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Daolio (2004) afirma que o termo cultura parece fazer parte da Educação
Física de forma definitiva, sugerindo que desde o início dos anos 1980 as Ciências
Humanas vêm influenciando a área de maneira significativa. O mesmo autor afirma
que o profissional, ao empreender sua ação pedagógica precisa, antes ler, aceitar e
compreender os significados originais do grupo a ser trabalhado, para então dirigir
suas atitudes pedagógicas com intencionalidade, tendo em vista que neste ponto ele
já levou em consideração a diversidade cultural dos alunos no grupo.
por ele analisada, sendo assim algo dinâmico, uma vez que tais análises geram
reinterpretações e novos significados.
Para Daolio (2004), a Educação Física é uma disciplina que deve garantir
aos alunos certas experiências relacionadas à cultura corporal de movimento. Este
autor realizou um estudo em que analisou as principais obras e autores brasileiros
da Educação Física desde os anos 1970 e procurou pontuar a visão de cada um
sobre a cultura. Consequentemente nos deu uma explanação temporal dos
conceitos base de cada autor e de cada época na Educação Física brasileira. Um
dos autores analisados foi Mauro Betti e o que mais nos chamou a atenção sobre
sua obra foi a elaboração de seus princípios e a aproximação com os conceitos
defendidos por Daolio (1998 e 2004).
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Modelo de ciência embasado principalmente na “exatidão” do medir, testar e reproduzir
caracterizada principalmente pelas ciências exatas.
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avanço da ciência e da técnica. Sem deixar, no entanto, que esta busca pela
contemporaneidade trave qualquer tipo de disputa com os “conteúdos clássicos” que
não podem ser confundidos com “conteúdos tradicionais”, pois como já afirmado, o
clássico se faz contemporâneo pela valoração dos envolvidos no processo de ensino
e aprendizagem, de acordo com Saviani (1991).
Daolio (1998), para propor a Educação Física Plural que, segundo o autor,
não é uma proposta de mudança de nomenclatura da disciplina e sim um modo de
olhá-la, baseou-se nas considerações sobre técnicas corporais de Marcel Mauss
(1872-1950). Mauss (1971) sugeriu existir algo de singular nas sociedades ligado ao
uso que cada indivíduo faz de seu corpo, e afirma que isto está atrelado à própria
influência que a sociedade tem sobre o mesmo. O autor chamou este uso particular
do corpo de Técnicas Corporais.
Oliveira (2006) relatou o problema a partir de uma oitava série (nono ano).
Inferimos seu agravamento no ensino médio, caso a questão não seja tratada
pedagogicamente, pois com a maior “autonomia” destes alunos, a escolha de não se
envolver com as práticas corporais propostas nas aulas, talvez passe a ser uma
questão insolúvel. O termo autonomia neste trecho encontra-se entre aspas, pois
estamos aqui considerando além das influências midiáticas sofridas pelos alunos no
que se refere à Cultura Corporal de Movimento, o longo processo passado pelos
alunos do ensino médio em aulas tradicionais de Educação Física.
corporais que ali aconteciam. No entanto, também afirma que em uma aula onde o
aluno não tenha uma participação a partir da experiência corporal, este terá algum
tipo de restrição com relação à reconstrução da Cultura Corporal de Movimento.
Será esta postura dos alunos consciente ou eles estão sendo manipulados pelos
“modelos” impostos dos movimentos “corretos” para as práticas corporais propostas
pela aula? Ou ainda pior, será que alguns alunos se julgam fora dos “modelos” de
corpos impostos pela mídia, portanto se julgam incapazes de tentar participar de
aulas que os exponham ao movimento?
Esta afirmação revela uma clara escolha dos autores da PCESP (2008)
destinada à disciplina de Educação Física pelo viés cultural em detrimento da
tradição da área que partia de modelos biológicos, que como já exposto
anteriormente, podemos apontar como uma das causas das “aulas tristes”, seja pela
obrigação em participar ou pela exclusão de alguns alunos, fatos que levam a não
participação nas aulas.