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Livro Eletrônico

Aula 09

Legislação Especial p/ PC-PA (Investigador) Com videoaulas - 2019

Lucas Guimarães, Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de

Assunção

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1 - Considerações Iniciais .................................................................................................. 2


2 - Crimes contra a Ordem Tributária (Lei n. 8.137/90) ...................................................... 2
2.1 - Dos crimes contra a ordem tributária ....................................................................................... 2
2.2 - Dos crimes contra a ordem econômica ..................................................................................... 8
2.3 - Dos crimes contra as relações de consumo ............................................................................... 9
3 - Investigação Criminal (Lei nº 12.830/2013) ................................................................. 12
4 - Identificação Criminal (Lei nº 12.037/2009) ................................................................ 15
5 - Interceptação Telefônica (Lei nº 9.296/96) ................................................................. 19
6 - Resumo da Aula ......................................................................................................... 25
7 - Jurisprudência relevante ............................................................................................ 29
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8 - Legislação aplicável .................................................................................................... 30
9 - Questões .................................................................................................................... 37
9.1 - Questões Comentadas.............................................................................................................37
9.2 - Lista de Questões ....................................................................................................................75
9.3 - Gabarito ..................................................................................................................................94
10 - Considerações Finais ................................................................................................ 95

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1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Olá, amigo concurseiro!
Hoje estudaremos mais quatro leis que podem aparecer na sua prova! Vamos lá!?
Bons estudos!

2 - CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA (LEI N. 8.137/90)

2.1 - DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA

2.1.1 - Dos crimes praticados por particulares

Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição
social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:

Este é um dos dispositivos mais cobrados em provas. O crime contra a ordem tributária consiste na
supressão ou redução de tributo, mediante uma das condutas previstas nos arts. 1º e 2º.
A redação do caput tornou-se tecnicamente imprecisa, pois menciona a supressão ou redução de
tributo ou contribuição social, sendo que hoje é pacífico na Doutrina que as contribuições sociais
são espécies do gênero tributo, que comporta ainda os impostos, taxas, contribuições de melhoria
e empréstimos compulsórios.
Vejamos agora às condutas típicas do art. 1º.

I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;


II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de
qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato;
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente,
relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em
desacordo com a legislação.
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Perceba que essas condutas estão relacionadas ao descumprimento de obrigações estabelecidas


pelas leis e regulamentos tributários.

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Em geral, as pessoas jurídicas têm o dever de manter livros contábeis, com registros detalhados de
todas as transações realizadas. Além disso, há também documentos que precisam ser emitidos a
cada compra, venda ou prestação de serviços: notas fiscais, duplicadas, cupons fiscais, notas de
venda, etc.
Caso o contribuinte não emita esses documentos ou não registre adequadamente as transações,
incorrerá nas condutas previstas nos incisos II, III, IV e V.
Muita atenção aqui, pois os crimes previstos nos incisos I a IV são considerados crimes materiais. Já
no caso do inciso V estamos falando de um crime formal, não se exigindo o lançamento definitivo
do tributo para que o crime esteja consumado, ok?
O inciso I diz respeito à obrigação de o contribuinte prestar informações à autoridade fazendária.
Essa obrigatoriedade se manifesta tanto nas declarações prestadas periodicamente aos órgãos
fazendários, quanto às situações de fiscalização e auditoria, situação na qual o fiscal tributário pode
requisitar informações ao contribuinte.
Vejamos agora as condutas previstas no art. 2º.

Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:


I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra
fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;
III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem
sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal;
IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de
imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;
V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo
da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à
Fazenda Pública.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

O inciso I trata especificamente das declarações de rendas, bens e fatos. O agente que falseia ou
omite informações que deveriam constar nessas declarações comete crime contra a ordem
tributária. O exemplo fica por conta da famosa Declaração do Imposto de Renda, por meio da qual
o contribuinte declara à Receita Federal todos os valores que recebeu no ano anterior, bem como
detalhes acerca de seu patrimônio.
Há uma série de outras declarações que devem ser prestadas pelas pessoas jurídicas, como, por
exemplo, a declaração de recolhimento do ICMS, por meio da qual o contribuinte declara as vendas
de mercadorias realizadas durante o ano e os valores recolhidos a título de tributo. Este é um
exemplo de declaração de fatos.
O simples não recolhimento de tributo no prazo legal também configura crime contra a ordem
tributária. Aquele que exige, paga ou recebe percentagem do valor dedutível como incentivo fiscal
também incorre em crime. Esta é a conduta praticada por aqueles negociam benefício fiscal.

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Ainda tratando de incentivos fiscais, aquele que obtém incentivo para aplicar em determinada
atividade e não o faz também incorre em crime.
Considero bastante interessante a tipificação da conduta daquele que desenvolve sistema de
processamento de dados que permita ao contribuinte manter informação contábil diversa daquela
que é informada à autoridade fiscal. Na prática, este seria um sistema para acompanhar o “caixa
dois”.
É muito importante que você memorize essas condutas, por isso sistematizei a tabela a seguir, de
forma a auxiliar a sua revisão. Perceba também que a pena cominada para os crimes do art. 2º é
mais branda que a cominada pelo art. 1º.

CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA

Art. 1º Art. 2º

Omitir informação, ou prestar Fazer declaração falsa ou omitir


declaração falsa às autoridades declaração sobre rendas, bens ou fatos,
fazendárias; ou empregar outra fraude, para eximir-
se, total ou parcialmente, de pagamento
de tributo;

Fraudar a fiscalização tributária, Deixar de recolher, no prazo legal, valor


inserindo elementos inexatos, ou de tributo ou de contribuição social,
omitindo operação de qualquer natureza, descontado ou cobrado, na qualidade de
em documento ou livro exigido pela lei sujeito passivo de obrigação e que
fiscal; deveria recolher aos cofres públicos;

Falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, Exigir, pagar ou receber, para si ou para o
duplicata, nota de venda, ou qualquer contribuinte beneficiário, qualquer
outro documento relativo à operação percentagem sobre a parcela dedutível
tributável; ou deduzida de imposto ou de
contribuição como incentivo fiscal;

Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou Deixar de aplicar, ou aplicar em


utilizar documento que saiba ou deva desacordo com o estatuído, incentivo
saber falso ou inexato; fiscal ou parcelas de imposto liberadas
por órgão ou entidade de
desenvolvimento;

Negar ou deixar de fornecer, quando Utilizar ou divulgar programa de


obrigatório, nota fiscal ou documento processamento de dados que permita ao
equivalente, relativa a venda de sujeito passivo da obrigação tributária
mercadoria ou prestação de serviço, possuir informação contábil diversa

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efetivamente realizada, ou fornecê-la em daquela que é, por lei, fornecida à


desacordo com a legislação. Fazenda Pública.

Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 Pena - detenção, de 6 (seis) meses


(cinco) anos, e multa. a 2 (dois) anos, e multa.

As seguintes circunstâncias agravantes, previstas pela Lei nº 8.137/1990, podem agravar as penas
de um terço à metade:
• Ocasionar grave dano à coletividade;
• Ser o crime cometido por servidor público no exercício de suas funções → lembre-se de que
essas circunstâncias agravantes apenas se aplicam aos crimes cometidos por particulares. Se estes
crimes forem praticados por funcionário público, estará presente a circunstância agravante. Mais
adiante veremos os crimes que somente podem ser praticados por funcionários públicos, e nesse
caso a condição do agente já é elementar do crime e, portanto, não pode agravar a pena;
• Ser o crime praticado em relação à prestação de serviços ou ao comércio de bens essenciais
à vida ou à saúde.

Quero chamar sua atenção para as implicações nos crimes contra a ordem tributária trazidas pela
Lei nº 9.964/2000, que instituiu o Programa de Recuperação Fiscal (Refis). Esse programa tem por
finalidade a regularização dos débitos das pessoas jurídicas com a União.
A pretensão punitiva do Estado quanto aos crimes dos arts. 1º e 2º será suspensa quando a pessoa
jurídica relacionada com o agente dos crimes estiver incluída no Refis. Essa suspensão, todavia, só
pode ocorrer se o devedor tiver entrado no Refis antes do oferecimento da denúncia criminal.
Se a pessoa jurídica incluída no Refis honrar o parcelamento e efetuar o pagamento integral dos
débitos, haverá extinção da punibilidade.

Súmula Vinculante nº 24 do STF


Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da
Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.

Crimes materiais são aqueles que são consumados apenas com a ocorrência do resultado previsto
pelo tipo penal. Não basta a ação ou omissão do agente, mas é necessário também que o resultado
intentado seja alcançado.
Caso o resultado não faça parte do tipo penal, estaremos diante de um crime formal, que pode se
consumar apenas com a conduta do agente.
Os crimes previstos no art. 1º, I a IV, são crimes materiais, e somente se aperfeiçoam com o
lançamento definitivo do tributo, pois esse é o procedimento legítimo para atestar que houve
supressão ou redução do tributo. Somente a partir do lançamento, que é ato privativo da autoridade
fiscal, surge para o Estado a pretensão de constranger o sujeito passivo ao pagamento.

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Por outro lado, os crimes previstos no art. 1º, V (negar ou deixar de fornecer nota fiscal ou
documento equivalente) e no art. 2º são crimes formais. Isso significa dizer que a supressão ou
redução do tributo não é essencial à sua consumação. Estes crimes, portanto, se consumam
independentemente do lançamento definitivo do tributo.

2.1.2 - Dos crimes praticados por funcionários públicos

Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em
razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento
indevido ou inexato de tributo ou contribuição social;
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar
promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou
cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária,
valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa.

Os crimes cometidos por funcionário público são apenas esses três. Perceba que cada um deles tem
um correspondente no Código Penal.
O crime do inciso I lembra muito o de extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
(art. 314 do CP). A diferença é que o crime previsto no inciso I adiciona um resultado como
naturalístico: “acarretar pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social”.
Já o crime do inciso II tem relação com o crime de concussão (art. 316 do CP) e o de corrupção
passiva (art. 317 do CP). A diferença agora será a exigência de finalidade específica do agente: “para
deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente”.
O inciso III, por sua vez, lembra bastante o crime de advocacia administrativa (art. 321 do CP),
apenas substituindo a expressão administração pública por administração fazendária.
Lembre-se dessas diferenças, ok? Não há crime funcional contra a ordem tributária que não
mencione tributos ou a Administração Fazendária! ☺

2.1.3 - Da extinção da punibilidade

O art. 14 da Lei nº 8.137/1990 originalmente previa a extinção da punibilidade nos crimes contra a
ordem tributária se o agente pagasse sua dívida com o Fisco antes do recebimento da denúncia.
Esse dispositivo, entretanto, foi revogado pela Lei nº 8.383/1991.

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A Lei nº 9.249/1995 posteriormente reestabeleceu a regra de extinção da punibilidade antes do


recebimento da denúncia.
Por fim, depois de muito vai e vem, a lei 10.684 estabeleceu que a punibilidade pode ser extinta com
o pagamento integral mesmo após o TRÂNSITO EM JULGADO, tese aceita pelo STJ (HC 362478).

2.1.4 - Da pena de multa

Acerca da pena multa, a Lei nº 8.137/1990 traz regras específicas para o cálculo. Chamo sua atenção
especial para o art. 10, que confere ao juiz a faculdade de aumentar ou diminuir a multa em função
do ganho obtido pelo réu com o crime da sua situação econômica.

Art. 8° Nos crimes definidos nos arts. 1° a 3° desta lei, a pena de multa será fixada entre 10
(dez) e 360 (trezentos e sessenta) dias-multa, conforme seja necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime.
Parágrafo único. O dia-multa será fixado pelo juiz em valor não inferior a 14 (quatorze) nem
superior a 200 (duzentos) Bônus do Tesouro Nacional BTN.
Art. 10 Caso o juiz, considerado o ganho ilícito e a situação econômica do réu, verifique a
insuficiência ou excessiva onerosidade das penas pecuniárias previstas nesta lei, poderá diminuí-
las até a décima parte ou elevá-las ao décuplo.

2.1.5 - Da delação premiada

Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Público nos crimes descritos
nesta lei, fornecendo-lhe por escrito informações sobre o fato e a autoria, bem como indicando o
tempo, o lugar e os elementos de convicção.
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou coautoria, o coautor
ou partícipe que através de confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a
trama delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois terços.

Qualquer pessoa pode trazer informações diretamente ao Ministério Público a respeito dos crimes
contra a ordem tributária. Perceba que não é necessário que haja inquérito policial ou qualquer
outra atuação da Polícia.
O Ministério Público goza de poderes próprios de investigação e pode subsidiar o oferecimento da
ação penal com informações obtidas por outros meios.
O parágrafo único traz a nossa já conhecida delação premiada. A redução de pena aplicável neste
caso é de um a dois terços, e deve ser concedida ao agente que espontaneamente relevar toda a
trama delituosa.
Os crimes contra a ordem tributária são de ação penal pública incondicionada, devendo a
representação fiscal ser encaminhada pela autoridade fazendária ao Ministério Público quando
houver a constituição definitiva do crédito tributário.

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Isso significa que, se o sujeito passivo de tributo questionar na esfera administrativa a exigência do
tributo, a representação fiscal somente pode ser enviada ao Ministério Público após a decisão
administrativa definitiva.

DELAÇÃO PREMIADA
A pena do agente que espontaneamente relevar à autoridade
policial ou judicial toda a trama delituosa será reduzida de um a
dois terços.

2.2 - DOS CRIMES CONTRA A ORDEM ECONÔMICA

Nestes crimes, o bem jurídico tutelado é a ordem econômica, que deve ser entendida como o
sistema que contempla a produção e comercialização de bens materiais, que podem ser avaliados e
negociados.
A manutenção da boa ordem econômica é de interesse de toda a sociedade, pois todos possuem
bens e direitos que, de uma forma ou de outra, circulam por meio das trocas econômicas. Segundo
a Constituição de 1988, a ordem econômica tem por fim assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social.
A Constituição determina, ainda, em seu art. 173, §4º, que “a lei reprimirá o abuso do poder
econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento
arbitrário dos lucros”. Daí as sanções severas que veremos mais adiante.
Estes crimes, assim como os crimes contra a ordem tributária, são de ação penal pública
incondicionada.

Art. 4° Constitui crime contra a ordem econômica:


I - abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente, a
concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas;
II - formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando:
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas;
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empresas;
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição ou de fornecedores.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa.

O inciso I criminaliza a conduta de quem, de forma genérica, abusa do poder econômico. É muito
difícil definir esse abuso, mas podemos dizer que ele ocorre quando o detentor do poder econômico

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de alguma forma o utiliza para prejudicar os consumidores e seus concorrentes, praticando conduta
desleal, que atenta contra a competitividade.
O dumping é uma prática lesiva à concorrência que consiste na operação de uma empresa abaixo
das condições habituais de mercado, com a finalidade de eliminar. Seria o caso, por exemplo, de um
grande fabricante de sapatos que decide começar a operar em uma nova localidade vendendo
abaixo do preço de custo por um tempo, forçando os concorrentes menores a “quebrar”.
A Lei nº 8.137/1990 punia o especificamente quem praticava dumping. Apesar de hoje não haver
mais dispositivo específico sobre o assunto, em alguns casos pode ser possível enquadrar a conduta
no inciso I do art. 4º.
Já o inciso II criminaliza a conduta bastante conhecida por todos nós: a formação de cartel. Esta
conduta antieconômica ocorre quando empresários se unem para “dividir entre si o mercado”,
ajustando os preços a serem praticados, as quantidades de mercadorias que serão produzidas e
comercializadas, o controle de redes de fornecedores ou o controle do mercado por regiões.
Há cartel, por exemplo, quando empresas comerciais do mesmo ramo combinam que cada uma
abrirá lojas em determinadas áreas da cidade, ou quando vários donos de postos de gasolina
combinam um “preço de tabela” a ser praticado por todos.
O cartel é crime de mera conduta. Não é necessário que o grupo efetivamente consiga o que
pretende, mas somente que se reúna e faça o acordo.
Atenção! O monopólio ocorre quando apenas uma pessoa é capaz de fornecer determinado bem
ou serviço em certa localidade. A constituição de monopólio, por si só, não é crime. Cabe ao poder
público, todavia, desenvolver mecanismos de forma a incentivar a concorrência ou, quando isso não
for possível, limitar os preços praticados pelo monopolista.

DUMPING → Já foi, no passado, criminalizado especificamente


pela Lei nº 8.137/1990, mas hoje não é mais;
CARTEL → É crime previsto no art. 4º, II;
MONOPÓLIO → Não é crime.

2.3 - DOS CRIMES CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO

Esta parte da Lei n° 8.137/1990 aparece pouco em provas. Eu sempre costumo dizer que esse tipo
de assunto pode ser o seu diferencial, pois se aparecer uma questão sobre este tema, muita gente
vai errar.
A defesa do consumidor é dever do Estado, assegurada pela Constituição de 1988 em seu art. 5°,
XXXII. A lei em estudo, bem como o próprio Código de Defesa do Consumidor (Lei n° 8.078/1990)
surgem para garantir eficácia ao dispositivo constitucional, regulando as relações de consumo e
criminalizando certas condutas lesivas aos interesses dos consumidores.

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As relações de consumo são protegidas enquanto bem jurídico imaterial, supra-individual e difuso.
Os bens jurídicos relacionados a cada consumidor especificamente são secundários.
As normas penais têm por objetivo proteger principalmente a integridade da relação de consumo e
a adequação da informação dada pelo fornecedor ao consumidor.

Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo:


I - favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de
entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores;
II - vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou
composição esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva
classificação oficial;
III - misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à
venda como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou
expô-los à venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo;
IV - fraudar preços por meio de:
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos tais como denominação,
sinal externo, marca, embalagem, especificação técnica, descrição, volume, peso, pintura ou
acabamento de bem ou serviço;
b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à venda em conjunto;
c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em separado;
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem ou na prestação dos serviços;
V - elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de
comissão ou de taxa de juros ilegais;
VI - sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem pretenda comprá-los nas
condições publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim de especulação;
VII - induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou
enganosa sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive
a veiculação ou divulgação publicitária;
VIII - destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar
alta de preço, em proveito próprio ou de terceiros;
IX - vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar
matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo;
Pena - detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.

Uma questão relacionada à Jurisprudência do STJ, e que já foi cobrada pelo Cespe, diz respeito ao
crime previsto no inciso IX. O STJ entende que o crime de exposição à venda de mercadoria imprópria
para consumo é crime formal, de perigo abstrato. Não se exige, portanto, que haja qualquer
consequência naturalística para que esteja consumado o crime.
Além disso, também é importante saber que o STJ entende que, para configuração do crime de expor
à venda mercadorias impróprias para consumo, é necessária a realização de prova pericial.

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PENAL. LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE. ART. 7º, IX, DA LEI N. 8.137/1990. CRIME CONTRA
A RELAÇÃO DE CONSUMO. VENDER PRODUTOS EM CONDIÇÕES IMPRÓPRIAS. LAUDO
PERICIAL. IMPRESCINDIBILIDADE.
[...]
No presente recurso (fls. 145/155), alegam os recorrentes ofensa ao art. 7º, IX, da Lei n.
8.137/1990. Sustentam que o acórdão recorrido errou ao condená-los, pois imprescindível laudo
pericial que constate que as mercadorias apreendidas estavam em condições impróprias para o
consumo.
[...]
Todavia, de acordo com a firme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o crime previsto no
art. 7º, IX, da Lei n. 8.137/1990, pelo qual estão sendo acusados os recorrentes, por deixar
vestígios materiais, exige a realização de perícia para a sua comprovação (art. 158 do CPP). Não
realizada a perícia indispensável, não está configurado o crime.
[...]
STJ, REsp 1476252/SC, Rel. Min. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, DJ 29.06.2015.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modalidade culposa,
reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.

Por incrível que pareça, este disposto é o mais cobrado em provas até hoje no que tange aos crimes
contra as relações de consumo. Atenção! É possível que os seguintes crimes sejam cometidos na
modalidade culposa:

CRIMES CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO

II - vender ou expor à venda mercadoria cuja


embalagem, tipo, especificação, peso ou
composição esteja em desacordo com as
prescrições legais, ou que não corresponda à
respectiva classificação oficial;

III - misturar gêneros e mercadorias de espécies


diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda
ADMITEM MODALIDADE
como puros; misturar gêneros e mercadorias de
CULPOSA
qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à
venda por preço estabelecido para os demais mais
alto custo;

IX - vender, ter em depósito para vender ou expor


à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-
prima ou mercadoria, em condições impróprias
ao consumo.

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Ainda tratando deste tema, quero chamar sua atenção para o disposto no parágrafo único do art.
11, que traz disposição acerca da situação em que o fabricante estabelece ou sugere o preço de
venda a ser praticado pelo comerciante.

Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for efetuada por sistema de entrega ao consumo
ou por intermédio de outro em que o preço ao consumidor é estabelecido ou sugerido pelo
fabricante ou concedente, o ato por este praticado não alcança o distribuidor ou revendedor.

Não há, portanto, responsabilidade solidária ou subsidiária do revendedor ou distribuidor quando o


fabricante praticar conduta tipificada como crime contra as relações de consumo. Atenção, pois este
assunto foi cobrado recentemente em concursos.

