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A Inquietante Qabalah Qliphótica E Suas Interconexões

"Há uma porta na alma que se abre para Deus e outra que se abra para as
Profundezas. Não tenham dúvida: as Profundezas emergem assim que a porta é
efetivamente aberta".
(Arthur Waite)

Temos, em língua vernácula, poucas fontes bibliográficas para explorar sobre tão
fascinante temática, o que nos motivou a pesquisar e a produzir o presente
"intertexto". A priori, tal tema pode nos levar a franzir a testa ou mesmo causar uma
inquietante estranheza; mas, a posteriori, com a devida vivência e estudo, tal
assombro fenece, pois aprendemos que o lado obscuro da coisa é tão verdadeiro e útil
à existência quanto o seu lado divino. Nossa mentalidade judaico-cristista
(pretensiosamente cristã) pode reagir, por "pré-conceitos", a um estudo de tal
magnitude; mas competem ao verdadeiro iniciado exercer sua vontade consciente (sua
magick) e vencer os grilhões do aprisionamento, do medo e da ignorância. Se nos
lembrarmos do símbolo do yin-yang (), compreenderemos, talvez com maior facilidade,
o intercâmbio cósmico das energias: uma energia sempre nos levando em direção a
seu oposto complementar. É essa mesma realidade que se expressa quando
trabalhamos com o anverso e o verso da Árvore Qabalística. Um iniciado draconiano,
ciente deste princípio cósmico, trabalha, alternadamente, com os dois lados da Árvore,
entrando em contato com seus 'anjos' e 'demônios', buscando a síntese, o equilíbrio, o
casamento alquímico das energias.

A ÁRVORE DA VIDA E DA MORTE

A Tradição Draconiana é muito antiga, havendo vestígios de sua presença na Suméria


bem como no Egito pré-dinástico. Assim, deste priscas eras, o contato com as
entidades do lado oculto (ou reverso) da Árvore da Vida nunca foi ignorado por esta
via.

A Árvore da Vida é um sistema simbólico e místico da Qabalah que visa a representar


todas as forças e elementos tanto da Natureza quanto do universo. A Árvore é um
diagrama com 11 esferas chamadas de Sefirot e que se ligam umas às outras por meio
de 22 caminhos.

É ponto pacífico, na Tradição Draconiana, que tal Árvore contenha um outro lado (o
lado oculto) que é chamado de Árvore da Morte. É neste lado não luminoso, temido
por uns, ignorado por outros, que o draconiano também trabalha. Na atualidade,
Kenneth Grant resgatou esse antigo princípio e afirma que essas forças sombrias estão,
cada vez mais, infiltrando-se em nossa dimensão e transformando o planeta de uma
forma estranha e assustadora.

Tal processo foi logo identificado e recebeu diferentes nomes: é o Novo Aeon de
Crowley; o Apocalipse bíblico; a Era de Satã de La Vey e o Ma-Ion (era de Maat) de
Grant. Independentemente do nome que receba, o fato é que há uma mudança no ar,
uma alteração na consciência, uma nova ordem planetária. Nesse particular, Crowley
escreve:
"Observem por si mesmos a decadência do senso de pecado, do crescimento da
inocência e da irresponsabilidade, a estranha modificação do comportamento sexual
que tende para uma bissexualização crescente, uma pueril confiança no progresso
concorrendo com o pesadelo e o medo de catástrofes e hecatombes diversas".

Quadro I: Esferas Sephiróticas e Qliphóticas


Sephirot
INFERNO
Correspondência
Qliphot

1.. Kether
Gehenna
Futilidade
Thaumiel - As duas Forças Combatentes

a.. Chokmah
Gehenna
Arbitrariedade
Ghogiel - Os Estor-vadores

a.. Binah
Sombra da Morte
Fatalismo
Satariel - Os Oculta-dores

a.. Chesed
Portal da Morte
Ideologia
Agshekeloh - Os Golpeadores

a.. Geburah
Lamaçal
Burocracia
Golohab - Os Incendiários

a.. Tiphereth
Palácio da Corrupção
Falsidade
Tagiriron - Os Disputadores

a.. Netzach
Casa da Destruição
Repetição
Gharab Tzerek - Os Corvos da Morte

a.. Hod
Sheol
Rigidez
Samael - O Veneno de Deus

a.. Yesod
A Cova
Zumbi ("Zumbiísmo")
Gamaliel - Os Obscenos

a.. Malkuth
O Inferno Profundo
Interrupção da Circulação
Lilith - Rainha da Noite e dos Demônios

