Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
ANIBAL REGO
História do
Direito Portug uês
Súmula das lições proferidas pelo Ex.mO Prol.
Doutor MARCELO CAETANO ao Curco do L* ano
Jurídico de 1940-41 na Faculdade de Direito de
Lisboa
LISBOÀ-1941
E
STAS lições podem, sob certo aspecto, constituir
uma solução ao velho problema que se costu-
ma pôr nestes termos: É certo que uma «Se-
benta» se impõe, seja qual fôr a cadeira de
qualquer ano jurídico — confirma-o a tradição.
Mas deve esta ser o apanhado literal das lições
do mestre, feito através do mecanismo do taquígrafo e
enfatuado por tôdas aquelas coisas que convêm a uma
aula, mas são inúteis e até prejudiciais, ao estudo inten-
sivo, ou deve ela ser, ao contrário, o traslado de tudo o que
de essencial se torna necessário ?
O Senhor Prof, Doutor Marcelo Caetano deci-
diu-se por esta última solução e é neste sentido que vem
orientando estas lições,
A este nosso ilustre Professor todos nos confessa-
mos grande e sinceramente penhorados pelo que êste
trabalho representa de dedicação pelos seus alunos e de
bom tanto didática como intelectualmente.
Cabendo-nos a nós o cuidado da impressão, as-
sumimos a responsabilidade das falhas que nele se con-
têm. Elas sao o fruto das condições em que trabalhos
desta natureza são elaborados, mas, plenamente certos
da compreensão dos nossos distintos Colegas,não desis-
timos em ser-lhes úteis. Esta é a nossa finalidade — ela
é suficientemente grande para nos animar.
Lições de ¡-lisloria do Direito Português
NOÇÕES PRELIMINARES
1. 0 que é o direito
6
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
que possa atingir intéressés dos outros homens, está assim sujeita
a regras, que prescrevem qual deve ser o modo de agir para ser
considerado justo, e que os indivíduos são obrigados a acatar sob
pena de, não o fazendo, incorrerem em sanções aplicadas pela
autoridade ao serviço do grupo social,
Essas regras s3o as normas Jurídicas, Normas jurídicas são
as regras de conduta que. no seio de um dado grupo saciai, o
Poder torna eficazmente obrigatórias peio emprêgo de coacção
contra os desobedientfs, na intuito prático de assegurar a Ordem
pela Justiça,
O Direito ^Direito objectivo) é o conjunto de tôdas as normas
jurídicas.
Essas normas, umas vezes aparecem*nos praticadas peio
povo, como herança das gerações passadas, sem que se saiba ao
certo como nasceram: temos o costume.
Outras vezes permanece viva a lembrança de que foram
impostas pelo Poder e são observadas porque êle o quere, e temos
então a lei.
A lei quási sempre é conhecida através da escrita, Mas pode
saber-se que certa norma constituiu uma lei sem todavia nunca ter
sido reduzida a escrito, Hoje não é possível, mas foi-o outrora.
7
HISTÓRIA DO DIRXITO PÓRTUGVtS
prQhlàmo csirgírjrj
Nas sociedades rudimentares não se ehega mesmo ã difinir a norma pela
linguágem : ela traduziu-se logo num acto do chefe (simultáneamente
legislador e executor), que o grupo aceitou como expressão prática da justiça e
depois se repetiu indefinidamente em todos os casos idênticos.
Por outro lado, também não deduzimos da afirmação de que a Razio cria o
Direito, estoutra de quê sendo a Razio uma faculdade de que todos os homens
slò igualmente dotados, forçosamente hlo-de todos também formular as
mesmas regras de conduta, ao menos naque-
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
no grupo.
Ora essas situações de facto variam com os tempos, os
climas, os lugares, as índoles, a civilização, a cultura cfrr* P J ÍI IMA A
rlnrirtt» r*<îic ûvictarw HA ÚO^ÍVÍIA
10
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
11
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS__________
13
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
ções sociais.
14
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
--------------------------------------------------------------------- i5
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
16 -
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
-----------~--------------------------------------------------------- lT
Hiit. D. Portntíi — í
HISTÓRIA DO DIREITO PORTVGUÊS
19
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
30
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
31
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
ZZ
JIISTÕRIA DO DIREITO PORTUGUES
23
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
b) Ciências auxiliares.
f. — A Diplomática ou ciência da crítica externa dos
documentos, para verificação da sua autenticidade.
2, _ A Paleografía ou ciência das antigas escritas,
tendente a permitir a leitura correcta dos documentos,
24
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
------------------,--------------------------------■------------— 35
Ki«t> D. P«rtuííi — 4
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
26
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
1. — Povos primitivos.
2—Domínio romano.
3 —Dominação pelos povos germânicos
4— Domínio muçulmano,
5— A monarquia ieonêsa e o condado portucalense,
Entrando depois pròpriamente na História do Direito
Português, exporemos a matéria dividida pelos seguintes
períodos :
i» —rcnuuv uv 'unaiv L*vri»uc<uu<Nauv c iviaicuv
(influência romano-germano-cristã).
2.’—Período do romanismo justinianeu e do direito
canónico.
1. a época : antes das Ordenações.
2. * época : as Ordenações.
3. ’—Período de transição: a escola do direito natural e
a elaboração das idéias liberais.
4. °—Período individualista e liberai.
28
ÎÎISTÔRÏA DO DIREITO PORTUGUÉS
29
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
3o
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
Colecções de fontes :
• ,A principal colecção de fontes jurídicas é a publicada
pela Academia das Ciências de Lisboa, inicialmente sôb a
Direcção de Hercutano, e intitulada Portugaise.
Monumento. Histórica.
Compõe-se de 4 partes: Ï-Scrlptores; II-Leges et
consuetudines ; Ill-Dlplomata et charlar ; IV-biquisítiones,
Há além disso muitos documentos do maiorinterêsse nas
Dissertações Cronológicas e Criticas de João Pedro Ribeiro.
De outras de menor importância far-se-i menção
oportuna, (i)
32
Introdução
CAPÍTULO 1?
PERÍODO PRÊ-ROMANO
1C /4 Ari4AM\
IU- natau uç uiucm.
------------------------------------------------------------------ 33
Hift, D. Pbrtvíwêí — 5
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
54
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
37
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
17. Direito.
Se quanto a organização social e instituições políticas
pouca coisa se pode apurar das notícias dos escritores
romanos e do exame dos dados da arqueologia e da epigrafía,
menos ainda se apura quanto ao direito.
Para suprir a escassez das fontes de história, o escritor
espanhol D. JOAQUIM COSTA lançou mão de um *métcdo
residual com que fez 'tentativas engenhosas e atrevidas í de
reconstituição do direito ibérico.
Consistia êste método em analizar rigorosamente o
direito consuetudinário, especialmente nas províncias de
Espanha mais impermeáveis a influências estranhas, pro-
curando determinai as origens de cada uso ou costume.
