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A importância de se conhecer um pouco desse ritual está ligada a própria história do NEGRO e do ÍNDIO em
nosso país. Tradicionalmente européia, Santa Catarina registra em seu passado histórico um forte domínio da cultura
branca, a começar pelos próprios portugueses açorianos que povoaram o litoral sul do Brasil, além é claro dos alemães e
italianos, hoje fortemente representados e reconhecidos em todo território nacional pelas festas de outubro.
Onde entram as parcelas Negra e Ameríndia na formação cultural do Sul do Brasil ? Partindo de uma pesquisa
sobre a cultura afro-brasileira da Grande Florianópolis, decidimos tornar público o material pesquisado, possibilitando
uma viagem pela história que até pouco tempo era contada sem a preocupação do registro formal, tão necessário para a
sua permanência na posteridade. Durante a pesquisa realizada sobre os rituais afro-brasileiros existentes na Grande
Florianópolis, identificamos a Umbanda como sendo a prática ritualística mais tradicional ainda em atividade. Ela
apresenta-se com diversas sub-denominações para seus rituais entre as quais Umbanda de Omoloko. O Omoloko,
apresenta-se como um segmento de origem africana que surgiu no Brasil oriundo de uma miscigenação que ocorreu na
época da escravidão. Afinal, os rituais religiosos que encontramos atualmente nos terreiros são heranças de um tempo
onde a cultura negra era envolvida num sincretismo que unia os orixás africanos aos santos católicos. Nas senzalas, a
cultura negra ricamente representada era mantida de forma original aos olhos dos negros e paramentada com formas e
objetos que pudessem satisfazer os interesses dos senhores donos das terras. Como relatam inúmeros autores que
escreveram sobre religião afro-brasileira, por baixo das imagens de santos católicos estavam "assentados" os Orixás.
O Omoloko é originário do Rio de Janeiro, que também serviu de berço para o surgimento da Umbanda,
conforme relatam alguns estudiosos. No Rio de Janeiro, antes mesmo da origem oficial da Umbanda (1908), já eram
comuns práticas afro-brasileiras similares ao que hoje conhecemos como Cabula e Omoloko. A cultura de um país é
avaliada pelos reflexos conjunturais das atividades: científicas, artísticas e religiosas de um povo. Evidentemente essa
cultura foi adquirida aos poucos, advindas de outras culturas através dos séculos. Segundo Tancredo da Silva Pinto, Tatá
Ti Inkice, em seu livro Culto Omoloko - Os Filhos de Terreiro - Omoloko é uma palavra yoruba, que significa: Omo -
filho e Oko - fazenda, zona rural onde esse culto, por causa da repressão policial que havia naquela época, os rituais
eram realizados na mata ou em lugar de difícil acesso dentro das fazendas dos donos de escravos. Talvez por causa
disso hoje temos as denominações de “terreiro e roça” para os lugares onde os cultos afro-brasileiros são realizados.
Nesse culto os orixás possuem nomes yoruba (Nagô), até seus Oriki (tudo aquilo que se relaciona ao Orixá) e seu Orukó
(nome) são trazidos através do jogo de búzios ou Ifá. Seus assentamentos parecem-se com os do candomblé Nagô. Os
Exus também são feitos de argila a semelhança de uma pessoa ou então simbolicamente em ferro. Podemos relacionar o
significado da palavra Omoloko também ao Orixá Okô, a deusa da agricultura, que era adorado nas noites de lua nova
pelas mulheres agricultoras de inhame. Antigamente, o Orixá Oko era muito cultuado no Rio de Janeiro. Esse Orixá era
assentado junto com Oxossi, o que viria dar maior consistência a origem do culto Omoloko que é fortemente
influenciado por Oxossí. O culto a Oxóssi é o que melhor marca o contexto religioso dos negros afro-brasileiros,
bastando que para isso notarmos o destaque dado ao culto de caboclo, que está intrinsecamente ligado a Oxossi.
Também segundo o Tatá Ti Inkice Tancredo da Silva Pinto, considerado o organizador do culto Omoloko no Brasil, na
África, os sacerdotes do culto Omoloko realizavam suas liturgias em noites de lua cheia sob a copa de uma frondosa
árvore carregada de frutos parecidos com maçã. Segundo ele, o culto Omoloko chegou ao Brasil proveniente do sul de
Angola, onde era praticado por uma pequena nação pertencente ao grupo Lunda-Quiôco que ficava as margens do rio
Zambeze, que chamavam Zâmbi e que lhes fornecia alimentação no período das cheias.
