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UFCD

HIGIENE, SAÚDE E SEGURANÇA DA CRIANÇA


3284

MANUAL DO FORMANDO
Curso Profissional Técnico/a de Ação Educativa

Nº de Horas: 25 horas
Formador: João Carlos Calado
UFCD 3284 – Higiene, Saúde e Segurança da Criança – 25 horas

“Quando olho para uma criança ela me inspira dois sentimentos: ternura pelo que é, e respeito pelo
que possa ser.”

Jean Piaget

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Índice

1- Saúde e Higiene Pessoal _________________________________________________ 5


1.1- Higiene Oral ______________________________________________________________ 5
1.2- Despiste de Alterações Visuais _______________________________________________ 6
1.3- Alterações Cutâneas ________________________________________________________ 7

2- Dietas Alimentares _____________________________________________________ 8


2.1- Alimentação Equilibrada ____________________________________________________ 8
2.2- Distúrbios Alimentares_____________________________________________________ 11

3- Higiene, Manutenção e Preparação de Equipamentos Espaços e Materiais _______ 13


3.1- Conceitos Fundamentais ___________________________________________________ 13

4- Cuidados Básicos de Saúde ______________________________________________ 15


4.1- Ministrar Medicamentos ___________________________________________________ 15
4.2- Tratamento de Pequenas Feridas ____________________________________________ 16
4.3- Acompanhamento aos Serviços de Saúde______________________________________ 18
4.4- Informação à Família dos Acidentados ________________________________________ 18

5- Bibliografia___________________________________________________________ 19
6- Webgrafia ___________________________________________________________ 19

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1- Saúde e Higiene Pessoal


Os hábitos de higiene por parte da criança são adquiridos ao longo do seu processo
de desenvolvimento, por isso são os pais que têm um papel fundamental para que a criança
consiga interiorizar a importância desses hábitos. Só a partir dos 6 anos, é que a criança está
madura o suficiente para ser responsável pela sua higiene pessoal.

A higiene pessoal da criança inclui: tomar banho, limpar os ouvidos, pentear o cabelo
e lavar os dentes. Cada um destes comportamentos tem a sua importância ao nível da saúde
da criança e também ao nível da integração social desta.

1.1- Higiene Oral


Os hábitos de higiene orais devem ser implementados desde cedo na vida das
crianças. Só desta forma, será possível evitar o aparecimento de cáries e outras patologias
associadas. Os pais e educadores devem preparar, alertar e educar as crianças para os
malefícios que podem surgir, se descurarmos a higiene oral.
Normalmente, os primeiros dentes nascem entre os 5 e os 8 meses de idade, mas a
dentição só fica composta com vinte dentes temporários, passados 3 anos.
Os dentes de leite
Os dentes decíduos, habitualmente conhecidos como dentes de leite, desempenham
funções muito importantes no desenvolvimento da criança, pois, permitem:
 A mastigação correta dos alimentos;
 O crescimento da face;
 A manutenção do espaço necessário para o nascimento dos dentes definitivos ou
permanentes.
Boas práticas da Saúde Oral
Para que possamos promover o bem-estar e auto-estima das crianças, devemos desde
cedo, explicar e adoptar boas práticas de saúde oral. Os pais desempenham um papel
crucial, uma vez que, é da sua responsabilidade preparar a criança para os cuidados diários.
Passos para uma escovagem eficaz
A limpeza dos dentes deve iniciar-se logo após o aparecimento do primeiro dente do
bebé.
Quando existem poucos dentes “erupcionados”, os pais podem utilizar uma dedeira
específica para o efeito. Se optar por uma escova de dentes é necessário escolher uma que
seja macia e com tamanho adequado à boca do bebé.
Os pais devem explicar à criança qual a quantidade de dentífrico a utilizar, pois estas
têm tendência para exagerar na sua utilização. É também fundamental educá-los para a
necessidade de escovar a língua, para que a higiene oral seja praticada com sucesso.

