Sei sulla pagina 1di 13

Tribunal de Justiça de Pernambuco

PJe - Processo Judicial Eletrônico

24/09/2019

Número: 0020324-13.2019.8.17.2001
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: Seção B da 30ª Vara Cível da Capital
Última distribuição : 29/03/2019
Valor da causa: R$ 30.000,00
Assuntos: Indenização por Dano Material
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
SILVIO ARTUR SIMOES LINS (AUTOR) ANDRE DE VASCONCELOS (ADVOGADO)
banco do brasil (RÉU)
BRASILPREV SEGUROS E PREVIDENCIA S/A (RÉU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
47889 16/07/2019 17:19 0. Contesta-ao---discordancia-da-rentabilidade--- Petição em PDF
690 plano-resgatado---danos--234462v3-pdf 234462
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 30ª VARA CÍVEL DA COMARCA –DA
CAPITAL - PE

PROCESSO Nº. 0020324-13.2019.8.17.2001

BRASILPREV SEGUROS E PREVIDÊNCIA S.A., pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no CNPJ/MF sob nº. 27.665.207/0001-31, com sede social na Rua Alexandre
Dumas, nº 1671, CEP 04717-903, Chácara Santo Antônio, São Paulo/SP, por sua advogada que
esta subscreve, nos autos da ação que lhe move SILVIO ARTUR SIMÕES LINS, vem,
respeitosamente a presença de Vossa Excelência, apresentar sua CONTESTAÇÃO, pelas razões
de fato e de direito a seguir expostas.

1. DOS FATOS

Em apertada síntese, trata-se de ação de indenização por danos


materiais e morais ajuizada por Silvio Artur Simões Lins em face da Brasilprev, na qual alega
ter contratado um plano de previdência privada junto a Brasilprev.

Relata que, após transcorrido um certo período, precisou resgatar os


valores aportados no plano de previdência. Todavia, ao analisar o extrato de seu plano,
verificou que os valores estavam menores do que os por ele calculados.

São Paulo Brasília Rio de Janeiro


Avenida Pedroso de Morais 1553 – 4º andar SHIS QL22, Cj.02, Casa 01 Rua México, 164 – 3º andar
CEP 05419-001 - Pinheiros - São Paulo – SP CEP 71650-225 Brasília - DF CEP 20031-143 – Centro - Rio de Janeiro - RJ
T.: 55 11 5643-1060 T.: 55 61 3366-2228 T.: 55 21 3993-5070
santosbevilaqua.com.br

Assinado eletronicamente por: PRISCILLA AKEMI OSHIRO - 16/07/2019 17:19:44 Num. 47889690 - Pág. 1
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19071617194485500000047156776
Número do documento: 19071617194485500000047156776
Ao entrar em contato por diversas vezes com a Central de Atendimento,
por ser bacharel em economia, explicou que o valor aplicado encontrava-se bem menor do
que o importe aplicado, tendo tentado por diversas vezes obter o recebimento da quantia que
entendia correta, sendo que para isso, despendeu de seu tempo de trabalho para solução das
controvérsias dos valores contidos no extrato, e o real valor devido.

Por entender ter sido lesado pela suposta negativa das Rés em resgatar
o saldo total do plano, acredita ter sofrido danos materiais, bem como danos morais, não
restando alternativa a não ser o ajuizamento da presente demanda a fim de que as Rés sejam
condenadas ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 20.000,00, além
de indenização por danos materiais, relativos aos valores gastos pelo Autor a título de juros,
multa encargos, IOF, etc, para colocar suas dívidas em dia, enquanto o Autor não podia
resgatar o saldo integral do plano de previdência de sua titularidade.

Todavia, em que pesem as respeitosas razões acima esposadas, é certo


que razão alguma assiste ao Autor, conforme restará demonstrado a seguir.

2. DAS RAZÕES PARA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO

2.1. DA VERDADE DOS FATOS

Em 13/08/1997, o Autor contratou um plano de previdência


complementar denominado Renda Garantida, matrícula nº 0000798193, proposta nº
0001019439, com data de concessão prevista para 13/08/2051, efetuando contribuições
mensais, consoante certificado e extratos ora anexos.

