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Muitas vezes, também incluídas nas atividades dos

CONHECIMENTOS supervisores rondantes, poderão estar responsabilidades sobre


entrega de documentações, fechamento de pontos dos
vigilantes, substituição de vigilantes, etc. Da mesma forma, como
ESPECÍFICOS na ronda dos vigilantes, o ponto de partida para a implantação de
um sistema de rondas, para a supervisão, é a definição dos
trajetos a serem percorridos pelos supervisores. Em seguida,
1) RONDA DE INSPEÇÃO
devem ser distribuídos os postos que ele deve visitar dentro de
seu período de trabalho, após então, a definição dos eventos a
Ronda dos Vigilantes.
serem monitorados nos postos de trabalho e finalmente os
Em muitas instalações físicas, em decorrência do
procedimentos operacionais para suas atividades.
tamanho da área a ser protegida, e/ou por razões de
Muitas vezes nesta função, o supervisor usa uma lista
especificações nas atividades de segurança, é necessário que o
com eventos padrões a serem inspecionados (checklist),
vigilante saia circulando pela área, fazendo inspeções e
facilitando e padronizando suas atividades. Em instalações
averiguações, com objetivos de manutenção do grau de
físicas com áreas muito extensas, poderá existir também a
segurança, determinado no plano de segurança. Esta atividade é
atividade de supervisor interno, cuja função é a verificação e
denominada de ronda da vigilância.
acompanhamento dos trabalhos dos vigilantes e demais
O conceito da ronda está baseado na capacidade que
profissionais de segurança (ex. atendentes, porteiros, etc.) em
os recursos humanos têm de poderem se movimentar, e
seus postos de serviço, dando lhes suporte e orientação.
constitui-se uma atividade operacional, pela qual os vigilantes da
Também nesta função, o supervisor interno nas suas tarefa de
segurança patrimonial, circulam pelas áreas e instalações físicas,
ronda pelos postos, deverá verificar, durante sua ronda,
numa rotina de fiscalização e de inspeções periódicas. Uma vez
situações de anormalidade e não conformidades.
definida a utilização do sistema de ronda dos vigilantes, o ponto
de partida para a implantação desse sistema, é a definição dos Controle Eletrônico de Rondas.
trajetos a serem percorridos pelos vigilantes.
Na seção anterior foram definidas as atividades de
Em seguida, devem ser distribuídos os pontos de
ronda, agora se faz necessária a apresentação do sistema de
controle para a fiscalização e inspeção, após então devem ser
proteção conhecido como “bastão de ronda”.
definidos os eventos a serem monitorados durante o percurso e
O bastão de ronda é um sistema de proteção,
nos pontos de controle. Finalmente, o homem de segurança
extremamente robusto, utilizado pelos vigilantes e supervisores,
deverá tomar conhecimento dos procedimentos operacionais
para o controle eletrônico da execução de suas tarefas de ronda.
estabelecidos a serem seguidos, nas suas rotinas de
Do ponto de vista técnico, o bastão de rondas é um coletor
averiguações e inspeções no percurso de ronda (ex. o que fazer
eletrônico de dados, com a função específica de registrar os
quando se deparar com uma situação anômala).
dados das atividades de rondas.
Nos pontos estabelecidos para a passagem dos
No passado (às vezes ainda hoje encontrados em
vigilantes e realização das verificações e inspeções, ao longo
operação), eram utilizados para o controle das rondas os
dos percursos de ronda, além de marcar presença e observar, os
“relógios de vigia”.
vigilantes devem colher informações sobre eventos anormais,
Artefatos mecânicos, acionados através de chaves
eventos suspeitos e em desconformidades com os padrões de
posicionadas nos locais de checagem. Com o passar do tempo,
funcionamento dos locais.
os sistemas mecânicos, foram substituídos pelos sistemas
Podem também, ao longo dos trajetos, dar apoio
eletrônicos (bastões de ronda), que permitem um maior nível de
operacional e logístico aos postos fixos e eventualmente, fazer
controle, mais agilidade, com um mínimo de risco de fraudes, e
parte de uma força de reação, quando acionados, para ações de
principalmente, trazendo esta atividade para a era da informática.
intervenção da segurança. Geralmente, nas especificações para
Para a implantação do controle eletrônico de ronda, ao
a contratação de serviços de vigilância, utilizando as atividades
longo do trajeto da ronda, devem ser definidos pontos de
de ronda para os homens de segurança, a referência será: posto
checagem/controle, onde são afixados os “botões” (buttons/chips
de vigilância com ronda, 12 h, 24 h, noturno, diurno, etc.
– Fig. 2) nos quais o vigilante deverá fazer contato com o bastão
A implantação de postos de vigilância com ronda,
toda vez que passar pelo ponto. Ao encostar o bastão no button,
permite com que o vigilante aumente a abrangência de sua
será gravada a identificação (número de série), juntamente com
atuação, garantindo assim a segurança de uma maior área nas
o registro de data e hora.
instalações físicas a qual ele esta alocado para proteger. Em
O “Button” é um circuito eletrônico (chip), com um
contrapartida, para o contratante dos serviços, poderá significar
número de série único gravado a laser e encapsulado num
racionalização dos recursos de segurança, com eventuais
invólucro de aço inox. Além da alta resistência mecânica, ele não
economias financeiras, muitas vezes permitindo que, com um
necessita de alimentação elétrica, podendo ser instalado em
número reduzido de homens, seja garantido um nível satisfatório
qualquer ambiente, incluindo os ambientes hostis, com poeira,
de segurança.
chuva, lama, campos eletromagnéticos, etc.
Com a operação de contato bastão/button, serão
Ronda dos Supervisores.
registradas a passagem do vigilante pelo local, a hora em que ele
Outra modalidade de aplicação das atividades de ronda,
esteve lá e, por meio de uma cartela com eventos programados ,
bastante encontrada nos serviços de vigilância, é a exercida pela
poderá registrar ocorrências associadas a esses locais.
supervisão. Os homens de segurança, com a função de
Com a transferência dos dados do bastão para um
supervisão, circulam pelos postos de serviço, inspecionando a
computador, através de uma interface conectada a ele, e com a
regularidade das atividades exercidas por seus subordinados.
emissão dos relatórios sobre as rondas, o sistema de ronda
Nesta função, o supervisor rodante, além de checar as
permitirá à supervisão acompanhar e demonstrar quando e onde
condições de segurança dos postos e o desempenho dos
o vigilante esteve em cada momento no cumprimento de suas
vigilantes nos locais, poderá fazer contato com o cliente,
atribuições e quais eventos foram registrados; traduzindo-se,
anotando suas reivindicações, reclamações sobre não
assim, tal sistema numa ferramenta poderosa para o aumento da
conformidades, ocorrências nos postos, etc., fazendo assim o elo
qualidade do serviço e da segurança do local.
entre a “linha de frente operacional”, isto é, as atividades dos
Nos relatórios emitidos pelo sistema são contabilizados
vigilantes nos postos, e a gerencia da empresa.
os pontos pelos quais o rodante passa, incluindo datas e
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horários, período em que algumas funções são executadas, e a vigilantes, como por exemplo: relógio-vigia, bastão eletrônico,
frequência de determinado evento. Do mesmo modo, é sensores de presença, terminais eletrônicos etc., tudo com o
registrado o número específico de rondas conduzidas em cada objetivo de mostrar à supervisão como transcorreu o serviço de
trajeto, quem as fez, a posição de cada ponto de ronda e o rondas realizado pelo vigilante. Dentre os equipamentos que o
horário em que o vigilante/rondante passou no ponto de controle. vigilante utiliza nas rondas podemos citar: revólver cal. 32 ou 38,
Tais relatórios, com os dados registrados, podem ser totalizados cassetete de madeira ou borracha, algemas, lanterna, rádio
e analisados, em base semanal, e consolidados ao final de cada transceptor portátil, equipamento de controle de rondas e colete
mês, formando, assim, uma base estatística ao longo do tempo. a prova de balas.

Instruções Práticas Sobre Um Sistema de Controle 2) VIGILÂNCIA.


de Rondas. Conceito de Vigilância: A vigilância patrimonial é uma
Para a melhor compreensão do sistema de controle atividade autorizada, controlada e fiscalizada pelo Departamento
eletrônico de rondas, a seguir estaremos apresentando um de Polícia Federal, desenvolvida por pessoas capacitadas
desenho (diagrama de blocos) com a sequência de tarefas que através de Cursos de Formação de Vigilantes, vinculadas às
deverão ser executadas para sua implantação. Uma vez definida Empresas autorizadas, com o fim de exercer preventivamente a
a utilização do sistema de ronda dos vigilantes, o ponto de proteção do patrimônio e das pessoas que se encontram nos
partida para a implantação desse sistema, é a definição dos limites do imóvel vigiado, podendo ser em estabelecimentos
trajetos a serem percorridos pelos vigilantes. Em seguida, devem urbanos ou rurais; públicos ou privados.
ser distribuídos os pontos de controle para a fiscalização e Outra definição de Vigilância: É uma sensação na qual
inspeção, após então devem ser definidos os eventos a serem a pessoa ou empresa emprega recursos humanos capacitados
monitorados durante o percurso e nos pontos de controle. agregando a isso o uso de equipamentos específicos e
Finalmente, o homem de segurança deverá tomar conhecimento estabelecendo normas e procedimentos a fim de produzir um
dos procedimentos operacionais estabelecidos a serem ESTADO DE AUSÊNCIA DE RISCO.
seguidos, nas suas rotinas de averiguações e inspeções no Cabe salientar que nos termos do artigo 13 da Portaria
percurso de ronda (ex. o que fazer quando se deparar com uma 387/06, do DPF (Departamento de Polícia Federal) a atividade de
situação anômala). vigilância patrimonial somente poderá ser exercida dentro dos
limites dos imóveis vigiados, portanto das barreiras perimetrais
Funções do Vigilante na Rondas: para o interior do estabelecimento.
As rondas são serviços móveis de fiscalização e Perfil do Vigilante: O vigilante é a pessoa capacitada a
vigilância que tem por finalidade cobrir os espaços vazios zelar pela ordem nos limites do seu local de trabalho, visando à
existentes entre pontos fixos de segurança. São diligências que o satisfação do usuário final do seu serviço. Dentro das normas
vigilante realiza para verificar irregularidades. Ao lado do controle aplicadas sobre segurança privada, temos que o vigilante deve
de acesso, a ronda é um dos serviços mais importantes exercer suas atividades com urbanidade (civilidade, cortesia,
realizados pelo profissional de segurança na vigilância boas relações públicas), probidade (honestidade) e denodo
patrimonial, pois é a atividade que permitirá ao vigilante o efetivo (coragem, bravura, mostrando seu valor).
controle das instalações em geral, bem como da observância da As próprias exigências estabelecidas pelo órgão
circulação interna de pessoas, veículos e materiais. controlador da segurança privada nos revelam que o vigilante
Visando não receber o posto sem saber a normalidade deve ser pessoa de conduta reta, sendo, portanto, pessoa de
local, o vigilante deverá realizar sua primeira ronda antes da confiança.
assunção do serviço e, se possível, em companhia daquele que Além do aspecto moral, no que tange à conduta de
estiver passando o posto. Considerando que nos termos do retidão, o vigilante é uma pessoa que deve estar o tempo todo
artigo 13 da Portaria 387/06 do DPF a vigilância patrimonial é alerta a tudo e a todos, tendo total controle da situação local,
exercida nos limites do imóvel vigiado, as rondas podem ser através da própria inspeção visual em todo perímetro de
divididas em Internas e Periféricas, não podendo, por segurança, como forma primordial de prevenção e
determinação do órgão controlador, ser externa. Rondas demonstração de controle.
Internas: São aquelas realizadas no interior das instalações, nos A atuação do vigilante é de caráter preventivo, de
setores desativados por ocasião do encerramento expediente. modo a inibir, dificultar e impedir qualquer ação delituosa,
Rondas Periféricas: São aquelas realizadas no espaço mostrando-se dinâmico nas suas atitudes. Outro aspecto
compreendido entre a área construída e as barreiras perimetrais. importante do perfil do vigilante é o conhecimento técnico de
Por ser a ronda uma diligência para se verificar irregularidades, o sua área de atuação, que se observa pelo vasto conteúdo
vigilante deve ser crítico e observador ao realizá-la, procurando programático do seu curso de formação, que envolve assuntos
envidar esforços para solucionar as irregularidades constatadas. gerais como a própria segurança, como também temas
Não sendo possível, deve anotar no livro de ocorrências de específicos, como primeiros socorros, prevenção e combate a
serviço e comunicar a quem de direito, para que sejam adotadas incêndios, legislação aplicada, relações humanas no trabalho,
as providências pertinentes. Portanto, tudo deve ser alvo de entre outras.
observação, como por exemplo, pessoas circulando
internamente aparentando estarem perdidas e desorientadas, Conceito de Área de Guarda:
pessoas circulando após o término do expediente, A área de guarda sob a responsabilidade do vigilante
reconhecimento das pessoas que circulam internamente pelo envolve todo o imóvel vigiado, tendo pontos fixos, como, por
crachá, abordagem de pessoas com comportamento suspeito, exemplo, controles de acessos e demais áreas cobertas
fiscalização das instalações físicas em geral, verificação dos através de serviço móvel de fiscalização e vigilância, com total
veículos estacionados, observação de pontos vulneráveis no controle das instalações físicas.
perímetro de segurança, observação de presença de veículos e
pessoas em atitude suspeita pelas imediações etc. Uma das Integridade Patrimonial e das Pessoas:
formas mais eficientes para se fazer uma ronda sem esquecer A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu
qualquer detalhe é o chamado check-list (uma lista com todos os artigo 144 que: A segurança pública, dever do Estado, direito e
itens que o vigilante deverá observar ao fazer a ronda). Isso evita responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da
que se esqueça de fiscalizar algum ponto. Normalmente as ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
empresas utilizam equipamentos de controle das rondas dos patrimônio...
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Seguindo o mandamento constitucional e, O vigilante não deve fornecer, qualquer que seja a
considerando que a segurança privada é complemento da necessidade, o telefone dos Funcionários e/ou Gerente da
segurança pública, conclui-se facilmente que as atividades do agência bancária, sem prévia autorização. Informar a gerência
vigilante patrimonial voltam-se para a proteção da integridade local caso ocorra tal situação. Antes de assumir o serviço, o
do patrimônio e das pessoas, nos locais em que os órgãos de vigilante deve fazer testes para verificar o funcionamento dos
segurança pública não se fazem permanentemente presentes, equipamentos de segurança: sistema de alarmes, portas
pois tais órgãos não visam ao interesse pessoal e particular e giratórias, rádio transmissor e/ou outros meios de comunicação,
sim ao interesse público. bem como verificar cestos de lixo, sanitários, janelas, portas,
Nesse sentido, a atuação preventiva do vigilante portões e estacionamentos.
patrimonial, nos limites do imóvel vigiado tem por finalidade a O vigilante deverá manter a atenção redobrada no
garantia da segurança das instalações físicas e de dignitários momento de entrega e retirada de numerários pelo carro forte,
(pessoas que se encontram no interior do imóvel no qual o procurando observar as áreas interna e externa do banco, para
vigilante exerce a atividade preventiva de segurança, controle e checagem da segurança. Caso haja qualquer situação suspeita,
proteção). deve sinalizar para os seguranças do carro forte.

Vigilância em Geral: PORTA GIRATÓRIA DE SEGURANÇA


O vigilante patrimonial é profissional capacitado, Trata-se de equipamento que deve ser implantado em
registrado no Departamento de Polícia Federal e autorizado a dependências consideradas de alto risco, muito usada em
exercer a vigilância patrimonial, desde que vinculado a uma estabelecimentos financeiros. Possui efeito técnico e
empresa autorizada, em qualquer estabelecimento, seja da psicológico que inibe e previne ações criminosas contra a área
iniciativa privada (instituições financeiras, empresas, shopping- a ser guarnecida e diminui o grau de vulnerabilidade dessa
centers, hospitais, escolas etc.), seja da Administração Pública área.
Direta (órgãos federais, estaduais, municipais ou distritais) ou Descrição
Indireta (autarquias, empresas públicas, empresas de economia O equipamento é constituído de: - porta giratória;
mista e fundações). Nestas últimas, empregam-se vigilantes - detector eletrônico de metais;
contratados por empresas especializadas em segurança, que - sistema de travamento automático;
forem vencedoras em procedimento licitatório e celebrarem o - comando manual de controle remoto;
contrato de prestação de serviços de segurança. - interfone (vigilante x cliente) opcional;
Em todos esses locais em que o vigilante atua, seu - passa-malote opcional.
objetivo deve estar voltado à garantia da ordem interna, à
preservação da integridade patrimonial, à proteção da Histórico
integridade pessoal, à constatação de irregularidades com as A porta de segurança é um equipamento que permite a
correspondentes providências e a satisfação do usuário final. entrada de uma pessoa por vez no recinto de uma agência
bancária, direcionando o fluxo de pessoas para o processo de
Vigilância em Bancos: atendimento (bateria de caixas e serviços bancários).
Por força da Lei 7.102/83, as instituições financeiras De forma simplificada, ela conta com dispositivos
são obrigadas a possuir sistema de segurança com pessoas eletrônicos semelhantes a um radar, que detecta metais a partir
adequadamente preparadas, denominadas vigilantes. Logo, de um determinado volume.
não se trata de uma faculdade e sim de uma obrigação a que A porta de segurança normalmente utilizada é
todos os estabelecimentos financeiros devem se submeter, constituída de uma armação, com 3 ou 4 folhas de porta(tipo
mantendo vigilância ininterrupta durante seu horário de carrossel), e de dois pórticos detectores de metais, ajustados
funcionamento. para detectar a massa metálica correspondente a das menores
Por se referir a local em que há guarda de valores e armas de fogo industrializadas (revolver calibre 22 e pistola
movimentação de numerários, é inegável que se trata de um 6.35mm).
ponto visado pelos criminosos e que exige do vigilante atuação A porta deve ficar instalada nas vias de acesso à
atenta para garantir a prevenção e, por conseguinte, a proteção agência. Se uma pessoa portar uma quantidade X de metal,
das pessoas e do patrimônio. automaticamente os pinos de proteção se travarão, impedindo
Na vigilância dos estabelecimentos financeiros o a entrada da pessoa no recinto bancário.
vigilante deve sempre procurar posicionar-se em pontos Torne-se importante alertar que a pessoa não fica
estratégicos, o que lhe permitirá maior ângulo de visão, de detida entre as portas, podendo retornar e sair, conforme sua
modo que sua retaguarda esteja sempre protegida, impedindo vontade. Isto quer dizer que a porta “não prende a pessoa
dessa forma que seja alvo de criminosos que sempre se valem quando trava”. Hoje em dia, com a tecnologia em constante
do fator surpresa. desenvolvimento, pode-se encontrar muitos tipos de portas de
Os deslocamentos para fazer a rendição do ponto segurança, com os mais sofisticados recursos técnicos, a fim
estratégico (cabines ou similares) devem ser feitos em de inibir ações criminosas. Nos grandes centros, é difícil
momento oportuno, sem seguir rotinas, procurando a ocasião encontrar uma agência bancária ou estabelecimentos
de menor movimento na agência, deslocando-se com as costas creditícios que não possuam algum tipo de porta de segurança
protegidas, o coldre aberto e mão na arma, a arma no coldre e instalado e protegendo seu patrimônio.
o dedo fora do gatilho.
No ato da rendição, primeiro entra o vigilante que está Recursos Humanos e Normas de Conduta para
substituindo para depois sair o vigilante que foi rendido. Ao Utilização de Equipamentos
entrar na cabine, fazer de modo que o coldre fique à frente do Aqui estão as normas mais comuns que devem ser
corpo e o vigilante entre olhando para o público e com as seguidas pelo vigilante que esteja atuando junto a porta
costas protegidas. giratória de segurança, também conhecida como “porta panda”:
A vigilância constante e a observação em todo 1. O vigilante deverá permanecer posicionado em
perímetro de segurança, com atenta inspeção visual, local que será demarcado pelo Departamento de Segurança,
principalmente na entrada da agência são fatores inibidores e onde existirão acionadores de alarmes;
que fatalmente irá desencorajar o criminoso. 2. Quando houver o travamento da porta, o vigilante
deverá deslocar-se para perto da mesma e perguntar à pessoa
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se esta está portando algum objeto metálico; em caso reconhecida pelo uso de uniforme. Por se tratar de local aberto
afirmativo, deverá pedir para ver o objeto (toca-fitas, molhos de ao público e com grande circulação de pessoas, o vigilante
chaves, guarda-chuvas, etc.); deve ficar atento ao comportamento e atitude das pessoas,
3. Após a verificação do objeto metálico, deve solicitar agindo com muita discrição, de modo a fazer segurança sem
à pessoa que entregue tal objeto e novamente passe pelo constranger aqueles que buscam nos shoppings um passeio
detector de metais; em um ambiente seguro e protegido.
4. Se o detector não acusar nenhum outro objeto O vigilante não deve considerar seu trabalho como um
metálico, devolver à pessoa o objeto que lhe foi entregue lazer, simplesmente por estar em um shopping. Seu
anteriormente; comportamento deve ser o mais responsável possível,
5. Se o detector acusar a presença de outro objeto estabelecendo um meio de comunicação com os lojistas em
metálico, indagar se a pessoa ainda possui algo de metal. situações de anormalidades e/ou pessoas com comportamento
Proceder, então, conforme itens 1 e 2 acima; suspeito.
6. Quando a pessoa que causou o travamento tratar- Todos que ali se encontram contam com a proteção
se de mulher ou senhoras idosas, o vigilante deverá proceder que se inicia com a entrada no estacionamento e se prolonga
conforme o item 2 e solicitar a abertura de bolsa ou sacola a fim pelos corredores, lojas, praça de alimentação, playland e caixas
de fazer uma rápida (porém eficiente) revista visual. Todo eletrônicos, que por ser considerado um ambiente seguro e
trabalho deve ser feito com educação exemplar, ponderação e movimentado, são constantemente visitados da abertura ao
palavras amenas; fechamento dos shoppings.
7. quando o travamento ocorrer com pessoas que
possuam arma de fogo, avisando o vigilante a respeito dessa LOCAIS CRÍTICOS PARA A SEGURANÇA:
condição e apresentando registro e porte de arma, o vigilante
deverá perguntar se é cliente daquela agência e somente • Flancos dos estacionamentos;
liberar a porta após autorização da gerência. Caso a pessoa • Galerias técnicas;
não receba autorização, impedir a entrada e solicitar que • Escadas de emergência;
retorne sem a arma; • Docas de cargas e descargas;
8. quando o travamento ocorrer e a pessoa tratar-se • Joalherias;
de policial civil ou militar, solicitar a identidade funcional, • Bancos e caixas eletrônicos;
observando bem a fotografia e a data de validade. Vale • Casas de Armas;
acrescentar que existem no mercado “carteiras porta funcional”, • Casas de câmbio;
que não são documentos e podem ser adquiridas por pessoas • Caixas d’ águas;
alheias à função. Em caso de confirmar a presença de policial, • Casas de bombas/Máquinas.
após a identificação, liberar a porta;
9. quando tratar-se de policial militar fardado, proceder Vigilância em Hospitais:
conforme item 8. Vale lembrar que vários estabelecimentos Outra instituição que utiliza o serviço de vigilância
bancários já sofreram assaltos em que o meliante trajava patrimonial para proteger o patrimônio e pessoas são os
uniforme completo da Policia Militar ou coletes de uso Hospitais. Nestes locais, os principais delitos são furtos de
costumeiro pela Policia Civil. medicamentos, sequestro e troca de recém-nascidos,
assassinatos e sequestro de criminosos internados. O vigilante
REGRAS BÁSICAS PARA O VIGILANTE empregado neste local de trabalho deve estar atento a todos
a) Os funcionários e vigilantes não tem autorização os movimentos internos, em especial nas dependências em
para guardar ou manter-se de posse de armas de clientes, que o acesso seja restrito a determinadas pessoas e horários
visitantes, policiais, etc. pré- estabelecidos pela Direção.
b) jamais, em hipótese alguma, deverá o vigilante O equilíbrio emocional é de fundamental importância,
acionar a abertura da porta (após travada), sem a devida pois se trata de local onde as pessoas constantemente entram
identificação descrita anteriormente. em desespero e, por vezes, demonstrando real insatisfação em
c) o revezamento no horário de almoço deverá ser relação ao atendimento dos médicos e seus auxiliares, sendo,
criterioso, de modo que as cautelas sejam redobradas. Grande portanto, propício ao conflito e desgaste psíquico.
índice de assaltos ocorre nesse período. A portaria é o local de acesso ao público em geral,
d) esclarecer, de forma educada e objetiva, a clientes devendo o vigilante ficar atento às vias de acesso para a parte
e visitantes, sobre o porquê do eventual bloqueio da porta. interna das instalações que são restritas a funcionários e
e) conscientizar-se de que a porta giratória, com pessoas autorizadas.
detector de metais, é um sistema preventivo de extrema Outro momento crítico é o horário das visitas, em que
importância. a atenção deve ser redobrada, pois os grupos criminosos que
f) vigie, discreta e atentamente, todas as pessoas com praticam delitos em hospitais são estrategistas e na maioria
atitudes suspeitas no recinto e nas proximidades. das vezes se passam por enfermeiros, médicos, funcionários
g) esteja sempre pronto para garantir o acionamento de empresas prestadoras de serviços etc.
do sistema de alarmes. Como em todos os locais de vigilância, a instalação
h) proteger sempre o armamento individual, de medidas de segurança é de fundamental importância para
principalmente ao abordar pessoas retidas na porta. prevenir as ações criminosas, como por exemplo: Circuito
Fechado de TV, em todos os pontos possíveis, inclusive nos
Vigilância em Shopping-Centers: berçários; pulseiras com código de barras pelos pacientes;
Os shoppings são as principais opções de passeio, controle de visitantes através de identificação e biometria (íris,
compras, diversões infantis, alimentação, e uso de caixas impressões digitais), com o devido registro de dados; câmeras
eletrônicos dos grandes centros urbanos, justamente por ser nas farmácias, com monitoramento e acesso controlado
considerado um lugar de eletronicamente através de senhas pessoais, etc.
maior circulação de pessoas e que possui segurança.
A atuação do vigilante patrimonial nos shoppings, como em LOCAIS CRÍTICOS PARA A SEGURANÇA:
todo e qualquer estabelecimento, tem caráter preventivo de • Quadro de disjuntores;
modo a coibir ações criminosas pela sua própria presença • Sistema de refrigeração;
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• Casa de máquina de elevadores; • Instalação de circuito fechado de TV, com sala de
• Reservatório de água; monitoramento 24 horas por dia;
• Gasometria; • Palestras aos funcionários buscando a
• Central de processamento de dados; conscientização de todos, como colaboradores da
• Central telefônica; funcionalidade do sistema de segurança.
• Armazenamento e tratamento de Resíduos;
• Heliponto; Vigilância em prédios:
• Central de Segurança; Outros locais de atuação da segurança privada são os
• Sala de Geradores; limites dos prédios residenciais e comerciais. Um dos grandes
• Berçário focos dos criminosos têm sido os condomínios residenciais em
• Farmácia razão da real carência de medidas de segurança aliado ao fato
• Pediatria da displicência dos moradores.
• Pronto Socorro Para melhor abordarmos este assunto dividiremos
• Centro Cirúrgico e/ou Obstétrico este tópico em vigilância em prédios residenciais e comerciais.

