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Em sua opinião, por qual motivo autores negros como b) Maria Firmina dos Reis produziu o primeiro romance
Machado de Assis e Maria Firmina dos Reis são abolicionista brasileiro, que foi fruto da falta de
representados diferentes de como realmente eram? participação dos negros e mestiços no movimento
contrário ao regime escravocrata.
A pouca divulgação também impediu que a d) a historiografia literária ignorou a obra de uma
maranhense Maria Firmina dos Reis (1825-1917) viesse escritora mestiça que defendeu o abolicionismo, mas o
a constar dos manuais clássicos de nossa historiografia defendeu de forma distinta dos outros abolicionistas,
literária. A escritora, num fato inédito naquela época em uma época em que crescia a crítica ao regime
para uma mulher humilde, mulata e bastarda, escravocrata brasileiro.
conseguiu, em 1847, ser aprovada em concurso público
para a cadeira de Instrução Primária, tendo exercido o e) Mãe Suzana expressa o descontentamento com a
magistério ao longo de boa parte dos seus noventa e política de alforrias que constituiu o caminho mais
dois anos de vida. De acordo com Zahidé Lupinacci conhecido de emancipação do escravo no Brasil do
Muzart (2000, p. 264), Maria Firmina publica Úrsula, Segundo Reinado, opondo-se ao caminho da quebra da
em 1859, sendo este o “primeiro romance abolicionista ordem escravista.
e um dos primeiros escritos por mulher brasileira”,
tendo ainda colaborado em diversos jornais, inclusive 10. Releia o trecho final de “A Escrava”:
com o romance-folhetim Gupeva, de 1861, e o conto A
escrava, em 1887. Muzart apoia-se na biografia “— Vai compreender-me, – retorqui, apresentando-lhe
elaborada por José Nascimento Morais Filho e em um volume de papéis subscritados e
outros estudos, como de Luiza Lobo e Maria Lúcia de competentemente selados.
Barros Mott, para asseverar que “pela primeira vez o Rasgou o subscrito, e leu-os. Nunca em sua vida tinha
escravo negro tem voz e, pela memória, vai trazendo sofrido tão extraordinária contrariedade.
para o leitor uma África outra, um país de liberdade”. E — Sim, minha cara senhora, – redarguiu, terminando a
destaca a personagem Mãe Susana, cuja inserção vai leitura; – o direito de propriedade, conferido outrora
dar o tom de inovação e ousadia de Úrsula frente às por lei a nossos avós, hoje nada mais é que uma burla...
demais narrativas abolicionistas: Mãe Susana vai A lei retrogradou. Hoje protege-se escandalosamente
contar como era sua vida na África, entre sua gente, de o escravo contra seu senhor; hoje qualquer indivíduo
como se deu a prisão pelos caçadores de escravos e de diz a um juiz de órfãos: Em troca desta quantia exijo a
como sobreviveu à terrível viagem nos porões do liberdade do escravo fulano – haja ou não a aprovação
navio. É mãe Susana quem vai explicar a Túlio, do seu senhor. Não acham isto interessante?
alforriado pelo Cavaleiro, o sentido da verdadeira
— Desculpe-me, senhor Tavares, – disse-lhe. Em Parece que o vejo,
conclusão, apresento-lhe um cadáver, e um homem Que o tenho nest'hora diante de mi.
livre. Gabriel ergue a fronte, Gabriel és livre! Eu disse comigo: Que infâmia d'escravo!
O senhor Tavares cumprimentou e retrocedeu no seu Pois não, era um bravo;
fogoso alazão, sem dúvida alguma mais furioso que um Valente e brioso, como ele, não vi!
tigre.” E à fé que vos digo: parece-me encanto
Que quem chorou tanto,
De que modo a liberdade é garantida para Gabriel? Tivesse a coragem que tinha o Tupi!"
Fragmento II
"Noite na Taverna"
11. A expressão “romance romântico” leva em
consideração dois conceitos distintos, que se referem "- Silêncio, moços! Acabai com essas cantilenas
especificamente: horríveis! Não vedes que as mulheres dormem ébrias,
macilentas como defuntos? Não sentis que o sono da
a) a todos os textos que foram produzidos no período embriaguez pesa negro naquelas pálpebras onde a
romântico e às suas características próprias, típicas beleza sigilou os olhares da volúpia?
da segunda fase, como drama e amor impossível. (...)
- Oh! Vazio! Meu copo está vazio! Olá taverneira, não
b) aos textos produzidos no período romântico em vês que as garrafas estão esgotadas? Não sabes,
prosa e à característica de alguns textos de desgraçada, que os lábios da garrafa são como os da
trabalharem com elementos românticos. mulher: só valem beijos enquanto o fogo do vinho ou o
fogo do amor os borrifa de lava?
c) ao gênero romance, que se diferencia da poesia e do - O vinho acabou-se nos copos, Bertram, mas o fumo
drama, e ao movimento estético que se ondula ainda nos cachimbos! Após os vapores do vinho
desenvolveu no Brasil no século XIX. os vapores da fumaça! Senhores, em nome de todas as
nossas reminiscências, de todos os nossos sonhos que
d) ao movimento romântico do século XX e ao fato de mentiram, de todas as nossas esperanças que
serem escritos com base nos ideais do desbotaram, uma última saúde! A taverneira aí nos
Romantismo. trouxe mais vinho: uma saúde! O fumo é a imagem do
idealismo, é o transunto de tudo quanto há mais
e) a um pleonasmo, uma vez que todos os romances vaporoso naquele espiritualismo que nos fala da
são românticos. imortalidade da alma! E pois, ao fumo das Antilhas, à
imortalidade da alma!"
12. Leia os fragmentos dos textos de Gonçalves Dias e
de Álvares de Azevedo e, a seguir, assinale a opção a) O fragmento I canta a execução de um guerreiro que
INCORRETA. será servido de pasto num ritual antropofágico para a
tribo dos Tupis.
Fragmento I b) O fragmento II, com referências a tédio, ceticismo,
morte, embriaguez e sombras, expressa um byronismo
"I - Juca-Pirama" que foi cultuado por seu autor.
c) O Indianismo serviu para os nossos escritores
Um velho Timbira, coberto de glória, românticos como construção de um passado místico,
Guardou a memória lendário e histórico.
Do moço guerreiro, do velho Tupi! d) O Ultra-Romantismo e o Indianismo têm em Álvares
E à noite, nas tabas, se alguém duvidava de Azevedo e em Gonçalves Dias, respectivamente,
Do que ele contava, suas grandes expressões.
Dizia prudente: "Meninos, eu vi! e) O Ultra-Romantismo representou o lirismo
"Eu vi o brioso no largo terreiro romântico exacerbado e a exaltação de sentimentos
Cantar prisioneiro individuais.
Seu canto de morte, que nunca esqueci:
Valente, como era, chorou sem ter pejo;