Averiguado o que era de proveniencia muçulmana,
germânica, canónica, romana, eíc, ficava um resto que. por
exclusão, seria o resíduo do direito ibérico.
fiste método não é seguro. Primeiro, porque não é
possível afirmar com absoluta segurança que um costume tem
determinada origem; segundo porque há costumes que são
fruto de necessidades sentidas em todos os tempos em dadas
condições de vida, e podem ter sido creaçâo do génío
peninsular noutras épocas que não na primitiva.
Melhor será, portanto, reconhecer e confessar o atra-
38
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
39
CAPITULO 2.'
O DOMÍNIO ROMANO
§ 1.°
Romauização da Lusitânia
18. A conquista.
Antes de entrarmos no estudo da organização político-
administrativa e do direito na época da dominação romana,
convém relembrar os traços gerais do processo da conquista
e assimilação do extrêmo ocidente peninsular pelos
romanos,
40
HISTÓRIA DO DIRÈÏTO PORTUGUÊS
■ ............- ■ ■ ........ 1 — 41
fi
Híjt< D. P r<w4uii *- û
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
42
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
19. A assimilação
44
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
46
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
47
HI3TÕR1A DO DIREITO PORTUGUÉS
S 2.°
--
50
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
a) hostes.
b) barbari.
c) peregrinl.
52 . - , —.................. — — - - ,
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
— 53
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
54 ----------------------------------------------------------:------
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
56
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
17
Hht. D. Port«4ui« — S
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
59.
HISTÓRIA DQ DIREITO PORTUGUES
1 1
6o ' -—'
HISTÓRIA DO DIREITO PORTVGVËS
62
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
64
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
65
D* —9
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUES
66 ---------:-------------------,------------------------------------
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
67
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
68
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
69
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
ciimitidi, uc Ltnou cm
UHOJdmjs c<u bia-lhes elaborar o censo e a
lista das pessoas aptas para servir como decuriões (album
curiaé) e tornavam então, com a função de censores, o nome
de duumviriquinquenales.
— Os duumviri oe.iUes, eram os que se ocupavam dos
negócios de polícia, abastecimento, obras e outros da vida
administrativa corrente — mercados, edifícios, aque- dutos,
jogos, limpeza... — julgando também as transgressões à
disciplina municipal, com o poder de aplicar multas.
O edis eram considerados de menor categoria do que os
duumviros jure dicunáo, e todos estavam sujeitos à inspecçào
e correcção do governador.
70
HISTÓRIA DÛ DIREITO PORTUGUÊS
endireitar as finanças.
No século Ilí essa função passa, de ocasional e exce-
pcional, a ser permanente e regular: todos os municípios têm
um curator, funcionário imperial supeiior.aos órgãos locais.
Qrt/iC
Jl 14 Ot/rtJL*; í* V| U'. U1(L<L.O
WU.l k*£> f ) ’w, U[JVJ
71
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
72
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
—:-----------------------------------------------------------------------73
Hlf. O. PoTt«*al> - 10
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
74
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
Observar-se-á que :
a) nào havia nenhuma cidade livre ;
b) o número de cidades de tipo romano era pequeno e
estas encontram-se tôdas ao Sul.
A organização das cidades confirma o que já sabíamos
sôbre o carácter da ocupação romana no extrfimo ocidente,"
não houve adesões, não houve alianças, tudo foi subjugado à
fôrça, e a romanização operou-se mais acentuadamente ao Sul.
Se, continuando a seguir PLÍNIO, procurarmos a or-
ganização das outras províncias hispânicas para íazer a
comparação, vemos que:
— na Bética, havia 9 colônias, 8 municípios, 29 cidades
com o jus laiii, ó livres, 3 aiiadas e 120 estipendiarlas (liv, III,
cap. III);
— na Citerior, existiam 12 colônias, 13 municípios
romanos, 18 do antigo Lácio, 1 cidade aliada e 135 esti-
pendiárias, além de 294 cidades subordinadas a estas (liv. III,
cap, IV).
Era na província Citerior (ou Tarraconense) que se
encontrava o distrito judicial bracarense (convento jurídico
com sede em Braga) compreendendo 24 civitates com 175.000
homens livres, em estado bárbaro.
A proporção entre as cidades estipendiárias e as cidades
romanas era, em tôda a Hispânia, aproximadamente a mesma.
75
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
76
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
77
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
§ 3.°
Fontes de direito
78
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
8o —
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
81
Hht O. u
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
83
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
84
fíISTóRlA DO DIREITO PORTUGUÉS
----------------------------------------------—--------------------------- — 85
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
3 7. Estatutos locais.
Vejamos agora as fontes conhecidas do direito particular
de certas cidades ou povoações.
86
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
87
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
36
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
89
HUt D. Partuiai» — li
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
O DOMÍNIO GERMÁNICO
§1.’
Invasão e estabelecimento dos povos germánicos
91
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
92 -
HISTÚRIA DO blRBÍT.Ç PORTUGUÊS
40. Os suevos
93
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
4L-Os visigodos
96
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÉS
§2."
Instituições políticas e administrativas da monarquia
visigótica
ïmpoMHnr.
2f fase : a partir da emancipação dos visigodos reis- / ífJ
AM fnsn/fl* <-■ am • ■-* rí íora
A
99
HISTÓRIA DO DIRÈITO PORTUGUÉS
100'
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÉS
s»
43. 0 Rei
101
HIStõRlA DO ÍjlREITO PORTUGUÊS
102
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
104-----------------------, .... -,
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
45 Concilios
No govêrno da monarquia visigótica desempenharam
papel de primeira plana os concilios.
Já notámos o grande ascendente que a Igreja Católica
exerceu sôbre os povos germânicos depois da sua conversão.
Os visigodos, pouco depois do ingresso no Império,
tinham abraçado o arianismo, heresia cristã que negava a
consubstancialidade das pessoas da Santíssima Trindade,
isto é, afirmava que o Filho não era da mesma substância do
Pai, porque a sua natureza era puramente humana enlo
divina.
O arianismo foi condenado no concilio ecuménico
108
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
109
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
48. Justiça.
Tal como na época romana, as autoridades adminis-
trativas e militares exerciam simultaneamente a função
juuiviaig laiM Cj Julgavam Jui¿e& us pleitos surgidos
VUUJV
na vida corrente.
O Código Visigótico expressamente diz (H, 1, 27) que na
lei se consideram juizes todos os que tenham o poder de julgar,
sejam dux, comes, vicarias, pacis adserior, thiiiphadus,
milenarias, qaingentenarius, centenarias, de. jensor,
numerarias, árbitros escolhidos pelas partes ou jufz designado
para certa causa pelo rei. (,)
Destas autoridades umas vinham da antiga ordem ro-
mana, tais o defensor e o numerarius, outras eram godas,
representando o tiufado, o milenario, o quingentenário e n
ppnÍÊnárin anticrnft mmanrins militarla
-
O vigário era o representante do conde na sua ausência.
Quanto ao adserior pacis refere-se-lhe em especial o Cód,
Visig. no liv. JI, 1, 17, e só tinha poderes para de- rîmir as
causas paia que fosse indicado pelo Rei.