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1.2- Despiste de Alterações Visuais


Estima-se que, cerca de 25% das crianças em idade escolar sofrem de algum
problema de carácter visual. As alterações visuais deveriam ser detectadas precocemente,
uma vez que, uma boa visão, pode influenciar directamente a capacidade de apreensão
cognitiva e, consequentemente, todos os processos intelectuais e pedagógicos. No entanto,
nem sempre é possível!
Intervenção Precoce
Os primeiros exames oculares devem ser feitos logo ao nascer, aos 6 meses, entre os
2 e os 4 anos e aos 6 anos (fase de pré-alfabetização). «O exame oftalmológico da criança é
extremamente importante, pois, estima-se que até 10% das que se encontram em idade pré-
escolar e cerca de 25% dos menores em idade escolar têm problemas visuais», explica o Dr.
Fernando Lopes Fernandes, oftalmologista.
Em idades mais avançadas, as avaliações oftalmológicas podem ser realizadas de dois
em dois anos. Mas «a criança que necessita de óculos, ou a quem foi detectada qualquer
outra anomalia, deverá ser observada anualmente ou com a periodicidade entendida como
adequada pelo oftalmologista».
De acordo com os especialistas, que admitem a importância dos rastreios escolares,
eles também consideram que, os mesmos não são conclusivos, nem tão rigorosos como os
efectuados em contexto hospitalar. Não existe um intervalo de idades determinado para que
se devam efectuar os exames oculares. Existem sim, recomendações que podem ajudar a
orientar os pais. Ou seja, «examinar a criança sempre antes de iniciar o primeiro ano escolar
ou a qualquer momento, se for detectada alguma anomalia nos seus olhos».
Devemos no entanto, dar especial atenção, pelas razões óbvias, às crianças diabéticas,
que correm risco de desenvolver cegueira.
Principais problemas oftalmológicos a rastrear
 Presença de erros refractivos;
 Estrabismo;
 Insuficiência de convergência;
 Alterações na acomodação;
 Alterações nos olhos e pálpebras relacionadas com alergias;
 Cataratas e glaucoma mais raros, mas de graves consequências.
Todas as atenções devem estar concentradas nos seguintes sinais de alarme:
 Olhos vermelhos;
 Secreção;
 Pupila branca ou sem reflexo;
 Lacrimejo constante;
 Olhos grandes, estrábicos, esbranquiçados;
 Suspeitas de alteração visual se a criança se aproxima da televisão ou dos livros,
pestaneja frequentemente, esfrega ou franze os olhos quando está a fixar, inclina a
cabeça quando tenta ver melhor ou se existir história familiar de problemas oculares;

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 Uma criança que vê mal pode tornar-se desinteressada e com deficiente


aproveitamento escolar. Quando estiverem presentes dificuldades na aprendizagem,
leitura ou escrita, os seus olhos devem ser examinados para excluir uma causa visual.

1.3- Alterações Cutâneas


A pele das crianças é mais sensível que a dos adultos porque na infância ela ainda não
apresenta algumas protecções específicas. Como características da pele na primeira infância
destacam-se: o fato dela não produzir gordura suficiente, ser mais fina, não ter as glândulas
sudoríparas totalmente amadurecidas, ou seja, não apresentar um aspecto tão curtido no
sentido de pigmentação. Ao longo do tempo a pele vai ficando mais grossa, e definida, o que
permite que esteja mais preparada para reagir positivamente a factores de agressão.
Assaduras
As assaduras estão normalmente associadas com a irritação que a urina pode causar
na pele, especialmente em áreas onde há mais calor e dobras. Por isso, é muito importante
que os pais estejam atentos a determinados sinais de alerta. Deve sempre evitar-se que a
criança permaneça molhada por muito tempo. Além disso aconselha-se o uso de fraldas que
possam absorver e controlar a quantidade de urina. Depois de secarem correctamente a pele
do bebé, devem ser aplicados produtos hidratantes à base de óleos que não sejam irritantes
mas, sim, protectores.
É ainda importante destacar que, a assadura não deve ser vista como um
acontecimento normal, mas sim, como uma alteração cutânea que para além de outras
implicações, traz bastante desconforto para o bebé, daí a importância da prevenção.
Existem crianças que apresentam mais tendência para esse tipo de problema, como por
exemplo, as crianças mais gordinhas, as que urinam mais, aquelas que têm a urina mais
ácida, etc.
Alergia
De uma maneira geral a alergia não é um problema típico das crianças. A criança está
sujeita à alergia tanto quanto o adulto. As alergias acontecem com mais frequência em
crianças consideradas “atópicas”, ou seja, aquelas que apresentam uma predisposição para o
problema.
Habitualmente atuam no aparelho respiratório - sob a forma de rinite, sinusite ou
asma, ou na pele sob a forma de dermatites. Normalmente estas crianças podem reagir até
ao próprio suor, e apresentam muito mais potencial de irritação na pele do que as outras
crianças em geral.
Outro tipo de alergia bastante comum é a alergia à picada de insectos. Nesse caso,
sempre que a criança é picada por um insecto, o corpo reage e desenvolve pequenas lesões,
muitas vezes associadas a dores fortes.
Evitando problemas futuros
Para evitar problemas futuros na pele é importante que sejam tomados alguns
cuidados, tais como:
- Evitar o excesso de sol,
- Evitar lugares muito quentes e ambientes fechados,
- Estar atento!

