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Anamnese psiquiátrica
Na psiquiatria, quase todos os processos se dão no setting (local) da entrevista – busca de sintomas, exame
físico, tratamento.
Há 4 objetivos:
Estabelecer uma relação.
Obter informações.
Avaliar psicopatologia.
Dar devolução do entendimento ao paciente e/ou responsável.
Semiologia bem feita: aumento da efetividade e especificidade da ação; percepção mais próxima da real
vivência do paciente – quanto mais compreensão, mais aliança e adesão.
Espaço da entrevista: entrevistador deve concentrar sua atenção total nos pensamentos e emoções do
paciente. Cadeiras, tranquilidade, privacidade, sem telefone, sem interrupção, sem burocracias.
Pode-se anotar informações! Mas apenas se mantém contato visual e não inibe o paciente.
Erro mais comum da obtenção de uma história: interferência inoportuna no relato do paciente, fazer
perguntas fechadas.
-evitar “organizar” a entrevista, ou seguir o roteiro de anamnese papel do médico é ouvir e incentivar o
paciente a falar.
No começo não deve ficar classificando ou dando conselhos – sem pressa ou perguntas imprecisas.
Tentar enxergar além do óbvio.
OBS: iniciar com perguntas abertas! “Como foi isso?”.
Ouvir com atenção, fazer o mínimo de interrupções, especialmente nos primeiros 5-10 minutos da
entrevista.
Perguntas em Eco: repetir o que o paciente disse – incita o paciente a seguir falando.
É útil no começo da entrevista seguir a direção que o paciente dá – mas se não está coerente, ou se não
entende algo, não fazer de conta de que entendeu – interrogar com perguntas abertas.
Evitar o diagnóstico “por primeira impressão” mas as primeiras impressões devem ser valorizadas e
registradas.
-pois depois podemos nos acostumar com aquelas primeiras impressões, não vendo mais aquele dado.
Tolerar alguns momentos de silêncio, que podem ter função terapêutica. Quando se prolonga – pergunta
aberta. Dar espaço aos sentimentos do paciente.
Sempre fazer perguntas claras, e sempre saber precisamente o que o paciente quis dizer em suas respostas.
Na primeira entrevista, não há obrigação de curar, discutir ou tranquilizar.
Importante obter confiança do paciente, e estabelecer relação (rapport). Para isso:
Postura de respeito – independente de qualquer aparência ou nível socioeconômico.
Posição positiva incondicional: zelo ou cordialidade é importante.
Atitude de interesse, preocupação, curiosidade – livre da avaliação crítica.
Genuinidade – mistura de espontaneidade, consistência, autenticidade.
Logo: rapport é a relação cordial, afetuosa, de apreço mútuo entre o médico e o paciente. Pode não ocorrer
entre a dupla (ex: contra-transferência negativa).
Considerar os sinais e sintomas observados no exame do estado mental, junto com informações da história
psiquiátrica.
Entrevista é a principal – e quase sempre a única – fonte para o diagnóstico.
Pacientes com limitações para coleta da anamnese (deficiência física, depressão do estado de consciência) –
indagar acompanhante.
História psiquiátrica completa:
Identificação.
QP.
HDA.
História psiquiátrica pregressa.
História médica pregressa.
História conjugal, relacionamentos conjugais.
História de desenvolvimento detalhada.
Considerar então: alternativas de DD e suas formas de tratamento.
IMPRESSÕES INICIAIS
a) Aparência:
-postura, roupa, higiene, cuidado pessoal.
-expressões faciais, olhar, emoção, atitude.
-ânimo, personalidade.
-descrição do tipo físico, roupas, penteado, corte do cabelo, unhas, tattoo.
b) Atividade psicomotora:
-agitação, retardo, gestos, postura.
c) Atitude frente ao examinador:
-hostil, sedutor, irônico, cooperativo, ambivalente.
d) Sentimentos despertados:
-tristeza, pena, irritação, desejo de ajudar.
Está mais alterado nas síndromes cerebrais orgânicas – ex: delirium, demência, retardo.
CASOMI
CONSCIÊNCIA:
ATENÇÃO:
Capacidade de focar E manter o pensamento intencionalmente em um estímulo específico, seja ele interno
ou externo (concentração).
Avaliação:
-vigilância: capacidade de focar em um estímulo novo.
-tenacidade: se manter concentrado em um mesmo estímulo ao longo do tempo.
Alterações: geralmente a hipovigilância está acompanhada de hipertenacidade (como demência, depressão),
e a hipervigilância está acompanhada de hipotenacidade (como TDAH).
Sem alterações: normoprosexia.
Transtornos: depressão, demência, delirium, TDAH, efeito colateral medicamentoso.
SENSOPERCEPÇÃO:
Manifestação das percepções sensoriais – forma que os sentidos chegam até a consciência.
Função mental através da qual o indivíduo toma conhecimento do ambiente e de seu próprio corpo.
Alterações:
-ilusões: tem o objeto, mas interpreta de forma errada (ex: dismegalopsia – alteração da interpretação do
tamanho de algum objeto).
ORIENTAÇÃO
MEMÓRIA
INTELIGÊNCIA
É a capacidade de se resolver problemas – conjunto de instrumentos que são uteis para adaptação às tarefas
vitais, podendo aplicar-se para determinado fim.
Envolve todas as outras funções mentais.
OBS: quantidade exata da inteligência só pode ser mensurada pelo psicólogo através da avaliação
neuropsicológica.
Avaliação: durante entrevista, contexto conduta x problemas vividos. Perguntas diretos (explicar o
significado de um provérbio).
Alterações: retardo mental, demências.
APeJuCoL
AFETIVIDADE
PENSAMENTO
Processo que permite ao psiquismo assimilar, formular e manejar ideias, articulando-as em sequências, ao
redor de um propósito – de modo a conduzir a formação de novas ideias.
Produção: lógico, ilógico, mágico.
Curso (fio associativo): sequência lógica? Preservado; inibição (lentificação), interceptação
(bloqueio), aceleração, fuga de ideias (alteração de atenção), desagregação (não saber o que fala),
perseveração (focar em um assunto e não conseguir sair dele), prolixidade (pouca objetividade).
Conteúdo: o que está pensando.
Percecutórias (perseguição – mal físico), prejuízo (não mal físico), preconceito,
hiponcondríacas, niilistas (delírio onde nega a realidade), melancólicas, ruína, desvalia,
autoacusatórias, grandeza, religiosas, eróticas, invenção.
OBS: pensamento de suicídio ou homicídio – sempre perguntar se já tem ideia de como se
matar/matar o outro, e se sim, se já tomou atitude (ex: comprar arma, corda).
Não tem relação direta com inteligência – pessoa pode ter QI elevado, mas ter fluxo de pensamento
alterado.
Pensamento pode estar focado em fobias, ruminações/obsessões, medos infundados, ideações
suicidas/homicidas.
Transtornos: esquizofrenia, mania, depressão, hipocondria, TOC, transtornos de personalidade, intoxicações.
JUÍZO CRÍTICO/JULGAMENTO
CONDUTA
LINGUAGEM
Maneira como pessoa se comunica, verbalmente ou não – envolve gestos, olhar, expressão facial, escrita.
Fala: quantidade, velocidade, volume, gramática, vocabulário.
Funções psicofisiológicas:
Sono: insônia, hipersonia, apnéia, alterações do ciclo sono-vigília, redução da necessidade do sono (THB).
Apetite: aumento ou diminuição, ganho ou perda de peso (mais ou menos de 5% no último mês).
Sexualidade: redução/aumento do desejo, anorgasmia, parafilias, retardo ejaculatório, ejaculação precoce.
CASOMI
C: lúcida.
A: normoproséxica.
S: nada relatado.
O: auto e alo-orientada.
M: preservada.
I: aparentemente na média clínica.
APeJuCoL
A: eutímico.
Pe: lógico, curso mantido, conteúdo adequado.
Ju: preservado.
Co: adequada.
L: normolalica.
Psicofármacos: agentes usados nos transtornos mentais – reorganizando a transmissão sináptica e/ou
processos biológicos no SNC.
Psicofarmacologia: ciência que estuda os efeitos das drogas sobre as funções mentais, humor, emoções e
psicomotricidade.
Farmacocinética
Absorção: passagem do fármaco do meio externo para a corrente circulatória sistêmica (depende da via –
TGI, endovenosa).
Distribuição: fármaco distribuído entre os vários compartimentos do organismo.
Metabolização: biotransformação do fármaco antes de sua eliminação.
Excreção: eliminação através da pele, das vias biliares, do sistema respiratório pelos rins.
Farmacodinâmica
Estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e de seus mecanismos de ação.
Principais neurotransmissores
ANTIDEPRESSIVOS
Gravidade dos sintomas (quanto mais grave, precisa de mais monoaminas, menos seletivo deve ser),
melhora com medicação anterior (pesquisar na anamnese), comorbidades, idade do paciente (cuidado com
parefeitos), gestação/aleitamento (sertralina e paroxetina: seguro na gestação), sintomas associados
(insônia, inapetência), patologia psiquiátrica coexistente, interações medicamentos, custo.