(i) Sôbre estas magistraturas veja-se a erudita nota de GAMA
BARROS, Hisi. da administração pública em Poríii gai,.,, vol, III, pág.
797,
110
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
111
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
§3/
Fontes de direito
112
HISTÓRIA DO DÏRSÏTO PORTUGUÊS
50 Codex Euricianus.
As primeiras leis dos visigodos eram normas consue-
tudlnárias.
113
—
Hht. D. 15
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
115
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS______ ______
116
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
117
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
llô
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
119
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
120
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
ERVÍGIO.
--------------------------------------- ----------------i------------------121
Hiit. D. —*6
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
122
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUES
■123
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
124
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
125
CAPITULO 4.°
O DOMÍNIO MUÇULMANO
61. Carácter da invasão muçulmana.
Foi em 711 que a expedição de berberes da Mauri-
tânia, com alguns árabes e bastantes judeus, comandada
porTARIQ.UE, passou o estreito, para vir apoiar os par-
tidários dos filhos de Vitiza na luta contra o rei RODRIGO:
mais uma vez a electividade da corôa trazia a guerra civil e
determinava o perigoso apêlo a elementos estrangeiros.
126
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
127
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
£4
X7
129
Htat. D. PoitstaU -rí
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
13o
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
131
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
132
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
1-33
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
— 137
Hbt> D» -^18
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
138
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
pobríssimas culturas.
Não significa outra coisa a manutenção, ainda hoje,
de remotos usos e tradições nas populações do norte,
incompreensíveis se estas fôssem fruto duma agregação
de acaso no progresso da reconquista. E assim podemos
crer, sem receio, que não falta nenhum fusil na cadeia de
gerações que, desde as cítânias, dá alma à terra de
Portugal !
139
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
14o-
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
141
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
143
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
143
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
70. 0 feudalismo.
Para compreendermos as semelhanças e diferenças
existentes entre as instituições dos Estados da reconquista e as
dos países onde se arreigou o regime feudal, torna-se
necessário rever, em duas palavras, a matéria relativa ao
feudalismo, suas características, seus elementos geradores, (i)
Nas origens do ieudtliimo está o feudo. Ora, o que era o
feudo ?
O feudo consistia na concessão do uso e da fruição
144
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
146
_________HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS^
147
ÜISTÕRIA DO DIRÈ1T0 PORTUGUÉS
148
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
v*
ituu viaisj a» 11 i ^ puunva?$ opcuaj G3uvtjt»uiibf luir
J PLL LIÍ UCJ
149
rHúctriA rmbtm rtncenir HACAI1 mArlÍA
ijaizamv nwi'v JJUUKA JJVJJUU L1L/ « LI i U* l*S_T
HISTORIA
HISTORIA DO
DO DIREITO PORTUGUES
PORTUGUÉS
regulada
aludíais ou
no alódios
Código(oVisigótico.
altea francês)
O embora
pretendente,
às vezes
obtida
coma
proteção,
algumas restrições
passava aouviver
condições.
na dependência
Os textos pessoal
designam doestas
pro-
tector,
doaçõescomodizendo
homemque da sua
são criação
pro hereditate,
(bucelário,jare
criado),
ha
umas
■■reditario.
vezes na própria casa do senhor e outras vezes em
terras cedidas por êste,
Benefício.— Também na Península se encontram insti-
tuições do tipo do benefício.
Os reis faziam doações temporárias, o empréstimo
{praesiimonium) de terras, aos nobres para que o usufruto
delas os remunerasse pelo exercício de onerosas funções
régias ou de serviços a prestar. A essas terras se dá o nome
de préstamos ou terras doadas em atando, (i)
A doação do usufruto não deixou nunca de ser tem-
porária, em regra vitalícia : não consentia o rei que se
transformasse em hereditária sem ser por sua confirmação,
e, se alguns abusos houve, nunca deixaram de como tais ser
considerados e apenas consistiram na integração das terras
nos patrimônios privados dos donatarios.
^.lem disso/; enquanto que em França a doação do
benefício era condição para crear o dever do serviço militar,
na Península èsse dever pesava sobre todos os nobres e até
aconteceu, em certas doações (as mais tarde chamadas
honras velhas) que justamente se isentasse, por privilégio,
os donatários de servir na guerra, pagando-se em geral
soldada pelos serviços prestados.
A par dos préstamos o rei recompensava serviços
passados por meio de doações de propriedade, hereditárias;
sem qualquer reserva de, domínio, isto é, de terras
(1) Veja-se o estudo do Sr. Prof PAULO MEltEA pu- blieado nos
iNovas Estudos de História do Direito e intitulado Sobre a palavra
«atondas.
15o
terras da sua hereditate, inteiramente livres, outras doa-
das pelo rei com restrições mas de que era proprietário
perfeito, e terras tidas de outrem, pristamos, que só
usufruía com a condição de reverterem à Coroa por sua
morte ou quando cessassem as razões justificativas da
concessão.
Senhorio. — Não se verificou na Península, senão epi-
sódicamente, em casos isolados, a tentativa de usurpação
pelos nobres dos poderes de govêrno e jurisdição territorial.
A tradição da monarquia visigótica, com a sua centralização
administrativa, perdurou.
Os senhores exerceram poderes jurisdícionaís nas suas
terras, mas por graça do Rei que as considerou coutadas ou
Imunes.
Na verdade, o nobre ou mosteiro possuidor de grandes
propriedades incultas, cujo valor dependia*dos braços que
as agricultassem, carecia de amplos poderes para as povoar
e para depois manter a população nas terras^ defendendo-a e
garantindo-lhe a paz no trabalho ruraf,
A imunidade ou couto consistia em os habitantes da
terra só ficarem sujeitos ao senhor e só a êle pagarem
tributos. Os funcionários régios não podiam, portanto, lá
entrar para fazer cobranças.
Portanto, também era o senhor que julgava as recla-
mações surgidas da cobrança, e se constituía juiz para essas
e outras questões contenciosas.
Depois do século Xí as doações régias envolviam,
quási sempre, a concessão de poderes de autoridade ao
151
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
152
fflSTõSIA DO DIREITO PORTUGUÉS
73 Cúria régia
Vejamos agora quais as principais instituições políticas e
administrativas da monarquia leonesa.
Compreende-se facilmente que nas Astúrías fôsse im-
possível manter o já complicado aparelho da administra- ção
visigótica: a reduzida extensão territorial, o estado de guerra
permanente, a instabilidade da vida, forçaram a concentrar ao
máximo o poder, confundindo-se entre si as funções
anteriormente distribuídas por órgãos especializados.
O rei e os seus áulicos decidiam, conforme as neces-
sidades impunham, tôdas as questões militares, económicas,
jurídicas e até religiosas. A Igreja, de facto, desorganizara-se
também. Os bispos, forçados a abandonar as dioceses,
residiam na Córte e, tornando-sè cavaleiros, acompanhavam o
monarca nas acções guerreins da reconquista. O rei,
concentrando todo o poder, tornou-se ó árbitro dos negócios
eclesiásticos.