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2- Dietas Alimentares
2.1- Alimentação Equilibrada
Necessidades Nutritivas
As necessidades nutricionais dependem da idade da constituição e da actividade
física.
Deste modo, devemos ajustar as doses que se encontram na roda dos alimentos às
necessidades da criança: doses mais baixas para uma criança mais pequena e sedentária e
vice-versa.
O mais importante a considerar na alimentação das crianças, é que esta seja,
completa, equilibrada e variada, tentando sempre diversificar nos alimentos e nutrientes de
cada refeição. Tal como para os adultos, a roda dos alimentos deve servir como guia de
orientação para a alimentação das crianças.

Os hábitos alimentares são condicionados desde os primeiros anos de vida, por isso,
é muito importante o estabelecimento de regras e de comportamentos alimentares saudáveis
desde cedo, já que muitos dos erros alimentares do adulto se adquirem na infância. Por isso,
é importante desde tenra idade:
o Criar atitudes positivas face aos alimentos e à alimentação.
o Encorajar a aceitação da necessidade de uma alimentação saudável e
diversificada.
o Promover a compreensão da relação entre a alimentação e a saúde.
o Fomentar o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis.
o Incentivar a prática de exercício físico regular.
A dieta da criança deve conter um equilíbrio razoável de todos os nutrientes
principais: proteínas, hidratos de carbono (amidos), gorduras, fruta, vegetais, de modo que
obtenha todas as vitaminas e sais minerais de que necessita.
As quantidades exactas e necessárias variam como referido anteriormente, de criança
para criança.
De uma forma geral, as crianças necessitam de mais proteínas do que os adultos, pois
necessitam de compensar o crescimento. A título de exemplo, as crianças entre 1 e 3 anos de
idade apresentam uma necessidade de cerca de 14,5g de proteínas por dia. Cerca de 6g desta
quantidade devem ser proteínas com uma qualidade elevada, do tipo obtido de fontes
animais e vegetais concentradas. As restantes podem ser obtidas de cereais, pão e alimentos
menos concentrados. Todos os seguintes alimentos fornecem cerca de 6g de proteínas: 1
ovo; 25g de carne magra; 25g de queijo rijo; 100g de feijão cozido; 100g de lentilhas.
O total dos alimentos, ingeridos ao longo do dia, deve respeitar as proporções da
roda dos alimentos, incluindo hortaliças, legumes e frutos, não esquecendo os alimentos do
grupo do leite, os cereais e derivados como o pão, passando pelas leguminosas e pelo
consumo de água.

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O consumo de carne deve ser moderado, sendo de retirar as gorduras visíveis e de


preferir o peixe uma vez por dia. Reduzir o sal, as gorduras e o açúcar na confecção e no
tempero dos alimentos. Usar gorduras com moderação, preferindo o azeite. E, finalmente,
variar tanto quanto possível, dando primazia aos produtos de cada estação do ano. Os
alimentos devem distribuir-se ao longo do dia, por 5 a 6 refeições diárias, a intervalos
regulares.
Como sabemos, o pequeno-almoço é uma refeição fundamental tanto para as
crianças como para os adultos e por isso, nunca devemos “saltar” essa refeição. O leite,
acompanhado de pão ou cereais, deve fazer parte desta refeição (quantidade diária de leite
recomendada ronda o ½ litro, podendo ser gordo ou meio-gordo). A meio da manhã deve a
criança deve ainda fazer mais uma refeição, para que não fique demasiadas horas sem
comer.
As duas principais refeições devem começar com uma sopa de legumes da época. Os
produtos hortícolas devem predominar na sopa e como guarnição. Devem ser consumidos
diariamente, bem como a fruta. O pão de mistura e cereais escuros podem ser fornecidos à
vontade. Carne e peixe não precisam de ultrapassar os 50g limpos a cada uma das duas
principais refeições e os ovos podem chegar aos 3 por semana.
O consumo de sal e açúcar deve ser moderado. Para acompanhar as refeições, as
crianças devem preferencialmente beber água ou sumos naturais. A sobremesa deve ser
constituída por fruta, no entanto, em situações pontuais e/ou festivas podem optar por uma
sobremesa doce. A meio da tarde a criança deve lanchar. O leite ou derivados e o pão não
devem faltar!