Essas forças em ebulição no planeta são as forças qliphóticas (do hebraico, Qliphoth =
cascões, escudos ou demônios). Essas forças também são conhecidas como Tulpas (no
Tibet) e avatares de Coyote (nas tradições indígenas norte-americanas).

De acordo com a compreensão de nossa Ordem, tais forças são "extraterrenas", além
do universo conhecido e que estão tentando conosco se comunicar para completarmos
nossa evolução, unindo o lado luminoso com o não iluminado. Em outras palavras, é o
processo de abertura de nossa mente consciente para as profundezas primordiais de
nosso inconsciente. Um draconiano sabe que deve conhecer suas forças abissais
inconscientes, mas também sabe que deve mantê-las sob controle/vontade.

Neste reino do inconsciente, jaz adormecidos os instintos há muito esquecidos pela


humanidade, bem como as representações de encarnações prévias que são
magicamente revitalizadas pelas qliphos. Esses instintos podem ser atualizados pelos
ritos licantrópicos (crença na transformação do homem em lobo, tigre ou hiena) e
também pelas práticas do caminho da mão esquerda que utiliza a sexualidade e o
delírio para que a consciência dê passagem às forças qliphóticas (ou o id - o princípio
freudiano do prazer, da ausência de limites).

Há uma antiga crença de que um dos caminhos para se chegar à Divindade é através
do princípio animal. Isto pode ser visto nas representações zooantropomórficas dos
deuses egípcios e sumérios. Nos tempos modernos, podemos encontrar conceito
similar nas obras artísticas do mago inglês Austing Osman Spare bem como em suas
várias práticas ritualísticas de Yoga. Nelas, é possível perceber a técnica de se utilizar
da bestialidade para se aproximar da Divindade. Spare acreditava no poder da
ressurgência atávica na qual o iniciado retira poder de um símbolo ou sigilo feito para
representar um determinado animal para, finalmente, adquirir as qualidades do
mesmo. Este é um método de se contatar a Divindade, na qual, ao invés de se "elevar"
espiritualmente até Ela, o iniciado "desce" Nela, bestialmente. Sendo a Divindade o
"Todo", se você se "eleva" ou "desce" não vem ao caso. O resultado é o mesmo. Grant
afirma:

É evidente que aqueles que contatam as forças qliphóticas devem assumir a Máscara
da Besta. Não é de se estranhar, portanto, que o amplo espectro das assim chamadas
anormalidades e luxúrias foram exploradas nas tentativas de transmitir as vibrações
extracósmicas ou, pelo menos, as forças extraterrenas.

O acesso para se contactar com as Qliphoth é através da Sephirá oculta Daath. Daath
está no meio do Abismo, a esfera que separa a consciência humana comum da tríade
superior ou Divindade. Daath funciona como um gateway (portal) para outras
dimensões ou Universo B (em oposição ao lado que conhecemos e que é chamado de
Universo A, na terminologia draconiana). É lá também que estão os Túneis de Set no
qual residem as Qliphot.

Grant e Michael Bertiaux, com freqüência, ventilam o uso da magick sexual como
técnica propulsora para se obter conexão com as Qliphot. Tal técnica engloba o uso do
sado-masoquismo, da magick sexual licantrópica imaginária, da assunção de formas
monstruosas durante o rito, dentre outros.

Na gnose draconiana, o sapo ou a rã simbolizam aquele que salta ou pula no lado


oculto da Árvore. Ao invés de atravessar todos os Túneis Sethianos, o mago assume a
forma de uma rã e salta de uma vez na Árvore da Morte. Esta técnica é empregada no
Culto da Serpente Negra, na qual Hécate (a deusa da cabeça de rã) é a deidade
central. Ela é uma das figuras mais importantes no culto draconiano, sendo o agente
símbolo de transformação do aquoso (ou existência astral) para o terreno (existência
tangível), nos informa Grant.