No exercício de tào variadas atribuições o rd era
assistido por um conselho que ao princípio foi designado pelos
mesmos nomes que tinha o conselho régio na monarquia
visigótica — aula régia, ojicium palalinam —, mais tarde
recebeu os de paiaíiutfi, palatinutn collt' gium, senaius logat
palatii ou de condlium, e que no século XI passa a ser
chamado Cúria, palavra simultáneamente significativa de
«palácio* e de «córte».
Hlat D. Voftalil»—M
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
154
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUES
74. Os condados
O território da monarquia leonesa era dividido, para
maior facilidade de govêrno e administração, em grandes
circunscrições, cujas designações variam com os tempos :
comissurti, comitatum, mandatio, terra.
Tais circunscrições não eram fixas: a sua área variava
com frequência. Ao nomear o governador respectivo é que o
rei determinava quais os limites da tenência que lhe era
entregue.
Cada circunscriçâo tinha por governador um nobre que
er nomeado para êsse efeito pelo rei, Até aos fins do século
XII o título usualmente dado a êsse governador era o de conde
(comes), mas a partir dessa época começa a tornar-se mais
vulgar para designar o nobre que tinha uma terra a governar o
nome de tenens.
A par dos condes e com a mesma categoria e poderes
surgem, porém, no século XI outros magistrados lo- mate HÍC M AI
amantia eiihnrdirmídriô m r*!- rvt i»atfin Jr/ie LC* I kZj VLU »•*- OMVU* WU
U 9 ti » Cr * f t í l WJ
156
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
r gant, . ,
157
__________HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
158
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
159
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÉS
160
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
162
História do Direito Português
CAPITULO M
§1.°
77. A Coroa
O primeiro período da História do Direito Português
abrange desde o início do reinado de D. Afonso Henriques até
D. Afonso III, exclusive.
Começaremos por expor o quadro das instituições
políticas, administrativas e judiciais cujo conhecimento nos
ajudará depois ao estudo das fontes de Direito.
Ao tornar-se independente, o Condado Portucalense
converteu-se numa Monarquia. Desde logo a primeira
instituição política passou a ser a realeza ou, como depois se
disse, a Corôa.
D. Afonso Henriques nunca se intitulou Conde de
Portugal: nos diplomas dimanados da sua autoridade os
163
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
164
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
165
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUES
166
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
167
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
168
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
169
Hpt. □. P'Jtí»4<i4» 22
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
17o
HISTÓRIA DO DIREITO ¿ORTUGVËS
171
HISTÓRIA DO DIREITO POÍITUGUÊS
172
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(,) Prol, PAULO MERÈA. A aclamação dos nossos seis, in. «Re
vista des Centenárias», n.° 16, pág. 1.
--------------------------------------------------------------------------—173
HISTORIA bO DIREITO PORTUGUÊS
80 Cúria régia
Dissemos que já o conde D. Henrique organizara a a
sua Cúria ou Côite: também D, Afonso Henriques, ainda
antes de intitular-se rei, está rodeado pelos seus áulicos que o
aconselham e lhe servem de ministros.
Nestes primeiros tempos da monarquia portuguesa a
Cúria régia não difere do órgão leonés atrás estudado.
Também funciona ora como conseillé privado ordinário,
com a família real, os funcionários e os nobres da comitiva
régia ou que governam as terras onde a Córte Sê 611COtltfâj
Ofâ e»n ScSSuuS cXiraOrdíilaríaS.
Estas últimas sessões foram notáveis no tempo de D.
Afonso II, dadas as preocupações administrativas do
monarca. E’ especialmente importante a Cúria piena de
1211, celebrada em Coimbra com a assistência «de todos os
bispos do reino e dos homens de religião» e «dos ricos
homens e dos seus vassalos» (P. M. H,( Leges, pág. 163).
No reinado de D. Sancho' H, dada a fraqueza do Rei c a
preponderância que, durante a rncïiondadc dêle, os nobres da
Corte haviam assumido, o papel da Cúria revela-se, através
dos documentos, mais amplo que dantes.
De facto, os membros da Cúria não se limitam então a
aconselhar e assistir o Rei, confirmando pró forma os
diplomas que êle expede: cortsentem nas doações régias,
inserindo-se no acto respectivo as fórmulas, «rfe cõnsensu
totlus Qariaeo ou ide consensu ei aiictoritate meorum pro-
cerum *.
E’ possível, de resto, que nesse reinado tenham feito
parte da Cúria nobres de itiferior categoria, amigos pessoais
do rei (cf, Herculano, Hlst. de Port., vol. 5.° pág. 11)
174
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
81 Os Ministros da Coroa.
Tinham lugar de relevo na Cúria os aitos funciona cios
que desempenhavam cargos permanentes relativos ao
govêrno do reino ou ao serviço pessoal do rei- E' que neste
período confundem-se as funções públicas com os ofícios
privados da casa real.’ tudo o que era régio, era nacional.
Nâo havia atribuições fixas para nenhum cargo superior.
O costume estabelecia os deveres de cada funcionário, mas o
rei podia a todo o momento dar-lhe novos encargos ou aliviá-
lo doutros.
Sendo então a chefia militar o mais importante dever
real, nào admira que o primeiro cargo do Estado fôsse o de
Atferes-mor(signifer}t que comandava o exército quando o rei
o nào fazia pessoaímenie ou levava a bandeira real se o rei
chefiava as hostes.
A seguir vinha o Merdomo da córte {Major domas
curiae), primeiro funcionário da administração civil e
administrador da casa real. Sob os suas ordens estava ao que
parece o Daplfer curiae, que superintendia nos ser
175
HISTÓRIA. DO DIREITO PORTUGUES
17Í
HISTÓRIA PO DIREITO PORTUGUES
177
Hlft. D. PoK(Wa&«—33
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
i MUU WJ Os metais
pvi OVivayvOj preciosos
I.JHUMU
QV LIV C . HUÍÍH (ouro, prata) eram raros e quem
14 /iLÍLM/Ul,
181
¡HISTÓRIA DO DI REÍ TO PORTUGUÊS
182
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
85. Concelhos.
Além das terras- da Corôa e das terras senhoriais havia,
finalmente, os territórios municipais, da jurisdição dos
concelhos.
Que caracteriza o concelho ? Não é fácil nunca definir as
instituições medievais, já o dissemos, tão grande é a variedade de
formas que a mesma instituição nos apresenta.
Mas a definição é possível : nem de outra maneira
poderiamos distinguir, no meio dessa pluralidade de casos, os
que se integram no fenômeno municipal dos que lhe são alheios.
