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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Ciências de Saúde


Curso de Licenciatura em Farmácia

Isabel Benta João Gamboa Magibire


Samuel José Nkomawanthu

Tratamento do câncer de ovário

Trabalho de Investigação de Quimioterápicos

Beira
2019
Isabel Benta João Gamboa Magibire
Samuel José Nkomawanthu

Tratamento do câncer de ovário

Trabalho de investigação apresentado


aos docentes de Quimioterápicos 3º
Ano do Curso de Farmácia da
Universidade Católica de
Moçambique, como requisito parcial
de obtenção de média de frequência
da disciplina.
Docentes:
Dr. Simone Armando Chunguane
Dra. Telda Lemos Sozinho

Beira
2019
Trabalho de Investigação de Quimioterápicos

Avaliado por:________________________________
Nota:____________________________ (________)

________________________
(Isabel Benta João Gamboa Magibire)

________________________
(Samuel José Nkomawanthu)

Beira
2019
Índice
Lista de símbolos e abreviaturas........................................................................................................I
Lista de Tabelas................................................................................................................................II
Lista de Figuras ..............................................................................................................................III
Resumo...........................................................................................................................................IV

1. Introdução ................................................................................................................................ 1

2. Objectivos ................................................................................................................................ 2
2.1. Objectivo Geral ................................................................................................................ 2
2.2. Objectivo especifico ......................................................................................................... 2

3. Revisão Bibliográfica .............................................................................................................. 3


3.1. Anatomia e fisiologia ovário. ........................................................................................... 3
3.2. Conceito do câncer de ovário ........................................................................................... 3
3.2.2. Tipos de câncer de ovário.......................................................................................... 4
3.3. Etiologia/ factores de risco de câncer de ovário ............................................................... 5
3.3.1. Factores de risco ........................................................................................................ 6
3.4. Epidemiologia .................................................................................................................. 7
3.5. Sinais e sintomas .............................................................................................................. 7
3.6. Diagnostico ...................................................................................................................... 8
3.6.1. Estadiamento do câncer de ovário ............................................................................. 8
3.7. Métodos de prevenção...................................................................................................... 9
3.8. Tratamento de câncer de ovário ..................................................................................... 11
3.8.1. Tratamento não farmacológico ................................................................................ 11
3.8.2. Tratamento sistémico de câncer de ovário .............................................................. 12
3.8.3. Classes e agentes farmacológicos usados no tratamento de CO. ............................ 14
3.8.4. Tratamento do Câncer epitelial de Ovário invasivo por estágio ............................. 15
3.8.7. Protocolos para o tratamento CO De acordo com Neto( 2013)............................... 17
3.8.8. Hormonioterapia para Câncer de Ovário................................................................. 19

4. Conclusão .............................................................................................................................. 21

5. Referencias bibliográficas ..................................................................................................... 22


I

Lista de símbolos e abreviaturas


CO- câncer de ovário
TC- Tomografia computadorizada
IRM- Imagem por ressonância magnética;
AUC- área sobre a curva
IP- intraperitoneal
D1- primeiro dia
PE-Potencial Emetogenico
PA- Potencial anafiláctico
II

Lista de Tabelas e Figuras


Tabela I: Estadiamento de Câncer de Ovário (Figo, 1987).................................................9
III

Lista de Figuras
Figura I: Sistema Reprodutor feminino...............................................................................3
Figura II: Sistema Reprodutor feminino( Câncer em um ovário)........................................4
IV

Resumo
Tratando naquilo que diz respeito ao câncer de ovário, pode-se dizer que constitui a
principal causa de morte por câncer ginecológico. Trata-se de um grupo heterogéneo de
neoplasias, de evolução e prognóstico variáveis. Suas manifestações clínicas
inespecíficas tornam, em geral, o seu diagnóstico tardio, quando já está em estágio
avançado. Não existe um agente etiológico específico, carecendo simplesmente no
conhecimento de factores de riscos que predispõem o desenvolvimento do cancro de
ovário, assim tem-se como os principais factores de risco como a idade, Histórico
familiar de câncer de ovário, colorretal e de mama, alterações genéticas, obesidade,
reposição hormonal, nuliparidade dentre outros. Os estágios do câncer de ovário variam
de I a IV, onde o estágio IV, significa que a doença está mais disseminada. Em
Moçambique o câncer de ovário é um dos canceres ginecológicos muito raro sendo muito
predominante em países desenvolvidos. O uso de contraceptivos orais a longo prazo
reduz cerca de 50% de uma mulher ter o câncer de ovário, além disso a cirurgia para a
remoção dos ovários também é considerado um método preventivo, mas só se justifica o
seu uso quando os riscos de desenvolver o câncer de ovário seja superior ao risco
inerente a cirurgia. As formas de tratamento empregadas para o câncer de ovário podem
ser não farmacológicas(Cirurgia, Radioterapia e Farmacológicas(Quimioterapia,
Hormonioterapia). A cirurgia é o principal tratamento para a maioria dos cânceres de
ovário. Esse procedimento vai depender do quanto à doença foi disseminada e das
condições de saúde da paciente.
Palavras-chave: Câncer de ovário, diagnostico, factores de risco, tratamento
1. Introdução
Este trabalho traz informações sobre tratamento de câncer de ovário. Sabe-se que o
câncer de ovário é uma neoplasia ginecológica altamente letal, apesar de a sua
prevalência ser menor quando comparado a outros cânceres.
É considerada uma doença silenciosa possibilitando um diagnóstico sempre tardio. O
câncer de ovário pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas acomete principalmente
mulheres acima de 40 anos, são tumores de crescimento lento com sintomas que levam
algum tempo para se manifestarem. O quadro clínico não é muito específico e pode se
manifestar com dor abdominal difusa, constipação, aumento de volume do abdómen e
desconforto digestivo ou dispepsia(ONCOGUIA, 2019).
Em Moçambique o câncer de ovário é um dos canceres ginecológicos muito raro, estando
atrás do cancro de mama, colo do útero e outros canceres. Verifica-se uma maior
predominância deste câncer em países desenvolvidos. Mas o estudo do tratamento deste
câncer é de extrema importância para a área da suade, visto que, por ser um câncer com
desenvolvimento silencioso, torna-se importante discorrer sobre o tratamento desse
carcinoma, que se não for tratado precocemente produz elevada mortalidade, apesar dos
avanços no manejo da doença avançada. Tem como foco principal compreender a
quimioterapia do câncer do ovário, e para o sucesso deste trabalho optamos pelo estudo
bibliográfico, pós julgamos ser melhor e mais fácil de obtermos todo o material. Quanto a
organização do trabalho esta dividido em quatro partes que são: na primeira etapa
destacou-se o conceito, etiologia/ Factores de risco, epidemiologia, sinais e sintomas na
segunda etapa destacou-se o diagnostico e métodos de prevenção, na terceira etapa o
tratamento não farmacológico, e por fim na quarta etapa o tratamento não farmacológico.

