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ESTRATÉGIAS DE APOIO A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE

SOCIAL EM UMA CIDADE DA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE RS.

* Joana Cristina Frois da Silva


**Claudia Galvão Mazoni

Resumo: Sabendo que a adolescência é uma importante fase do desenvolvimento humano, que
adolescentes são entendidos como sujeitos de direitos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
sendo-lhes garantido a sua proteção integral, e que se estes encontram-se em situação de vulnerabilidade
social é responsabilidade dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) ofertar as estratégias de
apoio da proteção social básica. O presente estudo buscou investigar quais são as estratégias de apoio
ofertadas a estes adolescentes segundo a visão dos profissionais que atuam nos CRAS de um município
da região metropolitana de Porto Alegre RS. O método utilizado foi um estudo de cunho qualitativo, onde
os profissionais que atuam nos CRAS do município pesquisado responderam a uma entrevista
semiestruturada. Os resultados obtidos foram submetidos ao método de análise de conteúdo. A partir da
análise dos resultados identificou-se que as ofertas de serviços a adolescentes em situação de
vulnerabilidade social neste município resumem-se ao que é ofertado no Programa de Atenção Integral à
Família (PAIF), que trabalha as vulnerabilidades nas famílias, no sentido de fortalecer o que está saudável
e auxiliar na resolução de questões que podem estar atrapalhando o desenvolvimento de seus membros,
ou até violando direitos. Porém, este serviço atende a família como um todo e por isso o adolescente está
incluído, mas não é um serviço direcionado ao adolescente. O único programa que realmente é destinado
a este público, o serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, não está em funcionamento no
momento por falta de recursos.

Palavras-chave: Adolescentes, Vulnerabilidade social, Estratégias de apoio

Abstratc: Knowing that adolescence is an important phase of human development, that adolescents are
understood as subjects of law by the Statute of the Child and Adolescent (ECA) being-guaranteed their
full protection, and that they are in a situation of vulnerability The programs of social assistance (CRAS)
are based on basic social protection. The present study sought to investigate the support strategies that
play a role in the countries that work in the CRAS of a municipality in the metropolitan region of Porto
Alegre RS. The method used was a qualitative study, where the professionals work in the CRAS of the
municipality surveyed in a semi-structured interview. The results were submitted to the content analysis
method. Based on the analysis of the results found, as is done to attend adolescents in a situation of social
vulnerability in the municipality, it is a problem of attention that does not exist in the Program of Attention
to the Family (PAIF), which functions as vulnerabilities in families, meaningless. People who are capable
and healthy in solving problems may be participating in the development of their members, or even
violating rights. However, this service is a family as a whole and so the teenager is included, but it is not a
service aimed at the teenager. The only event that is really intended for the public, the service of
coexistence and strengthening of ties, is not in operation at the moment due to lack of resources.

Keywords: Adolescents, Social vulnerability, Support strategies

*Graduanda de psicologia, Universidade Luterana do Brasil, Gravataí.


**Orientadora, professora Universidade Luterana do Brasil, Gravataí.
Introdução
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) entende as crianças e adolescentes como
sujeitos de direito, sendo-lhe garantidos a sua proteção integral. De acordo com o ECA, em seu
artigo 4º, onde dispõe sobre os deveres da família, comunidade, sociedade e do poder público
diz que estes devem: “assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura,
à dignidade, ao respeito, à liberdade, e à convivência familiar e comunitária”. Neste sentido,
quando da violação de direitos, como é o caso da maioria dos adolescentes em situação de
vulnerabilidade social, devem ser implementadas pelo estado, através da Proteção Social
Especial e da Proteção Social Básica, as devidas medidas de proteção.

Conformado na matriz discursiva da Bioética, o conceito de vulnerabilidade como


condição inerente ao ser humano, naturalmente necessitado de ajuda, diz do estado de
ser/estar em perigo ou exposto a potenciais danos em razão de uma fragilidade atrelada
à existência individual, eivada de contradições. (Carmo & Guizardi, 2018).

Entendendo a adolescência segundo Ferreira & Nelas (2016), conceituada como o


período situado entre a infância e a vida adulta”. Que é também um tempo de transição,
onde o adolescente fará escolhas que afetarão seu desenvolvimento e sua vida adulta.
Considerada no passado apenas como um breve interlúdio entre a dependência da
infância e as responsabilidades da vida adulta atribuída ao jovem, é também
considerado um período em que os jovens, após momentos de maturação
diversificados, constroem a sua identidade, os seus pontos de referência, escolhem o
seu caminho profissional e o seu projeto de vida. E quando um adolescente está em
situação de vulnerabilidade, esse processo, já considerado uma fase de crise por todas
as questões que envolve, fica em risco de não se desenvolver de forma saudável.