Existe um concelho sempre que concorrem as seguintes
características :
a) existência de uma união de homens livres, isto é, que
pudessem dispor das próprias pessoas e mudar de domicílio a seu
arbítrio ;
b} que essa união nascesse do facto dos home, s livres
estarem domiciliados, com seus interesses perma nentes, em
certo território ou lugar, isto é, que fôsse uma união naturalmente
resultante do convívio pela vizinhança;
c) que a uttíãj dos homens livres se fizesse graças à
consciência de interêsses comuns a prosseguir colectivamente,
pelo exercício da autoridade pública conferida a orgãos
representativos da comunidade ;
d) e que, assim, a comunidade dos vizinhos formasse uma
pessoa moral ou colectiva susceptível de figurar como sujeito de
direitos e obrigações em relações jurídicas a travar com a Corôa,
os senhores ou outros concelhos ou
ndivíduos.
() que é característico do concelho é, portanto, a
183
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
184 - -----------------------------------—--------------------------;-----—-------- -
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUES
185
Hiat. D. Púrtwiinlí — 24
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUES
186
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
—, ...--------—, . .— —187
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
189
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
19o
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
191
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
192
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
§2.’
Fontes de Direito
____________________________________________________193
D» PortMula—25
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUES
194
HISTORIA DO DIRÉÍTO PORTUGUÊS
91 Direito canónico.
195
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGÜÈÜ
196
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
93. Costume.
A principal fonte de direito dêste período (tanto que lhe
dá o nome) é, porém, o costume {consuetudo, mos forum).
----------------------------------------------------------------------------------------197
HLSTÕRIâ. DO DIREITO PORTUGUÊS
198
HtSTóRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
|99
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
20Q
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
i r'L- !__________________: _
a**- uj turáis.
201
HUt. D. Portait — »í
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
Assim :
a) O forai i um código de direito público — Como se
sabe, as relações jurídicas dividem-se em dois grupos,
consoante Jão constituídas tendo predominantemente em
(1) Nos termos rio art.8 1653 do nosso Código Civil — «dá-se o
contrato de em prazam en to, aforamento ou enfílense,
il3ïïdû v prOprivlA"i© (3© Qunjíjuvï prédïO tiíiÍiSÍcFc 0 S ¿Iv- minio
EÜ
202
HISTÓRIA DO DIREITO ¡PORTUGUÊS
203
tilSTÕRlA DO DlRÈITO PORTUGUES
205
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
206
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
207
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
reis decidiam casos da vida dos concelhos que lhes fôs- sem
submetidos, elaborando verdadeiras leis especiais.
Os costumes ou foros municipais (direito consuetudi-
nario de cada Município) eram, pois, resultantes destas
diversas fontes. Regulavam relações privadas : eram direito
privado e nâo direito público, embora as fronteiras dêstes dois
ramos sejam incertas e, por isso, a confusão fôsse freqüente.
No século XIII e XIV foram compilados e reduzidos a
escrito os foros cu costumes de alguns concelhos, que se
encontram publicados nos P. M. H., Leges et Consue- indines,
pág. 745 e segs.
Codificados os foros, aconteceu que por vezes a con-
cessão'a um novo ccncelho do forai de um município já
existente fôsse acompanhada da concessão dos costumes ou
foros do mesmo município : o concelho novo recebia, assim,
todo o Direito por que sc regia o antigo.
---------------------------------------------------------------■-----■-------------209
Hl»t. D. — 17
HISTÕR1À DO DIREITO PORTUGUES
210
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
211
aiSTÓRU DO DIREITO PORTUGUÊS
212
CAPÍTULO 2.
§ l.°
Caraeteres gerais
214
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
"315
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
216
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
218
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
99. A escolástica.
O século XíII ficou assinalado pelo desenvolvimento das
estudos filosóficos no Ocidente europeu, A filosofia grega
(especialmente Aristóteles) que, com a difusão do cristianismo
no Oriente fora transmitida às escolas da Me- sopotâmia e da
Síria, encontrou depois notáveis cultores árabes e judeus. Èsses
filósofos árabes cftdo se tornaram conhecidos na
peuínsulahiapânica (A LFARABl, AVICENA, AVERROES),
tendo algumas obras sido traduzidas em Toledo ainda uo século
XII. Quanto aos judeus, o mais notável foi MA1MÓNIDES
(1135-1206) natural de Cór- dova.
O principal centro europeu dos estudos filosóficos foi a
cidade de Paris, onde ensinaram ABELARDO, S.
BOAVENTURA, ALBERTO MAGNO e finalmente SANTO
TOMÁS DE AQUINO (1224-1274) que foi o mais alto luminar
da filosofia medieval.
O pensamento filosófico da Idade Média foi obra das
escolas das catedrais e dos conventos e das Universidades, uma
resultante do ensino aí ministrado. Por isso a filosofia medieval
típica recebeu o nome de escolástica.
Caracteriza a escolástica, (ortnaltnenief a preocupação de
dividir e sub dividir os problemas em questões cada vez mais
singelas, a fim de permitir melhor a resolução das dificuldades,
a redução dos conhecimentos adquiridos a fórtnulas fixas, de
fácil assimilação e transmissão, e o processo dialéctico de
discorrer, opondo em cada questão
219
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
100. As Universidades.
220
RíSTÔRlA bo DIREITO PORTUGUÉS
221
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
232
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
1
' " ■■ 2^3
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
101. Os legistas.
E’ tarnbém a partir do reinado de D. AFONSO III que se
acentua cada vez mais a influência social e política dos peritos ñas
ciencias jurídicas, os legistas ou letradas.
Sabe-se da existência de juristas conhecedores do direito
romano na corte dos nossos primeiros reis, designados por
mestres, sinal de que tinham adquirido em algum estudo geral o
direito de ensinar por tôda a parte. Foram chanceleres de D.
AFONSO HENRIQUES o mestre Alberto e o mestre Jubão;
mestre Vicente foi chanceler do quarto rei. Mas é no período de
que nos estamos a ocupar que o número e a qualidade dos legistas
assume a maior importancia, visto que éles se vão apoderando dos
principais cargos da-justiça e administração como dialectos
auxiliares do monarca.
Na verdade, os discípulos de Bolonha estavam imbuídos da
doutrina romana acêrca do poder imperial centralizado e absoluto.
Por outro lado, eram por via de regra clérigos pobres ou burgueses
que não tinham inte- rêsse em defender os privilégios da nobreza
ou do clero ; a sua influência vem tôda do serviço do rei, e tê la-ão
tanto maior quanto maior for o poder do senhor que servem.
Por isso os letrados se dedicam à ampliação e re= forço da
autoridade da Corôa, contra todos os privilegiados ; e a Corôa
charna-os aos seus tribunais, aos seus
QUIM DE CARVALHO, tia História de Portugal de Bar. ceies, vol. III, púg,
599 e MARIO BRANDÃO e LOPES DE ¿ALMEIDA, A Universidade de
Coimbra — Esbôço da sua história — 1937.
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
226
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
103. Os descobrimentos.
§ 2."
228
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
229
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
105, 0 Rei.
A concepção do poder real nesta fase não difere muito da
que estudámos no período anterior. O rei é o cheje militar, a
fonte da justiça e o remunerador dos vassalos.
Firma-se mais, porém, a função régia de assegurar a
justiça no reino,
O conceito de justiça abrangia a definição do Direito pela
legislação, a sua aplicação nos julgamentos e a defesa da
segurança interna pela manutenção da paz pública e imposição
do mútuo respeito dos privilégios e direitos de todos.
