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Desenvolvimento de um Índice para Avaliação de

Segurança de Tensão de Sistemas Elétricos de Potência


Baseado em Equivalentes de Thevenin
Jhonatan Nascimento da Costa Eduardo Calderano Brandão João Alberto Passos Filho
Universidade Federal de Juiz de Fora Universidade Federal de Juiz de Fora Universidade Federal de Juiz de Fora
Juiz de Fora, Brasil Juiz de Fora, Brasil Juiz de Fora, Brasil
jhonatan.costa@engenharia.ufjf.br eduardo.calderano@engenharia.ufjf.br joao.passos@ufjf.edu.br

Resumo— O crescente aumento do carregamento dos Sistemas estável não aconteça, ocorrerá o fenômeno de instabilidade de
Elétricos de Potência e a ocorrência de blecautes têm gerado tensão, caracterizado por um afundamento no perfil de tensão
uma maior preocupação em relação a problemas relacionados à de uma ou mais barras do sistema, podendo estender-se a
estabilidade de tensão. Nesse sentido, esse artigo propõe o estudo outras regiões, resultando em um colapso parcial ou total do
de um índice baseado em equivalentes de Thevenin para sistema.
avaliação da margem de carregamento em estudos de segurança
de tensão. Além dos conceitos básicos é abordado o problema da Um sistema elétrico de potência está constantemente
representação de barras do tipo PV no cálculo deste índice e é submetido a pequenas perturbações, tais como variação de
proposta uma solução. Por fim, a ferramenta proposta é testada carga e ações de controle, e também sujeito a grandes
e validada através do estudo de dois sistemas, um tutorial de distúrbios como perda de uma linha de transmissão ou de
pequeno porte e outro de 33 barras, que representa um unidades geradoras. Em todas as situações é necessário que o
equivalente de uma região do SIN. Também é realizada uma sistema continue operando em condições satisfatórias, porém
comparação entre o índice estudado e a indicação do vetor algumas vezes isso não acontece [3]. O problema de
tangente obtido através do Método da Continuação, o qual é instabilidade de tensão está fortemente ligado à deficiência no
uma técnica já estabelecida nos estudos de segurança de tensão. suporte de potência reativa e a limitação na capacidade de
transmissão da rede. Sistemas que apresentam essa
Palavras chave—Segurança de tensão, impedância de Thevenin,
característica operam com capacidade reduzida de manter o
estabilidade de tensão e vetor tangente.
sistema estável após algum distúrbio [1].
I. INTRODUÇÃO Os métodos de avaliação de estabilidade de tensão podem
Modificações frequentes na estrutura do setor elétrico, ser divididos em duas categorias: estáticos e dinâmicos. Os
como aquelas causadas pela privatização e reestruturação do métodos dinâmicos baseiam-se na solução de equações não
setor, bem como os dispositivos disponíveis hoje de controle e lineares no domínio do tempo e são indispensáveis no estudo
compensação de potência reativa juntamente com o inevitável de instabilidade de tensão transitória. Já os métodos estáticos,
aumento da demanda tem levado os sistemas de potência a foco de estudo deste trabalho, baseiam-se nas equações
operarem próximo a suas capacidades máximas de algébricas obtidas a partir do modelo de fluxo de potência,
transmissão [1]-[2]. Diante dessa prática o estudo de sendo adequado para os estudos relacionados à instabilidade
segurança de tensão tem sido cada vez mais abordado tanto no de tensão causada por pequenas perturbações [3].
contexto do planejamento como na operação de sistemas Tendo em vista a segurança e a confiabilidade de um
elétricos de potência, sendo um tópico importante, senão sistema elétrico de potência, a análise de estabilidade de
decisivo, na determinação dos limites de máxima transferência tensão é normalmente realizada através do traçado do perfil de
de potência ao longo da rede de transmissão [1]-[2]. tensão das barras em função do seu carregamento (curvas
Em termos gerais, estabilidade de tensão pode ser definida PVs), sendo uma ferramenta de grande utilidade para os
como sendo a habilidade do sistema em permanecer operando operadores tanto em tempo real quanto no planejamento.
em um ponto estável tanto em condições normais como Existem várias ferramentas capazes de estimar as margens de
também após um distúrbio. Em outras palavras, está associada carregamento de um sistema, por exemplo, o Método da
à capacidade do sistema em manter um perfil de tensão Continuação. Este método tem por objetivo principal a
adequado para operação [3]. Caso o ponto de equilíbrio obtenção de toda a curva característica PV para obter o ponto