Vigilância em escolas: Vigilância em Prédios Residenciais:


A vigilância em estabelecimentos de ensino é a que A atuação do vigilante em um prédio residencial visa
requer o melhor preparo, pois nestes locais o profissional de em primeiro plano a segurança e tranquilidade dos moradores.
segurança é mais que um vigilante. É um auxiliar direto dos A casa é o asilo inviolável protegido pela Constituição Federal
educadores. Sua postura, seu comportamento maduro, suas e faz parte da vida privada de cada pessoa, de modo que o
atitudes coerentes e discretas permitirão o sucesso no ingresso ou a permanência sem consentimento de quem de
relacionamento com os alunos, pois qualquer tipo de liberdade direito configura crime de invasão de domicílio. Contra a
ou brincadeira pode comprometer a boa imagem de toda a vontade de quem de direito o acesso somente poderá ocorrer
equipe de segurança. em caso de flagrante delito ou desastre, para prestar socorro
O controle de acesso e as rondas permanentes é que ou, durante o dia, com ordem judicial.
garantirão a segurança e irão impedir a prática de atos ilegais. A utilização de barreiras perimetrais, circuito fechado
O acesso deve ser restrito aos alunos matriculados, de TV, sistema de alarmes, clausuras tanto na entrada de
funcionários, membros do corpo docente e pessoas veículos como na de pessoas, instalação de portinholas
devidamente autorizadas. (passagens de objetos), treinamento permanente do vigilante e
A utilização de medidas de segurança, como por conscientização dos moradores são os melhores recursos para
exemplo, catracas eletrônicas, circuito fechado de TV, uso de garantir a segurança nos prédios residenciais.
uniforme pelos alunos e vigilantes controlando acesso e Visando complementar a atividade de segurança, é
realizando rondas permanentes, são as melhores maneiras de indispensável à realização de rondas para constatar quaisquer
evitar qualquer ocorrência no estabelecimento de ensino. Os irregularidades e adotar as correspondentes providências.
problemas nos estabelecimentos de ensino não são apenas
internos, portanto, o vigilante deve ficar atento quanto à Vigilância em Prédios Comerciais:
presença de pessoas estranhas nas imediações da escola, Nos prédios comerciais a atuação do vigilante visa a
pois ocorrências de tráfico de entorpecentes são bastante proteção e segurança dos funcionários, visitantes, clientes e
comuns nestes locais, onde traficantes se aproveitam da pouca das instalações físicas. Neste caso, o sistema de segurança
experiência e imaturidade dos jovens, para “vender” drogas. deve ser planejado de acordo com as peculiaridades locais, de
Caso perceba tal ação, o vigilante deve relatar o fato modo que os principais pontos de segurança sejam os
ao Diretor da escola a fim de que sejam adotadas providências controles de acessos de pessoas e veículos. O uso de
junto à Secretaria de Segurança Pública. tecnologias modernas (circuito fechado de TV, botão de
pânico; catracas eletrônicas, controles de acesso pela
Vigilância na Indústria: biometria, clausuras etc.) tem sido os principais recursos
A atuação do vigilante patrimonial nas indústrias é utilizados para garantir a segurança destes locais.
importantíssima para impedir, desde pequenos furtos O acesso restrito e controlado com emprego de
praticados até mesmo por funcionários, a espionagens tecnologias modernas, utilização de manobristas para evitar a
industriais, sabotagens e invasões por quadrilhas ou bandos. entrada de visitantes por pontos em que não seja o de acesso
O controle do acesso de pessoas, veículos e de pessoas, normas internas e rondas constantes garantirão a
materiais, juntamente com um efetivo e permanente serviço prevenção nos prédios comerciais.
móvel de fiscalização e vigilância (rondas), são as principais
medidas para inibir a ação criminosa. 3) FISCALIZAÇÃO EM GERAL

As medidas de segurança para uma indústria são: Medidas de Segurança:


• Na entrada de veículos instalar clausuras (espaços São medidas necessárias para garantir a
entre dois portões); funcionalidade do sistema preventivo de segurança.
• Revistar todos os veículos que forem adentrar ao Constituem verdadeiros obstáculos, quer seja por barreiras e
pátio interno, após ser analisada a real necessidade de equipamentos, quer seja pela ação humana, para inibir,
acesso; dificultar e impedir qualquer ação criminosa.
• Controle de acesso com base na biometria • Medidas Estáticas: São barreiras e equipamentos
(impressões digitais, íris etc.); utilizados no sistema de segurança que visam inibir e impedir
• Revista moderada de funcionários de acordo com a ações criminosas, bem como garantir maior eficiência da
legislação vigente; atividade de vigilância patrimonial. Ex: Barreiras perimetrais,
• Banco de dados de funcionários; circuito fechado de TV, sistemas de alarmes, portas giratórias
• Investigação social de candidatos às vagas da detectores de metais, catracas eletrônicas, portinholas
indústria; (passagem de objetos), clausuras (espaço entre dois portões,
• Barreiras perimetrais que impeçam a invasão, que antecedem a entrada de veículos e pessoas, aparelhos de
podendo inclusive utilizar cercas eletrificadas;
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controle de acesso com base na biometria (impressão digital,
íris) etc.). Controle de Entradas Permitidas:
• Medidas Dinâmicas: É a atuação inteligente do As entradas permitidas são pontos fixos de
vigilante, como pessoa capacitada para fazer a segurança segurança, denominados de PORTARIA, em que o vigilante
física das instalações e dignitários. Ex: Identificação pessoal, deve controlar e fiscalizar a entrada e saída de pessoas,
abordagem à distância, sinalização entre os integrantes da veículos e materiais. A portaria é um dos principais pontos de
equipe de segurança em casos de pessoas em atitude segurança de qualquer estabelecimento vigiado.
suspeita, contato telefônico com empresas fornecedoras e Trata-se de um ponto que exige do vigilante
prestadoras de serviços para confirmar dados de funcionários, conhecimento efetivo de suas atividades, tirocínio, raciocínio
vigilância atenta, posicionar-se em pontos estratégicos (pontos rápido, organização, dinâmica e boa capacidade de
que permitam visão ampla do perímetro de segurança), comunicação. A falta de controle neste ponto revela a ausência
redobrar a atenção quanto aos pontos vulneráveis (pontos que total de segurança.
permitam fácil acesso) etc.
O vigilante deve se conscientizar da responsabilidade Controle do Acesso de Pessoas:
que assume no tocante à segurança física das instalações e No controle do acesso de pessoas o vigilante deve
da integridade das pessoas que se encontram no local sob sua seguir determinados procedimentos que garantam a segurança
guarda. Sua atuação tem caráter preventivo, de modo a se das instalações e de todos que estejam envolvidos no sistema
antecipar a um evento futuro e possível. O comprometimento (colaboradores, visitantes, clientes, fornecedores etc.). Para
profissional e o equilíbrio emocional proporcionarão o sucesso tanto seguem alguns mandamentos indispensáveis:
de sua atuação, de modo a se mostrar espontâneo e imparcial, • Fazer a inspeção visual, procurando analisar e
não deixando prevalecer a emoção nos momentos críticos. memorizar as características das pessoas, mostrando-se
atento, pois tal comportamento garante a prevenção, uma vez
Pontos Estratégicos de Segurança: que qualquer pessoa mal intencionada perde o interesse de
São pontos, no perímetro de segurança, que agir quando percebe que foi observada antes de se aproximar;
permitem ao vigilante proporcionar sua própria segurança, • Fazer a abordagem, preferencialmente à distância,
evitando assim o fator surpresa e, ao mesmo tempo, obter procurando obter e confirmar todos os dados necessários ao
maior ângulo de visão, garantindo maior eficiência na efetivo controle do acesso;
execução das atividades preventivas de vigilância. Ex: Pontos • Nunca julgar as pessoas pela aparência, pois as
elevados, de onde o vigilante pode observar todo perímetro de quadrilhas de criminosos procuram induzir o vigilante a erro.
segurança e suas imediações. Levar sempre em consideração se é pessoa desconhecida, e
mesmo sendo conhecida, caso esteja acompanhada de
Pontos Vulneráveis ou de Riscos: desconhecido, deve-se agir com maior critério;
São pontos, no perímetro de segurança, que • Fazer a identificação pessoal, exigindo a
permitem fácil acesso, sendo, por conseguinte, locais visados apresentação de documento emitido por órgão oficial e que
para o planejamento de ações criminosas. Ex: Acessos não possua fotografia. Ex: RG, reservista, passaporte, nova CNH,
controlados, ausência de medidas de segurança etc. identidades funcionais etc.
Obs.: A Lei Federal 5.553/68, alterada pela Lei
Proteção de Entradas não Permitidas: Federal 9.453/97, estabelece que nos locais onde for
As entradas não permitidas não são os maiores alvos indispensável a apresentação de documento para o acesso
das invasões, pois quaisquer acessos por esses pontos será feito o registro dos dados e o documento imediatamente
chamam a atenção, ficando em evidência, que é justamente o devolvido ao interessado.
que os grupos criminosos evitam em suas ações. Anunciar o visitante ao visitado e, sendo autorizado
No entanto, o maior erro do profissional de segurança seu acesso certificar-se de quem partiu a autorização;
é não acreditar na audácia do criminoso, mesmo as pesquisas • Fazer o devido registro dos dados;
indicando que, via de regra, as invasões ocorrem pelas • Cumprir às normas estabelecidas internamente.
entradas permitidas. A fiscalização, o controle e a vigilância Obs.: Para a efetiva segurança no controle de acesso
devem ser constantes e abranger todos os pontos do perímetro é indispensável a instalação de medidas estáticas (Circuito
de segurança, de modo a inibir e impedir qualquer ação Fechado de TV, Botão de Pânico, aparelhos de controle com
criminosa, ressaltando que a atividade de vigilância patrimonial base na biometria, etc.) e treinamento constante dos
tem caráter preventivo. profissionais de segurança.
Várias medidas de proteção devem ser adotadas,
incluindo restrição de acesso, a vigilância constante executada Controle do acesso de materiais:
pelo homem ainda é a mais importante. No tocante ao acesso de materiais, tanto na entrada
BARREIRAS: como na saída do estabelecimento, deve haver um rígido
Representam uma ajuda na proteção das áreas de controle por parte da equipe de segurança, visando garantir a
segurança, tendo o propósito de: proteção do patrimônio e também moralizar a atividade de
1) delimitar área geográfica pertencente à instalação; segurança através da demonstração de eficiência.
2) servir como dissuasivo psicológico contra entradas
não permitidas; Entrada de Materiais:
3) impedir ou retardar tentativas de invasões; • Fazer inspeção visual e identificar de forma
4) aumentar o poder de detectar do pessoal da completa o entregador;
segurança, canalizando as entradas e saídas de pessoas, • Verificar a quem se destina, pela nota fiscal,
materiais e veículos. confirmando a previsão de entrega e solicitando seu
comparecimento para o recebimento;
Sua eficácia depende da ação do vigilante ao sistema • Fazer o registro do entregador, da mercadoria que
de iluminação, distribuição adequadas de guaritas, etc. entrou, inclusive do responsável pelo recebimento, pois não há
As barreiras podem ser: melhor forma de controle e de prova que o registro.
1) Naturais - rios, matas, montanhas, etc.
2) Artificiais - cercas, muros, telas, corrente, etc. Saída de Materiais:
6
• Fazer a inspeção visual e a identificação de quem b) escuta;
está saindo com o material; c) roubo e furto;
• Fazer a conferência do material de acordo com o d) chantagem;
documento de autorização de saída; e) fotografia;
• Fazer o registro dos dados. f) corrupção;
Obs.: O registro dos dados é a única forma de g) observação (acompanhamento).
controle e a melhor forma de produção de provas para diversas À segurança cabe impedir a saída de projetos, plantas
finalidades. Portanto o vigilante deve fazê-lo com corretamente ou quaisquer equipamentos, sem a devida autorização, bem
e sem qualquer exceção. como não permitir a entrada de filmadoras ou máquinas
fotográficas por parte de visitantes, salvo com a devida
Controle de acesso de Veículos: permissão.
Outro ponto crítico em um estabelecimento é o
acesso de veículos. Por ausência de medidas de segurança e
de profissionais treinados, muitos desses locais são alvo de NORMAS REGULAMENTADORAS DE SEGURANÇA
invasões. Criminosos constatam as falhas do sistema de E SAÚDE NO TRABALHO.
segurança e encontram extrema facilidade para agir. Por isso, NR 6
trata-se de ponto que exige investimento da empresa tanto no
que tange às medidas estáticas (CFTV, clausuras, etc.) como 6.1 Para os fins de aplicação desta Norma
também em treinamento de pessoal. Regulamentadora - NR, considera-se Equipamento de Proteção
Procedimentos: Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual
• Fazer inspeção visual com atenção voltada às utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos
características do veículo e ocupantes, bem como o suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
comportamento e atitude dos últimos; 6.1.1 Entende-se como Equipamento Conjugado de
• Fazer a abordagem, à distância, procurando obter e Proteção Individual, todo aquele composto por vários
confirmar todos os dados e, se for necessário, ligar para a dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou
empresa dos ocupantes do auto para fazer a confirmação, mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam
antes do ingresso no estabelecimento; suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
• É conveniente que, caso seja autorizado o acesso,
o veículo adentre apenas com o condutor, de modo que os 6.2 O equipamento de proteção individual, de
demais ocupantes desembarquem e acessem pela entrada de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda
pedestres; ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA,
• Sendo adotado o procedimento acima, identificar o expedido pelo órgão nacional competente em matéria de
condutor, conforme estudado no controle do acesso de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e
pessoas, caso contrário todos devem ser identificados; Emprego. (206.001-9 /I3)
• A instalação de clausuras tem sido uma das 6.3 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
principais formas de proteger o vigilante e evitar invasões, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de
principalmente com uso de veículos clonados; conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
• Caso o estabelecimento não disponha de clausura a) sempre que as medidas de ordem geral não
e, em se tratando de veículo com compartimento fechado ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do
(baú), é viável que se determine seu ingresso de ré, de modo trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; (206.002-
que seja aberto o baú, antes da abertura do portão, a fim de 7/I4)
que o vigilante não se exponha ao vistoriar o veículo e, nem b) enquanto as medidas de proteção coletiva
ocorra invasão; estiverem sendo implantadas; e, (206.003-5 /I4)
• Fazer o devido registro dos dados de acordo com c) para atender a situações de emergência.
normas estabelecidas; (206.004-3 /I4)
• Cumprir rigorosamente as normas internas. 6.4 Atendidas as peculiaridades de cada atividade
Obs.: O registro dos dados é a única forma de profissional, e observado o disposto no item 6.3, o empregador
controle e a melhor forma de produção de provas para diversas deve fornecer aos trabalhadores os EPI adequados, de acordo
finalidades. Portanto, o vigilante deve fazê-lo com com o disposto no ANEXO I desta NR.
corretamente e sem qualquer exceção.
6.4.1 As solicitações para que os produtos que não
Prevenção de Sabotagem: estejam relacionados no ANEXO I, desta NR, sejam
Sabotagem é a ação humana que visa abalar a ordem considerados como EPI, bem como as propostas para reexame
interna no estabelecimento com a provocação de danos e daqueles ora elencados, deverão ser avaliadas por comissão
sinistros que atingem a produção e o bom andamento do tripartite a ser constituída pelo órgão nacional competente em
serviço. A melhor maneira de prevenção à sabotagem é o matéria de segurança e saúde no trabalho, após ouvida a
rígido controle do acesso e fiscalização permanente com vistas CTPP, sendo as conclusões submetidas àquele órgão do
à circulação interna de pessoas com a atenção voltada às Ministério do Trabalho e Emprego para aprovação.
atitudes e comportamentos individuais ou coletivos.
Basicamente, as medidas de controle de portaria são as 6.5 Compete ao Serviço Especializado em Engenharia
principais para se prevenir um ato de sabotagem. Nenhum de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, ou a
visitante deverá portar qualquer volume sem que a segurança Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, nas
tome conhecimento do seu conteúdo. empresas desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao
empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada
Espionagem atividade.
Está relacionada com a sabotagem, que visa destruir, 6.5.1 Nas empresas desobrigadas de constituir CIPA,
desmantelar o sistema ao passo que a espionagem visa à cabe ao designado, mediante orientação de profissional
coleta de dados e informações. Métodos de espionagem: tecnicamente habilitado, recomendar o EPI adequado à
a) infiltração; proteção do trabalhador.
7
6.6 Cabe ao empregador ou laboratório capacitado para realização dos ensaios, sendo
6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI : que nesses casos os EPI terão sua aprovação pelo órgão
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; nacional competente em matéria de segurança e saúde no
(206.005-1 /I3) trabalho, mediante apresentação e análise do Termo de
b) exigir seu uso; (206.006-0 /I3) Responsabilidade Técnica e da especificação técnica de
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado fabricação, podendo ser renovado até dezembro de 2007,
pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e quando se expirarão os prazos concedidos (Nova redação
saúde no trabalho; (206.007-8/I3) dada pela Portaria nº 194, de 22/12/2006 - DOU DE
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso 28/12/2006)
adequado, guarda e conservação; (206.008-6 /I3)
e) substituir imediatamente, quando danificado ou Redação original:
extraviado; (206.009-4 /I3) c) de 2 (dois) anos, para os EPI desenvolvidos até
f) responsabilizar-se pela higienização e a data da publicação desta Norma, quando não existirem
manutenção periódica; e, (206.010-8 /I1) normas técnicas nacionais ou internacionais, oficialmente
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização
observada. (206.011-6 /I1) dos ensaios, sendo que nesses casos os EPI terão sua
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, aprovação pelo órgão nacional competente em matéria de
podendo ser adotados livros, fichas ou sistema segurança e saúde no trabalho, mediante apresentação e
eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da
de 2009) especificação técnica de fabricação, podendo ser renovado
6.7 Cabe ao empregado até 2006, quando se expirarão os prazos concedidos; e,
6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI:
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que d) de 2 (dois) anos, renováveis por igual período,
se destina; para os EPI desenvolvidos após a data da publicação desta
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; NR, quando não existirem normas técnicas nacionais ou
c) comunicar ao empregador qualquer alteração internacionais, oficialmente reconhecidas, ou laboratório
que o torne impróprio para uso; e, capacitado para realização dos ensaios, caso em que os EPI
d) cumprir as determinações do empregador sobre serão aprovados pelo órgão nacional competente em matéria
o uso adequado. de segurança e saúde no trabalho, mediante apresentação e
6.8 Cabe ao fabricante e ao importador análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da
6.8.1 O fabricante nacional ou o importador deverá: especificação técnica de fabricação.
a) cadastrar-se, segundo o ANEXO II, junto ao 6.9.2 O órgão nacional competente em matéria de
órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde segurança e saúde no trabalho, quando necessário e mediante
no trabalho; (206.012-4 /I1) justificativa, poderá estabelecer prazos diversos daqueles
b) solicitar a emissão do CA, conforme o ANEXO dispostos no subitem 6.9.1.
II; (206.013-2 /I1) 6.9.3 Todo EPI deverá apresentar em caracteres
c) solicitar a renovação do CA, conforme o ANEXO indeléveis e bem visíveis, o nome comercial da empresa
II, quando vencido o prazo de validade estipulado pelo órgão fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso
nacional competente em matéria de segurança e saúde do de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e
trabalho; (206.014-0 /I1) o número do CA. (206.022-1/I1)
d) requerer novo CA, de acordo com o ANEXO II, 6.9.3.1 Na impossibilidade de cumprir o determinado
quando houver alteração das especificações do equipamento no item 6.9.3, o órgão nacional competente em matéria de
aprovado; (206.015-9 /I1) segurança e saúde no trabalho poderá autorizar forma
e) responsabilizar-se pela manutenção da alternativa de gravação, a ser proposta pelo fabricante ou
qualidade do EPI que deu origem ao Certificado de Aprovação - importador, devendo esta constar do CA.
CA; (206.016-7 /I2) 6.10 Restauração, lavagem e higienização de EPI
f) comercializar ou colocar à venda somente o 6.10.1 Os EPI passíveis de restauração, lavagem e
EPI, portador de CA; (206.017-5 /I3) higienização, serão definidos pela comissão tripartite
g) comunicar ao órgão nacional competente em constituída, na forma do disposto no item 6.4.1, desta NR,
matéria de segurança e saúde no trabalho quaisquer alterações devendo manter as características de proteção original.
dos dados cadastrais fornecidos; (206.0118-3 /I1) 6.11 Da competência do Ministério do Trabalho e
h) comercializar o EPI com instruções técnicas no Emprego / TEM
idioma nacional, orientando sua utilização, manutenção, 6.11.1 Cabe ao órgão nacional competente em matéria
restrição e demais referências ao seu uso; (206.019-1 /I1) de segurança e saúde no trabalho:
i) fazer constar do EPI o número do lote de a) cadastrar o fabricante ou importador de EPI;
fabricação; e, (206.020-5 /I1) b) receber e examinar a documentação para emitir
j) providenciar a avaliação da conformidade do ou renovar o CA de EPI;
EPI no âmbito do SINMETRO, quando for o caso. (206.021-3 c) estabelecer, quando necessário, os
/I1) regulamentos técnicos para ensaios de EPI;
6.9 Certificado de Aprovação - CA d) emitir ou renovar o CA e o cadastro de
6.9.1 Para fins de comercialização o CA concedido aos fabricante ou importador;
EPI terá validade: e) fiscalizar a qualidade do EPI;
a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos f) suspender o cadastramento da empresa
com laudos de ensaio que não tenham sua conformidade fabricante ou importadora; e,
avaliada no âmbito do SINMETRO; g) cancelar o CA.
b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade 6.11.1.1 Sempre que julgar necessário o órgão
no âmbito do SINMETRO, quando for o caso; nacional competente em matéria de segurança e saúde no
c) de 2 (dois) anos, quando não existirem normas trabalho, poderá requisitar amostras de EPI, identificadas com o
técnicas nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas,
8
nome do fabricante e o número de referência, além de outros ANEXO I
requisitos. LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
6.11.2 Cabe ao órgão regional do MTE: INDIVIDUAL
a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a (Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de
qualidade do EPI; outubro de 2001)
b) recolher amostras de EPI; e, A - EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA
c) aplicar, na sua esfera de competência, as
penalidades cabíveis pelo descumprimento desta NR. A.1 - Capacete
6.12 e Subitens (Revogados pela Portaria SIT n.º 125, a) capacete de segurança para proteção contra
de 12 de novembro de 2009) impactos de objetos sobre o crânio;
Redação anterior b) capacete de segurança para proteção contra
6.12 Fiscalização para verificação do cumprimento choques elétricos;
das exigências legais relativas ao EPI. c) capacete de segurança para proteção do crânio e
6.12.1 Por ocasião da fiscalização poderão ser face contra riscos provenientes de fontes geradoras de calor
recolhidas amostras de EPI, no fabricante ou importador e nos trabalhos de combate a incêndio.
seus distribuidores ou revendedores, ou ainda, junto à A.2 - Capuz
empresa utilizadora, em número mínimo a ser estabelecido a) capuz de segurança para proteção do crânio e
nas normas técnicas de ensaio, as quais serão pescoço contra riscos de origem térmica;
encaminhadas, mediante ofício da autoridade regional b) capuz de segurança para proteção do crânio e
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, pescoço contra respingos de produtos químicos;
a um laboratório credenciado junto ao MTE ou ao c) capuz de segurança para proteção do crânio em
SINMETRO, capaz de realizar os respectivos laudos de trabalhos onde haja risco de contato com partes giratórias ou
ensaios, ensejando comunicação posterior ao órgão móveis de máquinas.
nacional competente. B - EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE
6.12.2 O laboratório credenciado junto ao MTE ou B.1 - Óculos
ao SINMETRO, deverá elaborar laudo t técnico, no prazo de a) óculos de segurança para proteção dos olhos contra
30 (trinta) dias a contar do recebimento das amostras, impactos de partículas volantes;
ressalvados os casos em que o laboratório justificar a b) óculos de segurança para proteção dos olhos contra
necessidade de dilatação deste prazo, e encaminhá-lo ao luminosidade intensa;
órgão nacional competente em matéria de segurança e c) óculos de segurança para proteção dos olhos contra
saúde no trabalho, ficando reservado a parte interessada radiação ultravioleta;
acompanhar a realização dos ensaios. d) óculos de segurança para proteção dos olhos contra
6.12.2.1 Se o laudo de ensaio concluir que o EPI radiação infravermelha;
analisado não atende aos requisitos mínimos e) óculos de segurança para proteção dos olhos contra
especificados em normas técnicas, o órgão nacional respingos de produtos químicos.
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho B.2 - Protetor facial
expedirá ato suspendendo a comercialização e a utilização a) protetor facial de segurança para proteção da face
do lote do equipamento referenciado, publicando a decisão contra impactos de partículas volantes;
no Diário Oficial da Uni ao - DOU. b) protetor facial de segurança para proteção da face
6.12.2.2 A Secretaria de Inspeção do Trabalho - SIT, contra respingos de produtos químicos;
quando julgar necessário, poderá requisitar para analisar, c) protetor facial de segurança para proteção da face
outros lotes do EPI, antes de proferir a decisão final. contra radiação infravermelha;
6.12.2.3 Após a suspensão de que trata o subitem d) protetor facial de segurança para proteção dos
6.12.2.1, a empresa terá o prazo de 10 (dez) dias para olhos contra luminosidade intensa.
apresentar defesa escrita ao órgão nacional competente B.3 - Máscara de Solda
em matéria de segurança e saúde no trabalho. a) máscara de solda de segurança para proteção dos
6.12.2.4 Esgotado o prazo de apresentação de olhos e face contra impactos de partículas volantes;
defesa escrita, a autoridade competente do Departamento b) máscara de solda de segurança para proteção dos
de Segurança e Saúde no Trabalho - DSST, analisará o olhos e face contra radiação ultravioleta;
processo e proferirá sua decisão, publicando-a no DOU. c) máscara de solda de segurança para proteção dos
6.12.2.5 Da decisão da autoridade responsável pelo olhos e face contra radiação infravermelha;
DSST, caberá recurso, em última instância, ao Secretário d) máscara de solda de segurança para proteção dos
de Inspeção do Trabalho, no prazo de 10 (dez) dias a contar olhos e face contra luminosidade intensa.
da data da publicação da decisão recorrida.
6.12.2.6 Mantida a decisão recorrida, o Secretário C - EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA
de Inspeção do Trabalho poderá determinar o recolhimento C.1 - Protetor auditivo
do(s) lote(s), com a consequente proibição de sua
comercialização ou ainda o cancelamento do CA. a) protetor auditivo circum-auricular para proteção do
6.12.3 Nos casos de reincidência de cancelamento sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao
do CA, ficará a critério da autoridade competente em estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;
matéria de segurança e saúde no trabalho a decisão pela b) protetor auditivo de inserção para proteção do
concessão, ou não, de um novo CA sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao
6.12.4 As demais situações em que ocorra estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;
suspeição de irregularidade, ensejarão comunicação c) protetor auditivo semiauricular para proteção do
imediata às empresas fabricantes ou importadoras, sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao
podendo a autoridade competente em matéria de estabelecido na NR - 15, Anexos I e II.
segurança e saúde no trabalho suspender a validade dos D - EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
Certificados de Aprovação de EPI emitidos em favor das D.1 - Respirador PURIFICADOR de ar
mesmas, adotando as providências cabíveis.
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a) respirador PURIFICADOR de ar para proteção das b) manga de segurança para proteção do braço e do
vias respiratórias contra poeiras e névoas; antebraço contra agentes abrasivos e escoriantes;
b) respirador purificador de ar para proteção das vias c) manga de segurança para proteção do braço e do
respiratórias contra poeiras, névoas e fumos; antebraço contra agentes cortantes e perfurantes;
c) respirador purificador de ar para proteção das vias d) manga de segurança para proteção do braço e do
respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos; antebraço contra umidade proveniente de operações com uso
d) respirador purificador de ar para proteção das vias de água;
respiratórias contra vapores orgânicos ou gases ácidos em e) manga de segurança para proteção do braço e do
ambientes com concentração inferior a 50 ppm (parte por antebraço contra agentes térmicos.
milhão); F.4 - Braçadeira
e) respirador purificador de ar para proteção das vias a) braçadeira de segurança para proteção do
respiratórias contra gases emanados de produtos químicos; antebraço contra agentes cortantes.
f) respirador purificador de ar para proteção das vias F.5 - Dedeira
respiratórias contra partículas e gases emanados de produtos a) dedeira de segurança para proteção dos dedos
químicos; contra agentes abrasivos e escoriantes.
g) respirador purificador de ar motorizado para
proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e G - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS
radionuclídeos. INFERIORES
D.2 - Respirador de adução de ar G.1 - Calçado
a) respirador de adução de ar tipo linha de ar a) calçado de segurança para proteção contra
comprimido para proteção das vias respiratórias em atmosferas impactos de quedas de objetos sobre os artelhos;
com concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde e b) calçado de segurança para proteção dos pés contra
em ambientes confinados; choques elétricos;
b) máscara autônoma de circuito aberto ou fechado c) calçado de segurança para proteção dos pés contra
para proteção das vias respiratórias em atmosferas com agentes térmicos;
concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde e em d) calçado de segurança para proteção dos pés contra
ambientes confinados; agentes cortantes e escoriantes;
D.3 - Respirador de fuga e) calçado de segurança para proteção dos pés e
a) respirador de fuga para proteção das vias pernas contra umidade proveniente de operações com uso de
respiratórias contra agentes químicos em condições de escape água;
de atmosferas Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde ou f) calçado de segurança para proteção dos pés e
com concentração de oxigênio menor que 18 % em volume. pernas contra respingos de produtos químicos
E - EPI PARA PROTEÇÃO DO TRONCO G.2 - Meia
E.1 - Vestimentas de segurança que ofereçam a) meia de segurança para proteção dos pés contra
proteção ao tronco contra riscos de origem térmica, mecânica, baixas temperaturas.
química, radioativa e meteorológica e umidade proveniente de G.3 - Perneira
operações com uso de água. a) perneira de segurança para proteção da perna
E.2 Colete à prova de balas de uso permitido para contra agentes abrasivos e escoriantes;
vigilantes que trabalhem portando arma de fogo, para proteção b) perneira de segurança para proteção da perna
do tronco contra riscos de origem mecânica. (Incluído contra agentes térmicos;
pela PORTARIA MTE/SIT/DSST Nº 191/2006) c) perneira de segurança para proteção da perna
contra respingos de produtos químicos;
F - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS d) perneira de segurança para proteção da perna
SUPERIORES contra agentes cortantes e perfurantes;
F.1 - Luva e) perneira de segurança para proteção da perna
a) luva de segurança para proteção das mãos contra contra umidade proveniente de operações com uso de água.
agentes abrasivos e escoriantes; G.4 - Calça
b) luva de segurança para proteção das mãos contra a) calça de segurança para proteção das pernas
agentes cortantes e perfurantes; contra agentes abrasivos e escoriantes;
c) luva de segurança para proteção das mãos contra b) calça de segurança para proteção das pernas
choques elétricos; contra respingos de produtos químicos;
d) luva de segurança para proteção das mãos contra c) calça de segurança para proteção das pernas contra
agentes térmicos; agentes térmicos;
e) luva de segurança para proteção das mãos contra d) calça de segurança para proteção das pernas
agentes biológicos; contra umidade proveniente de operações com uso de água.
f) luva de segurança para proteção das mãos contra H - EPI PARA PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO
agentes químicos; H.1 - Macacão
g) luva de segurança para proteção das mãos contra a) macacão de segurança para proteção do tronco e
vibrações; membros superiores e inferiores contra chamas;
h) luva de segurança para proteção das mãos contra b) macacão de segurança para proteção do tronco e
radiações ionizantes. membros superiores e inferiores contra agentes térmicos;
F.2 - Creme protetor c) macacão de segurança para proteção do tronco e
a) creme protetor de segurança para proteção dos membros superiores e inferiores contra respingos de produtos
membros superiores contra agentes químicos, de acordo com a químicos;
Portaria SSST nº 26, de 29/12/1994. d) macacão de segurança para proteção do tronco e
F.3 - Manga membros superiores e inferiores contra umidade proveniente de
a) manga de segurança para proteção do braço e do operações com uso de água.
antebraço contra choques elétricos; H.2 - Conjunto

