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Em 1953, Alejandro Jodorowsky decidiu partir do seu Chile natal para Paris. Tinha 24
anos e o objetivo de conhecer e conviver com André Breton, Marcel Marceau e outras grandes
figuras da cultura europeia. E já antes, contra mil vontades, havia decidido ser poeta, não
como quem escolhe uma ocupação ou um ofício, mas como quem opta por um estilo de vida,
5 da mesma forma que faz um padre ou um eremita. Entregou-se à poesia de corpo e alma,
provavelmente sacrificando o primeiro em prol da segunda, contrariando a vontade dos pais
e desafiando a sociedade em que se inseria, numa crença intrínseca no belo e no etéreo.
Tudo isto encontramos em Poesia Sem Fim, a segunda parte da autobiografia surrealista e
ficcionada do grande poeta, desenhador e realizador chileno Alejandro Jodorowsky, a se-
10 quência de La Danza de la Realidad, de 2013, e que retratava apenas a infância. Apesar de os
filmes poderem ser vistos autonomamente sem grande prejuízo, o segundo começa onde o
primeiro acaba. Juntos fazem um maravilhoso díptico biográfico da juventude do realizador,
eloquentes obras de cinema poético, de um surrealismo fora de moda, mais próximo de Fellini
do que de Buñuel, com um elevado grau de beleza e pureza.
HALPERN, Manuel, 2016, “‘Poesia Sem Fim’: O magnífico homem-poema”. Visão Sete.
http://visao.sapo.pt/actualidade/visaose7e/ver/2016-12-30-Poesia-Sem-Fim--O-magnifico-homem-poema
[Consult. 2017-02-07]
A B
a. As situações apresentadas nas duas primeiras frases
do excerto estabelecem uma relação de