Figura 1 – Roda dos Alimentos

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Elementos essenciais
Ferro
“O ferro é um micronutriente muito importante para o sistema imunológico e para o
desempenho cognitivo porque é ele o responsável pela formação da célula vermelha do
sangue – a hemoglobina, que trabalha como carregadora de oxigênio para todas as outras
células e tecidos do corpo. O órgão que mais sofre com essa carência é o cérebro”
É comum que as crianças em idade escolar apresentem défices no consumo de ferro,
uma vez que, em muitos casos existe alguma dificuldade na ingestão de alimentos ricos em
ferro (ex: peixe).
Podemos compensar a ausência deste nutriente, recorrendo à ingestão de alimentos
ricos em vitamina C, que são capazes de estimular a absorção do ferro (ex: incluir um copo
de sumo natural de laranja ao jantar).
Cálcio
“O cálcio, além de ser o principal constituinte dos ossos, é um mineral fundamental
para a manutenção de várias funções do organismo, como a contração muscular, coagulação
do sangue, transmissão dos impulsos nervosos e secreção de hormônios. Ossos e dentes
armazenam 99% do total de cálcio presente no corpo. O resto circula no sangue”.
O leite e os seus derivados, de preferência com baixos teores de gordura, são as
melhores fontes de cálcio No grupo das carnes, as melhores fontes são as sardinhas e salmão.
Vegetais verdes e de folhas largas como as couves, o repolho e brócolos, são também
excelentes fontes de cálcio.
Vitaminas A, C e D
As vitaminas são nutrientes indispensáveis para um bom funcionamento do nosso
organismo, essencialmente porque ajudam a evitar ou a minimizar o aparecimento de
doenças, ao mesmo tempo que promove o bem-estar físico e emocional. A carência de
vitaminas, conhecida como avitaminose, é causada por uma má absorção do organismo ou
pela ausência da ingestão vitamínica. As vitaminas , na sua diversidade, estão presentes nos
mais variados alimentos, especialmente em frutas e legumes.
Vitamina A ( Retinol)
O consumo regular de vitamina A, ajuda a manter o sistema imunológico, a pele e a
visão saudáveis. A cenoura, o fígado, a gema de ovo e queijo são alimentos ricos em vitamina
A.
Vitamina C (Ácido ascórbico)
A vitamina C desempenha uma função muito importante na manutenção e suporte
do sistema imunológico, no que respeita a protecção de processos infecciosos. Funciona
também como um excelente antioxidante e desempenha também um papel muito
importante no que respeita à fortificação dos ossos.
Principais fontes: limão, laranja, abacaxi, manga couve e tomate.
Vitamina D
O consumo de alimentos ricos em vitamina D, assune grande importância no
processo de absorção de cálcio e fósforo no intestino, bem como no controle da tensão
arterial, no controle do peso e na prevenção de diversos tumores.
Principais fontes: manteiga, gema de ovo, peixe.