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a) conjunto de segurança, formado por calça e blusão fabricante ou importador, e por um técnico registrado em
ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros Conselho Regional da Categoria;
superiores e inferiores contra agentes térmicos; c) cópia autenticada e atualizada do comprovante
b) conjunto de segurança, formado por calça e blusão de localização do estabelecimento, e,
ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros d) cópia autenticada do certificado de origem e
superiores e inferiores contra respingos de produtos químicos; declaração do fabricante estrangeiro autorizando o importador
c) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou o fabricante nacional a comercializar o produto no Brasil,
ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros quando se tratar de EPI importado.
superiores e inferiores contra umidade proveniente de
operações com uso de água; PRIMEIROS SOCORROS
d) conjunto de segurança, formado por calça e blusão
ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros Primeiros socorros são uma série de procedimentos
superiores e inferiores contra chamas. simples com o intuito de manter vidas em situações de
H.3 - Vestimenta de corpo inteiro emergência, feitos por pessoas comuns com esses
a) vestimenta de segurança para proteção de todo o conhecimentos, até a chegada de atendimento
corpo contra respingos de produtos químicos; médico especializado.
b) vestimenta de segurança para proteção de todo o O melhor é obter treino em primeiros socorros antes de
corpo contra umidade proveniente de operações com água. se precisar usar os procedimentos em quaisquer situações de
c) vestimenta condutiva de segurança para proteção emergência.
de todo o corpo contra choques elétricos. (Incluída pela Diversas situações podem precisar de primeiros
Portaria SIT n.º 108, de 30 de dezembro de 2004) socorros. As situações mais comuns são atendimento de vítimas
I - EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM de acidentes automobilísticos, atropelamentos, incêndios,
DIFERENÇA DE NÍVEL tumultos, afogamentos, catástrofes naturais, acidentes industriais,
I.1 - Dispositivo trava-queda tiroteios ou atendimento de pessoas que passem mal: apoplexia
a) dispositivo trava-queda de segurança para proteção (ataque cardíaco), ataques epilépticos, convulsões, etc.
do usuário contra quedas em operações com movimentação Tão importante quanto os próprios primeiros socorros é
vertical ou horizontal, quando utilizado com cinturão de providenciar o atendimento especializado. Ao informar as
segurança para proteção contra quedas. autoridades, deve-se ser direto e preciso sobre as condições da(s)
I.2 - Cinturão vítima(s) e o local da ocorrência.
a) cinturão de segurança para proteção do usuário Avaliação da cena ou sinistro
contra riscos de queda em trabalhos em altura; É muito importante salientar que para a abordagem de
b) cinturão de segurança para proteção do usuário uma vítima primeiro você deverá ter ideia do contexto geral da
contra riscos de queda no posicionamento em trabalhos em situação, pois apenas com uma pré-avaliação do local é que se
altura. pode conhecer o tipo de vítima com a qual se está lidando. A
Nota: O presente Anexo poderá ser alterado por ocorrência pode ser classificada como clínica (mal súbito,
portaria específica a ser expedida pelo órgão nacional problemas fisiológicos) ou trauma (mecanismos de troca de
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, energia). A avaliação da cena também é importante para que se
após observado o disposto no subitem 6.4.1. possam dimensionar os riscos potenciais existentes na cena,
prevenindo assim que a pessoa que tem o intuito de aplicar os
ANEXO II primeiros socorros não se torne mais uma vítima da ocorrência. A
(Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de Avaliação de Cena é divida em cinco fases: 1)Segurança -
outubro de 2001) verificar se a cena é segura para ser abordada 2)Cinemática do
Trauma - verificar como se deu o acidente ou sinistro
1.1 - O cadastramento das empresas fabricantes ou 3)Bioproteção 4)Apoio 5)Triagem/Nr de Vítimas
importadoras, será feito mediante a apresentação de formulário
único, conforme o modelo disposto no ANEXO III, desta NR, Avaliação das condições gerais da vítima
devidamente preenchido e acompanhado de requerimento Todo procedimento de primeiros socorros deve começar
dirigido ao órgão nacional competente em matéria de com a avaliação das condições da(s) vítima(s).
segurança e saúde no trabalho. Devem-se observar sinais (tudo o que se observa ao
1.2 - Para obter o CA, o fabricante nacional ou o examinar uma vítima: respiração, pele fria, palidez, etc.), sintomas
importador, deverá requerer junto ao órgão nacional (é o que a vítima informa sobre si mesma: náusea, dor, vertigem,
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho a etc.) e sinais vitais (sinais cuja ausência ou alteração indica grave
aprovação do EPI. irregularidade no funcionamento do organismo. São eles: pulso
1.3 - O requerimento para aprovação do EPI de (batimentos cardíacos), respiração, pressão arterial e
fabricação nacional ou importado deverá ser formulado, temperatura. Existem estudos à luz das evidências científicas
solicitando a emissão ou renovação do CA e instruído com os atuais que a dor pode ser considerada o quinto sinal vital, uma
seguintes documentos: vez que somente os vivos sentem dor.
Desta forma um ponto importante tanto para o socorrista
a) memorial descritivo do EPI, incluindo o profissional ou leigo será em primeiro momento avaliar o nível de
correspondente enquadramento no ANEXO I desta NR, suas consciência de sua vítima usando um parâmetro muito simples,
características técnicas, materiais empregados na sua chamado A.V.D.I.:
fabricação, uso a que se destina e suas restrições;  A (ALERTA)
b) cópia autenticada do relatório de ensaio, emitido  V (VOZ)
por laboratório credenciado pelo órgão competente em matéria  D (DOR)
de segurança e saúde no trabalho ou do documento que  I (INCONSCIÊNCIA)
comprove que o produto teve sua conformidade avaliada no Em primeiro lugar, abordar a vítima independente do
âmbito do SINMETRO, ou, ainda, no caso de não haver mecanismo sendo traumático ou clínico: se ao tocar na vítima o
laboratório credenciado capaz de elaborar o relatório de ensaio, socorrista percebe uma reação espontânea, concluímos que ela
do Termo de Responsabilidade Técnica, assinado pelo
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está na fase A (ALERTA). Isto é um indício de que existe atividade em no máximo 6 minutos após a interrupção da respiração. Após
neurológica: o cérebro está sendo suprido de oxigênio, pois para 10 minutos, a morte cerebral é quase certa.
isto acontecer ele tem de estar estimulando o grupo muscular da Para verificar a respiração, flexione a cabeça da vítima
respiração, como musculatura diafragmática e intercostal (caixa para trás, coloque o seu ouvido próximo à boca do acidentado, e
torácica). ao mesmo tempo observe o movimento do tórax. Ouça e sinta se
Já a fase V (VOZ) é percebida quando a vítima não há ar saindo pela boca e pelas narinas da vítima. Veja se o tórax
responde ao ser chamada pelo nome. É bom lembrar que a se eleva, indicando movimento respiratório.
audição é um dos últimos sentidos a serem perdidos antes de o Se não há movimentos respiratórios, isso indica que
cérebro entrar em estado de inconsciência. houve parada respiratória.
Não havendo nenhuma resposta à solicitação verbal
estimularemos a D (DOR): feche a mão e com a área da dobra Abertura das vias respiratórias
dos dedos friccionar o esterno da vítima, que fica localizado no O primeiro procedimento é verificar se há obstrução
meio do tórax, na junção das costelas. Havendo uma resposta das vias aéreas do paciente. Para isso, deixe o queixo da vítima
muscular da vítima tanto em tentar inibir o estímulo ou qualquer levemente erguido para facilitar a respiração. Usando os dedos,
outra que seja, saberemos que ainda existe uma atividade remova da boca objetos que possam dificultar a respiração:
neurológica funcional, pois o cérebro ainda recebe oxigênio. próteses, dentaduras, restos de alimentos, sangue e líquidos. Os
Entretanto, se não houver nenhum tipo de resposta como movimentos do pescoço devem ser limitados, e com o máximo
em não estar em ALERTA, responsivo à VOZ ou à DOR, a vítima cuidado: lesões na medula podem causar danos irreparáveis.
está no estágio de I (INCONSCIÊNCIA), no qual o cérebro não Também é bom ressaltar: nunca aproxime a mão ou os dedos
mais recebe oxigênio e por falta deste não haverá estímulo na boca de uma vítima que esteja sofrendo convulsões ou
muscular. O que preocupa é a possibilidade da necrose, que é a ataques epilépticos.
morte de parte dos tecidos dos cérebro por escassez de oxigênio.
Isso pode levar à paralisia, ao coma, e, em casos mais graves, à Respiração artificial
morte. Acontece também o que chamamos de relaxamento É o processo mecânico empregado para restabelecer a
muscular generalizado, e o músculo da cavidade bucal, localizado respiração que deve ser ministrado imediatamente, em todos os
imediatamente abaixo da língua, pode fazê-la inclinar-se para trás, casos de asfixia, mesmo quando houver parada cardíaca.
o que obstrui a passagem de ar. Os pulmões precisam receber oxigênio, caso contrário
ocorrerão sérios danos ao organismo no aspecto circulatório, com
Assistência grandes implicações para o cérebro.
A respiração artificial pode ser feita de cinco modos:
Posição lateral de segurança (PLS) a) boca-a-boca
A Posição Lateral de Segurança, pode ser utilizada em b) boca-nariz
várias situações que necessitam de primeiros socorros, em que a c) boca-nariz-boca
vítima esteja inconsciente, mas a respirar e com um bom pulso, d) boca-máscara
uma vez que esta posição permite uma melhor ventilação, e) por aparelhos (entubação)
libertando as vias aéreas superiores. A máscara de respiração é obrigatória para preservar o
Esta não deve ser realizada quando a pessoa: socorrista do contágio de doenças. Sendo utilizado contato direto
 Não estiver a respirar; com o paciente apenas em situações adversas.
 Tiver uma lesão na cabeça, pescoço ou coluna;
 Tiver um ferimento grave. Procedimentos
Os procedimentos são os seguintes:
O que fazer - deitar a vítima de costas sobre uma superfície lisa e
1.Com a vítima deitada, ajoelhe-se ao seu lado; firme;
2.Vire o rosto da vítima para si. Incline a cabeça desta - retirar da boca da vítima próteses (dentaduras,
para trás, colocando-a em hiperextensão, para abrir as vias aparelhos de correção, se possível) e restos de alimentos,
aéreas e impedir a queda da língua para trás e a sufocação por desobstruindo as vias aéreas;
sangue. Se a vítima estiver inconsciente, verifique a boca e - elevar com delicadeza o queixo da vítima, estabilizando
remova possíveis materiais que possam estar dentro desta; a coluna cervical (é importante o cuidado com a medula e que a
3.Coloque o braço da vítima que estiver mais próximo de vítima não se movimente, especial atenção em casos de possível
si ao longo do corpo dela, prendendo-a debaixo das nádegas traumatismo);
desta; - tapar as narinas com o polegar e o indicador e abrir a
4.Coloque o outro braço da vítima sobre o peito dela; boca da vítima completamente;
5.Cruze as pernas da vítima, colocando a perna que - a partir dai o socorrista deverá respirar fundo, colocar
estiver mais afastada de si por cima da canela da outra perna; sua boca sobre a boca da vítima (sem deixar nenhuma abertura) a
6.Dê apoio à cabeça da vítima com uma mão e segure a soprar COM FORÇA por duas vezes seguidas , até encher os
vítima pela roupa, na altura das ancas, virando-a para si; pulmões, que se elevarão;
7.Dobre o braço e a perna da vítima que estiverem - afastar-se, tomar novamente ar e repetir a operação em
voltadas para cima até que formem um certo ângulo em relação média 12 vezes por minuto, de maneira uniforme e sem
ao corpo; interrupção (ou seja, a cada 5 segundos a pessoa deve repetir a
8.Puxe o outro braço da vítima, retirando-o debaixo do operação).
corpo dela; É importante dizer que a ausência de pulsação requer o
9.Certifique-se que a cabeça se mantém inclinada para procedimento de compressão torácica externa (massagem
trás de forma a manter as vias aéreas abertas. pulmonar) ou reanimação cardíaca.