Jhonatan Nascimento da Costa é aluno de Mestrado do Programa de


Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Juiz de
Fora, UFJF, MG, Brasil.
Eduardo Calderano Brandão é engenheiro trainee na empresa ONS.
João Alberto Passos Filho é professor do Departamento de Energia da
Faculdade de Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Juiz de Fora.

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de máximo carregamento (PMC) do sistema e assim avaliar pequeno o número de iterações necessárias para se alcançar a
suas margens de segurança [4]. solução desejada é muito grande, e consequentemente o tempo
e o esforço computacional serão elevados. Se o passo for
O principal objetivo deste trabalho é desenvolver e demasiadamente grande, a etapa de correção pode não
implementar um índice que seja capaz de estimar com convergir [4].
precisão satisfatória e de forma eficiente do ponto de vista
computacional a margem de potência do sistema sem a III. METODOLOGIA PROPOSTA
necessidade do cálculo da curva característica PV, obtendo-se O estudo de estabilidade de tensão tornou-se um assunto
assim um menor esforço computacional. importante entre os operadores e planejadores dos sistemas de
O índice de estabilidade de tensão implementado neste potência, visto que o colapso de tensão ameaça seriamente os
trabalho será demonstrado a partir do estudo de um sistema sistemas de energia modernos. Sendo assim, é muito
tutorial, e testado em outro sistema de médio porte composto importante que os operadores do sistema usem métodos
de 33 barras. Os resultados serão analisados e comparados rápidos e simples, para monitorarem a proximidade do ponto
com os obtidos pelo Método da Continuação. de colapso.
II. O MÉTODO DA CONTINUAÇÃO Na referência [5] é proposto um método para encontrar a
máxima carga em uma dada barra de um sistema elétrico antes
Seja o sistema de equações não lineares (1), onde x é um
de se alcançar o limite de estabilidade de tensão. Para isso, o
vetor de dimensão 2n, com n sendo o número de barras do método utiliza a informação do caso base para encontrar o
sistema, formado pelas componentes θ e V: circuito equivalente de Thevenin, e assim analisar o problema
( ) . (1) de estabilidade de tensão. Um cuidado especial é levado em
conta na modelagem dos geradores para refletir a real
O Método da Continuação consiste na obtenção, a partir de operação do sistema.
uma solução base, das soluções subsequentes do sistema até
um ponto pré-determinado. A solução base representa a Em [6] é proposto um índice em tempo real do risco de
solução do caso base obtida a partir do fluxo de potência instabilidade de tensão baseado em medições fasoriais,
convencional. Cada nova solução do sistema é calculada tornando-se possível a identificação do equivalente de
através de duas etapas básicas, a previsão e a correção, as Thevenin visto pela barra em qualquer instante.
quais são ilustradas na Fig. 1 [4]. O índice proposto neste trabalho também irá avaliar a
segurança de tensão baseando-se no equivalente de Thevenin
Previsão
Tensão (p.u.)

Correção de cada barra em análise, porém, à priori, o estudo será feito


B’
A em ambiente off-line.
B
A. Conceitos Básicos da Metodologia Proposta
PMC
Um circuito elétrico pode ser representado na sua forma
mais simples pelo equivalente de Thevenin, como mostrado na
Fig. 2.