São Paulo Brasília Rio de Janeiro


Avenida Pedroso de Morais 1553 – 4º andar SHIS QL22, Cj.02, Casa 01 Rua México, 164 – 3º andar
CEP 05419-001 - Pinheiros - São Paulo – SP CEP 71650-225 Brasília - DF CEP 20031-143 – Centro - Rio de Janeiro - RJ
T.: 55 11 5643-1060 T.: 55 61 3366-2228 T.: 55 21 3993-5070
santosbevilaqua.com.br

Assinado eletronicamente por: PRISCILLA AKEMI OSHIRO - 16/07/2019 17:19:44 Num. 47889690 - Pág. 2
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19071617194485500000047156776
Número do documento: 19071617194485500000047156776
Através do extrato do plano contratado, verifica-se que, ao longo dos
últimos 6 anos, o Autor realizou efetuou cerca de 7 resgastes parciais, a saber:

Pois bem.

Sustenta o Autor na presente demanda que os Réus lhe transferiram


quantia inferior a devida, aduzindo haver diferença de cerca de R$ 1.000,00 do valor
rentabilizado e que a demora no resgate integral do saldo do plano de sua titularidade teria
ensejado a ocorrência de danos materiais e morais.

São Paulo Brasília Rio de Janeiro


Avenida Pedroso de Morais 1553 – 4º andar SHIS QL22, Cj.02, Casa 01 Rua México, 164 – 3º andar
CEP 05419-001 - Pinheiros - São Paulo – SP CEP 71650-225 Brasília - DF CEP 20031-143 – Centro - Rio de Janeiro - RJ
T.: 55 11 5643-1060 T.: 55 61 3366-2228 T.: 55 21 3993-5070
santosbevilaqua.com.br

Assinado eletronicamente por: PRISCILLA AKEMI OSHIRO - 16/07/2019 17:19:44 Num. 47889690 - Pág. 3
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19071617194485500000047156776
Número do documento: 19071617194485500000047156776
No entanto, as alegações autorais não merecem prosperar, uma vez
que, na realidade, o saldo líquido integral existente no plano foi devidamente resgatado, em
21/11/2018, após solicitação formulada pelo Autor.

Com efeito, infere dos extratos anexos, que os valores aportados pelo
Autor no plano de sua titularidade foram devidamente rentabilizados, de acordo com o
Regulamento do Plano.

Em atendimento ao disposto no art. 9º da Lei Complementar n.º


109/2001, bem como na regulação em vigor, os valores confiados às entidades de previdência
complementar são permanentemente investidos, não apenas para garantir bons retornos em
médio e longo prazo, mas também para preservar o valor da moeda.

Como uma decorrência dessa necessidade, no caso dos autos, os valores


destinados ao custeio da renda por sobrevivência foram alocados num dos fundos de
investimento especialmente constituídos para recepcionar recursos de planos de previdência.

Nesse sentido, a Ré informa que o plano de titularidade do Autor - já


cancelado em virtude do resgate integral, prevê uma rentabilidade mínima garantida de 6%
ao ano, rentabilidade esta que foi devidamente auferida por todo o período de acumulação
da reserva do plano, conforme documentos anexos.

Independentemente da rentabilidade garantida, o plano prevê a


atualização da reserva pela variação do IGP-M, índice este que pode ser positivo ou negativo,
dependendo, tão-somente, da desvalorização ou não da moeda nacional e dos recursos
financeiros aplicados.

A atualização da reserva mensal nos moldes contratados está prevista


no artigo 2º, § 4º da Resolução CNSP 07/96 (anexa), conforme abaixo transcrito.

CAPÍTULO V – ATUALIZAÇÃO DE VALORES


5.1 Para a atualização dos valores do Plano, será utilizado o Índice
Geral de Preços para o Mercado, da Fundação Getúlio Vargas – IGPM/
FGV, como índice de Atualização do Plano.