Respiração Asfixia/sufocação
A respiração é crítica para a sobrevivência do organismo, Dependendo da gravidade da asfixia, os sintomas podem
e garanti-la é o ponto fundamental de qualquer procedimento de ir de um estado de agitação, palidez, dilatação das pupilas (olhos),
primeiros socorros. O cérebro tem lesões irreversíveis (necroses) respiração ruidosa e tosse, a um estado de inconsciência com

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parada respiratória e cianose (tonalidade azulada) da face e Se alguém estiver junto pode colocar a mão (sem fazer
extremidades (dedos dos pés e mãos). peso) sobre o pulmão do asmático para acalmá-lo.
O que fazer É bom cuspir qualquer secreção decorrente do apontado
 Manobra de Heilmich exercício respiratório.
Se a asfixia for devido a um corpo estranho, proceda
assim (numa criança pequena): Convulsão
 Se o objeto estiver no nariz, peça à criança para assoar É muitas vezes conhecida por “ataque” e caracteriza-se
com força, comprimindo com o dedo a outra narina; por alguns dos seguintes sinais e/ou sintomas:
 Se for na garganta, abrir a boca e tentar extrair o  movimentos bruscos e incontrolados da cabeça e/ou
objeto, se este ainda estiver visível, usando o dedo indicador em extremidades,
gancho ou uma pinça, com cuidado para não empurrar o objeto;  perda de consciência com queda desamparada,
 Colocar a criança de cabeça para baixo, sacudi-la e dar  olhar vago, fixo e/ou “revirar dos olhos”,
tapas (não violentos, mas vigorosos) no meio das costas, entre as  “espumar pela boca”,
omoplatas, com a mão aberta.  perda de urina e/ou fezes,
Quando há algum objeto impedindo a passagem de ar,  morder a língua e/ou lábios.
médicos muitas vezes se veem obrigados a perfurar com uma  morder a unha ou dedos
caneta, ou objeto equivalente, a parte frontal inferior do pescoço,
perfurando a pele onde há pequena cavidade (na parte final da O que fazer
laringe, já próximo da traqueia). Retirada a caneta, a pessoa pode  Afastar todos os objetos onde a pessoa possa se
passar a respirar pelo pequeno orifício. Destacamos contudo que machucar;
tal procedimento deve ser adotado por pessoas com  Proteger a vítima contra os traumatismos, amortecendo
conhecimento avançado de anatomia, para que não sejam a cabeça com almofadas ou casacos ou ainda com as mãos;
atingidas artérias, cordas vocais, etc.  Ter o devido cuidado para não colocar os dedos na
É válido ressaltar que ninguém pode ser condenado boca da vítima durante a crise.
criminalmente por tentar salvar a vida de terceiro, ainda que no  Tomar o ambiente calmo afastando os curiosos;
socorro acabe provocando lesões como a fratura de uma costela,  Anotar a duração da convulsão;
fato comum na hipótese de reanimação cardíaca. É que na
 Acabada fase de movimentos bruscos colocar a pessoa
hipótese se verifica a excludente de ilicitude
na Posição Lateral de Segurança;
denominada Inexigibilidade de conduta diversa.
 Manter a criança/jovem num ambiente tranquilo e
confortável;
Procedimentos que, em hipótese alguma, devem ser
praticados  Avisar os pais;
 Abandonar o asfixiado para pedir auxílio  Enviar ao Hospital sempre que:
 deixar o asfixiado nervoso  for a primeira convulsão
 durar mais de 8 a 10 minutos
Crise asmática  se repetir
A criança/jovem com asma é capaz de responder com  manter as roupas afroxadas
uma crise de falta de ar em situações de exercício intenso Circulação
(nomeadamente a corrida), conflito, ansiedade, castigos, etc. Avaliação
Caracteriza-se por uma tosse seca e repetitiva, dificuldade em A circulação é inicialmente avaliada através do pulso: a
respirar, respiração sibilante, audível, ruidosa (pieira e/ou onda de pressão que é sentida quando o coração bombeia
farfalheira), ar aflito, ansioso, respiração rápida e difícil, pulso o sangue através dasartérias, indicando as condições cardíacas.
rápido, palidez e suores, e Prostração, apatia. É sentida nas artérias carótidas, que se localizam uma a
Na fase de agravamento da crise a respiração é muito cada lado do pescoço, ao lado do pomo-de-adão, no sulco entre a
difícil, lenta e há cianose das extremidades, isto é, as unhas e os traqueia e o músculo do pescoço. Existem diversos outros pontos
lábios apresentam-se arroxeados. onde se pode sentir o pulsar das artérias, entre elas a artéria
radial (logo abaixo da mão). O pulso deve ser sentido com os
O que fazer dedos indicador e médio, que devem pressionar levemente o
 Tranquilizar a situação. É importante ser capaz de local.
conter a angústia e a ansiedade da criança/jovem, falando-lhe Dada a complexidade da avaliação do pulso, em
calmamente, e assegurando-lhe rápida ajuda médica; formações para leigos, a medição do pulso foi eliminada, na
 Manter a criança/jovem num local arejado onde não medida em que seriam precisos mais que 10 segundo de VOSP
haja pó, odores ou fumaça; para uma correta medição do pulso. Dado isto, os sinais de
 Colocá-lo numa posição que lhe facilite a respiração; circulação são avaliados pela existência de tosse, movimentos
corporais voluntários (excluir convulsões, espasmos) e sinais
 Contatar e informar a família;
respiratórios.
 Se tiver conhecimento do tratamento aconselhado pelo
médico para as crises pode administrá-lo;
Massagem cardíaca
 Se não houver melhoria a criança deve ser É o procedimento mecânico para reanimação do coração
transportada para o hospital. em caso de parada cardíaca. Deve ser feita da seguinte forma.
Recomenda-se aos asmáticos "em crise" que deitem 1.Posicione-se ao lado da vítima, na altura do tórax; A
diretamente num chão de madeira ou num colchão fino para vítima deverá se achar em decúbito dorsal (barriga para cima),
deixar a coluna reta. sobre superfície dura e plana.
Em seguida, convém respirar com calma, pegando 2.Encontre o apêndice xifoide e conte dois dedos acima),
bastante ar com o nariz, com uso do diafragma, jogando o ar em posicione a mão dominante com a palma para baixo e intercale os
direção ao estômago de modo a encher bem os pulmões. Após dedos com a segunda mão; (O lugar preciso para aplicação da
isso convém soltar o ar com a boca bem devagar esvaziando o pressão também pode ser encontrado a partir do esterno: localiza-
máximo os pulmões sem pressa. Mantendo a sequência a pessoa se o final do osso entre as costelas (esterno) e dois/três dedos
recupera o controle da respiração. acima dele) coloque a palma de sua mão esquerda e sobre o
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dorso da mesma a mão direita. Os dedos deverão se achar
entrelaçados; Hemorragia capilar
3.Estique os braços e realize a força com o peso do Sangramento contínuo com fluxo lento, como visto em
corpo (a compressão deve ter o vigor necessário para gerar um arranhões e cortes superficiais da pele. Obs: considerando que as
afundamento de 4 a 5 cm). artérias estão localizadas mais profundamente na estrutura do
4.Realize 30 compressões seguidas (a uma frequência corpo, as hemorragias venosa e capilar são mais comuns do que
de, no mínimo, 100 compressões por minuto), antes de reavaliar o a do tipo arterial.
pulso, se houver parada respiratória, intercalar 2 ventilações a
cada 30 compressões e realizar 5 ciclos: Consequências das hemorragias
30 massagens e 2 respirações (x5) Uma grande hemorragia não tratada pode conduzir a
Ao final reavaliar o pulso carotídeo e se não houver vítima a um estado de choque e consequentemente a morte. Já
sucesso, repetir o procedimento. sangramentos lentos e crônicos podem causar anemia (baixa
A pressão realizada no tórax contra uma superfície rígida quantidade de glóbulos vermelhos).
provoca uma compreensão do coração entre o externo e a coluna
dorsal e um aumento da pressão intratorácica, provocando o Sinais e sintomas
esvaziamento ativo e enchimento passivo das cavidades do Os sinais e sintomas da hemorragia, apresentados por
coração fazendo o sangue circular por todo o organismo. uma vítima, variam de acordo com a quantidade de sangue
Hemorragias perdida e a velocidade deste sangramento.
É o derramamento de sangue para fora dos vasos que mais de 50%
devem contê-lo com repercussão clínica ou laboratorial (exames),  Morte iminente
por menor que seja. de 30 a 50%
Sendo utilizado para transportar oxigênio, nutrientes para  Consciência diminuída
as células, bem como gás carbônico e outras excretas para os  Respiração rápida
órgãos de eliminação, o sangue constitui-se como o meio de  Taquicardia (frequência maior que 120 bpm)
inquestionável importância, tanto na respiração, nutrição e  Pressão baixa
excreção, como na regulação corpórea, transportando hormônios,  Estado de choque
água e sais minerais para a manutenção de seu equilíbrio. O de 15 a 30%
volume circulante em um adulto varia em torno de 5 a 6 litros,  Pulso fraco
levados em conta a relação de 70ml por kg de peso corporal, o  Sudorese
que corresponde, por exemplo, a 4.900ml de sangue em uma
 Sede
pessoa de 70kg.
Havendo uma diminuição brusca do volume circulante,
 Pele fria
como a que ocorre em uma grande hemorragia, o coração poderá  Ansiedade
ter sua ação como bomba comprometida, o que chegando a  Respiração (maior que 20 resp/min)
determinados níveis, levará a vítima a um colapso circulatório,  Taquicardia (100 a 120 bpm)
podendo resultar e morte.  Enchimento capilar (maior que 2seg)

Classificação da hemorragia quanto à localização O que fazer


Hemorragia externa  Deitar horizontalmente a vítima (facilita a circulação
Sangramento "exterior ao corpo"; normalmente é sanguínea entre o coração e o cérebro);
facilmente visualizada. Pode ser oriunda de estruturas  Se for possível calçar luvas descartáveis;
superficiais, ou mesmo de áreas mais profundas através de  Aplicar sobre a ferida uma compressa esterilizada ou,
aberturas ou orifícios artificiais (comuns nos traumas). na sua falta, um pano lavado (de modo a limitar o risco de
Normalmente pode ser controlada utilizando-se técnicas de infecção), exercendo uma pressão firme com uma ou as duas
primeiros socorros. mãos, com um dedo ou ainda com uma ligadura limpa, conforme
o local e a extensão do ferimento;
Hemorragia interna  Se o penso ficar saturado de sangue, colocar outro por
Hemorragia das estruturas mais profundas podendo ser cima, mas sem retirar o primeiro;
oculta ou exteriorizada, como ocorre em sangramento no  Fazer durar a compressão até a hemorragia parar (pelo
estômago, em que a vítima expele o sangue pela boca. A menos 10 minutos). Caso a hemorragia não parar deve ser
hemorragia interna é mais grave devido ao fato de não podermos comprimida a artéria;
visualizá-la, o que faz com que não saibamos a extensão das  A pressão manual no local deve ser em seguida
lesões. O tratamento necessariamente deve ser realizado em substituída com uma ligadura compressiva;
ambiente hospitalar, cabendo ao socorrista apenas algumas  Quando a hemorragia parar, deve ser aplicado
manobras que visam evitar que o estado de choque se instale. um penso compressivo.
Durante este procedimento, deve-se:
Classificação da hemorragia quanto ao tipo do vaso  Acalmar a vítima, mantendo-a acordada;
rompido  Mantê-la confortavelmente aquecida;
 Não a deixar comer ou beber.
Hemorragia arterial Se se tratar de uma ferida dos membros com hemorragia
O sangramento ocorre em jatos intermitentes, no mesmo abundante pode ser necessário aplicar um garrote ou torniquete.
ritmo das contrações cardíacas. Sua coloração é um vermelho Este pode ser feito com esfignomanômetro (aparelho de pressão)
claro. A pressão arterial torna este tipo de hemorragia mais grave deve ser aplicado logo acima do ferimento. Este tipo de
que um sangramento venoso devido à velocidade da perda procedimento não é indicado a pessoas leigas, pois pode ocorrer
sanguínea. a necrose (morte) do membro por falta de circulação/oxigenação.

Hemorragia venosa
Sangramento contínuo de coloração vermelho escuro,
pobre em oxigênio e rico em gás carbônico.
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Hemorragia nasal Diagnóstico
A hemorragia nasal é causada pela ruptura de vasos O médico o examinará e perguntará sobre seu histórico
sanguíneos da mucosa do nariz. Caracteriza-se pela saída de médico. Pode ser necessário a realização de alguns exames para
sangue pelo nariz, por vezes abundante e persistente, e se a que se verifique como o seu coração está trabalhando.
hemorragia é grande o sangue pode sair também pela boca.
Exames
O que fazer  ECG (eletrocardiograma)
 sentar a pessoa com o tronco inclinado para a frente  Ecocardiograma
para evitar a deglutição do sangue;  CPK (Fosfoquinase)
 comprimir com o dedo a narina que sangra;  CK-MB (Creatinofosfoquinase e Fração MB da
 aplicar gelo ou compressas frias exteriormente; Creatinofosfoquinase
 não permitir assoar;  Troponinas T e I
 se a hemorragia não para, introduzir na narina que  Mioglobina
sangra um tampão coagulante ou compressa, fazendo pressão
para que a cavidade nasal fique bem preenchida. Tratamento
 Permanecerá no hospital por 2 a 7 dias.
O que NÃO fazer  Receberá oxigênio , por um determinado período, para
 deitar a vítima; melhorar a função e oxigenação do músculo cardíaco.
 colocar água oxigenada ou qualquer desinfetante.  Realizará um cateterismo cardíaco (
Nota: Se a hemorragia persistir mais de 10 minutos, cineangiocoronariografia e ventriculografia) para verificar qual
transportar a vítima para o Hospital. artéria do coração ( coronária ) está danificada (bloqueada
Hemorragia na palma da mão totalmente ou parcialmente) e quanto da função cardíaca foi
 O ferido deve fechar fortemente a mão sobre um rolo avariada , e assim realizar uma angioplastia imediatamente ou
de compressas esterilizadas ou, na sua falta, um rolo de pano programar angioplastia ou revascularização miocárdica ou
lavado, de modo a fazer compressão sobre a ferida; tratamento clínico.
 Colocar em seguida uma ligadura ou pano dobrado à  Pode ser necessário a realização de uma cirurgia para
volta da mão; abrir ou criar um caminho acessório (bypass) para a artéria
 Colocar o braço ao peito com a ajuda de um lenço bloqueada.
grande, mantendo a mão ferida bem levantada.  Poderá receber medicação para dissolver o coágulo.
Nota: O caso de uma hemorragia abundante, é uma  Outros medicamentos podem ser administrados.
situação grave que necessita de transporte urgente para o Todo esse tratamento é a critério médico.
hospital. Deve-se portanto, chamar uma ambulância, nunca se Assim que melhore, o médico criará um programa de
devendo transportar sozinho um ferido para o hospital, uma vez cuidados. Quando for para casa, pode ser necessário que use um
que os solavancos durante o transporte podem interromper o pequeno monitor cardíaco nos primeiros dias que gravará os
afluxo do sangue ao coração. batimentos cardíacos.

Ataque cardíaco (Apoplexia) Cuidados


Um ataque cardíaco acontece quando parte de seu  Siga o plano de tratamento feito por seu médico.
coração não recebe oxigênio em quantidade suficiente.  Coma alimentos saudáveis, pobres em gordura e sal.
O coração é um músculo e como os outros do corpo,  Perca peso, se necessário. Mantenha-se no seu peso
precisa de oxigênio, que é fornecido pelo sangue dos vasos ideal.
sanguíneos, conhecidos como artérias coronárias. Um coágulo  Inicie a realização de exercícios quando seu médico
sanguíneo em uma dessas artérias pode bloquear o fluxo de liberar para tal atividade e aumente a intensidade dos mesmos de
sangue para o músculo cardíaco o que acarreta prejuízos ao acordo com as recomendações.
coração e a depender do tempo de duração deste bloqueio, uma  Não fume.
parte do coração necrosa (morre) fazendo com que pare de  Tenha sempre disponível a sua medicação. A criação
funcionar corretamente. de uma lista com os nomes, as dosagens, e os horários que deve
Ataques cardíacos podem ocorrer caso seu coração tomar é útil.
passe a precisar subitamente de mais oxigênio durante exercícios
 Tente manter seu colesterol normal.
intensos. Tanto homens como mulheres têm ataques cardíacos,
 não esquecer de tomar água com açúcar ou sal
risco este que aumentam com a idade.
Consiga informações específicas de seu médico sobre as
Placas de ateroma (fragmentos de colesterol) podem
providências a serem tomadas ao sentir dor no peito, incluindo:
crescer no interior das artérias diminuindo seu diâmetro. Além
disso, coágulos sanguíneos podem então se formar nesta artéria  Quais medicações deve tomar.
estreitada e bloqueá-la.  Quando chamar o médico.
 Quando chamar um serviço de emergência.
Sintomas Chamar o serviço de emergência no momento apropriado
 Dor no do peito irradiando para o lado esquerdo aumenta a chance de permanecer vivo e também diminui os
 Dor no ombro, braço, barriga ou mandíbula danos ao coração.
 Falta de ar
Prevenção
 Suor intenso Existem muitas maneiras de se proteger o coração e
 Náuseas diminuir os riscos:
 Fraqueza ou tontura  Não consumir drogas
 Palidez  Se tem diabetes, tente mantê-lo sob controle.
Ataques cardíacos são possíveis durante descanso ou
 Alimente-se bem.
exercícios, portanto é importante que mantenha seu médico
informado de possíveis riscos.
 Controle a sua pressão sanguínea.
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 Coma alimentos pobres em gordura e sal. vezes susceptíveis a picadas de insetos, nomeadamente de
 Pratique exercícios regularmente. abelhas e vespas e também a picadas de peixes venenosos,
Desmaio ouriços e alforrecas (medusas, águas-vivas), quando as crianças
É provocado por falta de oxigênio ou açúcar no cérebro, frequentam a praia.
a que o organismo reage de forma automática, com perda de
consciência e queda do corpo. Tem diversas causas: excesso de O que fazer
calor, fadiga, falta de alimentos, etc, e é caracterizada por palidez, Existem alguns cuidados relativos às picadas. Em
suores frios, falta de forças e pulso fraco. relação às picadas de abelhas e vespas deve:
 Não retire os ferrões com pinças nem os esprema.
O que fazer Raspe o local com lâmina;
Se nos apercebermos de que a pessoa está prestes a  Desinfetar com álcool ou outro antisséptico (Betadine
desmaiar devemos dérmico);
 Sentá-la e colocar-lhe a cabeça entre as pernas, ou  Aplicar gelo localmente.
deitá-la e levantar-lhe as pernas No entanto, por vezes necessita-se de cuidados
 Molhar-lhe a testa com água fria especiais e de transporte urgente para o Hospital. É o caso da
 Desapertar-lhe as roupas ocorrência de picadas múltiplas (enxame), picadas a pessoas
Se a pessoa já estiver desmaiada alérgicas e picadas na boca e garganta (devido ao risco de
 Deitá-la com a cabeça de lado (PLS) e mais baixa que asfixia).
as pernas. Em relação às picadas de peixes
 Desapertar-lhe as roupas venenosos/ouriços/alforrecas, deve:
 Mantê-la confortavelmente aquecida  Aplicar no local cloreto de etilo ou, na sua falta, álcool,
 Logo que recupere os sentidos, dar-lhe de beber ou gelo, pois estas picadas provocam, muitas vezes, dores muito
bebidas açucaradas intensas.
 Consultar o médico posteriormente
 Caso não recupere os sentidos, fazer uma papa com Mordeduras
muito açúcar e pouca água e colocá-la debaixo da língua da Os tipos de mordeduras mais comuns são as de cães,
vitima. O açúcar deve ser “empapado em água” (não dissolvido, gatos e de outros animais. Menos comuns, mas, geralmente, mais
mas sim misturado apenas com algumas gotas de água);(Acionar perigosas, são as mordeduras de cobras e roedores. Os
de imediato os meios de emergência médica) problemas de saúde consequentes de uma mordedura dependem
do tipo de animal e da gravidade da mordedura, e incluem:
O que não fazer  Raiva: infecção grave, causada por um vírus que ataca
 Dar-lhe de beber enquanto a vitima não recuperar os o [sistema nervoso central] e que geralmente, é fatal;
sentidos, pois pode sufocar/afogar-se com os líquidos.  Veneno;
 Hemorragia;
Nota  Infecção;
 Se o desmaio for superior a 2 minutos dirigir-se ao  Perda de tecido, em ferimentos desfigurantes;
Hospital  Tétano: Doença em que ocorre uma libertação de uma
 Em caso de dúvida administrar sempre açúcar em papa toxina, que causa endurecimento persistente do maxilar inferior e
debaixo da língua, pois se estiver em hipoglicemia estaremos a que pode ser prevenida pela vacina contra o tétano;
contribuir para a melhoria do estado da vítima, e se estiver em  Reações alérgicas;
hiperglicemia, pouco irá fazer subir os níveis. Além do mais é
sempre preferível níveis altos do que muito baixos. O que fazer
 Usar e abusar do açúcar à menor suspeita, pois Mordedura de cão
tomado em exagero de vez em quando não prejudica, enquanto a  Desinfetar o local da mordedura;
falta ou o atraso ataca o cérebro e pode levar ao coma e à morte.  Se a ferida estiver inchada, aplicar gelo embrulhado
num pano limpo por 10 minutos;
Estado de choque  Informar-se se o cão está corretamente vacinado;
No caso de a vítima de estado de choque estiver de pé é  Providencie que a vítima receba a vacina do tétano, se
necessário deitá-la de costas com a cabeça baixa de lado, coloca- não a tiver tomado.
se também as pernas da vítima a formarem um ângulo de 45 Nota: É uma situação que necessita de transporte para o
graus com o solo. Caso a vitima já se encontre deitada, devemos hospital
mantê-la nessa posição. Posteriormente devemos desapertar-lhe Mordedura de gatos/ratos
a roupa que possa dificultar-lhe a circulação ou a ventilação, e  Desinfetar o local da mordedura;
tentar acalmar a vítima e seus acompanhantes. A temperatura  Transportar sempre a vítima para o Hospital.
corporal do indivíduo deve manter-se constante, para tal é Mordedura de humanos sem hemorragia importante
necessário tapá-lo/cobri-lo. Depois chama-se a ambulância para  Lavar o ferimento com água e sabão pelo menos
que o sinistrado tenha acompanhamento médico. durante 5 minutos, mas sem esfregar com força;
Caso se trate de um estado de choque que provoque a  Desinfetar o local da mordedura;
inconsciência da vítima deve-se colocar o indivíduo em posição  Cobrir o ferimento com compressa esterilizada;
lateral (PLS), continuando com os mesmos procedimentos. Nota  Se estiver inchada colocar gelo.
importante: nunca administrar líquidos ao sinistrado. São vários os Se notar qualquer sinal de infecção, como vermelho,
fatores que ocasionam o estado de choque, considerado reação pus, febre, deve contatar o médico.
comum em vítimas de acidentes com hemorragias internas ou
externas, emoções fortes, choques elétricos, queimaduras, etc.. Perfurações
Ferimentos É a penetração de um corpo estranho perfurante, sendo
Picadas ferimentos estreitos causando rompimento da pele e dos órgãos
As crianças, devido à sua enorme curiosidade e devido internos. Podendo ser com ou sem impalamento, ou seja,
ao fato de lhes agradar as atividades ao ar livre, estão muitas podendo ou não o objeto permanecer no local. O impalamento é
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uma forma de contenção da hemorragia, deve-se avaliar a  Se as bolhas não estiverem rebentadas, não as
retirada ou não do objeto, para melhor segurança do acidentado. rebentar; aplicar gaze gorda e compressa esterilizada;
No caso de perfuração do tórax (pneumotórax) deverá ser  Se as bolhas rebentarem, não cortar a pele da bolha
realizado um curativo de três pontos, onde será utilizada com um esvaziada; tratar como qualquer outra ferida. O penso deve
pedaço de sacola que será tampado três lados, caso a vítima manter-se 48 horas e só depois expor a zona queimada ao ar
esteja em decúbito dorsal, a parte de baixo não pode ser fechada, para evitar o risco de infecção/tétano;
pois será por lá que haverá a saída do sangue. Procedimento: é  Transportar a vítima para o Hospital.
levar a vítima para o pronto atendimento.
Queimaduras Se a queimadura for do 3º grau (profunda)
Uma queimadura pode ter vários graus de gravidade e  Arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou, na
esta pode ser considerada grave quando as suas características sua falta, com água fria corrente, até a dor acalmar;
fazem com que seja necessária uma consulta médica ou a  Lavar cuidadosamente com um antisséptico (não
hospitalização. A gravidade da queimadura depende de vários aplicar álcool);
fatores: da zona atingida pela queimadura (localização), extensão  Tratar como qualquer outra ferida;
da queimadura, profundidade, natureza ou causa da queimadura  Se a queimadura for muito extensa, envolver a vitima
e da fragilidade do indivíduo. num lençol lavado e que não largue pelos, previamente
A complicação mais imediata de uma queimadura grave umedecido com soro fisiológico ou, na sua falta, com água
é o estado de choque e a paragem cardiovascular, causados pela simples.
dor, pela perda de plasma em correspondência com a zona Nota: Situação grave que necessita de transporte para o
queimada e pelas substâncias libertadas pelos tecidos lesionados. Hospital.
As complicações tardias são de dois tipos: a infecção da
queimadura; uma cicatrização insuficiente que requer um enxerto Se a queimadura for de 4º grau
cutâneo. Queimadura por choque elétrico, chamar o serviço de
É caracterizada, sobretudo, por: emergência.
De acordo com a profundidade atingida, as queimaduras
classificam-se em 3 graus: O que NÃO fazer
 Retirar qualquer pedaço de tecido que tenha ficado
Queimaduras de 1º grau
agarrado à queimadura;
São as queimaduras menos graves; apenas a camada
 Rebentar as bolhas ou tentar retirar a pele das bolhas
externa da pele (epiderme) é afetada. A pele fica avermelhada e
que rebentaram;
quente e há a sensação de calor e dor (queimadura simples).
Queimaduras do 2ºgrau
 Aplicar sobre a queimadura cubos de gelo;
Às características das queimaduras do 2º grau junta-se a  Aplicar sobre a queimadura outros produtos para além
existência de bolhas com líquido ou flictenas. Esta queimadura já dos referidos.
Nota: O tratamento final das queimaduras deve ser
atinge a derme e é bastante dolorosa (queimadura mais grave).
sempre feito no Hospital.
Queimaduras do 3º grau Entorses
Às características das queimaduras do 1º e do 2º, junta- A entorse é uma lesão nos tecidos moles (cápsula
se a destruição de tecidos. A queimadura atinge tecidos mais articular e/ou ligamentos) de uma articulação. Manifesta-se por
profundos provocando uma lesão grave e a pele fica carbonizada uma dor na articulação, gradual ou imediata, um inchamento na
(queimadura muito grave). A vítima pode entrar em estado de articulação lesada e pela incapacidade do lesado para mexer a
choque. articulação.

