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Católica do Tocantins

Engenharia Civil

Barragens e Obras de Terra

Professor: Jocélio

Acadêmicos: Jônatas Macêdo de Souza, Gabriel Luan Paixão Mota, Klicha Kelen
Boni Rosa, Carlúcio Silva Marques, Laurinda Dias Neves.

TRATAMENTO DE MACIÇOS NATURAIS E FUNDAÇÕES DE


BARRAGENS

28 de Setembro de 2015

Palmas - TO
1. CONTROLE DE PERCOLAÇÃO

De acordo com Costa (2012, p. 231), barragens são aquelas em que sua estrutura é
fundamentalmente constituída por solo ou enrocamento. E caracteriza-se por
permitir a retenção da água ou transposição desta de montante para jusante.

Segundo Massad (2010, p. 197), em geral, o tratamento das fundações significa o


controle de percolação, pois o terreno da fundação é natural e este pode ter
descontinuidades ou resistência inferior à desejada para suporte da barragem,
levando assim, a necessidade de tratamento deste mas, características como
capacidade de suporte e compressibilidade dificilmente podem ser melhoradas.

2. TRATAMENTO DE MACIÇOS NATURAIS

Como maciços naturais, consideram-se os solos, as rochas e os materiais de


transição, ou saprólitos. E, éo maciço natural que constitui a fundação de uma
barragem, sendo que, este sofrerá intensas modificações com a construção de uma
obra de barramento, principalmente pela imposição de novas tensões que
necessitarão de uma maior resistência do maciço e, por vezes, tratamento ou
controle de percolação da água pela estrutura.

Segundo Costa (2012, p. 232), o tratamento das fundações consiste em melhorar ou


modificar as características do solo ou maciço por meio de técnicas e procedimentos
visando a uma melhor adequação das fundações à obra projetada.

A escolha do melhor método para tratamento de uma fundação, sendo ela


constituída por solo, enrocamento ou de concreto, dá-se seguindo estes dois
critérios:

 Caracterização geológica das fundações e;


 Objetivo do tratamento.
3. MÉTODOS DE TRATAMENTO

3.1. SUBSTITUIÇÃO DOS MATERIAIS DE FUNDAÇÃO


3.1.1. RETIRADA DO MATERIAL SUPERFICIAL

Independente do tipo de tratamento de fundação de barragem que será executado,


caso haja algum material indesejado na superfície da fundação, há a necessidade
de retirada de um trecho desta fundação. Neste trecho estão incluídos o top soilou
solo orgânico e o trecho imediatamente abaixo, onde há canalículos resultante do
apodrecimento de raízes mais profundas ou da ação de organismos, etc. A retirada
de 3 m de material já é o suficiente, porém em alguns casos essa profundidade pode
atingir de 5 a 6 m, como no caso de solos com a presença de formigueiros. O
material usado na construção da barragem pode, também, ser usado na substituição
do material retirado.

3.1.2. TRINCHEIRA DE VEDAÇÃO

São tratamento realizados em barragens granulares, geralmente no centro ao para


montante das mesmas. Consiste na escavação de uma trincheira ao longo de todo o
eixo barrável, substituindo o material escavado por um maciço de terra de baixa
permeabilidade, compactada. Também é conhecida como cut off.

As trincheiras de vedação podem resultar em uma solução muito cara, pois não
pode ser executada abaixo do nível freático, necessitando do rebaixamento deste, o
que é um processo caro e demorado.

Na construção de uma trincheira, três aspectos devem ser analisados


cuidadosamente. São eles: a largura da base da trincheira, que em algumas
especificações recomenda-se que seja de 4 a 6 m; a compatibilização da
deformação do material da trincheira com o material adjacente para evitar o
fenômeno de arqueamento do solo; e o cuidado com a perfeita estabilidade dos
taludes de escavação.