São Paulo Brasília Rio de Janeiro


Avenida Pedroso de Morais 1553 – 4º andar SHIS QL22, Cj.02, Casa 01 Rua México, 164 – 3º andar
CEP 05419-001 - Pinheiros - São Paulo – SP CEP 71650-225 Brasília - DF CEP 20031-143 – Centro - Rio de Janeiro - RJ
T.: 55 11 5643-1060 T.: 55 61 3366-2228 T.: 55 21 3993-5070
santosbevilaqua.com.br

Assinado eletronicamente por: PRISCILLA AKEMI OSHIRO - 16/07/2019 17:19:44 Num. 47889690 - Pág. 4
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19071617194485500000047156776
Número do documento: 19071617194485500000047156776
5.1.1 O Índice de Atualização, deverá constar da Proposta de Inscrição.
(...)
5.3 Os valores das Reservas Matemáticas de Benefícios a Conceder e
Concedidos, e dos saldos existentes nas Contas de Excedentes
Financeiros, serão atualizados mensalmente, com base na variação
mensal do Índice de Atualização, relativo ao mês anterior, nos créditos
das Contribuições Líquidas efetivamente pagas e nos débitos relativos
aos Resgates parciais efetuados.

5.4 O valor do Benefício de Aposentadoria por Sobrevivência será


atualizado até o instante de sua concessão, com base no valor
atualizado da respectiva Reserva Matemática e no salda da Conta de
Excedentes Financeiros existentes na época.

Ou seja, o Regulamento do plano prevê a atualização mensal dos valores


aportados no plano, "com base na variação mensal do Índice de Atualização, relativo ao mês
anterior", pouco importando se a variação foi negativa ou positiva para a atualização das
reservas constituídas pelas contribuições dos participantes.

Diante disso, temos que quando o índice estipulado, no caso, o IGP-M,


é negativo, temos a desvalorização das reservas dos participantes, tal como ocorre em um
fundo de investimento comum. Por outro lado, quando o índice é positivo, a reserva se valoriza
aumentando o valor, independentemente do rendimento, conforme já explicado.

Como há a possibilidade de se resgatar o saldo e fazer aportes


esporádicos a qualquer momento, a rentabilidade aplicável ao plano é diária, razão pela qual
os juros são computados diariamente, ou seja, pro rata die. Quando se faz um aporte
esporádico, essa contribuição é atualizada pro-rata, e da mesma forma, se faz a atualização
pro-rata quando há algum resgate no decorrer do mês.

Portanto, a suposta divergência entre o saldo do plano de titularidade


do Autor se deu a partir da rentabilidade auferida pelo plano, computada diariamente, de
modo que as razões autorais não merecem prosperar.

A fim de que reste plenamente demonstra a oscilação do saldo, em


virtude da aplicação do IGP-M para atualização do saldo, a Ré destaca que os extratos do
plano, acostados pelo Autor na exordial, encontram-se datados de novembro/2018 e,

São Paulo Brasília Rio de Janeiro


Avenida Pedroso de Morais 1553 – 4º andar SHIS QL22, Cj.02, Casa 01 Rua México, 164 – 3º andar
CEP 05419-001 - Pinheiros - São Paulo – SP CEP 71650-225 Brasília - DF CEP 20031-143 – Centro - Rio de Janeiro - RJ
T.: 55 11 5643-1060 T.: 55 61 3366-2228 T.: 55 21 3993-5070
santosbevilaqua.com.br

Assinado eletronicamente por: PRISCILLA AKEMI OSHIRO - 16/07/2019 17:19:44 Num. 47889690 - Pág. 5
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19071617194485500000047156776
Número do documento: 19071617194485500000047156776
conforme se infere da tabela abaixo em destaque, o IGP-M sofreu uma variação negativa
naquele mês1, o que certamente impactou no saldo de reserva do Autor:

Portanto, resta evidente que não houve qualquer indébito no caso em


tela, mas, tão e somente, a variação do índice de atualização aplicável ao plano.

No caso dos autos, não há prova do ato ilícito que teria sido
supostamente cometido por esta Ré. Ao contrário, a análise do caso revela que, sob qualquer
ângulo em que se analise a questão, não assiste razão o Autor, já que o saldo do plano de
titularidade do Autor oscilou em virtude da variação do índice de atualização previsto no
plano.

Diante do exposto, requer sejam os pedidos iniciais julgados


improcedentes.

