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Aula 03

Direito Penal p/ PC-MS (Delegado) - Com videoaulas


Professor: Renan Araujo
DIREITO PENAL P/ PC-MS (2017) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula 03 Ð Prof. Renan Araujo
AULA 03: TEORIA GERAL DO DELITO (PARTE II):
CULPABILIDADE (IMPUTABILIDADE). ERRO.

SUMçRIO
1 CULPABILIDADE ................................................................................................... 3
1.1 Conceito ......................................................................................................... 3
1.2 Teorias ........................................................................................................... 3
1.2.1 Teoria psicol—gica ..........................................................................................3
1.2.2 Teoria normativa ou psicol—gico-normativa ........................................................3
1.2.3 Teoria extremada da culpabilidade (normativa pura)...........................................4
1.2.4 Teoria limitada da culpabilidade .......................................................................4
1.3 Elementos ...................................................................................................... 5
1.3.1 Imputabilidade penal ......................................................................................5
1.3.1.1 Menor de 18 anos....................................................................................7
1.3.1.2 Doen•a mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado ...............7
1.3.1.3 Embriaguez ............................................................................................8
1.3.2 Potencial consci•ncia da ilicitude ......................................................................9
1.3.3 Exigibilidade de conduta diversa .................................................................... 10
2 ERRO .................................................................................................................. 11
2.1 Erro de tipo essencial................................................................................... 11
2.2 Erro de tipo acidental ................................................................................... 13
2.2.1 Erro sobre a pessoa (error in persona) ............................................................ 14
2.2.2 Erro sobre o nexo causal............................................................................... 14
2.2.2.1 Erro sobre o nexo causal em sentido estrito .............................................. 14
2.2.2.2 Dolo geral ou aberratio causae ................................................................ 14
2.2.3 Erro na execu•‹o (aberratio ictus).................................................................. 15
2.2.3.1 Erro sobre a execu•‹o com unidade simples (Aberratio ictus de resultado œnico)
16
2.2.3.2 Erro sobre a execu•‹o com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado
duplo) 16
2.2.4 Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou aberratio
criminis) 16
2.2.4.1 Com unidade simples ............................................................................. 16
2.2.4.2 Com unidade complexa .......................................................................... 17
2.2.5 Erro sobre o objeto (error in objecto) ............................................................. 17
2.3 Erro determinado por terceiro...................................................................... 18
2.4 Erro de proibi•‹o.......................................................................................... 18
2.5 Descriminante putativa x delito putativo ..................................................... 20
3 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 21
4 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 22
4.1 Sœmulas do STJ ............................................................................................ 22
5 JURISPRUDæNCIA CORRELATA ........................................................................... 23

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6 RESUMO.............................................................................................................. 23
7 EXERCêCIOS DA AULA ......................................................................................... 28
8 EXERCêCIOS COMENTADOS................................................................................. 42
9 GABARITO .......................................................................................................... 71

Ol‡, meus amigos!

Na œltima aula n—s iniciamos o estudo do crime, seu conceito e


elementos, estudando os dois primeiros deles: o fato t’pico e a ilicitude.
Hoje, a matŽria Ž hard. Vamos finalizar o estudo dos elementos do Crime,
analisando a culpabilidade e o fen™meno do Erro no Direito Penal.

Bons estudos!
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1 CULPABILIDADE

1.1 Conceito
A culpabilidade nada mais Ž que o ju’zo de reprovabilidade acerca da
conduta do agente, considerando-se suas circunst‰ncias pessoais.1
Diferentemente do que ocorre nos dois primeiros elementos (fato t’pico e
ilicitude), onde se analisa o fato, na culpabilidade o objeto de estudo n‹o Ž
o fato, mas o agente. Da’ alguns doutrinadores entenderem que a culpabilidade
n‹o integra o crime (por n‹o estar relacionada ao fato criminoso, mas ao agente).
Entretanto, vamos trabalh‡-la como elemento do crime.

1.2 Teorias
Tr•s teorias existem acerca da culpabilidade:

1.2.1 Teoria psicol—gica


Para essa teoria a culpabilidade era analisada sob o prisma da imputabilidade
e da vontade (dolo e culpa). Esta teoria entende que o agente seria culp‡vel
se era imput‡vel no momento do crime e se havia agido com dolo ou
culpa. Vejam que essa teoria s— pode ser utilizada por quem adota a teoria
causalista (natural’stica) da conduta (pois o dolo e culpa est‹o na culpabilidade).
Para os que adotam a teoria finalista (nosso C—digo penal), essa teoria acerca da
culpabilidade Ž imposs’vel, pois a teoria finalista aloca o dolo e a culpa na
conduta, e, portanto, no fato t’pico.

1.2.2 Teoria normativa ou psicol—gico-normativa


Possui os mesmos elementos da primeira, mas agrega a eles a exigibilidade
de conduta diversa, que Ž a Òpossibilidade de agir conforme o DireitoÓ e a
consci•ncia da ilicitude (que n‹o est‡ inserida dentro do dolo, na qualidade de
elemento normativo). Para essa teoria, mais evolu’da, ainda que o agente fosse
imput‡vel e tivesse agido com dolo ou culpa, s— seria culp‡vel se no caso concreto
lhe pudesse ser exigido um outro comportamento que n‹o o comportamento
criminoso. Trata-se, portanto, da inclus‹o de elementos normativos ˆ
culpabilidade, que deixa de ser a mera rela•‹o subjetiva do agente com
o fato (dolo ou culpa). A culpabilidade seria, portanto, a conjuga•‹o do elemento
subjetivo (dolo ou culpa) e do ju’zo de reprova•‹o sobre o agente.2

1
BITENCOURT, Op. cit., p. 451/452
2
BITENCOURT, Op. cit., p. 447

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1.2.3 Teoria extremada da culpabilidade (normativa pura)
Essa j‡ muda de ares. J‡ n‹o mais considera o dolo e culpa como
elementos da culpabilidade, mas do fato t’pico (seguindo a teoria finalista
da conduta). Para esta teoria, os elementos da culpabilidade s‹o: a)
imputabilidade; b) potencial consci•ncia da ilicitude; c) exigibilidade de conduta
diversa. A potencial consci•ncia da ilicitude seria a an‡lise concreta acerca das
possibilidades que o agente tinha de conhecer o car‡ter il’cito de sua conduta.
Vamos estudar cada um desses elementos mais ˆ frente.
AlŽm disso, o dolo e a culpa passam a integrar o fato t’pico, como dito
anteriormente. PorŽm, o dolo que vai para o fato t’pico Ž o chamado Òdolo
naturalÓ, ou seja, a mera vontade e consci•ncia de praticar a conduta. O dolo
ÒnormativoÓ (consci•ncia POTENCIAL da ilicitude) permanece na culpabilidade.

1.2.4 Teoria limitada da culpabilidade

Para a maior parte da Doutrina, a teoria normativa pura se divide em:


¥ Teoria extremada
¥ Teoria limitada
Mas o que dizem estas teorias? Basicamente, a mesma coisa. A grande
diferen•a entre elas reside no tratamento dispensado ao erro sobre as
causas de justifica•‹o (ou de exclus‹o da antijuridicidade), tambŽm conhecidas
como descriminantes putativas.
A teoria extremada defende que todo erro que recaia sobrea uma causa de
justifica•‹o seria equiparado ao erro de proibi•‹o.
A teoria limitada, por sua vez, divide o erro sobre as causas de justifica•‹o
(descriminantes putativas) em:
¥ Erro sobre pressuposto f‡tico da causa de justifica•‹o (ou erro de
fato) Ð Neste caso, aplicam-se as mesmas regras previstas para o erro de
tipo (tem-se aqui o que se chama de ERRO DE TIPO PERMISSIVO).3
¥ Erro sobre a exist•ncia ou limites jur’dicos de uma causa de
justifica•‹o (erro sobre a ilicitude da conduta) Ð Neste caso, tal teoria
defende que devam ser aplicadas as mesmas regras previstas para o erro
de PROIBI‚ÌO, por se assemelhar ˆ conduta daquele que age consci•ncia
da ilicitude.

Em linhas gerais, portanto, a teoria extremada e a teoria limitada dizem a


mesma coisa, divergindo apenas no que toca ao tratamento que deve ser
dispensado ˆs descriminantes putativas.

3
BITENCOURT, Op. cit., p. 508

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TEORIA PSICOLÓGICA

TEORIAS DA TEORIA PSICOLÓGICO


CULPABILIDADE NORMATIVA

TEORIA EXTREMADA
TEORIA
NORMATIVA
PURA
TEORIA ADOTADA
LIMITADA PELO CP

Vamos estudar cada um dos elementos da culpabilidade e, ao final,


estudaremos com mais detalhes o tratamento conferido ao ERRO.

1.3 Elementos

1.3.1 Imputabilidade penal


O C—digo Penal n‹o define o que seria imputabilidade penal, apenas descreve
as hip—teses em que ela n‹o est‡ presente.
A imputabilidade penal pode ser conceituada como a capacidade mental de
entender o car‡ter il’cito da conduta e de comportar-se conforme o Direito.
Existem tr•s sistemas acerca da imputabilidade:
Ø Biol—gico Ð Basta a exist•ncia de uma doen•a mental ou determinada
idade para que o agente seja inimput‡vel. ƒ adotado no Brasil com
rela•‹o aos menores de 18 anos. Trata-se de critŽrio meramente
biol—gico: Se o agente tem menos de 18 anos, Ž inimput‡vel.
Ø Psicol—gico Ð S— se pode aferir a imputabilidade (ou n‹o), na an‡lise
do caso concreto.
Ø Biopsicol—gico Ð Deve haver uma doen•a mental (critŽrio biol—gico,
legal, objetivo), mas o Juiz deve analisar no caso concreto se o agente
era ou n‹o capaz de entender o car‡ter il’cito da conduta e de se
comportar conforme o Direito (critŽrio psicol—gico). Essa foi a teoria
adotada como REGRA pelo nosso C—digo Penal.4

CUIDADO! A imputabilidade penal deve ser aferida quando do momento


em que ocorreu o fato criminoso. Assim, se A (menor com 17 anos e 11

4
BITENCOURT, Op. cit., p. 474.

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meses de idade) atira contra B, que fica em coma e s— vem a falecer
quando A j‡ tinha mais de 18 anos, A ser‡ considerado INIMPUTçVEL, pois
no momento do crime (momento da a•‹o ou omiss‹o, art. 4¼ do CP), era
menor de 18 anos (critŽrio puramente biol—gico, adotado como
EXCE‚ÌO no CP).
Imaginem, agora, que Marcelo, com 17 anos, sequestra Juliana. O
sequestro dura 06 meses e, ao final, Marcelo j‡ contava com 18 anos.
Neste caso, Marcelo ser‡ considerado IMPUTçVEL, pois no momento do
crime Marcelo era imput‡vel (ainda que n‹o fosse imput‡vel no come•o, a
partir de um dado momento passou a ser imput‡vel, respondendo pelo
delito).

As causas de inimputabilidade est‹o previstas nos arts. 26, 27 e 28 do CP:


Art. 26 - ƒ isento de pena o agente que, por doen•a mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz de
entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Redu•‹o de pena
Par‡grafo œnico - A pena pode ser reduzida de um a dois ter•os, se o agente, em virtude de
perturba•‹o de saœde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado n‹o
era inteiramente capaz de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Menores de dezoito anos
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos s‹o penalmente inimput‡veis, ficando sujeitos
ˆs normas estabelecidas na legisla•‹o especial. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Emo•‹o e paix‹o
Art. 28 - N‹o excluem a imputabilidade penal: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
I - a emo•‹o ou a paix‹o; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Embriaguez
II - a embriaguez, volunt‡ria ou culposa, pelo ‡lcool ou subst‰ncia de efeitos
an‡logos.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - ƒ isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito
ou for•a maior, era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz de entender o
car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2¼ - A pena pode ser reduzida de um a dois ter•os, se o agente, por embriaguez,
proveniente de caso fortuito ou for•a maior, n‹o possu’a, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o,
a plena capacidade de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Os arts. 26 a 28 do CP trazem hip—teses em que a imputabilidade ficar‡


afastada (inimputabilidade penal), bem como hip—teses nas quais ela ficar‡
apenas diminu’da, mas n‹o ser‡ afastada (semi-imputabilidade). AlŽm disso,

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trata de casos em que n‹o ser‡ poss’vel afastar a imputabilidade ou reconhecer
semi-imputabilidade (emo•‹o e paix‹o, por exemplo).
Vamos ver, agora, este tema com mais detalhes.

1.3.1.1 Menor de 18 anos


Esse Ž um critŽrio meramente biol—gico e taxativo: Se o agente Ž menor
de 18 anos, responde perante o ECA n‹o se aplicando a ele o CP, nos termos do
art. 27 do CP.

1.3.1.2 Doen•a mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado


No caso dos doentes mentais, deve-se analisar se o agente era inteiramente
incapaz de entender o car‡ter il’cito da conduta ou se era parcialmente incapaz
disso. No primeiro caso, ser‡ inimput‡vel, ou seja, isento de pena. No segundo
caso, ser‡ semi-imput‡vel, e ser‡ aplicada pena, porŽm, reduzida de um a dois
ter•os.
Lembrando que o art. 26 do CP exige, para fins de inimputabilidade por este
motivo:
¥ Que o agente possua a doen•a (critŽrio biol—gico)
¥ Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o car‡ter
il’cito do fato OU inteiramente incapaz de determinar-se
conforme este entendimento (critŽrio psicol—gico)

Por isso se diz que este Ž um critŽrio BIOPSICOLîGICO (pois mescla os


dois critŽrios).
Nos dois casos acima, se o agente for inimput‡vel, exclui-se a culpabilidade
e ele Ž isento de pena. Se for semi-imput‡vel, ser‡ considerado culp‡vel (n‹o se
exclui a culpabilidade), mas sua pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os.
No caso de o agente ser inimput‡vel, por ser menor de 18 anos, n‹o h‡
processo penal, respondendo perante o ECA. No caso de ser inimput‡vel em raz‹o
de doen•a mental ou desenvolvimento incompleto, ser‡ isento de pena
(absolvido), mas o Juiz aplicar‡ uma medida de seguran•a (interna•‹o ou
tratamento ambulatorial). Isso Ž o que se chama de senten•a absolut—ria
impr—pria (Pois, apesar de conter uma absolvi•‹o, contŽm uma espŽcie
de san•‹o penal).
No caso de o agente ser semi-imput‡vel, ele n‹o ser‡ isento de pena!
Ser‡ condenado a uma pena, que ser‡ reduzida. Entretanto, a lei permite que o
Juiz, diante do caso, substitua a pena privativa de liberdade por uma medida de
seguran•a (interna•‹o ou tratamento ambulatorial).
⇒ Son‰mbulo pode ser considerado doente mental? Embora n‹o seja
un‰nime, prevalece o entendimento de que a conduta praticada pelo son‰mbulo,
durante o estado de sonambulismo, n‹o configura crime por aus•ncia de

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conduta, j‡ que n‹o h‡ dolo ou culpa. Afasta-se, portanto, o fato t’pico, e
n‹o a culpabilidade.

1.3.1.3 Embriaguez
Segundo o CP, como regra, a embriaguez n‹o Ž uma hip—tese de
inimputabilidade, de forma que o agente responder‡ pelo crime, ou seja, ser‡
considerado IMPUTçVEL. Vejamos:
Art. 28 - N‹o excluem a imputabilidade penal: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
I - a emo•‹o ou a paix‹o; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Embriaguez
II - a embriaguez, volunt‡ria ou culposa, pelo ‡lcool ou subst‰ncia de efeitos
an‡logos.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Assim, n‹o importa se a embriaguez foi dolosa (o agente queria ficar


embriagado) ou culposa (n‹o queria ficar embriagado, mas bebeu demais e ficou
embriagado). O agente, nestes casos, ser‡ considerado imput‡vel.

⇒ Mas, por qual raz‹o o agente Ž considerado imput‡vel (na hip—tese


de embriaguez n‹o acidental), se no momento do fato ele n‹o tinha
discernimento? Trata-se da ado•‹o da chamada ÒTeoria da actio Libera in
causaÓ (a•‹o livre na causa), que pode aparecer em formato de sigla (ALIC).
Segundo esta Teoria, o agente deve ser considerado imput‡vel mesmo n‹o
tendo discernimento no momento do fato, pois tinha discernimento quando
decidiu ingerir a subst‰ncia. Ou seja, apesar de n‹o ter discernimento agora (no
momento do crime), tinha discernimento quando se embriagou, ou seja, sua a•‹o
era livre na causa (tinha liberdade para decidir ingerir, ou n‹o, a subst‰ncia).

Todavia, a embriaguez pode afastar a imputabilidade quando for acidental,


ou seja, decorrente de caso fortuito ou for•a maior (E mesmo assim, deve
ser completa e retirar totalmente a capacidade de discernimento do agente).
EXEMPLO: Imaginem que Luciana Ž embriagada por Carlos (que coloca ‡lcool
em seus drinks). Sem saber, Luciana ingere as bebidas alco—licas e comete
crime. Nesse caso, Poliana poder‡ ser inimput‡vel ou imput‡vel, a depender de
seu n’vel de discernimento quando da pr‡tica da conduta.

⇒ E a embriaguez preordenada? A embriaguez preordenada Ž aquela na


qual o agente se embriaga PARA tomar coragem e praticar o crime. Ou seja, o
agente n‹o s— quer ficar embriagado, ele quer ficar embriagado para praticar o
crime. Tal embriaguez n‹o afeta a imputabilidade do agente, ou seja, o
agente Ž considerado imput‡vel. Trata-se, ainda, de circunst‰ncia agravante
da pena (a pena, portanto, ser‡ aumentada em raz‹o de tal fato).

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Vejamos o seguinte esquema:

SITUAÇÃO CAUSA RESULTADO

VOLUNTÁRIA
(DOLOSA OU IMPUTÁVEL
CULPOSA)

IMPUTÁVEL +
PREORDENADA
AGRAVANTE
EMBRIAGUEZ

COMPLETA INIMPUTÁVEL
ACIDENTAL (CASO
FORTUITO OU
FORÇA MAIOR) IMPUTÁVEL COM
CAUSA DE
PARCIAL DIMINUIÇÃO DE
PENA

Importante destacar que o CP exige que EM RAZÌO da embriaguez


decorrente de caso fortuito ou for•a maior o agente esteja INTEIRAMENTE
INCAPAZ de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se
conforme este entendimento.
Em qualquer dos dois casos de embriaguez acidental, n‹o ser‡ poss’vel
aplica•‹o de medida de seguran•a, pois essa visa ao tratamento do agente
considerado doente, e que oferece risco ˆ sociedade. No caso da
embriaguez acidental, o agente Ž sadio, tendo ingerido ‡lcool por caso fortuito
ou for•a maior.
⇒ E a embriaguez patol—gica? A embriaguez patol—gica pode excluir a
imputabilidade, desde que se configure como embriaguez verdadeiramente
doentia (n‹o apenas embriaguez habitual). Nesse caso, o agente ser‡ tratado
como doente mental.

1.3.2 Potencial consci•ncia da ilicitude


A potencial consci•ncia da ilicitude Ž a possibilidade (da’ o termo
ÒpotencialÓ) de o agente, de acordo com suas caracter’sticas, conhecer o car‡ter
il’cito do fato5. N‹o se trata do par‰metro do homem mŽdio, mas de uma an‡lise
da pessoa do agente. Assim, aquele que Ž formado em Direito, em tese,

5
BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressi—n. Bogot‡,
1996, p. 153

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tem maior potencial consci•ncia da ilicitude que aquele que nunca saiu
de uma aldeia de pescadores e tem pouca instru•‹o. ƒ claro que isso varia
de pessoa para pessoa e, principalmente, de crime para crime, pois alguns s‹o
do conhecimento geral (homic’dio, roubo), e outros nem todos conhecem
(bigamia, por exemplo).
Quando o agente age acreditando que sua conduta n‹o Ž penalmente il’cita,
comete erro de proibi•‹o (art. 21 do CP), que veremos mais ˆ frente.

1.3.3 Exigibilidade de conduta diversa


N‹o basta que o agente seja imput‡vel, que tenha potencial conhecimento
da ilicitude do fato, Ž necess‡rio, ainda, que o agente pudesse agir de outro
modo.
EXEMPLO: imagine a situa•‹o de uma m‹e que v• seu filho clamar por comida
e, diante disso, rouba um cesto de p‹es. Nesse caso, a m‹e era maior de idade,
sabia que a conduta era il’cita, mas n‹o se podia exigir que, naquelas
circunst‰ncias, agisse de outro modo. Dessa forma, nesse caso, sua
culpabilidade estaria exclu’da (isso sem comentar o princ’pio da bagatela, que
excluiria a pr—pria tipicidade, por aus•ncia de les‹o tutel‡vel. Mas isso
dependeria da an‡lise de outros fatores do caso concreto).