O motivo que levou Tancredo a criar federações umbandistas para defender os direitos dos cultos afro-
brasileiros desenrolou-se na casa de santo de sua tia Olga da Mata. Estando em casa de sua tia Olga da Mata, na
Avenida Nilo Peçanha, 2.153, em Duque de Caxias, onde funcionava o Terreiro São Manuel da Luz. Lá, Xangô
manifestou-se e disse: “Você deve fundar uma sociedade para proteger os umbandistas, a exemplo da que você fundou
para os sambistas, pois eu irei auxiliá-lo nessa tarefa”. Após esse fato, ele fundou a Confederação Umbandista do Brasil,
usando parte do pagamento recebido pelo direito autoral do samba “General da Banda”, gravado por Bleckaute e ajudou
a fundar em outros estados outras federações umbandistas para defender os direitos dos cultos afro-brasilieiros.
Segundo Tancredo da Silva Pinto, a primeira sociedade umbandista criada para defender os direitos dos umbandistas no
Rio de Janeiro e no Brasil foi a União, fundada em 1941. Segundo ele, naquela época, devido às perseguições policiais,
os cultos eram acompanhados por bandolim, cavaquinho e órgão, porque não era permitido tocar tambor (atabaques).
No Rio de Janeiro, os cultos afro-brasileiros foram professados dessa maneira até 1950. Coisa semelhante acontecia nos
terreiros de Umbanda em Florianópolis, onde as giras eram acompanhadas por palmas e eram realizas quase sempre em
horários alternados entre a tarde e a noite.
Em Belo Horizonte, foi institucionalizado o dia 10 de agosto como sendo o dia consagrado a Nação Omoloko,
conforme registro em Ata elaborada em reunião realizada à Rua Conde Déu nº.422, Bairro Vera Cruz, Belo Horizonte,
na sede da Fraternidade para Estudos e Práticas Mediúnicas, presidida pelo Dr. Wamy Guimarães, Okala de Xangô e
filho de santo do Tatá Tancredo.
A bandeira que representa a Nação Omoloko acha-se em exposição na Tenda Espírita Três Reis de Umbanda, à
Rua Basílio de Brito, 43, Cachambi, Méier, Rio de Janeiro. Esta bandeira, trazida da África pelo Dr. Antônio Pereira
Camelo, foi enviada por um Tatá Zambura da Guiné para que fosse entregue a Tancredo da Silva Pinto. A bandeira é na
cor verde garrafa, com o desenho de uma pena branca no centro e uma linha longitudinal branca partindo do canto
esquerdo superior para o canto direito inferior da bandeira, que mede aproximadamente 50x50 de cumprimento e
largura.
Pesquisas mais recentes dão conta de que a origem do nome Omoloko pode também estar ligado ao povo
Loko, que era governado pelo rei Farma, no Sertão de Serra Leoa. Ele foi o rei mais poderoso entre todos os Manes.
Sua cidade chamava-se “Lokoja” e localizava-se a margem do Rio Mitombo, afluente do rio Bênue, que por sua vez é
afluente do grande rio Niger. Lokoja ficava próxima do reino Yoruba. O povo Loko também era conhecido pelos nomes
de Lagos, Lândogo e Sosso. O nome “Loko” foi primeiramente registrado em 1606. Também há registro de desse povo
com o nome de Loguro. Os Lokôs viveram até 1917 a oriente dos Temnis de Scarcies. De acordo com pesquisas
realizadas, a tribo Loko estava divida em tribos menores ao longo dos Rios Mitombo, Bênue e Níger, e no litoral de
Serra Leoa. Em 1664, o filho do rei Farma foi batizado com o nome de D. Felipe. Evidentemente torna-se claro que o
principio da sincretização afro-católica já acontecia na África antes da vinda dos africanos ao Brasil. Acredita-se que a
Tribo Loko pertencia a um grupo maior chamado Mane, e que os povos dessa tribo vindos escravizados para o Brasil
formaram o que hoje conhecemos como Nação Omoloko. Os povos Mane tinham por costume usar flechas envenenadas
e arcos curtos, espadas curtas e largas, azagaias, dardos e facas que traziam amarrados embaixo do braço. Para combater
o veneno de suas flechas, em caso de acidente, usavam uma bolsinha com um antídoto. Avisavam os seu inimigos o dia
em que iriam atacá-los através de palhas - “tantas palhas, tantos dias para o ataque”. Traziam no braço e nas pernas
manilhos de ouro e prata. Também eram amigos do brancos que invadiram a África Negra. Adoravam assentamentos de
deuses e ídolos de madeira em figura de homem e animais. Quando não venciam as guerras açoitavam os ídolos e
quando as batalhas eram vencidas eles ofereciam aos deuses comidas e bebidas. Chamavam as mulheres de “cabondos”
e tinham como marca a ausência dos dois dentes da frente.