ANSIOLÍTICOS
ANTIPSICÓTICOS
-eletroconvulsoterapia:
-medicações:
DEPRESSÃO ATÍPICA
Mais nas mulheres – subtipo de depressão com traços invertidos dos sintomas neurovegetativos.
Hipersonia – cochilos excessivos, mais de 2h de sono que o normal.
Aumento do apetite/peso.
40% dos casos de depressão.
Grande comorbidade com ansiedade.
Menor taxa de remissão, com maior cronicidade e mais casos de suicídio.
Há também fadiga que piora a noite, reatividade do humor aumentada, fobias associadas, desconcentração,
conflitos de relacionamento, isolacionismo (por medo de rejeição).
Tratamento: ISRS, IRSN, IRD, fármacos anti-compulsão.
Não farmacológico: exercícios, higiene do sono, reeducação alimentar.
DEPRESSÃO PÓS-PARTO
Tristeza pós-parto fisiológica: alterações de humor que somem em 3-4 dias. Deve melhorar em até 14 dias.
Quando há sintomas mais graves em 2 semanas até 28 dias após o nascimento depressão pós-parto. Até
1 ano após parto, ainda pode ser considerado depressão pós-parto.
Sono não é muito bom para avaliação dos critérios (precisa amamentar de 3/3h).
Causas:
-físicas: queda rápida de estrogênio, progesterona, hormônios tireoideanos. Mudança no volume do sangue,
PA, imunidade, metabolismo.
-emocionais: privação do sono e pressão psicológica, sentimento de não ser atraente, sensação de perda de
controle, falta de apoio.
-estilo de vida: bebê exigente, dificuldade na amamentação. Rivalização dos filhos mais velhos. Problemas
financeiros.
Fatores de risco: história prévia, falta de suporte, estresse, limitações físicas anteriores, depressão antes ou
durante gestação, história familiar, violência doméstica.
Diagnóstico por psiquiatra, clínico, endócrino, GO, psicólogo, enfermeiro.
Tto: antidepressivos (paroxetina, sertralina). Tricíclicos? Psicoterapia, que pode ser isolada em casos leves.
Deve ser usado por pelo menos 1 ano! Amamentação mantida. Fluoxetina não muito indicado pois há perda
de peso.
TRANSTORNOS ANSIOSOS
Ansiedade patológica: muito intensa, desproporcional ao estímulo (ou sem estímulo), acompanhada de
sintomas físicos, compromete o desempenho e bem-estar.
Estado de ansiedade excessiva, persistente, que não depende do contexto, sendo desproporcional aos fatos
que ocorrem na maior parte do dia por pelo menos 6 meses!
Interfere em diversas atividades, acometendo 9% da população mundial.
TRANSTORNO DE PÂNICO
Transtorno de ansiedade por intenso medo e/ou mal-estar, com sintomas físicos e psíquicos.
Crises súbitas, geralmente incapacitantes e recorrentes.
Máxima intensidade em 5-10 minutos.
Crise: gatilho inconsciente, preparação para a fuga – aumento de adrenalina, ativação do sistema simpático,
sintomas físicos (deve ter pelo menos 4 dos 13, geralmente tem todos).
-palpitações ou taquicardia, sudorese, tremores ou abalos, falta de ar/sufocamento, sensação de asfixia,
desconforto torácico, náuseas ou desconforto abdominal, tontura/desmaio, desrealização, medo de perder
o controle, medo de morrer, parestesias, calafrios ou ondas de calor.
Não há desencadeante consciente (ameaça ou perigo inexistente).
Paciente não pode trabalhar nas crises, como ocorre na TAG.
Medo de morrer persistente.
FOBIAS
Transtorno de ansiedade caracterizado por tremor ou aversão exagerada ante situações particulares
(animais, objetos, lugares).
Paciente já sabe o que vai causar a crise de ansiedade.
Tipos de fobias:
-agorafobias: medo de estar em locais públicos onde não pode se retirar de uma forma fácil ou
despercebida.
-fobia social: medo de situações onde a pessoa pode estar exposta a observações dos outros, humilhações.
-fobia simples: medo diante de objetos ou situações concretas.
Animais – medo de aranha, cobra, sapos.
Fenômenos naturais – trovoadas, terremotos.
Sangue, injeção.
Situações – avião, elevador.
Tratar apenas se há “dano real”, sendo que o tratamento mais indicado é psicoterapia.
-cognitiva: ajuda a reestruturar pensamentos anômalos.
-comportamental: exposição controlada e progressiva (dessensibilização).
-psicodinâmico: entendimento e elaboração dos significados simbólicos dos sintomas e do sofrimento.
Farmacológico: medicações mais eficazes são os ISRS, benzodiazepínicos eventuais.
Fobia social
Medo de ser exposto à observação atenta de outros, que leva a evitar situações sociais.
Geralmente associado a baixa auto-estima e medo de ser criticado.
Pode se manifestar por rubor, tremor, náuseas, desejo urgente de urinar.
Pode evoluir para ataque de pânico.
Tratamento: ISRS e psicoterapia TCC. Nos casos não generalizados, pode-se usar betabloqueadores.
TRANSTORNO OBSCESSIVO-COMPULSIVO
TRANSTORNO DISMÓRFICO-CORPORAL
Critérios diagnósticos:
Preocupação com uma ou mais falhas na aparência física (geralmente não vistos por outros).
Paciente já teve comportamentos repetitivos (como se olhar no espelho) ou atos mentais (como
comparação com outros) relacionados a esse transtorno.
As preocupações prejudicam alguma área.
Excluir transtorno alimentar.
Especificar se há dismorfia muscular (pct se olha no espelho, é maromba mas se vê fraco).
Clínica:
-geralmente começa na adolescência, sendo que procedimentos médicos levam a frustração – que pode
levar a suicídio.
-paciente vê feições neutras como confrontações.
Causas: auto-estima baixa, neuroticismo, bullying.
Tratamento:
-orientações a família.
-tratar consequências, comorbidades (depressão, TOC) – ISRS.
-psicoterapia: tanto TCC quanto FAP. Psicanálise?
TRANSTORNO DE ACUMULAÇÃO
Critérios diagnósticos:
Dificuldade de descartar pertences sem valor.
Ideias hipervalorizadas de guardar.
O acúmulo de objetos obstrui passagens.
Causa sofrimento em sí mesmo e em outros.
Não se deve a síndromes neurológicas, ou outros transtornos (como TOC, DM, psicose, autismo,
demência).
Especificadores: insight e aquisição excessiva.
Pode estar ligado a perdas, insegurança/indecisão, genética.
Leva a problemas legais.
Escondem objetos, e não são organizados (como colecionadores).
Tratamento: conjugado – família + terapia (preferencialmente TCC) + medicamentos (ISRS).
TRICOTILOMANIA
TRANSTORNO DE ESCORIAÇÃO
PSIQUIATRIA – MATHEUS MARQUARDT 17
Beliscar a pele de forma recorrente, resultando em lesões (skin-picking).
Há tentativas repetidas de parar, prejudica áreas de funcionamento, não se deve a outras condições.
Tratamento: FPM, tratar lesões.
TRANSTORNOS ALIMENTARES
ANOREXIA NERVOSA
Critérios diagnósticos:
Recusa do indivíduo a manter peso corporal na faixa normal mínima (IMC < 17,5).
Medo de ganhar peso ou engordar.
Perturbação significativa na forma ou tamanho do corpo.
Em mulheres em menacme, leva a amenorreia.
Método: redução de alimentos, uso de laxativos, exercícios em demasia.
A perda de peso é vista como conquista notável, auto-disciplina. Ganho de peso é fracasso.
Raramente reconhecem a magreza. Costumam negar. Bom consultar os pais.
Subtipos:
-restritivo: perda de peso é conseguida através de dietas, jejuns ou exercícios excessivos.
-tipo compulsão periódica/purgatório.
Associação com depressão, transtorno de humor bipolar, traços de TOC relacionados (ou não) com comida.
Preocupações em comer em público, sensação de inutilidade, anedonia.
Exame físico e doenças associadas:
-devido a inanição: amenorreia, constipação, dor abdominal, intolerância ao frio, letargia, excesso de
energia.
-aparência edemaciada devido a hipotensão, hipotermia e pele seca.
-lanugo (pelos finos) no tronco.
-amarelamento da pele (hipercarotenemia).
-hipertrofia de glândulas salivares.
-vômitos: cicatriz nos dedos, erosão do esmalte dentário.
-anemia normocítica e normocrômica, prejuízo função renal (hipotensão, arritmias), problemas dentários e
osteoporose.
Epidemio: mais comum em sociedades urbanizadas, após puberdade (13-18 anos), 90% mulheres.
Prevalência de 0,5% na população mundial. 1% no EUA e Japão.
Curso:
-alguns se recuperam após episódio agudo, outros cronificam.
-hospitalização pode ser necessária para a restauração do peso e para correção de desequilíbrios
hidroeletrolíticos (nesses casos, mortalidade > 10% por inanição, suicídio, desequilíbrio hidroeletrolítico).
