Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
METEORITOS
Introdução à meteorítica e uma visão geral
dos meteoritos brasileiros
2º edição
Rio de Janeiro
2018
O48m Oliveira, Higor Martinez.
Meteoritos: Introdução à meteorítica e uma visão geral dos meteoritos
brasileiros / Higor Martinez Oliveira.- 2.ed.- Rio de Janeiro, 2018.
62 p. : il.
ISBN 978-85-5697-626-0
CDD 520
CDU 52
2
O LIVRO
Este livro foi escrito com o objetivo de contribuir para a divulgação da meteorítica no
Brasil, oferecendo para o público leigo uma fonte em linguagem simples para entender os
principais conceitos sobre o tema, além de fornecer um levantamento estatístico bastante
amplo dos meteoritos já encontrados e catalogados no país.
A primeira edição do livro, publicada em 2015, teve mais de 1.500 downloads no site
oficial, sendo ainda destaque no VI Prêmio de Literatura Contemporânea do Clube de
Autores. Visto o grande interesse pela obra, esta segunda edição foi concretizada e
publicada em comemoração ao Dia do Asteroide (30 de junho), que é uma mobilização
internacional com fins educativos reconhecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas,
sendo realizada anualmente no aniversário do maior impacto asteroidal da Terra na
história recente: o evento de Tunguska. Nesse dia, o mundo todo prepara eventos que
explicam as ameaças que esses objetos espaciais podem gerar e o que pode ser feito para
impedir novos impactos.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que contribuíram diretamente ou indiretamente para a realização,
publicação e divulgação deste livro, desde a sua primeira edição, em 2015. Inclusive,
agradeço a todos que votaram no livro para o Prêmio de Literatura Contemporânea do
Clube de Autores (2015). Agradeço, em especial, André Moutinho por todo o suporte
dado e por fornecer grande parte das imagens utilizadas, principalmente dos meteoritos
brasileiros. Também agradeço enormemente a professora Maria Elizabeth Zucolotto pelo
grande apoio dado desde o início, e ainda pelos dados e imagens fornecidas, inclusive a
fotomicrografia da página de abertura.
4
“Os meteoritos são pequenas caixas pretas codificadas com
acontecimentos passados há 4,5 bilhões de anos que nos foram
entregues diretamente do espaço”.
Heide, F. and Wlotzka, F. (1995)
5
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 08
2- A QUEDA DE UM METEORITO.................................................................................. 24
2.1- Quedas e achados brasileiros............................................................................. 25
2.2- Tamanho dos meteoritos.................................................................................... 27
3- METEORITOS NO BRASIL......................................................................................... 30
3.1- Distribuição dos meteoritos brasileiros..............................................................30
3.2- O Brasil desconhece seus meteoritos................................................................. 33
3.3- Principais meteoritos catalogados..................................................................... 34
3.3.1- Meteorito Bendegó................................................................................... 34
3.3.2- Meteorito Angra dos Reis......................................................................... 37
3.3.3- Meteorito Ibitira ....................................................................................... 37
3.3.4- Meteorito Governador Valadares.............................................................. 38
3.3.5- Meteorito Santa Catharina........................................................................ 38
3.3.6- Meteorito Vicência................................................................................... 39
3.3.7- Outros meteoritos importantes.................................................................. 40
3.4- Quedas, achados e registros recentes................................................................ 40
3.4.1- Meteorito Buritizal.................................................................................... 40
3.4.2- Meteorito Nossa Senhora do Livramento................................................. 41
3.4.3- Meteorito Três Irmãos............................................................................... 41
3.4.4- Meteorito Serra Pelada............................................................................. 41
3.4.5- Meteorito Hermenegildo .......................................................................... 41
3.5- Lista com informações gerais........................................................................... 42
3.6- Meteoritos em exposição ................................................................................. 44
4- IDENTIFICANDO METEORITOS............................................................................... 45
4.1- Crosta de fusão.................................................................................................. 45
4.2- Forma indefinida............................................................................................... 45
4.3- Densidade.......................................................................................................... 45
4.4- Regmaglitos....................................................................................................... 46
4.5- Magnetismo....................................................................................................... 46
6
4.6- O interior........................................................................................................... 46
4.7- Presença de ferro e níquel.................................................................................. 46
4.8- Presença de côndrulos........................................................................................ 47
4.9- Exceções............................................................................................................ 48
4.10- Meteorwrongs.................................................................................................. 48
4.11- Acha que encontrou um meteorito?................................................................. 48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................ 61
7
INTRODUÇÃO
Meteoritos são fragmentos de corpos sólidos do Sistema Solar, como asteroides, cometas, a Lua e Marte, que
após vagarem por milhões ou bilhões de anos pelo espaço sideral, cruzam a atmosfera terrestre e chegam até a
superfície. Quando ainda estão no espaço, são denominados meteoroides. Após penetrarem na atmosfera
terrestre em alta velocidade, de 11 a 72 Km/s, o atrito com o gases faz com que produzam um efeito luminoso,
denominado meteoro, popularmente conhecido como “estrela cadente”. Caso algum fragmento resista a
passagem pela atmosfera e chegue até a superfície, denomina-se então meteorito.
A Terra é diariamente bombardeada por toneladas material cósmico, mas a maioria dos meteoroides se
desintegra completamente antes de chegar na superfície. No entanto, no primeiro bilhão de anos do Sistema
Solar o impacto de grandes corpos contra o nosso Planeta acontecia com frequência, formando crateras de
impacto e provocando até mesmo extinções em massa. Embora hoje a chance de colisão de um grande
asteroide com a Terra seja pequena, agências espaciais do mundo todo possuem programas que visam a
identificação e monitoramento de corpos próximos da órbita terrestre. Eventos como o que aconteceu na
Rússia em 2013, quando um corpo de cerca de 18 metros de diâmetro entrou na atmosfera e explodiu sobre o
céu de Chelyabinsk, mostram a vulnerabilidade do nosso Planeta e a dinâmica do Sistema Solar.
A queda de um meteorito é marcada pela passagem de um grande meteoro, chamado de bólido, que pode ser
muito mais brilhante do que o Sol ou a Lua cheia. Além disso, geralmente é possível ouvir detonações e
outros efeitos sonoros. Os meteoritos caem de forma aleatória, portanto podem cair em qualquer lugar da
superfície terrestre e a qualquer momento. Quando a queda de um meteorito é testemunhada, classifica-se o
meteorito como queda (ex.: o meteorito Serra Pelada, que foi visto cair em 2017 próximo de uma escola). Já
se o meteorito foi simplesmente encontrado no campo, ele é classificado como achado (ex.: o meteorito
Bendegó, encontrado em 1784 enquanto um garoto campeava gado).
Basicamente existem três tipos de meteoritos: rochosos, metálicos e mistos. Sendo os rochosos os mais
comuns e os mistos, feitos de rocha e metal, os mais raros.
Os meteoritos são os objetos mais antigos que alguém pode tocar, sendo alguns tão antigos quanto o próprio
Sistema Solar, que tem cerca de 4,6 bilhões de anos. Quando estudados, podem trazer importantes
informações sobre a origem e evolução planetária e até mesmo da nebulosa que deu origem ao nosso Sistema.
O estudo dos meteoritos não se restringe apenas aos astrônomos. Eles são estudados por diversos
profissionais, dos mais diversos ramos da ciência, como geólogos, biólogos e químicos, todos procurando por
informações que estas rochas trazem diretamente do espaço.
No Brasil, 74* meteoritos já foram descobertos e catalogados oficialmente junto à Sociedade Meteorítica.
Número extremamente baixo se comparado ao de países com área territorial semelhante, como os Estados
Unidos e a Austrália, que já catalogaram oficialmente 1.802* e 686* meteoritos, respectivamente. O pequeno
número de meteoritos brasileiros catalogados é consequência de diversos fatores, como a carência de
informação, a falta de uma legislação que defina a propriedade dos meteoritos, e até mesmo de algumas
condições naturais. O clima quente e úmido, por exemplo, provoca o rápido intemperismo dos meteoritos,
fazendo com que sejam confundidos com rochas terrestres. Além disso, parte do país possui grandes e densas
florestas, o que dificulta a busca de meteoritos nestas áreas.
No decorrer deste livro serão apresentados conceitos básicos relacionados à meteorítica, além de um
levantamento estatístico completo dos meteoritos brasileiros catalogados.
*Dados cadastrados no Meteoritical Bulletin até 26 de junho de 2018. Esta observação vale para todos os
demais dados referentes ao número de meteoritos catalogados apresentados no decorrer do livro.