2.2. DA NÃO COMPROVAÇÃO DOS DANOS MATERIAIS – INEXISTÊNCIA DO DEVER DE


REPARAÇÃO

Pois bem, o Autor alega ser merecedor do valor atinente à diferença da


rentabilidade, sustentando que a Ré teria lhe transferido valor a menor que o devido,
requerendo, ainda, a condenação da Ré ao pagamento de multas e encargos que o Autor teria
suportado em virtude na demora no pagamento do resgate integral do plano.

1
http://www.portalbrasil.net/igpm.htm
6

São Paulo Brasília Rio de Janeiro


Avenida Pedroso de Morais 1553 – 4º andar SHIS QL22, Cj.02, Casa 01 Rua México, 164 – 3º andar
CEP 05419-001 - Pinheiros - São Paulo – SP CEP 71650-225 Brasília - DF CEP 20031-143 – Centro - Rio de Janeiro - RJ
T.: 55 11 5643-1060 T.: 55 61 3366-2228 T.: 55 21 3993-5070
santosbevilaqua.com.br

Assinado eletronicamente por: PRISCILLA AKEMI OSHIRO - 16/07/2019 17:19:44 Num. 47889690 - Pág. 6
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19071617194485500000047156776
Número do documento: 19071617194485500000047156776
Sustenta ainda, que por ser economista, analisando os extratos do
plano, verificou ter sido rentabilizado valor evidentemente inferior ao que o plano oferecia,
motivo pelo qual, tal diferença deveria ser devolvida pela Ré.

Ocorre Excelência, que as alegações autorais são totalmente frágeis, ao


passo que a Brasilprev não alterou qualquer parâmetro do plano contratado, não havendo que
se falar em dever indenizatório a este título.

Como acima demonstrado, o que ocorre é que, por se tratar de plano


de previdência de rentabilidade por longo prazo, levando-se em consideração que o Autor
procedeu com cerca de 7 resgates parciais do referido plano, este, por óbvio, rendeu
menos que os meses anteriores, haja vista ter minguado o saldo restante em razão dos
resgates realizados pelo próprio Autor. A despeito disso, é importante frisar que o plano
do Autor possuía rentabilidade mínima, além da atualização pelo IGP-M.

Em momento algum, o Autor, que aduz ser economista, demonstra como


chegou a conclusão de que o valor resgatado se encontra menor que o devido, não
apresentando qualquer cálculo que pudesse, de fato, embasar as alegações tecidas na
exordial.

Evidente é que o Autor vem aos autos em busca de beneficiar-se da Ré,


de forma que o percebimento de qualquer quantia que não seja a rentabilizada no plano por
ele contratado, ensejaria no notável enriquecimento ilícito!

Excelência, os documentos acostados à inicial em nada demonstram a


os prejuízos de cunho material alegados pelo Autor. Com efeito, foram apenas apresentados
extratos bancários que, além das movimentações financeiras do Autor, não demonstram nada
que pudesse fundamentar o pleito autoral.

Na realidade, não foi apresentado qualquer documento que


comprovasse uma negativa injustificada desta Ré em realizar o resgate total do plano de
titularidade do Autor.

São Paulo Brasília Rio de Janeiro


Avenida Pedroso de Morais 1553 – 4º andar SHIS QL22, Cj.02, Casa 01 Rua México, 164 – 3º andar
CEP 05419-001 - Pinheiros - São Paulo – SP CEP 71650-225 Brasília - DF CEP 20031-143 – Centro - Rio de Janeiro - RJ
T.: 55 11 5643-1060 T.: 55 61 3366-2228 T.: 55 21 3993-5070
santosbevilaqua.com.br

Assinado eletronicamente por: PRISCILLA AKEMI OSHIRO - 16/07/2019 17:19:44 Num. 47889690 - Pág. 7
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19071617194485500000047156776
Número do documento: 19071617194485500000047156776
É de sabença que cabe a parte que alega, comprovar o quanto
requerido, contudo o Autor em nada se desincumbiu do valor por ela requerido, mesmo tendo
formulado pedido com valor exposto, sem, contudo, juntar documentos hábeis a comprovar
seu eventual prejuízo.

Cumpre observar que é unânime o entendimento no sentido de que se


faz necessária a concreta comprovação dos danos materiais. A mera possibilidade, não gera o
direito de se receber qualquer quantia a este título.