3.1.3. DIAFRAGMA

Podem ser rígidos ou plásticos, e consistem na substituição de uma estreita faixa da


fundação da barragem por painéis de concreto, formando um muro. Podem ser
construídos por toda o eixo da barragem ou apenas em trechos desse eixo.

Sua execução se dá através da escavação dos painéis ou trincheiras com material à


percussão, aspirando esse material perfurado com uma mangueira. Após a
conclusão da escavação, inicia-se o preenchimento com concreto e ao mesmo
tempo inicia-se a escavação do próximo painel.

O objetivo desse método é a diminuição brusca da percolação de água sob a


barragem, levando vantagem sobre a trincheira de vedação, pois pode ser
executada abaixo do nível freático sem que haja a necessidade do rebaixamento
deste.

3.1.4. TAPETES

Consiste na substituição do trecho mais superficial da fundação por um material


impermeável, resultando em um prolongamento do núcleo ou do material argiloso do
espaldar da montante. É denominado tapete interno aquele que limita-se às
dimensões da barragem e tapete externo é aquele que ultrapassa os limites do
espaldar da montante.

Seu objetivo é conter o excesso de percolação sob a barragem ao longo do eixo


barrável ou em pequenos trechos.
Fatores que requerem atenção e cuidado na construção de um tapete, são: a
permeabilidade do material do tapete, o comprimento e a espessura mínima desse
tapete.

3.1.5. POÇOS DE ALÍVIO

Segundo Massad (2010, p. 207), são poços abertos e preenchidos com material
granular, mais permeável que o solo de fundação, com o objetivo de controlar a
saída d’água. Com essa solução, intercepta-se o fluxo de água, impedindo a sua
saída na vertical e de forma ascendente, junto ao pé do talude de jusante, que pode
levar ao fenômeno da areia movediça (sandboil)ou ao levantamento do solo (blow
out). Costuma-se trabalhar com diâmetros de 20 a 50 cm e espaçamento entre
centro dos poços, de 2 a 4m, com profundidades de penetração que podem ser
totais , quando se atinge o máximo de eficiência, ou parciais.

A teoria de Cedergren (1967) parte da solução do fluxo de água para um poçoe, por
meio desta pode-se definir a perda d’água pelas fundações.A fórmula é a seguinte:

Onde: Qf = perda d’água pelas fundações; R = metade da distância entre poços; r =


raio de um poço; ΔH = carga total; k = coeficiente de percolação; D = diâmetro de
um poço.

3.1.6. FILTROS INVERTIDOS

De acordo com Massad (2010, p.208), em barragens, dispõem-se de “tapetes”


impermeáveis a montante e materiais permeáveis a jusante. Os filtros invertidos são
uma berma de material granular pesado e permeável colocado junto ao pé de
jusante de uma barragem de terra para combater o fenômeno da areia movediça e o
levantamento de solo.

O princípio é simples, pois o material granular é, ao mesmo tempo, pesado e


permeável e, por ser pesado, impede a “perda de peso” da coluna de solo de
fundação e por ser permeável, deixa a água passar. Este filtro é composto por várias
camadas, em que, o material de uma das camadas deve ser “filtro” da camada
subjacente, para constituir assim o filtro de Terzaghi.

Além de que, segundo Massad (2010, p. 209), é uma solução que pode ser adotada
após o primeiro enchimento e, pode ser usada em combinação com os tapetes
“impermeáveis” de montante ou os poços de alívio.

4. APLICABILIDADE DE CADA MÉTODO

Costa (2012, p.255) aponta a aplicabilidade dos diversos tipos de tratamento dos
materiais naturais em que se apoiam as obras de barramento dependem dos
objetivos de tratamentos como essencial para solucionar qualquer manifestação das
já citadas em obras de barragens e, analisam-se de forma separadara os seguintes
objetivos:

 Melhoramento da resistência;
 Redução da percolação;
 Reduzir subpressão na base da barragem.

