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Filosofia da Religião

O que é religião?

Num primeiro momento, religião pode ser definida como a reação do ser humano para com o
sagrado ou divino [de tal modo, a atitude religiosa pressupõe que o divino de algum modo se
manifesta na experiência humana].

A religião vem a ser, então, propriamente, a resposta do homem a esta manifestação do divino.

O que é filosofia da religião

De um modo geral consiste na investigação filosófica sobre o fenômeno da religião enquanto


dimensão da existência humana.

O lugar da pergunta sobre Deus na existência humana

A pergunta sobre Deus pressupõe a capacidade do ser humano de conhecer a verdade e para o
bem.

A questão de Deus é um prolongamento da reflexão sobre o fundamento de toda a realidade.

Filosofia da Religião

A filosofia da religião não abrange apenas o estudo do monoteísmo, mas o fenômeno religioso
como um todo.

Historicamente não existe a Religião, mas diferentes religiões, cada uma com suas
especificidades. Entretanto, é possível analisar aspectos universais que perpassam as religiões
em geral.

1. Dupla abordagem do objeto da filosofia da religião

a) Aspecto eidético interpretativo: Trata-se de determinar o que é a religião, sua essência


(eidos), ou seja, o que caracteriza o fenômeno religioso enquanto tal.

b) Aspecto crítico-valorativo – Trata-se de determinar o valor da religião: Em termos ontológicos:


A compreensão que a religião tem de si mesma é verdadeira ou inconsciente? Qual o
fundamento real do fenômeno religioso? O divino é apenas uma projeção humana ou uma
realidade?

Em termos axiológicos:

Qual o valor humano da religião? Ela respeita a dignidade humana? É fator de


emancipação ou alienação?

OBS: Estes dois aspectos são distintos, mas não separáveis. A resposta da segunda questão exige
uma resposta da primeira.

Principais tipos de Filosofia da Religião:

OBS.: Os tipos variam de acordo com o método utilizado na investigação.

I – Métodos apriorísticos:
Partindo das ideias mais gerais sobre o sentido da existência humana, determinam como deve
ser a religião.

Kant: Na sua obra “A Religião dentro dos limites da pura razão”, propõe uma religião puramente
racional, subordinada à ética filosófica.

II – Métodos aposteriorísticos:

Método fenomenológico: a partir dos testemunhos históricos da religião procura determinar


através da reflexão sobre os próprios fenômenos (sobre o que se mostra ou manifesta
concretamente) o fundamento da semelhança entre eles.

Não se trata de chegar através de um processo de generalização e abstração a alguns traços


comuns às múltiplas religiões, mas de descobrir em casos particulares a estrutura subjacente
que neles se manifesta como uma unidade articulada de significação e que permite identificar
este caso como típico de sua espécie, isto é, como exemplo ou variante de uma forma universal,
que constitui a sua essência e lhe dá está determinada significação.

A centralidade do problema de Deus No âmbito da Filosofia

Na história da Humanidade

A relação do ser humano com o divino é o centro do universo simbólico de todas as culturas
tradicionais ao longo da história.

É a partir da religião que estas tradições encontravam o fundamento de todos os valores, normas
e instituições.

A experiência de Deus e reflexão filosófica sobre Deus

Muito antes dos filósofos se debruçarem sobre o tema de Deus, ele já era a base das relações
humanas nas sociedades.

A reflexão filosófica sobre Deus se exerce sobre o dado da experiência religiosa da humanidade.

Na história da filosofia

A questão de Deus é absolutamente central na história da filosofia ocidental.

a) O princípio divino na filosofia antiga

Os pré-socráticos caracterizavam – implícita ou explicitamente – o princípio da natureza (arché)


como divino

Aristóteles e Platão afirmam explicitamente o princípio de toda a realidade como sendo Deus
(embora em contraste com o Deus da religião grega).

b) Fé e Razão no pensamento patrístico e medieval

Profundamente marcado pela fé cristã. A grande questão era a de interpretar toda a realidade
criada a partir da relação para com Deus.

c) Deus na filosofia Moderna


Apesar de tender para um distanciamento da filosofia escolástica (acentuando sua
independência em relação à fé e a teologia), não a abandona o tema de Deus como questão
central. O processo de secularização que crescia com o iluminismo obrigava um posicionamento
racional dos pensadores que continuavam a crer em Deus.

Religião – Terminologia e dimensões

Etimologia da palavra religião

Na história espiritual do Ocidente, três são as derivações que tiveram o maior eco, embora
nenhuma tenha sido imposta inequivocamente.

3 SENTIDOS DA RELIGIÃO

1. De início destacamos Cicero, que deriva a palavra religião do verbo ativo RELEGERE (observe
com cuidado). Entende-se a religião como "observância cuidadosa e tutela exata de tudo que
pertence ao culto dos deuses”.

Essa observação cuidadosa e sempre renovada é o oposto da negligência. Para os romanos, a


religião era uma questão que em circunstância alguma podia ser adiada, mas exigia a estrita e
pontual observância de tudo que o culto público dos deuses envolvia.