3 - INVESTIGAÇÃO CRIMINAL (LEI Nº 12.830/2013)


Como você pode ver, trata-se de uma lei mais nova, e por isso acredito que a probabilidade de
cobrança pela banca é um pouco mais alta. Geralmente os elaboradores de questões gostam das
novidades... ☺
A Lei nº 12.830 trata da investigação criminal conduzida pelo Delegado de Polícia. Essa atividade já
foi objeto de muita discussão no passado recente, e em muitos Estados as leis locais não exigiam
que o Delegado fosse bacharel em Direito.
Não vale a pena para nós entrar em detalhes acerca dessa polêmica, mas é importante saber que a
exigência de formação jurídica é uma peculiaridade brasileira, e não existe na maior parte dos países.
No Brasil essa discussão foi definitivamente sepultada com a edição da Lei nº 12.830/2013, que traz
no art. 2º a definição das atividades investigativas.

Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo


delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.

As funções de polícia judiciária nada mais são do que as funções investigativas. As polícias civis e a
Polícia Federal normalmente são chamas de polícias judiciárias, em oposição às polícias militares, ou
ostensivas.
A função de polícia judiciária tem esse nome porque seu objetivo é colher evidências relacionadas
ao cometimento de crimes, de forma a, se esses fatos realmente tiverem ocorrido, subsidiar as ações
penais promovidas pelo Ministério Público.
Em outras palavras, a função da polícia judiciária é verificar se há indícios suficientes de que o crime
realmente ocorreu e de quem foi seu autor. Se a conclusão for positiva, essas informações serão
enviadas ao Ministério Público, que é o responsável por promover a ação judicial por meio da qual
o criminoso será penalizado.

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Quero chamar sua atenção aqui para dois aspectos importantes: a atividade do delegado de polícia
é considerada de natureza jurídica, e isso significa que apenas bacharéis em Direito podem exercê-
la.
Outro ponto importante é a natureza exclusiva de Estado dessas atividades. Isso significa que essas
atribuições não podem ser de forma alguma delegadas. Não é possível que haja uma polícia
privatizada, seja por meio de concessão, autorização, permissão, ou por qualquer outra forma de
colaboração que envolva particulares.
As atividades exclusivas de Estado normalmente são desempenhadas por carreiras específicas,
organizadas com essa finalidade. É o caso não só dos delegados de polícia, mas também dos
auditores fiscais, das carreiras de controle interno e externo (TCU, CGU, TCEs, etc.), dos gestores
públicos, entre outros.

As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais


exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica,
essenciais e exclusivas de Estado.

§ 1o Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação


criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como
objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais.
§ 2o Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia,
informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.

O inquérito policial é o instrumento por meio do qual os fatos são apurados pela polícia judiciária.
Trata-se de um procedimento investigativo, por meio do qual podem ser realizadas perícias, ouvidas
testemunhas ou produzidas outras provas para subsidiar a ação penal.
A presidência do inquérito policial cabe ao Delegado de Polícia. Sua função é apurar as circunstâncias
em que ocorreu o crime, bem como sua materialidade (saber se realmente ocorreram) e autoria.
O indiciamento é o ato por meio do qual se inicia a investigação em torno de determinada pessoa.
Não se trata de uma condenação ou de atribuição de culpa de qualquer forma. O indiciado apenas
está sendo investigado, e isso não significa que já se tenha qualquer prova cabal de que tenha
cometido algum crime.
O ato de indiciamento é privativo do Delegado de Polícia, e deve ser praticado por meio de ato
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria,
materialidade e suas circunstâncias.

O indiciamento é ato privativo do Delegado de Polícia.

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§ 4o O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser
avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo
de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em
regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação.
§ 5o A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado.

Esse dois dispositivos trazem garantias conferidas pela lei ao Delegado de Polícia. A primeira delas é
a de, uma vez instaurado o inquérito policial, concluir a investigação. Apenas em alguns casos o
inquérito já instaurado poderá ser avocado ou redistribuído:
a) Por motivo de interesse público;
b) Se não forem respeitados os procedimentos previstos em regulamento da
corporação, de forma que fique prejudicada a eficácia da investigação.
A segunda garantia é a que diz respeito à remoção. A lei não confere ao delegado a inamovibilidade,
como existe para os Juízes e Promotores, por exemplo. Por outro lado, exige que o ato de remoção
de Delegado de Polícia seja sempre fundamentado.

Art. 3o O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser


dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da
Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados.

Se na sua prova surgir uma questão dizendo que o Delegado de Polícia precisa ser advogado, deve
ser marcada como ERRADA. Tome cuidado para não confundir uma coisa com a outra!
A advocacia é uma das atividades que podem ser desenvolvidas por bacharéis em Direito. Existem
ainda várias outras, a exemplo do trabalho dos Juízes e dos membros do Ministério Público. O
mesmo podemos dizer dos Delegados de Polícia: eles precisam ser bacharéis em Direito, mas não
necessariamente advogados.

O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito.

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4 - IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL (LEI Nº 12.037/2009)


Agora estudaremos objetivamente a Lei n° 12.037/2009, que trata da identificação criminal do
civilmente identificado. Essa lei regulamenta o inciso LVIII do art. 5° da Constituição Federal.

Art. 5°, LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei

A regra, portanto, é que aquele que apresentou identificação civil não precise ser identificado
criminalmente. Vamos agora estudar os detalhes e os casos em que a lei determina que se aja de
forma diferente.
A nova lei entrou em vigor substituindo a Lei n° 10.054/2000, que sempre recebeu severas críticas
em alguns de seus dispositivos, sendo inclusive considerada inconstitucional por parte da Doutrina,
principalmente por determinar a identificação criminal em virtude do cometimento de
determinados crimes em detrimento de outros até mais graves.
Analisaremos agora os principais dispositivos da nova lei.

Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos:


I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;
III – carteira profissional;
IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação
civis os documentos de identificação militares.

No Brasil não existe lei que obrigue a pessoa a identificar-se. Os doutrinadores, entretanto, são
unânimes no sentido de que aquele que decide não se identificar deve estar pronto a assumir as
consequências de tal decisão. A principal dessas consequências é a identificação criminal.
A lista de documentos trazidas pelo dispositivo já foi cobrada em provas anteriores de forma
bastante direta, incluindo aí o teor do parágrafo único, que diz respeito aos documentos de
identificação militares.

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São válidos como documentos de identificação civil:


- Carteira de Identidade;
- Carteira de Trabalho;
- Carteira Profissional;
- Passaporte;
- Carteira de identificação funcional;
- Outro documento público que permita a identificação do indiciado.
OBS: Os documentos de identificação militares são equiparados aos civis.

Estando de posse de pelo menos um dos documentos mencionados no art. 2°, ninguém será, em
geral, constrangido a sujar as mãos (“tocar piano”) ou a tirar fotos na Delegacia de Polícia – processo
datiloscópico e fotográfico. Essa é a regra geral, mas o art. 3° trata das hipóteses em que deve haver
a identificação criminal mesmo quando o indivíduo esteja de posse de documento de identificação.

Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal


quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre
si;
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da
autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da
autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do
documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do
inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o
indiciado.

Na antiga redação, o indiciado deveria submeter-se à identificação criminal, mesmo sendo


identificado civilmente, somente pelo fato de ter cometido homicídio doloso, crime contra o
patrimônio (se praticados mediante violência ou grave ameaça), crime de receptação qualificada,
contra a liberdade sexual ou crime de falsificação de documento público.

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O fato de ter cometido determinado delito, por si só, não pode ser fundamento para submeter o
acusado ao constrangimento da identificação criminal. Tal dispositivo, da forma como estava
redigido, foi por muitos considerado inconstitucional enquanto estava em vigor.
Nas demais hipóteses, ou seja, quando o documento apresentar rasura ou tiver indício de
falsificação; quando o documento for insuficiente para identificar o indiciado; quando o indiciado
portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes, perceba que haverá
dúvida sobre a autenticidade do documento, ou, pelas suas condições, não seria possível identificar
o acusado da conduta delituosa.
O legislador autoriza ainda a identificação criminal quando esse procedimento for “essencial às
investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de
ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa”.
A nova redação traz, portanto, um conceito aberto. Quando a identificação criminal é indispensável
à investigação? A essencialidade somente poderá ser analisada caso a caso, pelo magistrado, que
deverá fazer o controle do ato, somente determinando a identificação em casos de extrema
necessidade.
Interessante que esse requerimento poderá ser feito também pela Defesa. Tal procedimento pode
parecer estranho, mas não é. O procedimento pode servir, por exemplo, para comprovar a tese de
negativa de autoria. Com a identificação criminal o advogado pode demonstrar que o indiciado é
inocente, comprovando sua verdadeira identidade.
Deverá ser realizada a identificação criminal, ainda, se “constar de registros policiais o uso de outros
nomes ou diferentes qualificações; o estado de conservação ou a distância temporal ou da
localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos
caracteres essenciais”.
Havendo registro de outros nomes ou se o estado de conservação do documento deixar dúvidas
sobre a verdadeira identidade do agente, a identificação torna-se necessária, até mesmo para que
não haja dúvida sobre a real identidade do indiciado, evitando-se o constrangimento de imputar
prática de crime a pessoa inocente.

A identificação criminal do civilmente identificado pode ser


realizada quando for essencial às investigações policiais, segundo
despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de
ofício ou mediante representação da autoridade policial, do
Ministério Público ou da defesa

Art. 4º Quando houver necessidade de identificação criminal, a autoridade encarregada tomará


as providências necessárias para evitar o constrangimento do identificado.

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Caso haja excesso, deverá responder pela conduta a autoridade encarregada da identificação.
Segundo Fernando da Costa Tourinho Filho, “a identificação criminal é um procedimento usado para
determinação da identidade e baseado no conjunto de dados e sinais que caracterizam o indivíduo,
geralmente identificado pelas saliências papilares dos dedos”.
Esse é o verdadeiro objetivo da identificação criminal: determinar a autoria do crime investigado, de
forma adequada e certa, e não servir como forma de constrangimento policial em detrimento do
indiciado que, muitas vezes, já se encontra preso.

Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão


juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma
de investigação.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3o, a identificação criminal poderá incluir a
coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético.

A identificação criminal, na maioria dos casos, é feita através da colheita de impressões digitais,
além das fotografias. É possível, também a identificação pela arcada dentária e pelo exame de DNA,
entretanto, pelo custo, na prática realiza-se o exame datiloscópico.
A exceção a essa regra é o caso da identificação criminal considerada essencial para as investigações
policiais, e autorizada pelo magistrado competente. Nesse caso, determina o parágrafo único do
art. 5° que deve também ser colhido material biológico para fins de obtenção do perfil genético.
Esse nada mais é que o conhecido exame de DNA.
O perfil genético será armazenado em banco de dados para tal finalidade, gerido por unidade oficial
de perícia criminal. Esses dados são sigilosos, e a própria Lei n° 12.137/2009 determina que quem
permitir ou promover sua utilização para fins impróprios deve responder civil, penal e
administrativamente.

Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de


antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito em julgado da
sentença condenatória.

Esse dispositivo tem o escopo de preservar a identificação do indiciado da mídia sensacionalista e


de populares exaltados, ou de qualquer outro prejuízo (perda de emprego, por exemplo), enquanto
não houver o trânsito em julgado de sentença condenatória.

Art. 7º No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou absolvição, é facultado ao


indiciado ou ao réu, após o arquivamento definitivo do inquérito, ou trânsito em julgado da
sentença, requerer a retirada da identificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que
apresente provas de sua identificação civil.
Art. 7o-A A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá no término do prazo
estabelecido em lei para a prescrição do delito.

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O réu ou indiciado pode requerer a retirada das fotos dos autos, desde que apresente sua
identificação civil. O art. 7° não trata, entretanto, da identificação datiloscópica, enquanto o art. 7°-
A determina expressamente que o perfil genético que tenha sido armazenado em banco de dados
continuará disponível até que tenha prescrevido o delito investigado.

5 - INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA (LEI Nº 9.296/96)


A Lei n° 9.296/1996 regulamenta expressamente o art. 5°, XII da Constituição de 1988.

Art. 5°, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.

Esta é uma garantia que tem por finalidade proteger o direito à intimidade e à vida privada do
cidadão contra ações investigativas abusivas conduzidas pelas autoridades estatais.
A função da Lei n° 9.296/1996 é estabelecer as hipóteses e a forma em que pode ser autorizada a
quebra do sigilo das comunicações telefônicas. Lembre-se que, de acordo com a Constituição, a
interceptação telefônica só pode ocorrer no decurso de investigação criminal ou instrução
processual penal.
O STF e o STJ também já decidiram que a prova obtida por meio de interceptação telefônica pode
ser usada em outros processos. É hipótese de prova emprestada, que já foi autorizada inclusive em
processo administrativo disciplinar (processo administrativo). Um exemplo é o julgado a seguir.

CRIME ACHADO E JUSTA CAUSA.


A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, por maioria, indeferiu ordem de “habeas corpus”
em que se discutia a ilicitude de provas colhidas mediante interceptação telefônica durante
investigação voltada a apurar delito de tráfico internacional de drogas.
HC 129678/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, 13.6.2017.
Informativo STF 869.

Vamos agora analisar os dispositivos da lei?

Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em


investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e
dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em
sistemas de informática e telemática.

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O conceito de comunicação telefônica é ampliado pela interpretação do parágrafo único, que inclui
no escopo da lei também a interceptação de comunicações em sistemas de informática e
telemática. A telemática é o conjunto de tecnologias da informação e da comunicação resultante da
junção entre os recursos das telecomunicações (telefonia, satélite, cabo, fibras ópticas etc.) e da
informática (computadores, periféricos, softwares e sistemas de redes). Deve-se considerar incluída
aqui também a comunicação por meio de ondas de rádio, transmissão eletromagnética, etc.
Alguns Doutrinadores entendem que o art. 1° é inconstitucional porque a Constituição menciona
apenas as comunicações telefônicas, mas eu não tive ainda notícia de nenhuma questão de banca
organizadora que tenha adotado esse entendimento.
Você já sabe que a interceptação pode ser autorizada para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal. A ordem de interceptação, entretanto, não pode ser exarada por qualquer juiz,
mas somente pelo juiz competente para conhecer da ação penal principal.

A interceptação de comunicações telefônicas dependerá de


ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de
justiça

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer
das seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

A interceptação telefônica deve ser utilizada apenas em situações urgentes, como meio de prova
subsidiário, e apenas quando houver fortes razões para acreditar que alguém cometeu um crime
grave e não houver outros meios de prova.
Vemos, portanto, que há três requisitos: deve haver indícios de que o investigado realmente tomou
parte em crime punido com pena de reclusão, e, por último, não deve haver outros meios
disponíveis para produzir a prova necessária.
O STJ já aceitou a inclusão na denúncia de crime que foi descoberto por causa de escuta instalada
para investigar outro ilícito, inclusive quando o segundo crime era penalizado apenas com pena de
detenção.
A descrição da situação que está sendo investigada deve ser feita da melhor forma possível,
delimitando o fato investigado, de preferência com a indicação e qualificação dos investigados. Não
devem ser autorizadas interceptações genéricas ou abertas.
A interceptação telefônica só será autorizada quando estiverem presentes as seguintes
circunstâncias:
- Indícios razoáveis de autoria ou participação do investigado;
- Não houver outros meios disponíveis para produzir a prova;

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- O crime investigado for punível com pena de reclusão.

Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício
ou a requerimento:
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual
penal.

Perceba que há 3 situações em que a interceptação pode ser autorizada pelo juiz: de ofício, a
requerimento da autoridade policial, ou a requerimento do Ministério Público.

É importante lembrar, entretanto, que a autoridade policial (você, em breve!) somente pode
requerer a medida durante a investigação criminal, ou seja, somente durante a fase do inquérito
policial. Na realidade, não faria sentido o delegado solicitar a interceptação depois que o inquérito
já foi concluído, não é mesmo?

Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua


realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem
empregados.
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde
que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão
será condicionada à sua redução a termo.
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido.

Agora vamos estudar o procedimento relacionado ao pedido de interceptação. Obviamente, o


pedido deve demonstrar que os requisitos que estudamos foram atendidos, mas sua prova pode
perfeitamente cobrar a possibilidade de pedido verbal. Essa possibilidade é excepcional, e se a
interceptação for autorizada será necessário reduzir o pedido a termo, ou seja, produzir o
documento escrito.
O prazo para decisão do juiz acerca do pedido é de 24h. O prazo curto reforça o caráter urgente da
medida.

Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de
execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual
tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.

ATENÇÃO! Esse dispositivo já foi cobrados algumas vezes em provas anteriores! Primeiramente, a
decisão que concede a medida precisa ser fundamentada, assim como toda e qualquer decisão
judicial, mas você precisa lembrar que a lei estabelece um prazo máximo para a interceptação: 15
dias. Esse prazo, entretanto, pode ser renovado.

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Perceba que o dispositivo não foi muito bem escrito, não deixando claro se o prazo só pode ser
prorrogado uma vez ou se é possível prorroga-lo várias vezes indefinidamente. A Jurisprudência, por
outro lado, já se consolidou no sentido de que a renovação pode ser feita mais de uma vez, de forma
sucessiva.

A interceptação telefônica não poderá exceder o prazo de quinze


dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a
indispensabilidade do meio de prova. A Jurisprudência do STJ é no
sentido de que a renovação pode ser feita mais de uma vez, desde
que seja comprovada a necessidade.

Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação,


dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização.
§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será determinada
a sua transcrição.
§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação ao juiz,
acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas.
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial poderá
requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público.

A decisão judicial que autorizar a interceptação deve determinar também como a medida será
conduzida. A interceptação deve ser realizada pela autoridade policial, que deverá sempre
comunicar o Ministério Público acerca do andamento dos trabalhos.
As concessionárias mencionadas pelo art. 7° são aquelas que prestam serviços telefônicos, de
comunicação de dados, informática, etc. As concessionárias são obrigadas a conceder o apoio
necessário à autoridade policial.

Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos


apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o
sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas.

Para resguardar o sigilo, o procedimento de interceptação telefônica deve ser feito em autos
próprios, separados dos autos do inquérito policial ou da ação penal principal.
O sigilo obviamente é indispensável na interceptação, sob pena de frustrar todo o procedimento.
Todavia, cessada por completo a interceptação, o investigado, no inquérito policial, ou o acusado,
no processo criminal, tem o direito de ter acesso a todas as informações colhidas.
É importante saber também que o STF já decidiu que não é possível obrigar o investigado ou acusado
a fornecer padrões vocais para subsidiar prova pericial com o fim de autenticar as gravações obtidas
por meio da interceptação.

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Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o
inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério
Público ou da parte interessada.
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada
a presença do acusado ou de seu representante legal.

Se um investigado conseguir provar que é inocente, por exemplo, ele deve ter o direito de certificar-
se que as gravações serão destruídas, resguardando-se seu direito à intimidade e à vida privada.

Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou


telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não
autorizados em lei.
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

A conduta criminalizada é a de quem intercepta as comunicações de outras pessoas. Se uma pessoa


grava uma conversa da qual é interlocutor, não há crime.
A interceptação telefônica ilegal é crime, mas se uma pessoa grava uma conversa da qual é
interlocutor, não há ilícito penal.
Por último, vamos aprender alguns conceitos que tem sido aplicados pela Doutrina e pelos Tribunais
acerca desse tema.

Captação da comunicação telefônica alheia por


INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA terceiro, sem o conhecimento dos
comunicadores.

Captação da comunicação telefônica por


ESCUTA TELEFÔNICA terceiro, com o conhecimento de um dos
comunicadores e desconhecimento do outro.

Gravação da comunicação por um dos


GRAVAÇÃO TELEFÔNICA comunicadores (autogravação). É feita sem o
conhecimento do outro, por isso clandestina;

Captação da comunicação no próprio


ambiente, por terceiro, sem conhecimento
INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL
dos comunicadores

Captação da comunicação, no ambiente dela,


ESCUTA AMBIENTAL feita por terceiro, com o consentimento de
um dos comunicadores;

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Captação no ambiente da comunicação feita


GRAVAÇÃO AMBIENTAL por um dos comunicadores (com gravador ou
câmeras).

Apenas a interceptação telefônica segue as diretrizes da Lei n° 9.296/1996, nos termos da decisão a
seguir do STJ. Esses conceitos já foram abordados em provas, ok?

DIREITO PROCESSUAL PENAL. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA SEM AUTORIZAÇÃO


JUDICIAL. VÍCIO INSANÁVEL.
Não é válida a interceptação telefônica realizada sem prévia autorização judicial, ainda que haja
posterior consentimento de um dos interlocutores para ser tratada como escuta telefônica e
utilizada como prova em processo penal. A interceptação telefônica é a captação de conversa
feita por um terceiro, sem o conhecimento dos interlocutores, que depende de ordem judicial, nos
termos do inciso XII do artigo 5º da CF, regulamentado pela Lei n. 9.296/1996. A ausência de
autorização judicial para captação da conversa macula a validade do material como prova para
processo penal. A escuta telefônica é a captação de conversa feita por um terceiro, com o
conhecimento de apenas um dos interlocutores. A gravação telefônica é feita por um dos
interlocutores do diálogo, sem o consentimento ou a ciência do outro.
A escuta e a gravação telefônicas, por não constituírem interceptação telefônica em sentido estrito,
não estão sujeitas à Lei 9.296/1996, podendo ser utilizadas, a depender do caso concreto, como
prova no processo. O fato de um dos interlocutores dos diálogos gravados de forma clandestina ter
consentido posteriormente com a divulgação dos seus conteúdos não tem o condão de legitimar o
ato, pois no momento da gravação não tinha ciência do artifício que foi implementado pelo
responsável pela interceptação, não se podendo afirmar, portanto, que, caso soubesse, manteria
tais conversas pelo telefone interceptado. Não existindo prévia autorização judicial, tampouco
configurada a hipótese de gravação de comunicação telefônica, já que nenhum dos interlocutores
tinha ciência de tal artifício no momento dos diálogos interceptados, se faz imperiosa a declaração
de nulidade da prova, para que não surta efeitos na ação penal.
Precedente citado: EDcl no HC 130.429-CE, DJe 17/5/2010. HC 161.053-SP, Rel. Min. Jorge Mussi,
julgado em 27/11/2012.

