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FACES - Faculdade de Ciências da Educação e Saúde

História
Estágio Supervisionado II

PROJETO SOCIOEDUCATIVO: A IMPORTÂNCIA DA VACINA SOB UMA PERSPECTIVA


HISTÓRICA

Milena Gabriel Nunes


Thainá Cristine Matos Bernardino

Brasília
29/10/2019

INTRODUÇÃO
Doenças infecciosas sempre coexistiram com a vida humana e muitos mitos foram
criados ao longo da história para justificá-las. Mesmo em um mundo ainda não secularizado,
muitos povos, mesmo que distantes, utilizavam uma técnica de inoculação para a prevenção
da varíola; uma vez observado que os sobreviventes dessa doença não voltavam a contraí-
la, faziam o indivíduo a contrair de forma mais branda para que assim ficasse imune. Os
primeiros registros dessa prática chamada variolização são de origem chinesa, mas sabe-se
que da África ao restante da Ásia era praticada, chegando também à Europa e América.
Já no século XVIII, um médico inglês chamado Edward Jenner ao ter acesso aos
escritos sobre a variolização, assim como observar que no meio rural os indivíduos
trabalhadores de laticínios não contraíram varíola por já estarem em contato com esse vírus
em sua versão bovina, começa então uma pesquisa científica baseada no empirismo para
que esse conhecimento seja oficializado e utilizado pela comunidade médica. Em 1796,
Jenner inoculou uma criança e ao obter um resultado positivo não conseguindo infectá-la com
o vírus em sua forma maligna passa a realizar a prática em várias outras para deixá-las
imunes. Em 1798, Jenner publica um artigo científico a respeito de sua descoberta e assim a
primeira vacina surge e se populariza, desde as camadas mais baixas da sociedade até a
alta realeza européia. A descoberta inglesa foi tão revolucionária que não demorara a se
espalhar pelo o mundo tamanho o seu sucesso, tornando-se, inclusive, obrigatória em
diversos países da Europa poucos anos depois de sua criação.
Como todo acontecimento histórico há mais de um lado a ser analisado, não podemos
ignorar o movimento contrário que surgira com a criação da vacina. Desde o início da
descoberta houve certa repulsa de parte da comunidade médica acerca da descoberta,
sobretudo pela necessidade de se manter o fluído vacinal em jovens confiados à caridade
pública que acabavam por contrair outras doenças venéreas, fazendo parte da comunidade
médica acredita que as mesmas poderiam ser transmitidas através da vacinação. Em 1820
houve também um fator determinante para que a movimentação contrária à vacinação
ganhasse força: alguns indivíduos já imunizados passaram a contrair varíola atentando
pesquisadores a favor de que a eficácia da vacina tinha validade e precisava ser reforçada.
Nesse sentido observa-se que nem sempre o cientificismo eficaz é bem recebido,
principalmente quando as informações se tornam difusas e escassas em dado momento.
No Brasil, a vacina da varíola chega por meio da coroa portuguesa que tem seus
descendentes imunizados. A população como um todo sofre de um constante esquecimento
do poder público, tanto na área da saúde quanto na educação, ficando assim a mercê de
mazelas sociais que poderiam ser evitadas com políticas públicas eficientes e continuadas.
Nesse sentido exemplificamos as práticas de saúde brasileiras a partir do plano de
saneamento e higienização pública de Oswaldo Cruz que fora extremamente mal
desenvolvido tendo, inclusive, desencadeando uma revolta na cidade do Rio de Janeiro; a
Revolta da Vacina.
A população que fora marginalizada socialmente - principalmente àqueles ex
escravizados que uma vez libertos não encontraram oportunidade alguma, principalmente no
contexto urbano - passara a se aglomerar em grandes favelas nas cidades sem o mínimo de
planejamento urbano necessário para o bem estar geral daqueles. Essa população sempre
fora tratada com extrema violência e esquecimento pelo poder público, e mesmo em uma
campanha que seria benéfica para eles, a desinformação e a compulsoriedade do programa
fez com que esses indivíduos não aceitassem tais medidas e reagissem também com
violência àquela prática estranha a seus conhecimentos.
Nesse sentido, esse projeto socioeducativo tem por objetivo introduzir os alunos do
ensino fundamental à história da vacina no Brasil e no mundo, focando nos pontos
supracitados, atentando-os sempre à importância de projetos e políticas públicas eficazes e
continuadas que antendam a população em suas mais diversas necessidades. Também fazer
refletir os sentidos da vacinação e também sobre os perigos da desinformação.