Causas: tem relação genética (parentes biológicos de primeiro grau aumentam o risco).
Exames:
-labs: anemia leve, leucopenia, aumento de ureia, colesterol, enzimas hepáticas, redução do magnésio,
zinco, fosfato, cloreto, potássio. Redução de estrógeno em mulheres e testosterona em homens. T4 baixo
em ambos os sexos. Alcalose metabólica (aumento de bicarbonato sérico – nos vômitos), acidose metabólica
pelo uso de laxantes.
-ECG: bradicardia sinusal, raramente outras arritmias.
-EEG: anormalidades difusas, encefalopatia metabólica (por distúrbios eletrolíticos).
-neuroimagem: aumento da razão ventrículo/cérebro.
DD: doença gastrintestinal, SIDA, tumores cerebrais. Síndrome de artéria mesentérica superior (vômitos pós
prandiais por obstrução da saída gástrica). Transtorno depressivo maior, esquizofrenia.
Comorbidades: fobia social, TOC, transtorno dismórfico-corporal, depressão, THB, dependência química.
BULIMIA NERVOSA
Critérios diagnósticos:
Compulsões alimentares periódicas, com métodos compensatórios inadequados para evitar ganho
de peso.
Auto-avaliação dos indivíduos com bulimia é excessivamente influenciada pela forma e peso do
corpo.
Compulsão periódica pelo menos 2x por semana por 3 meses! (OBS: compulsão periódica é ingesta
de mais quantidade de comida que a maioria das pessoas consumiria).
Tipicamente inclui doces e alimentos com alto teor calórico.
Pacientes normalmente se envergonham e omitem (compulsão em segredo).
Clínica:
-compulsão periódica até que o paciente se sinta desconfortável (ex: dor).
-tipicamente desencadeada por disforia ou estresse (ex: fome após restrição alimentar, forma de corpo).
-compulsão periódica pode aliviar por um período a disforia, mas autocríticas e humor deprimido
frequentemente ocorrem logo após.
-há comportamentos compensatórios para prevenir ganho de peso – mais comum é indução de vômito (80-
90% dos indivíduos), pelo uso de dedos ou objetos.
-efeitos imediatos do vômito: alivio do desconforto físico e redução do medo de ganhar peso.
-indivíduos se tornam hábeis na indução de vômito, podem fazer quando querem.
-outros métodos purgativos: uso de laxantes (1/3) e diuréticos.
-OBS: exercícios são considerados excessivos quando interferem em momentos importantes (ex: momentos
inadequados) ou com lesões não curadas.
-fatores mais importantes de sua auto-estima: forma/peso do corpo.
-tipicamente com peso normal! Alguns acima/abaixo do peso.
-entre episódios compulsivos – restringem consumo calórico, comida diet.
Subtipos:
-purgativos: vômito, laxantes, diuréticos, enemas.
-não-purgativos: outros comportamentos compensatórios, como jejuns, exercícios excessivos.
Comorbidades:
-maior prevalência de transtornos de humor e ansiosos.
-em 1/3 há abuso de substancias psicoativas (álcool estimulantes – reduz apetite).
-30-50% com transtorno de personalidade (histriônica e borderline).
Labs:
-anormalidades hidroeletrolíticas: hipocalemia, hiponatremia, hipocloremia.
-perda de ácido pode levar a alcalose metabólica.
-acidose metabólica pelo indução de diarreia.
Há perda do esmalte dentário (aparência serrilhada, corroída, com lascas). Maior frequência de caries.
Glândulas salivares, principalmente parótidas, podem estar hipertróficas.
Calos e cicatrizes na parte dorsal da mão (Roussel’s sign).
Miopatias nos que usam xarope de ipeca para vomitar.
Amenorreia pode ocorrer em alguns casos.
Dependência de laxantes pode ocorrer.
Complicações raras: ruptura do esôfago, ruptura gástrica, arritmias.
Epidemio: países industrializados, 90% mulheres, 1-3% da população.
Curso:
Transtornos de personalidade
Padrão de desconfiança e suspeitas, de modo que os motivos dos outros são interpretados como
ameaçadores.
Indivíduos desconfiados, que se sentem sempre enganados pelos outros, são rancorosos. Percebem ataques
a seu caráter ou reputação.
Ex: ciúmes inadequado.
0,5-2,5% da população geral, sendo mais comum em homens – refugiados, prisioneiros, idosos com
problemas auditivos.
Pacientes têm dificuldade de se envolver na psicoterapia devido a sua desconfiança, relutância em revelar
informações.
Padrão de distanciamento dos relacionamentos sociais, com uma faixa restrita de expressão emocional.
Não gostam de relacionamentos íntimos, realizando preferencialmente atividades solitárias.
Não têm amigos íntimos ou confidentes, vivendo sozinhos, “passam desapercebidos”.
“assexuados”.
Experiências traumáticas levam ao afastamento defensivo de outras pessoas, anedonia, aversão social.
0,5-7% da população – mais comum em homens.
Evitam a terapia da mesma forma que evitam outros relacionamentos.
Transtornos que se caracterizam por: perda das funções de integração das lembranças, da consciência, da
identidade, das sensações imediatas e do controle dos movimentos ou percepções corporais.
Não apresentam causas físicas correspondentes (ex: excluir AVC).
Também conhecidos como transtornos conversivos ou neuroses histéricas.
Freud que deu origem à psicodinâmica.
Dissociação: perda de parte do todo de uma mesma pessoa.
Conversão: transformação de um conflito psíquico em um sintoma somático (ex: anestesias, paralisias).
Ligados a um evento estressante na vida do paciente – cuja ligação o paciente costuma negar.
Sintomas frequentemente traduzem uma ideia de que o sujeito apresenta uma doença física – sendo que
não há um fator físico detectável (descartar qualquer lesão no SNC, intoxicações, alterações metabólicas,
drogas).
Há uma rápida instalação, com preservação das demais funções mentais e neurológicas.
Não é simulação!
Tratamento emergencial:
-avaliação física.
-suporte psicológico (apoio, ambiente
arejado).
-eventualmente farmacológico (ex:
tranquilizantes benzodiazepínicos).
-encaminhar para detecção e elaboração
da causa (ex: terapia com psiquiatra).
-psicoterapia pode ser voltada para o
insight, psicanálise. Ou com terapeuta
ativo, comunicando-se. Importante
desenvolver sonhos, simbolizações.
-recordar e elaborar o trauma!
Critérios diagnósticos: ao lado.
Amnésia dissociativa
Fuga dissociativa
Evento raro.
O indivíduo perde subitamente todas as suas recordações, inclusive da sua identidade.
Pessoa muda de localidade, assumindo uma outra identidade por horas a semanas.
Durante esse período, não se lembra nada de sua “vida passada”, e não tem consciência do esquecimento.
Se comporta de uma forma adequada nesse período, compatível com as normas sociais (diferente do
Alzheimer, por exemplo) – de modo que ninguém percebe que algo está errado.
Subitamente recobra toda a memória – só não lembra do período que viveu a fuga dissociativa. Volta
normalmente a vida anterior.
Alguns desaparecidos apresentam fuga dissociativa.
Os transtornos motores são os mais comuns do grupo das dissociações, sendo mais comum em mulheres
(5:1).
Queixas variadas como: fraqueza ao realizar determinado movimento, instabilidade de deambulação,
movimentos anormais, tremores, contrações involuntárias.
Os sintomas pioram quando o paciente é observado, levando a acreditar que é uma simulação.
Não se ferem, e as vezes não se importam.
Tratamento: avaliação + terapia.
É o transtorno da perda (parcial ou total) de determinadas funções sensoriais (tato, audição, visão), uni ou
bilateralmente.
Não há causa física, neurológica, nem correlação com função anatômica exata.
As vezes refletem o que o paciente imagina que ocorreria se perdesse tal função.
As perdas de visão/audição raramente são totais.
Podem ser auto-limitados ou cronificar (paciente não resolve o conflito psíquico – então não volta a ter suas
funções sensitivas).
Tratamento: psicoterapias.
Despersonalização/Desrealização
RETARDO MENTAL
Patologia caracterizada por baixo desenvolvimento mental, afetando o nível GLOBAL de inteligência –
aprendizado, fala, habilidades motoras e sociais.
Manifesta-se durante a fase do desenvolvimento – criança “atrasada”.
Há deficiência do comportamento adaptativo.
QI
Epidemiologia
Causas
Apenas uma parcela tem causas conhecidas (muitas vezes não se sabe a origem).
Alterações genéticas (síndromes), doenças da mãe na gestação, traumatismos cranianos, intoxicações
(medicamentos na gestação, ou infância), meningite.
Tratamento
Síndromes específicas
Down:
-olhos rasgados, dobras epicantais, nariz achatado.
-possíveis causas: mãe e pai com idade avançada, radiografia, radioterapia.
-EUA: 1/700.
-10% dos casos de retardo mental.
-alta incidência de mortes aos 40 anos – por mal-formações cardíacas.
X frágil:
-mutação do gene xq27.3
-cabeças e orelhas grandes, longas, baixos. Articulações hiperextensivas, macrorquidismo.