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6 - RESUMO DA AULA

Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos principais aspectos


estudados ao longo da aula. Nossa sugestão é a de que esse resumo seja estudado
sempre previamente ao início da aula seguinte, como forma de “refrescar” a memória.
Além disso, segundo a organização de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é
fundamental retomar esses resumos.

CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA

Art. 1º Art. 2º

Omitir informação, ou prestar Fazer declaração falsa ou omitir


declaração falsa às autoridades declaração sobre rendas, bens ou fatos,
fazendárias; ou empregar outra fraude, para eximir-
se, total ou parcialmente, de pagamento
de tributo;

Fraudar a fiscalização tributária, Deixar de recolher, no prazo legal, valor


inserindo elementos inexatos, ou de tributo ou de contribuição social,
omitindo operação de qualquer natureza, descontado ou cobrado, na qualidade de
em documento ou livro exigido pela lei sujeito passivo de obrigação e que
fiscal; deveria recolher aos cofres públicos;

Falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, Exigir, pagar ou receber, para si ou para o
duplicata, nota de venda, ou qualquer contribuinte beneficiário, qualquer
outro documento relativo à operação percentagem sobre a parcela dedutível
tributável; ou deduzida de imposto ou de
contribuição como incentivo fiscal;

Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou Deixar de aplicar, ou aplicar em


utilizar documento que saiba ou deva desacordo com o estatuído, incentivo
saber falso ou inexato; fiscal ou parcelas de imposto liberadas
por órgão ou entidade de
desenvolvimento;

Negar ou deixar de fornecer, quando Utilizar ou divulgar programa de


obrigatório, nota fiscal ou documento processamento de dados que permita ao
equivalente, relativa a venda de sujeito passivo da obrigação tributária
mercadoria ou prestação de serviço, possuir informação contábil diversa

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efetivamente realizada, ou fornecê-la em daquela que é, por lei, fornecida à


desacordo com a legislação. Fazenda Pública.

Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 Pena - detenção, de 6 (seis) meses


(cinco) anos, e multa. a 2 (dois) anos, e multa.

DELAÇÃO PREMIADA
A pena do agente que espontaneamente relevar à autoridade policial ou judicial toda a
trama delituosa será reduzida de um a dois terços.

DUMPING → Já foi, no passado, criminalizado especificamente pela Lei nº 8.137/1990,


mas hoje não é mais;
CARTEL → É crime previsto no art. 4º, II;
MONOPÓLIO → Não é crime.

A transação penal é proposta ao infrator por iniciativa do Ministério Público, e não pelo
Juiz.
Não havendo conciliação e nem transação penal, o Ministério Público oferecerá a
denúncia oral.

As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado


de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.

O indiciamento é ato privativo do Delegado de Polícia.

O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito.

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São válidos como documentos de identificação civil:


- Carteira de Identidade;
- Carteira de Trabalho;
- Carteira Profissional;
- Passaporte;
- Carteira de identificação funcional;
- Outro documento público que permita a identificação do indiciado.
OBS: Os documentos de identificação militares são equiparados aos civis.

A identificação criminal do civilmente identificado pode ser realizada quando for essencial
às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que
decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério
Público ou da defesa

A interceptação de comunicações telefônicas dependerá de ordem do juiz competente


da ação principal, sob segredo de justiça

A interceptação telefônica só será autorizada quando estiverem presentes as seguintes


circunstâncias:
- Indícios razoáveis de autoria ou participação do investigado;
- Não houver outros meios disponíveis para produzir a prova;
- O crime investigado for punível com pena de reclusão.

A interceptação telefônica não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por
igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. A
Jurisprudência do STJ é no sentido de que a renovação pode ser feita mais de uma vez,
desde que seja comprovada a necessidade.

A interceptação telefônica ilegal é crime, mas se uma pessoa grava uma conversa da qual
é interlocutor, não há ilícito penal.

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Captação da comunicação telefônica alheia


INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA por terceiro, sem o conhecimento dos
comunicadores.

Captação da comunicação telefônica por


terceiro, com o conhecimento de um dos
ESCUTA TELEFÔNICA
comunicadores e desconhecimento do
outro.

Gravação da comunicação por um dos


comunicadores (autogravação). É feita sem
GRAVAÇÃO TELEFÔNICA
o conhecimento do outro, por isso
clandestina;

Captação da comunicação no próprio


INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL ambiente, por terceiro, sem conhecimento
dos comunicadores

Captação da comunicação, no ambiente


ESCUTA AMBIENTAL dela, feita por terceiro, com o
consentimento de um dos comunicadores;

Captação no ambiente da comunicação


GRAVAÇÃO AMBIENTAL feita por um dos comunicadores (com
gravador ou câmeras).

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7 - JURISPRUDÊNCIA RELEVANTE

Súmula Vinculante nº 24 do STF


Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da
Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.

PENAL. LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE. ART. 7º, IX, DA LEI N. 8.137/1990. CRIME CONTRA
A RELAÇÃO DE CONSUMO. VENDER PRODUTOS EM CONDIÇÕES IMPRÓPRIAS. LAUDO
PERICIAL. IMPRESCINDIBILIDADE.
[...]
No presente recurso (fls. 145/155), alegam os recorrentes ofensa ao art. 7º, IX, da Lei n.
8.137/1990. Sustentam que o acórdão recorrido errou ao condená-los, pois imprescindível laudo
pericial que constate que as mercadorias apreendidas estavam em condições impróprias para o
consumo.
[...]
Todavia, de acordo com a firme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o crime previsto no
art. 7º, IX, da Lei n. 8.137/1990, pelo qual estão sendo acusados os recorrentes, por deixar
vestígios materiais, exige a realização de perícia para a sua comprovação (art. 158 do CPP). Não
realizada a perícia indispensável, não está configurado o crime.
[...]
STJ, REsp 1476252/SC, Rel. Min. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, DJ 29.06.2015.

CRIME ACHADO E JUSTA CAUSA.


A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, por maioria, indeferiu ordem de “habeas corpus”
em que se discutia a ilicitude de provas colhidas mediante interceptação telefônica durante
investigação voltada a apurar delito de tráfico internacional de drogas.
HC 129678/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, 13.6.2017.
Informativo STF 869.

DIREITO PROCESSUAL PENAL. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA SEM AUTORIZAÇÃO


JUDICIAL. VÍCIO INSANÁVEL.
Não é válida a interceptação telefônica realizada sem prévia autorização judicial, ainda que haja
posterior consentimento de um dos interlocutores para ser tratada como escuta telefônica e
utilizada como prova em processo penal. A interceptação telefônica é a captação de conversa
feita por um terceiro, sem o conhecimento dos interlocutores, que depende de ordem judicial, nos
termos do inciso XII do artigo 5º da CF, regulamentado pela Lei n. 9.296/1996. A ausência de
autorização judicial para captação da conversa macula a validade do material como prova para
processo penal. A escuta telefônica é a captação de conversa feita por um terceiro, com o
conhecimento de apenas um dos interlocutores. A gravação telefônica é feita por um dos
interlocutores do diálogo, sem o consentimento ou a ciência do outro.
A escuta e a gravação telefônicas, por não constituírem interceptação telefônica em sentido estrito,
não estão sujeitas à Lei 9.296/1996, podendo ser utilizadas, a depender do caso concreto, como

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prova no processo. O fato de um dos interlocutores dos diálogos gravados de forma clandestina ter
consentido posteriormente com a divulgação dos seus conteúdos não tem o condão de legitimar o
ato, pois no momento da gravação não tinha ciência do artifício que foi implementado pelo
responsável pela interceptação, não se podendo afirmar, portanto, que, caso soubesse, manteria
tais conversas pelo telefone interceptado. Não existindo prévia autorização judicial, tampouco
configurada a hipótese de gravação de comunicação telefônica, já que nenhum dos interlocutores
tinha ciência de tal artifício no momento dos diálogos interceptados, se faz imperiosa a declaração
de nulidade da prova, para que não surta efeitos na ação penal.
Precedente citado: EDcl no HC 130.429-CE, DJe 17/5/2010. HC 161.053-SP, Rel. Min. Jorge Mussi,
julgado em 27/11/2012.

8 - LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
LEI Nº 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1990.
Define crimes contra a ordem tributária, econômica
e contra as relações de consumo, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte lei:
CAPÍTULO I
Dos Crimes Contra a Ordem Tributária
Seção I
Dos crimes praticados por particulares
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social
e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer
natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato;
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa
a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo
com a legislação.
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que
poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou da
dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V.

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Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:


I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude,
para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;
III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre
a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal;
IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de
imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;
V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da
obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda
Pública.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Seção II
Dos crimes praticados por funcionários públicos
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da
função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou
inexato de tributo ou contribuição social;
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los
parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária,
valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
CAPÍTULO II
Dos crimes Contra a Economia e as Relações de Consumo
Art. 4° Constitui crime contra a ordem econômica:
I - abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente, a
concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas;
a) (revogada);
b) (revogada);
c) (revogada);
d) (revogada);
e) (revogada);

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f) (revogada);
II - formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando:
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas;
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empresas;
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição ou de fornecedores.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa.
III - (revogado);
IV - (revogado);
V - (revogado);
VI - (revogado);
VII - (revogado).
Art. 5° (revogado).
Art. 6° (revogado
Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo:
I - favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de entrega
ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores;
II - vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição
esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação
oficial;
III - misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda como
puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à venda
por preço estabelecido para os demais mais alto custo;
IV - fraudar preços por meio de:
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos tais como denominação,
sinal externo, marca, embalagem, especificação técnica, descrição, volume, peso, pintura ou
acabamento de bem ou serviço;
b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à venda em conjunto;
c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em separado;
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem ou na prestação dos serviços;
V - elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de comissão
ou de taxa de juros ilegais;
VI - sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem pretenda comprá-los nas condições
publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim de especulação;

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VII - induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a
veiculação ou divulgação publicitária;
VIII - destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta de
preço, em proveito próprio ou de terceiros;
IX - vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-
prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo;
Pena - detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modalidade culposa, reduzindo-se a
pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.
CAPÍTULO III
Das Multas
Art. 8° Nos crimes definidos nos arts. 1° a 3° desta lei, a pena de multa será fixada entre 10 (dez) e
360 (trezentos e sessenta) dias-multa, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime.
Parágrafo único. O dia-multa será fixado pelo juiz em valor não inferior a 14 (quatorze) nem superior
a 200 (duzentos) Bônus do Tesouro Nacional BTN.
Art. 9° A pena de detenção ou reclusão poderá ser convertida em multa de valor equivalente a:
I - 200.000 (duzentos mil) até 5.000.000 (cinco milhões) de BTN, nos crimes definidos no art. 4°;
II - 5.000 (cinco mil) até 200.000 (duzentos mil) BTN, nos crimes definidos nos arts. 5° e 6°;
III - 50.000 (cinqüenta mil) até 1.000.000 (um milhão de BTN), nos crimes definidos no art. 7°.
Art. 10. Caso o juiz, considerado o ganho ilícito e a situação econômica do réu, verifique a
insuficiência ou excessiva onerosidade das penas pecuniárias previstas nesta lei, poderá diminuí-las
até a décima parte ou elevá-las ao décuplo.
CAPÍTULO IV
Das Disposições Gerais
Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os crimes
definidos nesta lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade.
Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for efetuada por sistema de entrega ao consumo
ou por intermédio de outro em que o preço ao consumidor é estabelecido ou sugerido pelo
fabricante ou concedente, o ato por este praticado não alcança o distribuidor ou revendedor.
Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço) até a metade as penas previstas
nos arts. 1°, 2° e 4° a 7°:
I - ocasionar grave dano à coletividade;
II - ser o crime cometido por servidor público no exercício de suas funções;
III - ser o crime praticado em relação à prestação de serviços ou ao comércio de bens essenciais à
vida ou à saúde.

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Art. 13. (Vetado).


Art. 14. (revogado).
Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal pública, aplicando-se-lhes o disposto no art.
100 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.
Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Público nos crimes descritos
nesta lei, fornecendo-lhe por escrito informações sobre o fato e a autoria, bem como indicando o
tempo, o lugar e os elementos de convicção.
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou co-autoria, o co-autor
ou partícipe que através de confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a
trama delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois terços.
Art. 17. Compete ao Departamento Nacional de Abastecimento e Preços, quando e se necessário,
providenciar a desapropriação de estoques, a fim de evitar crise no mercado ou colapso no
abastecimento.
Art. 18. (revogado).
Art. 19. O caput do art. 172 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, passa a
ter a seguinte redação:
"Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em
quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa".
Art. 20. O § 1° do art. 316 do Decreto-Lei n° 2 848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal, passa a ter a
seguinte redação:
"Art. 316. ............................................................
§ 1° Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou,
quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza;
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa".
Art. 21. O art. 318 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal, quanto à fixação da
pena, passa a ter a seguinte redação:
"Art. 318. ............................................................
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa".
Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário e, em especial, o art. 279 do Decreto-Lei n° 2.848, de
7 de dezembro de 1940 - Código Penal.

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LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996.

Regulamenta o inciso XII, parte final, do


art. 5° da Constituição Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em
investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá
de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em
sistemas de informática e telemática.
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das
seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da
investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade
manifesta, devidamente justificada.
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou
a requerimento:
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.
Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua
realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados.
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que
estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será
condicionada à sua redução a termo.
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido.
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução
da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez
comprovada a indispensabilidade do meio de prova.
Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando
ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização.
§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será determinada
a sua transcrição.

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§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação ao juiz,


acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas.
§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8° , ciente o Ministério
Público.
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial poderá
requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público.
Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos
apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o
sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas.
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do relatório da
autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na
conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do
Código de Processo Penal.
Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o
inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público
ou da parte interessada.
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a
presença do acusado ou de seu representante legal.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou
telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não
autorizados em lei.
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.

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9 - QUESTÕES

9.1 - QUESTÕES COMENTADAS

1. MPDFT – Promotor de Justiça – 2015 – MPDFT (adaptada).


O crime de expor à venda mercadorias impróprias para o consumo (Lei 8.137/90), tendo sido
preservados vestígios do delito, exige, para a sua comprovação, a realização de perícia,
segundo o Superior Tribunal de Justiça.
Comentários
É verdade. Nada mais natural, pois a prova de que as mercadorias estão impróprias para consumo
precisa, na imensa maioria dos casos, da realização de perícia.
GABARITO: CERTO

2. TJ-PB – Juiz de Direito – 2015 – Cespe (adaptada).


Deixar de fornecer, quando obrigatória, nota fiscal relativa à venda de mercadoria ou prestação
de serviço efetivamente realizado é crime cuja conduta típica classifica-se como material, visto
que somente se consuma quando há o lançamento definitivo do tributo.
Comentários
O crime em questão é formal, e não material, e sua consumação não depende do lançamento
definitivo do tributo.
GABARITO: ERRADO

3. MPE-PE – Promotor de Justiça – 2014 – FCC.


De acordo com a atual posição do Supremo Tribunal Federal, nos crimes materiais contra a
ordem tributária, o início do lapso prescricional ocorre com
a) a instauração de inquérito policial.
b) a representação fiscal ao Ministério Público para fins penais.
c) a data de efetiva supressão de tributo.
d) o lançamento definitivo do tributo.
e) a instauração do procedimento administrativo-fiscal.
Comentários
Esta questão não menciona diretamente, mas se refere basicamente à Súmula Vinculante n o 24 do
STF. A contagem do prazo prescricional começa com a consumação do crime contra a ordem
tributária, e, no caso dos crimes materiais, a consumação só ocorre com o lançamento definitivo do
tributo.
GABARITO: D

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4. MPE-SC – Promotor de Justiça – 2014 – FEPESE.


Vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição
esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva
classificação oficial, não constitui crime contra as relações de consumo, mas, sim, infração
administrativa, punida com multa de 10 a 200 salários mínimos, aplicada pelo órgão fiscalizador
competente.
Comentários
A conduta descrita configura crime tipificado no art. 7o, II da Lei no 8.137/1990.
GABARITO: ERRADO

5. TRF 3a Região – Analista Judiciário – 2014 – FCC.


Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1o , incisos I a IV, da
Lei no 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.
O enunciado da Súmula Vinculante 24 do STF, citado acima, mais diretamente implica que
a) o erro sobre elemento do tipo penal exclui o dolo.
b) reduz-se a pena quando, até o recebimento da denúncia, o agente de crime cometido sem
violência ou grave ameaça reparar o dano ou restituir a coisa.
c) a prescrição começa a correr do dia em que o crime se consumou.
d) o erro inevitável sobre a ilicitude do fato isenta de pena.
e) a confissão espontânea da autoria do crime atenua a pena.
Comentários
Mais uma vez temos outra questão batendo na mesma tecla: o crime se consuma com o lançamento
definitivo do tributo, e, portanto, a partir deste momento começa a correr o prazo prescricional.
GABARITO: C

6. TJ-SP – Juiz de Direito – 2014 – VUNESP.


Acerca de crime contra a ordem tributária, previsto no art. 1.º, incisos I a IV, da Lei n.º 8.137/90
(constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: …), assinale a opção que contenha
afirmação falsa:
a) Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto nestas hipóteses, antes do
lançamento definitivo do tributo.
b) Não há justa causa para a ação penal antes de esgotada a via administrativa, ou seja, antes
do lançamento definitivo do tributo.
c) Por inexistir subordinação entre as instâncias penal e administrativa, no que tange ao delito
em tela não há que se falar na exigência do esgotamento da via administrativo-fiscal para
caracterização do tipo e configuração da justa causa para a ação penal.

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d) Se está pendente recurso administrativo que discute o débito tributário perante as


autoridades fazendárias, não há falar-se em início do lapso prescricional, que somente se
iniciará com a consumação deste delito, nos termos do art. 111, inc. I, do Código Penal.
Comentários
A alternativa incorreta é a letra C, pois a jurisprudência do STF é pacífica no sentido de que o
exaurimento da via administrativa é necessário nesses casos, pois apenas ao fim do processo
administrativo há o lançamento definitivo do tributo. Esse é o sentido da Súmula Vinculante nº 24.
GABARITO: C

7. MPF – Procurador da República – 2013 – MPF (adaptada).


O momento consumativo dos crimes de sonegação fiscal, tipificados nos arts. 1º e 2º, da Lei n.
8.137/1990, depende da conformação do elemento normativo do tipo que, por sua vez,
somente ocorre com o lançamento definitivo do tributo, consoante construção pretoriana
consolidada na Súmula Vinculante n. 24, do STF.
Comentários
O uso de linguagem rebuscada é típico dos concurso jurídicos, não é mesmo? Pois bem, basicamente
o que o examinador está dizendo aqui é que a consumação do crime depende do lançamento
definitivo do tributo, conforme Súmula Vinculante no 24. O erro está em afirmar que a Súmula
abrange os arts. 1º e 2º, quando na realidade ela só menciona o art. 1º, I a IV.
GABARITO: ERRADO

8. TRF-5 – Juiz Federal – 2013 – Cespe.


No que se refere aos delitos de natureza econômica, financeira, tributária e decorrentes das
relações de consumo, assinale a opção correta.
a) Admite-se a modalidade culposa do crime de omitir informação relevante sobre a
durabilidade de produto alimentício no exercício de atividade comercial.
b) O dono de posto de combustível que adquire dois mil litros gasolina e, então, mistura a
gasolina a água e solvente, colocando o produto adulterado à venda em seu estabelecimento
comercial, comete o delito de estelionato previsto no art. 171 do CP, já que, com essa conduta,
obtém, mediante fraude, vantagem econômica ilícita em prejuízo de terceiro.
c) Em se tratando de crime de supressão de tributo mediante falsificação de nota fiscal, o sócio
gerente responsável pela administração contábil e financeira da empresa que admitir à
autoridade policial ter praticado o delito e revelar a participação de outros sócios, ou mesmo
de contadores e falsários, salvo em caso de quadrilha, será beneficiado pela diminuição da
pena, de um a dois terços, na terceira fase de sua aplicação.
d) Tratando-se de crimes contra o sistema financeiro, a pessoa jurídica poderá ser condenada
criminalmente quando comprovada a ofensa a bens supraindividuais, a fim de se manter a
confiabilidade do sistema como um todo.

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e) Não constitui crime a conduta de deixar de fornecer à fiscalização tributária documento


obrigatório relativo à prestação de serviços realizada, sujeitando-se o infrator a penalidade
administrativa e ao pagamento de multa.
Comentários
A alternativa A está correta. Este crime é tipificado especificamente no Código de Defesa do
Consumidor. Esta lei não foi assunto da nossa aula de hoje, mas decidi deixar a questão aqui assim
mesmo, pois a análise das outras assertivas nos será bastante útil.
Na alternativa B, o dono do posto de combustível incorre na conduta prevista no art. 7º, III da Lei nº
8.137/1990, a seguir reproduzido, e não no crime de estelionato.
III - misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda
como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los
à venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo.
A Alternativa C trata da delação premiada prevista no art. 16, parágrafo único, da Lei nº 8.137/1990.
O dispositivo trata justamente dos crimes cometidos em quadrilha ou coautoria. Não faria muito
sentido pensar em delação premiada num crime cometido por uma só pessoa, não é mesmo?
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou coautoria, o coautor
ou partícipe que através de confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a
trama delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois terços.