Já que estamos falando de ícones draconianos, fala a pena mencionar a teia da


aranha. No lado oculto da Árvore, a teia que a aranha tece simboliza a rede de túneis
que conduz a outras dimensões. O que parece ser um mero interstício de fios
entrelaçados, quando a aranha emerge de sua toca - nas profundezas da terra - na
verdade, surgem dimensões tempo-espaço de imensidades cósmicas. Mais
simplesmente, a teia da aranha é utilizada imaginativamente como um meio de acesso
a vários reinos "encantados" do inconsciente. Mas há um preço. O magista, nestes
trabalhos, perde um pouco de seu ojas (ou energia mágicka) quando entra em contato
com tais seres. Caso esteja totalmente despreparado, pode se defrontar com a
insanidade, a destruição e "perder" sua alma como resultado desses encontros. Grant
nos adverte: A força requerida para experimentar o sonho e continuar depois coerente
é uma tarefa que poucos podem suportar.

KALAS OU TÚNEIS SETIANOS: OS 22 CAMINHOS DO TAROT DAS SOMBRAS

Também são em número de 22 os caminhos reversos do Tarot na Árvore da Morte.


Esses caminhos sombrios foram inicialmente explorados por Crowley e,
oportunamente, revisitados e enriquecidos com as pesquisas de Grant. No Brasil, a
OTO Draconiana tem facilitado o acesso, através de suas publicações, a estes preciosos
conhecimentos.

Vale ressaltar que a palavra hindu kalas significa tempo como fonte de todas as coisas.
Na filosofia tântrica, são os fluxos do tempo (aromas, flores, emanações, fenômenos,
secreções), particularmente ligados aos kalas humanos ou fluídos corporais (sangue,
sêmen, leite, suor, menstruação, cera do ouvido, a melatonina produzida pela glândula
pineal, etc) dos quais o tantra enumera mais de 30. Muitos desses kalas são
produzidos por determinadas práticas sexuais ritualizadas. Kenneth Grant usa a palavra
kalas com o mesmo sentido que expusemos acima, mas também faz um uso pessoal
dela. Para ele, kalas é sinônimo de Túneis de Set, uma vez que ele os vê como sendo
"secreções".

Esses 22 caminhos sombrios são protegidos por Guardiões que são o exato oposto dos
Guardiões do lado frontal da Árvore. Os Guardiões Sombrios são seres ligados aos
aspectos mais obscuros da existência: perversões, blasfêmias, distorções.

CAMINHOS VISÍVEIS
GUARDIÃES DOS TÚNEIS DE SET
HABITANTES OU Qliphoth

11.O Louco
AMPRODIAS
Silfos, Fadas, Vampiros.

12. O Mago
BARATCHIAL

13. A Grande Sacerdotisa


GARGOPHIAS
Lemurs (Primatas)

14. A Imperatriz
DAGDAGIEL
A Porca de Vênus (Babylon)

15. A Estrela
HEMETHTERITH
O Behemiron

16. O Hierofante
URIENS
O Adimiron

17. Os Amantes
ZAMRADIEL
O Tzalalimiron

18. A Carruagem
CHARACITH
O Shichiririon

19. A Força
TEMPHIOTH
O Schalcbiron

20. O Eremita
YAMATU
The Tzaphiriron

21. A Roda da Fortuna


KURGASIAX

22. A Justiça
LAFCURSIAX
O A'abirion

23. O Enforcado
MALKUNOFAT
Os Abissais (Deep Ones)

24. A Morte
NIANTIEL
Escorpião, lobo, besouro.

25. A Temperança
SAKSAKSALIM
O Nechashiron

26. O Diabo
A'ANO'NIN
O Dagdagiron

27. A Torre
PARFAXITAS

28. O Imperador
TZUFLIFU
Os Revoltosos

29. A Lua
QULIELFI
O Nashimiron

30. O Sol
RAFLIFU
Fantasmas

31. O julgamento
SHALICU

32.O Mundo
THANTIFAXATH
Larvas e "saprófitas" astrais

Breve descrição DOS GUARDIÃES QLIPHÓTICOS


É preciso entender que os nomes dos Guardiões não são os Túneis em si mesmos.