Em Florianópolis, talvez o único terreiro de Nação Omoloko existente na cidade seja a Tenda Espírita de
Umbanda Juraciara, onde ritual de feitura é proveniente de uma pequena tribo chamada Arigole, que conforme
pesquisas bibliográfica pertencia ao grande grupo dos Lunda-Quiôco. Contudo, o ritual de maneira geral, sofreu, como
todos os outros no Brasil, influências dos Cultos Yoruba e Gêge na culinária, na liturgia dos rituais sagrados aos orixás,
a introdução de novos Orixás ao cultos, no vocabulário.... Os africanos yoruba foram um dos últimos grupos afro a vir
para o Brasil. Talvez por causa deste fato sua cultura religiosa predominou sobre as demais, influenciando às culturas
minoritárias já existentes, escravizadas, aqui no Brasil. A Tenda Espírita de Umbanda Juraciára funciona na Ilha de
Santa Catarina, hoje também conhecida como “Ilha da Magia” em Florianópolis, e é proveniente da Tenda Espírita de
Umbanda São Sebastião que ficava no continente, no Bairro de Coqueiros, também em Florianópolis. Este terreiro foi
um dos primeiros a ser estruturado em hierarquia sacerdotal em Florianópolis. A Yalorixá da Casa chamava-se Juracema
Rodriguês, e era proveniente do Rio Grande do Sul, feita no ritual de Nação (Batuque).
OS SACRIFÍCIOS E OFERENDAS NA
NAÇÃO OMOLOKO
Uma forte característica de alguns rituais africanos é a realização de sacrifício de animais flores para os Orixás,
herança trazida pelos negros escravos e mantida ainda hoje no Brasil, principalmente nos terreiros de Camdomblé.
Essas atividades são geralmente realizadas em sessões internas envolvendo apenas os membros efetivos dos terreiros
(filhos de santo), sem espectadores (assistência) externos. Nessas cerimônias só é permitido a presença de iniciados no
culto e que tenham um grau hierárquico dentro do terreiro. Dentre os animais utilizados nas chamadas oferendas ou
obrigações, são utilizadas aves(galinha, patas...) e animais quadrúpedes (cabras, bodes, coelhos, carneiro...). Entretanto
essas atividades chamadas de "Obrigação de Santo" só acontecem em casos de iniciação sacerdotal ou em outras
ocasiões muito especiais. A importância e necessidade desses rituais está no fato de de se acreditar na troca de energias
entre os seres humanos e os outros seres da natureza, pois somos, todos, parte da natureza e precisamos reavivar dentro
de nós o Orixá que todos trazemos como herança da própria África e recarregar nossa energia espiritual. Sacrifica-se um
animal para que através do plasma sangüíneo possa o Orixá tomar forma e assim passar a coabitar no corpo físico e
espiritual do futuro filho de santo. Era assim que os nossos ancestrais faziam na África e assim o fazemos aqui no
Brasil, pois essa é a nossa forma mais próxima de mantermos viva essa força maior e de grande ligação ancestral, que é
o Orixá Divinizado em pensamento e forma..." É nesse momento que o Orixá do médium é invocado e se faz presente,
possibilitando uma maior interação entre o iniciado e o Orixá dono de sua cabeça (Ori ® Cabeça / Xá ® guardião).
Inúmeras são as bibliografias que de alguma forma questionam o uso de obrigações em que são utilizados
animais como oferendas. É muito comum relacionar a prática de sacrifício de animais a fase primitiva dos negros
oriundos do continente africano. Talvez, fosse essa a linguagem usada por aqueles que num passado histórico,
condenaram a prática afro/religiosa, alegando um primitivismo que não cabia a "nova" fase do país em formação e com
forte predomínio da cultura branca européia. É claro que, visto de um ângulo que não seja o africano, essas obrigações
parecem ser retrógradas, tendo em vista a atual "modernização" com a qual convivemos. Porém, percebe-se uma certa
convicção quanto ao "cortar" para o Orixá.
