Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
1 Introdução
O presente artigo tem por escopo traçar um breve perfil acerca da discussão
doutrinária que envolve os títulos executivos extrajudiciais no âmbito da Justiça do
Trabalho, expondo posições favoráveis e contrárias à execução de qualquer título
extrajudicial decorrente da relação trabalhista na Justiça laboral.
Enfrentaremos a discussão doutrinária, apresentando uma análise à luz da
Constituição, das leis e da doutrina mais moderna, com objetivo de subsidiar um
entendimento favorável à execução extensiva a qualquer título extrajudicial decorrente
de uma relação de trabalho junto à Justiça Trabalhista.
1
Bacharel em Direito, Pós-graduado em Direito Processual Civil e Bacharel em Ciências Econômicas.
2
Oficial de Justiça Avaliador Federal do TRT 8ª Região e Bacharel em Direito.
2
constitucional, por ser antes da promulgação da EC 45/2004, seja por falta de previsão
legal na CLT, por ser antes da modificação do antigo art. 876 da CLT.
Apenas poucas vozes como a do professor e juiz do trabalho Edilton Meireles3,
em trabalho publicado na revista Síntese Trabalhista nº 61, pág. 16, pregava a aplicação
subsidiária do CPC no âmbito da Justiça do Trabalho, com base no art. 769 da CLT,
para execução de títulos executivos extrajudiciais, mas, mesmo assim, na prática, não se
via uma ação desta natureza no Judiciário Trabalhista.
Após as referidas alteração efetuada na CLT, no art. 876 em 2000 e na
Constituição em 2004, passa a vislumbrar uma nova ordem jurídica concernente ao
tema, pois, assim como a EC 45 expandiu a competência material da Justiça do
Trabalho a qualquer outra relação de trabalho (não somente ao trabalho subordinado), a
alteração do art. 876 da CLT, prevendo expressamente a existência de pelo menos dois
títulos executivos extrajudiciais e atribuindo à Justiça Laboral a competência para sua
execução, imputou uma nova interpretação do tema.
Desta forma, somos levados a crer que o legislador transferiu esta competência
para a Justiça do Trabalho, porém, em relação aos demais títulos executivos
extrajudiciais, previstos no art. 585 do CPC, poderiam ser executado pela aquela Justiça
Especializada? Ou seja, o rol do art.876 seria taxativo ou exemplificativo? Propomos a
seguir, algumas observações encontradas na doutrina, na tentativa de elidir essas
questões.
3
MEIRELES, Edilton. Artigo: Revista Síntese Trabalhista, nº 61, p.16.
4
CORDEIRO, Wolney de Macedo. Manual de execução trabalhista. São Paulo: Forense Jurídica, 2008. p. 13-27.
4
5
ALMEIDA apud MOREIRA, Evandro Pedrosa. Execução por título extrajudicial na Justiça do Trabalho. Jus
Navigandi, Teresina, ano 3, n. 34, ago. 1999. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1259>.
Acesso em: 12 maio 2008.
6
SARAIVA, Renato. Processo do trabalho. São Paulo: Método, 2006. p.313.
5
que o rol do art. 876 da CLT é exemplificativo, conforme sua conclusão abaixo:
7
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. 23 ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p.
689-690.
6
8
CHAVES, Luciano Athayde. A recente reforma no processo comum e seus reflexos no direito judiciário do
trabalho. 3. ed.rev. e ampl. São Paulo: LTr, 2007, p.190.
9
LIMA, Francisco Gérson Marques. Execução de Título Executivo Extrajudicial no Processo do Trabalho. São
Paulo: LTr, 2004, p.37.
7
Afirmando que tal construção não se faz por acaso, devendo aos advogados
lutarem na Justiça do Trabalho pela aplicação subsidiária do art. 585 do CPC, II, ao
Processo do Trabalho, indicando estes acordos como uma forma de resolução de
conflitos fora do Judiciário, o que foi também a intenção do legislador quando aprovou
a Lei 9.958/2000.
Corroborando a assertiva acima, destacamos como principais argumentos: a
garantia da unicidade interpretativa do Direito do Trabalho, que deve ficar a cargo de
um único ramo do poder judiciário, o que deixaria de gerar conflitos de entendimentos e
decisões diferentes para um mesmo conflito; assegurar a efetividade à obtenção do
direito material com a economia e celeridade do processo, em face da apreciação da
matéria ser feita por Justiça eminentemente mais rápida e especializada; e que a
interpretação do ordenamento jurídico conforme a Constituição, de forma sistematizada,
primando pela dignidade da pessoa humana, portadora do titulo executivo extrajudicial,
só vem confirmar a consecução deste tipo de ação conforme os fundamentos da
República Federativa do Brasil elencados no art.1º, bem como, favorecer o atendimento
dos objetivos republicanos de um Estado Democrático de Direito, com a proteção do
trabalhador.
10
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 6 ed. São Paulo: LTr, 2008.
8
11
TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. Liquidação da sentença no processo do trabalho. 3. ed. São Paulo: LTr,
1991.
9
4 Considerações finais
Consideramos, à luz da nova concepção de interpretação, da chamada doutrina
pós-positivista, ser a melhor interpretação aquela que converge para os fundamentos e
princípios basilares da Constituição Federal (interpretação conforme a constituição),
assegurando ao trabalhador caso seja portador de um título executivo extrajudicial,
decorrente da relação de trabalho (uma nota promissória ou cheque para pagamento de
salário) que lhe seja aplicado a mesma proteção prevista para as normas de direito
material do trabalho, garantindo Justiça efetiva e rápida.
12
TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. Execução de Título Extrajudicial - Breves apontamentos à Lei N.
11.382/06, sob a perspectiva do Processo do Trabalho. São Paulo: LTr, 2007, p.46.
10
REFERÊNCIAS
3
MEIRELES, Edilton. Artigo: Revista Síntese Trabalhista, nº 61. p.16.
4
CORDEIRO, Wolney de Macedo. Manual de execução trabalhista. São Paulo:
Forense Jurídica, 2008. p. 13-27.
5
ALMEIDA apud MOREIRA, Evandro Pedrosa. Execução por título extrajudicial na
Justiça do Trabalho. Jus Navigandi, Teresina, ano 3, n. 34, ago. 1999. Disponível em:
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1259>. Acesso em: 12 maio 2008.
6
SARAIVA, Renato. Processo do trabalho. São Paulo: Método, 2006. p.313.
7
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. 23 ed.
São Paulo: Saraiva, 2008. p. 689-690.
8
CHAVES, Luciano Athayde. A recente reforma no processo comum e seus reflexos
no direito judiciário do trabalho. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: LTr, 2007, p.190.
9
LIMA, Francisco Gérson Marques. Execução de Título Executivo Extrajudicial no
Processo do Trabalho. São Paulo: LTr, 2004, p.37.
10
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 6 ed.
São Paulo: LTr, 2008.
11
TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. Liquidação da sentença no processo do
trabalho. 3. ed. São Paulo: LTr, 1991.
12
______.Execução de Título Extrajudicial - Breves apontamentos à Lei N.
11.382/06, sob a perspectiva do Processo do Trabalho. São Paulo: LTr, 2007, p.46.