8
9
1- PRINCIPAIS TIPOS DE METEORITOS
Os meteoritos são divididos basicamente em três tipos: rochosos (aerólitos), que são formados basicamente
de silicatos; metálicos (sideritos), formados quase inteiramente de ferro e níquel; e os mistos (siderólitos),
formados principalmente por ferro, níquel e silicatos. Esses três tipos principais são subdivididos em classes, e
essas classes podem ser subdivididas em grupos menores. Os meteoritos rochosos são os mais comuns,
correspondem a cerca de 92,8% dos meteoritos conhecidos. Os mistos, por outro lado, são os mais raros e
perfazem apenas 1,5% dos meteoritos. Os metálicos, por sua vez, são cerca de 5,7% dos meteoritos que caem
na Terra.
O gráfico abaixo apresenta a distribuição dos meteoritos catalogados no Brasil de acordo com os principais
tipos: rochosos, metálicos e mistos. A coleção brasileira é composta de 37 meteoritos rochosos, 36 meteoritos
metálicos e apenas 1 meteorito misto.
Mistos
1,4%
Metálicos Rochosos
48,6% 50,0%
O gráfico abaixo apresenta os meteoritos rochosos catalogados no Brasil por tipo. Os meteoritos rochosos
brasileiros estão divididos da seguinte maneira: 32 meteoritos condritos e 5 acondritos.
Acondritos
13,5%
Condritos
86,5%
10
1.1.1- Condritos
Os condritos recebem esse nome por conta de uma característica presente na maioria dos meteoritos desse
tipo: a presença de côndrulos. Côndrulos são pequenas esferas de minerais que variam de 0,1 a 4 mm e que
podem ou não ser bem definidos e visíveis. Vale ressaltar que alguns meteoritos do tipo condrito não
apresentam côndrulos. Os condritos possuem composição muito semelhante à do Sol, com exceção dos
elementos voláteis. Seus principais componentes são minerais como olivina e piroxênios, além de ferro e
níquel, cuja quantidade varia em cada tipo de condrito. São meteoritos rochosos que não sofreram
diferenciação, ou seja, não foram fundidos no interior do corpo parental (corpo em que tiveram origem). São
meteoritos muito antigos, possuem de 4,55 a 4,6 bilhões de anos, portanto são importantes fontes para o
estudo da origem e evolução do Sistema Solar.
Os meteoritos condritos são divididos nas seguintes classes: Enstatita condrito (E), Condritos ordinários
(OC), Condritos carbonáceos (C), Kakangaritos (K) e Rumurutitos (R), sendo as duas últimas as menores
classes. Algumas classes se dividem ainda em grupos menores. Para a classificação desses meteoritos leva-se
em conta critérios como a quantidade e distribuição de ferro, petrologia, mineralogia e os isótopos de
oxigênio. Neste livro não será abordado detalhes sobre a classificação dos meteoritos condritos devido à alta
complexidade e os inúmeros critérios envolvidos.
1- Tipo CI: Considerados os mais primitivos do Sistema Solar, com composição próxima da fotosfera do Sol e
sem côndrulos.
2- Tipo CM: São os mais abundantes entre os carbonáceos, possuem côndrulos bem formados.
3- Tipo CO: Possuem côndrulos pequenos e em grande quantidade.
4- Tipo CV: Possuem côndrulos grandes e em grande quantidade.
5- Tipo CK: Em geral, possuem tipo petrográfico 5; côndrulos em abundância e interior escuro.
6- Tipo CR: Possuem côndrulos grandes e se diferenciam dos demais tipos por apresentar grande quantidade
de metal.
7- Tipo CH: Trata-se de um tipo raro de condrito carbonáceo, com alto teor de ferro e côndrulos em grande
quantidade.
8- Tipo CB: Uma das características desse tipo é a presença de côndrulos centimétricos e nódulos metálicos.
Os meteoritos condritos catalogados no Brasil são todos do tipo condrito ordinário (OC), o tipo mais comum
de meteorito.
11
O gráfico a seguir apresenta os meteoritos brasileiros rochosos do tipo condrito de acordo com o teor de ferro:
H, L ou LL, indicando o número de exemplares (entre parênteses) e a respectiva porcentagem correspondente
de cada tipo.
LL (3)
9,4%
H (15)
46,9%
L (14)
43,8%
Abaixo, o gráfico dos meteoritos brasileiros rochosos do tipo condrito em relação ao tipo petrológico: 3,4,5 e
6. Alguns meteoritos são pertencentes a dois tipos petrológicos, como o Mafra, que tem classificação 3-4, e o
Vicência, classificado como 3-2.
34%
25%
6%
3%
28% 3%
12
Condritos ordinários - Tipos petrológicos
A) Tipo petrológico 3 B) Tipo petrológico 3
A) Meteorito brasileiro Buritizal, do tipo LL3-2, com côndrulos muito bem definidos. B) Meteorito brasileiro
Vicência, do tipo LL3-2, também com côndrulos bem definidos. C) Meteorito brasileiro Marília, do tipo H4,
com côndrulos não muito definidos. D) Meteorito brasileiro Varre-Sai, do tipo L5. E) Meteorito brasileiro
Putinga, do tipo L6. F) Fatia do meteorito Gomez, Texas (USA), do tipo L6; note os côndrulos mal definidos.
13
O gráfico a seguir mostra a distribuição dos meteoritos brasileiros rochosos do tipo condrito ordinário por tipo
químico e petrológico. As colunas coloridas apresentam a quantidade de meteoritos dos tipos H (em azul), L
(em verde) e LL (em laranja) para os tipos petrológicos 3, 4, 5, 6 e os tipos 3-2 e 3-4 presentes na coleção
brasileira.
H L LL
0
Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5 Tipo 6 Tipo 3-2 Tipo 3-4
1.1.2- Acondritos
Os meteoritos acondritos não possuem côndrulos e são bem mais raros do que os meteoritos condritos,
correspondendo a cerca de 7% dos meteoritos rochosos. São meteoritos que sofreram diferenciação (total ou
parcial), possuem texturas distintas e são originários de processos ígneos, sendo provenientes do manto ou
crosta do corpo parental. Como são formados por material fundido e recristalizado, são importantes para o
estudo das fontes de calor que existiram no início do Sistema Solar. A classe dos acondritos inclui meteoritos
oriundos do grande asteroide Vesta (considerado como protoplaneta), da Lua e de Marte, portanto são
importantes para entender os processos de origem e evolução desses e de outros corpos, como o próprio
planeta Terra.
Inicialmente os meteoritos acondritos foram classificados de acordo com a quantidade de cálcio (Ca), sendo
então divididos em dois grupos: ricos e pobres em cálcio. Os ricos apresentam de 5% a 25% de cálcio, ou
mais, e os pobres menos de 3% de cálcio. Estão divididos também em:
Meteoritos HED:
São meteoritos oriundos do grande asteroide Vesta, que possui 530 quilômetros de diâmetro. A origem dos
meteoritos HED (Howarditos, Eucritos e Diogenitos) como sendo todos de um mesmo corpo parental foi
confirmada pela missão Dawn, da NASA, lançada em 2007 para estudar Ceres e Vesta.
• Howarditos (HOW)
São semelhantes aos solos regolíticos da Lua, por conta da grande quantidade de cálcio apresentam uma
crosta de fusão bem escura e brilhante.
• Eucritos (EUC)
Também apresentam crosta de fusão bem brilhante, se destacando do interior cinza claro. Trata-se do tipo
mais comum de meteorito acondrito.
• Diogenitos (DIO)
São originários de regiões mais profundas, abaixo da crosta.
14
Angritos (ANG):
Esta classe é nomeada segundo o meteorito brasileiro Angra dos Reis, que foi por mais de um século o único
meteorito catalogado desse tipo. Consta no Meteoritical Bulletin o registro de apenas 28 meteoritos angritos
em todo o mundo, sendo que o angrito brasileiro se diferencia dos demais exemplares.
Aubritos (AUB):
São meteoritos pobres em ferro, apresentam o interior esbranquiçado e, em geral, crosta de fusão bege.
Ureilitos (URE):
Existem evidências que sugerem que os Ureilitos sofreram violentos choques, capazes de transformar grafite
em diamante. Em 1888, diamantes foram descobertos em um meteorito desse tipo que caiu na Rússia no ano
de 1866.
Brachinitos (BRA):
São meteoritos diferentes dos demais acondritos e inicialmente eram classificados como “anômalos”. Há 44
exemplares catalogados no mundo todo.
Crédito: NASA.
são menos enérgicas, mas ainda podem ejetar
“pequenos pedaços” de um grande corpo atingido por
um objeto menor, basta que os fragmentos sejam
ejetados a uma velocidade que exceda a velocidade de
escape de tal corpo.
Estes meteoritos trazem informações sobre os processos que ocorreram durante a história de Marte. Os
meteoritos marcianos com datação mais nova, por exemplo, mostram evidências de que o vulcanismo ocorreu
em Marte até 180 milhões de anos atrás. Alguns meteoritos mostram também evidências de interação com
água.
Existem 208 meteoritos marcianos catalogados oficialmente no mundo todo. No Brasil, apenas um meteorito
do tipo foi catalogado até o momento.