-comorbidade do TDAH, autismo, alterações da fala (rápida, desarticulada).
Prader-Willi:
-deleção do cromossomo 15.
-agressividade, compulsão alimentar. “Birra”.
-obesidade, hipotonia, baixa estatura, mãos e pés pequenos.
-1/10.000
Síndrome do miado do gato (crie-du-chat):
-falta de parte do 5º cromossomo.
-retardo mental severo.
-choro característico, semelhante a um gato.
-microcefalia, baixa inserção das orelhas, fendas palpebrais oblíquas, hipertelorismo, micrognatismo,
anormalidades laríngeas.
Fenilcetonúria:
-atividade da enzima fenilalanina hidroxilase é insignificante (atividade <1%), com níveis no plasma de
fenilalanina >20 mg/dL (erro inato no metabolismo).
-eczemas, vômitos, odor característico na urina, convulsões, acessos de raiva, hiperativas.
DEPRESSÃO MAIOR
Epidemiologia
Fatores de risco
Diagnóstico (DSM-5)
Epidemiologia
Fatores de risco
Genética:
Pai ou mãe com transtorno: filhos com 10-25% de chance de ter.
Quanto mais membros afetados: maior o risco.
Primeiro filho de pai com mais de 45 anos.
Genes explicam 50-70% da etiologia (determina susceptibilidade) o ambiente e outros fatores
determinam o desenvolvimento da doença.
Acontecimento de vida e estresse ambiental: resultam em mudanças duradouras na biologia do cérebro.
Distimia e ciclotimia.
Reação defensiva contra a depressão.
Diagnóstico (DSM-5)
DISTIMIA
Epidemiologia
Afeta 5-6% das pessoas, afetando 30-50% dos pacientes em clínicas psiquiátricas.
Com frequência coexiste com outros transtornos mentais, particularmente o depressivo maior.
A maioria dos casos é de início precoce, começando na infância/adolescência.
Diagnóstico (DSM-5)
TRANSTORNO CICLOTÍMICO
Sintomaticamente uma forma leve do transtorno bipolar, caracterizado por episódios de hipomania e
depressão leve.
“Distúrbio de humor crônico e flutuante”.
Variações de humor caracterizadas por numerosos períodos de hipomania (bem-estar e sensação de energia
mais elevada que a média) de menos de 4 dias de duração, alternados com períodos de leve depressão.
Epidemiologia
Fatores de risco
Diagnóstico (DSM-5)
A) Pelo período de no mínimo 2 anos, presença de numerosos períodos com sintomas hipomaníacos e
numerosos períodos com sintomas depressivos que não satisfazem os critérios para um episódio depressivo
maior (crianças e adolescentes: 1 ano).
B) pelo período de 2 anos, o indivíduo não ficou sem os sintomas do critério A por mais de 2 meses
consecutivos.
C) nenhum episódio depressivo maior, episódio maníaco ou episódio misto esteve presente durante os 2
primeiros anos da perturbação.
D) os sintomas no critério A não são mais bem explicados por transtorno esquizoafetivo, nem estão
sobrepostos a esquizofrenia, transtorno delirante ou transtorno psicótico sem outra especificação.
E) os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de uma condição médica
geral.
F) os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou
ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
Transtorno depressivo
Retardo psicomotor, agitação, postura curvada, sem movimentos espontâneos, com olhar abatido, perdido,
aparência descuidada.
Retraimento social, negação dos sintomas depressivos.
Redução da velocidade e da intensidade da fala.
Perturbações da percepção – como delírios congruentes.
Visão negativa de mundo e de si mesmos, associada a ruminação sobre perda e suicídio.
Geralmente orientados no tempo e espaço.
Comprometimento cognitivo, com dificuldade de concentração e de memória.
Avaliação demasiada de seus atos e postura, com salientação demasiada dos sintomas, mazelas e
problemas.
Deixam de tomar banho, alteram hábitos alimentares, perdem interesse por atividades habituais.
Transtorno bipolar
Episódios depressivos: humor deprimido, perda de interesse, “dor emocional lancinante”. Semelhante aos episódios
depressivos do Transtorno depressivo.
Episódios maníacos:
Objetivo: segurança do paciente, avaliação diagnóstica completa, tratar o bem-estar futuro do paciente – e
não apenas os sintomas imediatos.
Importante evitar fatores estressantes que podem causar recaídas.
O transtorno é crônico – paciente deve ser informado sobre o futuro.
Hospitalização
Indicações:
Risco de suicídio ou homicídio.
Capacidade acentuadamente reduzida de conseguir alimento e abrigo.
Necessidade de procedimentos diagnósticos.
História de sintomas de rápida evolução.
Ruptura do sistema de apoio habitual.
OBS: muitas vezes o paciente vai ser internado contra a sua vontade: lentificação do pensamento,
visão negativa, falta de esperança. Maníacos: não tem entendimento sobre o seu transtorno.
TERAPIA PSICOSSOCIAL
Terapia cognitiva
Terapia interpessoal
Concentra-se em um ou dois dos problemas interpessoais atuais do paciente, sendo que é provável que os
problemas interpessoais tenham suas raízes em relacionamentos disfuncionais precoces.
Também pode ser usado para tratamento de depressão.
Terapia comportamental
Terapia familiar
PSIQUIATRIA – MATHEUS MARQUARDT 34
Não costuma ser terapia primária. Indicada apenas se o transtorno ameaçar o casamento ou o
funcionamento da família, ou for promovido/mantido pela situação familiar.
Examina o papel do membro com a perturbação do humor no bem-estar geral da família.
Alta taxa de divórcio dos transtornos de humor.
Promissora como tratamento para depressão, estimulação cerebral por pulsos muito curtos de energia
magnética.
Indicação: adultos com depressão que não conseguiu melhora satisfatória com um medicamento
antidepressivo anterior na dose e duração efetivas mínimas.
Procedimento ambulatorial, que dura 40 minutos, diariamente com 4-6 semanas.
Efeitos colaterais: dor e desconforto no couro cabeludo.
Contraindicado em pacientes com implantes metálicos na cabeça.
PRIVAÇÃO DO SONO
Privação pode precipitar mania em indivíduos com transtorno bipolar I e aliviar temporariamente a
depressão naquelas com depressão unipolar – benefícios transitórios.
FOTOTERAPIA
FARMACOTERAPIA
Antidepressivos disponíveis não diferem na eficácia global, velocidade de resposta ou eficácia a longo prazo
– mas sim na farmacologia, interações medicamentosas, efeitos colaterais e facilitação da dose.
Escolha depende da cronicidade, curso da doença, história familiar, resposta, gravidade dos sintomas,
respostas anteriores, comorbidades (psiquiátricas).
60% dos pacientes com depressão não complicada respondem ao medicamento, mas apenas 35-50% tem
remissão.
depressão não complicada: sem comorbidade, não crônica e não psicótica.
resposta: melhora de 50% dos sintomas; remissão: praticamente ausência de sintomas depressivos.
Subtipos depressivos:
aspectos atípicos: respondem melhor a IMAOs ou ISRS, bupropiona.
depressões melancólicas: melhor aos duais (inibidores da receptação de serotonina e adrenalina).
depressão sazonal do inverno: terapia luminosa.
TRANSTORNOS BIPOLARES
Tratamento é dividido em fase aguda e em fase de manutenção; além disso, tem formulação diferenciada
para paciente que esta vivenciando mania ou hipomania ou depressão.
O lítio e sua combinação com antidepressivos, antipsicóticos e benzodiazepínicos tem sido a principal
abordagem da doença, mas três anticonvulsivantes estabilizadores de humor (carbamazepina, valproato e
lamotrigina) foram adicionados mais recentemente, assim como uma série de antipsicóticos atípicos.
Cada um tem perfil de efeito colateral e segurança único, e não se pode prever qual é eficaz para cada
paciente.
Geralmente até tto ideal: tenta-se diferentes medicamentos.
Usa-se medicamentos isolados ou combinados, sendo que em casos graves há necessidade de internação.
O medicamento pode ser usado como proteção, pois alguns pacientes podem se colocar em risco, ou os
outros devido à agressividade e impulsividade.
Carbonato de lítio:
-é o protótipo dos estabilizadores de humor.
-apresenta ação lenta, e por isso pode ser associado a um antipsicótico atípico no início do tratamento.
-níveis terapêuticos: 0,6-1,2 mEq/L.
Valproato:
-uso apenas no tratamento agudo.
-dose de 750-2500 mg/dia.
Carbamazepina ou oxcarbazepina:
-usada no mundo todo como tratamento de 1ª linha para mania aguda.
Antipsicóticos atípicos:
-olanzapina, risperidona, quetiapina, ziprasidona, aripiprazol possuem efeitos antimaníacos.
-efeitos adversos: ganho de peso, resistência insulínica, DM, hipercolesterolemia.
A terapia mais utilizada é lítio, carbamazepina e ácido valpróico, seja isolado ou em combinações.
Lítio: podem desenvolver hipotireoidismo.
TRATAMENTO DA DISTIMIA
Terapia cognitiva: desenvolver novas formas de pensar e se comportar, para substituir atitudes negativas em
relação a sí próprio.