Queimaduras de 4ºgrau Que fazer


Exposição de músculos, tendão, ossos (geralmente por  evitar movimentar a articulação lesionada;
eletricidade)  elevar o membro;
 aplicar gelo ou deixar correr água fria sobre a
Queimaduras de 5º grau articulação;
Carbonização do corpo. Acaba resultando em óbito.  alternar as aplicações frias com a aplicação de uma
ligadura elástica a comprimir o membro;
O que se deve fazer  consultar o médico posteriormente;
 Se a roupa estiver a arder, envolver a vitima numa  ir rapidamente para um hospital
toalha molhada ou, na sua falta, fazê-la rolar pelo chão ou
envolvê-la num cobertor (cuidado com os tecidos sintéticos); Fraturas
 Se a vitima se queimou com água ou outro líquido a Uma fraturas é caracterizada por uma dor intensa no
ferver, despi-la imediatamente. local, inchaço, falta de força, perda total ou parcial dos
 Dar água a beber frequentemente; movimentos, e encurtamento ou deformação do membro
 lesionado.
Se a queimadura for do 1º grau Em caso de fratura ou suspeita de fraturas, o osso deve
 Arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou, na ser imobilizado. Qualquer movimento provoca dores intensas e
sua falta, com água fria corrente, até a dor acalmar; deve ser evitado.
 Aplicar cremes para queimados.
O que fazer
Se a queimadura for do 2ºgrau  expor a zona da lesão (desapertar ou se necessário
 Arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou, na cortar a roupa);
sua falta, com água fria corrente, até a dor acalmar;  verificar se existem ferimentos;
 Lavar cuidadosamente com um antisséptico (não  tentar imobilizar as articulações que se encontram
aplicar álcool); antes e depois da fraturas usando talas apropriadas, ou na sua
falta, improvisadas;
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 dar analgésico (Ben-u-ron) se a criança estiver
consciente e com dor e mantê-la em jejum pela possibilidade de Por produtos tóxicos
cirurgia; Alguns dos sintomas incluem: vômitos ou diarreia,
 em caso de fraturas exposta, cobrir o ferimento com espuma na boca, face, lábios e unhas azuladas, dificuldade
gaze ou pano limpo. respiratória, queimaduras à volta da boca (venenos corrosivos),
Nota: As talas devem ser sempre previamente delírio e convulsões, e inconsciência. - NUNCA provocar o
almofadadas e bastante sólidas. vômito! Nota: É uma situação grave que necessita de transporte
imediato ao Hospital.
O que NÃO fazer Insolação
 tentar encaixar as extremidades do osso partido; O suor é o nosso ar condicionado natural. À medida que
 provocar apertos ou compressões que dificultem; ele se evapora da nossa pele ocorre o esfriamento do corpo.
 colocar sal no ferimento; Porém, esse sistema pode falhar se ocorrer uma exposição
 procurar, numa fraturas exposta meter para dentro as prolongada ao calor, num local fechado e sobreaquecido (por ex:,
partes dos ossos que estejam visíveis. dentro de uma viatura fechada, ao sol) ou se ocorrer uma
Choques elétricos exposição prolongada ao sol.
A morte causada por eletricidade é também conhecida A insolação é caracterizada por: cefaleias (dores de
como eletrocussão e consiste na passagem de uma corrente cabeça), tonturas, vômitos, excitação, pele fria e pegajosa, boca
elétrica pelo corpo. A electrocussão pode provocar a morte seca, fadiga e fraqueza, pulso rápido e inconsciência.
instantânea, perda dos sentidos mais ou menos prolongada,
convulsões e queimaduras no ponto de contato. É necessário O que se deve fazer
tomar cuidado com quem está sujeito ao choque, tocá-lo pode ser É importante baixar a temperatura do corpo, para tal:
perigoso. O ideal é pegar num objeto constituído por plástico pois  Coloque a pessoa num local fresco e à sombra;
conduzem pouco a eletricidade; afastá-lo do objeto que lhe dá o  Desaperte-lhe a roupa, ou remova as roupas e envolva
choque, e verificar os sinais vitais da vitima. Caso esta se a pessoa num lençol fresco e úmido;
encontre em paragem cardiorrespiratória deve-se retirar os  Coloque compressas frias na cabeça e axilas;
objetos adjacentes a esta como por exemplo dentaduras, óculos,  Eleve a cabeça da vítima;
etc… desapertar a roupa e expor o tórax, e proceder então à  Dê a beber água fresca, se a vítima estiver consciente;
reanimação colocando sobre o tórax as duas mãos sobrepostas e  Se estiver inconsciente, coloque-a em PLS (Posição
realizar 30 compressões seguidas de suas insuflações. Se a Lateral da Segurança).
vitima estiver inconsciente mas com pulso e a ventilar deve-se Nota: Esta é uma situação grave, principalmente nas
colocá-la em PLS e contatar o 112 para obter transporte ao crianças, que pode provocar hemorragia cerebral e como tal,
Hospital mais próximo. necessita de transporte urgente para o Hospital.
Transporte de vítimas
Envenenamento e intoxicação QUANDO TRANSPORTAR
O envenenamento é o efeito produzido no organismo por 1.Quando não for possível prestar o atendimento básico
um veneno que seja introduzido. no local; 2.Quando não for possível esperar ajuda especializada
(locais desprovidos de instituições habilitadas a dar atendimento);
Envenenamento por via digestiva 3.Quando o local oferecer risco iminente. Obs.: em caso de risco
Por produtos alimentares iminente, o socorrista deve atentar para sua própria segurança.
Caracteriza-se por arrepios e transpiração
abundante, dores abdominais, náuseas e vômitos, prostração, COMO TRANSPORTAR
desmaio, agitação e delírio. O método de transporte escolhido deve se adequar:
1.ao número de socorristas; 2.à força e habilidade dos
O que fazer socorristas; 3.aos tipos de lesão da vítima e seu estado de
 Verificar sinais de vida; consciência; 4.ao peso da vítima; 5.à proporção de tamanho entre
 chamar ajuda, nunca faça um socorro sozinho, socorrista e vítima; 6.à proporção de tamanho entre os socorristas
somente em último caso; que vão transportar; 7.distância do local e tipo de terreno;
 se possível, interrogar a vítima no sentido de tentar 8.material disponível para auxiliar no transporte.
perceber a origem do envenenamento; Orientações gerais
 manter a vítima confortavelmente aquecida;  Manter a vitima calma;
 é uma situação grave que necessita de transporte  Procure socorro;
imediato para o hospital feita por especialistas.  Evite mover a vitima;
 sinalizar o local onde ocorreu o acidente;
Por medicamentos  ligar para socorro médico
Dependendo do medicamento ingerido, podem observar-
se: vômitos, dificuldade respiratória, perda de consciência, Contatos para socorro especializado no Brasil
sonolência, confusão, etc. Em todo o território nacional, discar:
 Polícia: 190
O que se deve fazer  Emergência médica (SAMU): 192
 se possível interrogar a vítima no sentido de tentar  Bombeiros: 193
obter o maior número de dados possível sobre o envenenamento;  Polícia de Trânsito - 194
 pedir imediatamente orientações para o Centro de  Polícia Rodoviária Federal: 191
Informação Antivenenosa (em Portugal: 808 250 143);  FONE 0800 ****** nas Rodovias sob concessão. Vale a
 manter a vítima aquecida; pena ter tal telefone antes de pegar a estrada, visto que em tais
 é uma situação grave que necessita de transporte rodovias costuma haver serviço de auxílio médico e mecânico ao
imediato para o Hospital. usuário.
 CEATOX - Centro de Assistência Toxicológica - 0800
014 81 100
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 Ligar para a família da pessoa O fogo, que ao longo da história, tem trazido grande
Obs.: Alguns estados unificaram os telefones 19X em desenvolvimento para a humanidade através da geração de
uma "central de emergência" (ex.: DF, ES(CIO energia, quando fora do controle assume a sua natureza
destruidora trazendo perdas humanas e do patrimônio.
Primeiros socorros/Emergência
Transporte De Acidentados A prevenção juntamente com o desenvolvimento das Normas de
Após o término do tratamento inicial, no local do Segurança (cujo cumprimento é exigido no projeto das
acidente, a vítima deverá ser removida de sua posição original edificações), têm sido, sem dúvida, as maiores ferramentas para
para uma maca, para então, ser transportada para um hospital e se evitar grandes tragédias. Assim cada pessoa conscientizada
receber seu tratamento definitivo. pode contribuir para a sua própria segurança e também dos
Exceto na presença de uma situação que represente ocupantes do ambiente ao qual faz parte.
perigo imediato tanto à vida da vítima quanto a do próprio Podemos destacar como atitudes prevencionistas:
socorrista, a manipulação do acidentado deverá ser ordenada e 1) Proibir o fumo em locais onde existam quantidades
efetuada com calma, de modo a não lhe causar maiores lesões ou significativas de materiais combustíveis;
ainda, agravar as condições originais. Voluntários ou 2) Evitar o armazenamento de materiais, sem a devida ordem e
espectadores solicitados devem ser instruídos detalhadamente limpeza;
sobre o que deverão fazer antes da vítima ser manipulada e 3) Utilizar como Norma a desenergização, ao final do
removida. expediente, de todos os equipamentos elétricos utilizados no
Se no local do acidente existirem várias vítimas, o setor;
socorrista deverá solicitar auxílio imediatamente. Como em geral, 4) Proibir a utilização de derivação tipo “T” e “extensões ”
no local do acidente, não temos condições de diagnóstico preciso, elétricas, que são condenadas pelas normas técnicas e
devemos sempre transportar as vítimas sobre macas rígidas, historicamente responsáveis por grandes incêndios;
tomando o cuidado de imobilizar a coluna e as demais fraturas 5) Manter produtos como álcool de cozinha e fósforos longe do
existentes e ainda, fazer reavaliações periódicas das condições alcance de crianças, em local ventilado e afastado de fontes de
vitais, durante todo o transporte. calor;
É compreensível que nos acidentados que tenham
somente lesões leves (queda com fratura do braço, por exemplo), Métodos de Transmissão de Calor
o transporte não precisará ser desta forma. Irradiação: É a transmissão de calor sem meio físico. Exemplo:
As vítimas que estiverem em locais de risco iminente calor do sol.
(incêndio com risco de explosão, veículo a beira de um penhasco, Condução ou Contato:É a passagem do calor de molécula para
ambiente tomado por fumaça, etc) deverão ser removidas molécula, sendo condição essencial a continuidade de matéria
imediatamente pelo método da chave de Rauteck, onde o socorro entre a fonte calorífica e o corpo que recebe calor. Exemplo: Os
é realizado, puxando-se a vítima para fora do local de risco e metais, de modo geral são bons condutores de calor. Se uma
deslizando-a até um local seguro. Esta manobra, apesar de barra de ferro, for aquecida numa extremidade, dentro de pouco
perigosa, constitui-se de um mal menor, destinado a pôr o ferido tempo estará aquecida na extremidade oposta.
fora de perigo e evitar que se agrave o seu estado. Convecção: É o método de transmissão de calor característico
É fundamental que os princípios de segurança dos fluídos (líquidos e gases). A porção mais próxima da fonte
observados na proteção da vítima, sejam também considerados de calor se aquece mais rapidamente que as demais porções.
na segurança individual dos socorristas e demais pessoas que Esta porção dilata-se e torna-se mais leve, sendo impelida para
estejam na áreas do acidente. a superfície, formando uma corrente ascendente. Com isto, as
O posicionamento da vítima sobre a maca rígida é feito porções superiores mais frias, descem para ocupar o lugar da
através da técnica de rolamento (90 graus), com o auxílio de no porção que subiu – corrente descendente , ficando mais próxima
mínimo três pessoas. da fonte de calor. Forma-se então um ciclo contínuo de
A vítima é rolada em monobloco para uma posição correntes de convecção. A convecção é responsável pelo
lateral, a maca rígida é posicionada ao seu lado e a vítima é alastramento de muitos incêndios, às vezes a compartimentos
rolada novamente para cima dela. O socorrista líder deverá bastantes distantes do local de origem do fogo.
posicionar-se ao nível da cabeça da vítima e os demais
socorristas ao lado do ferido, que permanecerá todo o tempo com Processos de Extinção de Incêndio
a cabeça e coluna alinhadas. Sendo o fogo originário da reunião de combustível, oxigênio e
As macas rígidas, também chamadas tábuas de suporte, calor, para extingui-lo basta que se suprima qualquer um destes
são muito úteis no transporte de vítimas e serviços de salvamento elementos.
e resgate. A maca rígida curta mede 45 centímetros de largura e Retirada de Calor – Resfriamento
70 centímetros de comprimento. A maca longa mede 45 Retirada de Oxigênio – Abafamento
centímetros de largura e 180 centímetros de comprimento, com Retirada do Combustível – Isolamento
dois trilhos finos na superfície inferior que são essenciais para
suspendê-la com facilidade. Importante
A maca rígida curta é usada sobretudo para a 1) Os primeiros instantes de um incêndio são os mais possíveis
imobilização de vítimas que encontram-se sentadas, já o modelo de obter-se sucesso na extinção;
longo é excelente para qualquer tipo de vítima, em especial 2) O extintor de incêndio portátil é eficaz apenas para eliminação
aquelas que apresentam lesão ou suspeita de lesão na coluna, ou de princípios de incêndio;
ainda que necessitem de ressuscitação cardiopulmonar. Cada 3) O foco de incêndio, uma vez extinto, deve ser monitorado,
maca rígida deve possuir tirantes próprios de 5 por 185 pois existe o perigo de reignição do fogo;
centímetros, que amarram a vítima através de fivelas auto- 4) A retirada das pessoas (evacuação do prédio) deve ser feita
aderentes ou do tipo engate-rápido. em ordem, por rotas de fuga pré-determinadas.