Na década de 1970 a sonda Viking analisou também rochas do solo marciano, mas não encontrou indícios de
vida. Em 1996, uma equipe de cientistas anunciou a possível descoberta de vida microbiana no meteorito
marciano ALH84001. Entre as evidências apontadas, estavam a comprovação da existência de água, minerais
formados em baixas temperaturas e que continham pequenas quantidades de compostos orgânicos, além de
minúsculas estruturas que se parecem com fósseis de bactérias. Depois de anos de intenso estudo e debate,
com novos dados que suportam ambos os lados, a questão ainda não está resolvida. Contudo, David S.
McKay, líder da equipe de cientistas, defende a teoria da existência de vida primitiva em Marte: “Estou
convencido de que encontramos no meteorito sinais de vida biológica primitiva em Marte. Quem quiser que
prove que estamos errados.”.
15
Crédito: NASA.
Na primeira foto, meteorito marciano ALH84001; na segunda, microscopia que mostra as estruturas que alguns
cientistas alegam ser fósseis de microorganismos.
• Shergotitos
Trata-se do tipo mais comum de meteorito marciano e são bem antigos, possuem cerca de 4,5 bilhões de anos.
São rochas vulcânicas ricas em basalto e rochas ferruginosas. O primeiro exemplar caiu em Shergotty, na
Índia, no ano de 1865.
• Nakhlitos
O primeiro meteorito do grupo caiu em Nakhla, no Egito, em 1911, e dizem que um fragmento atingiu e
matou um cachorro. Apresentam tonalidade esverdeada devido aos cristais olivina e diopsídio. Provavelmente
são formados por processos ígneos intrusivos. O meteorito brasileiro Governador Valadares é um meteorito
marciano do tipo nakhlito.
• Chassignitos
O primeiro exemplar caiu em Chassigny, em 1815, na França. São provavelmente formados no interior de
Marte e são semelhantes aos Nakhlitos quanto à composição, no entanto são mais ricos em feldspatos.
Meteoritos Lunares:
Meteoritos lunares são fragmentos que foram ejetados da superfície
lunar por meio de impactos e capturados pelo campo
gravitacional da Terra, cruzando a atmosfera e chegando então
até a superfície. A composição química, rácios de isótopos,
mineralogia e textura dos meteoritos lunares são idênticos
aos das amostras coletadas na Lua durante as missões
Apollo. Tomadas em conjunto, essas características
diferem os meteoritos lunares de qualquer tipo de rocha
terrestre e de qualquer outro tipo de meteorito.
Existem 341 meteoritos lunares catalogados em todo o
Crédito: NASA.
16
• Basálticos
Meteoritos de origem vulcânica, proveniente dos mares lunares (planícies basálticas, vastas e escuras).
• Brechas regolíticas
Trata-se das rochas mais antigas, da época de formação do satélite, e têm origem nas terras lunares. São
formadas de regolito lunar, que é uma camada de rochas e pó fragmentado, devido aos inúmeros e violentos
impactos que aconteceram na Lua. A grande maioria das rochas lunares são brechas.
A coleção brasileira de meteoritos possui 5 acondritos, os quais estão apresentados na tabela abaixo, com o
seu respectivo tipo, ano da queda ou achado e massa total (pode incluir mais de um fragmento).
Como anteriormente dito, os meteoritos rochosos são mais comuns do que os metálicos e mistos, e os
rochosos do tipo condrito são os meteoritos mais abundantes. O gráfico abaixo apresenta alguns dos principais
tipos de meteoritos catalogados oficialmente no mundo todo. Para fins de comparação, até a data em que os
dados foram colhidos o Meteoritical Bulletin registrava 59.107 meteoritos catalogados.
Mesosideritos 239
17
Meteoritos rochosos
A) Meteorito brasileiro Vicência, um condrito LL3.2. B) Meteorito brasileiro Angra dos Reis, acondrito do
tipo angrito. C) Côndrulos do meteorito Vicência, condrito LL3.2. D) Interior do meteorito acondrito Ibitira.
E) Fotomicrografia do meteorito condrito H3.6 Clovis. F) Fotomicrografia do meteorito Angra dos Reis,
acondrito tipo angrito.
18
1.2- Meteoritos sideritos
Os meteoritos sideritos (metálicos) perfazem cerca de 6% dos meteoritos, sendo que pouco mais de 1.100 já
foram catalogados em todo o mundo. São oriundos do núcleo do corpo parental e constituídos basicamente
por uma liga de ferro e níquel, apresentando pequenas quantidades de minerais.
Uma das principais características desse tipo de meteorito é a sua alta densidade, um siderito é muito mais
pesado do que uma rocha comum de tamanho similar, o que facilita a sua distinção das demais rochas
terrestres. A densidade de um siderito é de cerca de 7g/cm³ a 8g/cm³, para fins de comparação, a água possui
densidade de 1g/cm³ e um meteorito condrito de 3,2 g/cm³ a 3,4 g/cm³.
São também mais resistentes do que qualquer outro tipo de meteorito ao processo de intemperismo, conjunto
de processos mecânicos, químicos e biológicos que ocasionam a desintegração e a decomposição das rochas,
portanto podem ser preservados por muito mais tempo, permitindo que sejam descobertos depois de muitos
anos da queda. A maioria dos sideritos catalogados não teve queda observada, consta no Meteoritical Bulletin
o registro de apenas 48 sideritos com queda observada.
Uma curiosidade interessante é que os sideritos foram utilizados por civilizações antigas para cunhar
armamentos e outros instrumentos devido à alta qualidade do “ferro meteorítico”.
Existem dois tipos de classificação para este tipo de meteorito: classificação estrutural e classificação química.
Classificação estrutural: Feita de acordo com a estrutura apresenta pelo meteorito quando atacado com nital
(solução de ácido nítrico e álcool), podendo apresentar linhas entrelaçadas, linhas paralelas ou nenhuma
estrutura evidente a olho nu. Cada estrutura está relacionada à largura da lamela de kamacita, que está ligada
com a quantidade de níquel do meteorito. Veja a tabela abaixo:
Os meteoritos sideritos octahedritos estão divididos em 6 subgrupos, de acordo com a largura das lamelas de
kamacita:
19
Classificação química: está relacionada com a análise de elementos como germânio, gálio e irídio, que divide
os meteoritos metálicos em 14 grupos quimicamente distintos: IAB, IC, IIAB, IIC, IID, IIE, IIF, IIG, IIIAB,
IIICD, IIIE, IIIF, IVA, IVB. Existem ainda os sideritos “não agrupados”, que não se encaixam em nenhum dos
14 grupos químicos.
Os meteoritos brasileiros Barbacena, Bocaiuva, Campinorte e Piedade do Bagre são exemplos de meteoritos
“não agrupados”.
A classificação estrutural dos meteoritos sideritos pode ser associada à classificação química, conforme
mostra a tabela abaixo.
IIF
IIIE
IIIF
IVA
IVB
IAB Complex
IIAB
IIC
IID
IIG
IIIAB
Não agrupado
IC
20
Meteoritos sideritos (metálicos)
! !
! !
A) Interior do siderito brasileiro São João Nepomuceno, um octaedrito fino IVA. É possível notar o padrão de
Widmanstatten. B) Interior do siderito brasileiro Santa Catharina, do tipo ataxito, sem estrutura evidente. C)
Interior do siderito brasileiro, do tipo hexaedrito IIAB, Santo Antônio do Descoberto. D) Meteorito brasileiro
Faina, siderito do tipo octaedrito IAB complexo. E) Fragmento individual do meteorito Canyon Diablo,
octaedrito grosseiro IAB, proveniente do corpo que deu origem à famosa cratera de Berringer. F) Bendegó,
octaedrito grosseiro IC, maior meteorito brasileiro com 5,36 t.
21
1.3- Meteoritos siderólitos
Dos três tipos básicos de meteoritos, os siderólitos (mistos) constituem o tipo mais raro, correspondendo a
aproximadamente 1% dos meteoritos. Dos mais de 59.000 meteoritos catalogados no mundo todo, apenas
cerca de 350 são siderólitos.
São provenientes do manto do corpo parental e são constituídos de 50% de ferro e 50% de silicatos,
aproximadamente. Podem ser divididos em dois grupos: palasitos e mesosideritos.
1.3.1- Palasitos
São formados entre o núcleo metálico e o manto inferior do corpo parental diferenciado. São belos meteoritos,
apresentando cristais de olivina junto ao ferro. A quantidade de olivina e ferro varia, alguns palasitos
apresentam mais silicatos e outros apresentam mais ferro, se assemelhando com meteoritos sideritos. Os
palasitos são divididos em três grupos, conforme exemplifica a tabela abaixo:
1.3.2- Mesosideritos
Apesar de serem constituídos aproximadamente pela mesma quantidade de ferro e silicatos, se diferenciam
dos palasitos por serem compostos por uma mistura de fragmentos de diferentes corpos parentais. Acredita-se
que podem ser originados a partir de choques de diferentes tipos de corpos, como rochosos e metálicos.