O grupo espera do leitor usufruir deste belíssimo instrumento, e que o mesmo sirva de um
complemento para quem pretenda entender melhor no que diz respeito ao tratamento do
câncer de ovário.

1
2. Objectivos
2.1. Objectivo Geral

 Conhecer o tratamento de câncer de ovário.

2.2. Objectivo especifico

 Conceituar o câncer de ovário;


 Apresentar a etiologia/ factores de risco, epidemiologia, sinais e sintomas,
diagnostico bem como os métodos de prevenção câncer de ovário;
 Indicar o tratamento não farmacológico e farmacológico do câncer de ovário;
 Descrever os mecanismo de acção, as doses, as posologias, as vias de
administração, as RAM, as contra-indicações e possíveis interacções
medicamentosas dos fármacos usados no tratamento de câncer de ovário.

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3. Revisão Bibliográfica
3.1. Anatomia e fisiologia ovário.

Os ovários localizam-se na parte inferior da cavidade abdominal, um de cada lado do


útero e abaixo das tubas uterinas, são duas gónadas sexuais femininas e estão envolvidos
por um tecido conjuntivo denso(Maluf, 2018).
Os ovários produzem os óvulos denominados de gametas femininos, possuem também a
função hormonal, produzindo os harmónios sexuais femininos como estrogénio e
progesterona, que agirão no controle dos caracteres secundários femininos.
O ovário é formado por três tipos básicos de células: as células epiteliais,
que revestem sua superfície, as células germinativas, que dão origem aos óvulos, e as
células da teca-granulosa ou estroma, que produzem os harmónios femininos(Maluf,
2018).

3.1.1. Figura I: sistema Reprodutor Feminino

Fonte:https://www.vencerocancer.org.br/tipos-de-cancer/cancer-de-ovario-tipos-de
cancer/cancer-de-ovario-o-que-e-2/?catsel=tipos-de-cancer.

3.2. Conceito do câncer de ovário

A definição do câncer de ovário e bem difícil, por causa da variedade das células
componentes e do compartimento que sofre a malignização(MISODOR, 2008).

3
O câncer do ovário é uma neoplasia que acomete os ovários. Quando é localizado é
passível de cura por cirurgia ou radioterapia, porem o câncer avançado não é mais
curável( Wells et al, 2016).
O câncer de ovário é considerado o câncer ginecológico mais difícil de ser diagnosticado,
uma vez que a maioria dos tumores malignos de ovário só se manifesta em estágio
avançado(ONCOGUIA, 2018) .
O câncer de ovário pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas acomete principalmente
mulheres acima de 40 anos, são tumores de crescimento lento com sintomas que levam
algum tempo para se manifestarem(ONCOGUIA, 2018).

3.2.1. Figura II: Sistema Reprodutor feminino( Câncer em um ovário)

Fonte:https://br.depositphotos.com/82128988/stock-illustration-ovarian-cancer-in
woman.html,
3.2.2. Tipos de câncer de ovário
Segundo a Oncoguia(2018) Existem três tipos principais de tumores de ovário:
 Tumores epiteliais. Começam a partir das células que cobrem a superfície
externa do ovário. A maioria dos tumores ovarianos são de células epiteliais.
 Tumores de células germinativas. Começam a partir das células que produzem
os óvulos.
 Tumores estromais. Começam a partir de células que formam o ovário e que
produzem os harmónios femininos; estrogénio e progesterona.

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De acordo com Robins (2013, p. 700) Os tumores epiteliais são os mais comuns tumores
ovarianos malignos e comuns em mulheres com mais de 40 anos de idade. Os principais
tipos de tumores epiteliais são serosos, mucinosos e endometrioides. Cada um tem uma
contraparte benigna, maligna e borderline (baixo potencial de malignidade).
Os tumores de estroma de cordão sexual podem apresentar diferenciação para granulosa,
Sertoli, Leydig ou células do tipo estromal do ovário. Dependendo da diferenciação,
pode-se produzir estrogénios ou androgénios(Robbins, 2013).