Esse elemento da culpabilidade fundamenta duas causas de exclus‹o da


culpabilidade:
Ø Coa•‹o MORAL irresist’vel Ð Ocorre quando uma pessoa coage
outra a praticar determinado crime, sob a amea•a de lhe fazer
algum mal grave. Ex.: Alberto coloca uma arma na cabe•a de Poliana
e diz que se ela n‹o atirar em Romeu, matar‡ seu filho, que est‡
sequestrado por seus comparsas. Nesse caso, n‹o se pode exigir de
Poliana que deixe de atirar em Romeu, pois est‡ sob amea•a de um
mal grav’ssimo (morte do filho).
Ø Obedi•ncia hier‡rquica Ð ƒ o ato cometido por alguŽm em
cumprimento a uma ordem ilegal proferida por um superior
hier‡rquico. Cuidado! A ordem n‹o pode ser MANIFESTAMENTE
ILEGAL. Se aquele que cumpre a ordem sabe que est‡ cometendo
uma ordem ilegal, responde pelo crime juntamente com aquele que
deu a ordem. Se a ordem n‹o Ž manifestamente ilegal aquele que
apenas a cumpriu estar‡ acobertado pela excludente de culpabilidade
da inexigibilidade de conduta diversa.

CUIDADO! Nesse caso (obedi•ncia hier‡rquica), s— se aplica aos


funcion‡rios pœblicos, n‹o aos particulares!

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Com rela•‹o ˆ coa•‹o mora irresist’vel, voc•s podem perceber que eu
coloquei a express‹o ÒMORALÓ em caixa alta. Foi para deixar BEM CLARO que
somente a coa•‹o MORAL irresist’vel Ž que exclui a culpabilidade (por
inexigibilidade de conduta diversa).
A coa•‹o FêSICA irresist’vel NÌO EXCLUI A CULPABILIDADE. A coa•‹o
FêSICA irresist’vel EXCLUI O FATO TêPICO, pois o fato n‹o ser‡ t’pico por
aus•ncia de CONDUTA, j‡ que n‹o h‡ vontade.

2 ERRO
2.1 Erro de tipo essencial
Sabemos que o crime, em seu conceito anal’tico, Ž formado basicamente
por tr•s elementos: fato t’pico (para alguns, tipicidade, mas a nomenclatura aqui
Ž irrelevante), ilicitude e culpabilidade.
Quando o agente comete um fato que se amolda perfeitamente ˆ conduta
descrita no tipo penal (direta ou indiretamente), temos um fato t’pico e, como
disse, estar‡ presente, portanto, a tipicidade.
Pode ocorrer, entretanto, que o agente pratique um fato t’pico por
equ’voco! Isso mesmo! O agente pratica um fato considerado t’pico, mas o
faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos.
O erro de tipo Ž a representa•‹o err™nea da realidade, na qual o
agente acredita n‹o se verificar a presen•a de um dos elementos essenciais que
comp›em o tipo penal.
EXEMPLO: Imaginemos o crime de desacato:
Art. 331 - Desacatar funcion‡rio pœblico no exerc’cio da fun•‹o ou em raz‹o dela:
Pena - deten•‹o, de seis meses a dois anos, ou multa.
Imaginemos que o agente desconhecesse a condi•‹o de funcion‡rio pœblico da
v’tima. Nesse caso, houve erro de tipo, pois o agente incidiu em erro sobre
elemento essencial do tipo penal.

O erro de tipo pode ocorrer, tambŽm, nos crimes omissivos


impr—prios (comissivos por omiss‹o), pois o agente pode desconhecer sua
condi•‹o de garantidor no caso concreto6 (aquele que tem o dever de impedir o
resultado).
EXEMPLO: Imagine que uma m‹e presencie o estupro da pr—pria filha, mas
nada fa•a, por n‹o verificar tratar-se de sua filha. Nesse caso, a m‹e incidiu em
erro de tipo, pois errou na representa•‹o da realidade f‡tica acerca de elemento
que constitu’a o tipo penal. Ou seja, n‹o identificou que a v’tima era sua filha,
elemento este que faria surgir seu dever de intervir.

6
BITENCOURT, Op. cit., p. 512

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ATEN‚ÌO! Quando o erro incidir sobre elemento normativo


do tipo7, h‡ diverg•ncia na Doutrina! Parte entende que continua se tratando
de erro de tipo. Outra parte da Doutrina entende que n‹o se trata de erro de
tipo, mas de erro de proibi•‹o, pois o agente estaria errando acerca da licitude
do fato8. Exemplo: O art. 154 do CP diz o seguinte: Art. 154 - Revelar alguŽm, sem
justa causa, segredo, de que tem ci•ncia em raz‹o de fun•‹o, ministŽrio, of’cio ou profiss‹o,
e cuja revela•‹o possa produzir dano a outrem: Pena - deten•‹o, de tr•s meses a um ano, ou
multa. Nesse caso, o elemento Òsem justa causaÓ Ž elemento normativo do tipo.
Se o mŽdico revela um segredo do paciente para um parente, acreditando que
este poder‡ ajud‡-lo, e faz isso apenas para o bem do paciente, acreditando
haver justa causa, quando na verdade o parente Ž um tremendo fofoqueiro que
s— quer difamar o paciente, o mŽdico incorreu em erro de tipo, pois acreditava
estar agindo com justa causa, que n‹o havia. PorŽm, como disse a voc•s, parte
da doutrina entende que aqui se trata de erro de proibi•‹o. Mas a teoria que
prevalece Ž a de que se trata mesmo de erro de tipo.

O erro de tipo pode ser:


¥ Escus‡vel Ð Quando o agente n‹o poderia conhecer, de fato, a
presen•a do elemento do tipo. Exemplo: ÒAÓ entra numa loja e ao
sair, verifica que esqueceu sua bolsa. Ao voltar, A encontra uma bolsa
id•ntica ˆ sua, e a leva embora. Entretanto, ÒAÓ n‹o sabia que essa
bolsa era de ÒBÓ, que estava olhando revistas distra’da, tendo sua
bolsa sido levada por outra pessoa no momento em que saiu da loja
pela primeira vez. Nesse caso, ÒAÓ n‹o tinha como imaginar que
alguŽm, em t‹o pouco tempo, haveria furtado sua bolsa e que outra
pessoa deixaria no mesmo lugar uma bolsa id•ntica. Nesse caso, ÒAÓ
incorreu em erro de tipo escus‡vel, pois n‹o poderia, com um
exerc’cio mental razo‡vel, saber que aquela n‹o era sua bolsa.
¥ Inescus‡vel Ð Ocorre quando o agente incorre em erro sobre
elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um esfor•o
mental razo‡vel, n‹o ter agido desta forma. Exemplo:
Imaginemos que Marcelo esteja numa reparti•‹o pœblica e acabe por
desacatar funcion‡rio pœblico que l‡ estava. Marcelo n‹o sabia que se
tratava de funcion‡rio pœblico, mas mediante esfor•o mental m’nimo

7
Com rela•‹o a estes termos, CEZAR ROBERTO BITENCOURT os considera como Òelementos
normativos especiais da ilicitudeÓ. Para o autor, elementos normativos seriam aqueles que
demandam mero ju’zo de valor acerca de um objeto (saber que o documento falsificado Ž pœblico,
por exemplo, no crime de falsifica•‹o de documento pœblico). Termos como ÒindevidamenteÓ,
Òsem justa causaÓ, etc., seriam antecipa•‹o da ilicitude do fato inseridas dentro do tipo penal.
(BITENCOURT, Op. cit., p. 350). Fica apenas o registro, j‡ que a Doutrina majorit‡ria entende
que tais express›es s‹o elementos normativos do tipo penal. Ver, por todos: GOMES, Luiz Flavio.
BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 211.
8
BITENCOURT, Op. cit., p. 514/515

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poderia ter chegado a esta conclus‹o, analisando a postura da pessoa
com quem falava e o que a pessoa fazia no local. Assim, Marcelo
incorreu em erro de tipo inescus‡vel, e responderia por crime
culposo, caso houvesse previs‹o de desacato culposo (n‹o h‡).

Assim, lembrem-se:

ERRO SOBRE A EXISTÊNCIA FÁTICA


DE UM DOS ELEMENTOS QUE
ERRO
COMPÕEM O TIPO PENAL
DE TIPO

Pode ser que se utilize o termo ÒErro sobre elemento constitutivo do


tipo penalÓ. Eu prefiro essa nomenclatura, mas ela n‹o Ž utilizada sempre.

ATEN‚ÌO! Existe, ainda, o que se convencionou chamar de Òerro de tipo


permissivoÓ. O que Ž isso? O erro de Òtipo permissivoÓ Ž o erro sobre os
pressupostos objetivos de uma causa de justifica•‹o (excludente de ilicitude).
Assim, o erro de Òtipo permissivoÓ seria, basicamente, uma
descriminante putativa. Fala-se em Òtipo permissivoÓ em raz‹o da teoria dos
elementos negativos do tipo, surgida na Alemanha no come•o do sŽculo
passado. Para esta teoria, as causas de exclus‹o da ilicitude seriam
elementos NEGATIVOS do tipo. Ou seja, enquanto o Òtipo incriminadorÓ
propriamente dito seria a descri•‹o da conduta proibida, as excludentes de
ilicitude corresponderiam a ÒressalvasÓ ˆ ilicitude da conduta. Desta forma, o
que a Doutrina quis dizer foi que, basicamente, quando o art. 121 do CP diz que
Òmatar alguŽmÓ Ž crime, ele na verdade quer dizer que Òmatar alguŽm Ž crime,
exceto se houver alguma causa de justifica•‹oÓ.
Esta Ž uma teoria que conta com alguns adeptos e, independentemente disso,
o fato Ž que o termo Òerro de tipo permissivoÓ Ž largamente utilizado e,
portanto, digno de nota!

2.2 Erro de tipo acidental


O erro de tipo acidental nada mais Ž que um erro na execu•‹o do fato
criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o resultado9. Pode se
apresentar de diversas formas:

9
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 376

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2.2.1 Erro sobre a pessoa (error in persona)
Aqui o agente pratica o ato contra pessoa diversa da pessoa visada, por
confundi-la com a pessoa que deveria ser o alvo do delito. Neste caso, o erro Ž
irrelevante, pois o agente responde como se tivesse praticado o crime
CONTRA A PESSOA VISADA. Essa previs‹o est‡ no art. 20, ¤3¡ do CP.
Aqui o sujeito executa perfeitamente a conduta, ou seja, n‹o existe falha na
execu•‹o do delito. O erro est‡ em momento anterior (na representa•‹o mental
da v’tima).
Ex.: Jo‹o quer matar seu pai, pois est‡ com raiva em raz‹o da partilha dos
bens de sua m‹e. Jo‹o fica na espreita e, quando v• uma pessoa chegar,
acreditando ser seu pai, mira bem no cr‰nio e lasca um bala•o certeiro, fazendo
com que a v’tima caia desfalecida. Ap—s, verifica que a pessoa n‹o era seu pai,
mas seu irm‹o.
Neste caso o agente responder‡ como se tivesse praticado o delito contra
seu pai (pessoa visada) e n‹o pelo homic’dio contra seu irm‹o. Trata-se da teoria
da equival•ncia.

2.2.2 Erro sobre o nexo causal


No erro sobre o nexo causal o agente alcan•a o resultado efetivamente
pretendido, mas em raz‹o de um nexo causal diferente daquele que o agente
planejou. Pode ser de duas espŽcies:

2.2.2.1 Erro sobre o nexo causal em sentido estrito


Aqui o agente, com um s— ato, provoca o resultado pretendido (mas com
nexo causal diferente).
Ex.: JosŽ dispara dois tiros contra Maria, visando sua morte. Maria, em raz‹o
dos disparos, cai na piscina, e morre por afogamento.
O agente responde pelo que efetivamente ocorreu (morte por
afogamento).10

2.2.2.2 Dolo geral ou aberratio causae


Aqui temos o que se chama de DOLO GERAL OU SUCESSIVO. ƒ o engano
no que se refere ao meio de execu•‹o do delito. Ocorre quando o agente,
acreditando j‡ ter ocorrido o resultado pretendido, pratica outro ato, mas ao final
verifica que este œltimo foi o que provocou o resultado.
Ex.: O agente atira contra a v’tima, visando sua morte. Acreditando que a
v’tima j‡ morreu, atira o corpo num rio, visando sua oculta•‹o. Mais tarde,

10
Por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador,
2015, p. 380

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descobre-se que esta œltima conduta foi a que causou a morte da v’tima, por
afogamento, pois ainda estava viva.
Embora, tenhamos dois crimes (um homic’dio doloso tentado na primeira
conduta e um homic’dio culposo consumado na segunda conduta), a Doutrina
majorit‡ria entende que o agente responde por apenas um crime, pelo
crime originalmente previsto (homic’dio doloso consumado11), tendo sido
adotada a TEORIA UNITçRIA (ou princ’pio unit‡rio).12
Mas qual o nexo causal que se deve considerar? O pretendido ou o
efetivamente ocorrido? Embora n‹o haja unanimidade, prevalece o
entendimento de que deve o agente responder pelo nexo causal efetivamente
ocorrido (e n‹o pelo pretendido).13

2.2.3 Erro na execu•‹o (aberratio ictus)


Aqui o agente atinge pessoa diversa daquela que fora visada, n‹o por
confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE EXECUTAR O DELITO. Imagine que
o agente, tentando acertar ÒAÓ, erre o tiro e acaba acertando ÒBÓ. No erro sobre
a pessoa o agente n‹o Òerra o alvoÓ, ele Òacerta o alvoÓ, mas o alvo foi confundido.
SÌO COISAS DIFERENTES!
A aberratio ictus pode decorrer de mero acidente durante a execu•‹o do
delito (n‹o houve m‡ execu•‹o pelo infrator, mas mero acidente).

Ex.: JosŽ deseja matar Maria. Sabendo que Maria usa seu carro todas as
manh‹s para ir ao trabalho, coloca uma bomba no ve’culo, que ser‡ acionada
assim que for dada a partida no carro. Maria, contudo, n‹o usa o carro naquele
dia, e quem acaba ligando o ve’culo Ž seu marido, que vem a falecer em raz‹o
da bomba. Vejam que, aqui, o agente n‹o errou na hora de executar o ato
criminoso, mas acabou atingindo pessoa diversa em raz‹o de acidente no curso
da empreitada criminosa.

Nesse caso, assim como no erro sobre a pessoa, o agente responde pelo
crime originalmente pretendido. Esta Ž a previs‹o do art. 73 do CP14.

11
GRECO, RogŽrio. Curso de Direito Penal. Volume 1. Ed. Impetus. Niter—i-RJ, 2015, p. 360
12
Doutrina minorit‡ria (mas muito importante) sustenta que o agente deva responder por dois
crimes em concurso: homic’dio doloso tentado (primeira conduta) + homic’dio culposo
consumado (segunda conduta). Trata-se da ado•‹o da teoria do desdobramento.
13
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p.
380/381

14
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execu•‹o, o agente, ao invŽs de
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado
o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no ¤ 3¼ do art. 20 deste C—digo. No caso de ser
tambŽm atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste
C—digo.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

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No que tange ˆs consequ•ncias, o erro na execu•‹o pode ser de duas ordens:

2.2.3.1 Erro sobre a execu•‹o com unidade simples (Aberratio ictus de


resultado œnico)
O agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada. Neste caso,
responde como se tivesse atingido a pessoa visada (e n‹o aquela efetivamente
atingida), da mesma forma como ocorre no erro sobre a pessoa.
EXEMPLO: JosŽ quer lesionar Maria, e atira contra ela uma pedra. Todavia, erra
o alvo e acaba acertando Paulo. Neste caso, JosŽ responde pela les‹o corporal
praticada. Todavia, devemos levar em considera•‹o as condi•›es pessoais de
Maria, n‹o as de Paulo, na hora de aplicar a pena. Assim, se Maria era a m‹e de
JosŽ, JosŽ ter‡ sua pena agravada (crime praticado contra ascendente, art. 61,
II, ÒeÓ do CP), mesmo n‹o tendo atingido Maria.

2.2.3.2 Erro sobre a execu•‹o com unidade complexa (Aberratio ictus de


resultado duplo)
O agente atinge a v’tima n‹o visada, mas atinge tambŽm a v’tima
originalmente pretendida. Nesse caso, responde pelos dois crimes, em
CONCURSO FORMAL.
EXEMPLO: JosŽ quer lesionar Maria, e atira contra ela uma pedra. Todavia, alŽm
de acertar Maria, a pedra acaba acertando tambŽm Paulo, que passava na hora.
Neste caso, JosŽ responde pelos dois crimes.

2.2.4 Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou


aberratio criminis)
Aqui o agente pretendia cometer um crime, mas, por acidente ou erro na
execu•‹o, acaba cometendo outro. Aqui h‡ uma rela•‹o de pessoa x coisa
(ou coisa x pessoa). Na aberratio ictus h‡ uma rela•‹o de pessoa x pessoa.
Pode ser de duas espŽcies:

2.2.4.1 Com unidade simples


O agente atinge apenas o resultado NÌO PRETENDIDO. O agente responde
apenas por um delito, da seguinte forma:
§ Pessoa visada, coisa atingida Ð Responde pelo dolo em rela•‹o ˆ pessoa
(tentativa de homic’dio ou les›es corporais).

Ex.: JosŽ atira contra Maria, querendo sua morte. Contudo, erra na execu•‹o e
acaba por atingir uma planta. Neste caso, JosŽ responde apenas pela tentativa
de homic’dio.

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§ Coisa visada, pessoa atingida Ð Responde apenas pelo resultado
ocorrido em rela•‹o ˆ pessoa.

Ex.: Imagine que alguŽm atire uma pedra num ve’culo parado, com o dolo de
danific‡-lo (art. 163 do CP). Entretanto, o agente erra o alvo e atinge o dono,
que estava perto, causando-lhe a morte (art. 121, ¤3¼ do CP). Nesse caso, o
agente acaba por cometer CRIME DIVERSO DO PRETENDIDO. Responder‡
apenas pelo crime praticado efetivamente (homic’dio culposo).

2.2.4.2 Com unidade complexa


O agente atinge tanto o alvo (coisa ou pessoa) quanto a coisa (ou pessoa)
n‹o pretendida. Aplica-se, neste caso, a mesma regra do erro na execu•‹o:
atingindo ambos os bens jur’dicos (o pretendido e o n‹o pretendido) responder‡
por AMBOS OS CRIMES, em CONCURSO FORMAL (art. 70 do CP).15

CUIDADO! Se o agente visa atingir uma pessoa (les›es corporais, por


exemplo) e, alŽm de atingir a pessoa visada, acaba tambŽm quebrando uma
vidra•a, ele NÌO responde por les›es corporais dolosas + dano culposo, pois
NÌO Hç CRIME DE DANO CULPOSO.

2.2.5 Erro sobre o objeto (error in objecto)


Aqui o agente incide em erro sobre a COISA visada, sobre o objeto
material do delito.
Ex.: O agente pretende subtrair uma valiosa obra de arte. Entra ˆ noite na
resid•ncia mas acaba furtando um quadro de pequeno valor, por confundir com
a obra pretendida.
O CP n‹o previu esta hip—tese de erro, mas diante de sua possibilidade f‡tica,
a Doutrina se debru•ou sobre o tema. Uma vez ocorrendo erro sobre o objeto,
n‹o h‡ qualquer relev‰ncia para fins de afastamento do do dolo ou da culpa, bem
como n‹o se afasta a culpabilidade. O agente responder‡ pelo delito.
Mas qual delito? Neste caso, h‡ diverg•ncia doutrin‡ria. A doutrina
majorit‡ria, porŽm, sustenta que o agente deve responder pela conduta
efetivamente praticada (independentemente da coisa visada). Assim, no
exemplo anterior, o agente responderia pelo furto do quadro de pequeno valor (e
n‹o pelo furto da obra de arte valiosa).

15
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 379

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2.3 Erro determinado por terceiro
No erro de tipo o agente comete o erro ÒsozinhoÓ, ou seja, n‹o Ž induzido a
erro por ninguŽm. No erro determinado (ou provocado) por terceiro o
agente erra porque alguŽm o induz a isso.
Neste caso, s— responde pelo delito aquele que provoca o erro. Entende-se
que h‡, aqui, uma modalidade de autoria mediata, na qual o autor mediato
(agente provocador) utiliza o autor imediato (agente provocado, aquele que
comete o erro) como mero instrumento para seu intento criminoso.

