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Que a minha pressa de chegar não me impeça de aproveitar a paisagem, de observar

as nuances dos caminhos por onde passo. Que essa ânsia de chegar ao destino, que por vezes
me faz procurar aparentes atalhos não impeça que as pequenas delicadezas da estrada sejam
por mim percebidas. Pois quero vê-las e mereço ser modificas por elas. São pequenos milagres
que passam por mim todos os dias e às vezes, imediatista e apressada como sou, quase não as
enxergo e depois caminho dizendo que o dia estava cinza e não havia nada de bom, só calor e
pedras. Será que não havia mesmo nada de bom? Ou será que eu é que não sabia enxergar e o
problema estava dentro de mim?

Que o meu instinto de sempre falar não me impeça de aproveitar o silêncio, de


entender as sutilezas das vozes que ecoam e reverberam mesmo quando nada é pronunciado.
Que eu esteja atenta para ouvir os gritos que vem de dentro de mim, alertando para o que eu
não vejo, ainda que de olhos bem abertos.

Que a minha vontade de amar não faça com que eu enxergue amores onde não há
nada. E que o amor que eu enxergue mereça ser por mim aproveitado. Que a água turva entre
o amor e o apego não me confundam em momento algum.

Que os meus pensamentos não me confundam, que a minha voz não me confunda,
mas que eu me perca às vezes. Sim, que eu me perca, só para ter de passar por caminhos
diferentes, olhar novas paisagens, até me achar novamente. São através desses perdidos ao
longo do trajeto que passo por onde não tinha antes ido, e vivencio experiências que trarão a
próxima lição.

Ninguém vai me ensinar como me perder. Isso acontecerá naturalmente , quando eu


acreditar que estou seguindo pelo caminho certo, alimentando a momentânea ilusão de que
sei bem como chegar. É aí que o acaso vem e me surpreende. Pra me mostrar que sou sempre
errante, ainda que eu incansavelmente busque e queira acertar. São esses erros que me fazem
tão maior e mais experiente. Eu preciso deles também, fazem parte da eterna construção do
que sou.

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