Quanto à alternativa D, os crimes contra o sistema financeiro não são objeto da nossa aula de hoje,
mas você bem sabe que a criminalização de pessoas jurídicas no Brasil ainda é muito frágil, e
certamente não se aplica a esse tipo de crime.
A conduta prevista na alternativa E está tipificada no art. 1º, V, da Lei nº 8.137/1990.
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa
a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em
desacordo com a legislação.

GABARITO: A

9. TJ-RJ – Juiz de Direito – 2012 – VUNESP.


Assinale a alternativa que retrata o entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal.
a) Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1.º, incisos I a IV, da
Lei n.º 8.137/90, antes de exaurida a discussão na esfera cível.
b) Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1.º, incisos I a IV, da
Lei n.º 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.
c) Não se tipifica crime contra a ordem tributária antes de exaurida a discussão na esfera cível.
d) Não se tipifica crime contra a ordem tributária antes do lançamento definitivo do tributo.
Comentários
O entendimento sumulado pelo STF é no sentido de que o crime material contra a ordem tributária
(Lei nº 8.137, art. 1º, I a IV) só se tipifica com o lançamento definitivo do tributo.
GABARITO: B

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10. AGU – Advogado – 2012 – Cespe.


A lei estabelece, com relação ao sistema de vendas ao consumidor em que o preço do produto
seja sugerido pelo fabricante, que, se este praticar crime contra as relações de consumo,
responderá por esse ato também o distribuidor ou o revendedor.
Comentários
O parágrafo único do art. 16 da Lei nº 8.137/1990 protege o revendedor ou distribuidor, nos casos
em que o preço do produto seja sugerido ou estabelecido pelo fabricante. Caso o fabricante,
portanto, pratique crime contras as relações de consumo, não há responsabilidade do revendedor
ou distribuidor.
GABARITO: ERRADO

11. STJ – Analista Judiciário – 2012 – Cespe.


Praticará crime contra a ordem tributária o gerente de empresa que elevar o valor de venda a
prazo de determinados bens mediante cobrança de comissão considerada ilegal.
Comentários
A conduta trazida pela assertiva é tipificada como crime contra as relações de consumo, previsto no
art. 7º, V, da Lei nº 8.137/1990.
GABARITO: ERRADO

12. TCE-BA – Procurador – 2010 – Cespe.


Com relação à materialidade do crime contra a ordem tributária previsto na Lei n.º 8.137/1990,
apesar de a jurisprudência do STF reconhecer o lançamento definitivo do tributo como
condição objetiva de punibilidade, o plenário da Corte Suprema rejeitou proposta de súmula
vinculante tendente a consolidar tal entendimento.
Comentários
Você já sabe que a Súmula Vinculante nº 24 determinou que alguns crimes contra a ordem tributária,
classificados como crimes materiais, não podem ocorrer antes do lançamento definitivo do tributo.
Já deu pra perceber que este assunto é recorrente nas questões do Cespe, não é mesmo?
Súmula Vinculante nº 24, do Supremo Tribunal Federal
Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da
Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.

GABARITO: ERRADO

13. TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Remoção – 2017 – CONSULPLAN


(Adaptada).
O STJ entende que, para caracterizar o crime previsto no art. 7º, IX, da Lei nº 8.137/1990,
delitos contra as relações de consumo, é prescindível a realização de perícia a fim de atestar se
as mercadorias apreendidas estavam em condições impróprias para o consumo.

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Comentários
Na aula de hoje você aprendeu que o STJ entende que a realização de perícia neste caso é necessária.
RECURSO ESPECIAL. PENAL. LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE. ART. 7º, IX, DA LEI N.
8.137/1990. CRIME CONTRA A RELAÇÃO DE CONSUMO. VENDER PRODUTOS EM
CONDIÇÕES IMPRÓPRIAS. LAUDO PERICIAL. IMPRESCINDIBILIDADE. É imprescindível a
realização de perícia.
STJ, RE 1.476.252/SC, Rel. Min. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, j.

GABARITO: ERRADO

14. TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Remoção – 2017 – CONSULPLAN


(Adaptada).
A lei estabelece, com relação ao sistema de vendas ao consumidor em que o preço do produto
seja sugerido pelo fabricante, que, se este praticar crime contra as relações de consumo,
responderá por esse ato também o distribuidor ou o revendedor.
Comentários
Quando a venda ao consumidor ocorrer por meio sistema de entrega ao consumo ou por intermédio
de outro em que o preço ao consumidor é estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente,
o ato por este praticado não alcança o distribuidor ou revendedor (art. 11, parágrafo único, da Lei
n. 8.137/1990).
GABARITO: ERRADO

15. PC-MS - Delegado de Polícia – 2017 – FAPEMS (Adaptada).


A exposição à venda de mercadoria em condições impróprias é considerada crime contra as
relações de consumo por meio da Lei n° 8.137/1990, ainda quando praticada culposamente.
Comentários
O crime é tipificado pelo art. 7º, IX.
Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo:
IX - vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar
matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo;
Pena - detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modalidade culposa, reduzindo-
se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.

GABARITO: CERTO

16. TJ-RO - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento – 2017 – IESES (Adaptada).
Não há previsão expressa de crime culposo na Lei 8.137/90, a qual define crimes contra a
ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências.

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Comentários
Na realidade a Lei n. 8.137/1990 prevê a modalidade culposa em alguns casos, conforme art. 7º,
parágrafo único:
Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
[...]
II - vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição
esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação
oficial;
III - misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda
como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los
à venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo;
[...]
IX - vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar
matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo;
[...]
Parágrafo único: Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modalidade culposa, reduzindo-
se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.

GABARITO: ERRADO

17. MPE-RR - Promotor de Justiça Substituto – 2017 – CESPE.


João, prestador de serviços, trabalha como MEI na forma da Lei Complementar n.º 123/2006
(SIMPLES Nacional). Nessa qualidade, com o propósito de recolher menos tributo, ele informou
à RFB ter recebido, no exercício de 2016, a receita bruta de R$ 50.000, mas a RFB constatou
que sua receita bruta real nesse exercício havia sido de R$ 120.000. Ante a existência de provas
suficientes desses fatos, a conduta de João foi tipificada como dolosa.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta com base na Lei n.º 8.137/1990,
que dispõe sobre crimes contra a ordem tributária.
a) A conduta de João poderá ser tipificada como crime contra a ordem tributária somente após
o lançamento definitivo do tributo em exame.
b) Sabe-se que a falsa declaração de dados de interesse tributário é crime formal cuja
tipificação independe do lançamento tributário. Nesse caso, somente se João tivesse retificado
as informações antes do início da diligência fiscal o crime seria afastado.
c) Eventual exclusão de João do SIMPLES Nacional somente produziria efeitos tributários no
exercício seguinte, ou seja, em 2017. Não tendo havido redução do tributo devido, não se pode
falar em crime contra a ordem tributária.
d) Sabe-se que o MEI enquadrado no SIMPLES Nacional paga o seu tributo em valores fixos
mensais, independentemente da receita bruta por ele auferida no mês. Por isso, se João tivesse
efetuado a retificação das informações após o lançamento definitivo do tributo, não haveria
crime tributário.

Legislação Especial p/ PC-PA (Investigador) Com videoaulas - 2019 43


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Comentários
A resposta da nossa questão está Súmula Vinculante 24.
Súmula Vinculante nº 24 do STF
Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da
Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.

GABARITO: A

18. PC-GO - Delegado de Polícia Substituto – 2017 – CESPE.


Considere os seguintes atos, praticados com o objetivo de suprimir tributo:
1) Marcelo prestou declaração falsa às autoridades fazendárias;
2) Hélio negou-se a emitir, quando isso era obrigatório, nota fiscal relativa a venda de
determinada mercadoria;
3) Joel deixou de fornecer nota fiscal relativa a prestação de serviço efetivamente realizado.
Nessas situações, conforme a Lei n.º 8.137/1990 e o entendimento do STF, para que o ato
praticado tipifique crime material contra a ordem tributária, será necessário o prévio
lançamento definitivo do tributo em relação a
a) Hélio e Joel.
b) Marcelo apenas.
c) Hélio apenas.
d) Joel apenas.
e) Hélio, Marcelo e Joel.
Comentários
Para responder a questão é preciso ter conhecimento do art. 1º da lei 8137/1990 (crime de
sonegação fiscal) e do teor da súmula vinculante 24.
Súmula Vinculante nº 24 do STF
Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da
Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.

O tipo do art. 1º, V, portanto, é um crime FORMAL, não se exigindo a constituição do crédito
tributário para que esteja consumado.
GABARITO:B

19. Prefeitura de Andradina – SP - Assistente Jurídico e Procurador Jurídico – 2017 – VUNESP


A conduta desenvolvida pelo contribuinte de fraudar a fiscalização tributária, inserindo
elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro
exigido pela lei fiscal, tipifica, contra a ordem tributária, crime
a) material, a partir do exato instante em que o contribuinte desenvolve a conduta.

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b) formal, que se configura a partir da data em que o infrator é comunicado do início da


fiscalização.
c) formal, na data da ocorrência do fato gerador que deu origem ao tributo sonegado, ainda
que não iniciada a fiscalização.
d) material, a partir do lançamento definitivo do tributo.
e) formal, a partir da constatação da conduta pela fiscalização, ainda que antes da lavratura do
auto de infração.
Comentários
Os crimes previstos no art. 1º, I a IV, da Lei nº 8.137/90 são crimes materiais, dependendo do
lançamento definitivo do tributo para sua tipificação, conforme dispõe a Súmula Vinculante 24.
Súmula Vinculante nº 24 do STF
Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da
Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.

Vamos relembrar o teor do art. 1º?


Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição
social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de
qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato;
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente,
relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em
desacordo com a legislação.
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Por outro lado, as condutas previstas no art. 1º, V, e no art. 2º da Lei n. 8.137/1990 configuram
crimes formais, de modo que sua consumação não depende do lançamento definitivo do tributo.
GABARITO: D

20. SEFAZ-PE – Julgador Administrativo Tributário – 2015 – FCC.


Um contribuinte, ao fornecer informações ao fisco, sobre as cem operações efetivadas,
mencionou apenas noventa e nove. Com tal conduta, efetivou o pagamento do tributo a menor
em 1%. Neste caso, a conduta do contribuinte está caracterizada como
a) fato atípico, tendo em vista o princípio da legalidade.
b) crime contra a ordem tributária, com natureza de crime formal.
c) crime contra a ordem tributária, com natureza de crime material.
d) fato atípico, por se tratar de mera irregularidade sanável.

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e) crime contra a ordem tributária, com natureza de crime de mera conduta.


Comentários
Em primeiro lugar, a conduta descrita pela questão constitui crime contra a ordem tributária,
tipificado no inciso I do art. 1o da Lei no 8.137/1990. Em segundo lugar, lembre-se de que os crimes
previstos nos incisos I a IV do referido dispositivo são considerados crimes materiais, e por isso nossa
resposta é a alternativa C.
GABARITO: C

21. Prefeitura de Olinda-PE – Auditor – 2011 – UPENET.


Um Auditor Fiscal Municipal exigiu para si, ainda que indiretamente, fora da função, mas, em
razão dela, vantagem indevida. Nesse caso, ele estará sujeito às seguintes penalidades, de
acordo com a Lei nº 8.137/90 – Crimes contra a Ordem Tributária:
a) Multa entre 10 e 360 dias.
b) Reclusão de 3 a 8 anos e multa.
c) Reclusão de 1 a 4 anos e multa.
d) Reclusão de 3 a 8 anos, que poderá ser convertida em multa.
e) Detenção de 1 a 2 anos e multa.
Comentários
Esta conduta está tipificada no art. 3º da Lei nº 8.137/1990.
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n°
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão
da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou
inexato de tributo ou contribuição social;
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem
indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo
ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito)
anos, e multa.
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária,
valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa.

GABARITO: B

22. ISS-São Luís – Auditor Fiscal – 2018 – FCC.


De acordo com a Lei n° 8.137/1990, constitui crime funcional contra a ordem tributária
a) deixar de recolher valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na
qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos.
b) deixar de aplicar incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de
desenvolvimento.

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c) fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de


qualquer natureza, em documento exigido pela lei fiscal.
d) extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em
razão da função, bem como sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando
pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social.
e) utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da
obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é fornecida à Fazenda
Pública.
Comentários
A lei n° 8.137/1990 define os crimes contra ordem tributária, entre outras providências,
distinguindo-os em duas espécies: os que podem ser praticados por qualquer particular (artigos 1º
e 2º) e os funcionais, isto é, aqueles que exigem do sujeito ativo a especial qualidade de ser
funcionário público (artigo 3º)
Entre os crimes funcionais contra a ordem tributária está o de “extraviar livro oficial, processo fiscal
ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da função, bem como sonegá-lo, ou
inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou
contribuição social”, nos termos do art. 3º, inciso I.
Correto, portanto, o item D.
Letra A: a conduta narrada é, efetivamente, crime contra a ordem tributária previsto no art. 2º,
inciso II da lei n. 8.137/1990. Todavia, não é crime funcional (aquele praticado por funcionário
público) contra a ordem tributária.
Letra B, C e E: incorrem no mesmo equívoco da letra A, tratando-se de ilícitos tipificados
respectivamente no art. 2º, inciso IV, art. 1º, inciso II e art. 2º, inciso V, todos da lei n. 8.137/1990.
GABARITO: D

23. ISS-São Luís – Auditor Fiscal – 2018 – FCC.


De acordo com a Lei n° 8.137/1990, constitui crime contra as relações de consumo
a) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente,
relativa a venda de mercadoria efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a
legislação.
b) formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando à fixação artificial de
preços ou quantidades vendidas ou produzidas.
c) falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável.
d) abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente,
a concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas.

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e) induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a
veiculação ou divulgação publicitária.
Comentários
Cuidado para não confundir. A questão exige a indicação de qual alternativa corresponde a crime
contra as relações de consumo. Dentre elas, somente o item E está correto, tratando da infração
contemplada no art. 7º, inciso VII da lei n. 8.137/1990.
Letra A: errado! É crime contra a ordem tributária previsto no art. 1º, inciso V da lei n. 8.137/1990.
Letra B: errado! É crime contra a ordem econômica, conforme art. 4º, inciso II, alínea a da lei n.
8.137/1990.
Letra C: errado! É crime contra a ordem tributária (Art. 1º, inciso III da lei n. 8.137/1990)
Letra D: errado! É crime contra a ordem econômica (Art. 4º, inciso I da lei n. 8.137/1990)
GABARITO: E

24. PC-RJ – Oficial de Cartório – 2013 – IBFC (adaptada).


O indiciamento é ato privativo do delegado de polícia, aperfeiçoado em despacho técnico-
jurídico fundamentado, que indicará as provas de materialidade e de autoria delitiva e as
circunstâncias do fato delituoso.
Comentários
Esta é praticamente a reprodução do art. 2º, §6º da Lei nº 12.830/2013.
GABARITO: CERTO

25. PC-RJ – Oficial de Cartório – 2013 – IBFC (adaptada).


Tratando-se o indiciamento de ato voltado à formalização da suspeita em procedimento
instaurado para apurar infração penal e sua autoria, poderá ser realizado por qualquer
autoridade pública que presida essa espécie de procedimento, mesmo sem amparo
constitucional e legal expressos.
Comentários
O indiciamento é ato privativo do delegado de polícia, não podendo ser praticado por qualquer
autoridade pública.
GABARITO: ERRADO

26. PC-RJ – Oficial de Cartório – 2013 – IBFC (adaptada).


O delegado de polícia pode indiciar ou deixar de indiciar alguém por simples subjetivismo, pois
a formalização da suspeita é ato discricionário da autoridade policial que preside a investigação
criminal, não encontrando limites constitucionais e legais que o vinculam.
Comentários

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Dizer que o delegado pode indiciar alguém por simples subjetivismo é ofensivo, não é mesmo? O
indiciamento precisa ser fundamentado, nos termos da Lei nº 12.830/2013.
GABARITO: ERRADO

27. PC-AC - Delegado de Polícia Civil – 2017 – IBADE.


No que tange à investigação criminal conduzida pelo Delegado de Polícia (Lei n° 12.830/2013),
assinale a alternativa correta.
a) As funções de policia judiciária bem como a administrativa e a apuração de infrações penais
exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.
b) O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser
dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da
Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados.
c) Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, desde
que autorizada pela autoridade judiciária.
d) A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado, exceto nos
casos previstos em lei.
e) O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso poderá ser avocado ou
redistribuído por superior hierárquico, independentemente de despacho fundamentado.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 2º, as funções de polícia judiciária e a apuração
de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e
exclusivas de Estado.
A alternativa B está correta, reproduzindo corretamente o teor do art. 3º
A alternativa D está incorreta. Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a
requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos (art.
2º, § 2º)
A alternativa D está incorreta. Nos termos do § 5º do art. 2º, a remoção do delegado de polícia dar-
se-á somente por ato fundamentado.
A alternativa E está incorreta. Nos termos do § 4º do art. 2º, o inquérito policial ou outro
procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior
hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses
de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a
eficácia da investigação.
GABARITO: B

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28. PC-MS - Delegado de Polícia – 2017 – FAPEMS.


Acerca da investigação criminal,
[...] a autoridade policial não é parte no processo penal, não tem interesse que possa deduzir
em juízo e a investigação criminal não guarda autonomia, ela existe orientada ao exercício
futuro da ação. A constatação de comportamentos do indiciado prejudiciais à investigação
deve ser compartilhada entre a autoridade policial e o Ministério Público (ou o querelante,
conforme o caso), para que o autor da ação penal ajuíze seu real interesse em ver a prisão
decretada.
PRADO, Geraldo. Medidas cautetares no processo penal: prisões e suas alternativas. Sõo Paulo:
Revista dos Tribunais, 2011, p. 67.
As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de
polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.
BRASIL. Lei n- 12.830. Dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de policia.
Art. 2$. 2013.
Isso considerado, assinale a alternativa correta.
a) O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato discricionário, mediante
análise fática da ocorrência do fato, e deverá indicar a autoria, materialidade e suas
circunstâncias.
b) O inquérito policial em curso poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico,
independentemente de despacho fundamentado.
c) A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal acarreta o
seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.
d) Da decisão do delegado de polícia que nega o pedido de abertura de inquérito policial
formulado pelo ofendido ou seu representante legal, caberá mandado de segurança.
e) Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia,
informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 2º, § 6º, o indiciamento, privativo do delegado
de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá
indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.
A alternativa B está incorreta. Nos termos do §4º do art. 2º, o inquérito policial ou outro
procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior
hierárquico, mediante despacho fundamentado.
A alternativa C está incorreta. Aqui vale a pena relembrarmos a Súmula 234 STJ: A participação de
membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou
suspeição para o oferecimento da denúncia.
A alternativa D está incorreta. Nos termos do art. 5º, § 2º do Código de Processo Penal, do despacho
que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.

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GABARITO: E

29. PC-AC - Escrivão de Polícia Civil – 2017 – IBADE.


Acerca da Lei n° 12.830/2013, a qual dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo
delegado de polícia, assinale a alternativa correta.
a) O inquérito policial não poderá ser avocado. ainda que por motivo de interesse público
mediante fundamentação do superior hierárquico.
b) Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação
criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como
objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações
administrativas.
c) O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante
análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas
circunstâncias.
d) Durante o processo criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia,
informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.
e) A remoção do delegado de polícia independe de ato fundamentado.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Nos termos do § 4º do art. 2º, o inquérito policial ou outro
procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior
hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses
de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a
eficácia da investigação.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o § 1º do art. 2º, ao delegado de polícia, na qualidade
de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou
outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da
materialidade e da autoria das infrações penais.
A alternativa C está correta. Encontraremos nossa resposta no §6º do art. 2º: o indiciamento,
privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica
do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.
A alternativa D está incorreta. De acordo com o § 2º do art. 2º, durante a investigação criminal, cabe
ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à
apuração dos fatos.
A alternativa E está incorreta. Aqui precisamos mencionar o § 5º: a remoção do delegado de polícia
dar-se-á somente por ato fundamentado.
GABARITO: C

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30. PC-SC - Agente de Polícia Civil – 2017 – FEPESE


É correto afirmar sobre a investigação conduzida por delegado de polícia:
a) A apuração de infrações penais de menor potencial ofensivo, que não possuírem natureza
jurídica, poderá ser delegada a terceiros.
b) O delegado de polícia durante a investigação criminal somente poderá requisitar a produção
de provas após ouvido o Ministério Público.
c) O procedimento investigatório em curso poderá, a qualquer tempo, ser avocado ou
redistribuído por superior hierárquico.
d) A função de polícia judiciária é considerada essencial e exclusiva de Estado.
e) A autonomia investigatória do delegado de polícia o desobriga a observância aos
procedimentos previstos em regulamento da corporação.
Comentários
A alternativa A está incorreta. A Lei n. 12.830/2013 dispõe sobre a investigação criminal conduzida
pelo delegado de polícia.
A alternativa B está incorreta. Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a
requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos (art.
2º, §2º).
A alternativa C está incorreta. O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso
somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho
fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos
procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação
(art. 2º, §4º).
A alternativa D está correta, nos termos do art. 2º.
A alternativa E está incorreta. O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso
somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho
fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos
procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação
(Art. 2º, §4º).
GABARITO: D

31. PC-SP – Auxiliar de Papiloscopista – 2013 – VUNESP.


A Lei n.º 12.037/2009, ao regular a identificação criminal do civilmente identificado, consignou
que:
a) a identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico.
b) apresentado documento de identificação, não poderá ocorrer identificação criminal.
c) não é vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de antecedentes,
mesmo após o trânsito em julgado da sentença condenatória.