Ex.: Determinado mŽdico, querendo a morte do paciente, entrega ˆ enfermeira


(dolosamente) uma dose de veneno, e a induz a ministra-lo ao paciente,
alegando tratar-se de um sedativo. A enfermeira, sem saber do que se trata,
confiando no mŽdico, ministra o veneno. O paciente morre. Neste caso,
somente o mŽdico (aquele que provocou o erro) responde pelo homic’dio (neste
caso, doloso).
A enfermeira, em regra, n‹o responde por crime algum, salvo se ficar
demonstrado que agiu de forma negligente (por exemplo, se tinha plenas
condi•›es de saber que se tratava de veneno, ou se podia desconfiar das
inten•›es do mŽdico, etc.).

2.4 Erro de proibi•‹o


A culpabilidade (terceiro elemento do conceito anal’tico de crime) Ž formada
por alguns elementos, dentre eles, a POTENCIAL CONSCIæNCIA DA
ILICITUDE.
A POTENCIAL CONSCIæNCIA DA ILICITUDE Ž a possibilidade de o
agente, de acordo com suas caracter’sticas, conhecer o car‡ter il’cito do fato. N‹o
se trata do par‰metro do homem mŽdio, MAS DE UMA ANçLISE DA PESSOA
DO AGENTE.
Quando o agente age acreditando que sua conduta n‹o Ž il’cita, comete
ERRO DE PROIBI‚ÌO (art. 21 do CP).
O erro de proibi•‹o pode ser:
Ø Escus‡vel Ð Nesse caso, era imposs’vel ˆquele agente, naquele caso
concreto, saber que sua conduta era contr‡ria ao Direito. Nesse caso,
exclui-se a culpabilidade e o agente Ž isento de pena.
Ø Inescus‡vel Ð Nesse caso, o erro do agente quanto ˆ proibi•‹o da
conduta n‹o Ž t‹o perdo‡vel, pois era poss’vel, mediante algum
esfor•o, entender que se tratava de conduta il’cita. Assim, permanece
a culpabilidade, respondendo pelo crime, com pena diminu’da de um
sexto a um ter•o (conforme o grau de possibilidade de conhecimento
da ilicitude).

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EXEMPLO: Um cidad‹o, l‡ do interior, encontra um bem (rel—gio de ouro, por
exemplo) e fica com ele para si. Entretanto, mal sabe ele que essa conduta Ž
crime, previsto no CP (apropria•‹o de coisa achada). Vejamos:
Art. 169 - Apropriar-se alguŽm de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou
for•a da natureza:
Pena - deten•‹o, de um m•s a um ano, ou multa.
Par‡grafo œnico - Na mesma pena incorre: (...)
Apropria•‹o de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de
restitu’-la ao dono ou leg’timo possuidor ou de entreg‡-la ˆ autoridade competente, dentro
no prazo de 15 (quinze) dias.

Percebam que atŽ mesmo uma pessoa de razo‡vel intelecto Ž capaz de n‹o
conhecer a ilicitude desta conduta16. Assim, o agente, diferentemente do que
ocorre no erro de tipo, REPRESENTA PERFEITAMENTE A REALIDADE (Sabe
que a coisa n‹o Ž sua, Ž uma coisa que foi perdida por alguŽm), mas ACREDITA
QUE A CONDUTA ƒ LêCITA.
Imaginem, no mesmo exemplo, que o camarada que achou o rel—gio, na
verdade, soubesse que n‹o podia ficar com as coisas dos outros, mas acreditasse
que o rel—gio era um rel—gio que ele tinha perdido horas antes (quando, na
verdade, era o rel—gio de outra pessoa). Nesse caso, o agente sabia que n‹o
podia praticar a conduta de Òse apropriar de coisa alheia perdidaÓ (N‹o h‡,
portanto, erro de proibi•‹o), mas acreditou que a coisa n‹o era ÒalheiaÓ,
achando que fosse sua (erro de tipo). Ficou clara a diferen•a?

Agente comete o fato criminoso POR


ACHAR QUE A CONDUTA NÃO É
ERRO DE
PROIBIDA PROIBIÇÃO

O erro de proibi•‹o pode ser direto (que Ž a hip—tese mencionada) ou


indireto. O erro de proibi•‹o indireto ocorre quando o agente atua
acreditando que existe uma causa de justifica•‹o que o ampare. Contudo,
n‹o confundam o erro de proibi•‹o indireto com o erro de tipo permissivo. Ambos

16
N‹o se exige que o agente conhe•a EXATAMENTE a tipifica•‹o penal de sua conduta, bastando
que ele saiba que sua conduta Ž il’cita. Assim, se o agente pratica uma determinada conduta que
sabe ser il’cita (embora n‹o saiba a qual crime se refere), NÌO Hç ERRO DE PROIBI‚ÌO. Haveria,
aqui, o que se chama de Òerro de subsun•‹oÓ, que Ž irrelevante para fins de determina•‹o da
responsabilidade penal do agente. Isso ocorre porque n‹o se exige do agente que saiba
EXATAMENTE a que tipo penal corresponde sua conduta. Basta que se verifique ser poss’vel ao
agente, de acordo com suas caracter’sticas pessoas e sociais, saber que sua conduta Ž il’cita (Isso
Ž o que se chama de VALORA‚ÌO PARALELA NA ESFERA DO PROFANO, OU DO LEIGO).

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se referem ˆ exist•ncia de uma causa de justifica•‹o (excludente de ilicitude),
mas h‡ uma diferen•a fundamental entre eles:
¥ Erro de tipo permissivo Ð O agente atua acreditando que, no caso
concreto, est‹o presentes os requisitos f‡ticos que caracterizam a
causa de justifica•‹o e, portanto, sua conduta seria justa. Ex.: JosŽ
atira contra seu filho, de madrugada, pois acreditava tratar-se de um
ladr‹o (acreditava que as circunst‰ncias f‡ticas autorizariam agir em
leg’tima defesa).
¥ Erro de proibi•‹o indireto Ð O agente atua acreditando que
existe, EM ABSTRATO, alguma descriminante (causa de
justifica•‹o) que autorize sua conduta. Trata-se de erro sobre a
exist•ncia e/ou limites de uma causa de justifica•‹o em abstrato. Erro,
portanto, sobre o ordenamento jur’dico17. Ex.: JosŽ encontra-se num
barco que est‡ a naufragar. Como possui muitos pertences, precisa de
dois botes, um para se salvar e outro para salvar seus bens. Contudo,
Marcelo tambŽm est‡ no barco e precisa salvar sua vida. JosŽ, no
entanto, agride Marcelo, impedindo-o de entrar no segundo bote, j‡
que tinha a inten•‹o de utiliz‡-lo para proteger seus bens. Neste caso,
JosŽ n‹o representou erroneamente a realidade f‡tica (sabia
exatamente o que estava se passando). JosŽ, conduta, errou quanto
aos limites da causa de justifica•‹o (estado de necessidade), que n‹o
autoriza o sacrif’cio de um bem maior (vida de Marcelo) para proteger
um bem menor (pertences de JosŽ).

2.5 Descriminante putativa x delito putativo


N‹o se deve confundir descriminante putativa com delito putativo.
As descriminantes putativas s‹o quaisquer situa•›es nas quais o agente
incida em erro por acreditar que est‡ presente uma situa•‹o que, se de fato
existisse, tornaria sua a•‹o leg’tima (a doutrina majorit‡ria limita estes casos ˆs
excludentes de ilicitude).
EXEMPLO: Imagine que o agente est‡ numa casa de festas e ou•a gritos de
ÒfogoÓ! Supondo haver um inc•ndio, corre atropelando pessoas, agredindo quem
est‡ na frente, para poder se salvar. Na verdade, tudo n‹o passava de um trote.
Nesse caso, o agente agrediu pessoas (moderadamente, Ž claro), para se salvar,
supondo haver uma situa•‹o que, se existisse (inc•ndio) justificaria a sua conduta
(estado de necessidade). Dessa forma, h‡ uma descriminante putativa por estado
de necessidade putativo (descriminante putativa).

No delito putativo acontece exatamente o oposto do que ocorre no erro de


tipo, no erro de proibi•‹o e nas descriminantes putativas (seja de que natureza

17
BITENCOURT, Op. cit., p. 524/525

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forem). O agente acredita que est‡ cometendo o crime, quando, na verdade,
est‡ cometendo um INDIFERENTE PENAL.
EXEMPLO: Um cidad‹o, sem querer, esbarra no carro de um terceiro,
causando danos no ve’culo. Com medo de ser preso, foge. Na verdade, ele
acredita que est‡ cometendo crime de DANO CULPOSO, mas n‹o sabe que o
CRIME DE DANO CULPOSO NÌO EXISTE. Portanto, h‡, aqui, DELITO
PUTATIVO.

DESCRIMINANTES PUTATIVAS X DELITO PUTATIVO


DESCRIMINANTES Agente acredita n‹o estar cometendo crime
PUTATIVAS algum, por incidir em erro. Contudo, est‡
praticando uma conduta t’pica e il’cita.
DELITO PUTATIVO Agente comete um INDIFERENTE
PENAL, mas acredita estar praticando
crime.

3 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES


CîDIGO PENAL
Ä Arts. 26 a 28 do CP - Tratam da inimputabilidade penal:
Inimput‡veis
Art. 26 - ƒ isento de pena o agente que, por doen•a mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz de
entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Redu•‹o de pena
Par‡grafo œnico - A pena pode ser reduzida de um a dois ter•os, se o agente, em virtude de
perturba•‹o de saœde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado n‹o
era inteiramente capaz de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Menores de dezoito anos
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos s‹o penalmente inimput‡veis, ficando sujeitos
ˆs normas estabelecidas na legisla•‹o especial. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Emo•‹o e paix‹o
Art. 28 - N‹o excluem a imputabilidade penal: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
I - a emo•‹o ou a paix‹o; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Embriaguez
II - a embriaguez, volunt‡ria ou culposa, pelo ‡lcool ou subst‰ncia de efeitos
an‡logos.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

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¤ 1¼ - ƒ isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito
ou for•a maior, era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz de entender o
car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2¼ - A pena pode ser reduzida de um a dois ter•os, se o agente, por embriaguez,
proveniente de caso fortuito ou for•a maior, n‹o possu’a, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o,
a plena capacidade de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984);

Ä Arts. 20 e 21 do CP - Tratam do erro (em suas mais variadas formas):


Erro sobre elementos do tipo(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite
a puni•‹o por crime culposo, se previsto em lei. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Descriminantes putativas(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - ƒ isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunst‰ncias, sup›e
situa•‹o de fato que, se existisse, tornaria a a•‹o leg’tima. N‹o h‡ isen•‹o de pena quando
o erro deriva de culpa e o fato Ž pun’vel como crime culposo.(Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
Erro determinado por terceiro (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2¼ - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
Erro sobre a pessoa(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 3¼ - O erro quanto ˆ pessoa contra a qual o crime Ž praticado n‹o isenta de pena. N‹o se
consideram, neste caso, as condi•›es ou qualidades da v’tima, sen‹o as da pessoa contra
quem o agente queria praticar o crime. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Erro sobre a ilicitude do fato(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 21 - O desconhecimento da lei Ž inescus‡vel. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevit‡vel, isenta de pena; se evit‡vel, poder‡ diminu’-la de um sexto a um ter•o. (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - Considera-se evit‡vel o erro se o agente atua ou se omite sem a
consci•ncia da ilicitude do fato, quando lhe era poss’vel, nas circunst‰ncias, ter ou atingir
essa consci•ncia. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

4 SòMULAS PERTINENTES

4.1 Sœmulas do STJ


Ä Sœmula 74 do STJ Ð O STJ sumulou entendimento no sentido de que o
reconhecimento da menoridade penal depende de prova por documento h‡bil
(certid‹o de nascimento, carteira de identidade, etc.). Uma vez reconhecida a
menoridade penal, o processo deve ser anulado e o agente submetido ao
regramento especial do ECA.

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Sœmula 74 do STJ - PARA EFEITOS PENAIS, O RECONHECIMENTO DA MENORIDADE DO
REU REQUER PROVA POR DOCUMENTO HçBIL.

5 JURISPRUDæNCIA CORRELATA

Ä STJ - RESP 1544952 Ð O STJ decidiu no sentido de que a mera condi•‹o de


ind’gena (ainda que n‹o integrado ˆ sociedade) n‹o configura, por si s—,
hip—tese de exclus‹o da culpabilidade por aus•ncia de potencial consci•ncia da
ilicitude, o que deve ser avaliado caso a caso:
(...) 2. A isen•‹o da pena, prevista no art. 21 do CP, depende da demonstra•‹o de que,
apesar de o autor saber o que faz, sup›e que a conduta seja permitida. A condi•‹o
de ind’gena n‹o pressup›e tratar-se de hip—tese de erro de proibi•‹o,
prescindindo de elementos que indiquem a falta de consci•ncia da ilicitude.
Excludente n‹o configurada na espŽcie.
(STJ - RECURSO ESPECIAL N¼ 1.544.952 - PE (2015/0180332-0 Ð Pub. 30/09/2015).

Ä STF - RHC 79788 Ð O STF possui alguns julgados no sentido de ser poss’vel
o reconhecimento da ocorr•ncia de erro de tipo em rela•‹o ao crime de estupro
de vulner‡vel, quando a v’tima claramente aparenta ter bem mais que 14 anos:
(...) O erro quanto ˆ idade da ofendida Ž o que a doutrina chama de erro de tipo, ou seja o
erro quanto a um dos elementos integrantes do erro do tipo. A jurisprud•ncia do tribunal
reconhece a atipicidade do fato somente quando se demonstra que a ofendida
aparenta ter idade superior a 14 (quatorze) anos. Precedentes. No caso, era do
conhecimento do rŽu que a ofendida tinha 12 (doze) anos de idade. 3. Tratando-se de menor
de 14 (quatorze) anos, a viol•ncia, como elemento do tipo, Ž presumida. Eventual
experi•ncia anterior da ofendida n‹o tem for•a para descaracterizar essa presun•‹o legal.
Precedentes. Ademais, a demonstra•‹o de comportamento desregrado de uma menina de
12 (doze) anos implica em revolver o contexto probat—rio. Invi‡vel em Habeas. 4. O
casamento da ofendida com terceiro, no curso da a•‹o penal, Ž causa de extin•‹o da
punibilidade (CP, art. 107, VIII). Por analogia, poder-se-ia admitir, tambŽm, o concubinato
da ofendida com terceiro. Entretanto, tal alega•‹o deve ser feita antes do tr‰nsito em
julgado da decis‹o condenat—ria. O recorrente s— fez ap—s o tr‰nsito em julgado. Negado
provimento ao recurso.
(RHC 79788, Relator(a): Min. NELSON JOBIM, Segunda Turma, julgado em 02/05/2000,
DJ 17-08-2001 PP-00052 EMENT VOL-02039-01 PP-00142)

6 RESUMO

CULPABILIDADE
CONCEITO - Ju’zo de reprovabilidade acerca da conduta do agente,
considerando-se suas circunst‰ncias pessoais.
TEORIAS

TEORIAS ACERCA DA CULPABILIDADE


PSICOLîGICA Imputabilidade (pressuposto) + dolo ou culpa

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PSICOLîGICO- Imputabilidade + exigibilidade de conduta diversa + culpa +
NORMATIVA dolo natural (consci•ncia e vontade) + dolo normativo
(consci•ncia da ilicitude)
EXTREMADA Imputabilidade + exigibilidade de conduta diversa + dolo
normativo (POTENCIAL consci•ncia da ilicitude)18
LIMITADA Mesmos elementos da teoria ADOTADA PELO CP
extremada + diverg•ncia quanto ao
tratamento das descriminantes
putativas decorrentes de erro sobre
pressupostos f‡ticos (entende que
devem ser tratadas como erro de
tipo, e n‹o erro de proibi•‹o).

ELEMENTOS
IMPUTABILIDADE - Capacidade mental de entender o car‡ter il’cito da conduta
e de comportar-se conforme o Direito.
CritŽrios para aferi•‹o da imputabilidade:

CRITƒRIOS PARA AFERI‚ÌO DA IMPUTABILIDADE


BIOLîGIO Basta a exist•ncia de uma caracter’stica biol—gica
(doen•a mental ou determinada idade) para que o
agente seja inimput‡vel.
OBS.: Adotado pelo CP em rela•‹o ˆ inimputabilidade
por menoridade penal.
PSICOLîGICO S— se pode aferir a imputabilidade (ou n‹o), na an‡lise
do caso concreto (se o agente tinha discernimento).
BIOPSICOLîGICO Conjuga a presen•a de um elemento biol—gico (doen•a
mental ou idade) com a necessidade de se avaliar se o
agente, no caso concreto, tinha discernimento.
OBS.: Adotado pelo CP em rela•‹o ˆ inimputabilidade
por doen•a mental e embriaguez decorrente de caso
fortuito ou for•a maior.
OBS.: Em qualquer caso, a inimputabilidade Ž aferida no momento do fato
criminoso.

Causas de inimputabilidade penal (exclus‹o da imputabilidade)

18
O dolo natural (a mera vontade e consci•ncia de praticar a conduta definida como crime) migra,
portanto, para o fato t’pico, como elemento integrante da conduta.

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Menoridade penal Ð S‹o inimput‡veis os menores de 18 anos (critŽrio
biol—gico)
Doen•a mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado Ð
Requisitos:
¥ Que o agente possua a doen•a (critŽrio biol—gico)
¥ Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o car‡ter
il’cito do fato OU inteiramente incapaz de determinar-se
conforme este entendimento (critŽrio psicol—gico)
Obs.: Se, em decorr•ncia da doen•a, o agente tinha discernimento PARCIAL
(semi-imputabilidade), NÌO ƒ ISENTO DE PENA (n‹o afasta a imputabilidade).
Neste caso, h‡ redu•‹o de pena (um a dois ter•os).

Embriaguez Ð Requisitos:
¥ Que o agente esteja completamente embriagado (critŽrio
biol—gico)
¥ Que se trate de embriagues decorrente de caso fortuito ou for•a
maior
¥ Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o car‡ter
il’cito do fato OU inteiramente incapaz de determinar-se
conforme este entendimento (critŽrio psicol—gico)
Obs.: Se, em decorr•ncia da embriaguez, o agente tinha discernimento PARCIAL
(semi-imputabilidade), NÌO ƒ ISENTO DE PENA (n‹o afasta a imputabilidade).
Neste caso, h‡ redu•‹o de pena (um a dois ter•os).

Esquema:

MENORIDADE MENORES DE
PENAL 18 ANOS INIMPUTÁVEIS

SEM
DISCERNIMENTO INIMPUTÁVEL
DOENÇA ALGUM
MENTAL DISCERNIMENTO REDUÇÃO DE PENA (UM A
CAUSAS DE
INIMPUTABILIDADE PARCIAL DOIS TERÇOS)
VOLUNTÁRIA
NÃO AFASTA A
(DOLOSA OU
IMPUTABILIDADE
CULPOSA)
SEM
EMBRIAGUEZ ACIDENTAL DISCERNIMENTO INIMPUTÁVEL
(CASO ALGUM
FORTUITO
OU FORÇA REDUÇÃO DE PENA
DISCERNIMENTO
MAIOR) (UM A DOIS
PARCIAL
TERÇOS)

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POTENCIAL CONSCIæNCIA DA ILICITUDE - Possibilidade de o agente, de
acordo com suas caracter’sticas, conhecer o car‡ter il’cito do fato. Quando o
agente atua acreditando que sua conduta n‹o Ž penalmente il’cita, comete erro
de proibi•‹o.

EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA - N‹o basta que o agente seja


imput‡vel e que tenha potencial conhecimento da ilicitude do fato, Ž necess‡rio,
ainda, que o agente pudesse agir de outro modo. N‹o havendo tal elemento,
afastada est‡ a culpabilidade. Exemplos:
§ Coa•‹o MORAL irresist’vel Ð Ocorre quando uma pessoa coage outra a
praticar determinado crime, sob a amea•a de lhe fazer algum mal
grave. Obs.: A coa•‹o FêSICA irresist’vel NÌO EXCLUI A CULPABILIDADE.
A coa•‹o FêSICA irresist’vel EXCLUI O FATO TêPICO, por aus•ncia de
vontade (aus•ncia de conduta).
§ Obedi•ncia hier‡rquica Ð ƒ o ato cometido por alguŽm em cumprimento
a uma ordem n‹o manifestamente ilegal proferida por um superior
hier‡rquico. Obs.: prevalece que s— se aplica aos funcion‡rios pœblicos.