Segundo Robins (2013)Os tumores de células germinativas (principalmente teratomas


císticos) são os tumores de ovário mais comuns em mulheres jovens; a maioria é benigna.
Tumores de células germinativas podem diferenciar-se em oogônia (disgerminoma),
tecido embrionário primitivo (embrionário), saco vitelino (tumor do seio endodérmico),
tecido placentário (coriocarcinoma) ou vários tecidos fetais (teratoma).

3.3. Etiologia/ factores de risco de câncer de ovário

A causa da maioria dos casos de câncer de ovário ainda é desconhecida. O que se sabe é
que alguns factores de risco tornam a mulher mais propensa a desenvolver câncer
epitelial de ovário. Mas, ainda não se conhecem os factores de risco para câncer de
células germinativas e tumores estromais dos ovários(ONCOGUIA, 2018).
Entretanto, existem alguns progressos na compreensão de como certas mutações no DNA
podem fazer com que células normais se tornem cancerígenas(ONCOGUIA, 2018).
 Alterações genéticas herdadas
Uma pequena percentagem de cânceres de ovário ocorre em mulheres com mutações
genéticas hereditárias associadas a um risco aumentado de câncer de ovário.
Essas incluem mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, bem como os genes relacionados
com outras síndromes hereditárias associadas a um risco aumentado de câncer de
ovário(ONCOGUIA,2018).
 Alterações genéticas adquiridas
A maioria das mutações do DNA relacionadas ao câncer de ovário não é hereditária, mas
adquirida durante a vida da mulher.

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Até o momento, não há comprovação específica de qualquer produto químico, ambiental
ou presente na alimentação que cause o câncer de ovário. A causa da maioria das
mutações adquiridas permanece desconhecida(ONCOGUIA,2018).
3.3.1. Factores de risco
De acordo com a ONCOGUIA(2018) vários factores de risco pode tornar uma pessoa
mais propensa a desenvolver câncer de ovário:
 Idade: O risco de desenvolver câncer de ovário aumenta com a idade, mas
raramente é diagnosticado em mulheres com menos de 40 anos. A maioria dos
cânceres de ovário se desenvolve após a menopausa. Metade dos casos é
diagnosticada em mulheres acima de 63 anos;
 Obesidade: Alguns estudos analisaram a relação entre obesidade e câncer de
ovário, e de um modo geral, as mulheres obesas, com índice de massa corporal
acima de 30, têm um risco aumentado para câncer de ovário.
 Histórico reprodutivo: As mulheres que tiveram filhos após os 35 anos têm um
maior risco de câncer de ovário;
 Tratamento para fertilidade: O tratamento de fertilidade com fertilização in
vitro parece aumentar o risco do tipo de tumores ovarianos de baixo potencial de
malignidade. Se estiver tomando medicamentos para fertilidade, discuta com seu
médico os riscos potenciais com seu médico.
 Terapia hormonal após a menopausa. As mulheres que usam estrogénios após a
menopausa têm um risco aumentado de câncer de ovário. Este risco parece ser
maior nas mulheres que tomam apenas estrogénio por 5 a 10 anos;
 Histórico familiar de CO, câncer de mama ou câncer coloretal. O risco de
câncer de ovário é maior se um parente de 1° grau foi diagnosticada com CO,
indiferente se for do lado materno ou paterno. Um histórico familiar para alguns
outros tipos de câncer, como câncer coloretal e câncer de mama está associado a
um risco aumentado de câncer de ovário. Isso ocorre porque esses cânceres
podem ser causados por uma mutação hereditária em determinados genes que
causam uma síndrome hereditária que aumenta o risco do câncer de ovário.

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3.4. Epidemiologia

O câncer de ovário (CO) possui grande impacto na taxa de mortalidade por neoplasias
ginecológicas no mundo. É considerado a quinta principal causa de morte por câncer em
mulheres e representa aproximadamente 30% de todos os cânceres ginecológicos. Nos
países desenvolvidos, o CO é tão frequente quanto o câncer do corpo do útero (35%) e o
câncer invasivo do colo do útero (27%).
O câncer de ovário é responsável por mais mortes do que qualquer outro câncer do
sistema reprodutivo feminino. O risco de uma mulher desenvolver câncer de ovário
durante sua vida é de cerca de 1 em 78. Sua chance de morrer de câncer de ovário é de
cerca de 1 em 108. Estas estatísticas não levam em conta tumores ovarianos de baixo
potencial de malignidade(ONCOGUIA, 2019).
Esse tipo de câncer se desenvolve principalmente em mulheres mais velhas. Cerca de
metade das mulheres que são diagnosticadas com câncer de ovário tem 63 anos ou mais,
sendo mais comum em mulheres brancas do que nas mulheres negras(ONCOGUIA,
2019).
3.5. Sinais e sintomas

A maioria das mulheres com câncer de ovário não apresenta sintomas até a doença atingir
estágio avançado. Isso acontece porque a localização e a mobilidade das glândulas no
interior do abdómen permitem o crescimento de tumores com poucas manifestações
clínicas. Ao mesmo tempo, a existência de dois ovários faz com que um compense os
harmónios que o outro, doente, deixou de produzir(Maluf, 2018).
De acordo com ONCOGUIA(2018) O câncer de ovário pode provocar vários sinais e
sintomas, dos mais comuns destacam-se:
 O Inchaço.
 Dor pélvica ou abdominal.
 Dificuldade na alimentação ou sensação de plenitude( porque o estômago esta
comprimido).
 Necessidade urgente e frequente de urinar.
Esses sintomas quando são causados pelo câncer de ovário, tendem a ser persistentes, por
exemplo, ocorrem com mais frequência ou são mais severos.