4.1. MELHORAMENTO DA RESISTÊNCIA

A resistencia dos materiais naturais é solicitada quando esses materiais integram as


fundações de uma barragem. Essas resistências relacionam-se com a
deformabilidade e estabilidade, que são, as resistências à compressão e ao
cisalhamento, respectivamente.
Para maciços rochosos, ambas as resistências são compatíveis com os diferentes
tipos de barragens, exceto quando o maciço encontra-se decomposto ou com
descontinuidades que lhe confere uma condição de instabilidade. E, nestes casos é
inútil qualquer tipo de tratamento.

Portanto, para materiais passíveis de terem sua resistência mecânica melhorada,


restam os maciços de materiais incoerentes e a caracterização da resistência deles
é realizada através de ensaios de SPT (Standart Penetration Test) e vane test, que
consiste no teste da palheta e este é empregado para determinar a resistência ao
cisalhamento em argilas moles saturadas, até as provas de carga.

Definida a inadequabilidade da resistência da fundação, pode-se


avaliar uma solução do ponto de vista técnico-econômico em função
da espessura do material incoerente em relação à extensão da base
da fundação. (...) Dessa forma, se a espessura do material for
reduzida, é possível que a melhor solução seja retirar todo material
de baixa resistência, substituindo-o por outro de melhor qualidade.
Se essa espessura for muito grande (>3m), a melhor solução será a
consolidação por meio de injeções, quando serão avaliadas as
melhores opções entre as metodologias apresentadas. Em
fundações muito heterogêneas, se o problema de resistência for
localizado, pode-se ainda optar pelo método de congelamento.
(COSTA, 2012, p. 255).

4.2. REDUÇÃO DA PERCOLAÇÃO

4.2.1. PERCOLAÇÃO AO LONGO DA FUNDAÇÃO DA BARRAGEM

Para analisar qual será o melhor método no tratamento da percolação nas


fundações das barragens, deve-se levar em conta os seguintes aspectos:

 Necessidade de tratamento;
 Objetivos do tratamento;
 Custo x Eficiência;
 Aspectos técnicos;
 Aspectos regionais;
 Alternativas de tratamento.

4.2.2. PERCOLAÇÃO AO LONGO DE OBRAS COMPLEMENTARES

Segundo (Costa 2012), as principais obras complementares de uma barragem


sujeitas a elevadas percolações de água são as encostas naturais ou escavadas,
que localizadas a montante de obras, como usinas, ou ao longo de canais de
adução ou derivação de águas, ou ainda, nos emboques de túneis. Em todos estes
casos, o único tratamento recomendável é a drenagem subterrânea da água que
percola nestes pontos.

Tanto Massad (2010, p.198) como Costa (2012, p. 255) afirmam que as melhores
opções para tratamento de maciços naturais são, a substituição dos materiais de
fundação, injeção e a drenagem.

5. INJEÇÕES

Outro método de tratamento de fundações consiste na aplicação de uma calda nas


falhas do maciço a fim de que, após o endurecimento da calda, ganhe resistência
e/ou impermeabilização e/ou aderência da base de concreto com o solo, para o caso
de uma barragem de concreto. Segundo Costa (2012) esse tratamento pode
também ser aplicado em obras complementares, “como nas paredes de uma
encosta ou no entorno de túneis e escavações subterrâneas”.

Existem três tipos de injeções: de colagem, de consolidação e cortina


de injeções. As injeções de colagem objetivam eliminar os vazios
existentes entre um maciço de concreto e as fundações rochosas,
podendo ainda ser utilizadas para melhor solidarizar as paredes de
concreto de um túnel ou obra subterrânea ao maciço rochoso; as
injeções de consolidação visam melhorar as condições de resistência
das fundações e obras subterrâneas, embora tenham também uma
função impermeabilizante; e as cortinas de injeção têm como
principal objetivo controlar a percolação da água através das
fundações ou no entorno de obras subterrâneas. As injeções podem
ser realizadas em rochas, solos e materiais de transição (saprólitos).
(COSTA, 2012).