JUSTIFICATIVA

Apesar de serem constatadas evidências científicas da segurança e eficácia da


vacina, no Brasil e no mundo, muitas pessoas questionam a mesma, por vezes optando pela
não vacinação própria e de seus filhos. Há uma ligação direta entre o nível de confiabilidade
na vacina demonstrado pela população e o índice de doenças evitáveis. Na Europa, por
exemplo, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), houve uma queda
na cobertura de vacinação nos últimos 10 anos e pode-se observar atrelado a isso um
aumento em mais de 300% nos casos de sarampo em 2019.
Embora exista a presença do movimento antivacina, que opõe-se à vacinação com
argumentos como o de que a vacina pode gerar uma sobrecarga no sistema imunológico,
informação negada pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Acredita-se que grande
causa da queda nos índices de cobertura de vacinas no Brasil seja a desinformação, inclusive
a própria OMS apontou o medo da vacina como uma das 10 grandes ameaças à saúde em
2019, sendo o problema que mais poderia causar vítimas neste ano . A partir disso o que se
busca nesse projeto, além de disseminar informações científicas e históricas a respeito das
vacinas, é também ressaltar a importância de se estar bem informado, bem como apontar o
meio de se realizar isso.
Considerando o pressuposto histórico da ação e transformação social por meio do
conhecimento, pretende-se com este projeto pedagógico alcançar, por meio dos alunos em
contato com ele, suas famílias e a comunidade como um todo. Trazendo à luz acontecimentos
de destaque com essa temática, como a Revolta das Vacinas no ano de 1904, explicitando
fatores políticos, econômicos e culturais que os fomentam. Sempre frisando a importância da
vacina não só numa perspectiva individualista, mas abordando-a como assunto de saúde
pública, portanto coletiva, intenciona-se também em segundo plano alertar sobre os perigos
da desinformação, bem como da má informação, inverdades que circulam, as famigeradas
fake news.

OBJETIVO GERAIS E ESPECÍFICOS

Este trabalho tem como objetivo o fazer refletir em adolescentes sobre a importância
da vacina; a partir de uma abordagem histórica - representada em uma aula expositiva de
aproximadamente 40min- apoiando-se em ferramentas lúdicas (vídeos, imagens e dinâmica),
ajuda-los na compreensão de um panorama histórico da vacina no Brasil e no mundo assim
como criticizar o debate contemporâneo acerca da mesma, sobretudo àquele que diz respeito
a necessidade, função e sentido da vacina para a atualidade.
É desejoso que após a realização dos projetos os alunos:
● Reconheçam os aspectos históricos que envolvem a vacinação, desde a sua invenção
até os dias atuais.
● Identifiquem os contextos sociais nos quais a vacina esteve presente, principalmente
no Brasil, e o significado que atribuimos aos mesmos.
● Desenvolvam criticidade ao pensar na importância da vacina e no papel social
desenvolvido por ela.
● Compreendam a vacinação como sendo uma cláusula de um contrato social que
ultrapassa a liberdade de escolha individual.

FERRAMENTAS

● Computador e projetor em sala para a exibição de vídeo didático sobre a importância


de um resgate histórico para a compreensão do valor social da vacinação:
https://www.youtube.com/watch?v=NRRmRn1rjEc
● Quadro interativo para a aplicação de um quizz para reforçarmos o conteúdo dado,
assim como dinamizar o momento com os alunos.
● Duração da atividade: 2h

BIBLIOGRAFIA

● A História das Vacinas: Uma Técnica Milenar: Disponível em


<http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/pdf/M7.pdf>
● Desinformação preocupa mais do que grupos antivacinas: Disponivel em
<https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/04/17/desinformacao-preocupa-mais-do-
que-grupos-antivacina-diz-epidemiologista.ghtml>
● SCHWARCZ, Lilia; STARLING, Heloísa. Brasil: Uma Biografia. p. 421 - 425. CIA das
Letras. 1ª edição. 2015.

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