São mais comuns do que os palasitos, sendo que 239 mesosideritos já foram catalogados em todo o mundo, o
que corresponde a cerca de 68% dos siderólitos catalogados.
22
Meteoritos siderólitos (mistos)
Crédito das imagens: A, F - André Moutinho. B- Wikipedia, enviado por Captmondo. C- Wikipédia, enviado por Brocken Inaglory. D- Arizona Skies Meteorites. E- Meteorite Gallery.
! !
! !
! !
A) Fatia do meteorito brasileiro Quijingue, siderólito do tipo palasito. B) Fatia polida do meteorito palasito
argentino Esquel, exposto no Royal Ontario Museum. C) Meteorito mesosiderito encontrado em Vaca Muerta,
Chile. D) Fatia do meteorito palasito Imilac. E) Meteorito mesosiderito Bondoc. F) Meteorito palasito Brahin,
fatia de 32,6 gramas.
23
2- A QUEDA DE UM METEORITO
O planeta Terra é constantemente bombardeado por material cósmico. Cientistas estimam que cerca de 100
toneladas de material meteorítico atinge a atmosfera terrestre diariamente. Em uma noite límpida, por
exemplo, é possível observar facilmente alguns meteoros cruzando distintas regiões do céu, são os meteoros
esporádicos, ou seja, que não são previstos e acontecem a qualquer momento. Em determinadas épocas do ano
a taxa de meteoros pode aumentar bastante, quando acontecem as chuvas de meteoros, que possuem data certa
para acontecerem e os meteoros parecem surgir de uma determinada constelação no céu (radiante). As chuvas
de meteoros geralmente são resultado de detritos deixados por cometas ao longo de toda a sua órbita.
Após penetrarem na atmosfera os meteoroides, que podem variar de mícrons a quilômetros de diâmetro, se
tornam incandescentes por causa do atrito com os gases e vão sendo freados, perdendo velocidade. A maioria
dos meteoroides não é grande o suficiente para cruzar a atmosfera e chegar até a superfície, eles são então
completamente desintegrados. No caso de objetos maiores, capazes de vencer a passagem pela atmosfera, a
queda do meteorito é marcada por um bólido (grande meteoro), que pode ser mais brilhante do que a Lua
cheia ou o Sol, já que o calor é muito alto e o ar ao redor chega a ser ionizado, provocando um efeito
luminoso muito maior do que o corpo. A passagem do bólido pode deixar também uma longa trilha de fumaça
no céu. Durante a passagem pela atmosfera, o exterior do meteorito é completamente fundido.
Devido à resistência do ar são formadas ondas de choque, que criam explosões sônicas que podem levar à
fragmentação do corpo. Isso acontece a aproximadamente 10 Km de altitude, e a partir de então o meteorito
atinge o seu “ponto de retardamento” e passa a cair em queda livre.
Quando ocorre a queda de um meteorito, geralmente o mesmo é fragmentado por conta da alta temperatura e
pressão. Ainda assim, os fragmentos continuam seguindo a trajetória do bólido e são dispersos em uma área
elíptica, chamada de elipse de dispersão, onde os fragmentos maiores costumam cair na frente e os menores
na parte de trás do campo de dispersão.
Rastro de fumaça deixado pelo meteorito que caiu em Chelyabinsk, nos Montes Urais, Rússia, em 2013.
24
Vale ressaltar que um observador que esteja na exata região da queda do meteorito não conseguirá observar o
bólido. Ele vai observar apenas uma bola brilhante crescente e sem cauda. Em 2010, o agricultor Germano da
Silva Oliveira presenciou a queda de um meteorito na zona rural de Varre-Sai, no Rio de Janeiro, ele descreve
que observou uma nuvem avermelhada girando no céu, que em seguida explodiu e produziu alguns estrondos
menores. Posteriormente, ele encontrou um fragmento de cerca de 600 gramas a poucos metros de sua casa.
Quando um meteorito tem sua queda observada, como o Varre-Sai, por exemplo, ele é denominado queda. Se
ele for simplesmente encontrado no campo, como o Bendegó, ele é denominado achado. A maior parte dos
meteoritos são achados, visto a raridade de presenciar a queda de um deles. Apenas 2% dos meteoritos já
catalogados no mundo todo tiveram queda observada.
Estimativas da American Meteor Society (AMS) indicam que caem de 10 a 50 meteoritos na Terra por dia. No
entanto, 2/3 deles caem no oceano e cerca de 1/4 em áreas do continente que são muito desabitadas, reduzindo
para 2 a 12 o número de meteoritos com potencial de serem descobertos. Estima-se ainda que cada quilômetro
quadrado da superfície terrestre colete um meteorito a cada 50 mil anos, aumentando essa área para uma milha
quadrada o intervalo de tempo cai para 20 mil anos.
A atmosfera terrestre só é capaz de frear de forma total meteoroides de até dez toneladas, que em geral
explodem ao atingirem o ponto de retardamento e caem em queda livre, com velocidade determinada pela
atração gravitacional. Os grandes corpos, maiores de 10 toneladas, além de manterem parte da velocidade
cósmica, podem formar crateras de impacto. Os corpos com mais de 100 toneladas, por exemplo, mantém
cerca de 50% da velocidade cósmica e provocam grandes crateras quando atingem a superfície. Mais detalhes
sobre as crateras de impacto serão tratados no capítulo 6.
Quedas
36,5%
Achados
63,5%
Observar a queda de um meteorito é algo raro, e dependendo do tipo de meteorito esse evento se torna ainda
mais raro. O gráfico na página seguinte apresenta as quedas presenciadas e achados por tipo: condrito,
acondrito, siderito e siderólito. Note que nenhum dos meteoritos brasileiros catalogados do tipo siderito
tiveram queda observada. Os sideritos são mais resistentes ao processo de intemperismo, portanto podem ser
encontrados mesmo depois de muitos anos da queda, por isso lideram o número de achados. Já os condritos
ordinários são os meteoritos mais comuns, logo há maiores chances de presenciar a queda de um meteorito
25
desse tipo. Por outro lado, são menos resistentes ao intemperismo e, consequentemente, são mais difíceis de
serem identificados muito tempo depois de terem caído. Os acondritos praticamente só são recuperados logo
depois da queda. Todos os acondritos brasileiros, com exceção do Governador Valadares, tiveram queda
observada. No caso do meteorito Governador Valadares, embora não tenha sido visto cair, acredita-se que ele
foi encontrado pouco tempo depois da queda, já que não apresenta sinais de exposição ao ambiente terrestre.
40
30
9
20
36
23
10
1
4 1
0
Condritos Acondritos Metálicos Mistos
O gráfico a seguir apresenta o número de quedas e achados em tempo cronológico, de 1784, com a descoberta
do meteorito Bendegó, até 2017. Com exceção do período representado de 1784 até 1899, os séculos XX e
XXI estão divididos por décadas. Dos 74 meteoritos brasileiros, 2 deles não apresentam informações do ano
em que foram encontrados, portanto o gráfico considera o ano da queda ou achado de 72 meteoritos.
1784 - 1899
1900 - 1909
1910 - 1919
1920 - 1929
1930 - 1939
1940 - 1949
1950 - 1959
1960 - 1969
1970 - 1979
1980 - 1989
1990 - 1999
2000 - 2009
2010 - 2017*
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
26
Nesta década já foram vistos cair 5 meteoritos, e outros 5 foram achados, totalizando 10 novos meteoritos
brasileiros, algo inédito se comparado com as décadas passadas ou com o período de 1784 - 1899. Até o fim
do ano de 2019, outros meteoritos deverão ser encontrados no Brasil, sejam quedas ou achados, e
registraremos assim um recorde ainda maior de meteoritos brasileiros descobertos em uma única década.
Além disso, note que o número de meteoritos que tiveram queda presenciada no período de 2010-2017 já é
maior do que em qualquer outra década passada, e até mesmo no período de 1784 a 1899.
A tabela a seguir mostra a relação do tamanho do corpo que penetra na atmosfera e o tempo médio para que
aconteça tais impactos.
O tamanho dos meteoritos pode variar de microgramas, no caso dos micrometeoritos, até dezenas de
toneladas. Os meteoritos sideritos, em geral, são os maiores, pois são mais resistentes para atravessar a
atmosfera terrestre. O maior meteorito encontrado até hoje, o Hoba-West, possui cerca de 60 toneladas.
A lista abaixo traz os dez maiores meteoritos já encontrados no mundo, sendo todos eles sideritos. O maior
meteorito brasileiro, Bendegó, que possui 5.36 toneladas, já não faz mais parte desta lista. Hoje o Bendegó é
considerado o 16º maior meteorito, mas por muito tempo foi considerado o segundo maior do mundo.
27
Crédito: Wikipedia, enviado por Eugen Zibiso.
