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Desde a mais tenra idade do homem, a sua consciência forma-se com base em palavras, na
linguagem, porque é com a ajuda da linguagem que se exprimem os nossos pensamentos.
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Ao agir sobre a natureza, o homem produz a existência humana, num processo de mútua
transformação: não só imprime, naquela, as marcas da sua ação, humanizando-a, como também
produz a si mesmo, humanizando-se, ou seja, realizando uma forma humana de vida, produzindo
tecnologia (artefatos, instrumentos), ideias (crenças, conhecimentos, valores) e mecanismos para
a elaboração de ideias (planejamento, raciocínio, abstração), diferenciando-se, cada vez mais, das
outras espécies animais.
Nessa relação com a natureza, quando busca responder às suas necessidades, o homem supera,
diferentemente dos animais, os limites da situação imediata que o desafia, produzindo além
de sua necessidade pessoal e da prole. Ao fazê-lo, descobre nas coisas propriedades até então
desconhecidas, penetra na sua essência, abstrai suas características e capta as relações nas
quais se inserem, rompendo as fronteiras da experiência sensível. Realiza e incorpora, assim,
experiências e conhecimentos, e, sobretudo, cria novas necessidades.
A complexificação das atividades que precisa realizar para responder a necessidades cada
vez, também, mais complexas, lhe impõe outro desafio: a necessidade de auxílio mútuo. O
enfrentamento desse magistral desafio se efetiva na produção da linguagem.
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Texto complementar
A importância da linguagem
(CHAUÍ, 2004, p. 174-178)
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Por seu turno, Hjelmslev afirma que a linguagem é: “[...] o recurso último
e indispensável do homem, seu refúgio nas horas solitárias em que o espíri-
to luta contra a existência, e quando o conflito se resolve no monólogo do
poeta e na meditação do pensador.”
A linguagem, diz ele, está sempre à nossa volta, sempre pronta a envolver
nossos pensamentos e sentimentos, acompanhando-nos em toda a nossa
vida. Ela não é um simples acompanhamento do pensamento, “mas sim um
fio profundamente tecido na trama do pensamento”, é “o tesouro da memó-
ria e a consciência vigilante transmitida de geração a geração”.
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aprender com os outros. Pode, porém, ser um veneno quando, pela sedução
das palavras, nos faz aceitar, fascinados com o que vimos ou lemos, sem que
indaguemos se tais palavras são verdadeiras ou falsas. Enfim, a linguagem
pode ser cosmético, maquiagem ou máscara para dissimular ou ocultar a
verdade sob as palavras. A linguagem pode ser conhecimento-comunicação
mas também pode ser encantamento-sedução.
Dica de estudo
LOBATO, Monteiro. História das Invenções. São Paulo: Brasiliense, 1987.
Nessa obra, Monteiro Lobato realiza uma tradução livre do livro História
das Invenções do Homem, o Fazedor de Milagres, de Hendrik van Loon. Nele, em
uma linguagem extremamente agradável, relata-se a história das invenções, de
modo a esclarecer como essas invenções vão modificando as condições de vida
do homem, vale dizer, modificando o próprio homem. É uma leitura que facilita
a compreensão da formação histórico-social do homem.
Atividades
1. Nesta unidade, foram apresentadas duas concepções de linguagem. Como
cada uma delas explica a origem da linguagem?
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