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d) apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal apenas nas


hipóteses de rasura ou indícios de falsificação.
e) a identificação civil é atestada somente pela carteira de identidade.
Comentários
As alternativas B e D estão incorretas porque o art. 3º trata das hipóteses em que pode
haver identificação criminal mesmo após a apresentação do documento de identificação
civil. A alternativa C está incorreta porque essa conduta é proibida pelo art. 6º. A
alternativa E está incorreta porque o art. 2º traz uma lista de documentos que também
servem como identificação civil.
GABARITO: A

32. PC-SP – Atendente de Necrotério Policial – 2013 – VUNESP.


Conforme as regras jurídicas estabelecidas na Lei n.º 12.037/09, o civilmente identificado não
será submetido à identificação criminal, exceto, entre outras situações,
a) quando o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações
conflitantes entre si.
b) no caso de o Delegado de Polícia, a seu livre arbítrio, entender que, em razão da gravidade
do crime cometido pelo indiciado, seja conveniente a sua identificação criminal.
c) se o indiciado estiver portando a Carteira de Trabalho, sem registro de emprego, como seu
único documento de identificação.
d) se houver prisão em flagrante e o escrivão entender conveniente a identificação criminal
para instruir o auto de prisão, independentemente de o preso possuir identificação civil.
e) se a pessoa não estiver portando a sua Carteira de identidade (l.G.), que é o único
documento legalmente apto a comprovar a identificação civil.
Comentários
A única alternativa que traz uma possibilidade de identificação criminal do civilmente identificado é
a letra A.
GABARITO: A

33. PC-SP – Papiloscopista Policial – 2013 – VUNESP.


Citadino Gatuno foi preso em flagrante delito pelo crime de roubo. Ao ser levado à Delegacia
de Polícia, no momento da tentativa de sua identificação, Gatuno apresentou o seu documento
de identidade (l.G.), o qual, no entanto, por ter sido molhado pela chuva, apresentava rasura
que dificultava a identificação do preso. Neste caso, com base no que dispõe a Lei n.º
12.037/2009, é correto afirmar que Gatuno
a) não poderá ser identificado criminalmente, uma vez que não teve culpa na rasura do seu
documento de identidade.

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b) deverá ser identificado criminalmente, mas limitado à juntada do processo datiloscópico ao


auto de prisão em flagrante.
c) não poderá ser identificado criminalmente, em nenhuma hipótese, uma vez que é um direito
seu assegurado pela Constituição Federal.
d) não poderá ser identificado criminalmente.
e) poderá ser identificado criminalmente, desde que não seja possível a sua identificação civil.
Comentários
No caso trazido pela questão, Gatuno poderá ser identificado criminalmente, mas apenas nas
hipóteses do art. 3º, entre elas a impossibilidade de identificação civil.
GABARITO: E

34. PC-SP – Papiloscopista Policial – 2013 – VUNESP.


Belo Narciso foi indiciado em inquérito policial por crime contra os costumes, tendo sido
identificado criminalmente. No entanto, a respectiva denúncia não foi aceita e o inqué rito foi
definitivamente arquivado. Narciso, preocupado com sua imagem perante terceiros, requereu,
em seguida, a retirada de sua identificação fotográfica do inquérito policial. Neste caso,
considerando o disposto na Lei n.º 12.037/09, é correto afirmar que Narciso
a) não tem direito à retirada de sua identificação civil, uma vez que esta se constitui em prova
policial, que não pode ser alterada ou suprimida do inquérito policial.
b) deverá ter seu pedido atendido, desde que apresente provas de sua identificação civil.
c) tem direito à retirada da sua identificação criminal do inquérito, mas terá que obter ordem
judicial específica nesse sentido.
d) tem direito à retirada da sua identificação do inquérito, pois a presença desta viola o seu
direito à imagem, não sendo legal qualquer exigência para que seu pedido seja atendido.
e) não pode ter seu pedido atendido, tendo em vista que o inquérito já foi arquivado, não
havendo, portanto, interesse de Narciso em seu pedido.
Comentários
No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou absolvição, é facultado ao indiciado
ou ao réu, após o arquivamento definitivo do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer
a retirada da identificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que apresente provas de sua
identificação civil, nos termos do art. 7º.
GABARITO: B

35. PC-ES – Perito Papiloscópico – 2011 – Cespe.


Acerca da identificação criminal, julgue os itens a seguir à luz da
Lei n.o12.037/2009.
Não se equiparam aos documentos de identificação civis os documentos de identificação
militares.

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Comentários
Questão simples e direta, que cobra o teor do art. 2°, parágrafo único, da Lei n° 12.137/2009. Esse
dispositivo trata dos documentos aptos à identificação civil. Vamos relembrar?
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos:
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;
III – carteira profissional;
IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação
civis os documentos de identificação militares.

GABARITO: ERRADO

36. PC-ES – Perito Papiloscópico – 2011 – Cespe.


Mesmo que apresente documento de identificação civil, o indiciado poderá ser submetido a
identificação criminal quando esta for essencial às investigações, segundo entendimento e
despacho da autoridade policial.
Comentários
Se a identificação criminal for essencial às investigações, é possível que seja realizada mesmo
quando a pessoa apresenta identificação civil. Entretanto, a identificação criminal só pode ser feita
por despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante
representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa.
GABARITO: ERRADO

37. PC-ES – Perito Papiloscópico – 2011 – Cespe.


O mau estado de conservação do documento civil de pessoa indiciada, mesmo que não
possibilite a completa identificação dos caracteres essenciais, impedirá a autoridade policial de
realizar a identificação criminal da referida pessoa.
Comentários
Pode ocorrer identificação criminal quando o estado de conservação ou a distância temporal ou da
localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos
caracteres essenciais.
GABARITO: ERRADO

38. PC-ES – Perito Papiloscópico – 2011 – Cespe.


É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de antecedentes ou em
informações não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória.

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Comentários
Este é o perfeito teor do art. 6° da Lei n° 12.037/2009.
Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de
antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito em julgado da
sentença condenatória.

GABARITO: CERTO

39. SECTEC-GO – Papiloscopista Policial – 2010 – Universa.


Em relação à Lei n.º 12.037/2009, é correto afirmar que, embora apresente documento de
identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando
a) o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação.
b) o órgão expedidor do documento pertencer a outra unidade da federação.
c) o documento não informar o nome do pai.
d) o documento não registrar o número do CPF.
e) o documento apresentado for a carteira de trabalho em que não consta registro de emprego.
Comentários
Essa foi fácil, não é? Das alternativas apresentadas, a única circunstância que realmente
compromete a identificação é a rasura no documento, ou o indício de falsificação.
GABARITO: A

40. POLITEC-MT – Papiloscopista – 2017 – UFMT.


Quanto à possibilidade de identificação criminal, regulamentada pela Lei n° 12.037/2009,
assinale a afirmativa correta.
a) O indiciado será identificado criminalmente se, no momento do flagrante, portar passaporte
emitido pela Polícia Federal e não portar a carteira de identidade emitida por órgão estadual
de Segurança Pública.
b) A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico.
c) O indiciado deverá ser identificado criminalmente se constar registro criminal anteriormente
com o mesmo nome registrado no documento civil apresentado.
d) A identificação criminal em nenhuma hipótese incluirá a coleta de material biológico para a
obtenção do perfil genético e inclusão no Banco de dados de DNA.
Comentários
A alternativa A está incorreta, por causa do art. 2º, que inclui o passaporte entre os documentos de
identificação.
Art. 2º A identificação civil é atestada por QUALQUER dos seguintes documentos:
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;

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III – carteira profissional;


IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação
civis os documentos de identificação militares.

A alternativa B está correta, nos termos do art. 5º.


Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados
aos autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de
investigação.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3o, a identificação criminal poderá incluir a
coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético.

A alternativa C está incorreta. Somente lendo você já pode perceber que isso não faria muito sentido,
não é mesmo? Veja o que diz o art. 3º.
Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal
quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da
autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade
policial, do Ministério Público ou da defesa;
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento
apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do
inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o
indiciado.

A alternativa D está incorreta, nos termos do art. 5º-A.


Art. 5º-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser armazenados em banco
de dados de perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia criminal.

GABARITO: B

41. DPE-MA – Defensor Público – 2015 – FCC.


A Constituição Federal em seu artigo 5°, inciso LVIII reza que “o civilmente identificado não
será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei". A Lei n° 12.037,
de 1° de outubro de 2009, regulamentando o dispositivo constitucional, dentre outras
previsões, admite
a) a identificação obrigatória sob o fundamento de ser o agente estrangeiro.
b) a carteira de trabalho como documento de identificação civil, mas não a carteira de
identidade funcional.

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c) a identificação criminal se o documento apresentado for insuficiente para identificar


cabalmente o indiciado.
d) a identificação criminal se essencial às investigações policiais, se houver despacho
fundamentado da autoridade policial.
e) a identificação datiloscópica, a fotográfica, mas não a coleta de material biológico.
Comentários
O art. 3º trata das hipóteses em que a identificação criminal será exigida, mesmo quando a pessoa
apresentar documento de identificação. Entre elas está a situação em que o documento
apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado (alternativa C). A alternativa A
está incorreta porque o fato de o indiciado ser estrangeiro em nada influencia a sua identificação. A
alternativa B está incorreta porque a carteira de trabalho e a carteira de identificação profissional
servem como documentos de identificação. A alternativa D está incorreta porque o despacho
mencionado compete à autoridade judiciária. A alternativa E está incorreta porque em 2012 foi
incluído o parágrafo único no art. 5º, que prevê a coleta de material biológico para obtenção de
perfil genético.
GABARITO: C

42. PC-CE – Delegado de Polícia – 2015 – VUNESP.


Paulo foi abordado pela polícia na via pública por estar em atitude suspeita e, indagado sobre
sua identidade, apresentou aos policiais uma cédula de identidade (RG) rasurada, o que
levantou suspeitas. Conduzido para a Delegacia de Polícia, com base na Lei de Identificação
Criminal (Lei no 12.037/2009), ao Delegado de Polícia compete a(s) seguinte(s) conduta(s):
a) solicitar de Paulo, como condição para não ser identificado criminalmente, algum
documento fora daqueles previstos no rol do artigo 2º da Lei de Identificação Criminal.
b) requisitar, por despacho fundamentado, a colheita de impressões digitais de Paulo, a
fotografia dele e ainda a coleta de material biológico, considerando a dúvida que recai sobre a
identidade dele em razão do RG rasurado que apresentou na sua abordagem.
c) representar ao juiz pela prisão preventiva de Paulo, considerando que a dúvida sobre sua
real identidade põe em risco a garantia da ordem pública e a aplicação da lei penal, levando-se
em conta que ele foi preso em atitude suspeita na via pública.
d) dispensar Paulo, considerando que a lei de identificação é expressa no sentido de que o
civilmente identificado – como no caso – não será submetido à identificação criminal.
e) registrar a ocorrência, submetendo Paulo, por despacho fundamentado, a processo
datiloscópico e fotográfico, considerando a rasura do documento apresentado por ele, com
base no artigo 3º, inciso I, da Lei de Identificação Criminal.
Comentários
A rasura no documento de identificação é situação que autoriza a identificação criminal, conforme
art. 3º, I. Nessa situação, portanto, o Delegado deverá registrar a ocorrência, submetendo Paulo à
identificação criminal.

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GABARITO: E

43. AGU – Advogado – 2015 – Cespe.


Ao receber uma denúncia anônima por telefone, a autoridade policial realizou diligências
investigatórias prévias à instauração do inquérito policial com a finalidade de obter elementos
que confirmassem a veracidade da informação. Confirmados os indícios da ocorrência de crime
de extorsão, o inquérito foi instaurado, tendo o delegado requerido à companhia telefônica o
envio de lista com o registro de ligações telefônicas efetuadas pelo suspeito para a vítima.
Prosseguindo na investigação, o delegado, sem autorização judicial, determinou a instalação
de grampo telefônico no telefone do suspeito, o que revelou, sem nenhuma dúvida, a
materialidade e a autoria delitivas. O inquérito foi relatado, com o indiciamento do suspeito, e
enviado ao MP.
Nessa situação hipotética, considerando as normas relativas à investigação criminal, A
interceptação telefônica efetuada poderá ser convalidada se o suspeito, posteriormente,
confessar espontaneamente o crime cometido e não impugnar a prova.
Comentários
A interceptação telefônica depende de autorização judicial prévia. Se não houver autorização, não
há a possibilidade de convalidação do ato!
GABARITO: ERRADO

44. PC-CE – Delegado de Polícia – 2015 – Vunesp.


Assinale alternativa que contempla todas as hipóteses de decretação de interceptação
telefônica (art. 3o, Lei no 9.296/96).
a) Pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal; ou pelo juiz, a
requerimento do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução
processual penal.
b) Pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal; ou a requerimento
do representante do Ministério Público ou da autoridade policial, na instrução processual
penal.
c) Pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal; ou a requerimento
do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual
penal.
d) Pelo juiz, de ofício, ou a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal; ou a
requerimento do representante do Ministério Público ou da autoridade policial, na instrução
processual penal.
e) Pelo juiz, de ofício, ou a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal; ou a
requerimento do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução
processual penal.

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Comentários
Aqui a banca nos cobra a letra do art. 3o da Lei no 9.296/1996:
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício
ou a requerimento:
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual
penal.

GABARITO: E

45. PC-CE – Delegado de Polícia – 2015 – Vunesp.


No curso das investigações, a Autoridade Policial toma conhecimento de intenso tráfico de
drogas realizado por uma associação em determinada região da cidade e, com vistas à
identificação e prisão dos criminosos, intercepta as conversas telefônicas de quatro suspeitos.
Com relação a essa conduta, é correto afirmar que a Autoridade Policial
a) agiu corretamente, considerando que uma vez presentes fortes indícios de autoria e
materialidade de delito punido com pena de reclusão, pode a Autoridade Policial determinar a
interceptação das conversas telefônicas com base na Lei no 9.296/96.
b) incorreu no crime previsto no artigo 10 da Lei no 9.296/96.
c) agiu corretamente, considerando que a interceptação de comunicações telefônicas
sobrepõe-se e dispensa outros meios de provas.
d) não agiu corretamente, porque, segundo a lei, somente se autoriza interceptação de
comunicação telefônica no curso da instrução processual e não no curso das investigações.
e) não agiu corretamente, porque deveria ter submetido a análise da necessidade dessa prova
ao Ministério Público, buscando autorização com o órgão ministerial.
Comentários
A autoridade policial NÃO PODE fazer interceptação telefônica por conta própria, em hipótese
alguma. Essa conduta inclusive é considerada crime pela própria Lei no 9.296/1996.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou
telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não
autorizados em lei.
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

GABARITO: B

46. TRF 1a Região – Juiz Federal – 2015 – Cespe.


A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz a
requerimento
a) do assistente de acusação, durante a investigação criminal.
b) do ministro da Fazenda, quando da investigação de crimes contra a ordem tributária.
c) da autoridade policial, durante a investigação criminal.

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d) do MP, somente após o recebimento da denúncia.


e) do ministro da Justiça, se o crime praticado envolver a violação de direitos humanos.
Comentários
Mais uma vez a banca nos cobra conhecimento do conteúdo do art. 3 o, que apenas permite que a
interceptação seja autorizada a pedido da autoridade policial, na investigação criminal; ou do
representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.
GABARITO: C

47. PC-BA – Delegado de Polícia – 2013 – Cespe.


A conversa telefônica gravada por um dos interlocutores não é considerada interceptação
telefônica.
Comentários
O STF já aceitou a prova obtida por meio da gravação realizada por um dos interlocutores. Nesse
caso não há interceptação telefônica, e, portanto, não há ofensa à Constituição Federal.
GABARITO: CERTO

48. MPE-SC – Promotor de Justiça – 2013 – MPE-SC.


A interceptação telefônica ou interceptação em sentido estrito consiste na captação da
comunicação telefônica por um terceiro, sem o conhecimento de nenhum dos comunicadores;
enquanto a escuta telefônica reveste-se na captação da comunicação telefônica por terceiro,
com o conhecimento de um dos comunicadores e desconhecimento do outro.
Comentários
Perceba que para responder essa questão bastava conhecer os conceitos utilizados pela Doutrina e
pela Jurisprudência. Vamos relembrar?

Captação da comunicação telefônica alheia


INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA por terceiro, sem o conhecimento dos
comunicadores.

Captação da comunicação telefônica por


terceiro, com o conhecimento de um dos
ESCUTA TELEFÔNICA
comunicadores e desconhecimento do
outro.

Gravação da comunicação por um dos


comunicadores (autogravação). É feita sem
GRAVAÇÃO TELEFÔNICA
o conhecimento do outro, por isso
clandestina;

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Captação da comunicação no próprio


INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL ambiente, por terceiro, sem conhecimento
dos comunicadores

Captação da comunicação, no ambiente


ESCUTA AMBIENTAL dela, feita por terceiro, com o
consentimento de um dos comunicadores;

Captação no ambiente da comunicação


GRAVAÇÃO AMBIENTAL feita por um dos comunicadores (com
gravador ou câmeras).

GABARITO: CERTO

49. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe.


Dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e em escutas ambientais,
judicialmente autorizadas para produção de prova em investigação criminal ou em instrução
processual penal, podem ser usados em procedimento administrativo disciplinar, contra a
mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra outros servidores
cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa prova.
Comentários
Tanto o STJ quanto o STF já se manifestaram no sentido da possibilidade de utilizar prova
emprestada, inclusive em processo administrativo disciplinar, desde que a prova tenha sido
produzida de forma lícita.
GABARITO: CERTO

50. AGU – Procurador Federal – 2007 – Cespe.


A interceptação das comunicações telefônicas somente pode ser autorizada se outros meios
de prova mostrarem-se insuficientes para a elucidação do fato criminoso e se existirem indícios
razoáveis de autoria ou participação em crime punido com reclusão. Entende o STF, todavia,
que, uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as
informações e provas coletadas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em
crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos primeiros tipos penais que
justificaram a interceptação.
Comentários
Essa questão é excelente! Perceba que o STF autoriza a utilização das informações obtidas por meio
de interceptação telefônica lícita inclusive para subsidiar denúncia por crime punível com pena de
detenção. Você também já sabe que os Tribunais Superiores ampliaram esse entendimento,
permitindo a utilização da prova emprestada inclusive em processo administrativo.
GABARITO: CERTO

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51. AGU – Advogado – 2009 – Cespe.


É possível a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação telefônica, mesmo que
sucessiva, especialmente quando se tratar de fato complexo que exija investigação
diferenciada e contínua.
Comentários
A interceptação telefônica não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo
uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. A Jurisprudência do STJ é no sentido
de que a renovação pode ser feita mais de uma vez, desde que seja comprovada a necessidade.
GABARITO: CERTO

52. AGU – Advogado – 2009 – Cespe.


Considere que, após realização de interceptação telefônica judicialmente autorizada para
apurar crime contra a administração pública imputado ao servidor público Mário, a autoridade
policial tenha identificado, na fase de inquérito, provas de ilícitos administrativos praticados
por outros servidores. Nessa situação hipotética, considerando-se que a interceptação
telefônica tenha sido autorizada judicialmente apenas em relação ao servidor Mário, as provas
obtidas contra os outros servidores não poderão ser usadas em procedimento administrativo
disciplinar.
Comentários
Já deu pra perceber que o Cespe se apega a certos aspectos relacionados à interceptação telefônica,
não é mesmo? Espero que tenha ficado bem claro para você que a utilização da prova emprestada
é possível, inclusive em processo administrativo disciplinar, mesmo contra outros servidores.
GABARITO: ERRADO

53. DPE-ES – Defensor Público – 2009 – Cespe.


Não se admite a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato investigado
constitui infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
Comentários
A interceptação só pode ser autorizada para investigar crime punível com pena de reclusão, mas,
caso numa interceptação legítima seja obtida informação acerca de fato criminoso punível com
detenção, não há empecilho à utilização dessa informação para subsidiar denúncia.
GABARITO: CERTO

54. MPE-SP – Analista de Promotoria – 2013 – IBFC.


Com relação ao pedido de interceptação telefônica previsto na Lei Federal n° 9.296/1996,
assinale a alternativa CORRETA:
a) Será feito, apenas, por escrito, e deverá ser decidido em 48 (quarenta e oito) horas.
b) Como regra, será feito verbalmente ao juiz, para preservar o sigilo das investigações, e
deverá ser decidido em 48 (quarenta e oito) horas.