Entende-se por adolescente em vulnerabilidade social, adolescentes em situação


de risco por negligência (familiar ou do responsável), violência física, psicológica ou
sexual, condições de moradia (lugar perigoso tráfico, violência urbana) e por contato
com dependentes químicos (pais, responsáveis ou pessoas próximas de seu convívio).
(Barbosa, D.G. et al 2016).

Já a assistência social no Brasil, segundo Jorge, D. B. P. (2013), é uma política


pública não contributiva e direito de toda pessoa que dela necessitar, tendo o Sistema
Único de Assistência Social (SUAS) como um sistema público não contributivo,
descentralizado e participativo, que tem por função a gestão do conteúdo específico da
assistência social no campo da proteção social brasileira. Que tem os Centros de
Referência de Assistência Social (CRAS), como instituições-chave da proteção social
básica da Assistência Social, tendo como objetivo central a prevenção de situações de
risco em contextos de pobreza, privação e fragilização de vínculos afetivos. (Leão,
Oliveira & Carvalho, 2014)

Vulnerabilidade social é formada por pessoas e lugares, que estão expostos à


exclusão social, podem ser famílias ou indivíduos sozinhos, e é um termo geralmente
ligado a pobreza, no entanto esta não é determinante. A vulnerabilidade também está
na falta de condições de acesso a bens materiais, de serviço e políticas que venham a
suprir aquilo que torna a pessoa vulnerável.

Tendo em vista o empobrecimento da população, e que segundo Gomes, (2005), a


realidade das famílias pobres muitas vezes não traz no seu seio familiar a harmonia para
que ela possa ser a propulsora de um desenvolvimento saudável de seus membros, uma
vez que seus direitos estão sendo negados. Gerando uma grande quantidade de casos
de adolescentes em situação de vulnerabilidade social, e sabendo que a adolescência é
uma fase já vulnerável pelas questões inerentes a esta etapa do desenvolvimento, esta
pesquisa torna-se relevante para avaliarmos quais são os serviços ofertados a esses
indivíduos e se estes podem ser ampliados.

A proposta deste estudo é levantar informações sobre as estratégias de apoio


ofertadas pela proteção social básica a adolescentes em situação de vulnerabilidade
social em um município da região metropolitana de Porto Alegre RS, segundo a visão
dos profissionais que atuam nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS)
deste município.

Método

Esta foi uma pesquisa de campo do tipo descritiva com abordagem qualitativa,
que foi realizada com uma amostra de seis participantes, neste caso, os profissionais
que atuam nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) de um município da
região metropolitana de Porto Alegre RS.
Para a pesquisa, utilizou-se como instrumento uma entrevista semiestruturada a
qual foram convidados os profissionais a participar. O primeiro procedimento foi
solicitar autorização a coordenadora dos CRAS deste município, após foi feito contato
telefônico com os cinco CRAS existentes no município, solicitando agendar as
entrevistas. Nos dias e horários previamente agendados, após a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), foram realizadas as entrevistas com cada
profissional individualmente e no seu CRAS de atuação. Participaram deste estudo três
assistentes sociais, sendo que destes, dois exercem também a função de coordenadores
de seu CRAS de atuação, duas psicólogas e uma educadora social.

Tabela Sociodemográfica:

Participante Idade Gênero Escolaridade Profissão Tempo de


Exercício

Part. 1 24 anos Masculino Nível superior Assistente 1 ano


Social

Part. 2 32 anos Feminino Pós-Graduação Psicóloga 7 meses

Part. 3 34 anos Feminino Nível Superior Psicóloga 5 anos

Part. 4 35 anos Feminino Nível Superior Educadora 8 anos


Social

Part. 5 39 anos Feminino Nível Superior Assistente 14 anos


Social

Part. 6 40 anos Masculino Nível Superior Assistente 6 anos


Social

A entrevista utilizada obedeceu aos preceitos éticos e ao cronograma, segundo as


recomendações éticas na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), resolução
n°466/12 CNS 2012 e resolução n°510 de 07 de Abril de 2016, que prevê procedimentos
que assegurem a confiabilidade e a utilização de informações sem prejuízo das pessoas.
Resultados e Discussão dos Resultados

Através da técnica da análise do conteúdo e da leitura exaustiva das entrevistas


foram criadas duas categorias temáticas: “ Alguns contextos da vulnerabilidade” e “ A
proteção social e suas estratégias” cada uma subdividida em outras categorias, as quais
apresento a seguir:

1-Alguns Contextos da Vulnerabilidade

Estar vulnerável não quer dizer que o indivíduo necessariamente sofrerá danos,
mas que está mais suscetível a eles.