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Outros sintomas do CO podem incluir: Fadiga; dor de estômago; dor nas costas;
constipação; alterações menstruais; inchaço abdominal com perda de peso(ONCOGUIA,
2018) .
3.6. Diagnostico

De acordo com INCA(2014) O diagnóstico do câncer de ovário não tem sua


identificação rápida e fácil. No início, os sintomas são inexistentes ou muito vagos e,
quando se faz o diagnóstico, a maioria dos casos já não está mais localizada nos
ovários, tendo se espalhado pelo abdómen. Infelizmente, não há exame preventivo para
diagnóstico(Maluf, 2018).
De acordo o Manual Merck(2017) Os principais exames utilizados para o diagnóstico ou
estadiamento do câncer de ovário são:
 Ultrassonografia;
 Tomografia computadorizada(TC) ou imagem por ressonância magnética(IRM);
 Exames de sangue/ Marcadores tumorais;
 Radiografia do tórax;
Outros exames incluem: Laparoscopia; Colonoscopia.

3.6.1. Estadiamento do câncer de ovário


O Estadiamento descreve aspectos do câncer, como localização, se disseminou, e se está
afectando as funções de outros órgãos do corpo. Os estágios do câncer de ovário variam
de I a IV, onde o estágio IV, significa que a doença está mais disseminada(ONCOGUIA,
2018).

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Tabela I: ESTADIAMENTO DE CÂNCER DE OVÁRIO (FIGO, 1987)
Estágio I: Limitado aos ovários (10%)

IA Um ovário, sem ascite, cápsula intacta, sem tumor na superfície externa

IB Ambos os ovários, sem ascite, cápsula intacta, sem tumor na superfície externa

IC Um ou ambos os ovários com envolvimento da cápsula, ruptura da cápsula, ascite ou


lavado peritoneal positivo

Estágio II: Extensão à pelve (5%)

IIA Para útero ou tuba uterina

IIB Para outros órgãos pélvicos (p. ex., bexiga, reto ou vagina)

IIC Extensão pélvica com os factores descritos para IC

Estágio III: Envolvimento do abdome superior e/ou linfonodos positivos (70%)

IIIA Implantes microscópicos fora do peritônio abdominal com linfonodos negativos

IIIB Implantes macroscópicos com menos de 2 cm e linfonodos negativos

IIIC Implantes macroscópicos com mais de 2 cm e/ou linfonodos positivos

Estágio IV: Metástase a distância (derrame pleural, parênquima hepático) (15%)

Fonte: Chabner, B. A., Longo, D. L. (2015). Manual de oncologia de Harrison. ( 2a ed).


AMGH: Porto Alegre.

3.7. Métodos de prevenção

Até o momento, o que se sabe sobre os factores de risco não se traduziu em formas
práticas para prevenir a maioria dos casos de câncer de ovário. Existem várias maneiras
para reduzir o risco de carcinoma epitelial de ovário, mas muito pouco se sabe sobre
como reduzir o risco do carcinoma de células germinativas e tumores estromais do
ovário. É importante saber que algumas destas estratégias reduzem apenas ligeiramente o
risco, enquanto outras podem diminuí-lo um pouco mais. Algumas estratégias são
facilmente seguidas, e outras requerem cirurgia(ONGOGUIA, 2018).

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 Evitando certos factores de risco
Alguns factores de risco, como envelhecer ou ter histórico familiar da doença, não podem
ser alterados. As mulheres podem reduzir seu risco, evitando outros factores de risco,
como, por exemplo, mantendo um peso saudável ou não fazendo terapia de reposição
hormonal após a menopausa(ONCOGUIA, 2018).
 Contraceptivos orais
O uso de pílulas anticoncepcionais diminui o risco de câncer de ovário para mulheres
com risco médio e portadoras de mutações no gene BRCA. As mulheres que fizeram uso
por 5 anos ou mais têm um risco diminuído em 50% em comparação com mulheres que
nunca usaram contraceptivos orais. As mulheres que consideram a administração desses
medicamentos, por qualquer motivo, devem discutir os possíveis riscos e benefícios com
seu médico(ONCOGUIA, 2018).
 Cirurgia ginecológica
Tanto a laqueadura tubária como a histerectomia(retirada do útero) podem reduzir a
chance de desenvolver câncer de ovário, mas essas cirurgias só devem ser feitas por
razões médicas(ONCOGUIA, 2018).
A medida que actualmente é considerada a mais eficaz na prevenção do cancro do ovário
é a salpingooforectomia bilateral. Mas, para que esta seja recomendada, o risco de
desenvolver neoplasia deve ser superior ao risco inerente à cirurgia(Sopik, 2015).
Actualmente não é consensual entre a comunidade científica qual o nível de risco
absoluto que indique a cirurgia(Giannakeas, 2015).
Alguns autores consideram que um risco superior ou igual a 5% deve recomendar a
realização desta cirurgia. Este cálculo de risco baseia-se na análise da história familiar,
história reprodutiva e pesquisa de mutações genéticas já descritas, dando maior ênfase às
encontradas nos genes BRCA1 e BRCA2.(Sopik & Ginnakeas, 2015).
A decisão de realizar a cirurgia profilática deve ser individualizada às circunstâncias de
cada mulher. Deve-se ter em atenção a sua idade e o desejo reprodutivo, bem como a
presença ou não de patologia uterina(Pérez-López, 2017).