As injeções, como ficou dito, poderão ser feitas em rocha ou em solo. Em se


tratando de rocha as complicações são maiores, implicando um estudo geológico
mais detalhado, com mais procedimentos a serem analisados. De acordo com Costa
(2012), um bom resultado no tratamento de injeção em maciços rochosos será
conseguido se alguns fatores forem considerados de maneira especial. São eles o
planejamento da perfuração e da injeção, o tipo de calda, a pressão de injeção, os
cuidados operacionais e o controle de eficiência.

O planejamento das perfurações é “o primeiro e mais importante passo para o êxito


do tratamento, pois um planejamento malfeito pode redundar em perda de tempo e
de dinheiro”. Por isso deverá ser conhecido de forma clara o objetivo do tratamento
e as condições geológicas do local a ser aplicado o tratamento. Neste planejamento
será necessário definir o espaçamento entre as sondagens, a profundidade das
sondagens, o equipamento de perfuração, o diâmetro dos furos e a sua inclinação.

No procedimento de cortina de injeção será necessário conhecer, além da geologia,


as características hidrogeotécnicas das fundações. Ao geólogo responsável caberá
decidir como será a linha de aplicação, isto é, se será apenas uma ou mais. Embora
tal decisão dependa de cada caso específico, em geral, usa-se a linha única ou a
linha tripla, em função, segundo Cruz (1996) citado por Costa (2012), da
permeabilidade.

Quando o tratamento é realizado por meio de uma única linha de


furos, estes devem ser alinhados ao longo do eixo da barragem
granular (terra ou enrocamento) ou no trecho de montante, nas
barragens de concreto. Nesse último caso, os furos são geralmente
situados no pé de montante, mas podem ser também realizados a
partir da galeria de drenagem, desde que executados antes dos furos
de drenagem, para não haver o risco de estes colmatarem. (COSTA,
2012).

Os furos iniciais são chamados de furos primários e são os mais importantes,


devendo ser realizados com sonda rotativa, para, por meio dos testemunhos
extraídos, avaliar melhor as características do local; geralmente são espaçados em
doze metros. Os furos secundários, espaçados em seis metros, entre os primários, e
os terciários, entre os dois precedentes, serão feitos somente se forem necessários,
isto é, quando o(s) furo(s) anteriores não tiverem alcançado(s) o resultado esperado.
Há ainda a possibilidade de furos quaternários, que normalmente são inclinados,
visando selar o maior número possível de aberturas no maciço. Esta decisão será
tomada em função dos testes de perda d’água e de absorção de calda, conforme
será visto melhor quando tratarmos do controle de eficiência.

Estas sondagens poderão ser feitas tanto na vertical como inclinadas para a
montante, em no máximo trinta graus. Com relação a sua profundidade, varia em
torno de 2/3 e 3/3 da altura da coluna d’água prevista para o local do referido furo.

Na linha tripla de furos, as linhas são espaçadas entre si de 2 m a 3


m, dependendo das condições geológicas locais. Recomenda-se
perfurar e injetar uma linha de cada vez, começando pela linha de
jusante e terminando pela linha central. O espaçamento entre os
furos primários, secundários e terciários em cada linha pode ser o
mesmo recomendado para uma única linha... E os furos da primeira
linha devem ser abertos com sonda rotativa, e todos os demais furos
podem ser abertos com equipamento de percussão ou
rotopercussão. (COSTA, 2012).

O planejamento da injeção também deve ser rigoroso e há basicamente duas


metodologias possíveis: a ascendente e a descendente. Injeções de colagem e de
consolidação fazem uso da última, enquanto que nas cortinas de injeção a escolha
dependerá das condicionantes geológicas, mas está comum o seguinte uso: nos
primeiros seis metros a injeção será descendente com etapas de três metros,
enquanto que no restante da profundidade utiliza-se o método ascendente.