230
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
vicrárin e lciontenente.
- ----- _ ........................ -----------------------------------,
seja absolto da bservância de tôda lei humana, e esto não
embargante, por ser criatura racionavel e subjugada à razão
natural, se honesta, e submete sob governança e mandamento
dela, assí como consa santa que manda e ordena as cousas
justas e defende as cousas contrárias «, Temos pois que :
a) o poder dos reis vem de Dtus, de quem êles são
vigários na terra ; (¡)
b) o rei nào está obrigado a obedecer às leis humanas,
pois êle é a própria lei viva;
c) mas deve guiar-se no govêrno pela lei divina e pela lei
natural (o Direito natural inerente à Razão);
d) assim, o exercício do poder real só será legítimo
(j) A idéia da origem divina do poder dos reis é corrente nesta fase a
eii<’ont.ra-#B rdararnente afirmada em diversos pasaos das OrdouaçÕoa
Afonamas. Võr especialmente, V, tit.“ 67 ,
2
32 ———————-—---------—————————.-, ■ ■
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÉS
-----------------------------------------------------------------------------------:-----------------------------------------------------------■-------------------------
Hfn. D. ~
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(i) Sôbre o podar real neste período vêr, além da obra de GAMA
BARROS e dos trabalhos já citado» do PROE. PAULO MERÊA (em
especial O poder real e as Cortes), o estudo de A. COSTA LOBO, O rei,
apud «Anais das Bi. blioteoas e Arquivos*, (1.* série), vols, I a II,
234
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
„ .. —235
tilStóRIA DO DIREtTO PORTUGUÉS
« A W A . /“t * _
tur, as curies
P" í-fZl i 1 n H + A n nt"í-l¡MXr<A íiaAOlin y* rt rt <1 k A rtna
236
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
regno. ..»
A ouebra da moeda fôra iá nraticada. secundo oatece.
“J - -- - --- ------ - -- - J .. r . -- -, - o - - -- - t ---r
pelo rei (em 1247?) e aprazadá pela segunda vez para 1254.
Sabe-se que a aproximação desta data perturbou grandemente a
vida económica da Nação, pois o monarca foi forçado a
publicar a lei de 20 de Dezembro de 1253 que fixava o prêço
de todos os géneros e artigos correntes do mercado português.
A resistência popular deve ter-se manifestado por várias
formas, como no estran-
(i) Ob. cit, I, pág, 522- Quanio à Cúria de Leiria, também se tem dito
que foi precedida por outra em Lisboa, no ano de 1253, cam a presença já
dos homens bons doa concelhos, conforme se deduziría da lei de 26 de
Dezembro dêase ano (P. M. H., Leges, pág. 192). Mas HERCIJLANO eon*
testa essa opinião pelas razões expostas nos P. M. II., Leges, pág. 191.
237
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
238
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
239
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
240
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
241
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUES
242
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
111
............................... 345
HISTÕR1A DO DIREITO PORTUGUES
244
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÉS
----------- -------------------------------------------------------———245
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
247
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
248
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUES
111, Concelhos.
Sob o influência de sucessivas leis gerais a adminís-
traçio nufilcipal foí-se unificando por todo o país. De resto, o
número de concelhos aumentou durante esta época, a ponto de
no final do século XIV estar o território completamente
coberto déles : uns urbanos (vilas), outros rurais (julgados).
Assim as diferenças orgânicas resultantes do diverso
conteúdo dos forais desapareceram pouco a pouco. A or-
ganização interna dos concelhos aproximou-se de um tipo
único. Vejamos qual era.
A assembléia municipal ou concelho reune cada vez
menos. Os negócios importantes, mas para cuja resolução não
valha a pêna convocar todos os vizinhos, são apenas
examinados por aigu >s, mais sisudos e já experimentados no
govêrno local, a quem se passa a chamar restritamente homens
bons.
De entre êstes estabelece se, no reinado de D. AFONSO
IV, que alguns (posteriormente o número foi fixado em três,
como se vê nas Ord, Af., liv. I, tít." 27 § 17) assistiam com
permanência na administração ou vereamento dos interêsses
municipais; assim surgiram os vereadores que se reüniam em
conselho ou rolaçotn na «Câmara», ou »Casa do Concelho».
Primitivamente o» vereadores eram eleitos por acôrdo
HUt. D » PoitaM*
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
dos homens bons. Mas nas Ord. AL, tit," 23 do liv. I, § 43, a
designação í z-se por um processo mais complicado, usado para
todas as magistraturas municipais: o Corregedor reúne os
magistrados e os homens bons para que escolham seis dêstes os
quais, por sua vez, em grupos de dois, ficam encarregados de
elaborar separadamente róis rlnA T-s r. n i* rtdfn rsc fiiirúrCrtO
A
& rtrílCAtlíú
MCL3 jjLdjuaa pai Cl vo UÍVLIJUJ
n í r i i ó/i A Ar rlú ,4/ir -1/1? f~>t 1 r <4 Of- tTl li I i 1 _ suerte ao umiu utõi^iiayut^ uauaa auo mag ion « wo uimi)’
T
250
HISTÓRÍA DO DÏREITO PORTUGUÊS
112. Mesteres
Uma das atribuições municipais foi, desde sempre, a de
regular a vida económica local. A pesar desta época ser já
caracterizada por rniior desenvolvimento do comércio que tio
período anterior, predominava ainda a
251
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGOtS
113. Senhorios.
Na época que estamos estudando, a jurisdição se- nhorial
foi vivamente disputada aos nobres pelos reis.
253
HISTÔR1A DO DlRRtTO PORTUGUÊS
254--------------------------------------------------------------------------------------
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
256
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
■ ......... ■ ■ ■ ■——257
Ki»t- B. PortBl«l« - *1
HZSTdlîM DO DIREITO PORTUGUÊS
258
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
259
¡ílSTóÍÜA bo bliiEÏTO PORTUGUES
§ 3.°
Fontes de Direito
2ÓO
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
261
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(Í) Cf. GAMA BARROS, oi, cit.t I, pág< 88. As queixas ilafs Cñrtes
podem ver-ae nas Ord Afonsinas, II, tit.' 5, art,° 24 e V, tit.' 27, § l.%
263
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
264
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
268
H1STÔRÏA DO DIREITO PORTUGUES
271
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
575
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÉS
276
ÜlSTûRÏA DO DIRXiTO PORTUGUtS
277
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
278
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUES
2ÔG
HISTORIA
H1STÕRIADO
DODIREITO PORTUGUES
DIREITO PORTUGUÊS
Estado : a dos Negócios interiores do Reino, a da Ma-
mantinham-se
3 conselheiros,todos os Ministros
que desde e Conselhos
então até ao comêçodantei existentes.
do século XIX
Houve, assim, Escrivão da Puridade no-reinado
ficou sendo o órgão de estudo, consulta e expediente quanto dos dois às
primeiros Filipes, ficando o cargo vago no do último.
coisas coloniais.