ERRO
ERRO DE TIPO ESSENCIAL Ð O agente pratica um fato considerado t’pico, mas
o faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos. ƒ a representa•‹o
err™nea da realidade. O erro de tipo pode ser:
§ Escus‡vel Ð Quando o agente n‹o poderia conhecer, de fato, a presen•a
do elemento do tipo. Qualquer pessoa, nas mesmas condi•›es, cometeria
o mesmo erro.
§ Inescus‡vel Ð Ocorre quando o agente incorre em erro sobre elemento
essencial do tipo, mas poderia, mediante um esfor•o mental razo‡vel, n‹o
ter agido desta forma.

OBS.: Erro de tipo permissivo - O erro de Òtipo permissivoÓ Ž o erro sobre os


pressupostos objetivos de uma causa de justifica•‹o (excludente de ilicitude).

ERRO DE TIPO ACIDENTAL - O erro de tipo acidental nada mais Ž que um erro
na execu•‹o do fato criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o
resultado. Pode ser:

Erro sobre a pessoa (error in persona) - Aqui o agente pratica o ato contra
pessoa diversa da pessoa visada, por confundi-la com a pessoa que deveria
ser o alvo do delito. N‹o existe falha na execu•‹o, mas na escolha da v’tima.
CONSEQUæNCIA - O agente responde como se tivesse praticado o crime
CONTRA A PESSOA VISADA (teoria da equival•ncia).

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Erro sobre o nexo causal - O agente alcan•a o resultado efetivamente
pretendido, mas em raz‹o de um nexo causal diferente daquele que o agente
planejou. Pode ser de duas espŽcies:
§ Erro sobre o nexo causal em sentido estrito - Com um s— ato, provoca
o resultado pretendido (mas com nexo causal diferente).
§ Dolo geral ou aberratio causae Ð TambŽm chamado de DOLO GERAL
OU SUCESSIVO. Ocorre quando o agente, acreditando j‡ ter ocorrido o
resultado pretendido, pratica outro ato, mas ao final verifica que este œltimo
foi o que provocou o resultado. CONSEQUæNCIA: Responde por apenas
um crime (h‡ posi•›es em contr‡rio), pelo crime originalmente previsto
(TEORIA UNITçRIA ou princ’pio unit‡rio). Responde, ainda, de acordo
com o nexo causal efetivamente ocorrido.

Erro na execu•‹o (aberratio ictus) - Aqui o agente atinge pessoa diversa


daquela que fora visada, n‹o por confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE
EXECUTAR O DELITO. Pode ser de duas espŽcies:
§ Erro sobre a execu•‹o com unidade simples (Aberratio ictus de
resultado œnico ou em sentido estrito) - O agente atinge somente a
pessoa diversa daquela visada.
§ Erro sobre a execu•‹o com unidade complexa (Aberratio ictus de
resultado duplo ou em sentido amplo) - O agente atinge a v’tima n‹o
visada, mas atinge tambŽm a v’tima originalmente pretendida. Nesse caso,
responde pelos dois crimes, em CONCURSO FORMAL.

Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti


ou aberratio criminis) - Aqui o agente pretendia cometer um crime, mas, por
acidente ou erro na execu•‹o, acaba cometendo outro. Aqui h‡ uma rela•‹o de
pessoa x coisa (ou coisa x pessoa). Pode ser de duas espŽcies:
§ Com unidade simples - O agente atinge apenas o resultado NÌO
PRETENDIDO. O agente responde apenas por um delito, da seguinte forma:
Ø Pessoa visada, coisa atingida Ð Responde pelo dolo em rela•‹o ˆ
pessoa (tentativa de homic’dio ou les›es corporais).
Ø Coisa visada, pessoa atingida Ð Responde apenas pelo resultado
ocorrido em rela•‹o ˆ pessoa.

§ Com unidade complexa - O agente atinge tanto o alvo (coisa ou pessoa)


quanto a coisa (ou pessoa) n‹o pretendida. Responder‡ por AMBOS OS
CRIMES, em CONCURSO FORMAL.

Erro sobre o objeto (error in objecto) - Aqui o agente incide em erro sobre a
COISA visada, sobre o objeto material do delito. Prevalece que n‹o h‡ qualquer
relev‰ncia para fins de afastamento do do dolo ou da culpa, bem como n‹o se
afasta a culpabilidade. CONSEQUæNCIA: A doutrina majorit‡ria (h‡ diverg•ncia)

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sustenta que o agente deve responder pela conduta efetivamente praticada
(independentemente da coisa visada).

ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO - No erro determinado (ou provocado)


por terceiro o agente erra porque alguŽm o induz a isso. S— responde pelo delito
aquele que provoca o erro (modalidade de autoria mediata).

ERRO DE PROIBI‚ÌO - Quando o agente age acreditando que sua conduta n‹o
Ž il’cita, comete ERRO DE PROIBI‚ÌO (art. 21 do CP). O erro de proibi•‹o pode
ser:
§ Escus‡vel Ð Qualquer pessoa, nas mesmas condi•›es, cometeria o mesmo
erro. Afasta a culpabilidade (agente fica isento de pena).
§ Inescus‡vel Ð O erro n‹o Ž t‹o perdo‡vel, pois era poss’vel, mediante
algum esfor•o, entender que se tratava de conduta penalmente il’cita. N‹o
afasta a culpabilidade. H‡ diminui•‹o de pena de um sexto a um
ter•o.

OBS.: Erro de proibi•‹o indireto - ocorre quando o agente atua acreditando


que existe uma causa de justifica•‹o que o ampare. Diferen•a entre erro de
proibi•‹o indireto e erro de tipo permissivo:
§ Erro de tipo permissivo Ð O agente atua acreditando que, no caso
concreto, est‹o presentes os requisitos f‡ticos que caracterizam a causa
de justifica•‹o e, portanto, sua conduta seria justa.
§ Erro de proibi•‹o indireto Ð O agente atua acreditando que existe, EM
ABSTRATO, alguma descriminante (causa de justifica•‹o) que autorize sua
conduta. Trata-se de erro sobre a exist•ncia e/ou limites de uma
causa de justifica•‹o em abstrato. Erro, portanto, sobre o ordenamento
jur’dico (erro normativo).
____________
Bons estudos!
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7 EXERCêCIOS DA AULA

01. (VUNESP Ð 2015 Ð MPE/SP Ð ANALISTA DE PROMOTORIA)


Assinale a alternativa correta a respeito da imputabilidade penal.
(A) Comprovada a doen•a mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, o agente ser‡ considerado inimput‡vel para os efeitos legais.
(B) Aos inimput‡veis e aos semi-imput‡veis, comprovada essa condi•‹o por
per’cia mŽdica, ser‡ substitu’da a pena por medida de seguran•a consistente em
interna•‹o em hospital de cust—dia e tratamento psiqui‡trico.

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(C) A imputabilidade Ž um dos elementos da culpabilidade, ao lado da potencial
consci•ncia sobre a ilicitude do fato e a exigibilidade de conduta diversa.
(D) A imputabilidade, de acordo com o C—digo Penal, pode se dar por doen•a
mental, imaturidade natural ou embriaguez do agente.
(E) A emo•‹o e a paix‹o, alŽm de n‹o afastarem a imputabilidade penal do
agente, podem ser consideradas como circunst‰ncias agravantes no momento da
fixa•‹o da pena.

02. (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð ESCRIVÌO)


No tocante ˆs disposi•›es do C—digo Penal relativas ˆ culpabilidade e
imputabilidade, Ž correto afirmar que
(A) a pena pode ser reduzida de um a dois ter•os se o agente, por doen•a mental
ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado era, ao tempo da a•‹o ou
da omiss‹o, inteiramente incapaz de entender o car‡ter il’cito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
(B) a embriaguez culposa pelo ‡lcool ou subst‰ncia de efeitos an‡logos exclui a
imputabilidade penal.
(C) se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia ˆ ordem,
manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s— Ž pun’vel o autor da coa•‹o
ou da ordem.
(D) a pena pode ser reduzida de um a dois ter•os se o agente, em virtude de
perturba•‹o de saœde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, n‹o era inteiramente capaz de entender o car‡ter il’cito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
(E) a embriaguez volunt‡ria pelo ‡lcool ou subst‰ncia de efeitos an‡logos exclui
a imputabilidade penal.

03. (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


No tocante ˆs disposi•›es previstas no C—digo Penal relativas ˆ culpabilidade, Ž
correto afirmar que
(A) se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia ˆ ordem,
n‹o manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s— Ž pun’vel o autor da
coa•‹o ou da ordem.
(B) se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia ˆ ordem,
n‹o manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, Ž pun’vel o autor da coa•‹o
ou da ordem tendo o autor do fato a pena diminu’da de um a dois ter•os.
(C) o fato cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia ˆ ordem, n‹o
manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, n‹o excluiu a culpabilidade do
autor do fato.
(D) se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia ˆ ordem,
mesmo que manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s— Ž pun’vel o autor
da coa•‹o ou da ordem.

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(E) se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia ˆ ordem,
mesmo que manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, Ž pun’vel o autor da
coa•‹o ou da ordem tendo o autor do fato a pena diminu’da de um a dois ter•os.

04. (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


Nos termos do C—digo Penal, a imputabilidade penal Ž exclu’da pela
(A) emo•‹o.
(B) doen•a mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que
torna o autor, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz de entender
o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(C) embriaguez, proveniente de caso fortuito ou for•a maior, que privou o autor,
ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, da plena capacidade de entender o car‡ter
il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(D) embriaguez completa e culposa que torna o autor, ao tempo da a•‹o ou da
omiss‹o, inteiramente incapaz de entender o car‡ter il’cito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
(E) paix‹o.

05. (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð DELEGADO DE POLêCIA)


A tese supralegal de inexigibilidade de conduta diversa, se acolhida judicialmente,
importa em exclus‹o
a) da imputabilidade.
b) da pena.
c) de punibilidade.
d) do crime.
e) de culpabilidade.

06. (VUNESP Ð 2014 Ð DPE-MS Ð DEFENSOR PòBLICO)


Agente imput‡vel e menor de 21 anos ˆ Žpoca do fato criminoso ocorrido em 10
de junho de 2006. Foi denunciado como incurso no art. 157, caput, do CP. A
denœncia foi recebida em 29 de junho de 2006 e atŽ 01 de julho de 2014 n‹o
havia sido prolatada senten•a. Diante disso, pode-se afirmar que
a) ocorreu a pretens‹o punitiva estatal, considerado o m‡ximo da pena
abstratamente cominada ˆ infra•‹o.
b) ocorrer‡ a prescri•‹o da pretens‹o punitiva estatal somente depois de
decorridos seis anos da data supra mencionada (01.07.2014).
c) ocorrer‡ a prescri•‹o da pretens‹o punitiva estatal somente depois de
decorridos quatro anos da data supra mencionada (01.07.2014).
d) antes da prola•‹o da senten•a condenat—ria n‹o se pode falar em ocorr•ncia
da pretens‹o punitiva estatal.

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07. (VUNESP Ð 2014 Ð TJ-SP Ð JUIZ)
Para o C—digo Penal (art. 20, ¤ 1.¼), quando a descriminante putativa disser
respeito aos pressupostos f‡ticos da excludente, estamos diante de:
a) Excludente de antijuridicidade.
b) Erro de tipo.
c) Erro de proibi•‹o.
d) Excludente de culpabilidade.

08. (VUNESP Ð 2015 Ð PC-CE Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Considere que determinado sujeito, portador de desenvolvimento mental
incompleto, ao tempo da a•‹o tinha plena capacidade de entender o car‡ter il’cito
do fato, mas era inteiramente incapaz de determinar-se de acordo com esse
entendimento Ð o que fora clinicamente atestado nos autos em per’cia oficial. Em
conson‰ncia com o texto legal do art. 26 do CP, ao proferir senten•a deve o juiz
reconhecer sua
a) inimputabilidade.
b) imputabilidade.
c) semi-imputabilidade, absolvendo-lhe e aplicando-lhe medida de seguran•a.
d) semi-imputabilidade, condenando-lhe e aplicando-lhe pena diminu’da.
e) semi-imputabilidade, condenando-lhe e aplicando-lhe medida de seguran•a.

09. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ADVOGADO)


O gerente de uma determinada ag•ncia banc‡ria, ap—s longa sess‹o de tortura
psicol—gica infligida a ele pelos bandidos, fornece a chave para abertura do cofre
da ag•ncia banc‡ria. Sua conduta encontra guarida na excludente de;
a) ilicitude denominada leg’tima defesa.
b) ilicitude denominada obedi•ncia hier‡rquica.
c) culpabilidade denominada actio libera in causa.
d) ilicitude denominada coa•‹o f’sica irresist’vel.
e) culpabilidade denominada coa•‹o moral irresist’vel.

10. (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL)


Imagine que Jo‹o confunda seu aparelho de telefone celular com o de seu colega
Pedro e, descuidadamente, leve para sua casa o aparelho de Pedro. Ao perceber
o equ’voco, Jo‹o imediatamente comunica-se com Pedro e informa o ocorrido.
No dia seguinte, Jo‹o devolve o aparelho ao colega sem qualquer dano.
Analisando a hip—tese narrada, Ž poss’vel afirmar que Jo‹o
a) cometeu crime de furto, mas n‹o ser‡ punido em vista do instituto da
desist•ncia volunt‡ria.
b) n‹o cometeu crime algum.

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Teoria e quest›es
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c) cometeu crime de apropria•‹o indŽbita, mas n‹o ser‡ punido em vista do
instituto da desist•ncia volunt‡ria.
d) cometeu crime de furto, mas n‹o ser‡ punido em vista do instituto do
arrependimento eficaz.
e) cometeu crime de apropria•‹o indŽbita, mas n‹o ser‡ punido em vista do
instituto do arrependimento eficaz.

11. (VUNESP Ð 2009 Ð TJ-SP Ð JUIZ)


Com rela•‹o ˆ coa•‹o moral irresist’vel, Ž correto afirmar que
a) exclui a culpabilidade.
b) exclui a tipicidade.
c) exclui a antijuridicidade.
d) o coato age sem vontade.

12. (VUNESP Ð 2009 Ð TJ-SP Ð JUIZ)


O pai que, tendo o filho sequestrado e amea•ado de morte, Ž coagido por
sequestradores armados e for•ado a dirigir-se a certa ag•ncia banc‡ria para
efetuar um roubo a fim de obter a quantia necess‡ria para o pagamento do
resgate e livrar o filho do c‡rcere privado em que se encontra pode, em tese,
lograr a absolvi•‹o com base na alega•‹o de
a) inexigibilidade de conduta diversa.
b) leg’tima defesa.
c) exerc’cio regular de direito.
d) estrito cumprimento de dever legal.

13. (VUNESP Ð 2008 Ð DPE-MS Ð DEFENSOR PòBLICO)


"A" foi condenado por crime de roubo. Todavia, ap—s a prola•‹o da senten•a, veio
aos autos a prova de que "A" Ž menor de 18 anos de idade. Nesse caso,
a) "A" deve ser absolvido por n‹o constituir o fato infra•‹o penal.
b) "A" deve ser absolvido por ser inimput‡vel.
c) deve ser anulada ab initio a a•‹o penal, em raz‹o da inimputabilidade do autor
do fato.
d) "A" deve ter declarada extinta a punibilidade.

14. (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð PROCURADOR)


A respeito das causas excludentes da culpabilidade, Ž correto afirmar que
a) o desconhecimento da lei nos crimes culposos isenta o agente de pena.
b) o erro invenc’vel sobre a ilicitude do fato n‹o isenta o rŽu de pena.
c) na coa•‹o moral irresist’vel o coator responde por dolo e o coacto por culpa.

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d) as descriminantes putativas excluem a culpabilidade.
e) na obedi•ncia hier‡rquica Ž dispens‡vel a exist•ncia de rela•‹o de direito
pœblico entre superior e subordinado.

15. (FCC Ð 2015 Ð TRE-RR Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Paulo Ž estudante de uma determinada faculdade do Estado de Roraima,
cursando o primeiro semestre. No in’cio deste ano de 2015 Paulo Ž submetido a
um trote acad•mico violento e, amarrado, Ž obrigado a consumir ˆ for•a bebida
alco—lica e subst‰ncia entorpecente. Ap—s o trote, Paulo, completamente
embriagado e incapacitado de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-
se de acordo com esse entendimento por conta desta embriaguez e do uso de
droga, desloca-se atŽ uma Delegacia de Pol’cia da cidade de Boa Vista, onde
tramita um inquŽrito contra ele por crime de les‹o corporal dolosa decorrente de
uma briga em uma casa noturna, e oferece R$ 10.000,00 em dinheiro ao
Delegado de Pol’cia para que este n‹o d• prosseguimento ˆs investiga•›es. Paulo
acaba preso em flagrante pela Autoridade Policial. No caso hipotŽtico exposto,
Paulo
a) praticou crime de corrup•‹o ativa e ter‡ a pena reduzida de um a dois ter•os
no caso de condena•‹o.
b) Ž isento de pena pelo crime cometido nas depend•ncias da Delegacia de
Pol’cia.
c) praticou crime de corrup•‹o ativa e n‹o ter‡ a pena reduzida no caso de
condena•‹o pela embriaguez.
d) praticou crime de concuss‹o e n‹o ter‡ a pena reduzida no caso de
condena•‹o.
e) praticou crime de concuss‹o e ter‡ a pena reduzida de um a dois ter•os no
caso de condena•‹o.

16. (FCC Ð 2015 Ð DPE-MA Ð DEFENSOR PòBLICO)


Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia
mista, supondo ser funcion‡rio de empresa privada com interesse exclusivamente
particular, incide em
a) erro sobre a pessoa.
b) descriminante putativa.
c) erro de tipo.
d) erro sobre a ilicitude do fato inevit‡vel.
e) erro sobre a ilicitude do fato evit‡vel.

17. (FCC Ð 2015 - TCE-CE - PROCURADOR DE CONTAS)


A diferen•a entre erro sobre elementos do tipo e erro sobre a ilicitude do fato
reside na circunst‰ncia de que
a) o erro de tipo exclui a culpabilidade, o de fato a imputabilidade.

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b) o erro de tipo exclui o dolo, o de fato a culpabilidade.
c) o erro de tipo exclui a reprovabilidade da conduta, o de fato o elemento do
injusto.
d) o erro de tipo exclui o dolo, o de fato a invencibilidade do erro.
e) a discriminante putativa Ž o que distingue o erro de tipo do erro de fato.

18. (FCC Ð 2015 - TJ-PE - JUIZ SUBSTITUTO)


Em matŽria de erro, correto afirmar que
a) o erro sobre a ilicitude do fato exclui a culpabilidade, por n‹o exigibilidade de
conduta diversa
b) o erro sobre elemento constitutivo do tipo penal n‹o exclui a possibilidade de
puni•‹o por crime culposo.
c) o erro sobre a ilicitude do fato, se evit‡vel, isenta de pena.
d) o erro sobre elemento constitutivo do tipo penal exclui a culpabilidade.
e) o erro quanto ˆ pessoa contra a qual o crime Ž praticado n‹o isenta de pena,
considerando-se as condi•›es ou qualidades da v’tima, e n‹o as da pessoa contra
quem o agente queria praticar o crime.

19. (FCC Ð 2015 Ð TJ-SE Ð JUIZ)


A, cidad‹o americano, vem para o Brasil em fŽrias, trazendo alguns cigarros de
maconha. Est‡ ciente que mesmo em seu pa’s o consumo da subst‰ncia n‹o Ž
amplamente permitido, mas, como possui c‰ncer em fase avan•ada, possui
receita mŽdica emitida por especialista americano para utilizar subst‰ncias que
possuam THC. Ao passar pelo controle policial do aeroporto, Ž detido pelo crime
de tr‡fico de drogas. Nesta situa•‹o, Ž poss’vel alegar que A encontrava-se em
situa•‹o de erro de:
a) tipo.
b) tipo permissivo.
c) proibi•‹o direto.
d) proibi•‹o indireto.
e) tipo indireto.

20. (FCC Ð 2015 Ð TRT9 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


Maria, a fim de cuidar do machucado de seu filho que acabou de cair da bicicleta,
aplica sobre o ferimento da crian•a ‡cido corrosivo, pensando tratar-se de uma
pomada cicatrizante, vindo a agravar o ferimento. A situa•‹o descrita retrata
hip—tese tratada no C—digo Penal como:
a) erro de proibi•‹o.
b) erro na execu•‹o.
c) estado de necessidade.

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d) exerc’cio regular de direito.
e) erro de tipo.