1.1-Vulnerabilidade como condição social e econômica

Para Guareschi (2000), Pobreza, fome, miséria, violência e exploração ainda são
significantes poderosos a construir nossa sociedade.

Todos os entrevistados relataram que apesar de vulnerabilidade social em geral


não estar necessariamente ligada a situação socioeconômica, em seus territórios de
atuação elas estão estreitamente ligadas, o que afeta as famílias como um todo e
especialmente aos adolescentes que não tem bem atendidas suas necessidades de
moradia, alimentação e acesso a bens de consumo. “ (...) sem dúvida a pobreza é uma
variável muito importante para a vulnerabilidade do adolescente, o acesso que eles tem
é outro, é um acesso reduzido e isso sim provoca o estado de vulnerabilidade também”.

1.2-Vulnerabilidade como situação de exposição a violência

Para Lopes et al, (2008), no enfoque da violência é notória a vulnerabilidade em


que se encontram adolescentes e jovens, ocupando o imaginário social na condição de
vítima e, fortemente, de vitimizador.

Segundo os entrevistados a violência ocupa amplo espaço na discussão sobre


vulnerabilidades em seus territórios, desde o adolescente que convive com
dependentes químicos, o adolescente vítima de violência doméstica, do tráfico, das
gangues, aquele adolescente que não pode ir à escola pois esta está situada em
território rival na guerra das gangues e é indiferente se este adolescente faz parte ou
não de uma gangue, ele está exposto. “ (...) no nosso território a vulnerabilidade se
caracteriza muito pela questão da violência, questão da disputa de território, tráfico de
drogas, a própria questão da violência intrafamiliar...”

1.3-Vulnerabilidade como falha no acesso aos direitos

Segundo Carmo & Guizardi, (2018), Vulnerabilidade também diz respeito à ideia
de um conceito que representa as múltiplas determinações que incidem sobre os
contextos de cidadãos que vivenciam frágil ou nulo acesso a direitos.

Os profissionais entrevistados referem que o acesso a direitos como moradia,


educação, saúde e emprego torna-se também uma vulnerabilidade para os adolescentes
já em situação vulnerável. Muitas vezes o acesso que eles tem a saúde é precário, por
diversos motivos, entre eles o acesso a informações e formas de inserção nos serviços
de saúde. Em outros casos, estes adolescentes estão em defasagem escolar e sentem-
se constrangidos em estudar com crianças menores, geralmente eles não podem
estudar à noite por questões de segurança, deixando-os desestimulados, que é onde
ocorre a evasão escolar. O que gera outro problema: com baixa escolaridade como se
inserir no mercado de trabalho? Os programas existentes em sua grande maioria tem
como requisito uma escolaridade mínima ou estar estudando, o que exclui aquele
adolescente que já teve o direito ao acesso à educação dificultado. “ (...) o adolescente
precisa estar estudando e precisa ter um grau de instrução que não é com a realidade
dos nossos adolescentes, nem todos adolescentes de 15, 16 anos já estão na 8°série, não
é a realidade infelizmente, então acaba excluindo, eles ficam...acabam ficando no
limbo.”

1.4-Vulnerabilidade como falha no estabelecimento de vínculos

O estabelecimento de vínculos é próprio do ser humano, e a família, como grupo


primário, é o locus para a concretização desta experiência (Gomes & Pereira, 2005)

Segundo os entrevistados vulnerabilidade também diz respeito aos indivíduos, as


famílias, ao modo como eles se relacionam, então vulnerabilidade diz respeito também
as relações, relações mais estáveis, mais confiáveis, que alimentem mais o ser humano
no seu desenvolvimento, que possibilitem a formação de vínculos afetivos, sociais e
comunitários, possibilitando o empoderamento deste adolescente e seu pleno
desenvolvimento. “A gente mantém uma família ou convida ela para esse
acompanhamento, justamente para trabalhar as vulnerabilidades, para fortalecer o que
já tem de bom, o que já tem de saudável e auxiliar na resolução de algumas outras
questões que podem estar prejudicando o desenvolvimento de seus membros”.

