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ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PRIMO BITTI

ALUNO/A:___________________________________ SÉRIE:_____ TURMA:_____


DISCIPLINA:________________________________________ DATA:___/___/___
PROFESSORA: ______________________________________________________
PROVA DE RECUPERAÇÃO TRIMESTRAL

hoje, até seu rosto verdadeiro é desconhecido: em seu


Quem foi Maria Firmina dos Reis, considerada a
lugar, nos registros oficiais da Câmara dos Vereadores
primeira romancista brasileira?
de Guimarães, está uma gravura com a face de uma
Por Helô D’Angelo, da Revista Cult mulher branca, retrato inspirado na imagem de uma
escritora gaúcha, com quem Firmina foi confundida na
época. O busto da escritora no Museu Histórico do
Maranhão também a retrata “embranquecida”, de
nariz fino e cabelos lisos.
O contato de Firmina com a literatura começou
cedo, em 1830, quando mudou-se para a casa de uma
tia um pouco mais rica, na vila de São José de
Guimarães. Aos poucos, a jovem travou contato com
referências culturais e com outros de seus parentes
ligados ao meio cultural, como Sotero dos Reis, um
Negra, filha de mãe branca e pai negro, registrada sob popular gramático da época. Foi daí, e do
o nome de um pai ilegítimo e nascida na Ilha de São autodidatismo, que veio o gosto pelas letras.
Luis, no Maranhão, Maria Firmina dos Reis (1822 – Quando se tornou professora, em 1847,
1917) fez de seu primeiro romance, Úrsula (1859), algo Firmina já tinha uma postura antiescravista bem
até então impensável: um instrumento de crítica à desenvolvida e articulada. Ao ser aprovada no
escravidão por meio da humanização de personagens concurso para professora, ela se recusou a andar em
escravizados. um palanque desfilando pela cidade de São Luís, nas
“Em sua literatura, os escravos são nobres e costas de escravos. “Na ocasião, Firmina teria afirmado
generosos. Estão em pé de igualdade com os brancos que escravos não eram bichos para levar pessoas
e, quando a autora dá voz a eles, deixa que eles montadas neles”, conta Silva.
mesmos contem suas tragédias. O que já é um salto Mas era praticamente impossível para uma
imenso em relação a outros textos abolicionistas”, mulher expor sua opinião contra a escravidão – ainda
conta Régia Agostinho da Silva, professora da mais uma mulher negra. Foi a estabilidade e o respeito
Universidade Federal do Maranhão. alcançados como professora que abriram espaço para
Além de ter se lançado em um gênero literário Firmina lançar seu primeiro livro, o romance Úrsula, no
sem precedentes no Brasil – e dado as diretrizes para qual enfim publicaria seu ponto de vista sobre o tema.
os romances abolicionistas que apareceriam apenas Diferente dos escritos de mulheres da época, o
décadas depois –, Firmina foi a primeira mulher a ser romance não era “de perfumaria”, nem algo sem
aprovada em um concurso público no Maranhão, para profundidade. Ao contrário: foi o primeiro livro
o cargo de professora de primário. Com o próprio brasileiro a se posicionar contra a escravidão e a partir
salário, sustentava-se sozinha em uma época em que do ponto de vista de escravos, antes do famoso poema
isso era incomum e até mal visto para mulheres. Navio negreiro, de Castro Alves (1869), e de A Escrava
“A autora era bem conhecida para os Isaura (1875), de Bernardo Guimarães.
maranhenses do seu tempo. Professora, gozava de Em Úrsula, Firmina faz questão de mostrar a
certa circularidade nos jornais. Apesar de mulher, não crueldade de Fernando, senhor de escravos e vilão da
era um pária social no período no qual viveu, mas claro história. Mas a pérola do livro é a personagem Suzana,
que enfrentou o silenciamento da sua obra”, conta uma mulher escravizada que, frequentemente,
Silva. recorda-se de sua época de liberdade.
Esquecida por décadas, sua obra só foi Anos depois, quando já se firmara como
recuperada em 1962, pelo historiador paraibano escritora e professora – e quando o movimento
Horácio de Almeida, em um sebo no Rio de Janeiro – e, abolicionista já estava mais difundido no Brasil -, a
autora publicaria um conto ainda mais crítico, A 04. Como a autora representa homens e mulheres
escrava (1887), que conta a história de uma mulher de escravizados em sua literatura?
classe alta sem nome que tenta, sem sucesso, salvar
uma escrava. Os tempos eram outros. Em 1887, a
escravidão era questionada no país inteiro. Em 1859,
Maria Firmina dos Reis teve que usar um tom mais
brando em seu romance, pois queria conquistar os 05. Sobre a obra de Maria Firmina é possível afirmar:
leitores para a causa antiescravista. Leitores que, na
sua imensa maioria, eram da elite e provavelmente a) Foi imediatamente reconhecida por seus
tinham escravos. contemporâneas por sua força abolicionista.
Com o passar dos anos, tendo apenas um livro b) Sofreu represálias e foi censurada por tratar de
publicado, o nome de Firmina desapareceu. Para Régia temas delicados como a escravidão.
Agostinho da Silva, a insistência da autora em c) Foi silenciada e esquecida pelo tempo, sendo
denunciar e criticar a escravidão pode ter sido a causa redescoberta apenas muitas décadas depois.
do obscurantismo. “O assunto do que tratava era d) Consolidou-se em grande sucesso, principalmente a
insalubre demais, uma fala antiescravista em uma das partir da publicação de Navio Negreiro e A Escrava
províncias mais escravistas do Brasil, que era o Isaura.
Maranhão. Não a levaram a sério localmente, não
queriam ouvi-la falando. E ela não teve como levar seu 06. Com o passar dos anos, após a publicação de
texto para outros lugares.” Úrsula, o nome de Maria Firmina dos Reis é
Pouco se sabe sobre outros possíveis textos de esquecido. Com base no texto, quais são as prováveis
Firmina, sobre os detalhes de sua vida ou sobre como causas desse esquecimento?
uma mulher negra de origem pobre alcançou tanto
sucesso em pleno regime escravocrata. “Autores como
Lima Barreto e Machado de Assis, hoje reconhecidos
como não brancos, já têm uma fortuna crítica imensa,
e por isso também sabemos muito mais sobre eles”, 07. Observe as imagens abaixo:
afirma Régia. “A de Maria Firmina dos Reis ainda está
sendo construída. E acho que, em algum tempo,
saberemos bem mais sobre a autora.”