21. (FCC Ð 2015 Ð TRT9 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


S‹o causas de inimputabilidade previstas no C—digo Penal, alŽm de doen•a
mental e desenvolvimento mental incompleto ou retardado:
a) emo•‹o e paix‹o; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou for•a
maior; idade inferior a 18 anos.
b) idade inferior a 16 anos; embriaguez volunt‡ria; coa•‹o irresist’vel.
c) idade inferior a 18 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou
for•a maior.
d) idade inferior a 21 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou
for•a maior; leg’tima defesa.
e) emo•‹o e paix‹o; idade inferior a 18 anos; embriaguez preordenada.

22. (FCC Ð 2015 Ð TCE-AM Ð AUDITOR)


O erro sobre a pessoa contra a qual o crime Ž praticado
a) n‹o isenta de pena o agente.
b) exclui o dolo.
c) exclui o dolo, mas prevalece a culpa.
d) n‹o isenta de pena o agente, porŽm deve sempre ser considerado na senten•a.
e) Ž um crime imposs’vel

23. (FCC Ð 2015 Ð TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO)


O erro inescus‡vel sobre
a) a ilicitude do fato constitui causa de diminui•‹o da pena.
b) elementos do tipo permite a puni•‹o a t’tulo de culpa, se acidental.
c) elementos do tipo isenta de pena.
d) elementos do tipo exclui o dolo e a culpa, se essencial.
e) a ilicitude do fato exclui a antijuridicidade da conduta.

24. (FCC Ð 2015 Ð TRE-AP Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Maria Ž aprovada no vestibular para uma determinada Universidade Federal. No
dia da matr’cula, Maria, caloura, Ž recebida pelos alunos veteranos da
universidade e submetida a um trote acad•mico violento. AlŽm de outras coisas
que foi obrigada a fazer, Maria foi amarrada em uma cadeira de bar e obrigada a
ingerir bebida alco—lica atŽ ficar completamente embriagada e sem qualquer
possibilidade de entender o car‡ter il’cito de um fato ou de determinar-se de
acordo com este entendimento. Maria Ž liberada do trote e sai do bar, dirigindo-
se atŽ o seu ve’culo que estava estacionado em via pœblica, sem conseguir

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moviment‡-lo. Abordada por policiais, desacatou-os. Neste caso, no que concerne
ao crime de desacato,
(A) ter‡ a pena reduzida de um a dois ter•os.
(B) estar‡ isenta de pena.
(C) ter‡ a pena reduzida de metade.
(D) ter‡ a pena reduzida em 1/6.
(E) ter‡ a pena aumentada de 1/3.

25. (FCC Ð 2014 Ð TRF4 Ð OFICIAL DE JUSTI‚A)


No direito brasileiro legislado, desde que subtraia por completo o entendimento
da ilicitude ou a determina•‹o por ela, a embriaguez ter‡, genericamente, o
cond‹o de excluir total ou parcialmente a imputabilidade penal quando for
(A) n‹o preordenada.
(B) oriunda de culpa consciente.
(C) oriunda de culpa inconsciente.
(D) oriunda de caso fortuito.
(E) n‹o premeditada.

26. (FCC Ð 2014 Ð TJ-CE Ð JUIZ)


Na coa•‹o moral irresist’vel, h‡ exclus‹o da
a) antijuridicidade.
b) culpabilidade, por inimputabilidade.
c) culpabilidade, por n‹o exigibilidade de conduta diversa.
d) tipicidade.
e) culpabilidade, por impossibilidade de conhecimento da ilicitude.

27. (FCC Ð 2014 Ð CåMARA MUNICIPAL-SP Ð PROCURADOR


LEGISLATIVO)
H‡ uma cr’tica doutrin‡ria bastante conhecida e frequente ao fundamento te—rico
da puni•‹o, no direito brasileiro, dos crimes cometidos em estado de embriaguez.
Pode-se sintetiz‡-la afirmando que essa puni•‹o, ao fundar-se na teoria
a) da equival•ncia dos antecedentes causais, simplesmente equaliza as diversas
modalidades de embriaguez, n‹o permitindo uma justa diferencia•‹o de seus
variados graus de reprovabilidade.
b) objetiva pura alem‹, n‹o considera as diversas situa•›es subjetivas
desencadeantes da embriaguez, e, por consequ•ncia, n‹o propicia a devida
diferencia•‹o entre seus variados graus de reprovabilidade.
c) da actio libera in causa, n‹o Ž facilmente extens’vel aos casos de embriaguez
n‹o preordenada ou mesmo meramente culposa, propiciando-se, eventualmente,
situa•›es de responsabiliza•‹o penal estritamente objetiva.

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d) puramente normativa da culpabilidade (Welzel), esvazia o ju’zo da consci•ncia
da ilicitude que, de efetivo e concreto, se torna puramente exig’vel e potencial,
respondendo o agente indistintamente pelo crime, ainda que
compreensivelmente n‹o tivesse condi•›es ou raz›es reais para n‹o se embriagar
nas circunst‰ncias em que o fato se deu.
e) monista temperada, acaba comportando situa•›es graves de impunidade,
notadamente nos crimes cometidos com culpa consciente e lim’trofes ao dolo
eventual.

28. (FCC Ð 2013 Ð TJ-PE Ð TITULAR NOTARIAL)


A inimputabilidade por peculiaridade mental ou et‡ria exclui da conduta a
a) tipicidade.
b) tipicidade e a antijuridicidade, respectivamente.
c) antijuridicidade.
d) antijuridicidade e a culpabilidade, respectivamente.
e) culpabilidade.

29. (FCC Ð 2012 Ð TRF5 Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Em matŽria penal, a embriaguez incompleta, resultante de caso fortuito ou de
for•a maior,
a) n‹o suprime a imputabilidade penal, mas diminui a capacidade de
entendimento gerando uma causa geral de diminui•‹o de pena.
b) n‹o exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, n‹o operando qualquer efeito
na aplica•‹o da pena.
c) Ž hip—tese de elis‹o da imputabilidade penal porque afeta a capacidade de
compreens‹o, tornando o agente isento de pena.
d) n‹o exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, servindo como circunst‰ncia
agravante.
e) embora n‹o suprima a imputabilidade penal, Ž censur‡vel, e serve como
circunst‰ncia agravante.

30. (FCC Ð 2011 Ð TCE-SP Ð PROCURADOR)


Constitui causa de exclus‹o da culpabilidade
A) a embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou for•a maior, em
virtude da impossibilidade de o agente conhecer a ilicitude do fato.
B) o erro sobre a ilicitude do fato, em decorr•ncia da n‹o imputabilidade do
agente.
C) a doen•a mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, em
fun•‹o de n‹o se poder exigir conduta diversa do agente.
D) a menoridade, em virtude da impossibilidade de o agente conhecer a ilicitude
do fato.

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E) a coa•‹o moral irresist’vel, em fun•‹o de n‹o se poder exigir conduta diversa
do agente.

31. (FCC Ð 2008 Ð TCE/AL Ð PROCURADOR)


O erro sobre a ilicitude do fato
A) exclui o dolo, mas permite a puni•‹o por crime culposo, se previsto em lei.
B) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena.
C) exclui o dolo e a culpa.
D) reflete na culpabilidade, de modo a exclu’-la ou atenu‡-la.
E) extingue a punibilidade

32. (FCC Ð 2008 Ð TCE/AL Ð PROCURADOR)


A coa•‹o moral irresist’vel e a obedi•ncia hier‡rquica s‹o causas de exclus‹o da
A) culpabilidade.
B) antijuridicidade.
C) ilicitude.
D) tipicidade.
E) punibilidade.

33. (FCC Ð 2010 Ð MPE-SE Ð ANALISTA Ð DIREITO)


Desenvolvimento mental incompleto ou retardado, embriaguez decorrente de
caso fortuito e menoridade constituem, dentre outras, excludentes de
A) tipicidade
B) ilicitude
C) punibilidade
D) antijuridicidade
E) culpabilidade

34. (FCC Ð 2011 Ð TER/AP Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð çREA


JUDICIçRIA)
Exclui a imputabilidade penal, nos termos preconizados pelo C—digo Penal,
A) a embriaguez volunt‡ria pelo ‡lcool ou subst‰ncia de efeitos an‡logos.
B) a emo•‹o e a paix‹o.
C) a embriaguez culposa pelo ‡lcool ou subst‰ncia de efeitos an‡logos.
D) se o agente, em virtude de perturba•‹o de saœde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, n‹o era inteiramente capaz de
entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.

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E) a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou for•a maior, se o
agente era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz de entender
o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

35. (FCC Ð 2011 Ð TRT 1¡RG Ð TƒCNICO JUDICIçRIO Ð SEGURAN‚A)


O erro inevit‡vel sobre a ilicitude do fato
A) isenta o rŽu de pena.
B) n‹o isenta o rŽu de pena, mas implica na redu•‹o de um sexto a um ter•o.
C) n‹o isenta o rŽu de pena, mas constitui circunst‰ncia atenuante.
D) n‹o isenta o rŽu de pena, nem possibilita a atenua•‹o da pena.
E) exclui a ilicitude do fato.

36. (FCC - 2011 - TRT - 1» REGIÌO (RJ) - TƒCNICO JUDICIçRIO -


SEGURAN‚A)
O erro inevit‡vel sobre a ilicitude do fato
A) isenta o rŽu de pena.
B) n‹o isenta o rŽu de pena, mas implica na redu•‹o de um sexto a um ter•o.
C) n‹o isenta o rŽu de pena, mas constitui circunst‰ncia atenuante.
D) n‹o isenta o rŽu de pena, nem possibilita a atenua•‹o da pena.
E) exclui a ilicitude do fato.

37. (FCC - 2010 - TRE-AL - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


ADMINISTRATIVA)
A dispara seu rev—lver e mata B, acreditando tratar-se de um animal. A respeito
dessa hip—tese Ž correto afirmar que se trata de
A) fato t’pico, pois o dolo abrangeu todos os elementos objetivos do tipo.
B) erro de proibi•‹o, que exclui a culpabilidade.
C) erro de proibi•‹o, que gera apenas a diminui•‹o da pena, posto que
inescus‡vel.
D) erro de tipo, que exclui o dolo e a culpa, se escus‡vel.
E) erro quanto ˆ exist•ncia de excludente de ilicitude (descriminante putativa).

38. (FCC - 2007 - TRE-MS - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


ADMINISTRATIVA)
Considere os exemplos abaixo:
I. Casar-se com pessoa cujo c™njuge foi declarado morto para os efeitos civis,
mas estava vivo.

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II. Aplicar no ferimento do filho ‡cido corrosivo, supondo que est‡ utilizado uma
pomada.
III. Matar pessoa gravemente enferma, a seu pedido, para livr‡-la de mal
incur‡vel, supondo que a eutan‡sia Ž permitida.
IV. Ingerir a gestante subst‰ncia abortiva, supondo que estava tomando um
calmante.
H‡ erro de tipo nas situa•›es indicadas APENAS em
A) I, II e III.
B) I e III.
C) I, III e IV.
D) II e III.
E) II e IV.

39. (FCC Ð 2009 Ð TJ/PA Ð OFICIAL DE JUSTI‚A)


O erro de proibi•‹o quando escus‡vel exclui a
A) imputabilidade.
B) culpabilidade.
C) punibilidade.
D) antijuridicidade.
E) conduta.

40. (FCC Ð 2012 Ð DPE-SP Ð DEFENSOR PòBLICO)


Em Direito Penal, o erro
a) de tipo, se for invenc’vel, exclui a tipicidade dolosa e a culposa.
b) que recai sobre a exist•ncia de situa•‹o de fato que justificaria a a•‹o,
tornando-a leg’tima, Ž tratado pelo C—digo Penal como erro de proibi•‹o,
excluindo-se, pois, a tipicidade da conduta.
c) de tipo exclui o dolo e a culpa grave, mas n‹o a culpa leve.
d) de proibi•‹o Ž irrelevante para o Direito Penal, pois, nos termos do caput do
art. 21 do C—digo Penal, "o desconhecimento da lei Ž inescus‡vel".
e) de proibi•‹o exclui a consci•ncia da ilicitude, que, desde o advento da teoria
finalista, integra o dolo e a culpa.

41. (FCC Ð 2006 Ð BCB Ð PROCURADOR)


O erro sobre a ilicitude do fato
a) reflete na culpabilidade, de modo a excluir a pena ou diminu’-la.
b) exclui o dolo e a culpa.
c) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena.

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d) extingue a punibilidade.
e) exclui o dolo, mas permite a pun•‹o por crime culposo, se previsto em lei.

42. (FCC Ð 2006 Ð BCB Ð PROCURADOR)


Excluem a ilicitude e a imputabilidade, respectivamente,
a) a obedi•ncia hier‡rquica e a embriaguez acidental completa.
b) a coa•‹o moral irresist’vel e a doen•a mental.
c) a desist•ncia volunt‡ria e o desenvolvimento mental incompleto.
d) o exerc’cio regular de direito e a menoridade.

43. (FCC Ð 2007 Ð ISS/SP Ð AUDITOR-FISCAL TRIBUTçRIO


MUNICIPAL)
S‹o pressupostos da culpabilidade
a) a falta de cuidado, a previsibilidade do resultado e a exigibilidade de conduta
diversa.
b) a imputabilidade, a possibilidade de conhecimento da ilicitude e a falta de
cuidado.
c) a previsibilidade do resultado, a imputabilidade e a falta de cuidado.
d) a possibilidade de conhecer a ilicitude, a exigibilidade de conduta diversa e a
falta de cuidado.
e) a imputabilidade, a possibilidade de conhecer a ilicitude e a exigibilidade de
conduta diversa.

44. (FCC Ð 2007 Ð ISS/SP Ð AUDITOR-FISCAL TRIBUTçRIO


MUNICIPAL)
A doen•a mental, a perturba•‹o de saœde mental e o desenvolvimento mental
incompleto ou retardado
a) refletem na culpabilidade, de modo a exclu’-la ou a atenu‡-la.
b) excluem a ilicitude da conduta.
c) isentam sempre de pena.
d) extinguem a punibilidade.
e) excluem a tipicidade.

45. (FCC Ð 2008 Ð PGE/SP Ð PROCURADOR)


Exclui a culpabilidade, em decorr•ncia da n‹o-imputabilidade,
a) a emo•‹o.
b) a embriaguez n‹o-acidental.
c) a coa•‹o moral irresist’vel.
d) a menoridade.

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e) o erro sobre a ilicitude do fato.

46. (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð ANALISTA)


Considere:
I. Estado de necessidade.
II. Estrito cumprimento de dever legal.
III. Obedi•ncia hier‡rquica.
IV. Exerc’cio regular de um direito.
V. Leg’tima defesa putativa.
S‹o excludentes da culpabilidade SOMENTE o que se considera em
a) I e V.
b) II e III.
c) III e V.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

47. (FCC - 2013 - TJ-PE - JUIZ)


A coa•‹o moral irresist’vel e a obedi•ncia hier‡rquica excluem a
a) tipicidade e a culpabilidade, respectivamente.
b) tipicidade.
c) culpabilidade.
d) culpabilidade e a tipicidade, respectivamente.
e) punibilidade e a ilicitude, respectivamente.

8 EXERCêCIOS COMENTADOS

01. (VUNESP Ð 2015 Ð MPE/SP Ð ANALISTA DE PROMOTORIA)


Assinale a alternativa correta a respeito da imputabilidade penal.
(A) Comprovada a doen•a mental ou o desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, o agente ser‡ considerado inimput‡vel para os
efeitos legais.
(B) Aos inimput‡veis e aos semi-imput‡veis, comprovada essa condi•‹o
por per’cia mŽdica, ser‡ substitu’da a pena por medida de seguran•a
consistente em interna•‹o em hospital de cust—dia e tratamento
psiqui‡trico.

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(C) A imputabilidade Ž um dos elementos da culpabilidade, ao lado da
potencial consci•ncia sobre a ilicitude do fato e a exigibilidade de
conduta diversa.
(D) A imputabilidade, de acordo com o C—digo Penal, pode se dar por
doen•a mental, imaturidade natural ou embriaguez do agente.
(E) A emo•‹o e a paix‹o, alŽm de n‹o afastarem a imputabilidade penal
do agente, podem ser consideradas como circunst‰ncias agravantes no
momento da fixa•‹o da pena.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Ser‡ necess‡rio comprovar, ainda, que em raz‹o destes fatos ele
era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz de entender o car‡ter
il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, nos termos
do art. 26 do CP.
B) ERRADA: Os semi-imput‡veis n‹o recebem medida de seguran•a, mas pena,
que pode ser reduzida de um a dois ter•os, nos termos do art. 26, ¤ œnico do CP.
C) CORRETA: Item correto, pois estes s‹o os tr•s elementos da culpabilidade,
segundo a teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP.
D) ERRADA: Item errado, pois a inimputabilidade, segundo o CP, pode se dar por
doen•a mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, por
menoridade ou por embriaguez acidental, decorrente de caso fortuito ou for•a
maior.
E) ERRADA: Item errado, pois a emo•‹o pode, eventualmente, configurar
ATENUANTE genŽrica, e n‹o agravante, nos termos do art. 61, III, c, do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

02. (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð ESCRIVÌO)


No tocante ˆs disposi•›es do C—digo Penal relativas ˆ culpabilidade e
imputabilidade, Ž correto afirmar que
(A) a pena pode ser reduzida de um a dois ter•os se o agente, por doen•a
mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado era, ao
tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz de entender o
car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
(B) a embriaguez culposa pelo ‡lcool ou subst‰ncia de efeitos an‡logos
exclui a imputabilidade penal.
(C) se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia
ˆ ordem, manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s— Ž pun’vel o
autor da coa•‹o ou da ordem.
(D) a pena pode ser reduzida de um a dois ter•os se o agente, em virtude
de perturba•‹o de saœde mental ou por desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, n‹o era inteiramente capaz de entender o
car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.

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(E) a embriaguez volunt‡ria pelo ‡lcool ou subst‰ncia de efeitos
an‡logos exclui a imputabilidade penal.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Item errado, pois o agente, neste caso, ser‡ inimput‡vel, nos termos
do art. 26 do CP.
B) ERRADA: A embriaguez culposa n‹o exclui a imputabilidade penal.
C) ERRADA: Item errado, pois se a ordem Ž manifestamente ilegal aquele que
cumpre a ordem tambŽm responde pelo delito, n‹o havendo exclus‹o de sua
culpabilidade.
D) CORRETA: Item correto, pois esta Ž a exata previs‹o contida no art. 26, ¤
œnico do CP:
Art. 26 (...)
Par‡grafo œnico - A pena pode ser reduzida de um a dois ter•os, se o agente, em
virtude de perturba•‹o de saœde mental ou por desenvolvimento mental incompleto
ou retardado n‹o era inteiramente capaz de entender o car‡ter il’cito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
E) ERRADA: A embriaguez volunt‡ria ou culposa n‹o exclui a imputabilidade
penal, nos termos do art. 28, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

03. (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


No tocante ˆs disposi•›es previstas no C—digo Penal relativas ˆ
culpabilidade, Ž correto afirmar que
(A) se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia
ˆ ordem, n‹o manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s— Ž
pun’vel o autor da coa•‹o ou da ordem.
(B) se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia
ˆ ordem, n‹o manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, Ž pun’vel o
autor da coa•‹o ou da ordem tendo o autor do fato a pena diminu’da de
um a dois ter•os.
(C) o fato cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia ˆ
ordem, n‹o manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, n‹o excluiu
a culpabilidade do autor do fato.
(D) se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia
ˆ ordem, mesmo que manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s—
Ž pun’vel o autor da coa•‹o ou da ordem.
(E) se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia
ˆ ordem, mesmo que manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, Ž
pun’vel o autor da coa•‹o ou da ordem tendo o autor do fato a pena
diminu’da de um a dois ter•os.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: Item correto, pois esta Ž a previs‹o contida no art. 22 do CP.

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B) ERRADA: O executor do ato, neste caso, n‹o pratica crime, diante da exclus‹o
da culpabilidade.
C) ERRADA: Item errado, pelos fundamentos j‡ expostos.
D) ERRADA: Item errado, pois se a ordem Ž manifestamente ilegal, o executor
da ordem tambŽm responde pelo delito.
E) ERRADA: Item errado, pois se a ordem Ž manifestamente ilegal, o executor
da ordem tambŽm responde pelo delito, sem redu•‹o de pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

04. (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


Nos termos do C—digo Penal, a imputabilidade penal Ž exclu’da pela
(A) emo•‹o.
(B) doen•a mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
que torna o autor, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz
de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.
(C) embriaguez, proveniente de caso fortuito ou for•a maior, que privou
o autor, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, da plena capacidade de
entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
(D) embriaguez completa e culposa que torna o autor, ao tempo da a•‹o
ou da omiss‹o, inteiramente incapaz de entender o car‡ter il’cito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(E) paix‹o.
COMENTçRIOS: Dentre as alternativas apresentadas apenas a letra B
corresponde a uma causa de exclus‹o da culpabilidade, nos termos do art. 26 do
CP:
Art. 26 - ƒ isento de pena o agente que, por doen•a mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz
de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
A letra C est‡ errada porque n‹o basta que a embriaguez acidental prive o agente
da plena capacidade. ƒ necess‡rio que ele fique INTEIRAMENTE INCAPAZ de
entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

05. (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð DELEGADO DE POLêCIA)


A tese supralegal de inexigibilidade de conduta diversa, se acolhida
judicialmente, importa em exclus‹o
a) da imputabilidade.
b) da pena.