PREVENÇÃO DE INCÊNDIO Classes de Incêndio e Extintores adequados


Classe de incêndio Extintor EXTINTORES

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que a “coisa pega”. Os colegas não são sempre gentis e o chefe
Adequado DE INCÊNDIO não é tão tolerante.No mundo corporativo, quem parece
confusa, desajeitada ou com um jeito muito exagerado, pode
A Madeira, papel, ÁGUA não ser bem vista. Uma pessoa que se mostra inquieta numa
estopas, tecidos etc. reunião, passa uma imagem de instabilidade e insegurança que
não convém para os negócios. Para quem vê de fora, atitudes
B Gasolina, óleo PQS CO2 como essas podem sugerir que toda a organização é confusa.
diesel, álcool etc. Mesmo que isso não seja verdade, o que importa é a imagem
que a pessoa passa. Como todo mundo diz, é uma questão de
C equipamentos CO2 PQS atitude. Reconhecer que precisa melhorar já é um bom caminho.
elétricos quando Mesmo não sendo fácil, é questão de empenho, um pouquinho
energizados. de confiança e muito treino. Um bom começo é pensar sobre os
gestos, postura, jeito de pegar as coisas, andar e etc. Não tem
D Metais pirofóricos – PÓ nada a ver com o visual. O importante é refletir, sem se achar
magnésio, titânio etc. QUÍMICO coitadinha, o que é preciso mudar;
ESPECIAL
Quem costuma falar mexendo muito com as mãos deve treinar
Extintor de Gás Carbônico – CO2 conversar sozinho se olhando no espelho. O importante é
A utilização do CO2 torna a atmosfera do incêndio pobre em pensar nos gestos como uma linguagem poderosa que dá força
oxigênio, não permitindo a combustão, sendo por conseguinte o ao que está sendo dito;
fogo extinto pelo método de abafamento e secundariamente, por
resfriamento. As expressões faciais e os movimentos do corpo são um retrato
de como a pessoa está se sentindo por dentro. Quanto mais
Extintor a base de pó químico seco – PQS tensa, mais as expressões e o corpo se contraem;
Quando lançado sobre um líquido inflamado, reage quebrando a
reação química do fogo. Respire fundo várias vezes isso ajuda a acalmar. Mantenha o
pensamento positivo: Vai dar certo!
Extintor de Água Antes de ir a um encontro de negócios, descubra tudo o
A água atua por resfriamento. Este extintor não é recomendável que puder sobre o assunto que vai ser discutido, sobre as
em incêndios classe B, pois espalha o combustível e não pode pessoas e o que for necessário para se sentir segura. Mostrar-
ser usado em incêndios classe C, pois a água conduz se informado passa a imagem competência;
eletricidade. Não vá trabalhar com roupa ou sapato desconfortável. Ficar se
Manuseio do Extintor: ajeitando enquanto fala ou sentindo dor nos pés, faz a pessoa
1) Selecionar o extintor correto; parecer desarticulada e acaba incomodando as pessoas que
2) Levar o equipamento até o princípio de incêndio; estão perto.
3) Retirar o pino de trava da válvula;
4) Acionar a válvula; POSTURA NO AMBIENTE DE TRABALHO
5) Direcionar o jato de agente extintor para a base do fogo;
6) Utilizar o extintor sempre na vertical. É impressionante que nos dias atuais e com tanta informação
chegando a todo instante, ainda fortemente presenciamos nos
No princípio de Incêndio: ambientes corporativos o comportamento inadequado de muitos
1) Agir com firmeza e decisão, mas sem se arriscar profissionais.
desnecessariamente; Confunde-se muito o próprio ambiente como uma extensão da
2) Manter a calma e afastar as pessoas; casa ou do mundo particular e suas variáveis.
3) Desligar os circuitos elétricos envolvidos;
4) Constatar não haver risco de explosão; É estranho imaginar que a educação, a gentileza e a atenção
5) Utilizar o agente extintor correto. em detalhes ligados a imagem pessoal muitas vezes são
deixadas de lado e atitudes muitas vezes infantis e inesperadas
A IMPORTÂNCIA DA POSTURA NO AMBIENTE DE são cometidas por pessoas dentro de uma organização, atos
TRABALHO como o bate-papo fora de hora, piadinhas inconvenientes,
utilização de locais impróprios para lanche, almoço e excessos
Você já se sentiu desajeitado numa reunião de de permanência longe do posto de trabalho, ainda aconteçam
negócios? Ficou sem saber onde pôr as mãos e se comportou em todos os níveis empresariais.
como um elefante numa caixa de bombons? Uma boa notícia: Muitas destas atitudes são amplamente discutidas e acertadas,
você não é o único. Pode acontecer de uma hora para a outra, mas muitos parecem renegar a norma e seguem conduta
em situações para as quais não se está preparado, e aí pronto: indiferentemente da penalidade ou sem medo de qualquer ação
surge uma insegurança tão forte que chega até a paralisar. disciplinar e podem destoar e desequilibrar um bom ambiente de
Parece que os movimentos ficam difíceis de controlar, que o trabalho.
corpo cresce de tamanho e nada articula direito. Algumas
pessoas derrubam tudo o que tocam, outras se agitam tanto ou Não que o local de trabalho seja feito apenas para o labor e a
fazem gestos tão exagerados que tudo fica estranho para a produção massificante, mas o respeito às normas e o bom
situação. Tem gente que faz careta e tem pessoas que para senso no momento da necessidade da descontração, do alivio
parecerem delicadas acabam exagerando na dose e se tornam do estresse deve ter seu referencial adequado, orientando o
antipáticas. Imagem que fica quando isso acontece em casa, empregado nesse instante a ligar o "desconfiomentro", tomar o
tudo bem. A família releva e até acha graça. Os amigos tiram "semancol" e agir com serenidade e respeito aos demais.
um “sarrinho”, mas no fundo, todo mundo sabe que, apesar do Notadamente não registro essa situação como uma critica e sim
jeito estranho, atrapalhado ou estabanado, a pessoa é como uma triste percepção do trabalho corporativo que
maravilhosa, eficiente e tem bom coração. Mas é no trabalho desempenho ao longo de 26 anos de labuta no trato de gestão
de pessoas.
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Mas os novos tempos estão chegando, e a nova geração me uma oportunidade para diferenciar-se no mercado, e ampliar
preocupa, mas também me reconforta ao pensar que tudo e seus negócios e lucros.
todos podem finalmente ajustar postura pessoal com ambiente Devido a termos vivido muitos anos de regime autoritário,
de trabalho e no final todos viveremos felizes para sempre. protecionismo de mercado, monopólios e etc, muitas empresas
foram levadas a uma atitude de prepotência perante o
ATENDIMENTO AO PÚBLICO consumidor. Porém, com a globalização da economia e a
integração da nossa economia ao mercado, da competitividade
Desde a abertura do mercado brasileiro à competição crescente e da comunicação na era da Internet, o cliente
estrangeira, a partir de 1990, observam-se transformações na começa a despertar para seu verdadeiro papel que é exercer o
estratégia mercadológica das empresas nacionais. Isto vem seu poder de escolha.
acontecendo paralelamente à globalização das economias As empresas necessariamente terão que se adequar a
mundiais, demandando das empresas candidatas à essa nova era, ou seja, preocupar-se com a excelência da
sobrevivência, aumento de produtividade, redução de custos, qualidade de seus serviços ou não sobreviverão no mercado.
padronização da qualidade dos produtos e preços mais baixos Os clientes, desta nova era, querem muito mais do que
para o consumidor final. Porém, esse mercado global impõe um cortesia, querem serviços que agreguem valor, prestando ao
novo desafio às empresas: o desenvolvimento de uma consumidor serviços que, na sua percepção, atendam ou
vantagem competitiva sustentável, ou seja, algo que o cliente superem suas expectativas. Segundo recentes estudos, para a
perceba como um diferencial entre o produto de uma empresa e maior parte das pessoas, a qualidade de um serviço é pelo
o da concorrência. Segundo recentes pesquisas, o atendimento menos 8% mais importante do que seu preço. Sendo que o
de qualidade ao cliente é o que determinará o crescimento das consumidor está disposto a pagar até 16% a mais por serviços
empresas na próxima década. de qualidade.
Atender o cliente com qualidade ou satisfazê-lo, é uma Por que, afinal, as empresas não priorizam
filosofia empresarial baseada na parceria. É fundamental investimentos na qualidade do atendimento? Por que as
compreender que atender o cliente com qualidade não se empresas não procuram descobrir as verdadeiras necessidades
resume a tratá-lo bem, com cortesia. Mais do que isso, hoje do seu cliente, para atendê-las e desta forma conquistar sua
significa acrescentar benefícios a produtos e serviços fidelidade? Parte da resposta está no grande desconhecimento
objetivando superar as expectativas dele. É necessário se de muitos empresários dos excelentes resultados vindos da
estabelecer um canal de comunicação direto entre cliente e valorização dos clientes (externo e interno). As empresas e
empresa, através do qual o primeiro é regularmente ouvido, com consumidores só têm a ganhar estabelecendo essa parceria. O
muita atenção, e suas críticas e sugestões transformadas em bom atendimento da empresa levará à satisfação e à fidelidade
especificações de melhores produtos e serviços. Esta filosofia, do consumidor traduzindo-se em mais negócios para a empresa.
que prioriza as necessidades e interesses do cliente, não os da Fator importantíssimo, na qualidade do atendimento ao
própria empresa, leva ironicamente a um aumento do volume de cliente é saber ouvi-lo. Estatísticas demonstram que cerca de
negócios em função da fidelidade do cliente. Além disso, 80% das inovações tecnológicas foram implantadas a partir de
estudos demonstram que, para a maioria das pessoas, a opiniões colhidas de clientes. Na empresa privada brasileira os
qualidade do serviço é mais importante do que seu preço, sistemas de atendimento ao cliente operam através de SAC,
concluindo-se que os consumidores estão dispostos a pagar como são conhecidos os serviços de atendimento ao cliente.
mais por serviços de qualidade. Sensíveis aos direitos, além de à importância central
A implantação de um serviço orientado ao cliente que o cliente vem alcançando nos mercados atuais, algumas
necessita de um absoluto comprometimento da empresa inteira, empresas de médio, e grande portes no Brasil vêm implantando
a começar por aqueles que determinam os rumos e as seus serviços de orientação e atendimento ao cliente visando
estratégias maiores, ou seja, seus diretores e proprietários. atender às necessidades e expectativas daqueles que os
Outro ponto a ser considerado, é a concessão de maior mantêm. Entre outros resultados, observa-se a recuperação e
autonomia e apoio ao pessoal de linha de frente, assegurando a retenção de clientes, maior eficácia das ações de marketing,
perfeita coordenação e interação entre todos os departamentos, maior credibilidade da empresa no mercado, fortalecimento da
desde recursos humanos até o pessoal da linha de frente, imagem institucional, criação de um diferencial competitivo e,
passando pelas áreas de finanças, marketing e todas as demais. principalmente, a concretização da missão empresarial.
Outro, fundamental, é o estímulo ao treinamento de todos
aqueles que têm um contato com os clientes para que seja
entregue aos mesmos o produto/serviço que lhe foi prometido. EFICIÊNCIA, EFICÁCIA NO ATENDIMENTO
Em outras palavras, tem que se estabelecer uma parceria não
só com o cliente, mas também com seu funcionário, já que sem Esclarecer corretamente que tipos de informações e
sua cooperação qualquer plano está fadado ao insucesso. questões o Serviço tem reais condições de responder. Aquelas
Foi-se o tempo da prepotência empresarial, porque o informações que não estão dentro da área de competência e
poder agora está nas mãos do cliente através do seu direito de atuação do Serviço devem ser encaminhadas à equipe
escolha. Se uma empresa não procurar conhecer seu cliente competente (equipes do Sebrae), ou indicadas as potenciais
para atender suas necessidades e expectativas, certamente fontes para que o próprio cliente as procure (externo ao Sebrae).
haverá um concorrente que irá fazê-lo. As estatísticas indicam Preenchimento da solicitação de Resposta Técnica
que mais de 90% dos clientes insatisfeitos com uma empresa O Formulário de Solicitação de Resposta Técnica
nunca mais a procurarão e ainda comentarão sobre sua registra oficialmente o pedido do cliente, exceto nos casos de
experiência negativa com 10 a 17 pessoas de seu fax e cartas, e também permite o cadastramento na base
relacionamento. Resposta Técnica.
Quem sabe, ainda veremos no nosso país o tempo de As indicações e informações coletadas na
se reconhecer firma em cartórios ser reduzido a poucos minutos, entrevista/atendimento com o cliente, assim como dados sobre
comparando-se com a eterna burocracia até liberarem o referido sua formação, experiências anteriores, expectativas, urgência e
documento. impressões sobre a questão devem constar do Diagnóstico das
O cliente tem sido historicamente desrespeitado, pelo Necessidades do Cliente.
mau atendimento dado por um grande número de empresas. Entrevista com o cliente
Porém, alguns empresários atentos entenderam que havia aí
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A entrevista com o cliente começa pelo entendimento naturalmente, surge a pergunta: Qual delas queremos que nos
das suas reais necessidades. Para identificar as reais atenda?
necessidades do cliente, faz-se necessário um roteiro com Retomando um pouco na comunicação, associada à postura,
perguntas que permitam traçar um perfil do mesmo. Para tanto, temos vários tipos de linguagem encontrada nas conversas
o atendente deverá desempenhar o papel de psicanalista, entre clientes e atendentes, podendo variar quanto ao uso de
interrogador, detetive, analista, bisbilhoteiro, como também ter gírias até palavras mais rebuscadas e de difícil entendimento. O
muito jogo de cintura, perspicácia e capacidade de raciocínio. ideal é usarmos a linguagem clara, sem rococós nem modismos,
Neste processo, é importante estar atento às que acabam atrapalhando o entendimento, e por sua vez
expectativas do cliente, para poder esclarecê-lo sobre as desanimam o cliente, que se sente mal compreendido e, em
limitações do Serviço e indicar a melhor forma de atendê-lo. muitos casos, ofendido e com raiva por tamanha
A sistematização dessas perguntas estão anexas ao desconsideração.
Formulário de Solicitação de Resposta Técnica para servir de
guia atendentes. A QUALIDADE DO ATENDIMENTO E O CLIMA
Comunicação com cliente ORGANIZACIONAL
O pedido da RT poderá ser via telefone, fax, correios
ou acesso remoto Por que alguns serviços são prestados de forma tão
(Internet, Renpac etc.), dependendo do cliente. deficiente? Por que as pessoas o fazem com um desempenho
A comunicação com o cliente deve seguir suas tão medíocre, muito aquém do esperado? Por que são tão
recomendações de como gostaria de receber a RT, apesar de frequentes as reclamações dos clientes externos quanto à
todo o contato telefônico necessitar de uma oficialização via qualidade dos atendimentos? Quantos clientes as empresas
correspondência. deixam escapar por não estarem atentas a isso?
Perfil dos profissionais envolvidos Somos inclinados a pensar que o problema está na
a) Perfil do atendente falta de treinamento ou numa seleção mal feita. Porém, de nada
O atendente no processo tem um papel fundamental e adianta as empresas saírem por aí substituindo as pessoas,
necessita ter algumas características/habilidades para garantir a como se só elas fossem as culpadas. As empresas culpam os
qualidade no preenchimento da solicitação e caracterização do funcionários e esquecem de considerar o contexto no qual eles
cliente. estão inseridos. É preciso ir mais fundo para compreender o que
Algumas habilidades importantes nesse profissional são: está por trás da qualidade de atendimentos. Pesquisando o seu
- habilidade para fazer diagnóstico; clima, as empresas irão encontrar as respostas que precisam e
- conhecimento e experiência em administração/funcionamento certamente farão um mea-culpa.
de empresas; Para o funcionário atender bem é preciso que saiba,
- capacidade para identificação de problemas; que possa e que queira fazê-lo. Saber fazer é uma questão de
- capacidade de análise; conhecimento, habilidade ou atitude. Poder fazer é uma questão
- capacidade de síntese; de ter e poder usar os recursos necessários. Querer fazer é uma
- espírito investigador; questão volitiva que depende do estado de espírito, do ânimo,
- cultura geral ampla; da satisfação das pessoas quando realizam o seu trabalho.
- característica pessoal que permita ganhar confiança dos Logo, o "querer fazer" está associado ao clima organizacional,
clientes; que muitas vezes é onde encontramos as causas da má
- adaptação a situações inesperadas; qualidade dos atendimentos.
- facilidade de comunicação; As empresas investem pesado na melhoria dos seus
- espírito empreendedor/entusiasta; produtos, mas não são tão cuidadosas com os seus serviços;
- experiência industrial tanto os prestados internamente, quanto os prestados
- boa oratória; diretamente aos seus consumidores finais.
- objetividade de raciocínio; Algumas empresas criam canais de comunicação com
- percepção apurada; os seus clientes externos, através de ligações gratuitas,
- desinibição. procurando atender às suas necessidades, ouvir as suas
- identificação com atendimento - gostar de atender reclamações e sugestões sobre seus produtos e/ou serviços.
Porém, que atenção dispensam a quem atende esses
POSTURA PROFISSIONAL DO ATENDENTE telefonemas? Geralmente são profissionais com salário baixo, e
nem sempre dispostos a tolerar o mau humor desses clientes.
A postura profissional nos aponta a importância de como nos A propósito, no momento em que o foco no cliente
vestimos, falamos, gesticulamos e todos os comportamentos passa a ser tão importante, não será oportuno revermos os
que configuram a nossa imagem. Temos que ser adequadas às critérios que determinam o valor do salário de um telefonista?
circunstâncias, mantendo a naturalidade, ou seja, mantemos a Afinal, além de atender aos clientes internos, é ele quem passa
nossa personalidade, e à aparência acrescentamos alguns aos clientes externos, fornecedores e ao público em geral, uma
trajes que combinem com a atividade que exercemos em dado parcela da imagem da empresa.
momento, como no atendimento a clientes por exemplo. As empresas esquecem que a satisfação dos seus
Manter sigilo das informações que circulam em nosso clientes externos passa antes pela satisfação dos clientes
ambiente de trabalho é sinal de uma postura altamente internos. Poucas são as que têm interesse em ouvir os seus
profissional. As pessoas admiram aqueles que são discretos e clientes internos, em conhecer suas expectativas profissionais e
não ficam fofocando, causando uma impressão de que ao pessoais, suas reclamações com relação ao salário; ao trabalho
virarem as costas, não sofrerão deste mal, ao contrário daqueles que realizam; à integração entre os diferentes setores da
casos onde o “veneno” escorre durante o diálogo. empresa; à supervisão que recebem de seus superiores
Até a forma como nos posicionamos; ereta ou imediatos e mediatos; à comunicação existente na empresa; à
curvadamente causam impressões nos clientes que estão sendo sua estabilidade; às suas possibilidades de progresso
atendidos. Imaginemos entrar numa loja onde encontramos uma profissional; à disciplina; aos benefícios; às suas condições de
atendente com o corpo voltado para frente, de cabeça baixa, e segurança e higiene; ao processo decisório etc.
do lado, outra profissional, ereta, de cabeça para cima, Além de ouvir os seus funcionários sobre o que
pensam em relação a essas variáveis internas, as empresas
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deveriam também conhecer a realidade familiar, social e
econômica, em que os mesmos vivem. Só assim poderão Sabemos que o significado de patrimônio é a herança de família;
encontrar outros fatores do clima organizacional que justificam a bens de família, riqueza, os bens materiais ou não, duma
qualidade dos atendimentos. pessoa ou empresa.
Embora administrar o clima seja uma responsabilidade Apesar do simples significado, podemos observar a falta de
da administração de recursos humanos, em cada setor passa a informação de uma parte da população em relação à
ser de quem exerce o cargo de chefia, pois conhecer o grau de importância da preservação do patrimônio material.
satisfação, as expectativas e as necessidades da equipe de Isso porque, para muitos, o que não diz respeito a bens
trabalho constitui um importante papel gerencial, essencial para familiares está distante de algo que pode ser usado por todo
a melhoria do ambiente de trabalho e da qualidade dos cidadão, sendo que é de conhecimento ser direito inerente a
atendimentos. cada um usufruir desses bens, desde que unido à
conscientização de preservação desses bens, sendo vistos
PREVENÇÃO E COMBATE A SINISTRO como um bem maior.
Se aliarmos ao termo educacional, entenderemos que
Para a devida prevenção contra sinistros ou princípios de patrimônio material significa o acervo de bens móveis, acervo
sinistros é preciso avaliar vários itens que em sua importância bibliográfico, bens imóveis de uma Instituição de Ensino e, desta
fazem toda a diferença. maneira, faz-se necessário observar que são bens públicos e
Alguns detalhes são observados na aplicação das leis, normas e podem ser utilizados por todos que formam a comunidade
decretos que regulamentam a questão colocada, embora estes escolar e local.
detalhes normativos muitas vezes sejam conflitantes é preciso Por isso, é de suma importância a explicação, o esclarecer
avaliar uma hierarquização das mesmas para que seja aplicável sobre o que é um patrimônio, para que ele serve, como deve ser
e aceitável as medidas cabíveis quanto a implantação e mantido, a quem pode servir e a sua importância dentro do
regularização dos projetos preventivos contra sinistros. contexto histórico de uma instituição escolar, bens esses que
Deve-se entender que para levantar projetos de prevenção também servirão como objeto de pesquisa.
contra sinistros é preciso observar projetos já existentes que Mas essa utilização realmente está sendo divulgada de maneira
descritos em planta baixa demonstram todo o desenho das que todos possam saber de seus direitos, assim como também
indicações de localização das instalações hidráulicas de seus deveres enquanto cidadãos e coparticipantes da
pertencentes aos sistemas de hidrantes, observar se foi aplicada importância da preservação do patrimônio material da Instituição
corretamente as recomendações das normas da ABNT quanto Escolar que fazem parte?
ao tipo de mangueira implantada para o tipo de estabelecimento, Todos os dias pelos meios de comunicação somos informados
As instruções técnicas do corpo de bombeiros e as NBRs. das mais diversas atrocidades cometidas por pessoas que em
momentos de irracionalidade destroem sem o mínimo pudor os
Extintores patrimônios públicos que foram construídos há muito tempo e
Observar quanto aos locais onde são instalados os extintores que fazem parte da história daquela cidade ou país.
localizando-os e identificando-os para melhor execução do É entristecedor ter conhecimento de tais fatos e observar quão
trabalho, criando até se possível um mapa de localização além está o conhecimento das pessoas em relação a algo que
identificando-os por numero classe de incêndio e tipo de carga. pertence a todos e compõem a história da sociedade que estão
Assim podem-se estabelecer projetos de inspeção com planilhas inseridos.
de controles, e providenciar as manutenções vendo a Observamos que isso não acontece somente com os grandes
necessidade de substituição dos mesmos por reservas para que monumentos, mas principalmente no âmbito educacional por
não se deixe desprovidos as áreas. meio da destruição de materiais escolares, móveis, prédios...
Isso prova o desconhecimento da conscientização de muitos
Sinalização sobre o que é patrimônio material e a importância da sua
Quanto às sinalizações devem-se observar as cores, dimensões preservação, entendendo-os como bens que podem ser
e caracterizações descritas nas Normas Regulamentadoras, utilizados por todos.
Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros e nas NBRs que No nosso meio profissional, sempre escutamos a necessidade
determinam os padrões de identificação dos itens relacionados a de se realizar um trabalho em conjunto, de maneira que todos
segurança e ao sistema de prevenção contra sinistros. possam comungar resultados satisfatórios, porém a realidade é
Algumas formas de sinalização são identificadas para os diferente quando realmente se trata de um esforço maior para
seguintes fins: se alcançar resultados positivos no que se refere à educação,
Sinalização de segurança educativa; pois formar cidadãos conscientes requer não somente dialogar
Sinalização de alerta; mas praticar de fato ações que ajudem na sua formação e
Sinalização de transito de veículos; conscientização.
Sinalização de emergência; Heloísa Luck(p.65) deixa bem claro em relação a tais fatos,
E sinalização de riscos. quando mostra que:
Cada uma possui uma identificação objetiva voltada para um A participação que se fecha em si mesma constitui ativismo. A
devido fim e que auxilia nas variadas formas de prevenção. participação que se espraia por todas as dimensões do
processo social, na intenção de enriquecê-las, constitui-se em
Implantação de grupos de apoio a combate a sinistros transformação.
Um treinamento complementar mas a determinação de Então, para que realmente aconteça essa transformação em
quantidade de pessoas por setores ou áreas também pode nossos educandos é primordial uma ação mais concreta que
significar muito para uma execução preventiva de sucesso. A envolva não somente a comunidade escolar, mas que pais,
habilitação de um grupo pode compreender numa execução alunos, comunidade local, órgãos governamentais e não
bem elaborada sobre ordem e disciplina, o que é importante governamentais possam enriquecer e contribuir para que ocorra
para uma organização no momento da pressão da situação. de fato uma conscientização.
Essa conscientização deve existir por parte de todos que estão
PATRIMÔNIO MATERIAL PÚBLICO: CONSCIENTIZAR inseridos nessa empreitada, fazendo com que as sementes que
E PRESERVAR É UM DEVER DE TODOS estão sendo plantadas possam germinar e florescer futuramente
de maneira significativa.
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Como educadores, sabemos da importância de continuarmos o origem e significado poderíamos distingui-las da seguinte
nosso trabalho de conscientização e leitura do mundo como maneira: direitos do homem são direitos válidos para todos os
pressuposto para uma educação de qualidade que ajudará na povos e em todos os tempos (dimensão jusnaturalista-
formação de cidadãos conscientes e protagonistas na sociedade universalista); direitos fundamentais são os direitos do homem,
que estão inseridos. jurídico-institucionalmente garantidos e limitados espacio-
temporalmente. Os direitos do homem arrancariam da própria
DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS - CONCEITO, natureza humana e daí o seu carácter inviolável, intemporal e
TERMINOLOGIA E PERSPECTIVA HISTÓRICA universal; os direitos fundamentais seriam os direitos
objetivamente vigentes numa ordem jurídica concreta.
Terminologia e Delimitação Conceitual A teoria positivista considera essa indagação como despida de
José Afonso da Silva (2009, p. 175) explica que a ampliação e sentido, pois, parte da premissa de que não há direito fora da
transformação dos direitos fundamentais do homem são as organização política estatal, fora do direito posto, escrito. Mas
grandes responsáveis pela dificuldade de obter-se um conceito essa concepção, notavelmente, demonstra-se incompatível com
sintético e preciso a respeito desta espécie, até porque os o reconhecimento da existência de direitos humanos, pois a
direitos humanos fundamentais, em sua concepção atualmente característica de tais direitos consiste, como proclamaram os
conhecida, surgiram como produto da fusão de várias fontes, revolucionários americanos e franceses no século XVIII, no fato
desde a conjugação de pensamentos filosófico-jurídicos até as de valerem contra o Estado.
ideias surgidas com o cristianismo e com o direito natural Seja como for, eventual conflito entre normas internacionais e
(MORAES, 2007, p. 1). internas, em matéria de direitos humanos, invoca a aplicação da
Fala-se em Direitos do Homem, Direitos Naturais, Direitos norma mais favorável ao ser humano, pois a proteção da
Individuais, Liberdades Públicas, Direitos Subjetivos Públicos, dignidade da pessoa é a finalidade última e a razão de ser de
Direitos Humanos e Direitos Fundamentais. todo o sistema jurídico (COMPARATO, 2010, p. 74).
Todavia, a melhor doutrina vem apontando para o fim da Quanto ao âmbito da discussão em torno da melhor terminologia
heterogeneidade, ambiguidade e ausência de consenso no a ser adotada, temos que a utilização da expressão direitos
tocante à esfera conceitual e terminológica, rechaçando a humanos fundamentais possui o condão de reforçar a unidade
utilização, ao menos como termos genéricos, das expressões: essencial e indissolúvel entre os direitos humanos e os direitos
liberdades públicas, direitos individuais e direitos subjetivos fundamentais e, por essa razão, torna-se a mais adequada a
públicos (SARLET, 2009a, p. 28). este estudo, porque, além de referir-se a princípios que
A expressão “direitos individuais”, por exemplo, mostra-se resumem a concepção do mundo, também informa a ideologia
insuficiente para figurar como gênero dos direitos, pois, limita-se política de nosso ordenamento jurídico.
ao rol das liberdades e direitos civis. De igual modo, a No qualificativo fundamentais, como bem explica José Afonso
expressão “direitos subjetivos públicos” denota o exercício do da Silva (2009, p. 178), acha-se a indicação de que se trata de
direito de acordo com a vontade do titular, o que fere as situações jurídicas sem as quais a pessoa humana não se
características de inalienabilidade e irrenunciabilidade típicas realiza, não convive e, às vezes, nem mesmo sobrevive,
destes direitos (SILVA, 2009, pp. 176 e 181). interpretação perfeitamente compatível com os direitos aqui
Contudo, ainda que estas expressões não sejam adequadas estudados.
para abarcar todas as dimensões dos direitos objetos deste Ademais, como veremos adiante, o reconhecimento de tais
estudo, elas não se excluem e também não são incompatíveis, direitos constitui uma das principais (mas não a única) exigência
apenas se distinguem por suas esferas de alcance, positivação da dignidade da pessoa humana (SARLET, 2009c, p. 23),
e consequências práticas (SARLET, 2009a, p. 34). decorrendo daí seu caráter fundamental, sua essencialidade,
Não à toa, o legislador constituinte brasileiro optou por fixar o indisponibilidade, irrenunciabilidade.
título “Dos Direitos e Garantias Fundamentais” em nossa Lei
Maior, utilizando, desta forma, a mais adequada expressão no Perspectiva Histórica
sentido de abranger as várias dimensões dos direitos aqui Há quem aponte como primeiro documento histórico de
estudados. importância ao estudo dos direitos humanos fundamentais, o
É que os direitos fundamentais, segundo a maior parte da Código de Hammurabi (1690 a. C), que defendeu a supremacia
moderna doutrina constitucional, são aqueles reconhecidos e das leis em relação aos governantes (MORAES, 2007, p. 6) ao
vinculados à esfera do Direito Constitucional de determinado reconhecer, ainda que num contexto diferente do atual, a
Estado, enquanto que os direitos humanos estão firmados pelas dignidade, a propriedade e outros direitos fundamentais do
posições jurídicas de âmbito internacional que se reconhecem homem.
ao ser humano, independentemente de sua vinculação com Na Inglaterra, a supremacia do rei sobre os barões feudais,
determinada ordem Constitucional (SARLET, 2009a, pp. 30-31). reforçada durante todo o século XII, enfraqueceu-se no início do
De fato, os direitos humanos exprimem certa consciência ética reinado de João Sem-Terra, porquanto o rei aumentou as
universal, e por isso estão acima do ordenamento jurídico de exações fiscais para financiar a guerra em disputa pelo trono. A
cada Estado (COMPARATO, 2010, p. 74), sendo a expressão pressão tributária, observa Fabio Konder Comparato (2010, p.
preferida nos documentos internacionais (SILVA, 2009, p. 176). 85), fez com que a nobreza passasse a exigir o reconhecimento
Já os direitos fundamentais são compreendidos como princípios formal de seus direitos como condição para o pagamento de
que resumem a concepção do mundo e informam a ideologia impostos.
política de cada ordenamento jurídico (SILVA, 2009, p. 176), no Segundo Kildare Gonçalves Carvalho (2009, p. 689), o
sentido de consagrar o respeito à dignidade humana, garantir a reconhecimento dos direitos fundamentais, na Inglaterra
limitação do poder e visar o pleno desenvolvimento da medieval, foi marcado pelo pragmatismo e significou apenas a
personalidade humana no âmbito nacional (MORAES, 2007, p. concessão de privilégios para grupos determinados, como a
2). igreja, a nobreza, as corporações, não se reconhecendo direitos
José Joaquim Gomes Canotilho (1992, p. 529), que utiliza a universais.
expressão direitos do homem em lugar da expressão direitos A advertência do jurista é razoável. Encontra amparo nos
humanos, explica: excertos da Magna Carta[1], da qual extraímos o primeiro
As expressões direitos do homem e direitos fundamentais são parágrafo, que diz respeito às liberdades outorgadas a Igreja da
frequentemente utilizadas como sinônimas. Segundo a sua Inglaterra:

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1. Em primeiro lugar, garantimos perante Deus e confirmamos na prisão com algum funcionário subordinado, estes
pela presente Carta, em nosso nome e no de nossos herdeiros funcionários devem, dentro de três dias do recebimento
para sempre, que a Igreja da Inglaterra será livre e manterá os da notificação (exceto se se tratar de traição ou felonia,
seus direitos íntegros e as suas liberdades intocadas; e é a assim expressamente declarada no mandado
nossa vontade que assim seja observado; o que é evidente pelo respectivo), após pagamento ou oferta das custas
fato de que, antes de principiar a atual querela entre nós e correspondentes ao transporte do dito prisioneiro, [...]
nossos barões, nós, voluntária e espontaneamente, garantimos conduzir ou fazer com que seja conduzido o paciente
e pela nossa carta confirmamos a liberdade de escolha (dos em pessoa perante o lorde Chanceler, ou,
superiores eclesiásticos), a qual é reconhecida como da maior interinamente, perante o Lorde Guardião do grande
importância e verdadeiramente essencial para a Igreja inglesa, e sinete da Inglaterra, ou os juízes ou barões do tribunal
obtivemos confirmação disto de parte do Senhor Papa Inocêncio que deve expedir dito mandado, ou perante a pessoa
III; o que observaremos e queremos que nossos herdeiros ou as pessoas às quais dito mandado deve ser
observem em boa-fé, para sempre (COMPARATO, 2010, p. 83). devolvido, de acordo com o seu teor, devendo,
De fato o documento não pretendia universalizar o conceito de igualmente, certificar as verdadeiras causas da
direitos fundamentais a todo e qualquer ser humano. Contudo, detenção ou prisão, a menos que o local de
deixou implícito pela primeira vez que o rei achava-se encarceramento do paciente seja distante em mais de
naturalmente vinculado pelas próprias leis que edita 20 milhas do local ou locais da sede do mencionado
(COMPARATO, 2010, p. 92), despontando-se aí o embrião da tribunal ou do domicílio da pessoa; e se a distância for
democracia moderna. de mais de 20 milhas, mas não superior a 100 milhas
Fala-se em democracia moderna, pois, nela, a soberania (a apresentação do paciente deverá ocorrer), dentro de
popular é meramente passiva ou formal, o governo é 10 dias, e se a distância for superior a 100 milhas,
representativo. Em compensação, os poderes governamentais dentro de 20 dias [...]
são sempre limitados e as liberdades individuais afirmadas
(COMPARATO, 2010, p. 93). Observa o mesmo autor que, essa característica de a autoridade
Em síntese, o documento reconheceu as liberdades que detém o paciente o apresentar incontinenti em juízo, não foi
eclesiásticas, apontando para a futura separação entre Igreja e reproduzida em boa parte das legislações. Em contrapartida, o
Estado. Avançou no sentido de que a tributação precisa ser instituto passou a ser utilizado não só em caso de prisão efetiva,
consentida, dispondo que “ninguém será obrigado a prestar um mas também em caso de ameaça e constrangimento à liberdade
serviço maior do que for devido em benefício do feudo de um individual de ir e vir (2010, pp. 101 e 102).
cavaleiro ou de qualquer outro domínio livre” [2]. Dez anos depois, temos a declaração de direitos denominada
Outro fato de relevo é o reconhecimento, em seu item 40, de Bill Of Rights. Ela surgiu em conturbado contexto histórico de
que o monarca não é o dono da justiça, sendo esta um assunto grande intolerância religiosa. Três anos antes de sua edição,
de eminente interesse público. Outrossim, merece especial Luís XIX revogouoedito de Nantes (escrito em 1598), ato que
destaque o item 61 que estipula a responsabilidade do rei reconhecia aos protestantes franceses a liberdade de
perante os seus súbitos, o que demonstra o início do processo consciência e uma limitada liberdade de culto, além da
de derrocada do próprio regime monárquico (COMPARATO, igualdade civil com os católicos (COMPARATO, 2010, p. 107).
2010, p. 95). Apesar dos avanços sentidos no fortalecimento do princípio da
Para o Professor Alexandre de Moraes (2007, p.7), os principais legalidade, no surgimento do direito de petição, na vedação à
avanços com a Magna Carta podem ser sentidos, em especial, aplicação de penas cruéis, entre outros, esse contexto de
no tocante a liberdade da igreja, restrições tributárias, intolerância religiosa foi levado adiante com o documento, que
proporcionalidade entre delito e sanção (item 20), previsão do negou a liberdade e igualdade religiosa, como se lê de seu item
devido processo legal (item 39) e livre acesso à justiça (item 40), IX:
além da liberdade de locomoção e a livre entrada e saída do Considerando que a experiência tem demonstrado que é
país. incompatível com a segurança e bem-estar deste reino
Os Constitucionalistas Sylvio Motta e Gustavo Barchet (2007, p. protestante ser governado por um príncipe papista ou por um rei
149) advertem, no entanto, que a efetiva positivação dos direitos ou rainha casada com um papista, os lordes espirituais e
humanos fundamentais deu-se com as declarações de direito temporais e os comuns pedem, além disso, que fique
elaboradas nos Estados norte-americanos, no século XVIII estabelecido que quaisquer pessoas que participem ou
(Virgínia – 1776), o que não dispensa, é claro, a importância comunguem da Sé e Igreja de Roma ou professem a religião
histórica da Magna Carta. papista ou venha a casar com um papista sejam excluídos e se
De igual relevância foi o surgimento, em 1679, do Habeas- tornem para sempre incapazes de herdar, possuir ou ocupar o
Corpus Act. O ilustre jurista Fabio Konder Comparato (2010, p. trono deste reino, da Irlanda e seus domínios ou de qualquer
100), explica que o remédio processual já existia na Inglaterra parte do mesmo ou exercer qualquer poder, autoridade ou
há vários séculos (antes mesmo de 1215) e servia como jurisdição régia; e, se tal se verificar, mais reclamar que o povo
mandado judicial em caso de prisão arbitrária, carecendo, destes reinos fique desligado do dever de obediência e que o
entretanto, de regras processuais adequadas ao seu pleno trono passe para a pessoa ou as pessoas de religião protestante
exercício, o que somente aconteceu em 1679. que o herdariam e ocupariam em caso de morte da pessoa ou
A lei corrigiu lacunas processuais e sua importância histórica das pessoas dadas por incapazes.
consiste no fato de que essa garantia judicial, criada para Inobstante, o documento continha uma essência que prevalecia
proteger a liberdade de locomoção, tornou-se o modelo para sobre as intolerâncias religiosas. Ele preservou a separação dos
outros remédios constitucionais que viriam depois, como o poderes, quando atribuiu ao Parlamento o encargo de defender
mandado de segurança, por exemplo. os súditos perante o Rei, que não poderia exercer seu arbítrio
Vejamos um trecho do documento, traduzido por Fabio Konder em relação a este poder constituído (COMPARATO, 2010, p.
Comparato (2010, pp. 102-103): 108).
1. Toda vez que alguma pessoa ou pessoas A instituição-chave para a limitação do poder monárquico e a
apresentarem um habeas corpus a algum xerife ou garantia das liberdades na sociedade civil foi o Parlamento. A
xerifes, carcereiro, ministro ou quaisquer outras partir do Bill Of Rights britânico, a ideia de um governo
pessoas, em favor de alguém mantido em sua custódia, representativo, ainda que não de todo o povo, mas pelo menos
e dito writ for notificado a tais funcionários, ou deixado de suas camadas superiores, começa a firmar-se como uma
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garantia institucional indispensável das liberdades civis encontrassem um nobre, deveriam humildemente se curvar em
(COMPARATO, 2010, pp. 61 e 62). sinal de submissão. Caso contrário, seriam punidos com
Indispensável também mencionar a Declaração dos Direitos do bastonadas.
Homem e do Cidadão, de 1789, que se tornou além da mais Eric J. Hobsbawm (1988, pp. 71-72) sustenta que a Revolução
famosa declaração de direitos, o modelo dos pactos sociais por Francesa certamente influenciou a política e ideologia no século
excelência, transformando-se num verdadeiro expoente de XIX, irradiando consequências bastante profundas:
previsão dos direitos humanos fundamentais. A Revolução Francesa pode não ter sido um fenômeno isolado,
Ensina o ilustre jurista Fabio Konder Comparato (2010, p. 65): mas foi muito mais fundamental do que os outros fenômenos
As declarações de direito norte-americanas, juntamente com a contemporâneos e suas consequências foram portanto mais
Declaração Francesa de 1789, representaram a emancipação profundas. Em primeiro lugar, ela se deu no mais populoso e
histórica do indivíduo perante os grupos sociais aos quais ele poderoso Estado da Europa (não considerando a Rússia). Em
sempre se submeteu: a família, o clã, o estamento, as 1789, cerca de um em cada cinco europeus era Francês. Em
organizações religiosas. É preciso reconhecer que o terreno, segundo lugar, ela foi, diferentemente de todas as revoluções
nesse campo, fora preparado mais de dois séculos antes, de um que a precederam e a seguiram, uma revolução social de
lado pela reforma protestante, que enfatizou a importância massa, e incomensuravelmente mais radical do que qualquer
decisiva da consciência individual em matéria de moral e levante comparável.
religião; de outro lado, pela cultura da personalidade de Encontra-se na obra do jurista José Afonso da Silva (2009, p.
exceção, do herói que forja sozinho o seu próprio destino e os 158), menção às três principais características da Declaração de
destinos do seu povo, como se viu sobretudo na Itália 1789 que foram apontadas por Jacques Robert[4], quais sejam:
renascentista. o intelectualismo, o mundialismo e o individualismo.
A Declaração calcava-se na ideia de que todos os homens Intelectualismo porque a afirmação de direitos imprescritíveis do
nascem livres e iguais em direitos e que a única fonte de poder homem e a restauração de um poder legítimo, baseado no
era o próprio povo, o que mudou radicalmente os fundamentos consentimento popular, foi uma operação de ordem puramente
da legitimidade política (COMPARATO, 2010, p. 63). Tanto que intelectual que se desenrolaria no plano unicamente das ideias;
os revolucionários passaram a questionar os valores é que, para os homens de 1789, a Declaração dos direitos era
institucionalizados pelo antigo regime, conforme explica antes antes de tudo um documento filosófico e jurídico que devia
indicada: anunciar a chegada de uma sociedade ideal (SILVA, 2009, pp.
a convicção de fundar um mundo novo, que não sucedia o 157 e 158).
antigo, mas a ele se opunha radicalmente, levou aliás os Mundialismo, no sentido de que “os princípios enunciados no
revolucionários à destruição sem remorsos de um número texto da Declaração pretendem um valor geral que ultrapassa os
colossal de monumentos históricos e obras de arte, em todo o indivíduos do país, para alcançar valor universal” (SILVA, 2009,
território do reino. Para os líderes intelectuais da revolução, p. 158).
esses bens não apresentavam nenhum valor cultural, mas eram, Individualismo, porque “só consagra as liberdades dos
bem ao contrário, contravalores (2010, p. 63). indivíduos, não menciona a liberdade de associação nem a
Essa valorização do indivíduo, com a previsão de uma igualdade liberdade de reunião; preocupa-se com o defender o indivíduo
formal, aponta Manoel Gonçalves Ferreira Filho (2008, p. 288), contra o Estado” (SILVA, 2009, p. 158).
revelou-se uma pomposa inutilidade para a legião crescente de A natureza do documento, como o próprio nome sugere, é
trabalhadores. Patrões e operários eram considerados, pela declaratória, vale dizer, declaram-se os direitos (eles não são
majestade da lei, como contratantes perfeitamente iguais em criados), com o objetivo de que sejam recordados, lembrados,
direitos, com inteira liberdade para estipular o salário e as difundidos. É o que explica o Professor Manoel Gonçalves
demais condições de trabalho (COMPARATO, 2010, p. 66). Ferreira Filho (2009, pp. 22-23), que além de explicar a natureza
Num artigo intitulado “A questão judaica”, Karl Marx observou da declaração, descreve, em linhas gerais, as principais
que “a emancipação política não implica emancipação humana” características destes direitos:
e que o “homem” contemplado nos estatutos da Revolução Ora, declaração presume preexistência. Esses direitos
Francesa não é o ser humano universalmente considerado, mas declarados são os que derivam da natureza humana, são
o “membro da sociedade burguesa” (LOSURDO, 1996, p. 687). naturais, portanto. Ora, vinculados à natureza, necessariamente
Com efeito, a crítica de Marx tocou fundo ao denunciar o caráter são abstratos, são do homem, e não apenas de franceses, de
“formal” das liberdades reconhecidas nas declarações[3]. Ora, é ingleses etc. São imprescritíveis, não se perdem como o
fato que o exercício das liberdades pressupunha condições passar do tempo, pois se prendem á natureza imutável do ser
econômicas para que os indivíduos usufruíssem das liberdades, humano. São inalienáveis, pois ninguém pode abrir mão da
o que reafirma a advertência feita anteriormente. própria natureza. São individuais, porque cada ser humano é um
Em síntese, Marx advogou a propriedade coletiva da terra, a ente perfeito e completo, mesmo se considerado isoladamente,
obrigação do trabalho para todos e a real igualdade econômica independentemente da comunidade (não é um ser social que só
de todos os indivíduos (HERKENHOFF, 2002, p. 37), não se se completa na vida em sociedade). Por essas mesmas razões,
contentando, evidentemente, com a mera enunciação de são eles universais – pertencem a todos os homens, em
igualdade formal entre os homens, pois, esta não afasta a consequência estendem-se por todo o campo aberto ao ser
desigualdade que faz a maioria miserável, sem condições humano, potencialmente o universo.
mínimas de subsistência. A constituição mexicana de 1917, por seu turno, segundo alguns
Inobstante, para Manoel Gonçalves Ferreira Filho (2008, p. 289), estudiosos, é considerada um marco no tocante à concepção
a opressão absolutista foi a causa próxima do surgimento das dos direitos fundamentais. De outro lado, há doutrinadores que
revoltas e das consequentes declarações, que previram, em não coadunam com este entendimento, como é o caso do Prof.
cada um de seus artigos, uma resposta a determinado abuso Manoel Gonçalves (2009, p. 46):
praticado na vigência do absolutismo. Não há razão para isso, mesmo sem registrar que sua
Assim, o entendimento da Mario Schmidt (2000, p. 95), a saber: repercussão imediata, mesmo na América Latina, foi mínima. Na
A França era um país de camponeses. Dos 26 milhões de verdade, o que essa carta apresenta como novidade é o
habitantes, 23 milhões eram trabalhadores rurais. Gente que nacionalismo, a reforma agrária e a hostilidade em relação ao
trabalhava como um animal de carga que era submetida a toda poder econômico, e não propriamente o direito ao trabalho, mas
espécie de exploração feudal. Pior ainda, eram tratados como um elenco dos diretos do trabalhador. (...) Nem de longe,
seres desprezíveis. Por exemplo, se numa estrada todavia, espelha a nova versão dos direitos fundamentais.
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Não há como concordar em plenitude com a afirmativa do Para Guilherme Peña de Moraes (2008, p. 504), os direitos
jurista. Há que se ressaltar a importância dos documentos individuais são “direitos fundamentaispróprios do homem-
históricos que inauguraram, ainda que de forma inédita no indivíduo, porque titularizados e exercidos por pessoas
restrito âmbito de um Estado, um regime político diferenciado do individualmente consideradas em si, com a delimitação de uma
que vigia até aquele momento. Se tomada no contexto global, a esfera de ação pessoal”.
Constituição Mexicana pode não ter sido uma novidade, como O jurista Manoel Gonçalves Ferreira Filho (2009, p. 30) explica
diz o professor. Mas, por outro lado, é indiscutível que tenha que não só o Estado, mas todos os indivíduos estão obrigados a
sido novidade aos cidadãos mexicanos, o que lhe confere uma observar o direito individual de cada qual. Com tais direitos,
importância que não pode ser delegada para segundo plano. “visa-se tutelar uma conduta, um agir ou não agir, fazer ou não
Outro documento que merece nossa atenção é a Constituição fazer. Ir, vir ou ficar”.
de Weimar. A Alemanha, ao final da primeira guerra, Esses direitos-liberdades, na classificação doutrinária do
encontrava-se em situação agravada e com suas instituições Professor Manoel Gonçalves (2009, p. 34), estão garantidos
políticas em declínio, de modo que não havia nem condições pela ordem jurídica, e sua violação dá ensejo à tutela de
para reunir a Assembleia Constituinte. proteção pelo Judiciário, inclusive nos casos em que o próprio
Com muito custo, elaborou-se uma constituição que previa os Estado é o agressor, dado que este tenha sido classificado
direitos e deveres fundamentais dos alemães, abrangendo-se o como o inimigo das liberdades públicas.
individuo, sua vida social, sua religião, bem como a educação Há uma corrente doutrinária, aliás, que em matéria de limitação
que lhe era devida para atingir a emancipação econômica. das liberdades públicas, entende ser cabível (e, portanto,
Um novo espírito, que se pode dizer social, nasceu naquela constitucional) somente a lei formal, jamais o ato com força de
constituição. Foi nela que a propriedade se viu, talvez pela lei ou qualquer ato administrativo, justamente, para assegurar a
primeira vez, submetida à função social. Essa e outras liberdade do indivíduo (FERREIRA FILHO, 2009, p. 34).
características fizeram dela um modelo, depois imitado pelo Tal interpretação decorre da observância do inciso II, § 1º, Artigo
direito brasileiro, mas especificamente a partir da Carta de 1934, 68 da Constituição Federal, dispositivo que proíbe seja feita
que é a primeira das Constituições que enunciam uma Ordem delegação para legislar sobre nacionalidade, cidadania, direitos
Econômica e Social. individuais (liberdades públicas), políticos e eleitorais.
Tem-se percebido que os direitos, em geral, aparecem por meio Em nosso país, o controle das liberdades públicas é feito por
de reivindicações de movimentos sociais, em períodos delicados meio do regime repressivo que, grosso modo, consiste em
da história, mas não o fruto exclusivo do determinismo social, deixar o titular do direito livre e incondicionado para exercê-lo,
sem considerar o sujeito dotado de necessidades, desejos, de sorte que, as violações e abusos aos limites pré-
aspirações, sentimento e razão (USP, Estudos avançados, Vol. estabelecidos importam em sanções.
30, p. 20). Trata-se de um regime, de certo modo, favorável ao titular do
direito, que não se vê adstrito a formalidades excessivas e, caso
A Classificação em Dimensões ultrapasse os limites estabelecidos pela lei, somente poderá ser
O lema da Revolução Francesa exprimiu em três princípios todo punido por meio do devido processo legal.
o conteúdo possível dos direitos fundamentais, profetizando até Em situações excepcionais (Estado de Sítio ou de Defesa), as
mesmo a sequência histórica de sua gradativa liberdades públicas podem se submeter a um regime
institucionalização: liberdade, igualdade e fraternidade extraordinário, que varia de Estado para Estado, adentrando em
(BONAVIDES, 2006, p. 562). uma legalidade excepcional e transitória.
Os documentos internacionais que estudamos em anterior
seção, como a Magna Carta Libertatum, o Bill Of Rights e a A segunda dimensão dos direitos humanos fundamentais
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, por exemplo, parte da premissa de que a emancipação histórica do indivíduo
exerceram grande influência nas Constituições Brasileiras, em perante os grupos sociais aos quais ele sempre se submeteu (a
especial a de 1988, titulada como Constituição Cidadã. família, as organizações religiosas) tornou-o muito mais
vulnerável às vicissitudes da vida.
A primeira dimensão dos direitos fundamentais, entendendo- A sociedade liberal ofereceu-lhe, em troca da segurança a
se por estes a vida, a propriedade, a liberdade de locomoção, de legalidade, com a garantia da igualdade formal. Mas explica
participação política, são direitos que representam a vitória, ao Fabio Konder Comparato (2010, p. 66) que:
menos parcial, do Estado Liberal sobre o Estado absolutista essa isonomia cedo revelou-se uma pomposa inutilidade para a
(MOTTA FILHO, 2007, p. 149). legião crescente de trabalhadores, compelidos a se empregarem
A primeira dimensão dos direitos fundamentais é fortemente nas empresas capitalistas. Patrões e operários eram
marcada pelo caráter individualista das declarações dos séculos considerados, pela majestade da lei, como contratantes
XVIII e XIX. O Estado é encarado como um mal necessário, daí perfeitamente iguais em direitos, com inteira liberdade para
a preocupação de se enunciar liberdades “formais” para estipular o salário e as demais condições de trabalho.
proteger o indivíduo (FERREIRA FILHO, 2008, p. 290). O movimento socialista contribuiu para o reconhecimento dos
Para Kildare Gonçalves Carvalho (2009, p. 727), a primeira direitos humanos fundamentais de caráter econômico, e o
dimensão dos direitos fundamentais contida no ordenamento capitalismo teve muita dificuldade de convier com essa outra
brasileiro pode ser traduzida pelos direitos individuais, ou seja, dimensão de direitos.
aqueles que se caracterizam pela autonomia e oponibilidade ao O titular desses direitos, com efeito, não é o ser humano
Estado, tendo por base a liberdade – autonomia como atributo abstrato, mas o conjunto dos grupos sociais esmagados pela
da pessoa, relativamente a suas faculdades pessoais e seus miséria, a doença, a fome a marginalização (COMPARATO,
bens. “São, em síntese, direitos de status negativo, pois o seu 2010, p. 66), porquanto a lógica do capitalismo consiste em
núcleo está na proibição de interferência imediata imposta ao atribuir aos bens de capital um valor muito superior ao das
Estado” (CARVALHO, 2009, p. 727). pessoas.
Pode-se dizer, por outro lado, que os direitos fundamentais de Enquanto, de um lado, assistia-se ao avanço do liberalismo
primeira dimensão, também chamados Liberdades Públicas, são político e econômico, de outro, crescia a deterioração do
essencialmente direitos de defesa do indivíduo, pois objetivam, chamado “quadro social”, ou na preferência de uma linguagem
em regra, o não-agir do Estado em benefício da liberdade do adepta ao socialismo, “a luta de classes”.
indivíduo (MOTTA FILHO, 2007, p. 150). Em um momento especial de evolução do capitalismo, esse
quadro social era formado pela situação da classe trabalhadora,
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sem acesso aos direitos sociais. O desenvolvimento capitalista se referem, as constituições tendem a encará-los pelo prisma do
provocou um acréscimo súbito de riqueza jamais visto, porém, dever do Estado, portanto, como poderes de exigir prestação
um acréscimo concentrado nas mãos dos burgueses. concreta por parte deste.
Em contrapartida, aponta Manuel Gonçalves Ferreira Filho Em que pese a responsabilidade pela concretização destes
(2009, p. 42) que “a classe trabalhadora se viu numa situação direitos possa ser partilhada com a família (no caso do direito à
de miséria (...) o trabalho era uma mercadoria qualquer, sujeita à educação), é o Estado o responsável pelo atendimento dos
lei da oferta e da procura” A máquina reduziu a necessidade de direitos fundamentais de segunda dimensão, ou seja, ele é o
mão-de-obra: eis o surgimento da massa de desempregados. sujeito passivo (FERREIRA FILHO, 2009, p. 50).
Sem contar as condições insalubres e perigosas a que estavam Salienta o jurista que existe a possibilidade desta prestação ser
sujeitos os trabalhadores, homens, mulheres e crianças. Isso realizada indiretamente, com uma compensação em dinheiro,
redundou, obviamente, na marginalização da classe por exemplo, na hipótese da contraprestação em forma de
trabalhadora, que passou a viver em condições subumanas, prestação do serviço tornar-se impossível, como é o caso do
invocando-se o surgimento da hostilidade com os ricos. Seguro-Desemprego, tomando-se o exemplo do Direito ao
Nesse sentido, Motta & Barchet (2007, p. 151): trabalho.
Era necessário mais, que o Estado abandonasse sua postura A esse respeito, a instigante observação de Manoel Gonçalves
passiva, como lhe foi exigido no momento histórico anterior, e (2009, p. 51):
passasse a atuar positivamente perante a sociedade, a fim de Foi aliás a obrigação de atender a esses direitos que ditou a
propiciar as condições para que a igualdade formal então obtida expansão dos serviços públicos, dos anos vinte para frente. Isto
fosse transformada em uma igualdade material, real, efetiva (...) gera pesados encargos diretamente para o Estado e
Percebeu-se que não bastava o reconhecimento formal da indiretamente para os contribuintes, o que contemporaneamente
igualdade e a garantia da liberdade individual para se assegurar suscita um repensar a propósito desses direitos. Impõe-se a
um pleno desenvolvimento da sociedade como um todo, já que pergunte: até que ponto o Estado deve dar o atendimento a
a maioria de seus membros não dispunha de condições reais esses direitos, até que ponto deve apenas amparar a busca do
para obter condições dignas de existência. indivíduo pelo atendimento desses direitos?
Parte dos trabalhadores passou a alcançar os direitos políticos, Pergunta o Prof. Manoel Gonçalves (2009, p. 52): “Se a
o que resultou na exigência, por partes desses, pelo voto proteção judicial dos direitos sociais não sugere dúvida, quando
comum. Os detentores do poder cederam às exigências da encarada do ângulo de suas violações, o que se pode dizer a
classe trabalhadora, fortemente apoiada por idealistas e partir do ângulo prestacional? Ela é, de fato, efetiva ou mesmo
postulantes da reforma, o que deu grande força aos movimentos possível?”.
e partidos políticos. Eis uma preocupação do direito constitucional contemporâneo.
O movimento reformista ganhou forte apoio com a doutrina Principalmente no tocante a efetividade da proteção judicial dos
social da Igreja, a partir da encíclica Rerum Novarum, de 1891 diretos sociais. Como por exemplo, a ação de
(Papa Leão XIII), que reascendeu a tese do bem comum, do inconstitucionalidade por omissão, que tem por intuito forçar o
famoso filósofo São Tomás de Aquino. poder público a efetivar uma norma programática prevista na
A Constituição Federal de 1934, embora vigente por tão pouco Constituição.
tempo e em tão conturbado contexto histórico, refletiu com Entretanto,
bastante veemência as aspirações por um sistema jurídico a experiência prática, todavia, não é animadora. Ademais, a
fincado nos direitos econômicos e sociais, sobretudo o direito ao efetivação de direitos sociais, quando reclama a instituição de
trabalho. serviço público, dificilmente pode resultar de uma determinação
Foi mesmo, em verdade, a Constituição Federal de 1988, como judicial. Tal instituição depende de inúmeros fatores que não se
fruto da exposição histórica que ora colacionamos, que estipulou coadunam com o imperativo judicial. Por isso, a
com certa eficácia um extenso rol de direitos fundamentais de inconstitucionalidade por omissão tem sido letra morta e o
segunda dimensão em seu Artigo 6º (educação, saúde, trabalho, mandado de injunção de pouco tem servido” (FERREIRA
moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à FILHO, 2009, p. 52).
maternidade etc.), visando melhoria das condições de Inobstante, a Constituição Federal dispôs no § 2º, de seu Artigo
existência, mediante prestações positivas do Estado. 5º, que o rol de direitos por ela declarados não é taxativo,
De fato, os direitos humanos fundamentais de segunda admitindo-se a identificação de direitos fundamentais implícitos,
dimensão possuem status positivo, já que permitem ao indivíduo desde que decorrentes (critério material) dos princípios
exigir determinada atuação do Estado, garantindo os adotados pela Lei Maior (dignidade da pessoa humana, em
pressupostos materiais para o exercício dos chamados direitos especial).
de primeira dimensão (CARVALHO, 2009, p. 727).
Para Manoel Gonçalves Ferreira Filho (2008, p. 315), os direitos Os direitos humanos fundamentais de terceira dimensão,
fundamentais de segunda dimensão são vistos como referem-se a qualidade de vida e à solidariedade entre as
necessários para o estabelecimento de condições mínimas de pessoas, sendo que esta atua em três dimensões: “dentro de
vida digna para todos, pensamento compartilhado com outros cada grupo social, no relacionamento externo entre grupos,
doutrinadores: povos ou nações, bem como entre as sucessivas gerações na
Os direitos sociais são direitos fundamentais próprios do História” (COMPARATO, 2010, p. 53).
homem-social, porque dizem respeito a um complexo de Segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho (2009, pp. 57-58), os
relações sociais, econômicas ou culturais que o indivíduo direitos humanos fundamentais de terceira dimensão calcam-se
desenvolve para realização da vida em todas as suas na solidariedade, tomando-se por completo o lema proclamado
potencialidades, sem as quais o seu titular não poderia alcançar na Revolução Francesa, embora não se possa afirmar com
e fruir dos bens de que necessita (MORAES, 2008, p. 535). clareza quais seriam os direitos inscritos neste rol, dada a
Para Manoel Gonçalves Ferreira Filho (2009, p. 50), os direitos amplitude do termo solidariedade:
sociais se igualam as liberdades públicas no tocante à São estes chamados, na falta de melhor expressão, de direitos
subjetividade, todavia, não são meros poderes de agir – como o de solidariedade, ou fraternidade. A primeira geração seria a dos
são as liberdades públicas -, mas sim poderes de exigir, direitos de liberdade, a segunda, dos direitos de igualdade, a
chamados, também, de direitos de crédito: terceira, assim, completaria a lema da Revolução francesa:
Há, sem dúvida, direitos sociais que são antes poderes de agir. liberdade, igualdade, fraternidade.
É o caso do direito ao lazer. Mas assim mesmo quando a eles
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Na verdade, não se cristalizou ainda a doutrina a seu respeito. III - com emprego de chave falsa;
Muita controvérsia existe quanto a sua natureza e a seu rol. Há IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
mesmo quem os conteste como falsos direitos do Homem. Tal § 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a
hesitação é natural, pois foi somente a partir de 1979 que se subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado
passou a falar desses novos direitos, cabendo a primazia a para outro Estado ou para o exterior. (acrescido pela Lei nº
Karel Vasak. 9.426, de 24.12.96)
Todavia, parece ser consenso, nas diversas classificações Furto de coisa comum
apontadas a respeito dos direitos humanos fundamentais de Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou
terceira dimensão, que o direito à paz, ao desenvolvimento, ao para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
meio ambiente ecologicamente equilibrado e ao patrimônio Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.
comum da humanidade, sejam direitos de terceira dimensão. § 1º - Somente se procede mediante representação.
O direito à paz é deduzido do Artigo 20 do Pacto Internacional § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo
dos Direitos Civis e Políticos, adotado pela Assembleia Geral valor não excede a quota a que tem direito o agente
das Nações Unidas, em 16 de dezembro de 1966, enquanto que
um direito ao desenvolvimento foi consagrado em 1986, em Roubo
Declaração da ONU. Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
No plano do direito interno, a Constituição de 1988 não o mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de
menciona. Entretanto – sempre ao editar princípios destinados a havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
reger as relações internacionais do Brasil, refere-se à resistência:
cooperação dos povos com o progresso da humanidade (Artigo Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa.
4º, IX). § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a
O direito ao patrimônio comum da humanidade insinua-se na coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim
Carta dos Direitos e Deveres Econômicos dos Estados; adotada de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa
pela ONU em 1974, em relação ao fundo do mar e seu subsolo. para si ou para terceiro.
De todos os direitos de terceira dimensão o mais elaborado é o § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
direito ao meio ambiente, que encontra seu grande marco na I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
Declaração de 1972 (Estocolmo), que prevê: II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
o homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o
ao gozo de condições de vida adequadas num meio ambiente agente conhece tal circunstância.
de tal qualidade que lhe permita levar uma vida digna e gozar do IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
bem-estar, e tem a solene obrigação de proteger e melhorar o transportado para outro Estado ou para o exterior; (acrescido
meio ambiente para as gerações presentes e futuras. pela Lei nº 9.426, de 24.12.96)
Segundo o Professor Manoel Gonçalves Ferreira Filho (2009, p. V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua
64), os direitos humanos fundamentais de terceira dimensão liberdade. (acrescido pela Lei nº 9.426, de 24.12.96)
foram concebidos como “direitos de titularidade coletiva”, § 3º - Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de
baseando-se numa identidade de circunstâncias de fato, e não reclusão, de 7 (sete) a 15 (quinze) anos, além da multa; se
numa affectio societatis, num impulso associativo. resulta morte, a reclusão é de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, sem
[1] Magna Carta Libertatum Seu Concordiam Inter Regem prejuízo da multa. (redação da Lei nº 9.426, de 24.12.96)
Johannem Et Barones Pro Concessione Libertatum Ecclesiae Et Extorsão
Regni Angliae ou Carta Magna das Liberdades entre o rei João
e os Barões para a outorga das liberdades da igreja e do reino Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
inglês.[2] Item 16. ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem
[3] Essa frase é utilizada pelo Jurista Manoel Gonçalves Ferreira indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
Filho. deixar fazer alguma coisa:
[4] Cf. Libertés publiques, p. 44 e ss. Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (arts. 155 a 183 emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
Código Penal) § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o
disposto no § 3º do artigo anterior.
CAPÍTULO I § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da
DO FURTO vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da
Furto vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o,
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado respectivamente.” (NR) Redação da LEI Nº 11.923, DE 17 DE
durante o repouso noturno. ABRIL DE 2009.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa Extorsão mediante sequestro
furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do
pena de multa. resgate: (redação da Lei nº 8.072, de 25.07.90)
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
outra que tenha valor econômico. § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o
Furto qualificado sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta)
§ 4º - A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
se o crime é cometido: (Redação da LEI No 10.741/1º.10.2003)
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da (Redação anterior) - § 1º - Se o sequestro dura mais de 24
coisa; (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito)
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha:
destreza;
29
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 20 (vinte) anos. (redação da Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela
Lei nº 8.072, de 25.07.90) autoridade competente em virtude de valor artístico,
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: arqueológico ou histórico:
Pena - reclusão, de 16 (dezesseis) a 24 (vinte e quatro) Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
anos. (redação da Lei nº 8.072, de 25.07.90) Alteração de local especialmente protegido
§ 3º - Se resulta a morte: Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o
Pena - reclusão, de 24 (vinte e quatro) a 30 (trinta) aspecto de local especialmente protegido por lei:
anos. (redação da Lei nº 8.072, de 25.07.90) Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o Ação penal
denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu
terá sua pena reduzida de um a dois terços. (redação da Lei nº parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante queixa.
9.269, de 02.04.96)
Extorsão indireta CAPÍTULO V
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
da situação de alguém, documento que pode dar causa a
procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro: Apropriação indébita
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a
posse ou a detenção:
CAPÍTULO III Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
DA USURPAÇÃO Aumento de pena
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente
Alteração de limites recebeu a coisa:
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer I - em depósito necessário;
outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário,
todo ou em parte, de coisa imóvel alheia: inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa. III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem: Apropriação indébita previdenciária
Usurpação de águas Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma
alheias; legal ou convencional:" (Art. e §§ inseridos pela Lei nº 9.983,
Esbulho possessório DE 14 DE JULHO DE 2000) - Vide Art. 9° da Lei n°
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou 10.684/30.05.2003
mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa
alheio, para o fim de esbulho possessório. § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a I - recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância
esta cominada. destinada à previdência social que tenha sido descontada de
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do
violência, somente se procede mediante queixa. público;"
Supressão ou alteração de marca em animais II - recolher contribuições devidas à previdência social que
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à
rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade: venda de produtos ou à prestação de serviços;"
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas
cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela
CAPÍTULO IV previdência social."
DO DANO § 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente,
declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições,
Dano importâncias ou valores e presta as informações devidas à
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: previdência social, na forma definida em lei ou regulamento,
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. antes do início da ação fiscal." (AC)
Dano qualificado § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar
Parágrafo único - Se o crime é cometido: somente a de multa se o agente for primário e de bons
I - com violência à pessoa ou grave ameaça; antecedentes, desde que:"
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de
fato não constitui crime mais grave; oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social
III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa previdenciária, inclusive acessórios; ou"
concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja
mista; (redação da Lei nº 5.346, de 03.11.67) igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social,
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento
vítima: de suas execuções fiscais."
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa, Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força
além da pena correspondente à violência. da natureza
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
prejuízo: Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, ou multa. Apropriação de tesouro
Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou
em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;
Apropriação de coisa achada
30
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o
parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo adquirente ou consumidor:
possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria
prazo de 15 (quinze) dias. falsificada ou deteriorada;
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o II - entregando uma mercadoria por outra:
disposto no art. 155, § 2º. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o
CAPÍTULO VI peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por
verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade:
Estelionato Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em § 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, Outras fraudes
mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o efetuar o pagamento:
prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, ou multa.
155, § 2º. Parágrafo único - Somente se procede mediante
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar
Disposição de coisa alheia como própria de aplicar a pena.
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em Fraudes e abusos na fundação ou administração de
garantia coisa alheia como própria; sociedade por ações
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações,
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à
própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que assembleia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade,
prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:
prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato
Defraudação de penhor não constitui crime contra a economia popular.
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou § 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime
por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do contra a economia popular:
objeto empenhado; I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que,
Fraude na entrega de coisa em prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que público ou à assembleia, faz afirmação falsa sobre as condições
deve entregar a alguém; econômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro ou em parte, fato a elas relativo;
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer
o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da
lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de sociedade;
seguro; III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou
Fraude no pagamento por meio de cheque usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder sociais, sem prévia autorização da assembleia geral;
do sacado, ou lhe frustra o pagamento. IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social,
economia popular, assistência social ou beneficência. aceita em penhor ou em caução ações da própria sociedade;
Duplicata simulada VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não desacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui lucros
corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou ou dividendos fictícios;
qualidade, ou ao serviço prestado. (redação da Lei nº 8.137, VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa,
de 27.12.90) ou conluiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. parecer;
Parágrafo único - Nas mesmas penas incorrerá aquele que VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de IX - o representante da sociedade anônima estrangeira,
Duplicatas. autorizada a funcionar no País, que pratica os atos mencionados
Abuso de incapazes nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo.
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de § 2º - Incorre na pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação anos, e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si
ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembleia
prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo geral.
próprio ou de terceiro: Emissão irregular de conhecimento de depósito ou
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. "warrant"
Induzimento à especulação Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da desacordo com disposição legal:
inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental de Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à Fraude à execução
especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo
saber que a operação é ruinosa: ou danificando bens, ou simulando dívidas:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.
Fraude no comércio Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
31
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
CAPÍTULO VII II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo
DA RECEPTAÇÃO ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o
Receptação crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
Art. 180- Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
oculte: (nova redação da Lei nº 9.426, de 24.12.96) Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. anteriores:
(redação original) -Art. 180 - Adquirir, receber ou ocultar, em I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando
proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba II - ao estranho que participa do crime.
ou oculte: III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. superior a 60 (sessenta) anos." (NR)(Acrescido pela LEI No
Receptação qualificada 10.741/ 1º.10. 2003)
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em
depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, DOS CRIMES CONTRA A VIDA (Código Penal Brasileiro)
ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve
saber ser produto de crime: (nova redação da Lei nº 9.426, de Homicídio simples
24.12.96)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. Art. 121 - Matar alguém:
(redação original) § 1º - Adquirir ou receber coisa que, por sua
natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos.
condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio
criminoso: Caso de diminuição de pena
Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa, ou
ambas as penas. § 1º - Se o agente comete o crime impelido por motivo de
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta
parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz
clandestino, inclusive o exercício em residência. (nova redação pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
da Lei nº 9.426, de 24.12.96)
(redação original) § 2º - A receptação é punível, ainda que Homicídio qualificado
desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio
a coisa. § 2º - Se o homicídio é cometido:
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela
desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro
a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: (nova motivo torpe;
redação da Lei nº 9.426, de 24.12.96)
(redação original) § 3º - No caso do § 1º, se o criminoso é II - por motivo fútil;
primário pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias,
deixar de aplicar a pena. No caso de receptação dolosa, cabe o III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou
disposto no § 2º do art. 155. outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo
Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa, ou comum;
ambas as penas.
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou
de pena o autor do crime de que proveio a coisa. (nova outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do
redação da Lei nº 9.426, de 24.12.96) ofendido;
(redação original) § 4º - No caso dos bens e instalações do
patrimônio da União, Estado, Município, empresa V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia vantagem de outro crime:
mista adquiridos dolosamente:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz,
tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a Homicídio culposo
pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art.
155. (acrescido pela Lei nº 9.426, de 24.12.96) § 3º - Se o homicídio é culposo:
§ 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da
União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no
caput deste artigo aplica-se em dobro. (acrescido pela Lei nº Aumento de pena
9.426, de 24.12.96)
§ 4º - No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço,
CAPÍTULO VIII se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
DISPOSIÇÕES GERAIS profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
previstos neste título, em prejuízo: flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de um
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terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
(catorze) anos. (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu
aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o representante legal.
próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne CAPÍTULO II
desnecessária.
DAS LESÕES CORPORAIS
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Lesão corporal
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe
auxílio para que o faça: Art. 129 - Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, se o suicídio se Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
consuma; ou reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, se da tentativa
de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Lesão corporal de natureza grave