1) AMPRODIAS - Guardião do 11o Túnel - ele não é um 'oposto' do Louco, mas uma
distorção deste. Ao invés de estar preste a saltar de um penhasco, como faz o Louco,
Amprodias está sentado no fundo de uma cratera, na beira de um buraco, produzindo
bolhas. No lugar do cão que adverte, temos alguns demônios que tocam flautas,
procurando distrair e confundir. O pior de tudo é que a figura está sem cabeça.
Seu caminho é o do reverso, uma vez que 11 é o número geral para a magia e 11 é o
número da Sephirá Daath na Árvore da Vida, isto é, a Sephirá da "não-existência" e o
portal para o "outro lado". Amprodias também tem o número do Louco (0). O zero (o
vazio) é o número que precede o Um (a Manifestação). É o nível que precede até
mesmo o mais elementar nível consensual de realidade (o solipsismo e a loucura). Sua
doença é a diarréia.

2) BARATCHIAL - Guardião do 12o túnel - É o cinocéfalo, a distorção do Mago


(arcano I). Ao invés de portar o Caduceu de Mercúrio, ele luta desesperadamente para
controlar as serpentes a sua volta. Como sua língua é deformada, ele não pode fazer
uso do poder do verbo, nem da magia das letras.

3) GARGOPHIAS - Guardião do 13o Túnel - a paralela da Grande Sacerdotisa. Grant


chama esse arcano de "bruxaria batraquiana", uma vez que ele se associa à deusa
Hécate (a deusa da cabeça de rã). Gargophias silenciosamente observa o magista
mergulhar fundo nas relações sexuais (a copulação do Caos e do Tempo). Sua magia é
a da interpretação de sonhos e a clarividência. Sua doença é o mal funcionamento da
menstruação.

4) DAGDAGIEL - Guardião do 14o túnel - é a equivalente da Imperatriz, porém numa


oitava abaixo: degradada e prostituta. Sua magia é a de amor através dos filtros. Seus
males são as doenças venéreas e as ninfomanias.

5) HEMETHTERITH - Guardião do 15o Túnel - É considerada a mãe maior. Seu dom é


a astrologia. Grant diz que ela foi ameaçada de estupro por uma variante sombria do
Sagrado Anjo Guardião e enquanto ela fugia deste ataque, ela caiu de costas e seus
seios se tornaram as duas ânforas de Aquário. É a antítese da Imperatriz.

6) URIENS - O Guardião do 16o Túnel - a distorção do Hierofante, corresponde às


crenças e convicções equivocadas (por exemplo, a crença em um salvador externo),
arrogância, medo da existência e a necessidade pueril de se apegar a algo que forneça
um modo "seguro" de se viver.

7) ZAMRADIEL - o Guardião do 17o Túnel - indica o total abandono e rendição ao


coito. A espada de zain penetrando a yoni (vagina) de Qulielfi; é o triunfo da libido
sobre a sabedoria.

8) CHARACITH - Guardião do 18o Túnel - A distorção da Carruagem (arcano VII). Um


dos poderes da magia é arte dos encantamentos e o domínio das energias que aqui
fica comprometido. O perigo associado a esta sentinela é possibilidade de se tornar um
vampiro.
9) TEMPHIOTH - Guardião do 19o Túnel - A antítese do Arcano da Força, se traduz
por uma baixa auto-estima, pouca vitalidade, excessos emocionais, "secura" intelectual
e desinteresse pelas atividades sexuais. Constituiu, na verdade, um bloqueio à
manifestação das forças instintivas.

10) YAMATU - o Guardião do 26o Túnel - É quando se considera que esta forma
física, este mundo material que conhecemos é como algo inerte e sem vida; considera-
se que a Natureza é indiferente. Daí surge uma sensação de isolamento, de abandono,
de desconexão com o todo.