Ponto Estimado Z Th VC
Ponto Corrigido
IC
P ( MW)
E Th
Figura 1. Metodologia de Previsão e Correção. ZC

Após a determinação do ponto correto A, a previsão é


efetuada segundo a direção tangente à função descrita pelo Figura 2. Circuito Equivalente de Thevenin.
sistema de equações (1), ou seja, através do cálculo do vetor
tangente juntamente com a especificação de um passo naquela Onde E ̅ é a tensão de Thevenin, ̅ é a impedância de
direção. Assim um novo ponto estimado B’ é calculado. Este Thevenin, ̅ c é a impedância da carga, ̅ c é a tensão na carga,
ponto é então utilizado como condição inicial para a obtenção
e ̅c é a corrente na carga.
da solução correta B, ou seja, é executada a etapa de correção,
onde o problema de fluxo de potência é resolvido. O processo A expressão para a corrente no circuito acima é expressa
segue este raciocínio repetidas vezes. A variável no sistema em (2).
de equações (1) corresponde ao fator de carregamento do ̅
E
sistema. ̅c (2)
̅ ̅c
Assim, para tem-se o caso base e para ma
tem- onde:
se o ponto de máximo carregamento [4]. Quanto melhor for a
previsão realizada, menor será o trabalho necessário para se ̅ θ ̅c c
obter a solução correta. Assim, a escolha do passo afeta de A tensão e a potência ativa consumida na carga são dadas
forma considerável a eficiência do método. Se o passo for por (3) e (4).

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̅c  IET = 1: Sistema operando no ponto crítico. Atingiu o
̅c ̅
E (3)
̅ ̅c máximo carregamento;
 IET > 1: Sistema em condições anormais.
c c . c . cos (4)
B. Aplicação do IET em Sistemas de Potência
Com base nas equações acima e supondo que a carga seja
puramente resistiva (̅c ) e que a impedância de O cálculo do IET para uma barra de carga de um sistema
Thevenin seja uma reatância (̅ ), são elétrico de potência consiste no cálculo de dois parâmetros: a
apresentadas na Fig. 3a as curvas da corrente, tensão e impedância da carga e a impedância de Thevenin vista pela
potência na carga em função da impedância da carga, estando barra.
estas grandezas normalizadas. A Fig. 3b apresenta o 1) Cálculo da Impedância da Carga: As cargas dos
comportamento da tensão com a potência na carga, com as sistemas de potência são usualmente especificadas em termos
grandezas normalizadas. da potência ativa e reativa absorvida. Porém em análises de
circuitos é conveniente representar a carga como uma
impedância constante [7]. Supondo que a impedância da
carga de uma barra k seja uma impedância série
( ), está pode ser calculada da seguinte forma:

(5)

Onde e são os valores da resistência e da reatância


da carga (em p.u.). P e Q são as potências ativa (em MW) e
reativa (em MVAr) absorvidas pela carga. B é o valor da
potência aparente base (em MVA), e u é o valor da tensão
(em p.u.). Tanto a tensão na carga quanto a potência
(a) absorvida são obtidas do fluxo de potência.
2) Cálculo da Impedância de Thevenin: A impedância
equivalente de Thevenin ( ) pode ser obtida através de um
circuito equivalente representando todo o sistema de
potência. Porém, a presença de barras do tipo PV no sistema
inviabiliza o cálculo desta forma, pois não existe uma fonte
ideal capaz de simular o comportamento de uma barra PV, ou
seja, manter fixa a tensão e potência ativa, deixando livre a
variação de fase e geração de potência reativa em função da
demanda.
Para contornar o problema acima é proposta uma nova
formulação matemática para o cálculo da impedância de
Thevenin, baseando-se nas equações de circuitos elétricos.
(b) Considere que o circuito da Fig. 2 seja o equivalente de um
sistema de potência complexo e com barras de geração, onde o
Figura 3. Potência, Corrente e Tensão em Função da Impedância de Carga. fluxo de carga encontra- se convergido, visto por uma barra de
De acordo com os gráficos acima a potência transmitida é carga k para um carregamento desejado . Deste circuito
máxima quando ocorre o casamento de impedâncias, ou seja, temos que:
⁄ c . Enquanto a impedância da carga é maior que a de E .
c c. (6)
Thevenin (relação ⁄ c ), o sistema apresenta um
comportamento normal e, comparando com a característica Considerando-se um novo ponto de operação, com a carga
PV, opera na parte superior da curva (Fig. 1). Já quando a da barra k sendo e o fator de potência se mantendo
impedância da carga passa a ser menor que a impedância de constante, a realização de um novo fluxo de carga, resultaria
Thevenin (relação ⁄ c ), o sistema opera na região em um circuito equivalente semelhante ao anterior, com:
anormal, analogamente a operação de um sistema na parte
inferior da característica PV. (7)