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c) de punibilidade.
d) do crime.
e) de culpabilidade.
COMENTçRIOS: O reconhecimento da inexigibilidade de conduta diversa implica
a exclus‹o da culpabilidade, eis que um dos elementos da culpabilidade Ž a
EXIGIBILIDADE de conduta diversa.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

06. (VUNESP Ð 2014 Ð DPE-MS Ð DEFENSOR PòBLICO)


Agente imput‡vel e menor de 21 anos ˆ Žpoca do fato criminoso ocorrido
em 10 de junho de 2006. Foi denunciado como incurso no art. 157, caput,
do CP. A denœncia foi recebida em 29 de junho de 2006 e atŽ 01 de julho
de 2014 n‹o havia sido prolatada senten•a. Diante disso, pode-se afirmar
que
a) ocorreu a pretens‹o punitiva estatal, considerado o m‡ximo da pena
abstratamente cominada ˆ infra•‹o.
b) ocorrer‡ a prescri•‹o da pretens‹o punitiva estatal somente depois
de decorridos seis anos da data supra mencionada (01.07.2014).
c) ocorrer‡ a prescri•‹o da pretens‹o punitiva estatal somente depois de
decorridos quatro anos da data supra mencionada (01.07.2014).
d) antes da prola•‹o da senten•a condenat—ria n‹o se pode falar em
ocorr•ncia da pretens‹o punitiva estatal.
COMENTçRIOS: No caso, o delito previsto Ž o de roubo, cuja pena m‡xima
prevista Ž de 10 anos de reclus‹o.
Assim, em tese, o crime prescreveria em 16 anos, nos termos do art. 109, II do
CP.
Contudo, o agente era menor de 21 anos na data do fato, logo, esse prazo cai
pela metade (08 anos), nos termos do art. 115 do CP.
O recebimento da denœncia interrompeu o curso do prazo de prescri•‹o (art. 117,
I do CP), que voltou a correr do zero, a partir daquela data.
A data atual (segundo a quest‹o) para fins de c‡lculo da prescri•‹o Ž dia
01.07.2014. Vemos que entre a œltima interrup•‹o da prescri•‹o e a data atual
j‡ transcorreram mais de 08 anos, motivo pelo qual operou-se a prescri•‹o.
p.s.: a alternativa A contŽm um erro de digita•‹o. Faltou simplesmente a palavra
Òprescri•‹oÓ, o que torna o item sem sentido. Contudo, foi mero esquecimento
da Banca. Para quem fez a prova, possuem raz‹o em recorrer. Para n—s, vamos
simplesmente ÒfingirÓ que a palavra Òprescri•‹oÓ foi colocada l‡, antes de
Òpretens‹o punitivaÓ. Desta forma n‹o perdemos a quest‹o.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

07. (VUNESP Ð 2014 Ð TJ-SP Ð JUIZ)

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Para o C—digo Penal (art. 20, ¤ 1.¼), quando a descriminante putativa
disser respeito aos pressupostos f‡ticos da excludente, estamos diante
de:
a) Excludente de antijuridicidade.
b) Erro de tipo.
c) Erro de proibi•‹o.
d) Excludente de culpabilidade.
COMENTçRIOS: De acordo com a teoria da culpabilidade adotada pelo CP (teoria
limitada), as descriminantes putativas relativas a erro sobre os pressupostos
f‡ticos da ilicitude ser‹o consideradas como erro de tipo:
Erro sobre elementos do tipo(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a puni•‹o por crime culposo, se previsto em lei. (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
Descriminantes putativas(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - ƒ isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunst‰ncias,
sup›e situa•‹o de fato que, se existisse, tornaria a a•‹o leg’tima. N‹o h‡ isen•‹o de
pena quando o erro deriva de culpa e o fato Ž pun’vel como crime culposo.(Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

08. (VUNESP Ð 2015 Ð PC-CE Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Considere que determinado sujeito, portador de desenvolvimento mental
incompleto, ao tempo da a•‹o tinha plena capacidade de entender o
car‡ter il’cito do fato, mas era inteiramente incapaz de determinar-se de
acordo com esse entendimento Ð o que fora clinicamente atestado nos
autos em per’cia oficial. Em conson‰ncia com o texto legal do art. 26 do
CP, ao proferir senten•a deve o juiz reconhecer sua
a) inimputabilidade.
b) imputabilidade.
c) semi-imputabilidade, absolvendo-lhe e aplicando-lhe medida de
seguran•a.
d) semi-imputabilidade, condenando-lhe e aplicando-lhe pena
diminu’da.
e) semi-imputabilidade, condenando-lhe e aplicando-lhe medida de
seguran•a.
COMENTçRIOS: Como o agente era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o,
INTEIRAMENTE INCAPAZ de determinar-se de acordo com o Direito, dever‡ ser
reconhecida sua INIMPUTABILIDADE, por for•a do art. 26 do CP:
Inimput‡veis
Art. 26 - ƒ isento de pena o agente que, por doen•a mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz
de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

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Veja que o art. 26 exige que o agente seja inteiramente incapaz de entender o
car‡ter il’cito do fato OU (alternativo, portanto) de determinar-se conforme este
entendimento, que Ž o caso da quest‹o.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

09. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ADVOGADO)


O gerente de uma determinada ag•ncia banc‡ria, ap—s longa sess‹o de
tortura psicol—gica infligida a ele pelos bandidos, fornece a chave para
abertura do cofre da ag•ncia banc‡ria. Sua conduta encontra guarida na
excludente de;
a) ilicitude denominada leg’tima defesa.
b) ilicitude denominada obedi•ncia hier‡rquica.
c) culpabilidade denominada actio libera in causa.
d) ilicitude denominada coa•‹o f’sica irresist’vel.
e) culpabilidade denominada coa•‹o moral irresist’vel.
COMENTçRIOS: O gerente, neste caso, agiu sob coa•‹o moral irresist’vel, de
maneira que sua conduta est‡ amparada por uma causa de exclus‹o da
culpabilidade. Vejamos:
Coa•‹o irresist’vel e obedi•ncia hier‡rquica (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209,
de 11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia a ordem,
n‹o manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s— Ž pun’vel o autor da coa•‹o ou
da ordem.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

10. (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL)


Imagine que Jo‹o confunda seu aparelho de telefone celular com o de
seu colega Pedro e, descuidadamente, leve para sua casa o aparelho de
Pedro. Ao perceber o equ’voco, Jo‹o imediatamente comunica-se com
Pedro e informa o ocorrido.
No dia seguinte, Jo‹o devolve o aparelho ao colega sem qualquer dano.
Analisando a hip—tese narrada, Ž poss’vel afirmar que Jo‹o
a) cometeu crime de furto, mas n‹o ser‡ punido em vista do instituto da
desist•ncia volunt‡ria.
b) n‹o cometeu crime algum.
c) cometeu crime de apropria•‹o indŽbita, mas n‹o ser‡ punido em vista
do instituto da desist•ncia volunt‡ria.
d) cometeu crime de furto, mas n‹o ser‡ punido em vista do instituto do
arrependimento eficaz.
e) cometeu crime de apropria•‹o indŽbita, mas n‹o ser‡ punido em vista
do instituto do arrependimento eficaz.

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Teoria e quest›es
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COMENTçRIOS: No caso em tela Jo‹o n‹o praticou qualquer crime, pois apesar
de ter subtra’do para si o aparelho de outra pessoa, agiu em erro sobre um dos
elementos constitutivos do tipo penal (neste caso, o tipo seria o art. 155 do CP,
tendo Jo‹o incidido em erro sobre o elemento Òcoisa alheiaÓ, j‡ que acreditou que
a coisa era sua, e n‹o alheia). Neste caso, Jo‹o n‹o pratica crime, pois fica
afastada a tipicidade da conduta:
Erro sobre elementos do tipo(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a puni•‹o por crime culposo, se previsto em lei. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

11. (VUNESP Ð 2009 Ð TJ-SP Ð JUIZ)


Com rela•‹o ˆ coa•‹o moral irresist’vel, Ž correto afirmar que
a) exclui a culpabilidade.
b) exclui a tipicidade.
c) exclui a antijuridicidade.
d) o coato age sem vontade.
COMENTçRIOS: A coa•‹o moral irresist’vel Ž uma causa de exclus‹o da
culpabilidade, pois o agente que recebe a coa•‹o age em raz‹o de uma vontade
viciada, decorrente da coa•‹o, de forma que se reconhece, no caso, a
inexigibilidade de conduta diversa (n‹o se pode exigir que pratique outra
conduta). Neste caso, responde apenas o autor da coa•‹o.
Vejamos:
Coa•‹o irresist’vel e obedi•ncia hier‡rquica (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia a ordem,
n‹o manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s— Ž pun’vel o autor da coa•‹o ou
da ordem.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

12. (VUNESP Ð 2009 Ð TJ-SP Ð JUIZ)


O pai que, tendo o filho sequestrado e amea•ado de morte, Ž coagido por
sequestradores armados e for•ado a dirigir-se a certa ag•ncia banc‡ria
para efetuar um roubo a fim de obter a quantia necess‡ria para o
pagamento do resgate e livrar o filho do c‡rcere privado em que se
encontra pode, em tese, lograr a absolvi•‹o com base na alega•‹o de
a) inexigibilidade de conduta diversa.
b) leg’tima defesa.
c) exerc’cio regular de direito.
d) estrito cumprimento de dever legal.

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Teoria e quest›es
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COMENTçRIOS: Neste caso temos um exemplo cl‡ssico de coa•‹o moral
irresist’vel. A coa•‹o moral irresist’vel Ž uma causa de exclus‹o da culpabilidade,
pois o agente que recebe a coa•‹o age em raz‹o de uma vontade viciada,
decorrente da coa•‹o, de forma que se reconhece, no caso, a inexigibilidade de
conduta diversa (n‹o se pode exigir que pratique outra conduta). Neste caso,
responde apenas o autor da coa•‹o.
Vejamos:
Coa•‹o irresist’vel e obedi•ncia hier‡rquica (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia a ordem,
n‹o manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s— Ž pun’vel o autor da coa•‹o ou
da ordem.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETR A.

13. (VUNESP Ð 2008 Ð DPE-MS Ð DEFENSOR PòBLICO)


"A" foi condenado por crime de roubo. Todavia, ap—s a prola•‹o da
senten•a, veio aos autos a prova de que "A" Ž menor de 18 anos de idade.
Nesse caso,
a) "A" deve ser absolvido por n‹o constituir o fato infra•‹o penal.
b) "A" deve ser absolvido por ser inimput‡vel.
c) deve ser anulada ab initio a a•‹o penal, em raz‹o da inimputabilidade
do autor do fato.
d) "A" deve ter declarada extinta a punibilidade.
COMENTçRIOS: No caso em tela, a a•‹o penal deve ser anulada desde o in’cio
por ilegitimidade passiva, j‡ que o rŽu n‹o poderia figurar nesta condi•‹o (de
rŽu), pois os menores de 18 anos (na data do fato) s‹o absolutamente
inimput‡veis, respondendo perante o ECA apenas. Vejamos:
Menores de dezoito anos
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos s‹o penalmente inimput‡veis, ficando
sujeitos ˆs normas estabelecidas na legisla•‹o especial. (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

14. (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð PROCURADOR)


A respeito das causas excludentes da culpabilidade, Ž correto afirmar
que
a) o desconhecimento da lei nos crimes culposos isenta o agente de pena.
b) o erro invenc’vel sobre a ilicitude do fato n‹o isenta o rŽu de pena.
c) na coa•‹o moral irresist’vel o coator responde por dolo e o coacto por
culpa.
d) as descriminantes putativas excluem a culpabilidade.
e) na obedi•ncia hier‡rquica Ž dispens‡vel a exist•ncia de rela•‹o de
direito pœblico entre superior e subordinado.

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DIREITO PENAL P/ PC-MS (2017) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
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COMENTçRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois o desconhecimento da lei Ž inescus‡vel. Em
havendo erro de proibi•‹o ESCUSçVEL o agente ficar‡ isento de pena, nos termos
do art. 21 do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois em havendo erro de proibi•‹o ESCUSçVEL
(invenc’vel) o agente ficar‡ isento de pena, nos termos do art. 21 do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois na coa•‹o moral irresist’vel s— responde o coator,
nos termos do art. 22 do CP.
d) CORRETA: As descriminantes putativas podem ser de fato ou de direito, ou
seja, podem estar relacionadas aos pressupostos objetivos de uma causa de
justifica•‹o (erro de fato) ou sobre a exist•ncia e limites da pr—pria causa de
justifica•‹o (erro de direito). Pela teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo
CP, as primeiras recebem tratamento similar ao destinado ao erro de tipo, e as
segundas recebem o mesmo tratamento destinado ao erro de proibi•‹o. Isso n‹o
significa, contudo, que as descriminantes putativas por erro de fato sejam
SINïNIMO de erro de tipo. N‹o se trata de erro de tipo, pois o agente n‹o comete
qualquer equ’voco quando aos elementos que integram o tipo. Trata-se de erro
quando ˆ exist•ncia f‡tica de uma excludente de ilicitude, mas que por quest›es
de pol’tica criminal recebe tratamento similar ao destinado ao erro de tipo (o
agente fica isento de pena se o erro Ž escus‡vel ou responde na modalidade
culposa, se prevista em lei, caso o erro seja inescus‡vel).
e) ERRADA: Item errado, pois tal rela•‹o Ž indispens‡vel para a configura•‹o da
obedi•ncia hier‡rquica.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

15. (FCC Ð 2015 Ð TRE-RR Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Paulo Ž estudante de uma determinada faculdade do Estado de Roraima,
cursando o primeiro semestre. No in’cio deste ano de 2015 Paulo Ž
submetido a um trote acad•mico violento e, amarrado, Ž obrigado a
consumir ˆ for•a bebida alco—lica e subst‰ncia entorpecente. Ap—s o
trote, Paulo, completamente embriagado e incapacitado de entender o
car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento por conta desta embriaguez e do uso de droga, desloca-se
atŽ uma Delegacia de Pol’cia da cidade de Boa Vista, onde tramita um
inquŽrito contra ele por crime de les‹o corporal dolosa decorrente de
uma briga em uma casa noturna, e oferece R$ 10.000,00 em dinheiro ao
Delegado de Pol’cia para que este n‹o d• prosseguimento ˆs
investiga•›es. Paulo acaba preso em flagrante pela Autoridade Policial.
No caso hipotŽtico exposto, Paulo
a) praticou crime de corrup•‹o ativa e ter‡ a pena reduzida de um a dois
ter•os no caso de condena•‹o.
b) Ž isento de pena pelo crime cometido nas depend•ncias da Delegacia
de Pol’cia.

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DIREITO PENAL P/ PC-MS (2017) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
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c) praticou crime de corrup•‹o ativa e n‹o ter‡ a pena reduzida no caso
de condena•‹o pela embriaguez.
d) praticou crime de concuss‹o e n‹o ter‡ a pena reduzida no caso de
condena•‹o.
e) praticou crime de concuss‹o e ter‡ a pena reduzida de um a dois ter•os
no caso de condena•‹o.
COMENTçRIOS: Paulo praticou a conduta t’pica prevista no art. 333 do CP, ou
seja, em tese teria praticado o delito de corrup•‹o ativa.
Contudo, a quest‹o deixa claro que ele se encontrava inteiramente incapaz de
entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com este
entendimento, situa•‹o decorrente de embriaguez ocasionada por FOR‚A MAIOR.
Assim, Paulo Ž inimput‡vel e, segundo o CP, isento de pena (afasta a
culpabilidade), nos termos do art. 28, ¤1¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

16. (FCC Ð 2015 Ð DPE-MA Ð DEFENSOR PòBLICO)


Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de
economia mista, supondo ser funcion‡rio de empresa privada com
interesse exclusivamente particular, incide em
a) erro sobre a pessoa.
b) descriminante putativa.
c) erro de tipo.
d) erro sobre a ilicitude do fato inevit‡vel.
e) erro sobre a ilicitude do fato evit‡vel.
COMENTçRIOS: Se o agente ignora a condi•‹o de funcion‡rio pœblico do agente,
pode-se afirmar que ocorreu, no caso em tela, ERRO DE TIPO (erro sobre um dos
elementos que comp›em o tipo penal), previsto no art. 20 do CP.
Portanto, a ALTERNATIAVA CORRETA ƒ A LETRA C.

17. (FCC Ð 2015 - TCE-CE - PROCURADOR DE CONTAS)


A diferen•a entre erro sobre elementos do tipo e erro sobre a ilicitude do
fato reside na circunst‰ncia de que
a) o erro de tipo exclui a culpabilidade, o de fato a imputabilidade.
b) o erro de tipo exclui o dolo, o de fato a culpabilidade.
c) o erro de tipo exclui a reprovabilidade da conduta, o de fato o elemento
do injusto.
d) o erro de tipo exclui o dolo, o de fato a invencibilidade do erro.
e) a discriminante putativa Ž o que distingue o erro de tipo do erro de
fato.
COMENTçRIOS: O erro de tipo escus‡vel exclui o dolo, afastando-se, portanto,
o fato t’pico (j‡ que o dolo Ž elemento da conduta, que Ž elemento do fato t’pico),

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nos termos do art. 20 do CP. Em se tratando de erro inescus‡vel se admite a
puni•‹o a t’tulo de culpa, se houver previs‹o legal.
Em rela•‹o ao erro sobre a ilicitude do fato, ou erro de proibi•‹o, caso escus‡vel
(desculp‡vel), exclui a culpabilidade do agente. Se inescus‡vel, diminui a pena
imposta, nos termos do art. 21 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

18. (FCC Ð 2015 - TJ-PE - JUIZ SUBSTITUTO)


Em matŽria de erro, correto afirmar que
a) o erro sobre a ilicitude do fato exclui a culpabilidade, por n‹o
exigibilidade de conduta diversa
b) o erro sobre elemento constitutivo do tipo penal n‹o exclui a
possibilidade de puni•‹o por crime culposo.
c) o erro sobre a ilicitude do fato, se evit‡vel, isenta de pena.
d) o erro sobre elemento constitutivo do tipo penal exclui a culpabilidade.
e) o erro quanto ˆ pessoa contra a qual o crime Ž praticado n‹o isenta
de pena, considerando-se as condi•›es ou qualidades da v’tima, e n‹o as
da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
COMENTçRIOS: O erro de tipo (erro sobre elemento constitutivo do tipo penal)
exclui o dolo, mas permite a puni•‹o a t’tulo culposo, caso se trate de erro
indesculp‡vel e o tipo penal admita puni•‹o na forma culposa, nos termos do art.
20 do CP.
O erro sobre a ilicitude do fato (erro de proibi•‹o) isenta de pena (exclui a
culpabilidade pela aus•ncia de potencial consci•ncia da ilicitude, se desculp‡vel.
Em se tratando de erro indesculp‡vel, o agente n‹o fica isento de pena, mas ter‡
a pena diminu’da, nos termos do art. 21 do CP.
Por fim, em caso de erro sobre a pessoa o agente NÌO fica isento de pena.
Todavia devem ser consideradas as condi•›es pessoais da v’tima visada, n‹o da
v’tima atingida, nos termos do art. 20, ¤3¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

19. (FCC Ð 2015 Ð TJ-SE Ð JUIZ)


A, cidad‹o americano, vem para o Brasil em fŽrias, trazendo alguns
cigarros de maconha. Est‡ ciente que mesmo em seu pa’s o consumo da
subst‰ncia n‹o Ž amplamente permitido, mas, como possui c‰ncer em
fase avan•ada, possui receita mŽdica emitida por especialista americano
para utilizar subst‰ncias que possuam THC. Ao passar pelo controle
policial do aeroporto, Ž detido pelo crime de tr‡fico de drogas. Nesta
situa•‹o, Ž poss’vel alegar que A encontrava-se em situa•‹o de erro de:
a) tipo.
b) tipo permissivo.
c) proibi•‹o direto.