RELIGIÃO E O BEM DO ESTADO

A religião não seria a disposição religiosa do indivíduo, mas o bem-estar do Estado.

O estado e a função social do culto mostram que o sentimento interior em uma religião assim
entendida é secundário; a coisa decisiva é sempre o trabalho, o cumprimento exato de ritos e
cerimônias. O que se pensa individualmente é irrelevante, desde que os deuses obtenham a
veneração que lhes é devida.

INFLUÊNCIA CRISTÃ

2. A fé cristã também influencia a derivação etimológica da palavra em Lactantius e Agostinho.

O cristão Lactantius retor deriva a palavra religião do verbo transitivo RELIGARE (religar, atar). A
religião é o "vínculo de piedade" que liga Deus e os homens.

INFLUÊNCIA CRISTÃ

3. Em Agostinho há também a derivação do verbo REELIGERE (reescolher, escolher novamente).

A verdadeira religião é o que nos liga ao Deus uno e trino, do qual nós homens nos separamos,
do qual havíamos nos apartado, e com ela retornamos a ele, o reescolhendo-o.

SÍNTESE

A partir destas 3 palavras, podemos descrever a religião como "ordenação a Deus":

Deus é o ser a quem devemos estar unidos em primeiro lugar como um princípio indispensável
(Lactâncio), ao qual também temos o compromisso de escolher, sempre tendendo para ele
como nosso objetivo final (Cícero), e a quem devemos buscar e recuperar depois de tê-lo
perdido através do pecado (Agostinho).
DIMENSÕES DA RELIGIÃO

O ato religioso fundamental em que o homem, com plena atenção e livre disposição de si
mesmo, aceita o divino como real e reage à sua presença, é um ato que é realizado
primariamente na interioridade do homem, mas não é um ato puramente interno, visto que o
homem como um todo é afetado pelo divino.

O homem não é pura interioridade, ele não é um espírito puro, mas uma unidade de
interioridade e exterioridade, uma unidade de alma e corpo - para usar uma fórmula tradicional
- inserida em um cosmos material.

Ele não é apenas um indivíduo, mas também um ser social; nem é apenas um ser, mas um devir.

A religião como um processo humano é um fenômeno complexo e multidimensional, que tem


sua face visível, social e histórica.

Na medida em que a religião é um processo humano, ela deve abranger todas as dimensões do
ser humano.

A RELIGIÃO E A DIMENSÃO CORPORAL

A interioridade não é um campo vedado e isolado diante do corpo e da dimensão externa do


homem, de modo que se divide em dois setores justapostos.

A existência humana é realizada como um "ser no mundo através de seu corpo" (Maurice
Merleau-Ponty).

O interior informa o corpo; a atitude interna manifesta-se em ação e movimento; sentimentos


e propósitos se refletem nos gestos e características do homem; humor e qualidades espirituais
encontram sua expressão na grafia; emoções de humor causam vômito e vergonha; Acessos de
cólera ou danças alegres influenciam na saúde física.

As religiões de modo geral são marcadas por uma dimensão emocional e sensorial.

Por exemplo, o povo simples da Idade Média tinham verdadeiras catequeses através das
paredes e fachadas das catedrais.

DIMENSÃO COMUNITÁRIA DA RELIGIÃO

A religião não é um fenômeno puramente individual, mas um conjunto de relações sociais que
está em constante troca de ação e reação com outras realidades sociais também. Não há religião
que não esteja ligada a uma comunidade, que não venha de uma comunidade.

Assim como dizemos do homem em geral, que é um ser constitutivamente comunitário, isso
também pode ser aplicado ao homem religioso. A vida religiosa também surge dos contatos
sociais e é mantida viva somente quando é sustentada e apoiada por um grupo. A religião é
essencialmente um fenômeno social.

Isso não quer dizer que fenômenos religiosos não possam ter como ponto de partida uma
experiencia individual. De fato, podem, mas se fica apenas na experiência individual pouco ou
nada há de espírito religioso.

PRIMEIRAS BASES DA FILOSOFIA DA RELIGIÃO


Pensadores da antiguidade

A reflexão da religião aparece já com características nítidas no mundo antigo e toma forma na
crítica racional que tem lugar no Jônia o século VI a. C.

HECATEU DE MILETO

Hecateu de Mileto é talvez o primeiro autor conhecido a tentar uma interpretação racional dos
mitos.

Devem também ser mencionados Xenófanes e Heráclito e, em uma geração posterior, cientistas
especulativos como Anaxágoras e Demócrito. Xenófanes atacou os mitos homéricos e Hesíodo
a partir de uma perspectiva moral, e descobrir, por assim para falar , a relatividade das ideias ,
existente religiosa em que tempo. "Se o boi pudesse pintar, seu deus teria a forma de um boi”.