Texto adaptado de https://www.geledes.org.br/quem-


foi-maria-firmina-dos-reis-considerada-primeira-
romancista-brasileira/.

01. Quem foi Maria Firmina dos Reis, e qual sua


importância para história da literatura brasileira?

A primeira é uma pintura que mostra a escritora


02. Maria Firmina dos Reis faz parte do: Gaúcha Benedita Câmara, que foi confundida com
Maria Firmina dos Reis. A segunda foi feita a partir de
a) Realismo brasileiro um retrato falado de Maria Firmina, e tem inspirado
b) Modernismo brasileiro novas representações mais verdadeiras da autora.
c) Romantismo brasileiro Qual a importância de refazer a representação dessa
d) Simbolismo brasileiro autora como mulher negra?

03. Quais são os temas centrais da literatura escrita


por Maria Firmina dos Reis?
08. Observe a imagem abaixo: liberdade, que essa não seria nunca a de um alforriado
num país racista (2000 : 266).
DUARTE, Eduardo de Assis. Notas sobre a literatura
brasileira afrodescendente. In: SCARPELLI, Marli
Fantini e DUARTE, Eduardo de Assis (org). Poéticas da
diversidade. UFMG, Belo Horizonte, 2002.

De acordo com o texto podemos afirmar que:

a) houve um silêncio a respeito de uma literatura


produzida no século XIX por afrodescendentes que
atuaram de forma contrária ao movimento
abolicionista que teve curso por meio de leis
antiescravistas.

Em sua opinião, por qual motivo autores negros como b) Maria Firmina dos Reis produziu o primeiro romance
Machado de Assis e Maria Firmina dos Reis são abolicionista brasileiro, que foi fruto da falta de
representados diferentes de como realmente eram? participação dos negros e mestiços no movimento
contrário ao regime escravocrata.

c) a obra Úrsula afirmou um protesto em defesa da


liberdade do escravo negro no continente africano, a
exemplo do que ocorria no Brasil na primeira metade
09. Leia o texto com atenção: do século XIX por meio de alforrias.