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Assim, está descrito que a salpingooforectomia bilateral deve ser oferecida as mulheres
de alto-risco (risco ≥ 5%) entre os 35 e os 40 anos e quando estas já completaram o seu
desejo de serem mães. Este procedimento reduziria o risco em cerca de 80%( Pérez-
López, 2017).
3.8. Tratamento de câncer de ovário

As formas de tratamento empregadas para o cancro de ovário podem ser cirúrgicas,


radioterapias e sistémicas. A forma sistémica é dividida em dois tipos, quimioterapia e
hormonoterapia. Geralmente mais de uma forma, ou até todas elas, são empregadas para
o mesmo paciente com a finalidade de se obter o sucesso no controle do câncer de ovário.
A escolha vai depender, principalmente, do tipo histológico do tumor, do estadiamento
(extensão da doença), da idade e das condições clínicas da paciente e se o tumor é inicial
ou recorrente(INCA, 2019)
3.8.1. Tratamento não farmacológico
3.8.1.1. Cirurgia para câncer de ovário
O tratamento do câncer ovariano pode apresentar potencial curativo ou paliativo,
dependendo do estadiamento inicial e da evolução da neoplasia.

A cirurgia ainda é o principal tratamento para a maioria dos cânceres de ovário. Esse
procedimento vai depender do quanto à doença foi disseminada e das condições de saúde
da paciente. Para as mulheres em idade fértil, com doença em estágio inicial, pode ser
possível tratar a doença sem a remoção de ambos os ovários e do útero. (FACINA, 2014).

A cirurgia do câncer de ovário tem dois objectivos: estadiamento e diminuição do


volume, retirando o máximo possível do tumor(ONCOGUIA,2018)

 Estadiamento do CO: consiste em diagnosticar até onde a doença se disseminou,


o que implica a remoção do útero (histerectomia), ovários e trompas de Falópio
(salpingo-ooforectomia bilateral) e o omento (omentectomia) (ONCOGUIA,
2018).
 Diminuição do tamanho do CO: consiste em retirar o máximo possível do
tumor, isto é, diminuir o tamanho do tumor.

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Essa redução é importante em pacientes com a doença disseminada por todo o abdome. O
objectivo da cirurgia é não deixar nenhum tumor maior que 1 cm (ONCOGUIA, 2018).

Se ambos os ovários e/ou o útero foram retirados, a paciente não poderá engravidar. Isso
também significa que ela apresentará menopausa se ainda não a teve. O tempo de
internação é de 3 a 7(ONCOGUIA, 2017).
3.8.1.2. Radioterapia para câncer de ovário
O tratamento radioterápico utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o
crescimento das células anormais que formam um tumor, a radioterapia raramente é
usada como tratamento principal do câncer de ovário. No entanto, pode ser útil no
tratamento de áreas onde a doença se disseminou, seja perto do tumor principal ou em
órgãos distantes, como cérebro ou medula espinhal(ONCOGUIA, 2018).

3.8.2. Tratamento sistémico de câncer de ovário


3.8.2.1. Quimioterapia do câncer de ovário
De acordo com a ONCOGUIA (2018) a quimioterapia utiliza medicamentos
anticancerígenos para destruir as células tumorais. Por ser um tratamento sistémico, a
quimioterapia atinge não somente as células cancerosas senão também as células sadias
do organismo. De forma geral, a quimioterapia é administrada por via venosa ou por via
oral. Em alguns casos, pode ser injectada através de um cateter directamente na cavidade
abdominal (quimioterapia intraperitoneal).
A quimioterapia para CO usa uma combinação de dois ou mais medicamentos
quimioterápicos. A administração de combinações de medicamentos é mais eficaz no
tratamento inicial do CO. A quimioterapia é administrada em ciclos, com cada período de
tratamento seguido por um período de descanso, para permitir que o corpo possa se
recuperar. Cada ciclo de quimioterapia dura em geral algumas
semanas(ONCOGUIA,2018).

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3.8.2.1.1. Quimioterapia prévia (neoadjuvante ou citorredutora)
Nos casos em que não é possível realizar uma cirurgia primária completa, seja pela
condição clínica da paciente, seja pela presença de ascite volumosa ou em razão de
extensão tumoral maciça, procede-se à quimioterapia neoadjuvante à base de taxano e
composto de platina por 3 a 6 ciclos, seguidos de cirurgia para citorredução máxima e,
após, de quimioterapia adjuvante com o mesmo esquema, no caso de resposta à
quimioterapia neoadjuvante( Maria, Sandro & Paulo, 2014).

3.8.2.1.2. Quimioterapia adjuvante

Quimioterapia adjuvante à base de composto de platina e taxano por 6 ciclos é o


tratamento padrão para pacientes tratadas com cirurgia primária em EC IC, II e III. Em
pacientes em EC IA e IB não submetidas a estadiamento cirúrgico adequado,
quimioterapia pós-operatória com estes mesmos antineoplásicos pode ser uma opção, e
está formalmente indicada se apresentarem tumores G3 (Maria et al, 2014).

