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O sino exorcista

As Constituições Sinodais do Porto de 1690 referem, entre outras situações que: “Os sinos e
campanário, ou torre são tambem requisito necessário pera perfeição dos Templos, por tanto
os deve aver em todas as Igrejas (…) E nas igrejas em que ouver possibilidade, se porão os sinos
em torre quadrada, que se edificara junto, ou contigua à igreja, à mão direita dos que entrão
pela porta principal, e nas que a não ouver, se porão na mesma parte em campanários sobre a
parede da Igreja”.

Nesta Igreja de Gandra, a torre sineira só foi construída em 1896, mas existiria um campanário
com pelo menos um sino. Atualmente, a torre sineira suporta 4 sinos. Na parte frontal existe o
sino que foi oferecido pelo abade Alberto Coelho dos Santos em 1896, no lado esquerdo figura
um sino de 1953 e na parte traseira um sino de 1981, ambos colocados durante o ministério do
Padre Luís Pinto Carneiro. O sino que se situa no lado direito da torre, com vista para o cemitério,
é o mais antigo e o mais interessante de todos. Foi feito em 1706.

Este sino setecentista, feito por Manuel Gomes Ferreira, possui várias inscrições de cariz
religioso. A inscrição mais curiosa e enigmática refere o seguinte: “ECCE CRUCEM DOMINI
FUGITE PARTES ADVERSAE”. Este lema, traduzido do latim, significa: “Eis a Cruz do Senhor! Fugi
forças inimigas!”

Estas palavras tem uma conotação exorcista. Isto porque o sino, pelo “seu som é símbolo do
poder criador. Pela sua posição suspensa participa no sentido místico de todos os objetos em
suspensão entre o céu e a terra; a sua forma instiga a ideia de uma abóbada e
consequentemente representa o céu. Os sinos são instrumentos associados ao culto religioso,
existindo uma bênção especial para a sua consagração.”

Já a frase exorcista que o sino de 1706 carrega, é atribuída popularmente a Santo António. O
santo Português terá dada estas palavras, como oração, para uma pobre mulher que procurava
ajuda contra as tentações do demónio, durante o reinado de D. Dinis. O rei de Portugal, tendo
tomado conhecimento do milagre, quis ver o maravilhoso escrito e mandou buscá-lo. Desde que
se viu privada do seu tesouro, a mulher recaiu no poder do demônio. Levaram-lhe uma cópia
exata do Breve milagroso que lhe fez recobrar a paz, ficando novamente livre das tentações do
diabo. O rei terá conservado o original entre as relíquias da coroa. Até o próprio Papa Sisto V,
que era franciscano, mandou esculpir a oração na base do obelisco colocado na Praça de S.
Pedro, em Roma.

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