A pouca divulgação também impediu que a d) a historiografia literária ignorou a obra de uma
maranhense Maria Firmina dos Reis (1825-1917) viesse escritora mestiça que defendeu o abolicionismo, mas o
a constar dos manuais clássicos de nossa historiografia defendeu de forma distinta dos outros abolicionistas,
literária. A escritora, num fato inédito naquela época em uma época em que crescia a crítica ao regime
para uma mulher humilde, mulata e bastarda, escravocrata brasileiro.
conseguiu, em 1847, ser aprovada em concurso público
para a cadeira de Instrução Primária, tendo exercido o e) Mãe Suzana expressa o descontentamento com a
magistério ao longo de boa parte dos seus noventa e política de alforrias que constituiu o caminho mais
dois anos de vida. De acordo com Zahidé Lupinacci conhecido de emancipação do escravo no Brasil do
Muzart (2000, p. 264), Maria Firmina publica Úrsula, Segundo Reinado, opondo-se ao caminho da quebra da
em 1859, sendo este o “primeiro romance abolicionista ordem escravista.
e um dos primeiros escritos por mulher brasileira”,
tendo ainda colaborado em diversos jornais, inclusive 10. Releia o trecho final de “A Escrava”:
com o romance-folhetim Gupeva, de 1861, e o conto A
escrava, em 1887. Muzart apoia-se na biografia “— Vai compreender-me, – retorqui, apresentando-lhe
elaborada por José Nascimento Morais Filho e em um volume de papéis subscritados e
outros estudos, como de Luiza Lobo e Maria Lúcia de competentemente selados.
Barros Mott, para asseverar que “pela primeira vez o Rasgou o subscrito, e leu-os. Nunca em sua vida tinha
escravo negro tem voz e, pela memória, vai trazendo sofrido tão extraordinária contrariedade.
para o leitor uma África outra, um país de liberdade”. E — Sim, minha cara senhora, – redarguiu, terminando a
destaca a personagem Mãe Susana, cuja inserção vai leitura; – o direito de propriedade, conferido outrora
dar o tom de inovação e ousadia de Úrsula frente às por lei a nossos avós, hoje nada mais é que uma burla...
demais narrativas abolicionistas: Mãe Susana vai A lei retrogradou. Hoje protege-se escandalosamente
contar como era sua vida na África, entre sua gente, de o escravo contra seu senhor; hoje qualquer indivíduo
como se deu a prisão pelos caçadores de escravos e de diz a um juiz de órfãos: Em troca desta quantia exijo a
como sobreviveu à terrível viagem nos porões do liberdade do escravo fulano – haja ou não a aprovação
navio. É mãe Susana quem vai explicar a Túlio, do seu senhor. Não acham isto interessante?
alforriado pelo Cavaleiro, o sentido da verdadeira
— Desculpe-me, senhor Tavares, – disse-lhe. Em Parece que o vejo,
conclusão, apresento-lhe um cadáver, e um homem Que o tenho nest'hora diante de mi.
livre. Gabriel ergue a fronte, Gabriel és livre! Eu disse comigo: Que infâmia d'escravo!
O senhor Tavares cumprimentou e retrocedeu no seu Pois não, era um bravo;
fogoso alazão, sem dúvida alguma mais furioso que um Valente e brioso, como ele, não vi!
tigre.” E à fé que vos digo: parece-me encanto
Que quem chorou tanto,
De que modo a liberdade é garantida para Gabriel? Tivesse a coragem que tinha o Tupi!"

Fragmento II

"Noite na Taverna"
11. A expressão “romance romântico” leva em
consideração dois conceitos distintos, que se referem "- Silêncio, moços! Acabai com essas cantilenas
especificamente: horríveis! Não vedes que as mulheres dormem ébrias,
macilentas como defuntos? Não sentis que o sono da
a) a todos os textos que foram produzidos no período embriaguez pesa negro naquelas pálpebras onde a
romântico e às suas características próprias, típicas beleza sigilou os olhares da volúpia?
da segunda fase, como drama e amor impossível. (...)
- Oh! Vazio! Meu copo está vazio! Olá taverneira, não
b) aos textos produzidos no período romântico em vês que as garrafas estão esgotadas? Não sabes,
prosa e à característica de alguns textos de desgraçada, que os lábios da garrafa são como os da
trabalharem com elementos românticos. mulher: só valem beijos enquanto o fogo do vinho ou o
fogo do amor os borrifa de lava?
c) ao gênero romance, que se diferencia da poesia e do - O vinho acabou-se nos copos, Bertram, mas o fumo
drama, e ao movimento estético que se ondula ainda nos cachimbos! Após os vapores do vinho
desenvolveu no Brasil no século XIX. os vapores da fumaça! Senhores, em nome de todas as
nossas reminiscências, de todos os nossos sonhos que
d) ao movimento romântico do século XX e ao fato de mentiram, de todas as nossas esperanças que
serem escritos com base nos ideais do desbotaram, uma última saúde! A taverneira aí nos
Romantismo. trouxe mais vinho: uma saúde! O fumo é a imagem do
idealismo, é o transunto de tudo quanto há mais
e) a um pleonasmo, uma vez que todos os romances vaporoso naquele espiritualismo que nos fala da
são românticos. imortalidade da alma! E pois, ao fumo das Antilhas, à
imortalidade da alma!"
12. Leia os fragmentos dos textos de Gonçalves Dias e
de Álvares de Azevedo e, a seguir, assinale a opção a) O fragmento I canta a execução de um guerreiro que
INCORRETA. será servido de pasto num ritual antropofágico para a
tribo dos Tupis.
Fragmento I b) O fragmento II, com referências a tédio, ceticismo,
morte, embriaguez e sombras, expressa um byronismo
"I - Juca-Pirama" que foi cultuado por seu autor.
c) O Indianismo serviu para os nossos escritores
Um velho Timbira, coberto de glória, românticos como construção de um passado místico,
Guardou a memória lendário e histórico.
Do moço guerreiro, do velho Tupi! d) O Ultra-Romantismo e o Indianismo têm em Álvares
E à noite, nas tabas, se alguém duvidava de Azevedo e em Gonçalves Dias, respectivamente,
Do que ele contava, suas grandes expressões.
Dizia prudente: "Meninos, eu vi! e) O Ultra-Romantismo representou o lirismo
"Eu vi o brioso no largo terreiro romântico exacerbado e a exaltação de sentimentos
Cantar prisioneiro individuais.
Seu canto de morte, que nunca esqueci:
Valente, como era, chorou sem ter pejo;

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