Sendo assim, intitulamos a relação ⁄ como o índice Supondo que a variação de carga na barra k seja
c
de estabilidade de tensão (IET), onde: infinitesimal ( ), a variação da tensão de
Thevenin do primeiro para o segundo ponto pode ser
 IET < 1: Sistema operando em condições normais; considerada desprezível e assim a impedância de Thevenin

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pode ser considerada constante. Subtraindo (7) de (6), e Realizando o cálculo da impedância de Thevenin vista pela
resolvendo para encontramos que: carga obtemos:

c c
(8) (9)
c c p.u.
O cálculo da impedância de Thevenin em (8) é baseado
no artifício matemático da linearização da curva PV em torno
do ponto de operação . 2) Cálculo do IET: Utilizando o Método da Continuação,
incrementamos a carga da barra cinco considerando-se 5%
Realizado o cálculo das impedâncias de Thevenin e de como fator de passo, chegando ao ponto de máximo
carga, o índice pode ser calculado pela divisão dos módulos carregamento com os seguintes valores de tensão e potência
dessas duas grandezas. ativa:
IV. RESULTADOS
Com a finalidade de validar a eficácia do índice proposto é p.u. p.u. (10)
realizado nesta seção um estudo do índice para um sistema O módulo da impedância de carga é:
tutorial e também para um sistema de maior porte contendo 33
barras. (11)
p.u.
A. Sistema Tutorial 5-Barras
O sistema de potência tutorial é apresentado na Fig. 4,
sendo composto por duas barras de geração (1 e 2), duas Nota- se que obtido em (9) é menor que em
barras de passagem (3 e 4) e apenas uma barra com carga (11).
(barra 5). Os valores das impedâncias das linhas (em p.u.) são
encontrados na figura. No caso base todas as barras possuem (12)
tensão de 1 p.u. e fase zero.

Barra 2
(PV) Barra 4 Esse fato é incoerente com o que se espera no ponto de
Pg = 90MW (PQ) máximo carregamento, contudo é justificável pela existência
G2 0,07j
da barra PV, cuja representação em circuitos elétricos é
impraticável. A impedância de Thevenin não pode ser mais
calculada da mesma forma que em (9). O problema será
Barra 5
contornado utilizando (8).
0,07j
(PQ)
Barra 1 Barra 3 Pl=120MW
Executando-se o segundo fluxo de potência para uma
(Swing) (PQ)
0,09j
Ql=0 variação de carga de p.u , obtem-se os
G1 0,2j
seguintes resultados:
p.u.
Figura 4. Sistema Tutorial 5-Barras. (13)
p.u.
O objetivo nesta seção é comprovar o comportamento do
IET quando o sistema opera no ponto crítico, e validar o As correntes são obtidas em (14) e (15).
método proposto para o cálculo da impedância de Thevenin.
1) Análise de Circuito: Com o sistema de potência acima p.u. (14)
é possivel representar este em um circuito elétrico ( Fig. 5).

j0,07 p.u. (15)

j0,07

V2 j0,2 j0,09 Utilizando-se a equação definida em (8), chega-se ao novo


valor da impedância de Thevenin:
V1
Carga
( ) ( )
Figura 5. Circuito Elétrico do Sistema Tutorial de 5-Barras.
( ) ( ) (16)

p.u.