A terceira obrigação é a CATULAÇÃO. Nesta obrigação o Abiã que está sendo iniciado é
recolhido ao Roncó durante 24 durante. Catulação significa “Abrimento de Coroa” e a sua finalidade é abrir
a passagem da mediunidade do abiã. ou seja tornar o filho de santo mais receptivo para receber as
vibrações dos Orixás. A catulação é acompanhada de um sacudimento (ebó de limpeza) que é realizado
antes do filho de santo ser recolhido ao Roncó e é feito um jogo de búzios para verificar o Orixá do filho que
será recolhido.
.
A quinta obrigação é chamado OBORÍ Esta obrigação serve para reforçar as energias
do filho de santo e realizar o assentamento em apotí do primeiro orixá do iyaô e o recebimento de sua 2ª
guia. A guia de seu primeiro orixá, ou seja o dono do orí. O Obori divide-se em três tipos: Obori frio, feito
com água e comidas dos orixás; Obori de dois pés - feito com aves; Obori de 4 pés - feito com animal
quadrúpede. Esses Oborís serão aplicados pelo sacerdote conforme a necessidade e condições gerais do
abiã. Nesta obrigação o abiã será recolhido também por 24 horas, mas terá um resguardo e a ser
cumprindo em sua casa (dormir na esteira, usar branco, não pegar sereno nem sol desnecessariamente...)
por um período de quinze (15) dias. Após essa obrigação, o filho de santo passa a ser chamado de iyaô,
aquele que foi entregue ao Orixá, e também dará uma pequena festa em homenagem ao seu Orixá e a sua
ascensão dentro do ritual.
TEUJ - Obrigação de Obori - filhos de santo vestindo roupa branca ritual em homenagem a Oxalá
soltam pombos brancos, ave sagrada para os povos da tribo africana Arigolê.
TEUJ - Obrigação de 7 Linhas - Orixá paramentado: TEUJ - Orixás paramentados: Inhasã Anhangá e Inhansã Inhalosin (em TEUJ - Cabocla
Oxumaré amarelo), Oxum Aeishá (em azul) e Omulú. Juremá
TEUJ - Yalorixá Giloyá (Antonieta M. dos Passos) em posição de TEUJ - Filho de santo de Sete Linhas recebe o Preceito da
saudação ao Orixá que sái do Roncó. Ao seu lado: Cambone, Bandeja, quando de sua Camarinha para receber o grau de
Babalorixá e o Orixá Omulú. Babalorixá.
Na Nação Omoloko que segue o ritual da tribo Arigolê as obrigações seguem a ordem cronológica acima, não
poderá ter sua ordem alterada.
Orixá Maior é aquela entidade celeste que faz com que a natureza tenha movimento, se transforme e gere
vida. Os orixás maiores são os responsáveis diretos, que encarregados Olorum/Zambi faz com que as menores
partículas atômicas tenha energia e faz fluir a vida cósmica no universo. É a essência da vida. Por exemplo, Iemanjá é
responsável pelo formação e manutenção da vida marinha, Xangô é o responsável pelo energia do trovão que
desencadeia as tempestades que limpam a atmosfera, Nanã faz com que a chuva que cai na terra gere nova vida
orgânica, Inhansã é a responsável pela limpeza do ar atmosférico e com seus ventos espalha a vida como pólens, Exú é
o Orixá responsável pelo desejo sexual que gera vida nas espécies sexuadas. O Orixá Maior é pura energia, não passou
pelo processo de encarnação como seres humanos. Ele é pura energia cósmica, a força vital que tem origem em
Olorum/Zambi e que faz com que a mecânica do universo oscile entre o caos e a ordem gerando vida. Eles são
chamados apenas pelo primeiro nome, Ogum, Xangô, Oxum, Omulu... O Orixá Maior é uno e onipresente. é aquela
entidade celeste que faz com que a natureza tenha movimento, se transforme e gere vida. Os orixás
maiores são os responsáveis diretos, que encarregados Olorum/Zambi faz com que as menores partículas
atômicas tenha energia e faz fluir a vida cósmica no universo. É a essência da vida. Por exemplo, Iemanjá é
responsável pelo formação e manutenção da vida marinha, Xangô é o responsável pelo energia do trovão
que desencadeia as tempestades que limpam a atmosfera, Nanã faz com que a chuva que cai na terra gere
nova vida orgânica, Inhansã é a responsável pela limpeza do ar atmosférico e com seus ventos espalha a
vida como pólens, Exú é o Orixá responsável pelo desejo sexual que gera vida nas espécies sexuadas. O
Orixá Maior é pura energia, não passou pelo processo de encarnação como seres humanos. Ele é pura
energia cósmica, a força vital que tem origem em Olorum/Zambi e que faz com que a mecânica do universo
oscile entre o caos e a ordem gerando vida. Eles são chamados apenas pelo primeiro nome, Ogum, Xangô,
Oxum, Omulu... O Orixá Maior é uno e onipresente.