3.8.2.1.3. Quimioterapia intraperitoneal


Pode ser administrada em mulheres com câncer de ovário estágio III e cujos cânceres
tiveram o volume reduzido, além da quimioterapia sistémica (paclitaxel intravenoso). Na
quimioterapia intraperitoneal os medicamentos quimioterápicos cisplatina e paclitaxel são
injectados directamente na cavidade abdominal através de um cateter. A vantagem dessa
forma é administrar uma dose mais concentrada das drogas directo nas células
cancerígenas do interior da cavidade abdominal(ONCOGUIA, 2018).
A químio dada desta maneira também é absorvida na corrente sanguínea para assim
atingir as células cancerígenas fora da cavidade abdominal. No entanto, seus efeitos
colaterais são mais severos do que com a quimioterapia convencional(ONCOGUIA,
2018).

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3.8.3. Classes e agentes farmacológicos usados no tratamento de CO.
De acordo com Golan(2009, p. 651)As diversa classes usadas para o tratamento de CO
são:
 Agentes que Modificam Directamente a Estrutura do DNA:
 Agentes Alquilantes( Ciclosfosfamida; Altretamina; Melfalana);
 Compostos de Platina( Cisplatina; Carboplatina);
 Análogos da Purina e da Pirimidina que se Incorporam ao DNA(Gencitabina);
 Inibidores a Topoisomerase( Topetecana; Irinotecana; Etoposideo; Ansacrina);
 Agentes que Inibem a Despolimerização dos Microtúbulos( Paclitaxel; Docetaxel)

3.8.3.1. Agentes que Modificam Directamente a Estrutura do


DNA(Compostos de Platina)
 Via de administração: E.V; I.A; I.P.


 Uso clinico:
 cancro do ovário (carboplatina preferida)(FNM, 2007).


 Doses:
Dependem do tumor e do protocolo adoptado(FNM, 2007).

 RAM:
Nefrotoxicidade(cisplatina), mielossupressão, neuropatia periférica,

ototoxicidade; desequilíbrio electrolítico(Golan, 2009).

 Contra-indicação: Comprometimento renal ou da audição(Golan, 2009)

 Mecanismo de acção: Os análogos da platina estabelecem ligações cruzadas intrafita

entre resíduos de guanina adjacentes, resultando em lesão do DNA. a característica

estrutural é crítica para a acção da cisplatina(Golan, 2009, p. 646).

 Nota: A cisplatina pode provocar problemas renais. Para ajudar a evitar isso, se
prescrevem líquidos intravenosos antes e após a administração do medicamento. A
co-administração de amifostina com cisplatina pode limitar a nefrotoxicidade(Golan,
2009, p. 653).

14
3.8.3.2. Inibidores da Despolimerização dos Microtúbulos: Taxanos
 Paclitaxel e o Docetaxel.
Os taxanos conhecidos actualmente são utilizados para reprimir e inibir o crescimento
celular, a diferenciação e proliferação em várias linhas celulares de câncer. Eles são
comummente conhecidos como inibidores de mitose ou inibidores de microtúbulos. Os
Taxanos estabilizam os microtúbulos, impedindo sua quebra normal.(Ferguson, 2007).
 Doses: Dependem do tumor e do protocolo adoptado(FNM, 2007).
 RAM: Reacções de hipersensibilidade; mielossupressaõ , neuropatia periférica,
alopécia e dores musculares, náusea e vómitos ligeiros a moderados(FNM,2007).
 Contra-indicações: Disfunção hepática grave, gravidez e lactação.
 Mecanismo de acção: Ligam-se à tubulina polimerizada e inibem a despolimerização
dos microtúbulos, interrompe as células em mitose e, por fim, leva à activação do
processo de apoptose(Golan, 2009).
 Uso clinico: câncer de ovário (Ferguson, 2007).
Nota: É comum a ocorrência de uma resposta de hipersensibilidade aguda em resposta ao
paclitaxel ou, mais provavelmente, ao veículo em que o paclitaxel é solubilizado; esse
efeito pode ser evitado pela administração dexametasona (um agonista dos receptores de
glicocorticóides) e de um anti-histaminico H1 antes do tratamento com paclitaxel.
(Golan, 2009, p.649).
3.8.4. Tratamento do Câncer epitelial de Ovário invasivo por estágio
O primeiro passo no tratamento da maioria dos estágios do câncer de ovário é a cirurgia
para retirar o tumor e fazer o estadiamento da doença.
 Estágio I
O tratamento inicial para o câncer de ovário estágio I é a cirurgia para a retirada do
tumor. Na maioria das vezes o útero, as trompas de Falópio e os ovários são retirados
(histerectomia com salpingo-ooforectomia bilateral).
Estágios IA e IB (T1a ou T1b, N0, M0). O tratamento pós-operatório depende do grau
do tumor.
Para tumores grau 1 (baixo grau), a maioria das pacientes não necessita de tratamento
após a cirurgia(ONCOGUIA, 2018).