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d) proibi•‹o indireto.
e) tipo indireto.
COMENTçRIOS: Neste caso o agente incorreu em erro sobre a exist•ncia ou
limites de uma causa de justifica•‹o. Trata-se, portanto, de erro NORMATIVO,
erro sobre a exist•ncia (em abstrato) de uma norma permissiva (que existe em
seu pa’s de origem). Trata-se, portanto, de erro de proibi•‹o indireto. N‹o se
trata de erro de proibi•‹o direto porque o agente conhece a norma que criminaliza
a conduta, mas acredita que h‡ outra norma excepcionando o car‡ter criminoso.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

20. (FCC Ð 2015 Ð TRT9 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


Maria, a fim de cuidar do machucado de seu filho que acabou de cair da
bicicleta, aplica sobre o ferimento da crian•a ‡cido corrosivo, pensando
tratar-se de uma pomada cicatrizante, vindo a agravar o ferimento. A
situa•‹o descrita retrata hip—tese tratada no C—digo Penal como:
a) erro de proibi•‹o.
b) erro na execu•‹o.
c) estado de necessidade.
d) exerc’cio regular de direito.
e) erro de tipo.
COMENTçRIOS: Neste caso, Maria incidiu em erro de tipo, pois incorreu em erro
sobre as circunst‰ncias f‡ticas, de maneira que acabou por causar les›es
corporais em seu filho sem que tivesse o dolo de provocar tal resultado. Caso se
verifique que se tratou de erro indesculp‡vel, poder‡ responder por les‹o corporal
na forma culposa, nos termos do art. 20 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

21. (FCC Ð 2015 Ð TRT9 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


S‹o causas de inimputabilidade previstas no C—digo Penal, alŽm de
doen•a mental e desenvolvimento mental incompleto ou retardado:
a) emo•‹o e paix‹o; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito
ou for•a maior; idade inferior a 18 anos.
b) idade inferior a 16 anos; embriaguez volunt‡ria; coa•‹o irresist’vel.
c) idade inferior a 18 anos; embriaguez completa, decorrente de caso
fortuito ou for•a maior.
d) idade inferior a 21 anos; embriaguez completa, decorrente de caso
fortuito ou for•a maior; leg’tima defesa.
e) emo•‹o e paix‹o; idade inferior a 18 anos; embriaguez preordenada.
COMENTçRIOS: Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra C traz
hip—teses de inimputabilidade previstas no CP, pois a idade inferior a 18 anos Ž

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causa de inimputabilidade, bem como o Ž a embriaguez completa, decorrente de
caso fortuito ou for•a maior, nos termos do art. 27 e 28, ¤1¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

22. (FCC Ð 2015 Ð TCE-AM Ð AUDITOR)


O erro sobre a pessoa contra a qual o crime Ž praticado
a) n‹o isenta de pena o agente.
b) exclui o dolo.
c) exclui o dolo, mas prevalece a culpa.
d) n‹o isenta de pena o agente, porŽm deve sempre ser considerado na
senten•a.
e) Ž um crime imposs’vel
COMENTçRIOS: O erro sobre a pessoa n‹o isenta o agente de pena. Neste caso,
porŽm, devem ser consideradas as condi•›es pessoais da pessoa visada, e n‹o
as da pessoa efetivamente atingida, nos termos do art. 20, ¤3¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

23. (FCC Ð 2015 Ð TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO)


O erro inescus‡vel sobre
a) a ilicitude do fato constitui causa de diminui•‹o da pena.
b) elementos do tipo permite a puni•‹o a t’tulo de culpa, se acidental.
c) elementos do tipo isenta de pena.
d) elementos do tipo exclui o dolo e a culpa, se essencial.
e) a ilicitude do fato exclui a antijuridicidade da conduta.
COMENTçRIOS: O erro inescus‡vel (indesculp‡vel) sobre a ilicitude do fato NÌO
isenta o agente de pena, mas Ž causa de diminui•‹o de pena, nos termos do art.
21 do CP.
O erro inescus‡vel sobre elemento constitutivo do tipo penal afasta o dolo, mas
permite a puni•‹o a t’tulo culposo, nos casos de erro essencial (desde que haja
previs‹o de puni•‹o a t’tulo de culpa em rela•‹o ao tipo penal).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

24. (FCC Ð 2015 Ð TRE-AP Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Maria Ž aprovada no vestibular para uma determinada Universidade
Federal. No dia da matr’cula, Maria, caloura, Ž recebida pelos alunos
veteranos da universidade e submetida a um trote acad•mico violento.
AlŽm de outras coisas que foi obrigada a fazer, Maria foi amarrada em
uma cadeira de bar e obrigada a ingerir bebida alco—lica atŽ ficar
completamente embriagada e sem qualquer possibilidade de entender o
car‡ter il’cito de um fato ou de determinar-se de acordo com este
entendimento. Maria Ž liberada do trote e sai do bar, dirigindo-se atŽ o

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seu ve’culo que estava estacionado em via pœblica, sem conseguir
moviment‡-lo. Abordada por policiais, desacatou-os. Neste caso, no que
concerne ao crime de desacato,
(A) ter‡ a pena reduzida de um a dois ter•os.
(B) estar‡ isenta de pena.
(C) ter‡ a pena reduzida de metade.
(D) ter‡ a pena reduzida em 1/6.
(E) ter‡ a pena aumentada de 1/3.
COMENTçRIOS: No caso em tela Maria estar‡ isenta de pena, pois Ž considerada
inimput‡vel neste caso. A embriaguez completa, desde que proveniente de caso
fortuito ou for•a maior (como foi o caso), exclui a imputabilidade penal, nos
termos do art. 28, ¤1¼ do CP, desde que o agente seja, ao tempo da a•‹o ou da
omiss‹o, inteiramente incapaz de entender o car‡ter il’cito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

25. (FCC Ð 2014 Ð TRF4 Ð OFICIAL DE JUSTI‚A)


No direito brasileiro legislado, desde que subtraia por completo o
entendimento da ilicitude ou a determina•‹o por ela, a embriaguez ter‡,
genericamente, o cond‹o de excluir total ou parcialmente a
imputabilidade penal quando for
(A) n‹o preordenada.
(B) oriunda de culpa consciente.
(C) oriunda de culpa inconsciente.
(D) oriunda de caso fortuito.
(E) n‹o premeditada.
COMENTçRIOS: A embriaguez somente pode excluir total ou parcialmente a
imputabilidade penal quando for oriunda de caso fortuito ou for•a maior, nos
termos do art. 28, ¤¤1¼ e 2¼ do CP:
Art. 28 - N‹o excluem a imputabilidade penal: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
(...)
¤ 1¼ - ƒ isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso
fortuito ou for•a maior, era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz
de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2¼ - A pena pode ser reduzida de um a dois ter•os, se o agente, por embriaguez,
proveniente de caso fortuito ou for•a maior, n‹o possu’a, ao tempo da a•‹o ou da
omiss‹o, a plena capacidade de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

26. (FCC Ð 2014 Ð TJ-CE Ð JUIZ)

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Na coa•‹o moral irresist’vel, h‡ exclus‹o da
a) antijuridicidade.
b) culpabilidade, por inimputabilidade.
c) culpabilidade, por n‹o exigibilidade de conduta diversa.
d) tipicidade.
e) culpabilidade, por impossibilidade de conhecimento da ilicitude.
COMENTçRIOS: A coa•‹o MORAL irresist’vel exclui a culpabilidade, por
inexigibilidade de conduta diversa. Vejamos o art. 22 do CP:
Coa•‹o irresist’vel e obedi•ncia hier‡rquica (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia a ordem,
n‹o manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s— Ž pun’vel o autor da coa•‹o ou
da ordem.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Embora o artigo fale apenas em coa•‹o irresist’vel, somente a coa•‹o MORAL
irresist’vel exclui a culpabilidade. A coa•‹o FêSICA irresist’vel exclui o fato t’pico,
pois n‹o h‡ um dos elementos, que Ž a conduta, por aus•ncia de vontade.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

27. (FCC Ð 2014 Ð CåMARA MUNICIPAL-SP Ð PROCURADOR


LEGISLATIVO)
H‡ uma cr’tica doutrin‡ria bastante conhecida e frequente ao
fundamento te—rico da puni•‹o, no direito brasileiro, dos crimes
cometidos em estado de embriaguez. Pode-se sintetiz‡-la afirmando que
essa puni•‹o, ao fundar-se na teoria
a) da equival•ncia dos antecedentes causais, simplesmente equaliza as
diversas modalidades de embriaguez, n‹o permitindo uma justa
diferencia•‹o de seus variados graus de reprovabilidade.
b) objetiva pura alem‹, n‹o considera as diversas situa•›es subjetivas
desencadeantes da embriaguez, e, por consequ•ncia, n‹o propicia a
devida diferencia•‹o entre seus variados graus de reprovabilidade.
c) da actio libera in causa, n‹o Ž facilmente extens’vel aos casos de
embriaguez n‹o preordenada ou mesmo meramente culposa,
propiciando-se, eventualmente, situa•›es de responsabiliza•‹o penal
estritamente objetiva.
d) puramente normativa da culpabilidade (Welzel), esvazia o ju’zo da
consci•ncia da ilicitude que, de efetivo e concreto, se torna puramente
exig’vel e potencial, respondendo o agente indistintamente pelo crime,
ainda que compreensivelmente n‹o tivesse condi•›es ou raz›es reais
para n‹o se embriagar nas circunst‰ncias em que o fato se deu.
e) monista temperada, acaba comportando situa•›es graves de
impunidade, notadamente nos crimes cometidos com culpa consciente e
lim’trofes ao dolo eventual.

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COMENTçRIOS: O item correto Ž o da letra C. Isso porque o Brasil adotou a
teoria da actio libera in causa, segundo a qual o agente deve ser punido pelo
crime praticado em estado de embriaguez se ele se colocou livremente nessa
situa•‹o (ainda que culposamente ou sem inten•‹o de praticar crimes). Tal teoria
prega que embora n‹o haja imputabilidade no momento do crime, existia livre
consci•ncia no momento da embriaguez, ou seja, a a•‹o era consciente Òna
causaÓ (a embriaguez).
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

28. (FCC Ð 2013 Ð TJ-PE Ð TITULAR NOTARIAL)


A inimputabilidade por peculiaridade mental ou et‡ria exclui da conduta
a
a) tipicidade.
b) tipicidade e a antijuridicidade, respectivamente.
c) antijuridicidade.
d) antijuridicidade e a culpabilidade, respectivamente.
e) culpabilidade.
COMENTçRIOS: A inimputabilidade por doen•a mental ou em raz‹o da idade
gera exclus‹o da culpabilidade, por ser a inimputabilidade um elemento da
culpabilidade que, por sua vez, Ž o terceiro elemento na divis‹o anal’tica do
crime.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

29. (FCC Ð 2012 Ð TRF5 Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Em matŽria penal, a embriaguez incompleta, resultante de caso fortuito
ou de for•a maior,
a) n‹o suprime a imputabilidade penal, mas diminui a capacidade de
entendimento gerando uma causa geral de diminui•‹o de pena.
b) n‹o exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, n‹o operando
qualquer efeito na aplica•‹o da pena.
c) Ž hip—tese de elis‹o da imputabilidade penal porque afeta a
capacidade de compreens‹o, tornando o agente isento de pena.
d) n‹o exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, servindo como
circunst‰ncia agravante.
e) embora n‹o suprima a imputabilidade penal, Ž censur‡vel, e serve
como circunst‰ncia agravante.
COMENTçRIOS: Tal embriaguez NÌO exclui a imputabilidade penal, pois n‹o Ž
completa. Contudo, Ž causa de diminui•‹o de pena. Vejamos:
Art. 28 (...)
¤ 2¼ - A pena pode ser reduzida de um a dois ter•os, se o agente, por embriaguez,
proveniente de caso fortuito ou for•a maior, n‹o possu’a, ao tempo da a•‹o ou da

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omiss‹o, a plena capacidade de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

30. (FCC Ð 2011 Ð TCE-SP Ð PROCURADOR)


Constitui causa de exclus‹o da culpabilidade
A) a embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou for•a maior,
em virtude da impossibilidade de o agente conhecer a ilicitude do fato.
B) o erro sobre a ilicitude do fato, em decorr•ncia da n‹o imputabilidade
do agente.
C) a doen•a mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, em fun•‹o de n‹o se poder exigir conduta diversa do agente.
D) a menoridade, em virtude da impossibilidade de o agente conhecer a
ilicitude do fato.
E) a coa•‹o moral irresist’vel, em fun•‹o de n‹o se poder exigir conduta
diversa do agente.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Como vimos no art. 28, ¤ 1¡ do CP a embriaguez fortuita completa
s— exclui a culpabilidade quando o agente for inteiramente incapaz de
compreender o car‡ter il’cito da conduta ou de determinar-se conforme este
entendimento, consequ•ncia esta que Ž poss’vel, mas n‹o inerente ˆ embriaguez
completa.
B) ERRADA: Pois nem sempre o erro sobre a ilicitude exclui a culpabilidade. Esse
erro dever‡ ser escus‡vel. Mais, ainda que exclua a culpabilidade, n‹o ser‡ por
falta de imputabilidade, mas por aus•ncia de potencial consci•ncia da ilicitude.
CUIDADO!
C) ERRADA: A simples presen•a da doen•a n‹o exclui a culpabilidade. Como
vimos, o Brasil adotou o critŽrio biopsicol—gico, sendo necess‡rio que, alŽm da
doen•a, fique provado que o agente n‹o era capaz de entender o car‡ter il’cito
da conduta.
D) ERRADA: A menoridade, de fato, exclui a culpabilidade, mas n‹o pela aus•ncia
de potencial consci•ncia da ilicitude, como diz a quest‹o, mas por aus•ncia de
imputabilidade, num critŽrio meramente biol—gico.
E) CORRETA: A coa•‹o moral irresist’vel exclui a culpabilidade, pois, nas
circunst‰ncias, n‹o se podia exigir do agente que se comportasse conforme o
Direito.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

31. (FCC Ð 2008 Ð TCE/AL Ð PROCURADOR)


O erro sobre a ilicitude do fato
A) exclui o dolo, mas permite a puni•‹o por crime culposo, se previsto
em lei.

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B) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena.
C) exclui o dolo e a culpa.
D) reflete na culpabilidade, de modo a exclu’-la ou atenu‡-la.
E) extingue a punibilidade
COMENTçRIOS:
A) ERRADO: O erro que exclui o dolo Ž o erro de tipo, e permite a puni•‹o por
crime culposo se se tratar de erro inescus‡vel.
B) ERRADO: Embora reflita na culpabilidade, nem sempre isenta de pena, apenas
quando se tratar de erro de proibi•‹o escus‡vel, ou seja, o agente n‹o tinha
condi•›es de entender o car‡ter il’cito de sua conduta.
C) ERRADO: O erro sobre a ilicitude age na culpabilidade, logo, n‹o tem a ver
com dolo e culpa, que s‹o elementos da conduta e, portanto, do fato t’pico.
D) CORRETA: O erro de proibi•‹o reflete na culpabilidade, e a exclui quando for
erro escus‡vel. Quando for erro inescus‡vel, porŽm, atenua a culpabilidade do
agente e, por conseqŸ•ncia, a pena aplic‡vel.
E) ERRADA: A extin•‹o da punibilidade pressup›e a sua exist•ncia. Desta forma,
a alternativa est‡ errada.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

32. (FCC Ð 2008 Ð TCE/AL Ð PROCURADOR)


A coa•‹o moral irresist’vel e a obedi•ncia hier‡rquica s‹o causas de
exclus‹o da
A) culpabilidade.
B) antijuridicidade.
C) ilicitude.
D) tipicidade.
E) punibilidade.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: Trata-se de causas em que n‹o h‡ um dos elementos da
culpabilidade, que Ž a inexigibilidade de conduta diversa. Assim, a alternativa
est‡ correta.
B) ERRADA: Como vimos, as causas que excluem a ilicitude s‹o: a) estado de
necessidade; b) leg’tima defesa; c) exerc’cio regular de um direito; d) estrito
cumprimento do dever legal.
C) ERRADA: A ilicitude Ž sin™nimo de antijuridicidade, portanto, est‡ incorreta,
nos termos do coment‡rio ˆ alternativa B.
D) ERRADA: A exigibilidade de conduta diversa Ž um dos elementos da
culpabilidade, n‹o da tipicidade, motivo pelo qual a quest‹o est‡ incorreta, j‡ que
a tipicidade Ž meramente o ju’zo de subsun•‹o entre o fato cometido e a hip—tese
legal incriminadora, que faz surgir a presun•‹o de ilicitude.

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E) ERRADA: Ocorrendo uma dessas circunst‰ncias, a culpabilidade resta
afastada, de forma que o crime n‹o existe (pois a culpabilidade Ž um de seus
elementos). Assim, n‹o surge o poder de punir do Estado (punibilidade).
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

33. (FCC Ð 2010 Ð MPE-SE Ð ANALISTA Ð DIREITO)


Desenvolvimento mental incompleto ou retardado, embriaguez
decorrente de caso fortuito e menoridade constituem, dentre outras,
excludentes de
A) tipicidade
B) ilicitude
C) punibilidade
D) antijuridicidade
E) culpabilidade
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Constituem hip—teses de exclus‹o da culpabilidade, em raz‹o da
aus•ncia de imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 e 28 do CP.
B) ERRADA: Constituem hip—teses de exclus‹o da culpabilidade, em raz‹o da
aus•ncia de imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 e 28 do CP.
C) ERRADA: Constituem hip—teses de exclus‹o da culpabilidade, em raz‹o da
aus•ncia de imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 e 28 do CP.
D) ERRADA: Constituem hip—teses de exclus‹o da culpabilidade, em raz‹o da
aus•ncia de imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 e 28 do CP.
E) CORRETA: Conforme estudamos, se o agente se encontrar em uma dessas
condi•›es, restar‡ exclu’da a sua culpabilidade, posto que a lei considera que,
nestas hip—teses, o agente n‹o podia entender o car‡ter il’cito de sua conduta e
se comportar conforme o Direito.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

34. (FCC Ð 2011 Ð TER/AP Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð çREA


JUDICIçRIA)
Exclui a imputabilidade penal, nos termos preconizados pelo C—digo
Penal,
A) a embriaguez volunt‡ria pelo ‡lcool ou subst‰ncia de efeitos an‡logos.
B) a emo•‹o e a paix‹o.
C) a embriaguez culposa pelo ‡lcool ou subst‰ncia de efeitos an‡logos.
D) se o agente, em virtude de perturba•‹o de saœde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, n‹o era inteiramente
capaz de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento.