Orixás Menores são aquelas entidades espirituais que fazem a mediação entre o ser humano e
o Orixá Maior. Os orixás menores são, conforme as diversas lendas, espíritos de antigos reis e heróis
africanos, índios, orientais, etc. Em essência, os orixás menores podem ser qualquer ser humano. Por
exemplo, as lendas de Xangô e Ogum. Esses seres humanos comuns, por terem sido abençoados com
poderes sobrenaturais concedidos pelos Orixás Maiores, tornaram seres humanos especiais dotados de
superpoderes físicos ou mentais para proteger seu povo, e após a sua morte voltam a ter contato com os
seres humanos comuns na forma de orixás menores. Essas pessoas receberam poderes diretamente do
Orixá Maior, e tornaram-se semideuses aqui na Terra, como por exemplo o Hércules da mitologia grega. O
Orixá Maior recebe sua energia cósmica diretamente da fonte, Olorum/Zambi. O orixá menor possui o
mesmo nome do Orixá Maior de onde provem seus poderes, acompanhado de um sobrenome. Por
exemplo, Ogum Beira-Mar, Inhalosin, Iemanjá Obáomi, Xangô Kaô...A este segundo nome chamamos de
dijina ou sunam do Orixá. Assim podemos ter vários oguns, Xangôs, oxóssis, iemanjás... Da mesma forma
seriam os Pretos-Velhos, cujo nome pode não exprimir a verdadeira entidade espiritual, pois o fato de
entidade se manifestar como preto-velho não que dizer que ela necessariamente tenha que ter sido negro e
escravo e o caboclo tenha que ser obrigatoriamente o espírito de um índio brasileiro. Os orixás menores,
passaram pelo processo da reencarnação mas são espíritos dotados de poderes sobrenaturais concedido
pelo Orixá Maior e que por isso possuem uma grande luz e compreensão espiritual e tem seu poder
ampliado agora que não mais carrega o fardo do corpo físico, por isso não necessitando mais passar pelo
processo da reencarnação para evoluir.. É isto que diferencia os eguns (espírito de morto que possui
compreensão ou luz espiritual mas ainda poderá passar, se necessário, por outras reencarnações por ainda
estar ligado ao mundo material) e kiumbas (espírito de morto que ainda não alcançou a luz espiritual, as
nem compreende que ele já vive em outra dimensão e que seu corpo carnal não mais existe). É isso que
diferencia o Orixá Menor dos demais seres espirituais que ainda não foram tocados pela energia do Orixá
Maior. A energia concedida ao orixá menor também provem de Zambi/Olorum; entretanto, ela é canalizada a
ele através do Orixá Maior, que é o elo de ligação entre eles, da mesma forma que o orixá menor é o elo de
ligação entre o ser humano e o Orixá Maior. Dessa forma o Orixá Maior pode ser comparado
grosseiramente a uma válvula que regula o fluxo de energia entre Zambi /Olurum e o orixá menor, podendo
dessa forma reduzir, aumentar ou até mesmo retirar os poderes do orixá menor. No Omoloko, crê-se que
são esses espíritos, os orixás menores que se manifestam nos omo-orixás (médiuns). E somente em
momentos muitíssimos especiais é que o filho de santo poderá realmente ser tocado de forma muito rápida
e superficial pelo Orixá Maior. O culto do orixá menor está ligado ao antigo culto dos antepassados e que
nos foi legado pela cultura Banto; enquanto o culto ao Orixá Maior está ligado ao culto das forças da
natureza e nos foi legado pelos iorubanos e gêges. É importante frisar que na própria África esses dois
cultos se mesclam e se completam; da mesma forma que eles se completam aqui no Brasil.
A HIERARQUIA SACERDOTAL
NO CULTO OMOLOKO
A hierarquia sacerdotal da Nação Omoloko segue a mesma estrutura dos grupos Yorubá:
Ogã Nilú e Ogã Calofé: tocador de atabaque. Pessoa que dá início à maioria dos
cânticos aos orixás nas giras (atualmente esses dois cargos tem sido ocupado por uma
mesma pessoa);
A parte religiosa segue uma organização que vai desde a forma arquitetônica até as atividade anuais praticadas.