2-A Proteção Social e Suas Estratégias

Um sistema de proteção social é composto por ações da sociedade e do poder


público em geral, no intuito de assegurar os direitos de cidadania. Ela é organizada em
Proteção Social Especial e Proteção Social Básica. A Proteção Social Especial é composta
por média e alta complexidade.

A Proteção Social Básica visa a prevenção e a superação das condições de


vulnerabilidade por meio de ações que favoreçam o convívio social e promovam
trabalhos socioeducativos de caráter preventivo, com centralidade na família,
implantação de projetos de enfrentamento a pobreza e ofertas de serviços voltados a
criança, o jovem, o adulto e o idoso. (Jorge,2013). Enquanto a proteção social especial
tem um cunho de reparação, a proteção social básica é de cunho mais preventivo, seu
objetivo é prevenir o risco social visando a melhoria das condições de vida e de cidadania
através do fortalecimento dos vínculos familiares e sociais e do desenvolvimento das
potencialidades. Ficando a cargo dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS)
desenvolver, coordenar e executar as estratégias para tal fim.

2.1-Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

É realizado em grupos, organizado a partir de movimentos, visando garantir


aquisições progressivas aos seus usuários, de acordo com a idade, a fim de
complementar o trabalho social com famílias e prevenir a ocorrência de situações de
risco social. (Reis & Cabreira, 2013). Segundo estes mesmos autores o Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos organiza-se de modo a ampliar trocas
culturais e de vivências, desenvolver o sentimento de pertença e de identidade,
fortalecer vínculos familiares e incentivar a socialização e a convivência comunitária. E
segundo todos os entrevistados, é o serviço mais direcionado ao adolescente em
vulnerabilidade social, ele visa atender adolescentes em média entre 12 e 17 anos, com
atividades duas ou três vezes por semana, conta com oficineiros, geralmente de dança,
música, educação física e artesanato, com acompanhamento de um educador social nas
atividades, mais um técnico de referência, assistente social ou psicólogo. As estratégias
deste serviço são o espaço de convivência onde são trabalhadas as temáticas de
vulnerabilidade. “(...) trabalhar justamente isso, fortalecimento dos vínculos familiares,
dos vínculos comunitários, trabalhar questões de preconceito, de meio ambiente
viabilização de acesso aos direitos, conhecimento sobre os direitos, conhecimento sobre
o território onde eles estão inseridos, se conhecer como sujeitos nesse espaço, sujeitos
de mudança.”

Os adolescentes chegam a este serviço através da procura espontânea (as famílias


procuram o atendimento no CRAS), encaminhamento da escola, do Centro de
Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), do Conselho Tutelar, do poder
judiciário, encaminhados também por estar em descumprimento de condicionalidades
do Programa Bolsa Família. De modo geral, não há exigências que condicionem a
participação do adolescente no serviço, porém devido a questões de espaço e limitação
de vagas, em alguns CRAS existe uma lista que identifica o público prioritário:

 Em situação de isolamento;
 Trabalho infantil;
 Vivência de violência ou negligência;
 Fora da escola ou com defasagem escolar superior a dois anos;
 Em situação de acolhimento;
 Em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto;
 Egressos de medidas socioeducativas;
 Situação de abuso e/ou exploração sexual;
 Com medidas de proteção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA);
 Crianças e adolescentes em situação de rua;
 Vulnerabilidade que diz respeito a pessoas com deficiência.

Este serviço, importante por buscar trabalhar com o adolescente identificando


suas principais vulnerabilidades, trabalhando questões como a prevenção ao uso de
drogas, a prevenção a violência , prevenção ao bullyng, questões de cidadania, entre
outras, buscando capacitar e instrumentalizar, empoderando este adolescente, não está
em funcionamento em nenhum dos CRAS do município por falta de materiais de limpeza
e do lanche que é previsto servir aos adolescentes no período em que eles estão no
CRAS participando dos grupos e oficinas.