Hoba, o maior meteorito em um único fragmento já encontrado no mundo, com cerca 60 toneladas. O meteorito
foi descoberto em 1920, na Namíbia, África.
A tabela abaixo apresenta os maiores meteoritos brasileiros. Com exceção do meteorito Putinga*, o qual a
massa apresentada considera mais de um fragmento, as demais massas se referem apenas a uma única peça.
28
Apenas 29% dos meteoritos brasileiros são maiores do que cinquenta quilos, sendo 1% maiores do que uma
tonelada. A maior parte possui até dez quilos, conforme mostra o gráfico.
Até 1 Kg
> 1 Kg até 10 Kg
> 10 Kg até 50 Kg
>1T
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
O gráfico a seguir apresenta a massa total dos meteoritos brasileiros por tipo principal, rochosos (condritos e
acondritos), sideritos e siderólitos. Como anteriormente dito, os sideritos costumam ser maiores do que os
demais tipos de meteoritos, já que são mais resistentes para cruzar a atmosfera.
Até 1 Kg
> 1 Kg até 10 Kg
> 10 Kg até 50 Kg
>1T
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Observação sobre os dois gráficos acima: Os dados obtidos no Meteoritical Bulletin podem estar
arredondados e apresentar a massa total conhecida do meteorito (o que pode incluir mais de um fragmento do
mesmo meteorito). O gráfico apresenta os dados de 71 meteoritos brasileiros, uma vez que 3 meteoritos não
possuem informação da massa na página do Meteoritical Bulletin.
29
3- METEORITOS NO BRASIL
O Brasil possui uma vasta área territorial, são 8.515.759,090 quilômetros quadrados (IBGE), no entanto
apenas 74 meteoritos já foram descobertos e catalogados em todo o país, uma quantidade extremamente baixa,
principalmente quando comparada com a quantidade de meteoritos catalogados em países com área territorial
semelhante. O pequeno número de meteoritos brasileiros se deve a inúmeros fatores, como a carência de
informação sobre o assunto, a ausência de uma legislação para regular a propriedade dos meteoritos, além de
condições climáticas e naturais. O clima quente e úmido, por exemplo, acelera o processo de intemperismo, e
as grandes áreas de floresta, que cobrem cerca de 60% do país, dificultam a descoberta de novos meteoritos.
Apesar disso, meteoritos raros e importantes já foram catalogados no Brasil.
Paraná
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
Minas Gerais
Rio de Janeiro
São Paulo
Pará
Bahia
Ceará
Maranhão
Pernambuco
Rio Grande do Norte
Goiás
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Dividindo por regiões, a região Sudeste é a que mais possui meteoritos catalogados. Mais de 60% dos
meteoritos catalogados foram encontrados na região Sul e Sudeste. A região Norte, mesmo sendo maior do
que a Sul e Sudeste juntas, é a região com menos meteoritos catalogados, conforme mostram os dados do
gráfico.
30
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
10
15
20
0
5
Bahia
Bahia
Ceará
Ceará
Goiás
Goiás
Condritos
Maranhão
Maranhão
cada uma das unidades da federação.
Mato Grosso
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Quedas
Mato Grosso do Sul
Minas Gerais
Minas Gerais
Acondritos
31
Pará
Pará
Paraná
Paraná
Pernambuco
Pernambuco
Sideritos
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
Achados
Rio Grande do Norte
Rio Grande do Norte
Santa Catarina
Santa Catarina
São Paulo
São Paulo
Os gráficos a seguir apresentam a distribuição dos meteoritos brasileiros por tipo e por quedas/achados em
MAPA: METEORITOS E
CRATERAS DE IMPACTO
NO BRASIL
O mapa apresenta os 74
meteoritos catalogados no
Brasil (indicados pelas rochas),
juntamente com as 7 crateras
de impacto já comprovadas
(indicadas pelos meteoros).
32
3.2- O Brasil desconhece seus meteoritos
O Brasil possui um área territorial de 8.515.759,090 km² (IBGE), no entanto apenas 74 meteoritos já foram
descobertos e catalogados oficialmente em todo o país. Se comparado com alguns países que possuem área
territorial semelhante (ou até mesmo bem menor, como o Chile), o Brasil possui até 25 vezes menos
meteoritos catalogados. Por quê?
É importante ressaltar que os meteoritos caem aleatoriamente na Terra, distribuindo-se equitativamente pela
superfície, logo não se pode afirmar que em alguns países caem muito mais meteoritos do que em outros.
Apesar de muitos meteoritos também caírem no Brasil, sendo que milhares deles devem estar espalhados pela
sua vasta área territorial, inúmeros fatores contribuem para o pequeno número de meteoritos descobertos.
Primeiramente, ainda existe uma grande carência de informação nesta área. A maior parte das pessoas
desconhece o valor científico e a importância dos meteoritos, tampouco sabe como identificá-los. Nos últimos
anos, projetos e campanhas de divulgação da meteorítica estão contribuindo para a disseminação do tema no
Brasil. O projeto “Meteoritos Brasileiros”, do Museu Nacional, que atua para a descoberta, recuperação e
aquisição de novos meteoritos brasileiros, e a Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (BRAMON),
que é mantida por voluntários e vem desenvolvendo um ótimo trabalho no monitoramento de meteoros,
fornecendo dados científicos, catalogando novos radiantes de chuvas de meteoros e realizando a triangulação
de possíveis locais de queda de meteoritos, são exemplos de projetos que vêm colaborando para a divulgação
do tema no país, contribuindo para a descoberta de novos meteoritos brasileiros.
Outro fator que dificulta a descoberta de meteoritos no país é o clima quente e úmido, que contribui para o
rápido intemperismo dos meteoritos, alterando as suas características e fazendo com que eles sejam
confundidos com as demais rochas terrestres. Vale ressaltar ainda que cerca de 60% do território brasileiro é
coberto por florestas, o que dificulta a busca e coleta de meteoritos. Observando o mapa da página anterior é
possível notar que na região norte do país, onde há densas florestas, como a Amazônica, há apenas dois
meteoritos catalogados, já em outras regiões o número de meteoritos mostra-se bem mais elevado.
Além disso, o Brasil não conta com uma legislação que regule a propriedade dos meteoritos. Isso contribui
para que muitos meteoritos brasileiros sejam vendidos para colecionadores no exterior, antes mesmo de serem
estudados e catalogados por uma instituição.
O quadro abaixo apresenta informações sobre o número de meteoritos catalogados em países com área
territorial semelhante, ou até inferior, à do Brasil. Para fins de comparação, a área territorial (Km²) foi dividida
pelo número de meteoritos catalogados, tendo como resultado um número X de Km² para cada 1 meteorito,
denominado na tabela como “Índice de meteoritos”.
33
3.3- Principais meteoritos catalogados
Apesar dos poucos meteoritos descobertos e catalogados, o Brasil possui exemplares muito importantes e
alguns deles figuram entre os mais raros do mundo. A seguir, a história de alguns dos principais meteoritos
brasileiros.
A história do meteorito Bendegó, desde sua descoberta até sua chegada no Museu Nacional, é bem
interessante.
Ele foi descoberto por um garoto, Domingos da Motta Botelhos, que enquanto campeava gado notou a
presença da enorme rocha, diferente de todas as outras da região. Após contar sobre a sua descoberta, o pai de
Domingos comunicou às autoridades que havia na região de Monte Santo uma enorme e diferente pedra que
poderia conter ouro e prata. O governador da época, D. Rodrigo, pediu em 1785, um ano depois do achado, o
transporte da pedra para Salvador, até então capital do Brasil.
Cerca de 30 homens escavaram ao redor do Bendegó para colocá-lo em uma carreta que foi construída
exclusivamente para o seu transporte. A carreta era puxada por doze juntas de bois, que começaram a
caminhar vagarosamente por uma estrada que havia sido pavimentada até o Riacho Bendegó. O problema é
que a carreta não tinha freios, e ao chegar na descida do leito do riacho ganhou velocidade e foi parar junto
com o meteorito dentro do riacho Bendegó. A missão foi abandonada por conta do fracasso.
34
A notícia chegou em várias partes do mundo e atraiu diversos visitantes. Amostras do Bendegó foram
recolhidas e se espalharam por inúmeros museus de diversos países.
O meteorito permaneceu no riacho por 102 anos, até que o imperador do Brasil na época, Dom Pedro II,
tomou conhecimento de que a pedra se tratava de um meteorito e providenciou o seu transporte para o Rio de
Janeiro.
A remoção para o Rio teve apoio da Sociedade Brasileira de Geografia e uma comissão foi criada para
recuperar e dar início ao transporte do meteorito. A retirada do Bendegó do riacho começou em 7 de setembro
de 1887. O transporte começou em 25 de novembro de 1887, e até o dia 7 de dezembro do mesmo ano havia
andado apenas 17 quilômetros.