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Finalmente dividindo-se o módulo da impedância de realizado uma nova estimativa. Para interromper o processo
Thevenin em (16) pelo módulo da impedância da carga em definimos um valor mínimo de passo de 0,001%.
(11) encontra-se:

E (17)

Como pode-se verificar o índice proposto está próximo da


unidade. Essa pequena diferença deve-se ao fato de que na
região próxima ao máximo carregamento a sensibilidade do
índice é muito grande, e uma aproximação nos cálculos por
menor que seja, pode afetar o valor do IET. Além disso, o
PMC é único, porém dependendo das constantes utilizadas na
execução do Método da Continuação, o máximo
carregamento encontrado pode variar de algumas casas
decimais, o que já é suficiente para alterar o valor do índice
em alguns milésimos de unidades.
3) Comportamento do IET: Durante a execução do
Figura 7. Topologia do Sistema 33 Barras.
Método da Continuação, o índice de estabilidade de tensão da
barra 5 foi calculado para cada ponto convergido obtido no O ponto de máximo carregamento encontrado foi de
final das etapas de correção. A Fig. 6 ilustra seu 6296,3 MW, resultado do somatório de todas as cargas do
comportamento ao longo do processo. É interessante notar o sistema. Na Tab. I é apresentado o relatório de saída do
comportamento linear que o IET possui na região de carga ANAREDE.
mais leve, embora sua curva apresente um acentuado
crescimento na região próxima ao colapso. Como se pode TABELA I. CLASSIFICAÇÃO DAS BARRAS PELA TÉCNICA DE MAIOR
COMPONENTE DO VETOR TANGENTE.
observar no ponto de máximo carregamento o valor do índice
é muito próximo à unidade. Barra Carga (MW) Variação (p.u.)
Barra - 848 350,6 -0,003
Barra - 840 593,0 -0,002
Barra - 2458 403,0 -0,001
Barra - 934 237,0 0
Barra - 960 844,7 0

Na Tab. I as barras estão ordenadas de acordo com a


coluna Variação, a qual representa o comprimento do vetor
tangente (incremento de tensão realizado durante a etapa de
previsão). Pode-se verificar que o método do vetor tangente
Figura 6. Comportamento do IET e Tensão no Sistema Tutorial 5-Barras. indica a barra 848 como sendo a mais crítica do sistema, pois
esta apresenta uma maior variação de tensão na etapa de
B. Sistema 33 Barras previsão. Apesar de o sistema possuir 9 barras de carga, o
O sistema de 33 barras obtido de [8] é composto por 50 relatório apresentado pelo programa ANAREDE fornece a
linhas que interligam 7 barras de geração, 9 barras de carga e indicação do vetor tangente apenas das cinco barras de carga
17 barras de passagem. O diagrama unifilar do sistema é mais críticas.
apresentado na Fig. 7 [8].
2) Índice de Estabilidade de Tensão: Com os pontos de
Nesta seção o objetivo é a identificação da barra crítica do operação obtidos durante a execução do Método da
sistema de 33 barras através da indicação do vetor tangente do Continuação, realiza-se o cálculo do IET para todas as barras
Método da Continuação e do índice de estabilidade de tensão.
de carga (a variação de carga escolhida foi de 10-5 p.u.). A
1) Indicação do Vetor Tangente: A execução do Método Fig. 8 apresenta o comportamento dos índices durante o
da Continuação foi realizada com uma versão acadêmica do incremento de carga, partindo-se do caso base até o ponto de
Programa de Análise de Redes (ANAREDE) [9], máximo carregamento.
desenvolvido pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica A Fig. 8 mostra novamente o comportamento linear do
(CEPEL), considerando-se um incremento de carga de 5% nas índice para o sistema pouco carregado. Ao se aproximar do
barras 840 e 848 a cada iteração do processo. ponto de máximo carregamento o índice deixa de ser linear,
Caso a etapa de correção do Método da Continuação não tendo um crescimento abrupto, indicando a eminência de
convergisse, o passo era dividido pela metade e assim colapso de tensão. Devido ao fato do incremento de carga ter
sido realizado apenas nas barras 840 e 848, o índice para

