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O tema sobre o qual me irei debruçar trata-se de um tema que encontrei recorrentemente na
historiografia mais recente, especialmente a de língua inglesa e também francesa, que é a
questão do corpo-alma e o seu consequente dualismo, que influenciou grandemente o
pensamento teológico desde a sua génese clássica helenística, no qual a fé cristã veio a
apropriar-se dos mesmos conceitos filosóficos para explicar a própria dogmática cristã.
Segundo Le Goff, as sociedades da Idade Média guiavam-se por oposições binárias, e apesar
da doutrina maniqueísta ter sido rejeitada, era no entanto, visivelmente praticada devido ao
facto de servir à própria didáctica medievalista que tinha como principal objectivo a tendência
para a salvação da alma do Homem.
Estado da Arte
As várias propostas que analisei na minha pesquisa apontam para uma variedade de posições
que em grande medida convergem para uma prática diferente da dogmática quanto á percepção
do corpo e da alma na Idade Média, pois apesar de os teólogos medievais como Sto. Agostinho
e São Tomás de Aquino apontarem para a unidade da alma e do corpo devido ao milagre da
Eucaristia e a crença na russureição do corpo no dia do Juízo Final, no entanto, e isso também
é claro na bibliografia que pesquisei é que os seres humanos na Idade Média tinham uma
percepção diferente sobre a sua própria constituição material, não só devido a uma
Objectivos
O que pretendo com esta dissertação e poder demonstrar que através da percepção de um
pensamento dualístico na Idade Média que se perfilhou como é exemplo os Cátaros permitiu a
existência de uma linha de pensamento teológico no debate intelectual medieval, que fez com
que o Critianismo se actualizasse no séc. XIII, principalmente com a visão da unidade da alma
por São Tomás de Aquino, de certa forma atacando o pensamento dualístico ascético e de
condenação do corpo do séc. XII.
No entanto, esta actualização sobre a unidade provocou por outro lado a conflitualidade de
conceitos como o corpo e a carne, e a alma e o espírito, apoiando-me em artigos de autores
como Alain Boreau e de um artigo de uma autora norte-americana, Nancy Caciola que postula
que a existência de uma possessão espírita divina ou demónica, obrigava à materialização de
conceitos que hoje em dia pensamos como abstractos, já Alain Boreau aponta a uma
sacralização do corpo na Idade Média contrastando com a impureza da carne pelo pensamento
teológico cristão medieval, o corpo estava portanto preso à perfeição da alma, enquanto que a
carne era a organicidade material que era susceptível a variações naturais, como a decadência
e a putrefacção.
Metodologia