Parágrafo único - A pena é duplicada: § 1º - Se resulta:

Aumento de pena I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30


(trinta) dias;
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - perigo de vida;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a
capacidade de resistência. III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;

Infanticídio IV - aceleração de parto:

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos.
filho, durante o parto ou logo após:
§ 2º - Se resulta:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
I - incapacidade permanente para o trabalho;
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
II - enfermidade incurável;
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem
lho provoque: III - perda ou inutilização de membro, sentido ou função;

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. IV - deformidade permanente;

Aborto provocado por terceiro V - aborto:

Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos.

Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos. Lesão corporal seguida de morte

Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: § 3º - Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o
agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Parágrafo único - Aplica-se a pena do artigo anterior, se a
gestante não é maior de 14 (quatorze) anos, ou é alienada ou Diminuição de pena
débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude,
grave ameaça ou violência. § 4º - Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta
Forma qualificada emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz
pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são
aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou Substituição da pena
dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão
corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer § 5º - O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir
dessas causas, lhe sobrevém a morte. a pena de detenção pela de multa:

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;

Aborto necessário II - se as lesões são recíprocas.

I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Lesão corporal culposa

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§ 6º - Se a lesão é culposa:
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos.
Aumento de pena
§ 2º - Se resulta a morte:
§ 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das
hipóteses do art. 121, § 4º. Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. Aumento de pena


§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente,
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações terço:
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: ( Modificado
pela LEI 11.340, de07/08/2006 ) I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
Pena detenção, de 3 (três) meses s a 3 (três) anos.
§ 11. Na hipótese do § 9 o deste artigo, a pena será aumentada II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão,
de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de tutor ou curador da vítima.
deficiência (Modificado pela LEI 11.340, de07/08/2006 )
CAPÍTULO III (Vide Lei nº 10.741, de 2003)

DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE Exposição ou abandono de recém-nascido

Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar


desonra própria:
Perigo de contágio venéreo
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou
qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
sabe ou deve saber que está contaminado:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§ 2º - Se resulta a morte:
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Omissão de socorro
§ 2º - Somente se procede mediante representação.
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo
Perigo de contágio de moléstia grave sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à
pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade
grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o pública:
contágio:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da
Perigo para a vida ou saúde de outrem omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada,
se resulta a morte.
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e
iminente: Maus-tratos

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, se o fato não Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua
constitui crime mais grave. autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino,
tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo
se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou
do transporte de pessoas para a prestação de serviços em disciplina:
estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as
normas legais. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.777, de Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, ou multa.
29.12.1998)
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Abandono de incapaz
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda,
vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de § 2º - Se resulta a morte:
defender-se dos riscos resultantes do abandono:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos.
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§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado para si ou para outrem ou para causar dano:
contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Parágrafo
acrescentado pela Lei nº 8.069, de 13.7.1990) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

CAPÍTULO IV Modificação ou alteração não autorizada de sistema de


informações
DA RIXA
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de
informações ou programa de informática sem autorização ou
Rixa solicitação de autoridade competente:

Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, ou multa. Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a
metade se da modificação ou alteração resulta dano para a
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza Administração Pública ou para o administrado.
grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de
detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que


tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ou parcialmente:
(Código Penal)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, se o fato não
constitui crime mais grave.
CAPÍTULO I
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL estabelecida em lei:
Peculato
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a Concussão
posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou
alheio: Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. dela, vantagem indevida:

§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou
concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, Excesso de exação
valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário. § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que
sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na
Peculato culposo cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:

§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
outrem:
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem,
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é
posterior, reduz de metade a pena imposta. Corrupção passiva

Peculato mediante erro de outrem Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de
exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: tal vantagem:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência
inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de
corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida funcional.
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Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem
de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado,
influência de outrem: removido, substituído ou suspenso:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.

Facilitação de contrabando ou descaminho Violação de sigilo funcional

Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e
contrabando ou descaminho (art. 334): que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa, se
o fato não constitui crime mais grave.
Prevaricação
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e
satisfazer interesse ou sentimento pessoal: empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de
pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. de dados da Administração Pública;

Condescendência criminosa II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração
responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício Pública ou a outrem:
do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao
conhecimento da autoridade competente: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa. Violação do sigilo de proposta de concorrência

Advocacia administrativa Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública,


ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de Pena - Detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
funcionário:
Funcionário público
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração,
exerce cargo, emprego ou função pública.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, além da multa.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
Violência arbitrária emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha
para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto para a execução de atividade típica da Administração Pública.
de exercê-la:
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos
pena correspondente à violência. em comissão ou de função de direção ou assessoramento de
órgão da administração direta, sociedade de economia mista,
Abandono de função empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.

Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos CAPÍTULO II
em lei:
DOS CRIMES PRATICADOS POR
Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa. PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Usurpação de função pública
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de
fronteira: Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado Resistência

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Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer
ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de
lhe esteja prestando auxílio: atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência
estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou
Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 2 (dois) anos. importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de
introdução clandestina no território nacional ou de importação
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: fraudulenta por parte de outrem;

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das procedência estrangeira, desacompanhada de documentação
correspondentes à violência. legal, ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.

Desobediência § 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos


deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido
em residências.
Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, e multa.
§ 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou
Desacato descaminho é praticado em transporte aéreo.

Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
ou em razão dela:
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa. venda em hasta pública, promovida pela administração federal,
estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou
Tráfico de Influência procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência,
grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para
outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa,
influir em ato praticado por funcionário público no exercício da além da pena correspondente à violência.
função:
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida.

Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente Inutilização de edital ou de sinal


alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao
funcionário. Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar
edital afixado por ordem de funcionário público; violar ou
Corrupção ativa inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por
ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário objeto:
público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de
ofício: Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.

Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 8 (oito) anos, e multa. Subtração ou inutilização de livro ou documento

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro
oficial, processo ou documento confiado à custódia de
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço
razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite público:
ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, se o fato não
Contrabando ou descaminho constitui crime mais grave.

Art. 334 - Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no Sonegação de contribuição previdenciária
todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária
e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento
§ 1º - Incorre na mesma pena quem: de informações previsto pela legislação previdenciária
segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou
a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem
em lei; serviços;

b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da
descaminho; contabilidade da empresa as quantias descontadas dos
segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de
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serviços;

III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos,


remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de
contribuições sociais previdenciárias:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente,


declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e
presta as informações devidas à previdência social, na forma
definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.

§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar


somente a de multa se o agente for primário e de bons
antecedentes, desde que:

I – (VETADO)

II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja


igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social,
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento
de suas execuções fiscais.

§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de


pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil,
quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um
terço até a metade ou aplicar apenas a de multa.

§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado


nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos
benefícios da previdência social.

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