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2.2- Distúrbios Alimentares


Principais distúrbios alimentares
Os distúrbios alimentares são doenças do foro psiquiátrico que se caracterizam
fundamentalmente por alterações significativas do comportamento alimentar. Alguns
exemplos de doenças relacionadas com distúrbios alimentares são:
 Anorexia, uma condição na qual a criança se recusa a comer quantidades
adequadas de calorias, pelo medo intenso e irracional de ficar com peso
excessivo.
 Bulimia, um estado em que uma criança come compulsivamente e mais tarde
tem tendência para induzir o vómito, ou a utilizar laxantes, de forma a expulsar o
que anteriormente ingeriu.
 Compulsão alimentar (Obesidade) uma condição na qual uma criança engorda
rapidamente, pela ingestão incontrolada de comida e pela acumulação de gordura
nos tecidos.
Curiosidades….
Em crianças e adolescentes, os transtornos alimentares podem acumular-se. Algumas
crianças alternam entre períodos de anorexia e bulimia.
Os distúrbios alimentares geralmente desenvolvem-se durante a adolescência ou
início da idade adulta. No entanto, eles podem começar na infância, também.
Anorexia em crianças e adolescentes
Crianças e adolescentes com anorexia têm uma imagem distorcida do corpo. Pessoas
com anorexia vêem-se como obesos, mesmo quando eles estão perigosamente magros.
Vivem obcecados pela magreza e recusam manter um peso normal.
Sintomas da anorexia incluem:
 Ansiedade, depressão, perfeccionismo,
 Utilização de dieta rigorosas, mesmo quando se encontram extremamente magros
 Prática de exercício de forma compulsiva e excessiva
 Ausência de menstruação
 Rápida perda de peso
 Estranhos hábitos alimentares, tais como evitar as refeições, comer em segredo, o
acompanhamento a cada mordida do alimento, ou comer apenas determinados
alimentos em pequenas quantidades.
A Anorexia pode levar a vários problemas de saúde graves. Esses problemas incluem:
 Danos a órgãos importantes, especialmente o cérebro, coração e rins
 Arritmia cardíaca
 Diminuição da pressão arterial, pulso, temperatura corporal, respiração e taxas
 Sensibilidade ao frio
 Enfraquecimento dos ossos
Bulimia em crianças e adolescentes
Assim como as crianças e adolescentes com anorexia, os jovens com bulimia também
temem o aumento de peso e sentem-se extremamente infelizes com os seus corpos.
Caracterizam-se por comer compulsivamente e em períodos curtos de tempo. São
acompanhados por sentimentos de vergonha e culpa.
A indução do vómito e/ ou o uso de laxantes e diuréticos, são comportamento que
ajudam no diagnóstico da doença.

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Sintomas da bulimia incluem:


 Abuso de drogas e álcool
 Abuso de laxantes e outros tratamentos para evitar o aumento de peso
 Ansiedade
 Consumo de grandes quantidades de alimentos
 Comer em segredo ou ter hábitos alimentares incomuns
 Exercício excessivo
 Tristeza
 Vómitos após as refeições :
 Danos ao esmalte dos dentes
 Inflamação do esófago
 Inchaço das glândulas salivares nas bochechas
Além disso, a bulimia pode também diminuir os níveis sanguíneos de potássio. Isso
pode levar a perigosos, ritmos cardíacos anormais.
Compulsão alimentar em crianças e adolescentes
Compulsão alimentar é semelhante à bulimia. Existe uma ingestão descontrolada de
grandes quantidades de comida, num curto espaço de tempo, que normalmente resultam em
desconforto. Como resultado, eles tendem a ficar acima do peso ou obesos.
O excesso de peso causado pela compulsão alimentar coloca a criança em risco desses
problemas de saúde como:
 Doenças cardíacas
 Pressão alta
 Colesterol elevado
 Diabetes tipo 2
Obesidade e excesso de peso
A obesidade infantil é especialmente evidente nos países desenvolvidos, onde se
verificam estilos de vida sedentários e, cuja ingestão alimentar se baseia em produtos de
conveniência, que são tipicamente ricos em calorias e pobres em valores nutricionais.
A obesidade infantil é particularmente preocupante devido a uma série de
complicações crónicas que se desenvolvem até à fase adulta, como a hipertensão, diabetes e
colesterol.
A obesidade infantil pode surgir por factores hormonais ou genéticos. Contudo, a causa mais
frequente para o aumento de peso é a ingestão alimentar excessiva e, a falta de exercício
físico. Se as crianças consumirem mais calorias do que o seu gasto diário, com as actividades
físicas normais, vão ganhar mais peso do que o recomendado.
Existem muitos factores que combinados, contribuem para o risco elevado de
obesidade :
 O consumo regular de alimentos muito calóricos (doces, snacks )
 A falta de exercício nas crianças, contribui para o aumento de peso
 Predisposição genética
 Factores psicológicos
 Factores familiares/ Sociais
Outros distúrbios alimentares
Peso insuficiente

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Se a criança não estiver a ganhar peso suficiente, fale com o pediatra sobre possíveis
problemas de saúde que estejam na origem do fenómeno. Como existem crianças com
apetites muito reduzidos, devemos certificar-nos que todas as refeições são respeitadas.
Recusas em comer
Muitas crianças atravessam fases em que se recusam a comer determinados
alimentos. Tal facto é mais frequente em crianças até aos cinco anos de idade. Para
contornar esta dificuldade, ofereça à criança refeições regulares e torne as horas das refeições
divertidas, utilizando pratos e alimentos coloridos, apresentando a comida de forma original
e atrativa.
Diarreia
A diarreia é um problema relativamente comum em crianças pequenas.
Normalmente a origem deste distúrbio prende-se com o uso excessivo de sumos ou
alimentos com grande concentração de açúcar.
Mantenha a criança longe destes alimentos por uns dias, reintroduzindo-os
gradualmente.