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c) Será feito, apenas, por escrito, contendo a demonstração de sua necessidade para a
apuração da infração penal, indicando os meios a serem empregados, e deverá ser decidido
em 24 (vinte e quatro) horas.
d) Como regra, será feito por escrito e, em casos excepcionais, o juiz poderá admitir seja
formulado verbalmente e, em ambos os casos, deverá ser decidido em 24 (vinte e quatro)
horas.
e) Como regra, será feito por escrito e, em casos excepcionais, o juiz poderá admitir seja
formulado verbalmente e, em ambos os casos, deverá ser decidido em 48 (quarenta e oito)
horas.
Comentários
Nos termos do art. 4o, o pedido pode ser admitido excepcionalmente de forma verbal, desde que
estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será
condicionada à sua redução a termo, devendo o pedido ser decidido no prazo de 24h.
GABARITO: D

55. MPE-SP – Analista de Promotoria – 2013 – IBFC.


Analise as assertivas abaixo:
I. Admite-se a interceptação telefônica se o fato investigado constituir infração penal punida,
no máximo, com pena de detenção.
II. Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando a prova puder ser
feita por outros meios disponíveis.
III. A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, destina-se à obtenção
de prova em investigação criminal.
IV. Admite-se a interceptação telefônica ainda que não hajam indícios razoáveis de autoria ou
participação em infração penal, já que a medida visa, justamente, o esclarecimento dos fatos.
Com relação às disposições da Lei de Interceptação Telefônica, está CORRETO, apenas, o que
se afirma em:
a) II e III.
b) I e II.
c) I e IV.
d) II.
e) III e IV.
Comentários
A assertiva I está incorreta porque o crime deve ser punido com reclusão. A assertiva IV está
incorreta porque para admitir-se a interceptação telefônica deve haver indícios razoáveis de autoria
ou participação em infração penal.
GABARITO: A

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56. MPE-RJ - Analista do Ministério Público – 2016 – FGV.


Carlos é investigado pela prática do crime de homicídio culposo na direção de veículo
automotor (art. 302, CTB – pena: detenção, de 2 a 4 anos, e suspensão ou proibição de se obter
a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor). No curso das investigações, o
Ministério Público encontra dificuldades na obtenção da justa causa, mas constam informações
de que Carlos conversa e ri dos fatos com amigos ao telefone, admitindo o crime. Diante disso,
o delegado representa pela interceptação de comunicações telefônicas. Sobre os fatos
narrados, é correto afirmar que a interceptação:
a) não deverá ser decretada, pois ainda na fase de inquérito policial;
b) poderá ser decretada, mas não poderá ultrapassar o prazo de 30 dias, prorrogável por igual
período;
c) não deverá ser decretada em razão da pena prevista ao delito investigado;
d) poderá ser decretada e a divulgação de seu conteúdo sem autorização judicial configura
crime;
e) poderá ser decretada, sendo que o conteúdo interceptado deverá ser, necessariamente,
integralmente transcrito.
Comentários
Correto o item C, pois não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato
investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. (Art. 2º, III da lei
n° 9.296/1996).
Letra A: errado! A interceptação telefônica pode ser decretada tanto em sede de investigação
criminal (ex.: inquérito policial) quanto em sede de instrução processual (fase judicial). (Art. 1º da lei
n° 9.296/1996)
Letra B: errado! A interceptação não poderá ser decretada, mas caso fosse, a sua duração não
excederia o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a
indispensabilidade do meio de prova. (Art. 5º da lei n° 9.296/1996).
Letra D: errado! A interceptação não poderá ser decretada. Destaco para vocês que a última parte
da questão está correta, uma vez que constitui crime quebrar, sem autorização, o segredo de justiça
que os conteúdos interceptados gozam. (Art. 10 da lei n° 9.296/1996).
Letra E: errado! A interceptação não poderá ser decretada. Mais do que isso, somente no caso de a
diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será determinada a sua transcrição.
(Art. 6º, §1º da lei n° 9.296/1996)
GABARITO: C

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57. PJC-MT - Delegado de Polícia – 2017 – CESPE.


Acerca dos procedimentos e pressupostos legais da interceptação telefônica, assinale a opção
correta.
a) É possível a interceptação telefônica em investigação criminal destinada a apuração de delito
de ameaça ocorrido em âmbito doméstico e abrangido pela Lei Maria da Penha.
b) Pode o juiz, excepcionalmente, admitir o pedido de interceptação telefônica feito pela
autoridade policial de forma verbal, condicionada a sua concessão à redução do pedido a
termo.
c) No curso das investigações e no decorrer da instrução criminal, a interceptação telefônica
poderá ser determinada de ofício pelo juiz.
d) Decisão judicial que indefira pedido de interceptação telefônica formulado por autoridade
policial será irrecorrível; aquela decisão que indeferir requerimento formulado pelo MP poderá
ser impugnada por recurso em sentido estrito.
e) A interceptação telefônica inicialmente realizada sem autorização judicial poderá, mediante
consentimento dos interlocutores, ser validada posteriormente pelo juiz da causa.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Nos termos do art. 2º, não será admitida a interceptação de
comunicações telefônicas quando, entre outras hipóteses, o fato investigado constituir infração
penal punida, no máximo, com pena de detenção.
A alternativa B está correta. De acordo com o art. 4°, § 1°, excepcionalmente, o juiz poderá admitir
que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que
autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.
A alternativa C está incorreta. Nos termos do art. 3°, a interceptação das comunicações telefônicas
poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento:
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.
A alternativa D está incorreta. Concordando com os termos do requerimento de Interceptação
formulado pelo Delegado, o Ministério Público poderá recorrer da decisão, por meio do Recurso em
Sentido Estrito.
A alternativa E está incorreta, nos termos do seguinte julgado do STJ.
DIREITO PROCESSUAL PENAL. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA SEM AUTORIZAÇÃO
JUDICIAL. VÍCIO INSANÁVEL.
Não é válida a interceptação telefônica realizada sem prévia autorização judicial, ainda que haja
posterior consentimento de um dos interlocutores para ser tratada como escuta telefônica e
utilizada como prova em processo penal. A interceptação telefônica é a captação de conversa
feita por um terceiro, sem o conhecimento dos interlocutores, que depende de ordem judicial, nos
termos do inciso XII do artigo 5º da CF, regulamentado pela Lei n. 9.296/1996. A ausência de
autorização judicial para captação da conversa macula a validade do material como prova para
processo penal. A escuta telefônica é a captação de conversa feita por um terceiro, com o

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conhecimento de apenas um dos interlocutores. A gravação telefônica é feita por um dos


interlocutores do diálogo, sem o consentimento ou a ciência do outro.
A escuta e a gravação telefônicas, por não constituírem interceptação telefônica em sentido estrito,
não estão sujeitas à Lei 9.296/1996, podendo ser utilizadas, a depender do caso concreto, como
prova no processo. O fato de um dos interlocutores dos diálogos gravados de forma clandestina ter
consentido posteriormente com a divulgação dos seus conteúdos não tem o condão de legitimar o
ato, pois no momento da gravação não tinha ciência do artifício que foi implementado pelo
responsável pela interceptação, não se podendo afirmar, portanto, que, caso soubesse, manteria
tais conversas pelo telefone interceptado. Não existindo prévia autorização judicial, tampouco
configurada a hipótese de gravação de comunicação telefônica, já que nenhum dos interlocutores
tinha ciência de tal artifício no momento dos diálogos interceptados, se faz imperiosa a declaração
de nulidade da prova, para que não surta efeitos na ação penal.
Precedente citado: EDcl no HC 130.429-CE, DJe 17/5/2010. HC 161.053-SP, Rel. Min. Jorge Mussi,
julgado em 27/11/2012.

GABARITO: B

58. PCDF – Papiloscopista – 2015 – Universa.


Constitui um dos requisitos para que seja admitida a interceptação telefônica, segundo a Lei
n.º 9.296/1996, o(a)
a) fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
b) existência de indícios razoáveis da participação em infração penal.
c) fato investigado constituir infração penal punida com pena de multa.
d) indício razoável da autoria em contravenção penal.
e) possibilidade de a prova poder ser feita por outros meios disponíveis.
Comentários
Para responder corretamente à questão você precisa conhecer o art. 2o da Lei no 9.296/1996.
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer
das seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

Você já deve ter percebido que a única resposta possível é a alternativa B, pois é necessário haver
indícios razoáveis, o fato investigado precisa ser punido pelo menos com reclusão (o que já exclui as
contravenções penais), e, além disso, não pode ser possível que a prova seja feita por outros meios.
GABARITO: B

59. PCDF – Agente – 2009 – Universa.


A Constituição Federal de 1988 assegurou como direito fundamental a inviolabilidade do sigilo
de comunicação como regra (art. 5º, XII) e, excepcionalmente, a interceptação da comunicação
telefônica, regulamentada pela Lei n.º 9.296, de 1996. Nesse contexto, assinale a alternativa
correta.

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a) O juiz poderá ordenar a interceptação telefônica quando sua destinação for para instruir o
processual penal e o civil.
b) A interceptação telefônica somente poderá ser determinada pelo juiz ex officio.
c) A interceptação telefônica será autorizada ainda que seja possível colher a prova por outros
meios disponíveis.
d) A gravação de uma conversa entre dois interlocutores, feita por um deles sem conhecimento
do outro, é ilícita.
e) O juiz de direito pode, excepcionalmente, admitir que o pedido de interceptação telefônica
seja feito verbalmente.
Comentários
A alternativa A está incorreta porque a Lei nº 9.296/1996 regulamenta a interceptação telefônica
para prova em investigação criminal e em instrução processual penal. A alternativa B está incorreta
porque a interceptação poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da autoridade
policial ou do representante do Ministério Público. A alternativa C está incorreta porque a
interceptação não será admitida quando houver outros meios para produção da prova. A alternativa
D está incorreta porque a gravação de uma conversa na qual se é interlocutor não é considerada
interceptação, e não é crime.
GABARITO: E

60. ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010 – Cespe.


Constitui crime realizar interceptação de comunicações, sejam elas telefônicas, informáticas,
ou telemáticas, ou, ainda, quebrar segredo da justiça sem autorização judicial ou com objetivos
não autorizados em lei.
Comentários
A assertiva cobra diretamente o teor do art. 10 da Lei n° 9.296/1996. Lembre-se, porém, que a
gravação telefônica (autogravação) não constitui crime.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou
telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não
autorizados em lei.
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

GABARITO: CERTO

61. Polícia Científica–PE - Perito – 2016 – Cespe.


A interceptação de comunicações telefônicas
a) pode ser determinada de ofício pelo juiz durante a investigação criminal.
b) pode ser requerida pela autoridade policial no curso da instrução processual penal.
c) depende da existência de indícios razoáveis de autoria e da materialidade da infração penal.

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d) é admitida, quando autorizada por juiz, mesmo que a prova possa ser feita por outros meios
disponíveis.
e) é admitida se o fato investigado constituir infração penal punida, pelo menos, com pena de
detenção.
Comentários
Nossa resposta é a alternativa A, pois o art. 3o autoriza, já em seu caput, a decretação da
interceptação telefônica de ofício pelo juiz. A alternativa B está incorreta porque a medida pode ser
requerida pela autoridade policial no curso da investigação criminal, e não da instrução processual
penal. A alternativa C está incorreta porque a exigência do art. 2o é de que haja indícios de
participação na infração penal, e não de materialidade. A alternativa D está incorreta porque a
interceptação só é autorizada quando não for possível a produção de provas por outros meios. A
alternativa E está incorreta porque a interceptação não é admitida para infrações punidas com pena
de até detenção.
GABARITO: A

62. PC-GO – Agente de Polícia – 2016 – Cespe.


Caso uma pessoa seja ré em processo criminal por supostamente ter cometido homicídio
qualificado, eventual interceptação de suas comunicações telefônicas
a) dependerá de ordem do juiz competente, sob segredo de justiça.
b) poderá ser admitida por meio de parecer favorável de representante do MP.
c) não poderá exceder o prazo improrrogável de quinze dias, se concedida pelo juiz.
d) poderá ser admitida, ainda que a prova possa ser feita por outros meios.
e) deverá ser negada, se for requerida verbalmente ao juiz competente.
Comentários
A interceptação telefônica sempre de pende de ordem judicial, e por isso nossa resposta será a
alternativa A. Isso também torna a alternativa B incorreta, não é mesmo!? A interceptação não
poderá exceder o prazo de 15 dias, mas pode haver prorrogação, nos termos do art. 5o. A alternativa
C, portanto, está incorreta. A alternativa D está incorreta porque a interceptação telefônica somente
pode ser admitida quando não for possível produzir a prova por outros meios. A alternativa E está
incorreta porque, excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado
verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação.
GABARITO: A

63. PC-GO – Agente de Polícia – 2016 – Cespe.


• Cláudio responde a IP por supostamente ter cometido crime sujeito a pena de reclusão.
• Ana é ré em processo criminal por supostamente ter cometido crime sujeito a pena de
detenção.
• Clóvis responde a IP por supostamente ter cometido crime sujeito a pena de detenção.

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Nessas situações hipotéticas, poderá ocorrer a interceptação das comunicações telefônicas


a) de Cláudio e de Clóvis, mediante requerimento da autoridade policial.
b) somente de Ana, por meio de requerimento do representante do MP.
c) somente de Clóvis, mediante requerimento do representante do MP.
d) de Ana, de Clóvis e de Cláudio, por meio de despacho de ofício do juiz ou mediante
requerimento da autoridade policial ou do representante do MP.
e) somente de Cláudio, por meio de despacho de ofício do juiz.
Comentários
A questão cobra conhecimento do dispositivo segundo o qual não pode haver interceptação
telefônica quando o crime em questão tiver cominada a pena de até detenção. Somente quando
houver previsão da pena de reclusão poderá haver interceptação telefônica, e por isso o apenas
Cláudio poderá ter suas comunicações interceptadas. Nossa resposta, portanto, é a alternativa E.
GABARITO: E

64. TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário – Contabilidade – 2017 – CESPE.


Embora a CF preveja a inviolabilidade das comunicações telefônicas, é admitida a
interceptação das comunicações telefônicas, na forma da lei, para fins de investigação criminal
ou
a) instrução processual penal, mediante autorização judicial, por determinação de comissão
parlamentar de inquérito regularmente instaurada, ou investigação de ato de improbidade
administrativa, por determinação do Ministério Público.
b) instrução processual penal, mediante autorização judicial.
c) instrução processual penal, mediante autorização judicial, ou por determinação de comissão
parlamentar de inquérito regularmente instaurada.
d) instrução processual penal, mediante autorização judicial, ou investigação de ato de
improbidade administrativa, por determinação do Ministério Público.
Comentários
Nos termos do art. 1º, a interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para
prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto na Lei n.
9.296/1997 e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.
GABARITO: B

65. SERES-PE - Agente de Segurança Penitenciária – 2017 – CESPE.


De acordo com a Lei n.º 9.296/1996, a interceptação de comunicações telefônicas como meio
de prova em investigação criminal deve ser
a) admitida em inquéritos instaurados para a apuração de crimes punidos com pena de
detenção ou reclusão.

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b) deferida de ofício por autoridade policial, independentemente de autorização judicial.


c) deferida por autoridade judicial e conduzida por autoridade policial, que deverá dar ciência
ao Ministério Público, para que este acompanhe as diligências.
d) registrada nos próprios autos do inquérito, resguardando-se sigilo quanto aos investigados.
e) executada por técnicos especializados das concessionárias de serviço público de telefonia,
conforme determinar a autoridade policial.
Comentários
A alternativa A está incorreta, nos termos do art. 2º da Lei n. 9.296/1997.
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer
das seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

A alternativa B está incorreta, nos termos do art. 1º.


Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em
investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá
de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.

A alternativa C está correta, nos termos do art. 6º.


Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação,
dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização.

A alternativa D está incorreta, nos termos do art. 8º.


Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos
apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o
sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas.
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do relatório da
autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na
conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538
do Código de Processo Penal.

A alternativa E está incorreta, nos termos do art. 7º.


Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial poderá
requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público.

GABARITO: C

66. PC-AC - Agente de Polícia Civil – 2017 – IBADE.


Euclênio, jornalista, teve seu telefone interceptado para que fosse descoberta a fonte de uma
reportagem, uma vez que alguém repassara informações a ele para uma matéria sobre
corrupção no poder público. A polícia civil, ao elaborar a representação pela receptação
telefônica sustentou que a fonte do jornalista participara de um esquema de desvio de verbas
públicas e sua identificação seria imprescindível para o sucesso da investigação. Nesse
contexto, é correto afirmar que:

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a) em que pese o sigilo da fonte ser um direito fundamental, a interceptação telefônica é legal,
mesmo que o jornalista não tenha participado do crime.
b) a interceptação telefônica é legal, mesmo que c jornalista não tenha participado do crime,
devendo ser considerado que o sigilo da fonte não foi arrolado entre os direitos fundamentais.
c) a interceptação telefônica é ilegal porquanto o jornalista não tenha participação no crime e
a CRFB/88 estabeleça o sigilo da fonte como direito individual.
d) considera-se a interceptação telefônica ilegal, tendo em vista que o jornalista não participou
do crime, contudo não há previsão constitucional ao sigilo da fonte.
e) o jornalista não poderia ser interceptado em hipótese alguma, pois a CRFB/88 lhe garante a
cláusula de reserva absoluta.
Comentários
Como você já sabe, a interceptação telefônica deverá ser utilizada apenas para fins de investigação
criminal, e não para quebrar o sigilo da fonte jornalística. Portanto, a interceptação telefônica do
caso da questão foi realizada ilegalmente.
GABARITO: C

67. PC-AC - Agente de Polícia Civil – 2017 – IBADE.


No que tange à Lei n° 9.296/1996, que regulamenta a interceptação de comunicação
telefônica, assinale a alternativa correta.
a) A decisão que autorizar a interceptação de comunicação telefônica será fundamentada, sob
pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá
exceder o prazo de dez dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a
indispensabilidade do meio de prova.
b) Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato investigado
constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
c) O juiz. no prazo máximo de quarenta e oito horas, decidirá sobre o pedido de interceptação
de comunicação telefônica representado pela autoridade policial.
d) A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, a
requerimento da autoridade policial, na instrução criminal.
e) A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em
investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta lei e
dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, excluindo-se o segredo de justiça.
Comentários
A alternativa A está incorreta. O prazo é de 15 dias, renovável por igual período.
A alternativa B está correta, nos termos do art. 2º, III.
A alternativa C está incorreta. O prazo máximo neste caso é e 24 horas.

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A alternativa D está incorreta. Particularmente, considero essa alternativa um pouco estranha. A


meu ver ela está correta, apesar de incompleta.
A alternativa E está incorreta. Nos termos do art. 1º, a interceptação de comunicações telefônicas,
de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal,
observará o disposto nesta lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob
segredo de justiça.
GABARITO: B

68. Câmara de Salvador – BA - Especialista - Advogado Legislativo – 2018 – FGV.


Durante determinada investigação penal de crime de associação para o tráfico, entendendo
pela existência de indícios de autoria e inexistência de outros meios para obtenção da prova, a
autoridade policial representou pela decretação da interceptação das comunicações das linhas
telefônicas de titularidade de determinado investigado. Ao receber o pedido, o magistrado, de
maneira fundamentada, autorizou a interceptação pelo prazo inicial de 30 (trinta) dias,
deixando claro que eventual pedido de prorrogação desse prazo deveria ser devidamente
fundamentado.
Com base apenas nas informações narradas, é correto afirmar que:
a) a interceptação das comunicações telefônicas não poderia ser requerida pela autoridade
policial, dependendo a autorização de pedido expresso do Ministério Público;
b) a interceptação das comunicações telefônicas não poderia ser autorizada durante as
investigações, sob pena de violação do sistema acusatório;
c) o crime de associação para o tráfico, diante da sanção penal prevista, não admite
interceptação das comunicações telefônicas;
d) o prazo fixado pelo magistrado na decisão que autorizou a interceptação das comunicações
telefônicas não é válido;
e) a decisão que determinou a interceptação das comunicações telefônicas foi válida, diante
do crime investigado, da representação da autoridade policial e do prazo fixado.
Comentários
Letra A: errado! A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de
ofício, ou ainda, a requerimento da autoridade policial na investigação criminal ou do representante
do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. (Art. 3º da lei n°
9.296/1996)
Letra B: errado! A interceptação telefônica pode ser decretada tanto em sede de investigação
criminal (ex.: inquérito policial) quanto em sede de instrução processual (fase judicial), não sendo
possível se falar em qualquer violação ao sistema acusatório (Art. 1º da lei n° 9.296/1996)
Letra C: errado! O crime de associação para o tráfico (art. 35 da lei n° 11.343/2006) é punido com a
pena de reclusão de 3 (três) a 10 (dez) anos, admitindo, assim, a decretação de interceptação
telefônica, pois no que tange as penas, tal medida somente não será aplicada se o fato investigado
constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. (Art. 2º, III da lei n° 9.296/1996)

Legislação Especial p/ PC-PA (Investigador) Com videoaulas - 2019 73


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Letra D: correto! O prazo de 30 (trinta) dias fixado pelo magistrado na decisão que autorizou a
interceptação das comunicações telefônicas não é válido, pois a interceptação é medida que não
poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a
indispensabilidade do meio de prova. (Art. 5º da lei n° 9.296/1996)
Letra E: a decisão que determinou a interceptação das comunicações telefônicas não foi válida,
diante do prazo de 30 (trinta) dias que fixado. Mais uma vez: a interceptação é medida que não
poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a
indispensabilidade do meio de prova. (Art. 5º da lei n° 9.296/1996)
GABARITO: D

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9.2 - LISTA DE QUESTÕES

1. MPDFT – Promotor de Justiça – 2015 – MPDFT (adaptada).


O crime de expor à venda mercadorias impróprias para o consumo (Lei 8.137/90), tendo sido
preservados vestígios do delito, exige, para a sua comprovação, a realização de perícia,
segundo o Superior Tribunal de Justiça.
2. TJ-PB – Juiz de Direito – 2015 – Cespe (adaptada).
Deixar de fornecer, quando obrigatória, nota fiscal relativa à venda de mercadoria ou prestação
de serviço efetivamente realizado é crime cuja conduta típica classifica-se como material, visto
que somente se consuma quando há o lançamento definitivo do tributo.
3. MPE-PE – Promotor de Justiça – 2014 – FCC.
De acordo com a atual posição do Supremo Tribunal Federal, nos crimes materiais contra a
ordem tributária, o início do lapso prescricional ocorre com
a) a instauração de inquérito policial.
b) a representação fiscal ao Ministério Público para fins penais.
c) a data de efetiva supressão de tributo.
d) o lançamento definitivo do tributo.
e) a instauração do procedimento administrativo-fiscal.
4. MPE-SC – Promotor de Justiça – 2014 – FEPESE.
Vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição
esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva
classificação oficial, não constitui crime contra as relações de consumo, mas, sim, infração
administrativa, punida com multa de 10 a 200 salários mínimos, aplicada pelo órgão fiscalizador
competente.
5. TRF 3a Região – Analista Judiciário – 2014 – FCC.
Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1o , incisos I a IV, da
Lei no 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.
O enunciado da Súmula Vinculante 24 do STF, citado acima, mais diretamente implica que
a) o erro sobre elemento do tipo penal exclui o dolo.
b) reduz-se a pena quando, até o recebimento da denúncia, o agente de crime cometido sem
violência ou grave ameaça reparar o dano ou restituir a coisa.
c) a prescrição começa a correr do dia em que o crime se consumou.
d) o erro inevitável sobre a ilicitude do fato isenta de pena.
e) a confissão espontânea da autoria do crime atenua a pena.