Uma carreta foi projetada para se locomover conforme as condições do trajeto: com rodas de madeira para
andar no solo e rodas metálicas para andar em trilhos.
O Rio Tocas foi o primeiro novo desafio a ser enfrentado na viagem. Com dois dias de chuva, o leito do rio
encheu, atrapalhando o transporte e tornando o caminho escorregadio. A carreta acabou descarrilando e o
meteorito caiu em um rio. Trabalharam um dia sem parar para continuar a viagem.
Superado este incidente, novos desafios surgiram, como grandes subidas e descidas inclinadas. Está no
relatório do transporte, escrito pelo capitão membro da comissão, Sr. José Carlos de Carvalho, que uma árvore
cedeu e arrebentou os cabos que ajudavam a subir o meteorito em uma enorme ladeira. Isso provocou
novamente a queda do Bendegó, que escorregou até a metade da ladeira e segurou a carreta, impedindo que
ela caísse em uma enorme grota.
Depois deste incidente, o meteorito Bendegó caiu mais sete vezes durante a viagem. Eles andavam cerca de
900 metros por dia e precisavam percorrer um trajeto de 113 quilômetros até a estação ferroviária de Jacuricy.
Depois de 116 dias de viagem, em 14 de maio de 1888 o meteorito chegou até a estação. Dois dias depois
assentou-se o marco de sua chegada, chamado “Barão de Guahy”. Em seguida, o meteorito foi de trem até
Salvador, onde chegou no dia 22 de maio.
35
Embarque do meteorito Bendegó na estação Jacuricy.
Em Salvador o meteorito foi pesado e constataram então que ele tinha 5,36 toneladas. Ficou em exposição em
Salvador por alguns dias e em 1 de junho embarcou para Recife, e em seguida foi para o destino final.
Chegou no Rio de Janeiro apenas no dia 15 de junho, e foi recebido pela Princesa Isabel e entregue ao Arsenal
de Marinha da Corte. Nas oficinas do arsenal fizeram cortes para o estudo do Bendegó, que foi transportado
para o Museu Nacional em 27 de novembro de 1888, onde se encontra até os dias de hoje.
36
3.3.2- Meteorito Angra dos Reis
O meteorito caiu em janeiro de 1869, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, em frente à Igreja do Bonfim, na
Praia Grande. A queda foi vista por Joaquim Travassos e dois de seus escravos, que recuperaram dois
fragmentos no mar, a cerca de 2 metros de profundidade. Um dos fragmentos ficou com o sogro de Travassos,
que passou para as próximas gerações da família e acabou sendo perdido. O outro foi doado para o Museu
Nacional, no Rio de Janeiro.
Em 1997, dois norte-americanos, Ronald Edward Farrelle e Frederick Marselli, furtaram o fragmento do
meteorito que estava no Museu Nacional. Eles foram até o museu para fazer uma troca de exemplares.
Enquanto observavam os meteoritos brasileiros, furtaram o Angra dos Reis e colocaram uma réplica do
meteorito no lugar.
O meteorito foi recuperado pela astrônoma Maria Elizabeth Zucolotto, curadora de meteoritos do Museu
Nacional, que percebeu que o Angra dos Reis autêntico havia sido trocado por uma réplica. Ronald Edward
Farrelle e Frederick Marselli já estavam no aeroporto, prontos para embarcar, quando a astrônoma impediu
que eles deixassem o país levando o meteorito. Com muita dificuldade, ela convenceu os policiais federais a
procurarem por eles. Depois de um bom tempo, o meteorito foi encontrado dentro de uma meia, em um sapato
que estava numa caixa dentro da mala dos americanos.
A tentativa de furto não foi por um motivo qualquer. O meteorito Angra dos Reis está entre os mais raros do
mundo e é muito valioso. A descoberta do Angra dos Reis deu origem à uma nova classe de meteoritos que
tem nome em sua homenagem: a classe dos angritos. Por mais de cem anos ele permaneceu como o único
meteorito desse tipo. Atualmente existem 28 meteoritos angritos catalogados em todo o mundo, mas o Angra
dos Reis se difere de todos eles. Estudos revelam que o meteorito possui 4,56 bilhões de anos.
O fragmento doado ao Museu Nacional tinha cerca de 446 gramas, mas hoje, por causa das pesquisas feitas e
doações realizadas, restam só 61 gramas desta preciosidade. Pelo encaixe dos dois fragmentos encontrados na
época, acredita-se que deve existir um terceiro fragmento deste meteorito, que pode estar perdido no mar.
Fragmento do meteorito Angra dos Reis, na primeira foto, e uma fatia vista em microscópio, na segunda.
Enquanto o astrônomo amador Sr. Salles Lemos dirigia-se para Belo Horizonte, avistou a passagem de um
bólido seguindo para oeste. O bólido era avermelhando, tornando-se prateado e ouviu-se então um barulho
semelhante a trovão e uma longa trilha de fumaça foi deixada no céu durante e após a sua passagem.
37
Salles, sócio do Clube de Estudos Astronômicos César Lattes, hoje o CEAMIG, avisou o clube, que tomou
diversas providências, como o envio de cartas circulares a todas as prefeituras municipais que estavam em um
raio de 100 Km de Belo Horizonte e pediu pelos jornais informações às pessoas que presenciaram o evento.
Foram recebidas mais de trinta cartas com informações sobre o evento, o que foi crucial para determinar a
trajetória real do bólido. Foram selecionadas 19 cartas para a realização de uma entrevista com o auxílio de
mapas e bússolas, tendo todas as informações registradas. Depois de analisada as informações, as pesquisas
foram direcionadas para a região de Martinho Campos, onde se presumia ter caído o meteorito.
Determinou-se posteriormente que o local da queda deveria ser em Ibitira, onde observadores locais relataram
ter observado a explosão do bólido e a queda de fragmentos. Uma busca sem sucesso foi feita no campo com
o intuito de encontrar os fragmentos do meteorito. Em 3 de
agosto, em uma segunda tentativa, descobriram que um agricultor
tinha encontrado um fragmento, que foi entregue para um
farmacêutico local.
O meteorito Governador Valadares é o único meteorito marciano encontrado no Brasil e é classificado como
Nakhlito.
"Atribui-se a sua descoberta ao Sr. Manuel Gonçalves da Rosa, no ano de 1875, mas parece incrível
que estando apenas 3 a 4 quilômetros distante de um centro populoso não fôsse conhecido antes pelo povo do
lugar. O certo é que o Sr. Rosa, julgando ter uma mina de ferro, tirou concessão e por seu intermédio vieram
amostras para a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde foram analisadas pelos Profs. Guignet e Osório
de Almeida, que publicaram nos "Comptes Rendus" de 1876 uma notícia acompanhada por uma nota do Prof.
Damour. No entanto, continuava a exploração do suposto depósito até esgotar o local, sendo, conforme me
informou o próprio Sr. Rosa, o metal exportado para a Inglaterra onde foi fundido para extração do níquel. O
mesmo senhor informa que o livro da Mesa de Rendas de São Francisco do Sul acusou a saída de 25 000
38
quilogramas. Era, portanto, a maior massa de ferro nativo cujo pêso tem sido verificado, pôsto que não era
reunido em uma só massa. O maior bloco encontrado foi do pêso de cêrca de 2 250 quilogramas. Vários
outros de menores dimensões, completaram o pêso total exportado do lugar. Infelizmente, êstes blocos foram
reduzidos a fragmentos para facilitar o transporte e a maior parte foi fundida para extração do níquel antes
de ser reconhecido o grande interêsse científico que se liga a êste ferro. Entretanto, acham-se conservadas
amostras em quase tôdas as principais coleções de meteoritos.”.
39
organizar uma exposição de meteoritos, caso pudessem comprar o meteorito. Em seguida, voltaram para a
casa do Sr. Adeilson, que aceitou a proposta de venda.
O meteorito Vicência possui 1540 gramas e é um condrito ordinário do tipo LL3.2, o que o torna um meteorito
raro, já que existem apenas mais três quedas na história desse tipo de condrito primitivo. Já foram feitas trocas
de amostras do Vicência com inúmeras instituições no mundo, entre elas: Universidade do Novo México,
Universidade do Arizona, Museu Nacional- UFRJ, Universidade da Califórnia e Smithsonian Institution. O
meteorito também foi destaque no artigo publicado pelo Meteoritics and Planetary Science, em junho de
2015: “The Vicência meteorite fall: A new unshocked (S1) weakly metamorphosed (3.2) LL chondrite”.
40
noticiar o ocorrido. Ele confirmou os relatos da queda e encontrou três fragmentos no estábulo de uma
pequena fazenda. Em 2014, Saulo doou um dos fragmentos ao Museu Nacional, no Rio de Janeiro. O
meteorito Buritizal foi catalogado oficialmente em 2016. Trata-se de um condrito ordinário do tipo LL3.2 com
massa total de 210 gramas.