Na injeção ascendente, perfura-se o furo até a profundidade final


prevista no planejamento da perfuração e, com o uso de um
obturador, executa-se a injeção de baixo para cima. Assim, esse
método comporta as seguintes atividades: perfuração de um trecho
de 3 m de profundidade com lavagem ao seu término; teste de perda
d’água utilizando um obturador simples, continuação da perfuração
até o final do furo, realizando um teste de perda d’água a cada 3 m
perfurados, sempre antecedido pela lavagem do furo; lavagem de
todo o furo com uma pressão de 8 kg/cm²; colocação do obturador a
3 m do fundo e injeção desse trecho; após 30 min, colocação do
obturador 3 m acima do trecho injetado e injeção do segundo trecho.
(COSTA, 2012).

O mesmo autor explica o segundo método, como se segue:

Na injeção descendente, a injeção de cada trecho é feita logo após a


sua perfuração. Assim, o tratamento inclui a seguinte sequência de
atividades: perfuração de um trecho e 3 m de profundidade; lavagem
do trecho perfurado; teste de perda d’água com obturador simples
localizado no topo do trecho; injeção do trecho perfurado com
obturador no topo desse trecho; após três horas, reperfuração do
trecho injetado, continuando a perfuração por mais um trecho de 3 m;
lavagem do novo trecho perfurado seguida de teste de perda d’água;
continuação das sucessivas operações de perfuração e injeção até a
profundidade final prevista para esse furo. (COSTA, 2012).

Existem vários tipos de caldas de injeção, cabendo ao responsável avaliar qual a


mais adequada, segundo o objetivo da injeção e a geologia do local. Segundo Costa
(2012), as mais comuns utilizam “apenas água e cimento; todavia, vários outros
produtos podem ser adicionados à fase sólida, como bentonita, areia e pozolana.
Existem ainda as caldas de natureza química”, como poderíamos citar as que
empregam silicatos e as que são à base de resina orgânica, “empregadas para
consolidação dos solos muitos finos”.

Antes da escolha correta da melhor calda a injetar em cada caso,


devem-se realizar testes de campo e de laboratório com a finalidade
de determinar as melhores opções em termos de injetabilidade e de
propriedades físicas e mecânicas das possíveis alternativas
recomendadas pelo conhecimento das condições geológicas e
hidrogeotécnicas do maciço a tratar. (COSTA, 2012).
As mais importantes, dentre estas características, estão a estabilidade, a
permeabilidade e a resistência à erosão por lavagem. A estabilidade diz respeito a
sedimentação das partículas; um material de baixa estabilidade tende a sedimentar
muito rápido, dificultando a passagem da calda, devido a obstrução pela parte
sedimentada. A permeabilidade e a resistência à erosão por lavagem são buscadas
principalmente nas cortinas de injeções, onde o objetivo é diminuir o fluxo de água,
isto é, a percolação no maciço.

No entanto, outro fator que contribui para que a calda penetre nas aberturas é a
pressão de injeção. Afirma Costa (2012) que “a pressão de injeção é aquela que se
faz necessária para permitir a penetração da calda injetada nos vazios do maciço
rochoso”. Portanto, quanto maior for a pressão, maior será a tendência que a calda
flua para as aberturas. Entretanto, altas pressões poderão prejudicar o resultado,
como levantando o maciço superficial ou até mesmo abrindo mais as fendas.

Os cuidados operacionais a que o autor se refere diz respeito a “capacidade técnica


do operador, a escolha do método mais aplicável e o desenvolvimento das
operações realizadas” (COSTA, 2012). Há, por exemplo, a necessidade de estar
atento a limpeza dos furos antes da injeção, a falta desse procedimento implicará na
obstrução das aberturas dos maciços, impedindo a penetração da calda, ou ainda a
mistura do pó com a calda, desregulando o fator água/sólidos.

Com relação ao controle de eficiência poder-se-ia dizer que é composto do teste de


perda d’água e da absorção da calda de injeção. Normalmente um consumo de 100
kg/m de cimento e permeabilidade acima de 0,5 Hv indica que será necessária outra
etapa para buscar o resultado a que se espera. Este controle constará de um
relatório de planejamento e de um relatório interpretativo.