A razão crítica começa gradualmente a erosão e a desintegração final das crenças tradicionais
de natureza preferencialmente popular. O olhar racional sobre a religião representado por esses
escritores mantém uma relação distante com o orfismo e os pitagóricos.

O orfismo é um movimento religioso que originou no período arcaico da cultura grega. Ela pode
ser considerada a primeira religião Helênica. Tem como referência o mítico poeta Orfeo, e
gravou suas doutrinas em textos (literatura órfica). O orfismo compreende uma cosmogonia e
antropogonia (antropogênese). A noção órfica do homem envolve atitude abnegação e
seriedade no âmbito religioso, e fomenta uma ética de um nível bastante elevado.

Suas noções básicas vinham misturadas com mitos caráter incrível e pitoresco. Apenas alguns
poetas e Platão conseguiram apreciar algumas de suas ideias mais valiosas. Pitágoras de Samos
defendia a ideia a transmigração das almas (metempsicose) e na noção órfica que a alma é uma
divindade caída que foi aprisionada no corpo como em um túmulo, e condenado a um ciclo de
reencarnações até sua completa purificação.

Pitágoras acreditava que o espírito do homem pode ser purificado pelo estudo, e de acordo com
esta ideia ensinou uma forma de viver no qual a investigação da natureza se transformou em
uma religião.

SÓCRATES

Sócrates representa o início de uma mais articulada e sistemática "filosofia da religião",


entendida como uma reflexão sobre os valores que constituem a existência humana e
determinam seu destino quando são corretamente entendidos e vividos. O pensamento de
Sócrates é pioneiro em ligar uma visão objetiva de ideal moral, precursor ética das ideias
platônicos, com uma concepção de homem cuja vida se vê guiada e orientada por valores que
podem ser considerados transcendentes. A descoberta e aceitação desta verdade opera em
Sócrates a abertura de um mundo novo e perene, não perceptível pelos sentidos. A piedade
socrática que é reflexiva e inteligente, centra-se na segurança que o mundo encontra enquanto
regido por poderes divinos benevolentes de caráter racional, que dirigem o universo, incluindo
o homem, para o melhor. A saúde e o bem da alma é alcançada quando ela conhece realmente
o bem e age por meio dele retamente. A vontade desempenha um papel muito fraco na visão
socrática, e pode-se afirmar com razão que Sócrates foi não foi suficientemente atento para os
guerra paixões que têm lugar no interior do homem. Sócrates propõe sua doutrina como algo
objetivo, não como uma criação de da mente. É uma visão imutável e universal, que não varia
de indivíduo para indivíduo, ou de um tempo para outro. Sócrates foi o primeiro pensador que
concebeu o homem como uma personalidade intelectual e moral, e postulou o cuidado da alma
como um dever religioso.

PLATÃO

A filosofia é para Platão o ponto de partida da religião.vA filosofia é a ciência da vida humana e,
portanto, abrange a religião, mas ele faz de modo muito diferente de como entenderia Hegel
esta mesma declaração. Para Hegel, a filosofia ultrapassa a religião como a mais alta expressão
do Espírito objetivo. Em Platão ocorre que a filosofia incorpora a religião e a mantém dentro de
si, sem negar ou relativizar. O conteúdo da religião não são em Platão uma fonte independente
do pensamento. Eles são dados pela filosofia e na da filosofia. A filosofia aborda
necessariamente as questões fundamentais e inevitáveis do divino, o ser de Deus, a alma
humana, sua natureza e ascensão para o mundo das ideias, o problema do mal, a providência, a
justiça, entre outros temas. A filosofia platônica é já em si mesma e de dentro uma filosofia da
religião. A única abordagem e entrada possível para a religião se faz a partir da filosofia. No
décimo livro de As Leis, Platão discute questões teológicas de forma explícita e direta, mas o
tratamento de assuntos que nós consideramos religiosos é uma constante em quase todos os
diálogos. Pode ser entendido bem as razões para aqueles que o platonismo torna-se , ao longo
do séculos IV e V, uma verdadeira religião, última manifestação de que se tem chamado de
“reação pagã”. A teologia filosófica (ou filosofia teológica) de Platão não é uma investigação
mais ou menos sistematicamente sobre a essência da divindade, mas um discurso fragmentário
sobre o divino. O complexo e multifacetado categoria do divino é o centro da religião platônico.
Para Platão, Deus é primeiramente, como para os gregos em geral, um conceito predicativo
muito mais que substantivo.

O que é importante não é Deus ou os deuses , mas o divino.

A principal manifestação da ordem divina é a ideia do bem, mas também todo o mundo das
ideias. Todas as coisas nas quais se faz visível a ordem do bem absoluto é considerado divino
por Platão.

Divino também é o demiurgo, que ordena e molda o mundo material.

O demiurgo não pode ser a mais alta manifestação do divino porque o princípio divino do mundo
(representado pela ideia do Bem) não se “rebaixa”, como no caso do Deus bíblico, ao ato de
moldar mundo, ele se limita a deixar-se ver.

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