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6. TJ-SP – Juiz de Direito – 2014 – VUNESP.


Acerca de crime contra a ordem tributária, previsto no art. 1.º, incisos I a IV, da Lei n.º 8.137/90
(constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: …), assinale a opção que contenha
afirmação falsa:
a) Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto nestas hipóteses, antes do
lançamento definitivo do tributo.
b) Não há justa causa para a ação penal antes de esgotada a via administrativa, ou seja, antes
do lançamento definitivo do tributo.
c) Por inexistir subordinação entre as instâncias penal e administrativa, no que tange ao delito
em tela não há que se falar na exigência do esgotamento da via administrativo-fiscal para
caracterização do tipo e configuração da justa causa para a ação penal.
d) Se está pendente recurso administrativo que discute o débito tributário perante as
autoridades fazendárias, não há falar-se em início do lapso prescricional, que somente se
iniciará com a consumação deste delito, nos termos do art. 111, inc. I, do Código Penal.
7. MPF – Procurador da República – 2013 – MPF (adaptada).
O momento consumativo dos crimes de sonegação fiscal, tipificados nos arts. 1º e 2º, da Lei n.
8.137/1990, depende da conformação do elemento normativo do tipo que, por sua vez,
somente ocorre com o lançamento definitivo do tributo, consoante construção pretoriana
consolidada na Súmula Vinculante n. 24, do STF.
8. TRF-5 – Juiz Federal – 2013 – Cespe.
No que se refere aos delitos de natureza econômica, financeira, tributária e decorrentes das
relações de consumo, assinale a opção correta.
a) Admite-se a modalidade culposa do crime de omitir informação relevante sobre a
durabilidade de produto alimentício no exercício de atividade comercial.
b) O dono de posto de combustível que adquire dois mil litros gasolina e, então, mistura a
gasolina a água e solvente, colocando o produto adulterado à venda em seu estabelecimento
comercial, comete o delito de estelionato previsto no art. 171 do CP, já que, com essa conduta,
obtém, mediante fraude, vantagem econômica ilícita em prejuízo de terceiro.
c) Em se tratando de crime de supressão de tributo mediante falsificação de nota fiscal, o sócio
gerente responsável pela administração contábil e financeira da empresa que admitir à
autoridade policial ter praticado o delito e revelar a participação de outros sócios, ou mesmo
de contadores e falsários, salvo em caso de quadrilha, será beneficiado pela diminuição da
pena, de um a dois terços, na terceira fase de sua aplicação.
d) Tratando-se de crimes contra o sistema financeiro, a pessoa jurídica poderá ser condenada
criminalmente quando comprovada a ofensa a bens supraindividuais, a fim de se manter a
confiabilidade do sistema como um todo.

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e) Não constitui crime a conduta de deixar de fornecer à fiscalização tributária documento


obrigatório relativo à prestação de serviços realizada, sujeitando-se o infrator a penalidade
administrativa e ao pagamento de multa.
9. TJ-RJ – Juiz de Direito – 2012 – VUNESP.
Assinale a alternativa que retrata o entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal.
a) Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1.º, incisos I a IV, da
Lei n.º 8.137/90, antes de exaurida a discussão na esfera cível.
b) Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1.º, incisos I a IV, da
Lei n.º 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.
c) Não se tipifica crime contra a ordem tributária antes de exaurida a discussão na esfera cível.
d) Não se tipifica crime contra a ordem tributária antes do lançamento definitivo do tributo.
10. AGU – Advogado – 2012 – Cespe.
A lei estabelece, com relação ao sistema de vendas ao consumidor em que o preço do produto
seja sugerido pelo fabricante, que, se este praticar crime contra as relações de consumo,
responderá por esse ato também o distribuidor ou o revendedor.
11. STJ – Analista Judiciário – 2012 – Cespe.
Praticará crime contra a ordem tributária o gerente de empresa que elevar o valor de venda a
prazo de determinados bens mediante cobrança de comissão considerada ilegal.
12. TCE-BA – Procurador – 2010 – Cespe.
Com relação à materialidade do crime contra a ordem tributária previsto na Lei n.º 8.137/1990,
apesar de a jurisprudência do STF reconhecer o lançamento definitivo do tributo como
condição objetiva de punibilidade, o plenário da Corte Suprema rejeitou proposta de súmula
vinculante tendente a consolidar tal entendimento.
13. TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Remoção – 2017 – CONSULPLAN
(Adaptada).
O STJ entende que, para caracterizar o crime previsto no art. 7º, IX, da Lei nº 8.137/1990,
delitos contra as relações de consumo, é prescindível a realização de perícia a fim de atestar se
as mercadorias apreendidas estavam em condições impróprias para o consumo.
14. TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Remoção – 2017 – CONSULPLAN
(Adaptada).
A lei estabelece, com relação ao sistema de vendas ao consumidor em que o preço do produto
seja sugerido pelo fabricante, que, se este praticar crime contra as relações de consumo,
responderá por esse ato também o distribuidor ou o revendedor.
15. PC-MS - Delegado de Polícia – 2017 – FAPEMS (Adaptada).
A exposição à venda de mercadoria em condições impróprias é considerada crime contra as
relações de consumo por meio da Lei n° 8.137/1990, ainda quando praticada culposamente.

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16. TJ-RO - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento – 2017 – IESES (Adaptada).
Não há previsão expressa de crime culposo na Lei 8.137/90, a qual define crimes contra a
ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências.
17. MPE-RR - Promotor de Justiça Substituto – 2017 – CESPE.
João, prestador de serviços, trabalha como MEI na forma da Lei Complementar n.º 123/2006
(SIMPLES Nacional). Nessa qualidade, com o propósito de recolher menos tributo, ele informou
à RFB ter recebido, no exercício de 2016, a receita bruta de R$ 50.000, mas a RFB constatou
que sua receita bruta real nesse exercício havia sido de R$ 120.000. Ante a existência de provas
suficientes desses fatos, a conduta de João foi tipificada como dolosa.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta com base na Lei n.º 8.137/1990,
que dispõe sobre crimes contra a ordem tributária.
a) A conduta de João poderá ser tipificada como crime contra a ordem tributária somente após
o lançamento definitivo do tributo em exame.
b) Sabe-se que a falsa declaração de dados de interesse tributário é crime formal cuja
tipificação independe do lançamento tributário. Nesse caso, somente se João tivesse retificado
as informações antes do início da diligência fiscal o crime seria afastado.
c) Eventual exclusão de João do SIMPLES Nacional somente produziria efeitos tributários no
exercício seguinte, ou seja, em 2017. Não tendo havido redução do tributo devido, não se pode
falar em crime contra a ordem tributária.
d) Sabe-se que o MEI enquadrado no SIMPLES Nacional paga o seu tributo em valores fixos
mensais, independentemente da receita bruta por ele auferida no mês. Por isso, se João tivesse
efetuado a retificação das informações após o lançamento definitivo do tributo, não haveria
crime tributário.
18. PC-GO - Delegado de Polícia Substituto – 2017 – CESPE.
Considere os seguintes atos, praticados com o objetivo de suprimir tributo:
1) Marcelo prestou declaração falsa às autoridades fazendárias;
2) Hélio negou-se a emitir, quando isso era obrigatório, nota fiscal relativa a venda de
determinada mercadoria;
3) Joel deixou de fornecer nota fiscal relativa a prestação de serviço efetivamente realizado.
Nessas situações, conforme a Lei n.º 8.137/1990 e o entendimento do STF, para que o ato
praticado tipifique crime material contra a ordem tributária, será necessário o prévio
lançamento definitivo do tributo em relação a
a) Hélio e Joel.
b) Marcelo apenas.
c) Hélio apenas.
d) Joel apenas.
e) Hélio, Marcelo e Joel.

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19. Prefeitura de Andradina – SP - Assistente Jurídico e Procurador Jurídico – 2017 – VUNESP


A conduta desenvolvida pelo contribuinte de fraudar a fiscalização tributária, inserindo
elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro
exigido pela lei fiscal, tipifica, contra a ordem tributária, crime
a) material, a partir do exato instante em que o contribuinte desenvolve a conduta.
b) formal, que se configura a partir da data em que o infrator é comunicado do início da
fiscalização.
c) formal, na data da ocorrência do fato gerador que deu origem ao tributo sonegado, ainda
que não iniciada a fiscalização.
d) material, a partir do lançamento definitivo do tributo.
e) formal, a partir da constatação da conduta pela fiscalização, ainda que antes da lavratura do
auto de infração.
20. SEFAZ-PE – Julgador Administrativo Tributário – 2015 – FCC.
Um contribuinte, ao fornecer informações ao fisco, sobre as cem operações efetivadas,
mencionou apenas noventa e nove. Com tal conduta, efetivou o pagamento do tributo a menor
em 1%. Neste caso, a conduta do contribuinte está caracterizada como
a) fato atípico, tendo em vista o princípio da legalidade.
b) crime contra a ordem tributária, com natureza de crime formal.
c) crime contra a ordem tributária, com natureza de crime material.
d) fato atípico, por se tratar de mera irregularidade sanável.
e) crime contra a ordem tributária, com natureza de crime de mera conduta.
21. Prefeitura de Olinda-PE – Auditor – 2011 – UPENET.
Um Auditor Fiscal Municipal exigiu para si, ainda que indiretamente, fora da função, mas, em
razão dela, vantagem indevida. Nesse caso, ele estará sujeito às seguintes penalidades, de
acordo com a Lei nº 8.137/90 – Crimes contra a Ordem Tributária:
a) Multa entre 10 e 360 dias.
b) Reclusão de 3 a 8 anos e multa.
c) Reclusão de 1 a 4 anos e multa.
d) Reclusão de 3 a 8 anos, que poderá ser convertida em multa.
e) Detenção de 1 a 2 anos e multa.
22. ISS-São Luís – Auditor Fiscal – 2018 – FCC.
De acordo com a Lei n° 8.137/1990, constitui crime funcional contra a ordem tributária
a) deixar de recolher valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na
qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos.

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b) deixar de aplicar incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de
desenvolvimento.
c) fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de
qualquer natureza, em documento exigido pela lei fiscal.
d) extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em
razão da função, bem como sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando
pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social.
e) utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da
obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é fornecida à Fazenda
Pública.
23. ISS-São Luís – Auditor Fiscal – 2018 – FCC.
De acordo com a Lei n° 8.137/1990, constitui crime contra as relações de consumo
a) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente,
relativa a venda de mercadoria efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a
legislação.
b) formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando à fixação artificial de
preços ou quantidades vendidas ou produzidas.
c) falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável.
d) abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente,
a concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas.
e) induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a
veiculação ou divulgação publicitária.
24. PC-RJ – Oficial de Cartório – 2013 – IBFC (adaptada).
O indiciamento é ato privativo do delegado de polícia, aperfeiçoado em despacho técnico-
jurídico fundamentado, que indicará as provas de materialidade e de autoria delitiva e as
circunstâncias do fato delituoso.
25. PC-RJ – Oficial de Cartório – 2013 – IBFC (adaptada).
Tratando-se o indiciamento de ato voltado à formalização da suspeita em procedimento
instaurado para apurar infração penal e sua autoria, poderá ser realizado por qualquer
autoridade pública que presida essa espécie de procedimento, mesmo sem amparo
constitucional e legal expressos.
26. PC-RJ – Oficial de Cartório – 2013 – IBFC (adaptada).
O delegado de polícia pode indiciar ou deixar de indiciar alguém por simples subjetivismo, pois
a formalização da suspeita é ato discricionário da autoridade policial que preside a investigação
criminal, não encontrando limites constitucionais e legais que o vinculam.

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27. PC-AC - Delegado de Polícia Civil – 2017 – IBADE.


No que tange à investigação criminal conduzida pelo Delegado de Polícia (Lei n° 12.830/2013),
assinale a alternativa correta.
a) As funções de policia judiciária bem como a administrativa e a apuração de infrações penais
exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.
b) O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser
dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da
Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados.
c) Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, desde
que autorizada pela autoridade judiciária.
d) A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado, exceto nos
casos previstos em lei.
e) O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso poderá ser avocado ou
redistribuído por superior hierárquico, independentemente de despacho fundamentado.
28. PC-MS - Delegado de Polícia – 2017 – FAPEMS.
Acerca da investigação criminal,
[...] a autoridade policial não é parte no processo penal, não tem interesse que possa deduzir
em juízo e a investigação criminal não guarda autonomia, ela existe orientada ao exercício
futuro da ação. A constatação de comportamentos do indiciado prejudiciais à investigação
deve ser compartilhada entre a autoridade policial e o Ministério Público (ou o querelante,
conforme o caso), para que o autor da ação penal ajuíze seu real interesse em ver a prisão
decretada.
PRADO, Geraldo. Medidas cautetares no processo penal: prisões e suas alternativas. Sõo Paulo:
Revista dos Tribunais, 2011, p. 67.
As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de
polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.
BRASIL. Lei n- 12.830. Dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de policia.
Art. 2$. 2013.
Isso considerado, assinale a alternativa correta.
a) O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato discricionário, mediante
análise fática da ocorrência do fato, e deverá indicar a autoria, materialidade e suas
circunstâncias.
b) O inquérito policial em curso poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico,
independentemente de despacho fundamentado.
c) A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal acarreta o
seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.

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d) Da decisão do delegado de polícia que nega o pedido de abertura de inquérito policial


formulado pelo ofendido ou seu representante legal, caberá mandado de segurança.
e) Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia,
informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.
29. PC-AC - Escrivão de Polícia Civil – 2017 – IBADE.
Acerca da Lei n° 12.830/2013, a qual dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo
delegado de polícia, assinale a alternativa correta.
a) O inquérito policial não poderá ser avocado. ainda que por motivo de interesse público
mediante fundamentação do superior hierárquico.
b) Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação
criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como
objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações
administrativas.
c) O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante
análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas
circunstâncias.
d) Durante o processo criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia,
informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.
e) A remoção do delegado de polícia independe de ato fundamentado.
30. PC-SC - Agente de Polícia Civil – 2017 – FEPESE
É correto afirmar sobre a investigação conduzida por delegado de polícia:
a) A apuração de infrações penais de menor potencial ofensivo, que não possuírem natureza
jurídica, poderá ser delegada a terceiros.
b) O delegado de polícia durante a investigação criminal somente poderá requisitar a produção
de provas após ouvido o Ministério Público.
c) O procedimento investigatório em curso poderá, a qualquer tempo, ser avocado ou
redistribuído por superior hierárquico.
d) A função de polícia judiciária é considerada essencial e exclusiva de Estado.
e) A autonomia investigatória do delegado de polícia o desobriga a observância aos
procedimentos previstos em regulamento da corporação.
31. PC-SP – Auxiliar de Papiloscopista – 2013 – VUNESP.
A Lei n.º 12.037/2009, ao regular a identificação criminal do civilmente identificado, consignou
que:
a) a identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico.
b) apresentado documento de identificação, não poderá ocorrer identificação criminal.

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c) não é vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de antecedentes,


mesmo após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
d) apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal apenas nas
hipóteses de rasura ou indícios de falsificação.
e) a identificação civil é atestada somente pela carteira de identidade.
32. PC-SP – Atendente de Necrotério Policial – 2013 – VUNESP.
Conforme as regras jurídicas estabelecidas na Lei n.º 12.037/09, o civilmente identificado não
será submetido à identificação criminal, exceto, entre outras situações,
a) quando o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações
conflitantes entre si.
b) no caso de o Delegado de Polícia, a seu livre arbítrio, entender que, em razão da gravidade
do crime cometido pelo indiciado, seja conveniente a sua identificação criminal.
c) se o indiciado estiver portando a Carteira de Trabalho, sem registro de emprego, como seu
único documento de identificação.
d) se houver prisão em flagrante e o escrivão entender conveniente a identificação criminal
para instruir o auto de prisão, independentemente de o preso possuir identificação civil.
e) se a pessoa não estiver portando a sua Carteira de identidade (l.G.), que é o único
documento legalmente apto a comprovar a identificação civil.
33. PC-SP – Papiloscopista Policial – 2013 – VUNESP.
Citadino Gatuno foi preso em flagrante delito pelo crime de roubo. Ao ser levado à Delegacia
de Polícia, no momento da tentativa de sua identificação, Gatuno apresentou o seu documento
de identidade (l.G.), o qual, no entanto, por ter sido molhado pela chuva, apresentava rasura
que dificultava a identificação do preso. Neste caso, com base no que dispõe a Lei n.º
12.037/2009, é correto afirmar que Gatuno
a) não poderá ser identificado criminalmente, uma vez que não teve culpa na rasura do seu
documento de identidade.
b) deverá ser identificado criminalmente, mas limitado à juntada do processo datiloscópico ao
auto de prisão em flagrante.
c) não poderá ser identificado criminalmente, em nenhuma hipótese, uma vez que é um direito
seu assegurado pela Constituição Federal.
d) não poderá ser identificado criminalmente.
e) poderá ser identificado criminalmente, desde que não seja possível a sua identificação civil.
34. PC-SP – Papiloscopista Policial – 2013 – VUNESP.
Belo Narciso foi indiciado em inquérito policial por crime contra os costumes, tendo sido
identificado criminalmente. No entanto, a respectiva denúncia não foi aceita e o inqué rito foi
definitivamente arquivado. Narciso, preocupado com sua imagem perante terceiros, requereu,

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em seguida, a retirada de sua identificação fotográfica do inquérito policial. Neste caso,


considerando o disposto na Lei n.º 12.037/09, é correto afirmar que Narciso
a) não tem direito à retirada de sua identificação civil, uma vez que esta se constitui em prova
policial, que não pode ser alterada ou suprimida do inquérito policial.
b) deverá ter seu pedido atendido, desde que apresente provas de sua identificação civil.
c) tem direito à retirada da sua identificação criminal do inquérito, mas terá que obter ordem
judicial específica nesse sentido.
d) tem direito à retirada da sua identificação do inquérito, pois a presença desta viola o seu
direito à imagem, não sendo legal qualquer exigência para que seu pedido seja atendido.
e) não pode ter seu pedido atendido, tendo em vista que o inquérito já foi arquivado, não
havendo, portanto, interesse de Narciso em seu pedido.
35. PC-ES – Perito Papiloscópico – 2011 – Cespe.
Acerca da identificação criminal, julgue os itens a seguir à luz da
Lei n.o12.037/2009.
Não se equiparam aos documentos de identificação civis os documentos de identificação
militares.
36. PC-ES – Perito Papiloscópico – 2011 – Cespe.
Mesmo que apresente documento de identificação civil, o indiciado poderá ser submetido a
identificação criminal quando esta for essencial às investigações, segundo entendimento e
despacho da autoridade policial.
37. PC-ES – Perito Papiloscópico – 2011 – Cespe.
O mau estado de conservação do documento civil de pessoa indiciada, mesmo que não
possibilite a completa identificação dos caracteres essenciais, impedirá a autoridade policial de
realizar a identificação criminal da referida pessoa.
38. PC-ES – Perito Papiloscópico – 2011 – Cespe.
É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de antecedentes ou em
informações não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória.
39. SECTEC-GO – Papiloscopista Policial – 2010 – Universa.
Em relação à Lei n.º 12.037/2009, é correto afirmar que, embora apresente documento de
identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando
a) o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação.
b) o órgão expedidor do documento pertencer a outra unidade da federação.
c) o documento não informar o nome do pai.
d) o documento não registrar o número do CPF.
e) o documento apresentado for a carteira de trabalho em que não consta registro de emprego.

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40. POLITEC-MT – Papiloscopista – 2017 – UFMT.