Cozinha do Santo: local onde são preparados as comidas dos orixás e a comida para
os participantes comerem em dias de festas e obrigações.
Salão: é o local mais amplo onde são realizados os trabalhos espirituais. Nesse salão
destaca-se o altar, onde ficam imagens de Orixás, Caboclos e Pretos-Velhos e, em alguns
terreiros também são colocados imagens de santos da religião católica. Na maioria dos terreiros
é contruída uma pequena cerca de madeira ou muro para separar o salão onde os filhos de
santo giram da área da assistência.
Ritmo dos pontos: (música religiosa) é marcado por três atabaques: Lé (tambór
grande), Rum (tambor médio) e Rumpi (tambor pequeno). Além dos atabaques há um agogô
(instrumento de metal que emite som semelhante ao do sino) e maracas (tipo de chocalho que
contem dentro lágrimas de nossa senhora e por fora é recoberto por uma rede confeccionada
com a mesma semente, que emite um som semelhante ao chiado.
Organização: Durante as sessões os filhos de santo são organizados de acordo com a
sua graduação hierárquica a partir do de altar em direção a porta de saída do terreiro, formando
dois semi-círculos que começam do altar, com os mais graduados e termina no lado oposto com
os menos graduados ou iniciantes. Durante a sessão os filhos de santo formam dois círculos,
um dentro do outro. No círculo interno ficam os filhos de santo com graduação de
Babálorixá/Yálorixá e Babákekerê/Yákekerê, e no círculo externo ficam os demais filhos de
santo. Quando os orixás se manifestam os componentes do círculo interno passam a compor
também o círculo externo. O círculo interno é substituído pelos orixás que vão se manifestando.
Horário: Com relação ao horário, os terreiros obedecem a determinação do responsável pelo
terreiro. No caso da Tenda Espírita de Umbanda Juraciára as gíras normais iniciam às 20:00 e
terminam às 22:00 horas, e em dias de festividades as atividades terminam às 23:00 horas.
A organização burocrática, fica a cargo de uma diretoria composta por presidente, secretário e tesoureiro, além do
conselho fiscal, que desempenham todas as funções burocráticas e administrativas que já tão bem conhecemos. Muitos
terreiros tem CGC e alguns são reconhecidos como de utilidade pública (municipal, estadual e federal). Não sendo uma
associação com fins lucrativos, a única fonte de renda dos terreiros é através de uma mensalidade cobrada dos médiuns
para a manutenção geral do terreiro. Os próprios médiuns fazem a manutenção do terreiro, seja na limpeza ou mesmo na
conservação das instalações físicas. Em alguns casos são contratados serviços profissionais, principalmente quando se
trata de uma construção para aumento das instalações físicas. Como os terreiros são construídos a partir de doações e
geralmente são construídos no próprio terreno junto a casa do Pai ou Mãe de Santo. Poucos são os terreiros que
funcionam em terreno próprio, se é que há algum.
Nação Omolocô
Obacayodé
Benedita Yadoxé
Efigênia Arranca-toco
Nilza de Xangô (Xangô Yunge)
Observação:
De Chico Rei até Açumano Saó Adió e Oscarina Sani Adió não existem registros sobre
a linha sucessória.
Açumano Saó Adió, mais conhecido no culto Omolocô por Tio Sani. A Origem de sua
Suna (Dijina) vem do Male.
Oscarina Sani Adió, cujo o primeiro nome vem do Celta e significa “guerreira”.
Tio Sani é de origem de puro Malê e dos Mussurúmi. Sani Adió de Mussurúmi,
Açumano do Male e Oscarina Sani Adió (Yalorixá) vieram da Casa de Minas, no
Maranhão, migrando para o Rio de Janeiro, e junto com João da Mina, Tio Obacayodé
e Tio Êrepê se iniciaram na Nação Omolokô.
Tia Benedita, que recebeu a dijina Yadouxé era de procedência Banto Yadoy, a negra.
Seu terreiro ficava em Nilópolis – Rio de Janeiro.
O Tata Ti Nkinse Tancredo da Silva Pinto com a Sunã Folketo Olorofé, era filho de
Benedita Yadouxé.