Terapia comportamental: ensinar o paciente a relaxar. Alterar o comportamento pessoal.
Psicoterapia orientada ao insight: método de tratamento mais comum, relaciona o comportamento a
sintomas depressivos com questões não resolvidas na primeira infância.
Terapia interpessoal: formas de lidar com o estresse para reduzir os sintomas depressivos e aumentar a
autoestima. 12-16 sessões semanais.
Terapia familiar e de grupo.
Farmacoterapia: ISRS, venlafaxina, bupropiona.
Por não ter natureza esclarecida, a esquizofrenia é referida como espectro de esquizofrenia segundo o DSM-
5. Grupo de transtornos com etiologias heterogêneas, apresentações clínicas e respostas ao tratamento
variáveis.
Muita ignorância acerca da patologia, com muita exclusão social.
Pode se desenvolver de forma lenta ou repentina.
Geralmente é crônica.
Tendem a não criar ou manter relacionamentos – como casar, ter filhos.
Epidemiologia
Etiologia
Fatores genéticos:
-incidência nas famílias é maior que na população geral.
-concordância entre gêmeos monozigóticos maior que entre dizigóticos (50% para 10%).
-maior incidência em filhos de pais mais velhos (>60 anos).
Fatores neurobiológicos:
-atividade dopaminérgica exacerbada.
-drogas como cocaína e anfetamina – aumentam dopamina e pioram os sintomas.
Fatores psicossociais:
-eventos estressantes podem desencadear o início da esquizofrenia, assim como reincidências.
-famílias com ambientes críticos, ou que expressam emoção com mais intimidade – geram mais
reincidências.
Nascimento no inverno – maior incidência. Vírus sazonal?
Quadro clínico
Subtipos
Tipo paranoide
Tipo desorganizado
Tipo catatônico
Distúrbio acentuado da função motora, que pode envolver estupor, negativismo, rigidez, excitação ou
posturas bizarras.
O mutismo é comum.
Os pacientes necessitam de supervisão constante para impedir que machuquem a si mesmo ou outras
pessoas.
Tipo residual
Diagnóstico
Tratamento
ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS
TRANQUILIZANTES BENZODIAZEPÍNICOS
HIPNÓTICOS BENZODIAZEPÍNICOS
DELIRIUM
Meta: evitar abuso de substâncias que podem acarretar demência, impedir que lesão cerebral se dissemine,
ajudar os portadores e os cuidadores com deterioração progressiva.
Pode ser biológico ou psicossocial:
BIOLÓGICO:
-parkinson: demência não tratável. Pode ocorrer no futuro uso de substâncias que auxiliem na preservação
neuronal (como fatores neurotróficos derivados de células gliais).
-alzheimer: muitos medicamentos parecem eficazes inicialmente, mas não foram observados melhoras a
longo prazo – hipocleto de racrina, donepezil, rivestigmina, galantamina. Esses medicamentos evitam a
decomposição da acetilcolina. Não há estabilização, continua havendo declínio contínuo. Caso interrompam,
os benefícios obtidos são perdidos rapidamente.
-alzheimer pode ter benefício também com Ginkgo biloba, vitamina E, reposição de estrogênios, AAS, AINES.
-antidepressivos são recomendados para reduzir a ansiedade e depressão que acompanha o declínio
cognitivo.
-antipsicótico apenas quando paciente se encontra muito agitado.
PSICOSSOCIAL:
-ensinar aos portadores aptidões que compensam capacidades perdidas.
-cuidadores treinados para darem respostas acertivas – lidar melhor com comportamento hostil do paciente.
-aconselhamento de apoio: lidar com a frustração, depressão, culpa e perda (paciente e cuidador/família).
Substância psicoativa mais consumida no mundo, sendo encontrada em mais de 60 espécies de plantas.
O seu uso é amplamente aceito nos hábitos diários, sendo que a média diária de consumo é de
aproximadamente 70mg. Até 85% dos adultos consomem cafeína em algum momento do ano.
Indivíduos com transtornos relacionados a cafeína têm maior probabilidade de apresentar outros
transtornos relacionados a substâncias (2/3 dos que usam grandes quantidades usam também drogas ou
fármacos sedativos).
O uso pesado de cafeína (>400mg) pode causar ou exacerbar sintomas somáticos e de ansiedade, além de
desconforto gastrintestinal.
Neurofarmacologia:
-a cafeína é uma metilxantina, com meia-vida de 3-10h, sendo que o pico da concentração é de 30-60
minutos.
-cruza a barreira hematoencefálica, agindo como antagonista dos receptores de adenosina – ativa proteína G
inibitória, resultando em um aumento nas concentrações de AMPc intraneuronal em neurônios com
receptores de adenosina.
-com 3 xicaras de café, aproximadamente 50% dos receptores de adenosina ficam ocupados com cafeína.
-concentrações elevadas podem afetar neurônios noradrenérgicos e dopaminérgicos (pode exacerbar
sintomas psicóticos em pacientes com esquizofrenia), sendo que a ativação de neurônios noradrenérgicos
pode estar envolvido na medicação de alguns sintomas de abstinência de cafeína.
Abstinência de cafeína
Reflete a tolerância e a dependência fisiológica que se desenvolvem com o uso contínuo de cafeína.
Sintomas em aproximadamente 50-75% dos usuários de cafeína.
Gravidade – relacionado a quantidade de cafeína ingerida e o quão repentina é a abstinência.
Sintomas se iniciam 12-24h após a última dose, atingindo auge em 24-48h, se resolvendo em
aproximadamente 1 semana.
O ideal é reduzir o uso desses produtos ao longo de um período de 7-14 dias.
Critérios diagnósticos (DSM-5):
-A: uso diário prolongado de cafeína.
-B: cessação ou redução abrupta do uso de cafeína, seguida, no período de 24h, três ou mais dos seguintes
sintomas: cafeleia, fadiga ou sonolência associada, humor disfórico, humor deprimido ou irritabilidade,
dificuldade de concentração, sintomas gripais (náusea, vômitos, dor/rigidez muscular).
-C: sinais do critério B causam sofrimento significativo.
-D: sinais e sintomas não relacionados a outra condição médica (enxaqueca, doença viral), nem mais bem
explicados por outro transtorno mental/outra substância.
Pode se parecer com transtorno de ansiedade generalizada, ou pode estar “ligado”, falante demais e
irritável, pode se queixar de não dormir bem.
Pode induzir ou exacerbar ataques de pânico em indivíduos com transtorno de pânico – evitar.
Transtorno relacionado a cafeína não especificado: transtorno que não se encaixa nos outros critérios.
Tratamento
Drogas inalantes (substâncias voláteis ou solventes) são hidrocarbonetos voláveis que se tornam vapores
gasos em temperatura ambiente, sendo inalados pelo nariz ou pela boca – sangue por via pulmonar.
Encontrados em vários produtos de uso doméstico, se dividindo em quatro classes comerciais:
-1. Solventes para colas e adesivos.
-2. Propelentes (latas de tinta em aerossol, laquê para cabelos, creme de barbear).
-3. Diluentes (tintas e fluidos corretivos).
-4. Combustíveis (gasolina, propano).
Uso pelo efeito intoxicante, fácil acesso, legais, baratas – especialmente adolescentes, brancos, homens.
0,5% das consultas hospitalares de emergência, 1% de todas as mortes relacionadas a substâncias (ppal).
Maior transtorno de conduta e transtorno de personalidade antissocial.
Neurofarmacologia:
-gasolina, cola, tinta em aerossol, solventes, líquidos de limpeza.
-em geral agem como depressores do SNC, tolerância pode ocorrer, abstinência muito leve.
-inalante absorvido pelos pulmões, sangue, cérebro.
-efeitos surgem em 5 minutos, e podem durar de 30 minutos até várias horas, dependendo da substância.
-concentrações aumentam com o uso concomitante do álcool.
Critérios diagnósticos:
-A: exposição breve e recente, intencional ou não, a altas doses de substâncias inalantes, incluindo
hidrocarbonetos voláteis como tolueno ou gasolina.
-B: alterações comportamentais ou psiológicas clinicamente significativas e problemáticas (agressividade,
apatia, julgamento prejudicado) durante ou logo após exposição a inalantes.
-C: 2 ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tontura, nistagmo, incoordenação, fala arrastada, instabilidade
de marcha, letargia, reflexos deprimidos, retardo psicomotor, tremor, fraqueza muscular generalizada,
diplopia, estupor, coma, euforia. Causa agitação.
-D: não são atribuíveis a outra condição ou outras substâncias.
Tratamento:
-geralmente não exige atenção médica, resolução espontânea.
-tratamento de: coma, broncoespasmo, laringospasmo, arritmias, traumas ou queimaduras.
-inicialmente tranquilização, apoio discreto e atenção aos sinais vitais e nível de consciência.
-fármacos sedativos, como benzodiazepínicos, são contraindicados!
-apoio e serviços sociais, apoio familiar.
-agitação grave: haloperidol (5mg IM por 70kg de peso corporal).