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Para tumores grau 2 (alto grau), as pacientes são observadas de perto após a cirurgia +/-
são tratadas com quimioterapia. A quimioterapia administrada consiste na combinação de
carboplatina e paclitaxel, por 3 a 6 ciclos(ONCOGUIA, 2018).
Para tumores grau 3 (alto grau), o tratamento geralmente inclui a mesma quimioterapia
administrada para os tumores estágio IA e IB de 2°grau(ONCOGUIA, 2018).
Estágio IC (T1c, N0, M0). É feito a cirurgia para retirada do tumor. Após a cirurgia, é
indicada quimioterapia, geralmente 3 a 6 ciclos de com carboplatina e
paclitaxel(ONCOGUIA, 2018).
 Estágio II
Para os tumores estágio II (incluindo IIA e IIB), o tratamento começa com a cirurgia
para estadiamento e diminuição do tamanho do tumor. Após a cirurgia, são indicados
pelo menos 6 ciclos de quimioterapia. A combinação de carboplatina e paclitaxel é a mais
frequentemente utilizada. Algumas mulheres com CO estágio II são tratadas com
injecção intraperitoneal em vez de quimioterapia intravenosa(ONCOGUIA, 2018).
 Estágio III
Os cânceres do estágio III (incluindo IIIA1, IIIA2, IIIB e IIIC) recebem as mesma
terapias que o estágio II. Primeiramente é realizado o estadiamento cirúrgico com
diminuição do tamanho do tumor (como no estágio II). O objectivo da cirurgia é não
deixar nenhum tumor maior do que 1 cm. Às vezes tumor se desenvolveu sobre os
intestinos, e, para retirá-lo parte do intestino precisará ser removido(ONCOGUIA,2018).
Após a recuperação cirúrgica, é administrada uma combinação de carboplatina (ou
cisplatina) e um taxano, como o paclitaxel, administrada via intravenosa durante 6 ciclos.
O bevacizumab pode ser administrado junto com a quimioterapia. Outra opção é
administrar a químio intra-abdominal ou intraperitoneal após a cirurgia(ONCOGUIA,
2018).
 Estágio IV
No estágio IV, a doença se disseminou para outros órgãos, como fígado, pulmões ou
osso. Nesse estágio, a cura já não é possível com os tratamentos atuais, mas, ainda assim
podem ser tratados. Os objectivos do tratamento são ajudar as pacientes a se sentirem
melhor e aumentar a sobrevida(ONCOGUIA, 2018).

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O estágio IV pode ser tratado como estágio III, com retirada cirúrgica do tumor e
diminuição do tamanho do tumor, seguido de quimioterapia.
Outra opção é limitar o tratamento para os que visem apenas melhorar o conforto. Este
tipo de tratamento é chamado paliativo(ONCOGUIA, 2018).
3.8.5. Recidiva
O carcinoma epitelial de ovário avançado, muitas vezes recidiva meses ou anos após o
tratamento inicial. Às vezes, é indicada outra cirurgia. A maioria das pacientes com
recidiva de CO são tratadas com algum tipo de quimioterapia. Os medicamentos
utilizados vão depender do que a paciente já recebeu em tratamentos anteriores e sua
resposta aos medicamentos utilizados(ONCOGUIA, 2018).
3.8.6. Tratamentos paliativos
De acordo ONCOGUIA(2018) os tratamentos paliativos são usados para aliviar os
sintomas do CO. O problema de acumulo de liquido no abdómen(ascite) em mulheres
com CO podem ser resolvido fazendo uma paracentese. Às vezes, se recomenda
quimioterapia intraabdominal. O tratamento com bevacizumab também pode ser uma
opção. Estes tratamentos podem aliviar os sintomas em algumas pacientes e, raramente,
prolongam a sobrevida.
Em algumas pacientes, a cirurgia pode ser realizada para aliviar a obstrução intestinal. O
procedimento é oferecido apenas para as pacientes que estão bem o suficiente para
receberem tratamentos adicionais após a cirurgia(ONCOGUIA, 2018).

3.8.7. Protocolos para o tratamento CO De acordo com Neto( 2013)


 Carboplatina + Paclitaxel + Bevacizumabe
Carboplatina: AUC de 6 - 7,5, IV no D1.
Paclitaxel: 175 mg/m2 IV em 3 horas no
D1. Bevacizumabe: 15 mg/kg no D1 com início no ciclo 2. Repetir o ciclo a cada 21
dias, no total de 6 ciclos. Potencial Emetogênico(PE): moderado.
Potencial
Anafilático(PA): alto.
Seguido de manutenção com:
Bevacizumabe: 15 mg/kg no D1
do ciclo 7 ao 22.

 Carboplatina + Docetaxel

Docetaxel: 75 mg/m2 IV em 1 hora no D1. Carboplatina: AUC de 6, IV em 1 hora no

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D1. Repetir o ciclo a cada 21 dias.
PE: moderado.

 Carboplatina + Paclitaxel

Paclitaxel: 185 mg/m2 IV em 3 horas no D1. Carboplatina: AUC de 6, IV em 30 a 60


minutos no D1. Repetir o ciclo a cada 21 dias. 
ou
Paclitaxel: 80 mg/m2 IV em 1
hora no D1, D8 e D15. Carboplatina: AUC de 6, IV em 60 minutos no D1. Repetir o
ciclo a cada 21 dias.
(Infusão: carboplatina após paclitaxel). PE: moderado.
PA: alto.

 Doxorrubicina Lipossomal Peguilada + Carboplatina

Doxorrubicina Lipossomal Peguilada: 30 mg/m2 IV no D1. Carboplatina: AUC de 5,


IV no D1.
Repetir o ciclo a cada 28 dias.
PE: moderado.

 Doxorrubicina Lipossomal Peguilada + Gencitabina

Gencitabina: 1000 mg/m2 IV no D1 e D8. Doxorrubicina Lipossomal Peguilada: 30


mg/m2 IV no D1.Repetir o ciclo a cada 21 dias. PE: moderado.

