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Silmara Dias
Introdução
O conto “Solar dos príncipes” esta inserido dentro do livro Contos Negreiros
importante obra Literatura marginal ou periférica brasileira publicada em 2005, é de
autoria de Marcelino Freire , escritor pernambucano e morador de São Paulo desde
1991, é um autor contemporâneo que explora nos seus textos os problemas sociais.
O conto narra a história de um grupo de cinco negros, moradores da favela,
Morro do Pavão, tentando fazer um documentário sobre a vida dos moradores de um
condomínio de luxo, de classe média. Eles vão até o condomínio, porém ao chegarem lá
desencadeia-se uma série de desentendimentos entre eles e o porteiro, que no primeiro
momento já reconhece a situação como assalto, com isto eles não conseguem
propriamente o que queriam e acaba o porteiro chamando a policia , ela chegando com
tiros e o grupo “improvisando” a filmagem.
Este projeto tem a finalidade de apresentar uma análise-interpretativa deste
conto , observando a critica que ele traz ,como também a relação que se dá entre sua
estrutura e a forma conto.
O percurso utilizado para esta análise foi :definir a principio a sua espécie literária
como Literatura Marginal ou periférica e a diferença que há do termo “Marginal” de
1970 para o termo contemporâneo; a relação que se dá entre o titulo e o conto,
identificação do foco narrativo a partir de Friedman , análise das personagens com
elementos do texto e as classes sociais que são explicitadas; expor a critica social, o
preconceito e a denúncia que a obra promove e por fim mostrar por meio de aspectos
da forma conto , como e porque ele se caracteriza como tal.
Leitura analítico-interpretativa
De modo geral, o conto “Solar dos Príncipes” pertence a forma conto por
haver nele elementos para considerá-lo como tal. Segundo Cortázar, ele acredita que há
certas constantes e valores que se aplicam a todos os contos. Uma das primeiras
características do conto é o seu tamanho em relação ao número de páginas , diferente do
romance em que o enredo se desenrola em páginas e mais páginas o conto precisa ser
breve. Esta narrativa com três páginas está dentro deste primeiro parâmetro que diz “...
o conto parte da noção de limite, um primeiro lugar, de limite físico...” (Cortázar. 1974,
pág. 151).É importante também que ele posso ser lido de uma vez , sem nenhuma
interferência do mundo ao redor, para que nada interfira e que o leitor possa adentrar-se
inteiramente na narrativa.
Em seguida é preciso que no texto o tempo e o espaço estejam condensados ,
como na ilustração relacionando o conto com uma fotografia , na qual elucidam como
“..o de recortar um fragmento da realidade, fixando-lhe determinados limites, mas de tal
modo que este recorte atue como uma explosão abra de par em par uma realidade muito
mais ampla...”(Cortázar.1974,pág.151). Que é o que podemos notar neste conto , o
enredo se desenrola como numa cena , de forma que os diálogos das personagens e
suas ações se incorporam ao espaço e ao tempo e tudo acontece de uma vez.
Diferentemente das categorias tidas como : conto de fadas ,o chamado “tele” ,
maravilhoso, em que não há regras do mundo natural e sim exploração do imaginário e
do fantástico onde há elementos do real e do imaginário etc. Ele é um conto que está
dentro da forma literária pós-moderna ,onde há o rompimento com uma linguagem mais
rebuscada .Temos o uso livre de palavrões e em muitas vezes uma linguagem mais
próxima da oralidade. É o momento em que se usa a literatura como forma estética de
denunciar e criticar as desigualdades sociais e preconceitos que são geradas no convívio
em sociedade.
Ítalo Ogliari Mestre em Teoria da Literatura pela PUCRS ,”vai concluir que o
que é conto pós-moderno é o texto que questiona a definição de conto proposta pelo
modernismo, ou, até mesmo, é o que o autor pós-moderno afirmar que é um conto. E é
neste questionar que o próprio autor prefere chamar o texto de canto “(referência
simultânea ao épico e ao lugar periférico; ao literário, por isso ficcional, e ao histórico,
por isso traumático).” (2010, pág. 167).
Referências Bibliográficas
Souza , Edson .” O real como trauma em narrativas de Marcelino Freire”. In: Anais do
SILEL. Volume 3, Número 1. Uberlândia: EDUFU, 2013.