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Resumo: Sabendo que a adolescência é uma importante fase do desenvolvimento humano, que
adolescentes são entendidos como sujeitos de direitos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
sendo-lhes garantido a sua proteção integral, e que se estes encontram-se em situação de vulnerabilidade
social é responsabilidade dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) ofertar as estratégias de
apoio da proteção social básica. O presente estudo buscou investigar quais são as estratégias de apoio
ofertadas a estes adolescentes segundo a visão dos profissionais que atuam nos CRAS de um município
da região metropolitana de Porto Alegre RS. O método utilizado foi um estudo de cunho qualitativo, onde
os profissionais que atuam nos CRAS do município pesquisado responderam a uma entrevista
semiestruturada. Os resultados obtidos foram submetidos ao método de análise de conteúdo. A partir da
análise dos resultados identificou-se que as ofertas de serviços a adolescentes em situação de
vulnerabilidade social neste município resumem-se ao que é ofertado no Programa de Atenção Integral à
Família (PAIF), que trabalha as vulnerabilidades nas famílias, no sentido de fortalecer o que está saudável
e auxiliar na resolução de questões que podem estar atrapalhando o desenvolvimento de seus membros,
ou até violando direitos. Porém, este serviço atende a família como um todo e por isso o adolescente está
incluído, mas não é um serviço direcionado ao adolescente. O único programa que realmente é destinado
a este público, o serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, não está em funcionamento no
momento por falta de recursos.
Abstratc: Knowing that adolescence is an important phase of human development, that adolescents are
understood as subjects of law by the Statute of the Child and Adolescent (ECA) being-guaranteed their
full protection, and that they are in a situation of vulnerability The programs of social assistance (CRAS)
are based on basic social protection. The present study sought to investigate the support strategies that
play a role in the countries that work in the CRAS of a municipality in the metropolitan region of Porto
Alegre RS. The method used was a qualitative study, where the professionals work in the CRAS of the
municipality surveyed in a semi-structured interview. The results were submitted to the content analysis
method. Based on the analysis of the results found, as is done to attend adolescents in a situation of social
vulnerability in the municipality, it is a problem of attention that does not exist in the Program of Attention
to the Family (PAIF), which functions as vulnerabilities in families, meaningless. People who are capable
and healthy in solving problems may be participating in the development of their members, or even
violating rights. However, this service is a family as a whole and so the teenager is included, but it is not a
service aimed at the teenager. The only event that is really intended for the public, the service of
coexistence and strengthening of ties, is not in operation at the moment due to lack of resources.
Método
Esta foi uma pesquisa de campo do tipo descritiva com abordagem qualitativa,
que foi realizada com uma amostra de seis participantes, neste caso, os profissionais
que atuam nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) de um município da
região metropolitana de Porto Alegre RS.
Para a pesquisa, utilizou-se como instrumento uma entrevista semiestruturada a
qual foram convidados os profissionais a participar. O primeiro procedimento foi
solicitar autorização a coordenadora dos CRAS deste município, após foi feito contato
telefônico com os cinco CRAS existentes no município, solicitando agendar as
entrevistas. Nos dias e horários previamente agendados, após a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), foram realizadas as entrevistas com cada
profissional individualmente e no seu CRAS de atuação. Participaram deste estudo três
assistentes sociais, sendo que destes, dois exercem também a função de coordenadores
de seu CRAS de atuação, duas psicólogas e uma educadora social.
Tabela Sociodemográfica:
Estar vulnerável não quer dizer que o indivíduo necessariamente sofrerá danos,
mas que está mais suscetível a eles.
Para Guareschi (2000), Pobreza, fome, miséria, violência e exploração ainda são
significantes poderosos a construir nossa sociedade.
Segundo Carmo & Guizardi, (2018), Vulnerabilidade também diz respeito à ideia
de um conceito que representa as múltiplas determinações que incidem sobre os
contextos de cidadãos que vivenciam frágil ou nulo acesso a direitos.
Em situação de isolamento;
Trabalho infantil;
Vivência de violência ou negligência;
Fora da escola ou com defasagem escolar superior a dois anos;
Em situação de acolhimento;
Em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto;
Egressos de medidas socioeducativas;
Situação de abuso e/ou exploração sexual;
Com medidas de proteção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA);
Crianças e adolescentes em situação de rua;
Vulnerabilidade que diz respeito a pessoas com deficiência.
Orientação individual,
Orientação para emprego (orientações e confecção de currículo),
Encaminhamentos para a saúde,
Atendimentos,
Escuta para adolescente em sofrimento psíquico.
2.3-Outras Estratégias
Ferreira & Nelas (2016), entendem a adolescência como época da vida marcada
por profundas transformações fisiológicas, psicológicas, pulsionais, afetivas, intelectuais
e sociais, é seguramente um processo dinâmico de passagem entre a infância e idade
adulta, e não é uma tarefa fácil para o adolescente.
E os profissionais entrevistados concordam que a adolescência já é um período
vulnerável por suas próprias questões, referem também que os CRAS estão inseridos
nos territórios onde se fazem necessários, então o fato de residir em uma destas
comunidades já seria um indicador de vulnerabilidade mesmo que não haja ainda
nenhuma violação de direitos. “(...) não quer dizer que um adolescente que não tem
hoje uma questão explícita, uma questão de violência, de vulnerabilidade dentro do
contexto familiar, não quer dizer que amanhã ele não pode estar vivenciando isso
justamente.” Mas a oferta de estratégias para prevenção e para o enfrentamento destas
situações se resume a algumas atividades esportivas e culturais no ginásio de esportes
do município que além de ter algumas limitações de vagas é pouco divulgado, o Centro
da Juventude, que faz parte do Programa de Oportunidades e Direitos que é para auxiliar
o adolescente quanto a seu desenvolvimento cidadão, sua inserção no mercado de
trabalho , e também cultura, porém, o atendimento limita-se a usuários do território
onde está inserido. Na questão do emprego tem o Projeto Pescar e o Jovem Aprendiz,
que são iniciativas privadas e tem algumas condicionalidades como escolaridade, que
acabam sendo excludentes para a grande maioria dos jovens em vulnerabilidade social.
“ (...) de políticas públicas no município não tem, para adolescentes, eu desconheço, mas
eu trabalho na secretária de assistência, então eu imagino que se tivesse eu deveria
saber.”
Considerações Finais
Espera-se que este estudo propicie novas discussões e contribua para que novos
estudos sejam realizados acerca deste tema.
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