11) KURGASIAX - Guardião do 21o Túnel - corresponde ao arcano X (a Roda da


Fortuna), porém, ao invés de representar o Destino ou as Oportunidades, Kurgasiax
indica maldição e malevolência. A carta é marcada pela incongruência de suas formas.
Como exemplo, a roda deveria ser menor para que o feiticeiro pudesse segurá-la em
suas mãos para que pudesse manejá-la com maestria.
A roda é a marca da besta ou Set, que em seu movimento, ativa os poderes da
esfinge. A cruz é o ponto de interseção sobre o portal do Abismo (Daath). Os rabos são
as 03 entradas da parte de trás que conectam Daath as Sephirot de Plutão, Júpiter e
Vênus (Kether, Chesed e Netzach, respectivamente).
Kurgasiax, mais do que qualquer outro Guardião ilustra, plenamente, como os lados
luminosos e o sombrio estão intrinsecamente ligados. Esta é a mesma Roda da
Fortuna, porém aqui é vista como descendente. A Roda de Kurgasiax se movimenta de
cima para baixo, do dia para a noite, da vida para a morte; ao passo que a Roda da
Fortuna se movimenta na direção oposta.
No entanto, a Roda de Kurgasiax é passível de ascender, pois numa relação especular,
o mais baixo é o reflexo do mais alto. Assim, os raios do cetro é a arma, o poder da
escolha, da liberdade no trabalho mágico. Grant afirma que para Crowley esta era a
fórmula de Gomorra (número 315). Na Tradição Esotérica, Sodoma é a contraparte
masculina de Gomorra.

12) LAFCURSIAX - O Guardião do 22o Túnel - é o correspondente do arcano da


Justiça, porém a balança está torta e seu peso desequilibrado.

13) MALKUNOFAT - o Guardião do 23o Túnel - representa os Old Ones (Os Antigos)
erguendo-se das "águas”. Seu equivalente é o Enforcado que está submerso nas
águas.

14) NIANTIEL - o Guardião do 24o Túnel - Na visão de Grant, este é o caminho da


sodomia, o reverso de Tipharet, o "Sol infernal no Amenta", o phallus no ânus, como
distinto do Sol Interior. Grant ainda inclui o escorpião e o besouro como símbolos do
"sol negro". Os mistérios que o arcano presentificam são aqueles da magia sexual e a
morte mágica, bem como a "magia negra" e o vodu. Suas doenças são o câncer e
atualmente a Aids. É o correspondente do arcano XIII, a Morte.

15) SAKSAKSALIM - o Guardião do 25o Túnel - também chamado de "O Zigzagging"


é a distorção da alquimia na qual duas grandes bestas estão engajadas em uma
batalha; o que é o inverso da alquimia tradição na qual temos a reconciliação dos
opostos.
16) A'ANO'NIN - Guardião do 26o Túnel, conhecido como o Senhor dos Portais da
Matéria. Sua Magia é indicada pela letra hebraica ayin que é conhecida como o "olho
do mal" ou o "olho de Set" (O Diamante da Noite). Sua doença é o priapismo.
Corresponde ao arcano XV - o Diabo, na Árvore da Vida.

17) PARFAXITAS - o Guardião do 27o Túnel. O "Templo Vermelho". Sua doença é a


infecção das feridas.

18) TZUFLIFU - Guardião do 28o Túnel - é a sombra do Imperador. Essa consciência


qliphótica simboliza o uso irracional e irrefletido da energia marcial (fúria) contra as
hierarquias instituídas e valores socialmente compartilhados (padrões sociais).

19) QULIELFI - o Guardião do 29o Túnel - corresponde à Lua. É conhecido como o


"Caminho dos Saltadores" (devido à sua conexão com o Universo B). Sua magia é a da
produção de ilusões e de feitiçarias em geral.

20) RAFLIFU - o Guardião do 30o Túnel - Sua magia é o da aquisição de ouro e


riqueza. Sua doença é o desperdício e o definhar.

21) SHALICU - o Guardião do 31o Túnel - "O que imerge nas águas”. A letra hebraica
shin (c), presente no arcano XX é aqui traduzida como "eu não abrirei", o que não
vence os Arcons ou Regentes Planetários.