Outros Conselhos — O rei D. JOÃO IV creou também o
Conselho da Guerra
D, .TOAO para superintender
IV nomeou de inicio um nos
úniconegócios militares
secretário,
e a Junta dos Três Estados para, em representação das Cortes,
distribuir os tributos
de Secretário de Estado,extraordinários
e deu a algunsexigidos
dos pela defesa
seus conse-
nacional (,j.
lheiros a honra de assistir às audiências como «ministros
assistentes ao despacho».
128- Mas como era
Ministros difícil a um único Secretario presidir a todo
de Despacho.
o serviço, por Alvará de 29 de Novembro de 1643 criou duas
secretarias
Vimos: aque Secretaria do Estado
o Soberano e a Secretaria
era assistido das Mercês
no Governo por ume
Expediente.
Escrivão da Puridade que centralizava os negócios a resolver,
Maisde tarde,
e servia nesse reinado
intermediário aínda,
entre o Rei e osaparece de novo a
outros funcionários
secretaria particular do monarca,
na pubiicacão e execução das decisões. incumbida de submeter os
diplomas
Mas à jásanção régia,do
no final erguida à categoría
reinado de D. das
JOÃOoutras
III com
e nao
nome de Secretaria
menoridade de D. da Assinatura. o ofício não foi provido>
SEBASTIÃO
exercendo-o por substituição
As condições pessoais deo D.Secretário
AFONSO d’El-Re^.
VI determinaram a
Durantedea dominação
necessidade haver quem, filipina o regime
em lugar político
do rei, foi o da
presidisse ao
união pessoal
govêrno daí, a das duas Corôas,
restauração de Portugal
do cargo e Espanha
de Escrivão ; reinos
da Puridade,
distintos
como e independentes
primeiro com um
ministro, chefe dosRei comum. sendo provido
secretários,
nêle oJunto
Conde dódemonarca,
Castelo quási
Melhor. sempre em Madrid,
A deposição do reiexistia um
fez voltar
Conselho
tudo de Portugal
à primeira forma, com sua secretaria.
desaparecendo Em Lisboa oestava
definitivamente lugar
umEscrivão
de Vice-rei da ouPuridade.
um grupo de Governadores e
«82
RlSTõRlA DO DIREITO PORTUGUÊS
130. Oôrtes.
283
HISTÓRIA Dü DIREITO PORTUGUÊS
131. Os oonceihos.
Prosegue a uniformização administrativa e a centra’
lização judiciária.
O rei D. MANUEL quiz pôr termo aos inconvenientes
resultantes da multiplicidade e variedade dos forais. E’ verdade
que quanto à organização dos concelhos as leis gerais pouco
tinham deixado de pé das particularidades foraleiras. Mas
subsistiam privilegios obsoletos, disposições já ininteligíveis e
os tributos a pagar à Corôa achavam-se expressos em moedas
diversas e já desusadas no séc, XVI, o que originava freqüentes
questões.
Por isso o monarca mandou procéder á reforma dos
forais, que começou a fazer-se em 1497, e demorou 25 anos.
A reforma foi feita por uma Junta, cujo vogal principal foi
o escrivão, FERNÃO DE PINA. Cada concelho tinha de
apresentar à junta o forai velho que possuísse, acrescentando
logo a indicação dos direitos e privilégios de que fôsse titular
por costume ou concessão régia. Corrido o processo entre os
procuradores do concelho e da
$84
ÜISTÕRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
parece,
Após a reforma, e até ao séc. XIX, só foram concedidos
mais quatro forais, conhecidos por forais novíssimos.
Desta sorte, desapareceu o direito foraleiro, De então
por diante a organização administrativa e judicial dos rt-
1HrlÍAÍrtínt' íz-ki AV ! e-í 1 T A i-n A n A raívnH/ln T lalr.
A MA AA
132- Senhorios
O princípio de que das sentenças dos senhoras cabia
sempre recurso à Corôa e que o rei podia exercer nas terras
senhoriais o direito de correiçlo, mantém-se e é afirmado com
energia nas Ord. Filipinas, II, tit-* 45, ficando apenas êsse
direito àquêles a quem especialmente íôsse concedido.
^85
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUtS
§ 2.*
Fontes de Direito
------------------------------------------------------------------;-----------------2«7
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUES
288
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUES
289
Hut. o. P«»I»4«H — •?
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUES
59o-
HISTÓRIA DO DIREÏTO PORTUGUÊS
291
ÎÎISTOÉIA DO blttàlTO PORTVGtiÈS
293
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
pessoal que em seu nome era exercido pelos ministros (se bem
que seja ainda hoie um problema saber até que ponto o rei é
responsável por certas iniciativas atribuídas a POMBAL mas
que éste repudiou).
Os reinados de D. JOÃO VI e de D. MIGUEL são períodos
tão perturbados que se não torna possível enquadrá-los numa só
tendência : o próprio D, MIGUEL ao reíinir Cortes gerais
afirma o seu propósito de regressar à constituição tradicional da
monarquia limitada.
Mas todo êste período é um período de transição: embora
lutando contra a revolução francasa, a verdade é que durante êle
se preparou o advento do individualismo e do liberalismo.
A luta contra todos os privilégios, tendente a nivelar todos
os súbditos, colocando-os à mesma distância do único poder,
que era o da Corôa, encaminhou para o individualismo e a
igualdade revolucionárias.
POMBAL combateu enérgicamente a nobreza e o clero,
diminuindo o seu poderio, assim como abateu a importância dos
Conselhos da Corôa em benefício dos Secretários de Estado que
passaram a concentrar as funções do govêrno e administração
central.
No reinado de D. MARIA I os restos do regime senhorial
receberam um profundo golpe com abt lição da jurisdição dos
donatários determinada por lei de 19 de Julho de 1790.
Também o sistema jurídico é de itansição; o roma- nisino e
o canonismo cedem o passo aos elementos ideológicos de cuja
combinação há de resultar o sistema individualista e liberai do
sécuio XIX.
294
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUES
295
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
296
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÉS
------------------------------------------ ----------------------297
IU«t. D. N
HISTORIA DO DI RUT O PORTUGUÉS
299
HISTORIA DO DIRSITO PORTUGUÉS
300
ÍMSTÕR/A DO tUJUITO PORTUGUÊS
LJ '¿¿UílilUU
301
ÉISTÕRIA DO DlASÍTO PORTUGUÊS
PERÍODO DO INDIVIDUALISMO
3o4
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
306-
HISTORIA DO DIRSITO PORTUGUES
310
HISTÓRIA. DO DIREITO PORTUGUES
311
HISTORIA DO DIRSITO PORTUGUÊS
312 -
INDICE
NOÇÕES PRELIMINARES
1. O que é o Direito............................................. 5
2. O Direito como produto da Razão , 7
3. Pâpel da tradição na formação dos sistemas
jurídicos 10
4. Necessidade e importância do estudo da
História do Direito........................................... 12
5. Gonceito e conteúdo dá História do Direito. 13
6. Método de investigação e Fontes da Histó
ria do Díreito .................................................. 16
7. Classificação das Fontes da História do
Direito. ....... 17
8. Regras de Utilização das Fontes da História
do Direito ..... 18
9. Suprimento das deficiências das Fontes:
recurso ao método dedutivo ... 21
10. Ciências afins e auxiliares da História do
Direito............................................................. 23
11. Sistema de exposição da História do Direito. 25
12. Sistema de divisão em períodos na expo
sição cronológica ..... 27
313
13. Plano da nossr1 exposição .... 28
14. Bibliografia geral ...... 29
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1.’