Quanto à possibilidade de identificação criminal, regulamentada pela Lei n° 12.037/2009,
assinale a afirmativa correta.
a) O indiciado será identificado criminalmente se, no momento do flagrante, portar passaporte
emitido pela Polícia Federal e não portar a carteira de identidade emitida por órgão estadual
de Segurança Pública.
b) A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico.
c) O indiciado deverá ser identificado criminalmente se constar registro criminal anteriormente
com o mesmo nome registrado no documento civil apresentado.
d) A identificação criminal em nenhuma hipótese incluirá a coleta de material biológico para a
obtenção do perfil genético e inclusão no Banco de dados de DNA.
41. DPE-MA – Defensor Público – 2015 – FCC.
A Constituição Federal em seu artigo 5°, inciso LVIII reza que “o civilmente identificado não
será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei". A Lei n° 12.037,
de 1° de outubro de 2009, regulamentando o dispositivo constitucional, dentre outras
previsões, admite
a) a identificação obrigatória sob o fundamento de ser o agente estrangeiro.
b) a carteira de trabalho como documento de identificação civil, mas não a carteira de
identidade funcional.
c) a identificação criminal se o documento apresentado for insuficiente para identificar
cabalmente o indiciado.
d) a identificação criminal se essencial às investigações policiais, se houver despacho
fundamentado da autoridade policial.
e) a identificação datiloscópica, a fotográfica, mas não a coleta de material biológico.
42. PC-CE – Delegado de Polícia – 2015 – VUNESP.
Paulo foi abordado pela polícia na via pública por estar em atitude suspeita e, indagado sobre
sua identidade, apresentou aos policiais uma cédula de identidade (RG) rasurada, o que
levantou suspeitas. Conduzido para a Delegacia de Polícia, com base na Lei de Identificação
Criminal (Lei no 12.037/2009), ao Delegado de Polícia compete a(s) seguinte(s) conduta(s):
a) solicitar de Paulo, como condição para não ser identificado criminalmente, algum
documento fora daqueles previstos no rol do artigo 2º da Lei de Identificação Criminal.
b) requisitar, por despacho fundamentado, a colheita de impressões digitais de Paulo, a
fotografia dele e ainda a coleta de material biológico, considerando a dúvida que recai sobre a
identidade dele em razão do RG rasurado que apresentou na sua abordagem.
c) representar ao juiz pela prisão preventiva de Paulo, considerando que a dúvida sobre sua
real identidade põe em risco a garantia da ordem pública e a aplicação da lei penal, levando-se
em conta que ele foi preso em atitude suspeita na via pública.

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d) dispensar Paulo, considerando que a lei de identificação é expressa no sentido de que o


civilmente identificado – como no caso – não será submetido à identificação criminal.
e) registrar a ocorrência, submetendo Paulo, por despacho fundamentado, a processo
datiloscópico e fotográfico, considerando a rasura do documento apresentado por ele, com
base no artigo 3º, inciso I, da Lei de Identificação Criminal.
43. AGU – Advogado – 2015 – Cespe.
Ao receber uma denúncia anônima por telefone, a autoridade policial realizou diligências
investigatórias prévias à instauração do inquérito policial com a finalidade de obter elementos
que confirmassem a veracidade da informação. Confirmados os indícios da ocorrência de crime
de extorsão, o inquérito foi instaurado, tendo o delegado requerido à companhia telefônica o
envio de lista com o registro de ligações telefônicas efetuadas pelo suspeito para a vítima.
Prosseguindo na investigação, o delegado, sem autorização judicial, determinou a instalação
de grampo telefônico no telefone do suspeito, o que revelou, sem nenhuma dúvida, a
materialidade e a autoria delitivas. O inquérito foi relatado, com o indiciamento do suspeito, e
enviado ao MP.
Nessa situação hipotética, considerando as normas relativas à investigação criminal, A
interceptação telefônica efetuada poderá ser convalidada se o suspeito, posteriormente,
confessar espontaneamente o crime cometido e não impugnar a prova.
44. PC-CE – Delegado de Polícia – 2015 – Vunesp.
Assinale alternativa que contempla todas as hipóteses de decretação de interceptação
telefônica (art. 3o, Lei no 9.296/96).
a) Pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal; ou pelo juiz, a
requerimento do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução
processual penal.
b) Pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal; ou a requerimento
do representante do Ministério Público ou da autoridade policial, na instrução processual
penal.
c) Pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal; ou a requerimento
do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual
penal.
d) Pelo juiz, de ofício, ou a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal; ou a
requerimento do representante do Ministério Público ou da autoridade policial, na instrução
processual penal.
e) Pelo juiz, de ofício, ou a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal; ou a
requerimento do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução
processual penal.

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45. PC-CE – Delegado de Polícia – 2015 – Vunesp.


No curso das investigações, a Autoridade Policial toma conhecimento de intenso tráfico de
drogas realizado por uma associação em determinada região da cidade e, com vistas à
identificação e prisão dos criminosos, intercepta as conversas telefônicas de quatro suspeitos.
Com relação a essa conduta, é correto afirmar que a Autoridade Policial
a) agiu corretamente, considerando que uma vez presentes fortes indícios de autoria e
materialidade de delito punido com pena de reclusão, pode a Autoridade Policial determinar a
interceptação das conversas telefônicas com base na Lei no 9.296/96.
b) incorreu no crime previsto no artigo 10 da Lei no 9.296/96.
c) agiu corretamente, considerando que a interceptação de comunicações telefônicas
sobrepõe-se e dispensa outros meios de provas.
d) não agiu corretamente, porque, segundo a lei, somente se autoriza interceptação de
comunicação telefônica no curso da instrução processual e não no curso das investigações.
e) não agiu corretamente, porque deveria ter submetido a análise da necessidade dessa prova
ao Ministério Público, buscando autorização com o órgão ministerial.
46. TRF 1a Região – Juiz Federal – 2015 – Cespe.
A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz a
requerimento
a) do assistente de acusação, durante a investigação criminal.
b) do ministro da Fazenda, quando da investigação de crimes contra a ordem tributária.
c) da autoridade policial, durante a investigação criminal.
d) do MP, somente após o recebimento da denúncia.
e) do ministro da Justiça, se o crime praticado envolver a violação de direitos humanos.
47. PC-BA – Delegado de Polícia – 2013 – Cespe.
A conversa telefônica gravada por um dos interlocutores não é considerada interceptação
telefônica.
48. MPE-SC – Promotor de Justiça – 2013 – MPE-SC.
A interceptação telefônica ou interceptação em sentido estrito consiste na captação da
comunicação telefônica por um terceiro, sem o conhecimento de nenhum dos comunicadores;
enquanto a escuta telefônica reveste-se na captação da comunicação telefônica por terceiro,
com o conhecimento de um dos comunicadores e desconhecimento do outro.
49. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe.
Dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e em escutas ambientais,
judicialmente autorizadas para produção de prova em investigação criminal ou em instrução
processual penal, podem ser usados em procedimento administrativo disciplinar, contra a
mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra outros servidores
cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa prova.

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50. AGU – Procurador Federal – 2007 – Cespe.


A interceptação das comunicações telefônicas somente pode ser autorizada se outros meios
de prova mostrarem-se insuficientes para a elucidação do fato criminoso e se existirem indícios
razoáveis de autoria ou participação em crime punido com reclusão. Entende o STF, todavia,
que, uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as
informações e provas coletadas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em
crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos primeiros tipos penais que
justificaram a interceptação.
51. AGU – Advogado – 2009 – Cespe.
É possível a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação telefônica, mesmo que
sucessiva, especialmente quando se tratar de fato complexo que exija investigação
diferenciada e contínua.
52. AGU – Advogado – 2009 – Cespe.
Considere que, após realização de interceptação telefônica judicialmente autorizada para
apurar crime contra a administração pública imputado ao servidor público Mário, a autoridade
policial tenha identificado, na fase de inquérito, provas de ilícitos administrativos praticados
por outros servidores. Nessa situação hipotética, considerando-se que a interceptação
telefônica tenha sido autorizada judicialmente apenas em relação ao servidor Mário, as provas
obtidas contra os outros servidores não poderão ser usadas em procedimento administrativo
disciplinar.
53. DPE-ES – Defensor Público – 2009 – Cespe.
Não se admite a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato investigado
constitui infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
54. MPE-SP – Analista de Promotoria – 2013 – IBFC.
Com relação ao pedido de interceptação telefônica previsto na Lei Federal n° 9.296/1996,
assinale a alternativa CORRETA:
a) Será feito, apenas, por escrito, e deverá ser decidido em 48 (quarenta e oito) horas.
b) Como regra, será feito verbalmente ao juiz, para preservar o sigilo das investigações, e
deverá ser decidido em 48 (quarenta e oito) horas.
c) Será feito, apenas, por escrito, contendo a demonstração de sua necessidade para a
apuração da infração penal, indicando os meios a serem empregados, e deverá ser decidido
em 24 (vinte e quatro) horas.
d) Como regra, será feito por escrito e, em casos excepcionais, o juiz poderá admitir seja
formulado verbalmente e, em ambos os casos, deverá ser decidido em 24 (vinte e quatro)
horas.
e) Como regra, será feito por escrito e, em casos excepcionais, o juiz poderá admitir seja
formulado verbalmente e, em ambos os casos, deverá ser decidido em 48 (quarenta e oito)
horas.

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55. MPE-SP – Analista de Promotoria – 2013 – IBFC.


Analise as assertivas abaixo:
I. Admite-se a interceptação telefônica se o fato investigado constituir infração penal punida,
no máximo, com pena de detenção.
II. Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando a prova puder ser
feita por outros meios disponíveis.
III. A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, destina-se à obtenção
de prova em investigação criminal.
IV. Admite-se a interceptação telefônica ainda que não hajam indícios razoáveis de autoria ou
participação em infração penal, já que a medida visa, justamente, o esclarecimento dos fatos.
Com relação às disposições da Lei de Interceptação Telefônica, está CORRETO, apenas, o que
se afirma em:
a) II e III.
b) I e II.
c) I e IV.
d) II.
e) III e IV.
56. MPE-RJ - Analista do Ministério Público – 2016 – FGV.
Carlos é investigado pela prática do crime de homicídio culposo na direção de veículo
automotor (art. 302, CTB – pena: detenção, de 2 a 4 anos, e suspensão ou proibição de se obter
a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor). No curso das investigações, o
Ministério Público encontra dificuldades na obtenção da justa causa, mas constam informações
de que Carlos conversa e ri dos fatos com amigos ao telefone, admitindo o crime. Diante disso,
o delegado representa pela interceptação de comunicações telefônicas. Sobre os fatos
narrados, é correto afirmar que a interceptação:
a) não deverá ser decretada, pois ainda na fase de inquérito policial;
b) poderá ser decretada, mas não poderá ultrapassar o prazo de 30 dias, prorrogável por igual
período;
c) não deverá ser decretada em razão da pena prevista ao delito investigado;
d) poderá ser decretada e a divulgação de seu conteúdo sem autorização judicial configura
crime;
e) poderá ser decretada, sendo que o conteúdo interceptado deverá ser, necessariamente,
integralmente transcrito.

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57. PJC-MT - Delegado de Polícia – 2017 – CESPE.


Acerca dos procedimentos e pressupostos legais da interceptação telefônica, assinale a opção
correta.
a) É possível a interceptação telefônica em investigação criminal destinada a apuração de delito
de ameaça ocorrido em âmbito doméstico e abrangido pela Lei Maria da Penha.
b) Pode o juiz, excepcionalmente, admitir o pedido de interceptação telefônica feito pela
autoridade policial de forma verbal, condicionada a sua concessão à redução do pedido a
termo.
c) No curso das investigações e no decorrer da instrução criminal, a interceptação telefônica
poderá ser determinada de ofício pelo juiz.
d) Decisão judicial que indefira pedido de interceptação telefônica formulado por autoridade
policial será irrecorrível; aquela decisão que indeferir requerimento formulado pelo MP poderá
ser impugnada por recurso em sentido estrito.
e) A interceptação telefônica inicialmente realizada sem autorização judicial poderá, mediante
consentimento dos interlocutores, ser validada posteriormente pelo juiz da causa.
58. PCDF – Papiloscopista – 2015 – Universa.
Constitui um dos requisitos para que seja admitida a interceptação telefônica, segundo a Lei
n.º 9.296/1996, o(a)
a) fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
b) existência de indícios razoáveis da participação em infração penal.
c) fato investigado constituir infração penal punida com pena de multa.
d) indício razoável da autoria em contravenção penal.
e) possibilidade de a prova poder ser feita por outros meios disponíveis.
59. PCDF – Agente – 2009 – Universa.
A Constituição Federal de 1988 assegurou como direito fundamental a inviolabilidade do sigilo
de comunicação como regra (art. 5º, XII) e, excepcionalmente, a interceptação da comunicação
telefônica, regulamentada pela Lei n.º 9.296, de 1996. Nesse contexto, assinale a alternativa
correta.
a) O juiz poderá ordenar a interceptação telefônica quando sua destinação for para instruir o
processual penal e o civil.
b) A interceptação telefônica somente poderá ser determinada pelo juiz ex officio.
c) A interceptação telefônica será autorizada ainda que seja possível colher a prova por outros
meios disponíveis.
d) A gravação de uma conversa entre dois interlocutores, feita por um deles sem conhecimento
do outro, é ilícita.

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e) O juiz de direito pode, excepcionalmente, admitir que o pedido de interceptação telefônica


seja feito verbalmente.
60. ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010 – Cespe.
Constitui crime realizar interceptação de comunicações, sejam elas telefônicas, informáticas,
ou telemáticas, ou, ainda, quebrar segredo da justiça sem autorização judicial ou com objetivos
não autorizados em lei.
61. Polícia Científica–PE - Perito – 2016 – Cespe.
A interceptação de comunicações telefônicas
a) pode ser determinada de ofício pelo juiz durante a investigação criminal.
b) pode ser requerida pela autoridade policial no curso da instrução processual penal.
c) depende da existência de indícios razoáveis de autoria e da materialidade da infração penal.
d) é admitida, quando autorizada por juiz, mesmo que a prova possa ser feita por outros meios
disponíveis.
e) é admitida se o fato investigado constituir infração penal punida, pelo menos, com pena de
detenção.
62. PC-GO – Agente de Polícia – 2016 – Cespe.
Caso uma pessoa seja ré em processo criminal por supostamente ter cometido homicídio
qualificado, eventual interceptação de suas comunicações telefônicas
a) dependerá de ordem do juiz competente, sob segredo de justiça.
b) poderá ser admitida por meio de parecer favorável de representante do MP.
c) não poderá exceder o prazo improrrogável de quinze dias, se concedida pelo juiz.
d) poderá ser admitida, ainda que a prova possa ser feita por outros meios.
e) deverá ser negada, se for requerida verbalmente ao juiz competente.
63. PC-GO – Agente de Polícia – 2016 – Cespe.
• Cláudio responde a IP por supostamente ter cometido crime sujeito a pena de reclusão.
• Ana é ré em processo criminal por supostamente ter cometido crime sujeito a pena de
detenção.
• Clóvis responde a IP por supostamente ter cometido crime sujeito a pena de detenção.
Nessas situações hipotéticas, poderá ocorrer a interceptação das comunicações telefônicas
a) de Cláudio e de Clóvis, mediante requerimento da autoridade policial.
b) somente de Ana, por meio de requerimento do representante do MP.
c) somente de Clóvis, mediante requerimento do representante do MP.
d) de Ana, de Clóvis e de Cláudio, por meio de despacho de ofício do juiz ou mediante
requerimento da autoridade policial ou do representante do MP.

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e) somente de Cláudio, por meio de despacho de ofício do juiz.


64. TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário – Contabilidade – 2017 – CESPE.
Embora a CF preveja a inviolabilidade das comunicações telefônicas, é admitida a
interceptação das comunicações telefônicas, na forma da lei, para fins de investigação criminal
ou
a) instrução processual penal, mediante autorização judicial, por determinação de comissão
parlamentar de inquérito regularmente instaurada, ou investigação de ato de improbidade
administrativa, por determinação do Ministério Público.
b) instrução processual penal, mediante autorização judicial.
c) instrução processual penal, mediante autorização judicial, ou por determinação de comissão
parlamentar de inquérito regularmente instaurada.
d) instrução processual penal, mediante autorização judicial, ou investigação de ato de
improbidade administrativa, por determinação do Ministério Público.
65. SERES-PE - Agente de Segurança Penitenciária – 2017 – CESPE.
De acordo com a Lei n.º 9.296/1996, a interceptação de comunicações telefônicas como meio
de prova em investigação criminal deve ser
a) admitida em inquéritos instaurados para a apuração de crimes punidos com pena de
detenção ou reclusão.
b) deferida de ofício por autoridade policial, independentemente de autorização judicial.
c) deferida por autoridade judicial e conduzida por autoridade policial, que deverá dar ciência
ao Ministério Público, para que este acompanhe as diligências.
d) registrada nos próprios autos do inquérito, resguardando-se sigilo quanto aos investigados.
e) executada por técnicos especializados das concessionárias de serviço público de telefonia,
conforme determinar a autoridade policial.
66. PC-AC - Agente de Polícia Civil – 2017 – IBADE.
Euclênio, jornalista, teve seu telefone interceptado para que fosse descoberta a fonte de uma
reportagem, uma vez que alguém repassara informações a ele para uma matéria sobre
corrupção no poder público. A polícia civil, ao elaborar a representação pela receptação
telefônica sustentou que a fonte do jornalista participara de um esquema de desvio de verbas
públicas e sua identificação seria imprescindível para o sucesso da investigação. Nesse
contexto, é correto afirmar que:
a) em que pese o sigilo da fonte ser um direito fundamental, a interceptação telefônica é legal,
mesmo que o jornalista não tenha participado do crime.
b) a interceptação telefônica é legal, mesmo que c jornalista não tenha participado do crime,
devendo ser considerado que o sigilo da fonte não foi arrolado entre os direitos fundamentais.
c) a interceptação telefônica é ilegal porquanto o jornalista não tenha participação no crime e
a CRFB/88 estabeleça o sigilo da fonte como direito individual.

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d) considera-se a interceptação telefônica ilegal, tendo em vista que o jornalista não participou
do crime, contudo não há previsão constitucional ao sigilo da fonte.
e) o jornalista não poderia ser interceptado em hipótese alguma, pois a CRFB/88 lhe garante a
cláusula de reserva absoluta.
67. PC-AC - Agente de Polícia Civil – 2017 – IBADE.
No que tange à Lei n° 9.296/1996, que regulamenta a interceptação de comunicação
telefônica, assinale a alternativa correta.
a) A decisão que autorizar a interceptação de comunicação telefônica será fundamentada, sob
pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá
exceder o prazo de dez dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a
indispensabilidade do meio de prova.
b) Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato investigado
constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
c) O juiz. no prazo máximo de quarenta e oito horas, decidirá sobre o pedido de interceptação
de comunicação telefônica representado pela autoridade policial.
d) A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, a
requerimento da autoridade policial, na instrução criminal.
e) A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em
investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta lei e
dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, excluindo-se o segredo de justiça.
68. Câmara de Salvador – BA - Especialista - Advogado Legislativo – 2018 – FGV.
Durante determinada investigação penal de crime de associação para o tráfico, entendendo
pela existência de indícios de autoria e inexistência de outros meios para obtenção da prova, a
autoridade policial representou pela decretação da interceptação das comunicações das linhas
telefônicas de titularidade de determinado investigado. Ao receber o pedido, o magistrado, de
maneira fundamentada, autorizou a interceptação pelo prazo inicial de 30 (trinta) dias,
deixando claro que eventual pedido de prorrogação desse prazo deveria ser devidamente
fundamentado.
Com base apenas nas informações narradas, é correto afirmar que:
a) a interceptação das comunicações telefônicas não poderia ser requerida pela autoridade
policial, dependendo a autorização de pedido expresso do Ministério Público;
b) a interceptação das comunicações telefônicas não poderia ser autorizada durante as
investigações, sob pena de violação do sistema acusatório;
c) o crime de associação para o tráfico, diante da sanção penal prevista, não admite
interceptação das comunicações telefônicas;
d) o prazo fixado pelo magistrado na decisão que autorizou a interceptação das comunicações
telefônicas não é válido;

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e) a decisão que determinou a interceptação das comunicações telefônicas foi válida, diante
do crime investigado, da representação da autoridade policial e do prazo fixado.

9.3 - GABARITO

1. CERTO 24. CERTO 47. CERTO


2. ERRADO 25. ERRADO 48. CERTO
3. D 26. ERRADO 49. CERTO
4. ERRADO 27. B 50. CERTO
5. C 28. E 51. CERTO
6. C 29. C 52. ERRADO
7. ERRADO 30. D ==13fe33==

53. CERTO
8. A 31. A 54. D
9. B 32. A 55. A
10. ERRADO 33. E 56. C
11. ERRADO 34. B 57. B
12. ERRADO 35. ERRADO 58. B
13. ERRADO 36. ERRADO 59. E
14. ERRADO 37. ERRADO 60. CERTO
15. CERTO 38. CERTO 61. A
16. ERRADO 39. A 62. A
17. A 40. B 63. E
18. B 41. C 64. B
19. D 42. E 65. C
20. C 43. ERRADO 66. C
21. B 44. E 67. B
22. D 45. B 68. D
23. E 46. C

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10 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos aqui esta aula! Se tiver dúvidas, utilize nosso fórum. Estou sempre à disposição também
no e-mail e nas redes sociais.

Grande abraço!

Paulo Guimarães

professorpauloguimaraes@gmail.com

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Professor Paulo Guimarães

(61) 99607-4477

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