Mãe Nilza de Xangô, filha-de-santo de Efigênia do Oxossi Arranca-Toco, tem sua Casa
de Santê em Belo Horizonte /MG, à Rua Riachuelo, 90 – Bairro Carlos Prates.
Apesar de conhecermos a metade de UM todo, sobre as procedências dos cultos afros; suas Nações ou
lugares, ainda é pouco. Aqui apresentamos também mais um tema sobre as Entidades Espirituais, que se
denominam Orixás ou Santo Africano, que nada tem a ver com Santo Católico. Nossos antepassados
(sacerdotes) chegados da África, usaram de um estratagema, contra os Senhores de Escravos, afim de dar
sobrevivência e continuidade à nossa religião, para isso, em cada culto ou nação, seus sacerdotes, dentro
de seus rituais, assimilaram por Sincretismo, o Santo Africano ao Santo Católico. Entretanto os segredos
religiosos e cabalísticos dos cultos, não podiam ser revelados. Só podiam ser transmitidos oralmente, aos
poucos, aos iniciados idôneos que se submetiam às provas do ritual, buscando a sua vocação de
conhecimento espiritual e de fé. Compreendamos, portanto, a necessidade que temos de empregar parte da
etnologia e da geografia, para mostrar os lugares de origem dos cultos ou tribos, e destas, as Entidades
(Orixás). Assim temos a antiga Nação Angola. Este Estado era limitado pelo Norte pela África astral inglesa,
à leste e ao sul, pela possessão alemã. Naquela época, o Território de Cabinda (Angola), separou-se do
Estado Independente do antigo Congo, o qual era dividido em 6 (seis) distritos: Congo (antigo território de
Cabinda), Loanda, Benguela, Mossamedes, Lunda-Quiôco e Huile. Este Estado apresentava como
cidades principais: São Paulo de Luanda, Cabinda, Ambriz, Novo Redondo, Benguela, Mossamedes e
Porto Alexandre. A sua superfície era de 1.300.000 milhões de quilômetros quadrados. Até o ano de 1918,
esta antiga nação possuía uma população de 4 milhões e 120 mil habitantes, todos negros da raça bantos.
O Ritual religioso do Culto Omolocô, se origina das tribos Lunda-Quiocôs. Todos os Espíritos evolutivos
pretos-velhos que baixam nos terreiros umbandistas, pertenceram às tribos de Lunda-Quiocôs do Culto
Omolocô, e seus lugares de origem, como seja: João Benguela, Pai Mossamedes, Pai Alexandre, Maria
Redonda, Pai Cabinda, Pai Ambriz, Pai Luanda, etc. Temos também os bantos da África Oriental, de Dar-
es-Salam, Quiloa, Bagamoyo, Tanga, Pangani; pertencentes principalmente à costa oriental. Essas tribos
são cruzadas com um forte elemento asiático. Elas estão situadas no continente, ao sul da Ilha de Zanzibar,
que foi à tempos atrás governada por um sultão árabe. Por esse motivo a Nação Omolocô, amalgamou-se e
tornou-se uma Nação Eclética, com um ritual sempre cruzado, com suas raízes: Gêge, Quêto (reino
iorubano do Sudeste da República do Benim, na fronteira com a Nigéria - África), Nagô, Angola, Almas
(Iorubá), assim como com o Oriente, de origem asiática. Os Terreiros de Omolocô têm sempre uma puxada
para o ritual de suas raízes, ou Nação Raiz, porém no fundo, as formas de iniciação, e de trabalhos são
sempre seguindo uma mesma diretriz.
Bibliografia:
TECNOLOGIA OCULTISTA DA UMBANDA DO BRASIL
Sabemos que a crença religiosa, varia de culto para culto, no entanto temos a nossa e como tal daremos
aos nossos irmãos de santo e aos neófitos, e leigos que não professam os cultos Afros, como os malungos
(camaradas, companheiros), o dever de entenderem e passarem à frente, para que todos tenham o real
conhecimento da fé dos filhos do Omolocô.