A injeção em solos poderá ser executada da mesma forma como descrito


anteriormente ou então por dois outros procedimentos: tubo manchete ou alta
pressão. O tubo consiste num tubo e aço ou de PVC rígido. Por este método é
possível abrir um furo até a profundidade desejada e executar a injeção ascendente.
É bastante eficiente e poderá atingir profundidades de até 30m. Enquanto que a
injeção de alta pressão, conhecida como jetgrouting, a perfuração é feita com água
sob alta pressão por meio de uma haste rotativa. Após atingida a profundidade,
substitui-se a água por uma calda de cimento/água, que acaba misturando com o
solo revolvido pela pressão, formando um tubo de argamassa.

6. DRENAGEM

Sabe se que a pressão hidrostática conhecida como subpressão, atua como uma
componente de força horizontal que vai de encontro a barragem e taludes de
encontas, e essas estruturas devem ser projetas com o intuíto principal de resistir a
essa solicitação.

Segundo Costa (2012), o movimento das águas subterrâneas poderá cocasionar o


aumento dessas pressões em taludes de encostas e esse problema poderá ser
agravado ainda mais se forem contruídas estruturas de contenção
impermeabilizantes, como por exemplo uma cortina de concreto que tem a finalidade
de melhorar a estabilidade da enconsta, pois isso, acarretará em uma elevação do
nível do lençol freático e consequentemente as pressões hidrostáticas sobre a
estrutura terão um aumento considerável.

Nas barragens de concreto onde temos uma maior relação entre a altura e o
comprimento da base da barragem em relação a barragens de terra e enrocamento,
Costa (2012) afirma, que as pressões hidrostáticas atuantes na base da barragem
caracterizam um problema significativo, e deve-se procurar tratamento para o
mesmo.

A drenagem se apresenta então como um método de tratamento para os problemas


de percolação, tendo como principais objetivos, direcionar o fluxo das águas
subterrâneas e aliviar as pressões hidrostáticas.
6.1. DRENAGEM EM TALUDES DE ENCOSTAS

No caso de taludes de encosta a solução mais usual segundo Costa (2012), seria
direcionar o fluxo através de um dreno horizontal profundo, conhecido como DHP.
Para a execução desse dreno descreveremos abaixo o procedimento segundo
Costa (2012):

Inicialmente com equipamento rotativo, deverão ser feitos furos sub-horizontais com
diâmetros de 10cm, esses deverão ainda possuir inclinação de 5° a 10° com a
horizontal. Dentro desses será introduzida uma tubulação de PVC rígido, com
diâmetro preferencial de 5 cm, sendo que parte da tubulação é constituída de
material filtrante em seu interior, para tanto são feitas ranhuras no tubo e este é
revestido com uma manta têxtil. A tubulação ficará inclinada para facilitar o
escoamento da água por gravidade até um ponto externo, sendo que na maioria dos
casos está possuirá uma extensão de 10m a 20m. Os drenos terão ainda um
espaçamento de 3m entre si e deverão estar alinhados para uma maior eficácia. No
caso da encosta possuir uma estrutura de contenção a montante, é recomendado
que se execute um colchão drenante para auxiliar na drenagem interna.

6.2. DRENAGEM EM FUNDAÇÕES DE BARRAGENS DE CONCRETO

Para aliviar a subpressão na base da barragem, devem ser executados drenos de


alívio. De acordo com Costa (2012), com a utilização de equipamentos de
rotopercussão é feita a abertura dos drenos no maciço rochoso, e esses geralmente
tem 75 mm de diâmetro. Na maioria dos casos os drenos são executados a partir de
uma galeria existente na barragem que se encontra próxima do pé de montante da
obra.

Segundo Costa (2012), os drenos deverão ter profundidade suficiente para


interceptar os principais veículos de percolação e o espaçamento entre os drenos
deverá variar de 3 m a 5 m. Quando for necessária a realização de injeção no
maciço rochoso os drenos deverão ser executados após esta para evitar a
colmatação dos mesmos.

