, formando na
argamassa uma dupla perfeita com o cimento. As argamassas a base de cal hidratada tem resistência
suficiente quanto á compressão e aderência, tanto para os revestimentos quanto para assentamento, para
atender as normas técnicas.
5 – Por ser um produto alcalino, a cal hidratada impede a oxidação das armaduras, e também por essa sua
característica atua como bactericida e fungicida.
Além disso evita o aparecimento de manchas e o apodrecimento precoce dos revestimentos, proporciona uma
economia de tinta, pois permite acabamento de melhor qualidade (mais liso) e de cor clara; é compatível com
qualquer tipo de tinta e outros acabamentos, como fórmica, lambris e papel de parede, se respeitando o
limite mínimo de cura com 28 dias.
6 – É importante ressaltar que as argamassas à base de cal tem baixo módulo de elasticidade o que permite
absorver melhor as pequenas movimentações das construções, e evitam portanto, trincas, fissuras e até o
descolamento (queda) dos revestimentos.
7 - Não se deve deixar de frisar o notável durabilidade que a cal hidratada confere as construções.
Argamassas a base de cal podem durar centenas de anos ou mais. A cal hidratada é um produto de aplicação
milenar, enquanto que o cimento portland só foi concebido a partir de 1824.
Economia – a cal diminui o custo da argamassa porque gasta-se menos com cimento.
Poder de incorporação de areia - a cal melhora a interligação entre os grãos da areia, o que aumenta a
resistência e a durabilidade das argamassas.
Aderência – a cal aumenta a aderência da argamassa no estado fresco e a resistência de aderência, no estado
endurecido.
Retenção de água – a cal tem maior retenção de água, o que ajuda a cura do cimento.
Elasticidade – a cal dá maior elasticidade a argamassa, o que gera maior capacidade de suportar tensões e
não trincar.
Resistência a penetração de água – a cal tem maior resistência à penetração de água pelos vazios da
argamassa, um grande inimigo da construção.
Resistência à tração – a cal tem maior afinidade com a argamassa e o tijolo, por causa das minúsculas
partículas micropulverizadas que penetram totalmente nas reentrâncias dos tijolos.
Resistência à compressão – a argamassa que contém cal tem baixa resistência inicial, mas aumenta
lentamente com o tempo, o que é uma vantagem, pois suportam as movimentações da alvenaria e da estrutura
da obra.
Poder bactericida – a cal tem poder bactericida por ter um pH alto, o que combate a formação de mofos e
bolores. Na pintura a cal oferece proteção e beleza a baixo custo, com a vantagem de combater a proliferação
de fungos e bactérias.
Estética e acabamento – a qualidade da argamassa com cal permite trabalhos de adornos nas paredes, com
texturas mais lisas e sem trincas, mofos e apodrecimentos, de cor mais clara e pintura duradoura.
Durabilidade – os trabalhos feitos com argamassas contendo cal têm elevada durabilidade.
Satisfação do usuário – o código de defesa do consumidor protege o usuário contra cales de má qualidade.
ENSAIOS QUÍMICOS
Esta categoria de ensaios tem por objetivo verificar a "pureza" da cal hidratada, avaliando o processo de
fabricação do produto e a qualidade da sua matéria prima. Os ensaios químicos têm influência direta sobre o
desempenho do produto.
Logo, neste ensaio "queima-se" a cal e verifica-se o quanto de gás carbônico foi liberado.
Este ensaio avalia a quantidade de cal virgem que não hidratou com a água. Quanto maior essa quantidade,
menor a fração de cal hidratada efetivamente no produto final e, quanto menos cal hidratada, menor o poder
de "colar" a argamassa terá. Esse ensaio também verifica se há possibilidade de ocorrer o surgimento de
pequenas "bolhinhas" na parede, que podem surgir na argamassa depois de seca, na parede.
Óxidos Totais:
Quanto maior for a fração de impurezas presentes na amostra, menor será a fração de óxidos totais. Pode-se
dizer então que este ensaio verifica a qualidade da matéria prima utilizada na fabricação da cal hidratada.
ENSAIOS FÍSICOS
Os ensaios que pertencem a esta categoria verificam se a cal foi bem moída no processo de fabricação, se é
econômica, se é boa para o pedreiro trabalhar com ela e se a argamassa desta cal retém a água da mistura ou a
perde para a parede onde a argamassa foi assentada.
Finura:
Neste ensaio faz-se um peneiramento das amostras, em duas peneiras diferentes, e verifica-se quanto de
material ficou retido em cada peneira. A norma especifica um valor máximo para estas quantidades, por que
quantidades maiores do que as especificadas demonstram que a cal não foi bem moída.
Plasticidade:
Este ensaio avalia se a argamassa feita com a amostra de cal está bem trabalhável, ou seja, se tem uma boa
plasticidade. Uma mistura com boa plasticidade permite uma maior qualidade no serviço, pois facilita o
trabalho do pedreiro no manuseamento da argamassa.
Retenção de Água:
A água utilizada na argamassa não deve ser rapidamente, perdida para os tijolos ou para a estrutura de
concreto, onde esta argamassa foi aplicada, caso contrário, a argamassa poderá apresentar pequenas
rachaduras, depois de seca, comprometendo a beleza da argamassa colocada na parede. Este ensaio avalia
então a capacidade da cal reter água.
Incorporação de Areia:
A argamassa é constituída de areia, água e cal hidratada. Se o pedreiro puder acrescentar mais areia na
argamassa, sem prejudicar seu desempenho, mais econômica será a cal. Logo este teste verifica se a
quantidade de areia incorporada na argamassa atende a um valor mínimo.
Estabilidade:
Este ensaio verifica a presença de substâncias expansivas na cal hidratada, ou seja, que têm a tendência de
reagir depois que a argamassa já estiver colocada e seca na parede. Pode ocorrer então uma expansão de
volume dos grãos da argamassa e descolamento de pedaços de argamassa da parede.