41
3.5- Lista com informações gerais
A lista a seguir apresenta o nome, ano (da queda ou achado), local, tipo e massa dos 74 meteoritos brasileiros
catalogados oficialmente. Os meteoritos recebem o nome do município em que foram encontrados.
Legenda da lista:
• Os nomes destacados em cinza indicam os meteoritos que tiveram queda observada.
• Na coluna do tipo de meteorito, os destacados em amarelo indicam meteoritos acondritos; em laranja,
condritos; em azul, sideritos; em verde, siderólitos.
• Campos indicados com “?”: não há informação.
42
26 Itapuranga ? Goiás IAB-MG 628 KG
27 Itutinga 1960 Minas Gerais IIIAB 3.2 KG
28 Lavras do Sul 1985 Rio Grande do Sul L5 1000 G
29 Macau 1836 Rio Grande do Norte H5 1500 G
30 Mafra 1941 Santa Catarina L3-4 600 G
31 Maria da Fé 1987 Minas Gerais IVA 18 KG
32 Marília 1971 São Paulo H4 2.5 KG
33 Minas Gerais 1888 Minas Gerais L6 1224 G
34 Minas Gerais (B) 2001 Minas Gerais H4 42.6 G
35 Morro do Rocio 1928 Santa Catarina H5 369 G
36 Nossa Senhora do 2016 Mato Grosso IIIAB 1.12 KG
Livramento
37 Nova Petrópolis 1967 Rio Grande do Sul IIIAB 305 KG
38 Palmas de Monte Alto 1954 Bahia IIIAB 97 KG
39 Pará de Minas 1934 Minas Gerais IVA 116.3 KG
40 Paracutu 1980 Brasil IAB Complexo ?
41 Parambu 1967 Ceará LL5 2 KG
42 Paranaíba 1956 Mato Grosso do Sul L6 100 KG
43 Patos de Minas 1925 Minas Gerais IIAB 32 KG
(hexaedrito)
44 Patos de Minas 1925 Minas Gerais IAB Complexo 200 KG
(octaedrito)
45 Patrimônio 1950 Minas Gerais L6 2.12 KG
46 Piedade do Bagre 1922 Minas Gerais Não agrupado 59 KG
47 Pirapora 1888 Minas Gerais IIAB 6.18 KG
48 Pontes e Lacerda 2013 Mato Grosso IIIAB 224 G
49 Porangaba 2015 São Paulo L4 976 G
50 Porto Alegre 2005 Rio Grande do Sul IIIE 200 KG
51 Putinga 1937 Rio Grande do Sul L6 300 KG
52 Quijingue 1984 Bahia Palasito 59 KG
53 Rio do Pires 1991 Bahia L6 118 G
54 Rio Negro 1934 Paraná L4 1310 G
55 Sanclerlandia 1971 Goiás IIIAB 279 KG
56 Santa Bárbara 1873 Rio Grande do Sul L4 400 G
57 Santa Catharina 1875 Santa Catarina IAB Complexo 7T
58 Santa Luzia 1921 Goiás IIAB 1.92 T
43
59 Santa Vitória do 2003 Rio Grande do Sul L3 50.4 KG
Palmar
60 Santo Antônio do 2011 Goiás IIAB 52.15 KG
Descoberto
61 São João 1960 Minas Gerais IVA-an 15.3 KG
Nepomuceno
62 São José do Rio Preto 1962 São Paulo H4 927 G
63 Sapopema 2010 Paraná IVA 12 KG
64 Serra de Magé 1923 Pernambuco Eucrito 1800 G
65 Serra Pelada 2017 Pará Eucrito 12 KG
66 Sete Lagoas 1908 Minas Gerais H4 350 G
67 Soledade 1986 Rio Grande do Sul IAB-MG 68 KG
68 Três Irmãos 2017 Bahia L6 890 G
69 Uberaba 1903 Minas Gerais H5 40 KG
70 Uruaçu 1992 Goiás IAB-MG 72.5 KG
71 Varre-Sai 2010 Rio de Janeiro L5 2.5 KG
72 Veríssimo 1965 Minas Gerais IIIAB 14 KG
73 Vicência 2013 Pernambuco LL3.2 1540 G
74 Vitória da Conquista 2007 Bahia IVA 10.5 KG
44
4- IDENTIFICANDO METEORITOS
Diferenciar um meteorito das demais rochas terrestres requer o conhecimento de algumas características
típicas dessas rochas espaciais. Vale ressaltar, no entanto, que não existe uma característica específica que
caracteriza certeiramente se uma rocha é ou não um meteorito, tanto é que muitos minerais e rochas terrestres
são comumente confundidos com meteoritos, são os chamados “meteorwrongs”, rochas que possuem
características de meteorito, mas que não vieram do espaço.
4.3- Densidade
Em geral, os meteoritos são um pouco ou muito mais densos do que uma rocha terrestre de tamanho similar, já
que a maioria apresenta ferro e níquel em sua composição, variando apenas a quantidade em cada tipo de
45
meteorito. Os metálicos são cerca de 3 a 4 vezes mais densos do que uma rocha terrestre de tamanho similar,
pois são basicamente constituídos por ferro e níquel, apresentando uma densidade de ~ 7 a 8 g/cm³. Para fins
de comparação, a água possui densidade de 1g/cm³ e um meteorito condrito de 3,2 g/cm³ a 3,4 g/cm³.
4.4- Regmaglitos
Em geral, os meteoritos apresentam sulcos e depressões
na superfície, chamados de regmaglitos, que se
assemelham com marcas de dedos deixadas em uma
massa de modelar. Os regmaglitos são consequência da
ablação (queima) durante a passagem atmosférica.
Meteoritos que sofrem fragmentação no final do percurso
de queda apresentam menos regmaglitos, como por
exemplo os meteoritos rochosos. Nos meteoritos
metálicos essa característica costuma ser bem mais
evidente.
Vale ressaltar que os meteoritos não são lisos ou polidos, e
Crédito: Museu Nacional (UFRJ).
4.5- Magnetismo
Praticamente todos os meteoritos são atraídos por ímã, uma vez que a maioria deles possui ferro em sua
composição. São raras as exceções de meteoritos que não apresentam essa propriedade. Nos meteoritos
metálicos, obviamente, a atração é bem mais forte. Contudo, vale lembrar que nem toda rocha atraída por ímã
é um meteorito. Existem inúmeras rochas terrestres que também são atraídas por ímã.
4.6- O interior
Na maior parte das quedas (cerca de 86%) os meteoritos apresentam o interior mais claro, semelhante à cor de
cimento, com pequenos pontos de ferrugem (amarronzadas) por conta da oxidação das partículas de ferro em
ambiente terrestre.
Essas características, acima citadas, são válidas para a maioria dos meteoritos, que são os rochosos do tipo
condrito. Nos meteoritos metálicos, segundo tipo principal mais comum e geralmente encontrado no campo, o
interior será completamente prateado como aço (e não como grafite!). Lembre-se ainda: o interior dos
meteoritos é compacto, ou seja, sem vesículas (buracos) como uma esponja.
46
A quantidade de “pontinhos prateados” nos meteoritos rochosos varia de acordo com a quantidade de ferro
presente no meteorito. Nos meteoritos do tipo metálico o interior será sempre prateado.
Nas imagens abaixo, uma fatia do meteorito Patrimônio, rochoso do tipo condrito, exibindo os grãos de metal;
e uma fatia do meteorito Campo del Cielo, do tipo metálico, com o interior completamente prateado como
aço.
47
4.9- Exceções
Existem alguns meteoritos que não apresentam as características apresentadas anteriormente (exceto a crosta
de fusão, regmaglitos e forma indefinida). Estes meteoritos são bem raros e praticamente só são recuperados
logo após a queda.
4.10- Meteorwrongs
Meteorwrongs são rochas que as pessoas pensam que são meteoritos, mas que na verdade não passam de
pedregulhos terrestres. De cada mil rochas que chegam nos laboratórios para serem analisadas, 99% não são
meteoritos, e sim rochas terrestres que por algum motivo foram confundidas com meteorito.
O fluxograma abaixo (referência: Profª. Drª. Maria Elizabeth Zucolotto) é um interessante meio que elimina a
maioria dos meteorwrongs.
48
5- ASTEROIDES E RISCO DE IMPACTO
Asteroides são corpos metálicos e rochosos remanescentes da formação do Sistema Solar, há 4.6 bilhões de
anos. Eles orbitam o Sol, não possuem atmosfera e são muito pequenos para serem considerados como
planetas. Geralmente apresentam crateras e formato irregular, embora alguns sejam quase esféricos. São
conhecidos como “planetas secundários” e dezenas de milhares deles estão localizados no Cinturão de
Asteroides, entre as órbitas de Marte e Júpiter. Acredita-se que a forte gravidade de Júpiter impediu que
asteroides se agregassem para formar um novo planeta entre o gigante gasoso e Marte.