-ansiolíticos e antidepressivos: não ajudam na fase aguda, apenas em pacientes que têm esse transtorno.
-tratamento-dia e programas residenciais para pacientes que abusam de inalantes e apresentam outros
transtornos psiquiátricos. Terapia em grupo, com ênfase comportamental. Escolas com educação especial.
Geralmente 3-12 meses.
Entre as dependências de substâncias mais prevalentes, mortais e caras. Também muito ignorada.
Não causa problemas comportamentais.
A maioria das pessoas que cessam: cessam sem tratamento.
1 bilhão de fumantes em todo o mundo. Mata 3 milhões de pessoas ao ano, diminuindo em países
desenvolvidos.
Indice de interrupção do tabagismo é mais elevado entre homens com maior nível socioeconômico, menor
entre mulheres, negros, adolescentes e pobres.
A idade de início geralmente é de 16 anos, raramente início após 20 anos.
Mais de 75% tenta interromper o uso, sendo que apenas 30% fica sem fumar por 2 dias, e só 5-10% para
permanentemente. Em geral 5-10 tentativas até cessar, 50% tem sucesso.
Abstinência de tabaco
ÁLCOOL
Droga potente que causa alterações agudas e crônicas em quase todos os sistemas neuroquímicos, sendo
que seu abuso pode provocar sintomas psicológicos temporários graves: depressão, ansiedade, psicoses.
Em longo prazo pode produzir tolerância e adaptação do corpo, de modo que a interrupção possa levar a
uma crise de abstinência (insônia, hiperatividade autonômica, ansiedade).
Tanto intoxicação quanto abstinência são semelhantes a vários transtornos psiquiátricos maiores.
Epidemiologia:
-90% da população consume álcool.
-início na metade da adolescência até aproximadamente 20 anos.
-principalmente homens (1,3:1).
-maior consumo em pessoas com renda elevada e educação superior.
-cerveja responsável por metade de todo o consumo de álcool. Destilado 1/3, vinho 1/6.
-10% das mulheres e 20% dos homens satisfazem os critérios diagnósticos para abuso de álcool durante a
vida.
-causa comum de morte nesses indivíduos: suicídio, câncer, doença cardíaca e hepática.
-motoristas embriagados estão envolvidos em aproximadamente 50% de todas as mortes no trânsito,
aumentando para 75% nas mortes noturnas.
Metabolismo:
-1 dose: 12 gramas de etanol.
-1 dose de álcool eleva o nível de álcool no sangue de um homem de 68kg em 15-20 mg/dL, que é a
concentração de álcool que uma pessoa comum consegue metabolizar em 1h.
-10% do álcool consumido é absorvido pelo estômago, restante pelo intestino delgado, sendo que o auge da
concentração sanguínea é atingido após 30-90 minutos.
-90% da metabolização ocorre por oxidação no fígado. 10% são excretados inalterados pelos rins e pulmões.
-o álcool é metabolizado por 2 enzimas: álcool desidrogenase (ADH) e aldeído desidrogenase.
Abstinência
Ocorre pois cérebro se adaptou fisicamente a presença de um depressão cerebral, não funcionando
adequadamente na ausência da substância.
Mesmo sem delirium pode ser grave, incluindo convulsões e hiperatividade autonômica.
Predispor ou agravar sintomas de abstinência: fadiga, desnutrição, doença física, depressão.
Critérios diagnósticos (DSM-5): cessação ou redução do uso pesado e prolongado de álcool; presença de
sintomas físicos ou neuropsiquiátricos específicos.
PET do fluxo sanguíneo durante abstinência: baixo índice global de atividade metabólica, principalmente em
região parietal esquerda e frontal direita.
Sinal clássico: TREMOR (semelhante ao fisiológico, ou com amplitude mais baixa), podendo se expandir para
sintomas psicóticos e de percepção (delírios e alucinações), convulsões (geralmente tônico-clônicas,
geralmente se repeteem 3-6h) e os sintomas de delirium tremens (DT – delírium por álcool).
Longa duração: hipoglicemia, hiponatremia e hipomagnesemia.
Tremores: 6-8h; convulsões: 12-24h; DT: qualquer momento nas primeiras 72h.
Outros sintomas: irritabilidade geral, náusea, vômitos, hiperativiade simpática autonômica (ansiedade,
excitação, rubor facial, sudorese, midríase, taquicardia, hipertensão leve).
Tratamento
Intervenção:
-ajudar o paciente a reconhecer as consequências adversas que podem ocorrer sem tratamento.
-aumentar motivação para tratamento, assim como continuidade.
-família: importante.
Desintoxicação: exame físico (sem condição médica grave ou uso combinado de outra substância – pouco
provável que ocorra abstinência grave). Além disso, descanso, alimentação adequada, vitaminas (ppalmente
tiamina).
-internação intensiva:
outras síndromes
psiquiátricas ou
médicas graves,
ausência de grupos
ambulatoriais
próximos, fracasso
prévio (geralmente 2-
4 semanas no
hospital).
-posteriormente: 3-6
meses de cuidados
ambulatoriais menos
frequentes.
Cannabis sativa – extraída das folhas da planta, tendo como princípio ativo o tetraidrocanabinol, com
concentração varíavel.
Epidemiologia:
-droga ilícita mais consumida no mundo (xaropes, pastilhas, infusões, bolos de folhas). Mais comum em
cigarros (baseados) ou cachimbos (maricas).
-prevalência vêm aumentando, tendo pico entre 18-21 anos.
-aproximadamente 9% da população.
-maior uso entre homens e brancos.
Neurofarmacologia:
-tetraidrocanabinol é convertido em 11-hidroxi-THC, que age no SNC receptores canabinóides se
associam a proteína G inibitória, sendo mais encontrado nos gânglios da base, hipocampo, cerebelo.
-OBS: não é encontrado no tronco encefálico – mínimos efeitos cardíacos e respiratórios.
-afeta os neurônios que produzem GABA.
-início de ação em minutos, atingindo pico em 30 minutos.
-duração média de 2-4h, sendo que alguns efeitos motores e cognitivos podem durar por até 12h.
-efeito 3-4x maior em inalação que por VO.
-há uma dependência mais psicológica que fisiológica, sendo que a abstinência surge apenas quando o
usuário para de consumir doses elevadas abruptamente – irritabilidade, inquietação, insônia, anorexia,
náusea.
Manifestações clínicas:
-mais comuns: olhos vermelhos
(dilatação dos vasos sanguíneos
da conjuntiva), leve taquicardia.
-doses mais elevadas: hipotensão
ortostática.
-efeitos da intoxicação:
hiperorexia (larica), boca seca.
Uso crônico: atrofia cerebral,
susceptibilidade a convulsões,
lesões cromossômicas, defeitos
neonatais, redução da reatividade
imunológica, alteração na
concentração de testosterona,
desregulação menstrual.
Critérios diagnósticos: tabela.
Sintomas de intoxicação:
aumento da sensibilidade para estímulos externos, cores mais brilhantes, retarda percepção subjetiva do
tempo, habilidades motoras prejudicadas.
Transtornos associados: delirium, transtorno psicótico, transtorno de ansiedade, flashbacks, síndrome
amotivacional.
Tratamento:
-abstinência: hospitalização, monitoramento externo cuidadoso (urina detecta até 4 semanas após uso).
-apoio com psicoterapia.
-educação.
-ansiolíticos e antidepressivos quando necessário.
-EMERGÊNCIA (ansiedade, hiperemia conjuntival, hiperfagia, boca seca, taquicardia): sintomas tendem a ser
limitados, medida de suporte. Benzodiazepínico pode ser utilizado.
ÓPIO
ANFETAMINAS
Atualmente as indicações aprovadas pelo FDA se limitam ao uso para TDAH e narcolepsia (mas sulfato de
anfetamina râncemico já foi utilizado para tto de congestão nasal, asma, parkinsonismo pós-encefalítico,
depressão).
Principais anfetaminas atualmente disponíveis: dextroanfetamina, metanfetamina, metilfenidato.
Conhecidas pelos seus efeitos estimulantes e psicoestimulantes. Anfetaminas típicas são utilizadas para
melhorar o desempenho e para induzir sensação de euforia.
Epidemiologia: está entre as drogas mais usadas (2ª droga mais usada), perdendo apenas para maconha.
Problema importante de saúde pública.
Neurofarmacologia:
-rapidamente absorvidas por VO, rápido início de ação, em geral 1h.
-via IV apresenta efeito quase imediato.
-menos aditivas que cocaína.
-anfetaminas clássicas: efeitos ao causar liberação de catecolaminas, especialmente dopamina, a partir de
terminais pré-sinápticos, atuando no circuito de recompensa.
-anfetaminas desenhadas: causam liberação de catecolaminas e serotonina (neurotransmissor envolvido na
principal via neuroquímica para alucinógenos).
Transtorno:
-a dependência pode resultar em uma queda da capacidade do indivíduo lidar com obrigações e estresses
relacionados ao emprego e família.
-requer doses cada vez mais elevadas para obter os mesmo efeitos.
-abuso contínuo sempre leva a perda de peso e ideias paranoides.