Antes, permitam que possamos lhes dizer que acreditamos firmemente que, os demais planetas
componentes dos vários sistemas, são habitados, porém ignoramos a forma e os caracteres dos seres que
neles vivem e por isso, temos a obrigação de explicar como para nós do Omolocô, surgiram os habitantes
do planeta terra, ou seja o Planeta Presídio em que vivemos. Quando da criação deste planeta, houve por
bem à ZÂMBI, de convocar para uma reunião, em seu palácio, Exu e Pomba-gira, para que esses Orixás,
pudessem contar as boas novas do novo planeta. Instados a se pronunciarem, Exu e Pomba-gira não se
fizeram de rogados e contaram que era necessário que os espíritos que na terra vagavam sem forma e sem
se conhecerem, como simples espirais de fumaça, deveriam espiar seus débitos, materializados, já que ,
como dissemos acima, não passavam de simples espirais de fumaça sem se conhecerem e sem saber os
resultados dos seus castigos. Inteligentemente, sugeriram Exu e Pomba-gira, que cada um dos Espíritos da
Natureza, isto é, os Orixás, que sabemos são estacionários, tivessem um pouco mais de paciência e
fornecessem os elementos químicos e os alimentos para esses espíritos, ficando Exu e Pomba-gira, com a
responsabilidade de arrebanharem em outros planetas, espíritos também castigados e trazerem esses
espíritos para a terra e se juntarem aos que aqui se encontravam. Após muita delonga, resolveu ZÂMBI,
aceitar a sugestão de Exu e Pomba-gira, ficando no entanto cada Orixá presente, com a preocupação da
devolução dos elementos químicos e dos alimentos, pois como é entendido por todos nós, donde se tira e
não se repõe, esgota-se as reservas, sugerindo então Omolu uma nova reunião para posterior deliberação.
Houve nova reunião e depois de falarem a cerca do plano de Exu e Pomba-gira, ficou assentado e
consentido que isso seria feito, faltando no entanto saberem, como poderiam eles resgatar os elementos
químicos e os alimentos. Diante de tão grave preocupação, Olodum (que comanda os Elementais) que à
tudo assistia calado, resolveu se pronunciar e o fez de maneira inteligente, dizendo à todos os presentes
que não se preocupassem, pois ele devolveria os alimentos e as essências químicas. Com o
pronunciamento de Olodum, ficaram todos calmos e descansados e imediatamente aprovaram a idéia de
Exu e Pomba-gira. Recebendo estão essa incumbência, partiram Exu e Pomba-gira em busca de novas
camadas de espíritos em outros planetas, e em lá chegando, enganaram como lhes é próprio, com
promessas de rápidos resgates de débito espiritual e anunciando que a terra era o lugar ideal para todos,
um verdadeiro paraíso, e que eles lhes podiam acompanhar, pois não se arrependeriam. Iludidos com Exu e
Pomba-gira e acreditando ser a terra realmente um paraíso, embarcaram eles nos dragões voadores de Exu
e Pomba-gira e rumaram imediatamente para a terra. Quanta decepção e desilusão, quanta lágrima
derramada, pois aqui chegados, deu-se o fenômeno da materialização e puderam eles enxergarem e
sentirem já agora, na própria carne, pois receberam as essências químicas e as formas humanas,
espetáculos deprimentes como crimes de todas as espécies, e coisas que sinceramente nos enoja, como
taras, fobias que se manifestam nos infelizes. O Orixá TEMPO teve a missão de transportar os bons e os
maus e muito ajudou a trazer as camadas inferiores e que até hoje procuram não se amoldarem como
também se aperfeiçoarem e isto caros Irmãos, temos conseguido, haja visto que o progresso que ai esta e
jamais poderá por alguém ser contestado. Somos por conseguinte, espíritos evolutivos e como tal devemos
nos comportar e nos educar para vidas futuras, e voltarmos um dia, quem sabe quando, ao nosso sistema
de origem com a graça e a infinita sabedoria de Zâmbi em toda sua Corte Celeste. Veremos que a nossa fé
tem base sólida, pois o negro nesta leva, agiu justamente no continente , que mais se assemelha, ou seja a
África e o branco na Europa, etc. Para finalizar, Irmãos devemos, cada vez mais nos amoldarmos para
estarmos preparados para o regresso e que cremos será triunfal. Devemos entender que Omolu é o
encarregado da vida e da morte material, e Olodum o encarregado de devolver aos espíritos da natureza
(os Elementais) os restos mortais da matéria que se transformarão em essências químicas na forma de
fogos-fátuos e que todos do Culto Omolocô sabem respeitar, pois esse fenômeno é a ligação e o sinal de
Olodum com os demais Orixás, cumprindo ele com respeito o trato feito na reunião da Corte Celestial de
Zâmbi. Por essa razão, ficaram Exu e Pomba-gira como agentes mágicos Universais e até hoje,
intermediários entre os homens e os Orixás.
Bibliografia:
TECNOLOGIA OCULTISTA DA UMBANDA DO BRASIL