3- Higiene, Manutenção e Preparação de Equipamentos Espaços e


Materiais
3.1- Conceitos Fundamentais
Higiene e limpeza dos colaboradores
Os colaboradores devem manter uma higiene pessoal cuidada, lavando as mãos
como rotina, sempre que chegam à creche, antes de começar a trabalhar, antes e depois de
administrarem primeiros socorros, antes de dar de comer às crianças, antes e depois de cada
muda de fraldas, depois de irem à casa de banho ou de terem ajudado a criança nessa tarefa,
depois de utilizarem um lenço, depois de manusear lixo, depois de tocarem nos olhos,
orelhas, nariz, cabelo ou boca, sua ou da criança, depois dos intervalos de descanso, depois
de mudar os bebés, etc..
Os colaboradores devem usar vestuário e calçado, adequado e confortável à
realização das actividades com as crianças. O estabelecimento deve disponibilizar
contentores de toalhas em rolo ou toalhas de papel para secar as mãos. Poderão ser
utilizados toalhetes em situação de emergência (p.e. falta de água), de forma a manter uma
barreira protectora dos germes. Está estabelecido um Plano de Limpeza e Higiene das Infra-
estruturas que prevê a periodicidade de limpeza dos espaços, equipamento/utensílios.
Sempre que os serviços de higiene das instalações e equipamento são subcontratados,
o estabelecimento deve assegurar que a entidade prestadora do serviço respeita os
procedimentos e a legislação em vigor.
Higiene e limpeza dos espaços
• Os espaços onde são realizadas as actividades com as crianças (salas e refeitórios),
são limpos e arrumados no final de cada dia.
• Nos espaços destinados às crianças mais pequenas (berçário) só é permitida a
utilização de sapatos com uma protecção, por parte dos adultos;
• A área de mudança das fraldas deve estar separada da área de refeições e deve;

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• Ser utilizada só para esse efeito;


• Ser limpa e desinfectada depois de cada muda;
• Estar junto de uma área com água quente corrente;
• Estar próxima da área de arrumação do equipamento e utensílios
necessários para o efeito (p.e. toalhetes, fraldas, pomadas, contentor de fraldas
sujas).
• O contentor destinado às fraldas sujas e toalhetes encontra-se selado e fora do
alcance das crianças.
• Os espaços de preparação e confecção da alimentação dos bebés (p.e. bancada,
esterilizador de biberões) e os respectivos utensílios individuais (p.e. biberão) são
arrumados após cada utilização.
• A desinfestação das instalações é efectuada, no mínimo, anualmente, de acordo
com o Plano de Desinfestação.
Higiene e limpeza equipamento/utensílios
O Plano de Limpeza e Higiene das Infra-estruturas prevê:
• A mudança semanal da roupa de cama (i.e. catre e berço) das crianças ou sempre
que necessário;
• A limpeza e desinfecção semanal dos berços e catres ou sempre que necessário;
• A limpeza e desinfecção diária dos objectos utilizados nos cuidados de higiene das
crianças (p.e bacios, contentor de fraldas, sanitas).
Esta tarefa deverá ser realizada num local específico, separado do espaço onde se
realizam as actividades com crianças;
 A limpeza semanal do material lúdico-pedagógico ou sempre que necessário;
 O estabelecimento deve garantir que este material se encontre nas condições de
higiene e segurança estipulados na legislação em vigor e seja avaliado, pelo
menos, uma vez por ano, para verificação da manutenção das condições iniciais.