Neste contexto, vale destaque para a redação do art. 944 do CC, o qual
afirma que: “a indenização mede-se pela extensão do dano”.

Portanto, sem que o Autor demonstre a extensão das despesas


efetivamente suportadas e necessárias ao custeio de seu tratamento, não poderá ser mantida
a condenação imposta a título de danos materiais, pois o nosso ordenamento não admite a
responsabilização sem danos.

Assim, não estando demonstrados os prejuízos ora reclamados nesta


demanda, não há como, a teor do que dispõe o art. 373, I do CPC, acolher-se o pleito autoral.

Ademais, partindo-se do princípio insculpido na responsabilidade civil,


para que haja o dever de indenizar, a vítima deverá comprovar a existência do dano, assim
como do nexo de causalidade.

O dano é elemento essencial para a configuração da responsabilidade


civil. Não há responsabilidade civil onde não existe prejuízo.

De outro modo, além de não ter comprovadamente suportado prejuízo,


a alegação da existência do dano não pode ser aleatória, eventual e hipotética. Deverá,
sempre ser revestida de certeza, atualidade e subsistência.

São Paulo Brasília Rio de Janeiro


Avenida Pedroso de Morais 1553 – 4º andar SHIS QL22, Cj.02, Casa 01 Rua México, 164 – 3º andar
CEP 05419-001 - Pinheiros - São Paulo – SP CEP 71650-225 Brasília - DF CEP 20031-143 – Centro - Rio de Janeiro - RJ
T.: 55 11 5643-1060 T.: 55 61 3366-2228 T.: 55 21 3993-5070
santosbevilaqua.com.br

Assinado eletronicamente por: PRISCILLA AKEMI OSHIRO - 16/07/2019 17:19:44 Num. 47889690 - Pág. 8
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19071617194485500000047156776
Número do documento: 19071617194485500000047156776
Inexistindo, pois, comprovação dos prejuízos reclamados, entende a Ré,
respeitosamente, que os pleitos autorais merecem ser julgados improcedentes, sendo certo
que o Autor não se desincumbiu de seu ônus, vide art. 373 do CPC.

2.3. DA INEXISTÊNCIA DE DANOS MORAIS

Conforme amplamente demonstrado no item anterior, a contratação do


plano de previdência se deu de forma regular, sem qualquer vício de consentimento e de
acordo com o quanto pactuado entre as partes.

Não basta a simples assertiva de que sofreu um dano moral. Deve, o


Autor, demonstrar a existência dos elementos basilares da responsabilidade civil, presentes
ainda que se trate de responsabilidade objetiva, quais sejam: (i) o ato danoso; (ii) o dano;
(iii) o nexo de causalidade estabelecido entre o ato danoso e o dano.

No caso dos autos, não há prova do ato ilícito que teria sido
supostamente cometido por esta Ré, tampouco dos supostos prejuízos suportados pelo Autor.
Ao contrário, a análise do caso revela que, sob qualquer ângulo em que se analise a questão,
não assiste razão o Autor.

Com efeito, não há o mínimo indício da ocorrência de danos morais, que


se caracterizam, precipuamente, pela dor insuportável, pelo abalo a um dos bens integrantes
da personalidade, tais como a honra e a vida, decorrentes de ato praticado pela Ré.

Cumpre lembrar que o Autor está obrigada a comprovar as alegações


formuladas na inicial, uma vez que o dano moral não deriva ex fato e ainda que assim não
fosse, o que se admite por amor ao argumento, as circunstâncias que permeiam o caso
concreto devem ser rigorosamente avaliadas, a fim de evitar-se o enriquecimento sem causa
do Autor.