2.2-Programa de Atenção Integral às Famílias (PAIF)

Sua finalidade é acolher famílias que apresentam vulnerabilidades sociais


decorrentes de pobreza, privação como ausência de renda, acesso nulo ou precário aos
serviços públicos, entre outros, além de apresentarem fragilização de vínculos afetivo-
relacionais e de pertencimento social. (Santos,2012)

O Programa de Atenção Integral às Famílias (PAIF) visa atender as famílias,


identificando suas principais vulnerabilidades, identificando a rede com que esta família
pode contar, como se dá o acesso desta família as políticas públicas. Este serviço não é
direcionado ao adolescente propriamente, mas a família como um todo o que acaba
incluído as crianças e adolescentes daquela família no serviço, e, como o serviço de
convivência e fortalecimento de vínculos não está em funcionamento no momento, este
é o único serviço no CRAS a que o adolescente tem acesso. Os serviços a eles oferecidos
através do PAIF são mais pontuais, o que deixa o adolescente vulnerável sem um serviço
direcionado as suas demandas. Através do PAIF eles tem acessos pontuais a:

 Orientação individual,
 Orientação para emprego (orientações e confecção de currículo),
 Encaminhamentos para a saúde,
 Atendimentos,
 Escuta para adolescente em sofrimento psíquico.

2.3-Outras Estratégias

Ferreira & Nelas (2016), entendem a adolescência como época da vida marcada
por profundas transformações fisiológicas, psicológicas, pulsionais, afetivas, intelectuais
e sociais, é seguramente um processo dinâmico de passagem entre a infância e idade
adulta, e não é uma tarefa fácil para o adolescente.
E os profissionais entrevistados concordam que a adolescência já é um período
vulnerável por suas próprias questões, referem também que os CRAS estão inseridos
nos territórios onde se fazem necessários, então o fato de residir em uma destas
comunidades já seria um indicador de vulnerabilidade mesmo que não haja ainda
nenhuma violação de direitos. “(...) não quer dizer que um adolescente que não tem
hoje uma questão explícita, uma questão de violência, de vulnerabilidade dentro do
contexto familiar, não quer dizer que amanhã ele não pode estar vivenciando isso
justamente.” Mas a oferta de estratégias para prevenção e para o enfrentamento destas
situações se resume a algumas atividades esportivas e culturais no ginásio de esportes
do município que além de ter algumas limitações de vagas é pouco divulgado, o Centro
da Juventude, que faz parte do Programa de Oportunidades e Direitos que é para auxiliar
o adolescente quanto a seu desenvolvimento cidadão, sua inserção no mercado de
trabalho , e também cultura, porém, o atendimento limita-se a usuários do território
onde está inserido. Na questão do emprego tem o Projeto Pescar e o Jovem Aprendiz,
que são iniciativas privadas e tem algumas condicionalidades como escolaridade, que
acabam sendo excludentes para a grande maioria dos jovens em vulnerabilidade social.
“ (...) de políticas públicas no município não tem, para adolescentes, eu desconheço, mas
eu trabalho na secretária de assistência, então eu imagino que se tivesse eu deveria
saber.”

Quanto a necessidade de ampliação destes serviços ou criação de novos, a maioria


dos entrevistados entende haver necessidade tanto da ampliação dos existentes para
que possam atender mais usuários, como da criação de novas estratégias, mas que essas
estratégias fossem criadas especificamente para este perfil de adolescente.

Considerações Finais

O presente estudo buscou entender quantas e quais são as estratégias de apoio


ofertadas a adolescentes em situação de vulnerabilidade social em um município da
região metropolitana de Porto Alegre RS e se estas devem ser ampliadas. Através dos
resultados obtidos constatou-se que a única estratégia que seria mais direcionada aos
adolescentes e suas temáticas, não está em funcionamento no momento por falta de
suprimentos, restando aos profissionais dos CRAS realizar atendimentos pontuais
através do PAIF com estes adolescentes. Percebeu-se a necessidade de que esta
estratégia reinicie o seu funcionamento e que seja ampliada para poder atender a mais
usuários, e também a criação de novas estratégias que sejam direcionadas ao
adolescente que vive nos territórios assistidos pelos CRAS, que sejam feitas mais
pesquisas para identificar quem são estes adolescentes, suas necessidades, seus
anseios, onde vivem, com quem e como vivem e etc., para que estas estratégias sejam
de acordo com o perfil deste adolescente.

Espera-se que este estudo propicie novas discussões e contribua para que novos
estudos sejam realizados acerca deste tema.

Referências:

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Carmo, M.E. & Guizardi, F.L. (2018), O conceito de Vulnerabilidade e Seus Sentidos
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