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4- Cuidados Básicos de Saúde


4.1- Ministrar Medicamentos
O estabelecimento só deverá administrar medicamentos mediante a apresentação de
prescrição ou declaração médica pelas famílias. Na ausência de declaração médica, deve ser
solicitado às famílias um termo de responsabilidade, identificando a forma e horário de
administração do medicamento.
Os medicamentos deverão ser guardados em local seguro, nas embalagens originais,
salvaguardando-se as suas condições de preservação e de validade. O responsável pela
assistência deve efectuar todos os registos da assistência medicamentosa.
Quando a administração de medicamentos envolve conhecimentos técnicos
específicos ou a execução de determinados procedimentos, os colaboradores directamente
envolvidos devem ter formação adequada (p.e. na administração de insulina, que fazer
perante um ataque de epilepsia).
Vacinação
As vacinas são o meio mais eficaz e seguro de proteger as crianças contra certas
doenças. Mesmo quando a imunidade não é total, quem está vacinado tem maior capacidade
de resistência na eventualidade da doença surgir.
Não basta vacinar-se uma vez para ficar devidamente protegido. Em geral, é preciso
receber várias doses da mesma vacina para que esta seja eficaz. Outras vezes é também
necessário fazer doses de reforço, nalguns casos ao longo de toda a vida. A vacinação, além
da protecção pessoal, traz também benefícios para toda a comunidade, pois quando a maior
parte da população está vacinada interrompe-se a transmissão da doença.
O Plano Nacional de Vacinação (PNV) é da responsabilidade do Ministério da Saúde
e integra as vacinas consideradas mais importantes para defender a saúde da população
portuguesa. As vacinas que fazem parte do PNV podem ser alteradas de um ano para o
outro, em função da adaptação do Programa às necessidades da população, nomeadamente
pela integração de novas vacinas.

Figura 2 – Plano Nacional de Vacinação 2017

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4.2- Tratamento de Pequenas Feridas


Ferimentos na pele
Como atuar:
 Lave a região com água e sabão, preferencialmente de glicerina por dois minutos.
Depois cubra-a com uma gaze limpa ou curativo adequado.
 Havendo sangramento intenso, comprima o local afectado com outra gaze limpa
até que a criança pare de sangrar.
 Quando o objecto que causou o acidente estiver sujo ou enferrujado, caso a
carteira de vacinação não esteja em dia, será necessária a vacina antitetânica, que
pode ser aplicada em hospitais ou postos de saúde.
Cortes
Como actuar:
 Em casos de pequenos cortes, lavar com água e sabão, retirando a sujidade
 Fazer compressão local com pano limpo, até parar o sangramento.
 Cobrir com um curativo hipoalergénico e semipermeável
 Em caso de ferimentos maiores, lavar com água e sabão, comprimir com pano
limpo, encaminhando a criança para a emergência médica.
Queimaduras em geral
Como actuar:
 Para aliviar a dor, humedeça a região queimada com compressas ou toalhas
dobradas embebidas em água fria.
 Mãos e braços podem ser mergulhados na água, mas não coloque o acidentado
sob o chuveiro frio. Sacos de gelo não têm eficácia. Após estes procedimentos,
deixe a queimadura livre, sem nada por cima.
 Objectos que ainda estejam na região afectada (anéis, relógios, pulseiras) devem
ser removidos antes que o inchaço crie mais problemas. Porém, se a retirada for
traumática, deixe que um médico o faça. Não use cremes ou anti-sépticos. Se
formarem-se bolhas, não mexa nelas.
Queimaduras químicas (pele e olhos)
Como actuar:
 Materiais químicos na pele devem ser lavados com água corrente, sem esfregar,
até que todos os resíduos sejam retirados.
 Se algum produto cair nos olhos, tente manter as pálpebras da vítima abertas e
escorra água corrente sobre o globo ocular afectado.
 Tome cuidado para que esta lavagem não atinja o olho são. Água corrente não
causa danos e ainda pode salvar da cegueira.
Corpos estranhos
Na pele
Como actuar:
 Se a região estiver suja, limpe suavemente em volta do ferimento, com um pano
macio e sabão.
 O procedimento correcto nesses casos é procurar assistência médica.