Mesmo que, ad argumentandum, tivesse havido falha na prestação de


serviço - o que, rigorosamente, não é o caso presente –o entendimento Jurisprudencial atual
consagra que não há dever de indenizar a título de danos morais nestas hipóteses:

São Paulo Brasília Rio de Janeiro


Avenida Pedroso de Morais 1553 – 4º andar SHIS QL22, Cj.02, Casa 01 Rua México, 164 – 3º andar
CEP 05419-001 - Pinheiros - São Paulo – SP CEP 71650-225 Brasília - DF CEP 20031-143 – Centro - Rio de Janeiro - RJ
T.: 55 11 5643-1060 T.: 55 61 3366-2228 T.: 55 21 3993-5070
santosbevilaqua.com.br

Assinado eletronicamente por: PRISCILLA AKEMI OSHIRO - 16/07/2019 17:19:44 Num. 47889690 - Pág. 9
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19071617194485500000047156776
Número do documento: 19071617194485500000047156776
"Cível. Consumidor. Pretensão de indenização por danos morais e
materiais. Falha na prestação do serviço. Tratamento em classe
executiva que não se coaduna com a oferta da empresa. Viagem
internacional. Procedência do pedido. Inconformismo da ré. Apelação.
Pretensão da aplicação da Convenção de Montreal. Impossibilidade à luz
das disposições constitucionais. Carta Política que assegura a restitutio
in integrum, como também assevera uma ordem econômica vinculada
ao princípio da defesa do consumidor. Inteligência dos artigos 5º, V e
170, V, da CF. Aplicação do CDC. Precedentes do E. STJ. Prejudicial de
decadência. Dano extra rem. Pretensão sujeita ao prazo prescricional.
Inteligência do artigo 27 do CDC. Tese que se rejeita. Falha na prestação
do serviço a ensejar o dever de indenizar. Danos materiais corretamente
caracterizados pelo descumprimento da oferta dos serviços de classe
executiva. Indenização corretamente reconhecida. Dano moral.
Ausência de comprovação de violação a direitos personalíssimos dos
autores. Mero descumprimento contratual que não autoriza a
pretensão indenizatória por danos morais. Aplicação do Verbete n.º
75 da Súmula de Jurisprudência desta E. Corte. Provimento parcial
do primeiro apelo, restando prejudicado o recurso adesivo." (Apelação
n° 0001354-98.2009.8.19.0209 , 6ª Câmara Cível, Des. Rel. PEDRO
FREIRE RAGUENET, D. J. 01/06/11) (grifou-se)

O C. STJ também tem decidido reiteradamente no sentido de que não


há causa jurídica para concessão de indenização, nas hipóteses em que restar comprovado
apenas um mero aborrecimento:

CIVIL E PROCESSUAL. RECURSO ESPECIAL. PLANO DE SAÚDE.


COBERTURA. NEGATIVA. PROCEDIMENTO DE URGÊNCIA. DANO MORAL.
CABIMENTO. RECURSO PROVIDO. A recusa da cobertura de
procedimento médico cirúrgico por parte de prestadora de plano de
saúde enseja dano moral quando aquela se mostra ilegítima e
abusiva, e do fato resulta abalo que extrapola o plano do mero
dissabor.(...)”
(REsp. nº 1167525-RS, rel. Min. Aldir Passarinho Junior, j. 22/03/2011)
(grifou-se)

RECURSO ESPECIAL. AÇAO DE INDENIZAÇAO. DANOS MATERIAIS E


MORAIS. PLANO DE SAÚDE. ENTIDADE DE AUTOGESTAO. RESSARCIMENTO
DE VALOR PARCIAL DE CIRURGIA. INADIMPLEMENTO CONTRATUAL.
CLÁUSULA. INTERPRETAÇAO. DANO MORAL NAO CONFIGURADO.
(...) 1. O inadimplemento motivado pela discussão razoável acerca
do descumprimento de obrigação contratual, em regra, não causa,
por si só, dano moral, que pressupõe ofensa anormal à
personalidade. Precedente. (...)
(REsp. nº 1244781-RS, rel. Min. Maria Isabel Gallotti, j. 24/05/2011)
(grifou-se)
10

São Paulo Brasília Rio de Janeiro


Avenida Pedroso de Morais 1553 – 4º andar SHIS QL22, Cj.02, Casa 01 Rua México, 164 – 3º andar
CEP 05419-001 - Pinheiros - São Paulo – SP CEP 71650-225 Brasília - DF CEP 20031-143 – Centro - Rio de Janeiro - RJ
T.: 55 11 5643-1060 T.: 55 61 3366-2228 T.: 55 21 3993-5070
santosbevilaqua.com.br

Assinado eletronicamente por: PRISCILLA AKEMI OSHIRO - 16/07/2019 17:19:44 Num. 47889690 - Pág. 10
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19071617194485500000047156776
Número do documento: 19071617194485500000047156776
No caso concreto, mesmo que se pudesse concluir pela prática de ato
ilícito, o que, conforme demonstrado anteriormente, não ocorreu no presente caso, os fatos
descritos na peça inicial devem ser enquadrados como mero dissabor, aborrecimentos do
cotidiano, não havendo que se falar em reparação por dano moral.