22) THANTIFAXATH - Guardião do 32o Túnel - No lugar da realização e da maestria


do arcano XXI (o Mundo); temos aqui a limitação do ser. Representa as restrições, os
medos (inclusive de magias e feitiços), amarras e apegos. Indica ainda as cristalizações
que impedem o desenvolvimento, produzindo, assim, mortos-vivos (zumbis). É a
deteriorização do ego.

O TRABALHO COM AS CONSCIÊNCIAS QLIPHÓTICAS

O trabalho prático com as Qliphot requer uma base, uma profunda compreensão,
equilíbrio e desenvolvimento interior que somente uma escola espiritual como a Ordo
Templi Orientis Draconiana pode, efetivamente, proporcionar. O contato com os
arcanos sombrios, sem o devido preparo, pode ser mais deletério do que se imagina.
Lidar com as consciências qliphóticas é o mesmo que lidar com substâncias tóxicas,
animais perigosos ou mexer com fios de alta voltagem.

As qliphot são as energias cósmicas negativas (o que não quer dizer más) que se
equilibram ou se compatibilizam com as sephirot positivas (ex: Lilith é a contraparte
sombria de Malkut).

Uma comparação disto pode ser estabelecida através do processo digestivo, cujos
resíduos são excretados. No mundo da alquimia é dito que a Pedra Filosofal se
encontra "naquilo que todos os homens rejeitam ou desprezam". Isso gerou, nos
menos avisados, a busca pela substância em excrementos diversos.

Mas, o que significa a palavra excremento? Do latim, excernere que quer dizer
"separar". É, assim, uma separação, um retirar das cascas permitindo que aquilo que
foi expelido não mais retorne a nós. É o que faz a serpente ao trocar de pele, deixando
a casca para trás, absolutamente renovada. Aliás, pele em latim é cutis e seu cognato
grego é skalos (esterco). É curioso o fato da palavra pele ter, em diversas línguas, a
recorrência da letra K (skin, skatos, kina, kakadu, sisek).

O que a maioria de nós rejeita não é necessariamente o excremento, mas o mundo


mesmo, uma vez que tentamos nos dissociar dele. Obviamente, se fossemos unos com
ele teríamos o solvente universal nas mãos. Tal é assim, pois o mundo contém todo o
poder da natureza e em seu atanor secreto é possível ter "ouro".

Um dos grandes equívocos que nos acomete é o fato de não nos aceitarmos ou
esquecermos que somos deuses e deixamos de nos auto-avaliarmos, disciplinarmos e
melhorarmos enquanto seres em desenvolvimento. Aliado a isso, erroneamente
encaramos Deus ou aquilo que consideramos como Superior como sendo a encarnação
da perfeição, ao invés de vê-Lo como um ser em constante evolução e vir a ser.

Somente ídolos e deuses escravistas são perfeitos. Nem mesmo Odin se considerou
perfeito: teve que fazer vários sacrifícios para atingir a sabedoria. A história de Buda
não é muito diferente. Quando você diz que você não é Deus quer dizer que você não
é um ídolo. Porém, um ídolo é exatamente o que o homem moderno fez de si mesmo.
Ele se adora, mas não como um ser divino e sim se apega a seus vícios e virtudes, não
indo além da dualidade e se fixando cada vez mais na matrix.

Na Qabalah, o processo de se liberar das prisões sensoriais, dos traumas psíquicos, dos
direcionamentos impróprios das energias, está separação ou excremento é chamada de
Qliphot, as personificações nocivas.

Todas as expressões divinas têm suas qliphot e na atualidade, mais que em outras
eras, essas expressões desequilibradas tem ganhado terreno na medida exata em que
a busca pelo Superior perde terreno pela fixação obsessiva e compulsiva em direção à
gula, à estética, ao sexo, ao lazer, aos entorpecentes e ao descanso. A Divindade que
está fora do eu, não é a Divindade.

A comparação de Alan Walt´s sobre a cebola e o trabalho com o self (eu) é bem-vinda:
você descasca e descasca até que nada mais reste.

Por: Antônio Vicente Pereira


Coordenador da Sociedade de Estudos Thelêmicos
http://www.thecauldronbrasil.com.br/article/frontpage/1/

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