 Gencitabina + Cisplatina

Gencitabina: 800 - 1000 mg/m2 IV no D1 e D8. Cisplatina: 30 mg/m2 IV no D1 e


D8.
Repetir o ciclo a cada 21 dias.
PE: alto.

 Gencitabina + Carboplatina

Gencitabina: 1000 mg/m2 IV no D1 e D8. Carboplatina: AUC de 4, IV no D1. Repetir


o ciclo a cada 21 dias. PE: moderado.

 Paclitaxel + Cisplatina IP + Paclitaxel IP

Paclitaxel: 135 mg/m2 IV em 24 horas no D1.
Cisplatina: 100 mg/m2 IP no


D2.
Paclitaxel: 60 mg/m2 IP no D8.
Repetir o ciclo a cada 21 dias, no total de 6
ciclos.
PE: alto com cisplatina e baixo com paclitaxel. PA: alto com paclitaxel.

 Paclitaxel

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Paclitaxel: 80 - 90 mg/m2 IV, semanal.
PE: baixo.
PA: alto.


 Carboplatina + Gencitabina + Bevacizumabe (Oceans Trial)

Carboplatina: AUC de 4, IV no D1.
Gencitabina: 1000 mg/m2 no D1 e


D8.
Bevacizumabe: 15 mg/kg no D1.
Repetir o ciclo a cada 21 dias, no total de 6
ciclos. Seguido de manutenção com bevacizumabe a cada 21 dias. PE: moderado.

 Topotecana

Topotecana: 1,25 mg/m2 IV do D1 ao D5.
Repetir o ciclo a cada 21


dias.
ou
Topotecana: 4 mg/m2 IV em 30 minutos no D1, D8 e D15. Repetir o ciclo a
cada 21 dias. PE: baixo.

 Etoposídeo

Etoposídeo: 50 mg/m2/dia VO do D1 ao D21. Repetir o ciclo a cada 28 dias. PE:


verificar recomendações para prevenção de náuseas e vómitos dos agentes
antineoplásicos orais.

 Bevacizumabe

Bevacizumabe: 15 mg/kg IV.
Repetir o ciclo a cada 21 dias.
PE: mínimo.


3.8.8. Hormonioterapia para Câncer de Ovário


A terapia hormonal é o uso de hormônios ou bloqueadores hormonais para combater o
câncer. Este tipo de terapia sistémica é frequentemente utilizada no tratamento dos
tumores estromais(ONCOGUIA, 2018).
 Agonistas do hormônio liberador de hormônio luteinizante
(GnRH). Agonistas do GnRH inibem a produção de estrogénio pelos ovários
muito úteis na pré-menopausa. Ex: Goserelina e Leuprolide.
 Tamoxifeno. O tamoxifeno é um medicamento antiestrogênico usado para tratar
para tumores estromais do ovário. O objectivo da terapia com tamoxifeno é
eliminar a presença do estrogénio no corpo da mulher, a fim de evitar o
crescimento das células cancerígenas.

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 Inibidores de aromatase. Os inibidores de aromatase são medicamentos que
bloqueiam a enzima aromatase, que se transforma em estrogénio em mulheres na
pós-menopausa. Eles não bloqueiam a função dos ovários para produzir
estrogénio, apenas são úteis na redução dos níveis de estrogénio nas mulheres
após a menopausa. Ex: letrozol, anastrazol e o exemestano.

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4. Conclusão
Após a realização deste trabalho foi possível concluir que o câncer de ovário é uma
neoplasia genecológica altamente letal, apesar de a sua prevalência ser menor quando
comparado a outros cânceres. É considerada uma doença silenciosa possibilitando um
diagnóstico sempre tardio. A dificuldade para diagnosticar o câncer de ovário
precocemente esta na ausência de sintomas e a falta de exames especifico, amplo e de
fácil acesso para realizar o rastreamento da doença. Ocorre preferencialmente em
pacientes acima de 50 anos de idade. Em pacientes com menos de 30 anos de idade, o
tumor de ovário mais frequente pertence a um grupo chamado de tumores de células
germinativas. A causa da maioria dos casos de câncer de ovário ainda é desconhecida,
Assim sendo os principais factores de risco além da idade consistem em histórico familiar
de câncer de ovário, mama, e coloretal, alterações genéticas herdadas ou adquiridas.
Salientar que os estágios do câncer de ovário variam de I a IV, onde o estágio IV,
significa que a doença está mais disseminada. Em Moçambique o câncer de ovário é um
dos canceres ginecológicos muito raro sendo muito predominante em países
desenvolvidos. No entanto os métodos de prevenção do CO consistem no uso de
contraceptivos orais, porque há evidencias que mulheres que fazem o uso por 5 anos ou
mais têm um risco diminuído em 50% em comparação com mulheres que nunca usaram
contraceptivos orais, embora que este método em contrapartida aumente o risco de câncer
de mama, outro método preventivo é a cirurgia para a remoção dos ovários. Em fim o
tratamento de câncer de ovário pode ser feito por Cirurgia, Radioterapia, Quimioterapia,
e Hormonioterapia. A cirurgia é o principal tratamento para a maioria dos cânceres de
ovário. Esse procedimento vai depender do quanto à doença foi disseminada e das
condições de saúde da paciente. A quimioterapia do cancro de ovário caracteriza-se pelo
emprego de dois ou três fármacos que actuam por mecanismos diferentes, que são
administrados obedecendo o ciclo prescrito para cada protocolo quimioterápico deste
cancro.

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5. Referencias bibliográficas
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