Efeitos adversos:
-físicos: IAM, hipertensão grave, doença cerebrovascular, colite isquêmica, contrações musculares
(convulsões, coma). IV transmite HIV e hepatite, abscessos pulmonares, endocardite, vasculite necrosante.
Rubor, palidez, cianose, febre, cefaleia, taquicardia, vômito, bruxismo, dispneia, ataxia. Gestantes dão luz a
bebês com baixo peso ao nascer, perímetro cefálico reduzido, prematuros, retardo no crescimento.
-psicológicos: inquietação, disforia, irritabilidade, hostilidade, confusão; TAG, transtorno de pânico, delírios
paranoides, alucinação.
Tratamento:
-difícil, grande poder de reforço e fissura.
-psicoterapia individual, familiar e em grupo.
-antipsicóticos e ansiolíticos a curto prazo.
-na ausência de psicose, Diazepam é útil para tratar agitação e hiperatividade do paciente.
-médico deve estabelecer uma aliança terapeutica com os pacientes, para lidar com depressão e transtornos
de personalidade subjacentes.
-antidepressivos para depressão.
-bupropiona após alcançada a abstenção de anfetamina.
COCAÍNA
Usada em seu estado natural há mais de 15 séculos, se tornando problema público nos EUA na década de 80
– epidemia de seu uso.
É um alcaloide derivado da planta Erythroxylum coca, nativa da América do Sul, cujas folhas são mascadas
pelos habitantes locais para obter seus efeitos estimulantes.
CRACK
370 mil brasileiros de todas as idades usam regularmente (0,8% da população das capitais, 35% dos
consumidores de drogas ilícitas).
Perfil: adultos jovens (média de 30 anos), homens (78%), não-brancos (80%), solteiros (60%), baixa
escolaridade, moradores de rua (40% desses moradores).
Maioria mantém seu vício com trabalhos esporádicos, atividades ilícitas, tráfico, furtos, prostituição.
Metade dos usuários já foram presos ao menos 1x (posse de drogas, assalto ou roubo, furto, fraude ou
invasão de domicílio, tráfico de drogas).
44,7% das mulheres sofreram au menos 1 episódio de violência sexual.
Tempo médio de uso: 8 anos. Homens geralmente 13 pedras/dia, mulheres 27 pedras/dia.
Mais da metade tem consumo diário.
80% deseja se tratar, sendo o CAPS-AD o serviço de ajuda mais procurado.
SUICÍDIO
Tratamento
Maioria dos suicídios dos pacientes psiquiátricos pode ser prevenida com tratamento adequado. Alguns
pacientes apresentam clínica tão exacerbada que suicídio acaba sendo a única solução, mas são casos
Avaliação do paciente:
-obtenção de história psiquiátrica completa, exame minucioso do estado mental do paciente.
-indagação sobre sintomas depressivos, pensamentos, intenções, planos e tentativas de suicídio.
-avaliar fatores que aumentam o risco: ausência de planos para o futuro, doar prioridades pessoais, fazer
testamento, ter sofrido perda recente.
Escolha do tratamento:
-decisão de internar depende do diagnóstico, da gravidade da depressão e da capacidade de enfrentamento
do paciente. Também depende do apoio familiar, situação de vida do paciente, disponibilidade de suporte
social, presença de fatores de risco.
-abordagem clínica simples e direta: 1) questionar sobre ideação suicida, afim de classificar o paciente; 2)
perguntar ao paciente considerado suicida se ele concordaria em chamá-lo quando não estiver seguro de
sua capacidade de controlar seus impulsos suicidas.
-o clínico deve estar disponível 24h por dia se o paciente não puder assumir esse compromisso, indica-se
hospitalização de emergência imediata.
-em caso ambulatorial, médico deve ter o contato dos parentes.
-se recusar a família recusar a hospitalização, deve assumir a reponsabilidade de estar com ele 24h por dia.
Ambulatório:
-reduzir a dor psicológica ao modificar o ambiente estressante do paciente, recrutar ajuda do cônjuge, do
empregador ou de um amigo, oferecer alternativas ao suicídio.
-pacientes cronicamente suicidas, ou em pacientes com vícios – geralmente necessitam de internação.
Internação:
-idealmente tratados em ala de acesso restrito, com janelas inquebráveis, quarto perto da estação de
enfermagem. Checagens regulares, ou observação direta contínua.
Tratamento intensivo com medicamento antidepressivo ou antipsicótico deve ser iniciado, dependendo do
transtorno subjacente.
-sinais e sintomas associados de depressão e psicose: drogas tipo risperidona (efeitos mistos).
Estratégia nacional
Suicídio inevitável
Mais de 1/3 de todos os suicídios consumados ocorrem com pessoas que estão recebendo tratamento para
um transtorno psiquiátrico.
Razoável presumir que alguns desses pacientes receberam os melhores cuidados possíveis, e que seus
suicídios não poderiam ser prevenidos.
Há certos critérios para definir, sendo o mais importante uma história genética de suicídio de um ou mais
membros da família (assim como doenças mentais).
Fatores de risco: história de abuso físico, episódio emocional ou sexual na infância, divórcio, desemprego,
homens, alta recente de hospital psiquiátrico, tentativas de suicídio anteriores, alcoolismo ou abuso de
outras drogas, história de ataques de pânico, presença de doença médica, pensamentos suicidas
persistentes.
O indivíduo sempre deve ter recebido o mais elevado nível de tratamento, que precisa ser falhado.
Considerações gerais
Ocorrem tanto em homens quanto em mulheres, sendo mais comuns em indivíduos solteiros.
20% dos indivíduos são suicidas, e 10% são violentos.
Diagnósticos mais comuns: transtornos de humor (depressivo, episódio maníaco), esquizofrenia e
dependência de álcool.
40% necessita de hospitalização.
Maioria das ocorrências: no período da noite.
Paciente apresenta juízo preservado, sem delírios, mas podem acreditar que há um risco de vida iminente.
Geralmente não são agressivos.
Queixas comuns: dispneia, medo de morrer, dor ou aperto no peito, palpitações, cefaleias, tontura e
formigamento no corpo ou em parte dele.
Nem sempre há fatores desencadeantes – drogas, exposição fóbica, situação estressante.
Tratamento de escolha nas crises agudas são benzodiazepínicos (diazepam 10mg VO, alprazolam 1mg VO,
clonazepam 1-2mg VO).
Crise conversiva/dissociativa
Diagnóstico diferencial com quadros neurológicos motores ou cognitivos, como paralisias, anestesias,
amnésias, crises epilépticas.
Diagnóstico de exclusão, após muitos exames complementares.
Em caso de dúvida, solicitar avaliação de especialistas.
O tratamento é semelhante ao de crise de pânico.
Hipocondria
Surto psicótico
Comportamento suicida
Provocação de incêndios
Diferenciar curiosidade (acidental) de crianças que utilizam fósforo de forma compulsiva, deixando o fogo
prosseguir.
Compõe um trinômio de sintomas: enurese, crueldade com animais e provocação de incêndios (típico de um
transtorno de conduta).
Manejo:
-internar caso a ameaça seja contínua.
-evitar novos incêndios – pais não deixarem crianças sozinhas, nem sob cuidado de irmãos maiores.
Negligência
Prejuízo da condição física, mental ou emocional – por inabilidade dos pais em prover alimentação, moradia
e educação.
Manejo: ver se criança está segura, sempre acionar assistência social. Internação ou consultas de
acompanhamento. Orientar família.
Forma de abuso infantil, onde um dos genitores (normalmente a mãe) ou um cuidador, repetidamente induz
lesões ou causa doenças em uma criança, buscando então intervenção médica, com frequência no pronto
socorro.
Mães frequentemente não exibem sinais adequados de sofrimento ao ouvirem os sintomas dos filhos. Além
disso, o estereótipo é de serem profissionais de sucesso (muitas vezes encenação claramente falsa).
Pode ocorrer em qualquer sistema, mas geralmente: sangramento de um ou mais locais (TGI, sistema
urinário, respiratório), convulsões, depressão do SNC.
Doença pode ser simulada.
Desenvolvimento pré-natal
Mães muito estressadas têm uma maior tendência a dar a luz a bebês hiperativos, irritáveis e de baixo peso
ao nascer, assim como problemas para se alimentar e para dormir pelo aumento da PA do feto, aumento
do BCF e nível de atividade (epinefrina, noraepinefrina).
Uso de drogas é fator contribuinte para formação do feto:
-álcool: síndrome do alcoolismo fetal (retardo no crescimento, microftalmia, fissuras palpebrais curtas,
hipoplasia maxilar, lábio superior fino, manifestações neurológicas). Também relacionado com TDAH
(redução de dopamina no mesencéfalo).
-tabagismo: baixo peso e síndrome de morte súbita infantil.
-maconha: baixo peso ao nascer, prematuridade, e sintomas semelhantes a abstinência ao nascer (choro
excessivo, tremores, hiperêmese).
-crack: anormalidades comportamentais.
-narcóticos: abstinência ao nascer.
Primeira infância
Infância
Pré-escolar
2-6 anos.