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E) a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou for•a maior,
se o agente era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz
de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: A embriaguez volunt‡ria n‹o exclui a culpabilidade, em nenhuma
hip—tese, nos termos do art. 28, II do CP.
B) ERRADA: Nos termos do art. 28, I do CP, a emo•‹o e a paix‹o tambŽm n‹o
excluem a culpabilidade.
C) ERRADA: A embriaguez culposa, tal qual a volunt‡ria, n‹o exclui a
culpabilidade do agente, nos termos do art. 28, II do CP.
D) ERRADA: Se ele n‹o era inteiramente incapaz de entender o car‡ter il’cito do
fato, ser‡ considerado semi-imput‡vel, mas dever‡ ser condenado e sua pena
ser diminu’da, em raz‹o da menor culpabilidade em rela•‹o aos demais.
E) CORRETA: Nos termos do art. 28, ¤ 1¡ do CP, se o agente estava
involuntariamente embriagado, de maneira completa, de forma que n‹o tinha
condi•›es de entender o car‡ter il’cito do fato e se comportar conforme o Direito,
estar‡ exclu’da sua culpabilidade.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

35. (FCC Ð 2011 Ð TRT 1¡RG Ð TƒCNICO JUDICIçRIO Ð SEGURAN‚A)


O erro inevit‡vel sobre a ilicitude do fato
A) isenta o rŽu de pena.
B) n‹o isenta o rŽu de pena, mas implica na redu•‹o de um sexto a um
ter•o.
C) n‹o isenta o rŽu de pena, mas constitui circunst‰ncia atenuante.
D) n‹o isenta o rŽu de pena, nem possibilita a atenua•‹o da pena.
E) exclui a ilicitude do fato.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: O erro de proibi•‹o inevit‡vel (escus‡vel) exclui a culpabilidade,
pois o agente, naquelas circunst‰ncias, n‹o tinha condi•›es de conhecer o car‡ter
il’cito da conduta.
B) ERRADA: Essa diminui•‹o de pena se aplica ao erro de proibi•‹o evit‡vel (ou
inescus‡vel), no qual o agente, mediante algum esfor•o, poderia conhecer o
car‡ter il’cito da conduta.
C) ERRADA: Como dito acima, presente o erro de proibi•‹o escus‡vel, o rŽu
estar‡ isento de pena, por ser exclu’da a culpabilidade.
D) ERRADA: Pois, o erro de proibi•‹o inevit‡vel (escus‡vel) exclui a culpabilidade,
pois o agente, naquelas circunst‰ncias, n‹o tinha condi•›es de conhecer o car‡ter
il’cito da conduta.
E) ERRADA: A ilicitude do fato nada tem a ver com as verifica•›es acerca da
culpabilidade do agente, diante de determinado erro sobre a licitude ou n‹o do

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Teoria e quest›es
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fato. A ilicitude est‡ ligada ao fato criminoso, enquanto o erro de proibi•‹o se
refere ˆ potencial consci•ncia da ilicitude, que Ž elemento da culpabilidade.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

36. (FCC - 2011 - TRT - 1» REGIÌO (RJ) - TƒCNICO JUDICIçRIO -


SEGURAN‚A)
O erro inevit‡vel sobre a ilicitude do fato
A) isenta o rŽu de pena.
B) n‹o isenta o rŽu de pena, mas implica na redu•‹o de um sexto a um
ter•o.
C) n‹o isenta o rŽu de pena, mas constitui circunst‰ncia atenuante.
D) n‹o isenta o rŽu de pena, nem possibilita a atenua•‹o da pena.
E) exclui a ilicitude do fato.
COMENTçRIOS: O erro sobre a ilicitude do fato, ou erro de proibi•‹o, Ž o
fen™meno no qual o agente pratica a conduta supondo tratar-se de conduta
penalmente admitida, quando, na verdade, a conduta Ž penalmente t’pica.
O art. 21 do CP estabelece que, se esse erro for inevit‡vel (ou seja, se mesmo
mediante um esfor•o intelectual razo‡vel, n‹o fosse realmente poss’vel saber que
era il’cita a conduta), o agente estar‡ isento de pena:
Art. 21 - O desconhecimento da lei Ž inescus‡vel. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevit‡vel, isenta de pena; se evit‡vel, poder‡ diminu’-la de um sexto a um ter•o.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

37. (FCC - 2010 - TRE-AL - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


ADMINISTRATIVA)
A dispara seu rev—lver e mata B, acreditando tratar-se de um animal. A
respeito dessa hip—tese Ž correto afirmar que se trata de
A) fato t’pico, pois o dolo abrangeu todos os elementos objetivos do tipo.
B) erro de proibi•‹o, que exclui a culpabilidade.
C) erro de proibi•‹o, que gera apenas a diminui•‹o da pena, posto que
inescus‡vel.
D) erro de tipo, que exclui o dolo e a culpa, se escus‡vel.
E) erro quanto ˆ exist•ncia de excludente de ilicitude (descriminante
putativa).
COMENTçRIOS: Na hip—tese, n‹o se trata de erro de proibi•‹o, pois o agente
n‹o cometeu erro quanto ˆ licitude ou ilicitude da conduta (art. 21 do CP), mas
cometeu um erro sobre uma circunst‰ncia f‡tica.

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TambŽm n‹o h‡ que se falar em fato t’pico, eis que o agente incidiu em erro
sobre elemento constitutivo do tipo penal do art. 121 (ÒalguŽmÓ = pessoa
humana).
N‹o h‡, ainda, hip—tese de descriminante putativa, pois o agente n‹o imaginou
estar diante de uma situa•‹o que lhe permitisse agir em leg’tima defesa, estado
de necessidade ou qualquer outra excludente de ilicitude (pelo menos a quest‹o
n‹o disse isso).
Assim, trata-se, como j‡ disse, de erro sobre elemento constitutivo do tipo penal,
ou ERRO DE TIPO, que se for inevit‡vel (ou escus‡vel) exclui o dolo e a culpa.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

38. (FCC - 2007 - TRE-MS - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


ADMINISTRATIVA)
Considere os exemplos abaixo:
I. Casar-se com pessoa cujo c™njuge foi declarado morto para os efeitos
civis, mas estava vivo.
ERRADA: Nesse caso n‹o h‡ erro de tipo, mas fato at’pico, pois se o c™njuge
foi declarado morto para efeitos civis, o casamento anterior n‹o mais existia, de
forma que n‹o h‡ que se falar em crime de bigamia, art. 235 do CP:
Art. 235 - Contrair alguŽm, sendo casado, novo casamento:
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos.
¤ 1¼ - Aquele que, n‹o sendo casado, contrai casamento com pessoa casada,
conhecendo essa circunst‰ncia, Ž punido com reclus‹o ou deten•‹o, de um a tr•s
anos.
¤ 2¼ - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que
n‹o a bigamia, considera-se inexistente o crime.
Assim, n‹o houve pr‡tica da conduta prevista no tipo penal mediante incurs‹o
em erro sobre circunst‰ncia f‡tica. Simplesmente n‹o foi praticada a conduta
prevista no tipo penal.
II. Aplicar no ferimento do filho ‡cido corrosivo, supondo que est‡
utilizado uma pomada.
CORRETA: Aqui, de fato, h‡ a pr‡tica da conduta descrita no art. 129 do CP
(les›es corporais). No entanto, essa conduta Ž praticada mediante erro sobre
circunst‰ncia f‡tica (o agente imagina que o ‡cido Ž uma pomada). Portanto, Ž
hip—tese de erro de tipo.
III. Matar pessoa gravemente enferma, a seu pedido, para livr‡-la de
mal incur‡vel, supondo que a eutan‡sia Ž permitida.
ERRADA: Aqui temos um caso de erro de proibi•‹o, pois o erro do agente reside
n‹o na circunst‰ncia f‡tica, que Ž perfeitamente delimitada, mas nas
consequ•ncias penais, pois o agente imagina que sua conduta Ž permitida pela
lei penal, quando n‹o o Ž.
IV. Ingerir a gestante subst‰ncia abortiva, supondo que estava tomando
um calmante.

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CORRETA: Nesse caso, embora o agente pratique a conduta descrita no art.
124 do CP, o faz por estar representando erroneamente uma situa•‹o f‡tica
(acreditar que est‡ tomando calmante, quando, na verdade, est‡ ingerindo
subst‰ncia abortiva):
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - deten•‹o, de um a tr•s anos.
Havendo, pois, erro f‡tico quanto a elemento constitutivo do tipo penal, estamos
diante de erro de tipo.
H‡ erro de tipo nas situa•›es indicadas APENAS em
A) I, II e III.
B) I e III.
C) I, III e IV.
D) II e III.
E) II e IV.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

39. (FCC Ð 2009 Ð TJ/PA Ð OFICIAL DE JUSTI‚A)


O erro de proibi•‹o quando escus‡vel exclui a
A) imputabilidade.
B) culpabilidade.
C) punibilidade.
D) antijuridicidade.
E) conduta.
COMENTçRIOS: O erro sobre a ilicitude do fato, ou erro de proibi•‹o, Ž o
fen™meno no qual o agente pratica a conduta supondo tratar-se de conduta
penalmente admitida, quando, na verdade, a conduta Ž penalmente t’pica.
O art. 21 do CP estabelece que, se esse erro for inevit‡vel, ou escus‡vel (ou seja,
se mesmo mediante um esfor•o intelectual razo‡vel, n‹o fosse realmente
poss’vel saber que era il’cita a conduta), o agente estar‡ isento de pena:
Art. 21 - O desconhecimento da lei Ž inescus‡vel. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevit‡vel, isenta de pena; se evit‡vel, poder‡ diminu’-la de um sexto a um ter•o.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Afastando-se, desta forma, a potencial consci•ncia da ilicitude, estar‡ ausente
um dos elementos da culpabilidade, restando esta afastada.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

40. (FCC Ð 2012 Ð DPE-SP Ð DEFENSOR PòBLICO)


Em Direito Penal, o erro
a) de tipo, se for invenc’vel, exclui a tipicidade dolosa e a culposa.

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b) que recai sobre a exist•ncia de situa•‹o de fato que justificaria a a•‹o,
tornando-a leg’tima, Ž tratado pelo C—digo Penal como erro de proibi•‹o,
excluindo-se, pois, a tipicidade da conduta.
c) de tipo exclui o dolo e a culpa grave, mas n‹o a culpa leve.
d) de proibi•‹o Ž irrelevante para o Direito Penal, pois, nos termos
do caput do art. 21 do C—digo Penal, "o desconhecimento da lei Ž
inescus‡vel".
e) de proibi•‹o exclui a consci•ncia da ilicitude, que, desde o advento da
teoria finalista, integra o dolo e a culpa.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: Esta Ž a previs‹o do art. 20 do CP:
Erro sobre elementos do tipo(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a puni•‹o por crime culposo, se previsto em lei. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Descriminantes putativas(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - ƒ isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunst‰ncias,
sup›e situa•‹o de fato que, se existisse, tornaria a a•‹o leg’tima. N‹o h‡ isen•‹o de
pena quando o erro deriva de culpa e o fato Ž pun’vel como crime culposo.(Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
B) ERRADA: Esse erro pode ser tratado como erro de tipo, n‹o como erro de
proibi•‹o;
C) ERRADA: N‹o h‡ diferencia•‹o entre culpa grave e leve, tampouco para fins
de caracteriza•‹o do erro de tipo;
D) ERRADA: O erro de proibi•‹o Ž RELEVANTE e, caso escus‡vel, ISENTA DE
PENA; Caso inescus‡vel, gera redu•‹o de pena, nos termos do art. 21 do CP;
E) ERRADA: De fato, o erro de proibi•‹o exclui a potencial consci•ncia da ilicitude
(se escus‡vel), mas esse Ž um elemento da CULPABILIDADE, n‹o estando dentro
do dolo ou da culpa, que s‹o elementos do FATO TêPICO.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

41. (FCC Ð 2006 Ð BCB Ð PROCURADOR)


O erro sobre a ilicitude do fato
a) reflete na culpabilidade, de modo a excluir a pena ou diminu’-la.
b) exclui o dolo e a culpa.
c) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena.
d) extingue a punilidade.
e) exclui o dolo, mas permite a pun•‹o por crime culposo, se previsto em
lei.
COMENTçRIOS:

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O erro sobre a ilicitude do fato, ou ERRO DE PROIBI‚ÌO, se caracteriza como a
aus•ncia de conhecimento acerca da proibi•‹o do conduta que se realiza,
afetando diretamente a an‡lise da culpabilidade do agente. Pode ser um erro
desculp‡vel ou indesculp‡vel, com consequ•ncias diversas.
Se escus‡vel o erro (desculp‡vel) o agente fica isento de pena. Se inescus‡vel
(indesculp‡vel), o agente ter‡ a pena reduzida de um sexto a um ter•o. Nos
termos do art. 21 do CP:
Art. 21 - O desconhecimento da lei Ž inescus‡vel. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevit‡vel, isenta de pena; se evit‡vel, poder‡ diminu’-la de um sexto a um ter•o.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - Considera-se evit‡vel o erro se o agente atua ou se omite sem a
consci•ncia da ilicitude do fato, quando lhe era poss’vel, nas circunst‰ncias, ter ou
atingir essa consci•ncia. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, vemos que o erro sobre a ilicitude do fato pode isentar de pena ou
diminuir a pena do agente, a depender do tipo de erro.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

42. (FCC Ð 2006 Ð BCB Ð PROCURADOR)


Excluem a ilicitude e a imputabilidade, respectivamente,
a) a obedi•ncia hier‡rquica e a embriaguez acidental completa.
b) a coa•‹o moral irresist’vel e a doen•a mental.
c) a desist•ncia volunt‡ria e o desenvolvimento mental incompleto.
d) o exerc’cio regular de direito e a menoridade.
COMENTçRIOS: As causas de exclus‹o da ilicitude est‹o previstas no art. 23 do
CP. Vejamos:
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato: (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - em leg’tima defesa;(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito.(Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
J‡ as causas legais de exclus‹o da culpabilidade est‹o previstas no art. 22 do CP,
que determina a exclus‹o da culpabilidade do agente que pratica o fato sob
coa•‹o moral irresist’vel ou em cumprimento a ordem n‹o manifestamente ilegal
de superior hier‡rquico. Vejamos:
Art. 22 - Se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia a ordem,
n‹o manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s— Ž pun’vel o autor da coa•‹o ou
da ordem.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
No entanto, a menoridade tambŽm Ž considerada causa de exclus‹o da
culpabilidade, pois gera a inimputabilidade do agente. Vejamos:
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos s‹o penalmente inimput‡veis, ficando
sujeitos ˆs normas estabelecidas na legisla•‹o especial. (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)

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Assim, a afirmativa que traz respectivamente uma causa de exclus‹o da ilicitude
e uma causa de exclus‹o da imputabilidade Ž a letra D.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

43. (FCC Ð 2007 Ð ISS/SP Ð AUDITOR-FISCAL TRIBUTçRIO


MUNICIPAL)
S‹o pressupostos da culpabilidade
a) a falta de cuidado, a previsibilidade do resultado e a exigibilidade de
conduta diversa.
b) a imputabilidade, a possibilidade de conhecimento da ilicitude e a falta
de cuidado.
c) a previsibilidade do resultado, a imputabilidade e a falta de cuidado.
d) a possibilidade de conhecer a ilicitude, a exigibilidade de conduta
diversa e a falta de cuidado.
e) a imputabilidade, a possibilidade de conhecer a ilicitude e a
exigibilidade de conduta diversa.
COMENTçRIOS: A culpabilidade Ž um ju’zo acerca das condi•›es pessoais do
agente, de forma a aferir se a este pode ser imputado o fato t’pico e il’cito.
A Doutrina moderna elenca tr•s elementos para a culpabilidade:
Imputabilidade - O agente deve ser penalmente imput‡vel (Maior de 18 anos
e mentalmente s‹o);
Potencial consci•ncia da ilicitude - Deve ser analisado se aquela pessoa,
naquelas circunst‰ncias, tinha condi•›es de entender que sua conduta era
contr‡ria ao Direito;
Exigibilidade de conduta diversa - Devem ser analisadas as circunst‰ncias
pessoais e f‡ticas para se saber se a pessoa que praticou o fato t’pico e il’cito se
encontrava em condi•›es de agir de outra maneira ou se n‹o era poss’vel exigir
desta pessoa que agisse conforme o Direito.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

44. (FCC Ð 2007 Ð ISS/SP Ð AUDITOR-FISCAL TRIBUTçRIO


MUNICIPAL)
A doen•a mental, a perturba•‹o de saœde mental e o desenvolvimento
mental incompleto ou retardado
a) refletem na culpabilidade, de modo a exclu’-la ou a atenu‡-la.
b) excluem a ilicitude da conduta.
c) isentam sempre de pena.
d) extinguem a punibilidade.
e) excluem a tipicidade.
COMENTçRIOS: Todos estes fatores (doen•a mental, perturba•‹o mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado) interferem diretamente na

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culpabilidade do agente, e podem levar ˆ inimputabilidade (excluindo a
culpabilidade) ou ˆ semi-imputabilidade (atenuando a pena). Vejamos:
Inimput‡veis
Art. 26 - ƒ isento de pena o agente que, por doen•a mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz
de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Redu•‹o de pena
Par‡grafo œnico - A pena pode ser reduzida de um a dois ter•os, se o agente, em
virtude de perturba•‹o de saœde mental ou por desenvolvimento mental incompleto
ou retardado n‹o era inteiramente capaz de entender o car‡ter il’cito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

45. (FCC Ð 2008 Ð PGE/SP Ð PROCURADOR)


Exclui a culpabilidade, em decorr•ncia da n‹o-imputabilidade,
a) a emo•‹o.
b) a embriaguez n‹o-acidental.
c) a coa•‹o moral irresist’vel.
d) a menoridade.
e) o erro sobre a ilicitude do fato.
COMENTçRIOS: A culpabilidade Ž o Ju’zo de reprovabilidade acerca do fato
praticado pelo agente. Temos como elemento da culpabilidade:
IMPUTABILIDADE;
POTENCIAL CONSCIæNCIA DA ILICITUDE;
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA.
Dentre as afirmativas ˆ disposi•‹o, a œnica que contempla uma causa que exclui
a IMPUTABILIDADE Ž a letra D, que trata da menoridade. Vejamos:
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos s‹o penalmente inimput‡veis, ficando
sujeitos ˆs normas estabelecidas na legisla•‹o especial. (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
Embora a coa•‹o moral irresist’vel exclua a culpabilidade, nos termos do art. 22
do CP, n‹o o faz sobre a imputabilidade, mas sobre a exigibilidade de conduta
diversa.
O erro sobre a ilicitude do fato tambŽm PODE excluir a culpabilidade, mas n‹o
age sobre a imputabilidade, mas sobre a potencial consci•ncia da ilicitude, nos
termos do art. 21 do CP.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

46. (FCC Ð 2007 Ð MPU Ð ANALISTA)


Considere:
I. Estado de necessidade.

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II. Estrito cumprimento de dever legal.
III. Obedi•ncia hier‡rquica.
IV. Exerc’cio regular de um direito.
V. Leg’tima defesa putativa.
S‹o excludentes da culpabilidade SOMENTE o que se considera em
a) I e V.
b) II e III.
c) III e V.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
COMENTçRIOS: As causas excludentes de culpabilidade est‹o previstas no art.
22 do CP. Vejamos:
Coa•‹o irresist’vel e obedi•ncia hier‡rquica (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia a ordem,
n‹o manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s— Ž pun’vel o autor da coa•‹o ou
da ordem.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
No entanto, a leg’tima defesa putativa tambŽm Ž considerada causa de exclus‹o
de culpabilidade (embora parte da Doutrina entenda que se trate de exclus‹o da
ilicitude). A leg’tima defesa putativa Ž a conduta na qual o agente pratica o ato
acreditando que est‡ acobertado por uma situa•‹o de leg’tima defesa, quando,
na verdade, n‹o est‡. Vejamos o que diz o art. 20, ¤1¼ do CP:
Art. 20 - (...)
¤ 1¼ - ƒ isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunst‰ncias,
sup›e situa•‹o de fato que, se existisse, tornaria a a•‹o leg’tima. N‹o h‡ isen•‹o de
pena quando o erro deriva de culpa e o fato Ž pun’vel como crime culposo.(Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

47. (FCC - 2013 - TJ-PE - JUIZ)


A coa•‹o moral irresist’vel e a obedi•ncia hier‡rquica excluem a
a) tipicidade e a culpabilidade, respectivamente.
b) tipicidade.
c) culpabilidade.
d) culpabilidade e a tipicidade, respectivamente.
e) punibilidade e a ilicitude, respectivamente.
COMENTçRIOS: Tanto a coa•‹o MORAL irresist’vel quanto a obedi•ncia
hier‡rquica excluem a culpabilidade, conforme prev• o art. 22 do CP:
Art. 22 - Se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia a ordem,
n‹o manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s— Ž pun’vel o autor da coa•‹o ou
da ordem.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

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9 GABARITO

1. ALTERNATIVA C
2. ALTERNATIVA D
3. ALTERNATIVA A
4. ALTERNATIVA B
5. ALTERNATIVA E
6. ALTERNATIVA A
7. ALTERNATIVA B
8. ALTERNATIVA A
9. ALTERNATIVA E
10. ALTERNATIVA B
11. ALTERNATIVA A
12. ALTERNATIVA A
13. ALTERNATIVA C
14. ALTERNATIVA D
15. ALTERNATIVA B
16. ALTERNATIVA C
17. ALTERNATIVA B
18. ALTERNATIVA B
19. ALTERNATIVA D
20. ALTERNATIVA E
21. ALTERNATIVA C
22. ALTERNATIVA A
23. ALTERNATIVA A
24. ALTERNATIVA B
25. ALTERNATIVA D
26. ALTERNATIVA C
27. ALTERNATIVA C
28. ALTERNATIVA E
29. ALTERNATIVA A

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DIREITO PENAL P/ PC-MS (2017) Ð DELEGADO DE POLêCIA
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Aula 03 Ð Prof. Renan Araujo
30. ALTERNATIVA E
31. ALTERNATIVA D
32. ALTERNATIVA A
33. ALTERNATIVA E
34. ALTERNATIVA E
35. ALTERNATIVA A
36. ALTERNATIVA A
37. ALTERNATIVA D
38. ALTERNATIVA E
39. ALTERNATIVA B
40. ALTERNATIVA A
41. ALTERNATIVA A
42. ALTERNATIVA D
43. ALTERNATIVA E
44. ALTERNATIVA A
45. ALTERNATIVA D
46. ALTERNATIVA C
47. ALTERNATIVA C

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