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 Não tente retirar qualquer objecto que esteja preso à pele. Ele pode estar
próximo de alguma artéria, veia ou nervo.
 Esse tipo de ferimento precisa ser bem tratado, para evitar problemas, como
infecções no local atingido, gangrena ou hemorragia.
 Não tendo sido vacinada contra o tétano, a vítima corre o risco de contrair a
doença. O mesmo risco existe, se o objecto estiver sujo ou enferrujado, sendo
imprescindível a vacina antitetânica.
No olho
Como actuar:
 Não permita que a criança mexa ou esfregue o olho.
 Coloque-a sentada numa cadeira, sob boa iluminação, e incline a sua cabeça para
trás. Dessa maneira, você terá condições de observar onde está o objecto.
 Depois, pegue uma haste flexível com algodão nas pontas, humedecido em água
limpa e tente, com muita delicadeza, retirar o corpo estranho, tocando
delicadamente apenas nas laterais do globo ocular e na pálpebra inferior com
movimento suave, sem oferecer pressão. Faça este procedimento apenas se a
criança colaborar.
 Se a primeira tentativa falhar, não insista. O objecto pode estar encravado e só um
profissional poderá retirá-lo em segurança.
 Também não faça nada se ele estiver na íris, a parte colorida do olho, ou na
parte superior da pálpebra. Estas regiões são muito sensíveis e importantes. Uma
pessoa inexperiente pode causar danos irreversíveis à visão da criança, como
lesões e embranquecimento da córnea, o que leva a infecções e cegueira.
 Nesses casos, a única atitude correcta é levá-la rapidamente a um hospital que
tenha oftalmologista.
No ouvido
Como actuar:
 É muito comum a criança aparecer com corpos estranhos no ouvido: desde
bolinhas e caroços até pequenos insectos (mosquitos e moscas). Em ambos os
casos, somente o médico pode resolver o problema.
 Não pingue líquidos ou introduza objectos no ouvido, pois existe a possibilidade
de o tímpano ter-se rompido, causando infecções e danos à audição.
No nariz
Como actuar:
 A tentativa de remover corpos estranhos (milho, feijão, sementes e caroços de
pequeno tamanho, alfinetes, grampos, palitos) do nariz pode empurrá-los para a
parte mais profunda. Isto só irá agravar o problema.
 Leve a criança ao médico que, em certos casos, poderá retirar o objecto com uma
rápida manobra.

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4.3- Acompanhamento aos Serviços de Saúde


As famílias devem possuir conhecimento necessário sobre as regras de actuação do
estabelecimento escolar em situações de emergência médica ou de doença da criança. Para
uma correta prestação dos cuidados de saúde, os estabelecimentos escolares devem dispor
de apoio de um profissional de saúde (um médico ou enfermeiro). No entanto todos os
outros colaboradores devem possuir formação profissional adequada para atuar sempre que
necessário. Em todas as situações de acidente, os colaboradores devem respeitar e cumprir as
normas de higiene e segurança, estabelecidas no âmbito dos cuidados de primeiros socorros.
Nas situações em que a criança fique doente ou ocorra um acidente durante a sua
permanência na escola, o responsável deve avaliar rapidamente a gravidade da situação:
• Se a criança necessitar de cuidados médicos urgentes, o responsável entra em
contacto com a família e dirige-se ao serviço de saúde. Caso a criança regresse ao
estabelecimento, deve permanecer em local destinado para o efeito e se necessário
acompanhada até à chegada da família;
• Se a criança não necessitar de cuidados médicos urgentes, o estabelecimento entra
em contacto a família, para a entregar aos seus cuidados.

4.4- Informação à Família dos Acidentados


Deverá existir nas instituições de ensino, um responsável pelos procedimentos
necessários a seguir, em situação de acidente ou de doença. Estes procedimentos estão
sempre acessíveis a todos os funcionários.
A escola deve disponibilizar informação às famílias sobre cuidados de saúde e de
desenvolvimento das crianças (p.e. nutrição, doenças relacionadas com crianças e respectivos
procedimentos, serviços e locais de saúde, reconhecimento de problemas de saúde,
encaminhamento das situações e despistagem de saúde gratuitos).
Todos os contactos necessários para resolução de situações de emergência de uma
criança (p.e. contactos da família, do médico assistente, de seguros de saúde, do número de
emergência nacional, do serviço de bombeiros, do hospital), estão em local acessível a todos
os colaboradores.

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5- Bibliografia
 AA VV., Orientações curriculares para a educação pré-escolar, Ministério de
Educação: Departamento de Educação Básica, 1997

 AA VV., Pensar formação – Formação de pessoal não-docente (animadores e


auxiliares/ assistentes de acção educativa), Ministério de Educação: Departamento de
Educação Básica, 2003

 AA VV., Qualidade e projecto na educação pré-escolar, Ministério de Educação:


Departamento de Educação Básica, 1998

6- Webgrafia
 Portal da criança: http://4pilares.zi-yu.com

 Associação para a promoção da segurança infantil: http://sitio.dgidc.min-edu.pt/

 http://saudeemolhao.projectos.esffl.pt/index_ficheiros/Page1666.htm

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