Desenvolvimento linguístico e cognitivo: começam a se comunicar por frases, pensamento intuitivo, pré-
lógico, egocêntrico.
Comportamento emocional e social: expressam amor, infelicidade, ciúmes, inveja. Emoções facilmente
influenciadas por eventos somáticos (fome, cansaço), indícios de capacidade de colaboração e
compartilhamento. Aos 4 anos se preocupam com outras pessoas (carinho). 3 anos têm consciência do
próprio corpo e diferenciação entre os sexos. Expansibilidade, curiosidade, orgulho, timidez, ciúmes, inveja.
Sabem diferenciar certo de errado, mas aceitam regras como absolutas.
Rivalidade entre irmãos. Favoritismo agrava.
Brincadeiras: começam a fazer distinção entre realidade e fantasia, e o ato de brincar reflete o crescimento
da consciência.
Companheiros imaginários: geralmente em crianças com inteligência acima da média, e em forma de
pessoas. Aliviam solidão e ansiedade. Até 50% das crianças de 3-10 anos apresentam em algum momento.
Anos intermediários
Adolescência
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Gravidade
DI leve:
-85% dos casos.
-crianças: geralmente não identificado até 1ª-2ª série – quando aumentam demandas intelectuais.
-adolescentes: habilidades acadêmicas correspondentes ao nível de 6ª série.
-adultos: muitos conseguem viver de forma independente com suporte adequado, formando sua própria
família.
-QI médio: 50-70 – normal de 90-109.
DI moderado:
Diagnóstico (DSM-V)
Transtorno no início do período de desenvolvimento que inclui déficits funcionais, tanto intelectuais como
adaptativos, nos domínios conceitual, social e prático.
3 critérios devem ser preenchidos:
A. Déficits em função intelectual (raciocínio, solução de problemas, planejamento, pensamento abstrato,
juízo, aprendizagem pela experiência) – confirmados tanto pela avaliação clínica quanto por testes de
inteligência padronizados.
B. Déficits em funções adaptativas que resultem em fracasso para atingir padrões de desenvolvimento e
socioculturais em relação a independência pessoal e responsabilidade social. Limitam o funcionamento
em uma ou mais atividades diárias (ex: comunicação, participação social, vida independente).
C. Início dos déficits durante o período de desenvolvimento.
Deve-se especificar a gravidade atual (leve a profunda).
Utiliza-se instrumentos de avaliação e escalas para avaliação de desempenho intelectual e de função
adaptativa.
Além disso, exames clínicos e laboratoriais: análise cromossômica, testes de urina e sangue para distúrbios
metabólicos, estudo de neuroimagem, avaliação da fala e audição.
Comorbidades
Transtornos psiquiátricos:
-até 2/3 apresentam algum transtorno psiquiátrico.
-a prevalência se relaciona diretamente à gravidade da deficiência intelectual – quanto mais grave, maior o
risco.
-DI leve: transtornos de conduta e transtorno disruptivo; DI grave: espectro autista; DI profunda: transtornos
psiquiátricos menos prováveis.
-2-3% dos pacientes atendem aos critérios de esquizofrenia.
-em geral os mais comuns são: transtorno de humor, esquizofrenia, transtornos de conduta, TDAH.
Transtornos neurológicos:
-transtornos convulsivos são mais comuns.
-prevalência diretamente relacionada a gravidade.
Etiologia
Curso e prognóstico
Diagnóstico diferencial
Maus-tratos infantis graves, deficiências sensoriais (surdez, mudez), transtorno na fala expressiva e
receptiva, paralisia cerebral, distúrbios convulsivos, transtorno de espectro autista (70% dos indivíduos com
TEA têm QI <70), síndromes orgânicas específicas (alexia, agrafia, afasia).
Tratamento
Etiologia e patogênese
Fatores genéticos:
-15% das mutações são reconhecidas.
-síndrome do X frágil é a anormalidade mais comum – incapacidade intelectual, problemas motores graves e
finos, expressão facial atípica, habilidade linguística reduzida.
Biomarcadores:
-geram alteração na plasticidade sináptica.
-elevação da serotonina (ppalmente plaquetária) e do mTOR. Serotonina está relacionada ao
desenvolvimento encefálico, e suas aliterações resultam em migração neuronal atípica.
-redução do GABA.
Fatores imunológicos: incompatibilidade imunológica mãe X feto (não há consenso).
Fatores pré-natais: idade materna ou paterna avançada, hemorragia gestacional, DM gestacional.
Fatores perinatais: hipóxia, trauma, malformação congênita.
Comorbidades neurológicas
Diagnóstico e clínica
Tratamento
Síndrome de Rett
Desenvolvimento normal até 6 meses, com rápida deterioração a partir de então, com encefalopatia.
Predomina no sexo feminino.
Hiperamonemia, convulsões, EEG anormal, alterações respiratórias.
Desaceleração do crescimento craniocefálico.
Prognóstico ruim, mesmo os adultos apresentam idade mental de 1 ano.
Transtorno de Asperger
Diagnóstico
Diagnóstico diferencial
Prognóstico
Tratamento
PSIQUIATRIA GERIÁTRICA
Exame psiquiátrico
História psiquiátrica:
-história da infância e adolescência.
-investigar sobre amigos, esporte, lazer, atividades sociais e trabalho.
-avaliar situação social: relação com os filhos, quem cuida do paciente, história financeira.
-história conjugal: descrição do cônjuge, características do relacionamento. Explorar luto. Maior risco
psiquiátrico se morte foi no último ano.
Exame do estado mental:
-descrição geral, movimentos, fala, lacrimejamento, choro.
-avaliação funcional: pacientes com mais de 65 anos avaliados sobre capacidade de independência.
-humor, sentimento, afeto: avaliar pensamento suicida (solidão, inutilidade, impotência, falta de esperança).
Humor eufórico ou expansivo pode indicar episódio maníaco ou transtorno demencial. Paciente com
embotamento pode indicar depressão, esquizofrenia ou disfunção cerebral.
-perturbações perceptuais: alucinações/ilusões, confusão (aponta para organicidade). Agnosia também
aponta para doenças cerebrais orgânicas – anosognosia (negação da doença), autopgonsia (negação de uma
parte do corpo), agnosia visual (não reconhece objetos), prosopagnosia (incapacidade de reconhecer rostos).
-expressão da linguagem: afasia (orgânica – Broca, Wernicke), apraxia ideomotora (não consegue
demonstrar o uso de objetos simples, como um chave ou um fósforo).
-funcionamento visuoespacial: algum declínio é normal com idade. Pedir para paciente copiar figuras, ou um
desenho.
Transtornos demenciais
Esquizofrenia
Em geral começa no final da adolescência ou idade adulta jovem, persistindo por toda a vida.
Psicopatologia se torna menos acentuada a medida que o paciente envelhece, sendo que o início após 65
anos são raros.
É mais comum em mulheres.
Boa resposta aos antipsicóticos, sendo que dosagens menores que as habituais geralmente são suficientes.
Transtorno delirante
Geralmente início entre 40-55 anos, mas pode ocorrer em qualquer época geriátrica.
Delírios de diversas formas, mas as mais comuns são as persecutórias (pacientes acreditam que estão sendo
perseguidos, vigiados, envenenados, assediados).
Podem se tornar violentos com os seus supostos perseguidores.
Prognóstico é de regular a bom, com melhores resultados com associação psicoterapia + farmacoterapia.
Transtorno de ansiedade
Distúrbios do sono
Risco de suicídio
Perda do cônjuge
PSICOTERAPIA NA GERIATRIA
Freud acreditava que pessoas com mais de 50 anos não seriam adequadas para psicanálise, pois seus
processos mentais carecem de plasticidade. Atualmente discorda-se dessa afirmação.
Psicoterapia orientada para insight traz benefícios.
Problemas: necessidade de se adaptar a perdas, assumir novos papeis e aceitar a mortalidade.
Ajuda a aliviar as tensões, ajuda também a trabalharem e se divertir.
Melhora nos sintomas físicos e mentais dos pacientes com cognição prejudicada.
Psicologia na gravidez
Comportamento sexual
Algumas apresentam aumento de desejo sexual (vasocongestão pélvica – estado mais sensível).
Algumas são mais receptivas – pois não apresentam mais medo de ficarem grávidas.
Algumas não apresentam desejo – elevação de estrogênio, ou sentimento de não ser mais atraente. Algumas
podem apresentar também desconforto físico, ou uma associação entre maternidade com assexualidade.
Homens podem ver mulher grávida como objeto sagrado que não deve ser machucado pelo ato sexual.
Parto
Lactação
Morte perinatal
Baby blues
Perturbação transitória de humor caracterizada por labilidade emocional, tristeza, disforia, confusão
subjetiva e choro.
Ocorre devido às rápidas mudanças nos níveis hormonais, ao estresse do parto e ao aumento de
responsabilidade relacionado à maternidade.
Não é necessário tratamento profissional, apenas orientação e apoio à paciente.
Se os sintomas persistirem por mais de 2 semanas, realizar avaliação para depressão pós-parto.
Depressão pós-parto
Psicose puerperal