PERÍODO PRÈ-ROMANO
15. Razão de Ordem ...... 33
16. Organização social e instituições . . . 35
17. Direito............................................................. 38
CAPÍTULO 2,°
O DOMINIO ROMANO
§ I." Romaníxafdo da Lusltánlt
18. A conquista . 40
19. A assimilação . . . .................................. 44
314
26.Cidades de tipo indígena: B) Cidades livres. 63
27.Cidades de tipo romano : A) Colônias. 64
28.Cidades de tipo romano: B) Município . 66
29.Município (cont.): Organização municipal. 67
30.Município (cont.): Evolução e decadência. 70
31.As cidades da Lusitânia.................................. 73
A) As cidades do fim do século i 74
B) A concessão do direito do Lácio por Ves-
paziano............................................................. 75
C) Concessàu da cidadania romana por Caracala. 76
CAPÍTULO 3?
O DOMÍNIO GERMÂNICO
§ t.o — invagào e ostahalooimento doa povot
gefmániao s
“ 3ï5
44. Aula régia..................................
CAPITULO 5.” 104
45. Concilios ....... 105
A MONARQUIA LEONESAprovincial
46. Administração E O CONDADO ....
PORTUCALENSE
108
4 1 1 iwvvni^ ui^m das
Administração
47.
f ■ « cidades
*k-
*v e distritos rurais 109
48. Justiça................................ .
67,A formação das monarquias neo-góticas , ■ 110
140
68,Carácter inicial da monarquía leonesa. . 141
69,Influência das idéias§ 3.o — Fonta»
feudais tie tlli>elto
na realização
49. das monarquias
Separação neo-góticas
jurídica inicial dosgodos , ehispano
. . romanos 143
70,O feudalismo
. ....... . .. . .144
71,Elementos
. do regime feudal : recomendação, 112
50. benefício,
Codex Eurîcianussenhorio................................................
, .■ . . . 147
72 Existiría o feudalismo 113
............................. na Península? . . 148
73,Cúria51.
régiaLex
. Romana Wisígothorum .. . . .t 153
114
74.Os condados
52. «Codex revisus" de Leovigíldo . , 156
.
75,Administração da Justiça ....
116 158
76.Concessão
53. Ado condado poitucalense
unificação legislativa e oa Código D. Visigótico 117
54. Henrique..................................................................
Código Visigótico ; A) Forma159
recesvindiana 118
HISTÓRIA
55. Código DO DIREITO Visigótico:PORTUGUÊSB)Forma
ervigiana . 120
56. Código CAPÍTULO Visigótico
i," : C)Forma
vuigata . . 120
PERÍODO DOVisigótico
57. Código
DIREITO : suaCONSUETUDI-
importância .
NARIO E FORÀLEIRO
121
58. Cânones dos concilios.....................123
59. Fragmenta gaudenziana
§ f.« faat/íMfpdo da diraito públloo .... 124
60. Fórmulas visigóticas .... 125
CAPITULO 2*
104. Espírito do Direito Público . 227
105. 0 Rei,PERÍODO
....... DO ROMÀNISMO JUSTINIANEU 230
E DO DIREITO CANÓNICO 234
106. 0 Conselho Régio..................................
107. As Côrtes a....... 236
t. FASE : DO INÍCIO DO REINADO DE D. AFONSO HI
108. Ministros da Corôa. ATÉ ÁS ORDENAÇÕES MANUELlNAS 240
. . .
109. A administração da Justiça . 244
110. Administração local. ...§ l.o Oaeaoterea gavai»
111. Concelhos. ...... 249
97. Delimitação
112. Mesteres „ ..... da primeira fase déste período.251 213
98. O
113. Senhorios ....... renascimento do direito romano . 253 216
99. A escolástica..................................................
114. Rendimentos da Corôa .... 259 219
100, As Universidades . . . . 220
101,§ 3.o
Os._legistas
Fonte» de direito
...... 224
102. Equilibrio entre a Igreja e o Estado . . 225
115. Direito romano.......................................
103. Os descobrimentos. ..... 260 .227
116- Direito econômico ..... 261
117. Direito castelhano . . ... 262
118. Leis gerais. ...... 264
318 4-e jurisprudência
119. Costume 266
120. Concórdia» e concordatas 266
121. Ordenações Afonsinas .... ■ 267
122. Direito subsidiario segundo as Ord. Afon-
sinas ......... 269
CAPÍTULO 3 o
PERÍODO DO ROMANISMO JUSTINIANEU
E DO DIREITO CANÓNICO
2.a FASE: DAS ORDENAÇÕES MANUEIINÀS
AO REINADO DE D- JOSÉ I
319
125. Conselho régio e Conselho de Estado . 276
126. Desembargo do P?ço ... . . 278
127. Outros conselhos da Corôa .... 279
128. Ministros de Despacho ..... 281
129. Tribunais superiores .... 283
130. Côrtes............................................................. 283
131. Os concelhos ..................................................284
132. Senhorios . 285
§ 2» — Fonte» de Oli>»lto
CAPÍTULO 4 *
320-
CAPÍTULO 5. ’
PERÍODO DO INDIVIDUALISMO
146. Caracteres gerais do período . . - 304
Aditamentos
147. eDireito
correcções mais importantes
constitucional....................................... 305
148. Dirtito administrativo....................................... 306
Pág 141.
149.— ODireito
reino de Aragão foi fundado em 1035 e uniu-se307
civil...................................................... *o c-
ndado de Barcelona
150. em 1137, económico............................................ 309
Direito
Pág. 164.
151. Direito processual .....
0 erudito alemão CARL ERDMANN no seu estudo
309
152. Direito penal .................................................... 310
intitulado S>e como S). Sfyonio 3tetirlqu& owufntu o titulo Je reí, recém-
153. No limiar de um novo período da História
-aparecido, p6e em di rida a autenticidade do documento de 1139 que se julga
do Direito Português............................................ 311
1er o primeiro que dá o título real ao nosso primeiro monarca, e inclina-se para
a tese t radie ions 1 de que ande
linka se //
êle começou a intitular-se leia-se
rei após a vitória de
94 Ourique, entre
7 Julho de 11/9 e Outubro
435 de H40. ‘453
100 17 aun dos quartes mima das fases
seguinte»
159 11 revolvidos resolvidos
223 16 1538 1537
239 24 priduzia produzia
259 13 Goróa Corôa
271 9 R0MAN1SN0 ROMANISMO
306 13 1855 1885
323
321