7. CONGELAMENTO

Esse processo consiste em congelar a água contida no interior do solo através da


introdução de nitrogênio liquido a uma temperatura de -190° ou salmoura resfriada
com temperatura entre -25° e -30°, e possui o intuito de aumentar a sua resistência
do solo e a sua impermeabilização. Para Costa (2012), esse é um processo muito
caro e de duração discutível, porém empregado em casos graves como um recalque
severo ou um pipping, servindo apenas como uma solução provisória até que o
problema seja resolvido.

8. CRITÉRIOS PARA DEFINIR A NECESSIDADE DE TRATAMENTO

É preciso conhecer os aspectos envolvidos, pois assim é notório a facilidade de


tomada de decisão, em casos de direcionamento do fluxo subterrâneo, e alguns
casos de elevadas subpressões na base de barragens de concreto. É muito
discutido, pois são muitos fatores a serem analisados.

Principais fatores, segundo Bourdeaux (1979) citado por Costa (2012).

 Natureza do maciço rochoso, suas fraturas e permeabilidade;


 Valor da agua: quantidade de agua perdida por percolação representa um
valor tal que justifica despesas de injeções para eliminar ou reduzir tal
percolação?
 Erosão interna: existem riscos de pippingpela fundação e/ou pelo material do
núcleo em contato com o maciço da fundação, os quais devem ser
eliminados.
 Barragem de terra eenrocamento, qual o efeito da injeção sobre as pressões
intersticiais dentro do núcleo argiloso?
 No caso e possíveis defeitos construtivos dentro do núcleo e/ou filtros, devem
prever injeções na fundação para compensar tais deficiências?
 Quais as medidas a serem adotadas a fim de impedir eventual carregamento
dos finos do núcleo através das fissuras do maciço de fundação?
 Barragem de concreto, as injeções deverão aliviar o sistema de drenagem
profunda a fim de reduzir as subpressões no maciço de fundação?
 Barragem de enrocamento com face de concreto, o caminho de percolação
reduzido sob o plinto exige cuidados especiais?
Valores limites de permeabilidade que condicionam a impermeabilização,
segundo Lugeon.
 (1Lugeon= 1L/min/m/10atm),Perdas consideradas preciosas.
 (2Lugeons) perdas que valem o custo de injeções.
 Perdas consideradas desprezíveis:
 Barragem de terra ou enrocamento: 5 a 10 Lugeons
 Barragem de concreto: 5 a 7 Lugeons

Analisando estes fatores, vemos que a maior parte deles não se acha contemplada,
devendo então o responsável técnico decidir os parâmetros que irão norteá-lo
quanto à aplicação destes fatores.

Permeabilidade considerada crítica varia de 3,3 x 10^-6 cm/s e 1,0 x 10^-4 cm/s.

Devido à complexidade dos solos, não ser um formula matemática, é preciso muito
conhecimento geotécnico e ensaios de campo e laboratório para que se possa de
mãos dos dados precisos, tomar a melhor decisão, decisão esta que venha a reduzir
custos e necessidades de intervenções futuras.
9. CONCLUSÃO

Vimos que de maneira geral o tratamento dos maciços naturais e das fundações
está atrelado ao controle da percolação e que existem vários métodos de tratamento
deste, vale destacar que sempre deverá ser feito um processo de drenagem para
aliviar as subpressões, porém nem sempre precisaremos fazer a injeção de calda ou
nata de cimento. Existem ainda vários critérios que devem ser analisados para se
definir a necessidade de tratamento.

10. REFERÊNCIAS

COSTA, W. D. Geologia de Barragens. Oficina de textos. São Paulo - SP, 2012.


352pg.

MASSAD, F. Obras de Terra: Curso básico de geotecnia. Oficina de textos. 2ed. São
Paulo, 2010.

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