Estas são as razões pelas quais pede e espera a Ré que seja a ação
julgada improcedente quanto ao pedido de indenização por danos morais, uma vez que não
houve qualquer ofensa por parte desta Ré a um dos direitos de personalidade do Autor.

Na remota hipótese de V. Ex.ª entender devida indenização por danos


morais, o valor correspondente deve ser arbitrado razoavelmente e de forma moderada,
observando-se sempre, como principais critérios para a sua fixação, a conduta do ofensor e a
situação econômica do Autor. Em suma, a indenização deverá ser fixada com parcimônia, de
forma criteriosa e atenta.

Dessa forma, caso sobrevenha o acolhimento do pedido de reparação


por dano moral, o que se cogita por eventualidade, o valor da indenização a ser fixada não
deverá ultrapassar o equivalente a R$ 1.000,00.

3. DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do exposto, requer seja julgada improcedente a presente


demanda, por todos os motivos acima expostos, de forma que o contrato celebrado seja
mantido incólume.

Protesta-se pela produção de todos os meios de prova em direito


admitidos, depoimento pessoal do Autor, oitiva de testemunhas, prova documental
suplementar, e demais que se fizerem necessárias para o deslinde do feito.

Requer-se, por fim, que futuras intimações e notificações de estilo


endereçadas a BRASILPREV SEGUROS E PREVIDÊNCIA S/A sejam feitas, somente e

11

São Paulo Brasília Rio de Janeiro


Avenida Pedroso de Morais 1553 – 4º andar SHIS QL22, Cj.02, Casa 01 Rua México, 164 – 3º andar
CEP 05419-001 - Pinheiros - São Paulo – SP CEP 71650-225 Brasília - DF CEP 20031-143 – Centro - Rio de Janeiro - RJ
T.: 55 11 5643-1060 T.: 55 61 3366-2228 T.: 55 21 3993-5070
santosbevilaqua.com.br

Assinado eletronicamente por: PRISCILLA AKEMI OSHIRO - 16/07/2019 17:19:44 Num. 47889690 - Pág. 11
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19071617194485500000047156776
Número do documento: 19071617194485500000047156776
conjuntamente em nome das Dras. KEILA CHRISTIAN ZANATTA MANANGÃO RODRIGUES,
OAB/RJ 84.676 (kmanangao@santosbevilaqua.com.br) e OAB/SP 327.408 e PRISCILLA
AKEMI OSHIRO, OAB/SP 304.931 (poshiro@santosbevilaqua.com.br), ambas com escritório
na Avenida Pedroso de Morais, 1553, 4º Andar, Pinheiros, CEP 05419-001 , São Paulo - SP, sob
pena de nulidade.

Termos em que,
Pede deferimento.

Recife, 16 de julho de 2019.

(Documento assinado eletronicamente)


PRISCILLA AKEMI OSHIRO
OAB/SP 304.931

12

São Paulo Brasília Rio de Janeiro


Avenida Pedroso de Morais 1553 – 4º andar SHIS QL22, Cj.02, Casa 01 Rua México, 164 – 3º andar
CEP 05419-001 - Pinheiros - São Paulo – SP CEP 71650-225 Brasília - DF CEP 20031-143 – Centro - Rio de Janeiro - RJ
T.: 55 11 5643-1060 T.: 55 61 3366-2228 T.: 55 21 3993-5070
santosbevilaqua.com.br

Assinado eletronicamente por: PRISCILLA AKEMI OSHIRO - 16/07/2019 17:19:44 Num. 47889690 - Pág. 12
https://pje.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19071617194485500000047156776
Número do documento: 19071617194485500000047156776

Potrebbero piacerti anche