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estas barras tem um crescimento substancial durante todo o A Fig. 9 apresenta a comparação do IET com a tensão na
processo, já as demais apresentam um crescimento barra crítica 848. Como esperado o índice só atinge o valor
infinitesimal durante o mesmo. unitário quando a tensão atinge seu valor mínimo.
V. CONCLUSÕES
Este trabalho propõe um índice de estabilidade de tensão,
baseado no conceito de máxima transferência de potência de
circuitos elétricos, onde no ponto de máximo carregamento o
módulo da impedância de Thevenin é igual ao módulo da
impedância da carga.
O índice carrega informações pontuais do sistema, ou seja,
a tensão e a impedância de Thevenin são calculadas para uma
barra exclusiva e não para uma região. Dessa forma, para um
Figura 8. Comportamento dos Índices com o Aumento da Carga do Sistema. determinado ponto de operação, deve-se calcular o IET de
cada barra PQ no sistema, e aquela que possuir o maior valor
Na Tab. II são apresentados os valores dos índices de significa a barra mais próxima do ponto crítico, ou seja, uma
estabilidade de tensão para as barras de carga tanto para o caso forte candidata a ser uma barra crítica.
base, quanto para o ponto de máximo carregamento.
O fato de o índice estudado apresentar um comportamento
TABELA II. CLASSIFICAÇÃO DAS BARRAS PELO IET (SISTEMA 33 BARRAS). linear na região de carga leve/média o torna importante
fornecendo uma sensibilidade da margem de carregamento em
Caso Base PMC função de uma variação de carga. Porém, o comportamento
Barra Carga Carga não linear que o IET possui na região próxima ao colapso
IET IET
(MW) (MW) pode ser um problema para sistemas reais de grande porte para
Barra - 848 94,0 0,1101 350,6 0,9934 os quais, em geral, o máximo carregamento se encontra muito
Barra - 840 159,0 0,1202 593,0 0,9873 próximo do caso base.
Barra - 2458 403,0 0,1575 403,0 0,8703 Comparativamente com os outros métodos de análise de
Barra - 1210 1228,0 0,4884 1228,0 0,7985 estabilidade de tensão, o índice apresenta vantagens evidentes,
com formulações matemáticas simples e diretas. Além disso, o
Barra - 939 1149,0 0,4141 1149,0 0,7892
cálculo do IET por barra necessita apenas de duas soluções do
Barra - 960 844,7 0,3568 844,7 0,7844 fluxo de carga, diferentemente dos outros métodos, como por
Barra - 814 735,4 0,2773 735,4 0,6870 exemplo, o Método da Continuação que necessita executar
Barra - 965 755,6 0,2958 755,6 0,6067
inúmeras vezes o fluxo de potência.
Barra - 934 237,0 0,0520 237,0 0,2330 REFERÊNCIAS
[1] Carson W Taylor, Power system voltage stability.: McGraw-Hill, 1994.
A ordem de barra crítica na Tab. II segue o IET para o [2] Prabha Kundur, Power system stability and control.: Tata McGraw-Hill
caso de máximo carregamento, sendo organizado do maior Education, 1994.
para o menor valor. Observa-se que as três barras mais críticas [3] Thierry Van Cutsem and Costas Vournas, Voltage stability of electric
do sistema eleitas pelo índice coincidem com a classificação power systems.: Springer, 1998, vol. 441.
pela técnica do vetor tangente. No caso, a barra 848 com seu [4] Venkataramana Ajjarapu and Colin Christy, "The continuation power
índice de 0,9934 apresenta-se no caso extremo, onde seria flow: a tool for steady state voltage stability analysis," Power Systems,
inviável qualquer aumento de carga. IEEE Transactions on, vol. 7, no. 1, pp. 416-423, 1992.
[5] MH Haque, "A fast method for determining the voltage stability limit of
a power system," Electric power systems research, vol. 32, no. 1, pp. 35-
43, 1995.
[6] Sandro Corsi and Glauco N Taranto, "A real-time voltage instability
identification algorithm based on local phasor measurements," Power
Systems, IEEE Transactions on, vol. 23, no. 3, pp. 1271-1279, 2008.
[7] Paul M Anderson, Analysis of faulted power systems.: Iowa State
University Press Ames, Iowa, 1973.
[8] Waschington Fernandes Alves, "Proposição de sistemas-teste para
análise computacional de sistemas de potência". , 2007, Dissertação de
mestrado, UFF, Niterói, RJ, Brasil.
[9] CEPEL, Programa de Análise de Redes - ANAREDE, Rio de Janeiro -
2010, Manual do Usuário Versão 9.06.02.
Figura 9. Comportamento do IET e Tensão na Barra 848.

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