O tamanho dos asteroides conhecidos varia de 1 metro até centenas de quilômetros de diâmetro, como por
exemplo Vesta, o maior asteroide conhecido, que possui cerca de 530 quilômetros de diâmetro.
Aproximadamente 16 asteroides descobertos possuem diâmetro igual ou superior a 240 quilômetros. Estima-
se que a massa de todos os asteroides juntos é menor do que a massa da Lua. Quase 800.000 asteroides já
foram descobertos e esse número aumenta constantemente.
A maior parte dos asteroides do Cinturão Principal possui órbita elíptica e estável, levando de três a seis anos
para completar uma volta em torno do Sol, sendo que também realizam movimento de rotação, muitas vezes
bastante irregular. Mais de 150 asteroides conhecidos possuem satélites naturais. Além disso, alguns
asteroides são binários, ou seja, quando dois asteroides de tamanho similar orbitam um ao outro.
São divididos em três classes de acordo com a composição: C, S e M. A classificação é feita de acordo com a
refletividade, brilho intrínseco e composição do asteroide. O tipo C, condrito, é o mais comum, representando
mais de 75% dos asteroides. Os asteroides tipo C possuem aparência escura e composição semelhante à do
Sol, porém são pobres em hidrogênio, hélio e outros elementos voláteis. Eles orbitam regiões externas do
cinturão principal e estão entre os objetos mais antigos do Sistema Solar. Os do tipo S apresentam composição
mista, com ferro e silicatos, são relativamente brilhantes e dominam o interior do cinturão principal. Por fim,
os asteroides do tipo M apresentam composição metálica, são relativamente brilhantes e habitam a região
média do cinturão principal.
O monitoramento de asteroides próximos da Terra é feito constantemente por observatórios e agências
espaciais do mundo todo, a fim de detectar eventuais corpos com risco de colisão e avaliar as consequências
que um eventual impacto causaria. Em 2 de junho de 2018, um asteroide de 2 metros entrou na atmosfera
terrestre poucas horas depois de ser descoberto pelo Observatório Monte Lemon, no Arizona. Ele se
desintegrou quilômetros acima da superfície, criando um enorme meteoro que foi observado em Botswana, na
África.
Asteroide 243 Ida e sua pequena lua em foto feita pela sonda Galileo, da NASA.
49
5.1- Objetos próximos da Terra
Com as constantes perturbações no Sistema Solar, asteroides e grandes meteoroides podem migrar para mais
próximo do Sol, fazendo com que a órbita desses corpos se aproxime ou cruze com a órbita da Terra. Os Near-
Earth Asteroids (NEAs) são asteroides cuja trajetória passa a menos de 0,3 UA (Unidade Astronômica)* da
órbita da Terra. Já os cometas com período menor de 200 anos e com trajetória que se aproxima a menos de
0,3 UA da órbita da Terra são denominados Near-Earth Comets (NECs). Todos os objetos próximos da Terra
(Near-Earth Objects - NEOs) são monitorados constantemente por observatórios e agências espaciais.
Já foram descobertos 18.218 asteroides próximos da Terra (NEAs) e 107 cometas próximos (NECs).
O gráfico a seguir apresenta o número de asteroides próximos da Terra (NEAs) descobertos de 1980 até 7 de
junho de 2018. Em vermelho, estão os asteroides com mais de 1 Km de diâmetro; em laranja, os que possuem
mais de 140 m de diâmetro; e em azul, todos os NEAs já descobertos.
* UA - Unidade Astronômica. Sendo que 1 UA equivale a distância média entre a Terra e o Sol ( cerca de 150.000.000 Km).
O gráfico abaixo apresenta o total de asteroides próximos da Terra (NEAs) de acordo com o diâmetro
estimado (em metros).
50
Em 1999, em uma reunião sobre asteroides próximos da Terra, em Turim, na Itália, introduziu-se a Escala de
Torino. A escala vai de 0 a 10 e é utilizada para quantificar o risco de impacto de um determinado NEO:
AMEAÇADOR 6- Representa ameaça grave, mas ainda incerto de causar uma catástrofe
global. Atenção crítica por astrônomos para determinar conclusivamente se
(ZONA LARANJA) a colisão irá acontecer. Pode ser concedido planejamento de contingência
pelo governo caso o impacto ocorra em menos de uma década.
COLISÃO CERTA 9- Colisão certa, capaz de devastação regional sem precedentes para um
impacto em terra. Um grande tsunami pode ser provocado caso o impacto
(ZONA VERMELHA) seja no oceano. Tais eventos ocorrem, em média, entre 10.000 a 100.000
anos.
10- Colisão certa, capaz de causar uma catástrofe climática global, que
pode ameaçar o futuro da civilização.
51
O mapa abaixo mostra o registro de pequenos corpos que entraram na atmosfera terrestre entre 15 de abril de
1988 até 2 de junho de 2018, criando fireballs (grandes meteoros). Para cada um dos eventos registrados é
calculado a energia total do impacto, que está representada pelo tamanho relativo de cada ponto no mapa e
pela cor.
52
!
Árvores derrubadas pela onda de choque provocada pela explosão em Tunguska.
Pouco mais de um século depois de Tunguska, um evento similar aconteceu novamente na Rússia. Na manhã
do dia 15 de fevereiro de 2013, por volta das 9h20min (horário local), um imenso bólido brilhante cruzou o
céu da região dos Montes Urais e explodiu sobre a cidade de Chelyabinsk. Além de deixar um imenso rastro
de fumaça no céu, que pôde ser visto a mais de 200 Km de distância da cidade, a explosão do meteorito
provocou uma onda de choque que disparou alarmes de carros, afetou o funcionamento de telefones celulares
e quebrou centenas de janelas, deixando mais de 1.600 pessoas feridas com os estilhaços. Ao todo, seis
cidades foram afetadas.
Ao entrar na atmosfera terrestre o meteoroide tinha aproximadamente 10.000 toneladas e 18 metros de
diâmetro. A explosão liberou 500 quilotons de energia, o equivalente a mais de 30 bombas de Hiroshima, e foi
detectada por sensores de infrassom em outros continentes.
Cerca de 100 quilos de pequenos fragmentos, pesando de menos de 1 g a 1,8 Kg, foram recolhidos. Em agosto
do mesmo ano, mergulhadores localizaram a massa principal do meteorito no lago Chebarkul, o fragmento
possui 570 Kg e cerca de 1,5 metro de comprimento.
Nesse mesmo dia, o asteroide
Crédito: Andrey Yarantsev, Science/AAAS.
53
6- CRATERAS METEORÍTICAS
As crateras meteoríticas, conhecidas também como crateras de impacto ou astroblemas, são formadas quando
um planeta ou satélite é atingido por grandes asteroides. A atmosfera terrestre só é capaz de frear totalmente
corpos de até 10 toneladas, os corpos maiores do que isso mantém parte da sua velocidade cósmica. Um
asteroide acima de 100 toneladas, por exemplo, mantém cerca de 50% da sua velocidade de entrada.
Durante o primeiro bilhão de anos da história do Sistema Solar os planetas e satélites foram constantemente
bombardeados por asteroides. As sondas espaciais já mostraram que todos os planetas rochosos e satélites do
Sistema Solar apresentam sinais de impacto de grandes asteroides. Em alguns corpos, como a Lua e Mercúrio,
as evidências destes impactos são mais visíveis devido à baixa atividade geológica e intemperismo. Com um
simples telescópio ou binóculo é possível observar inúmeras crateras na superfície lunar.
Na primeira imagem, Mercúrio fotografado pela sonda Messenger, da NASA; na segunda, Lua fotografada pelo
autor, utilizando um telescópio refrator 70 mm e celular.
Até o momento, 190 crateras meteoríticas já foram reconhecidas e confirmadas na Terra. Embora o nosso
planeta também tenha sido tão bombardeado quanto a Lua e outros corpos do Sistema Solar, a maioria das
crateras já desapareceram devido à erosão, vulcanismo e tectônica de placas.
A primeira cratera meteorítica na Terra foi descoberta por volta de 1870, no Arizona, e é conhecida como
Cratera do Meteoro ou Cratera de Barringer. A princípio, acreditava-se que a cratera era um vulcão extinto.
Posteriormente, fragmentos metálicos ao seu redor foram identificados como meteoritos por um comerciante
de minerais, que publicou um artigo descrevendo detalhadamente a cratera. Na década de 1920, Barringer
supôs que deveria existir um grande meteorito enterrado no fundo da cratera e fez grandes investimentos para
escavar e procurar por esse meteorito, mas ele nunca foi encontrado.
Em geral, meteoritos com velocidade final de até 4 Km/s atingem o solo e produzem uma cratera com
diâmetro superior ao do meteorito. Fragmentos tanto do meteorito quanto do solo são lançados para todas as
direções. Caso o meteorito tenha uma velocidade final superior a 4 Km/s, o que é possível apenas se ele tiver
mais de 10 toneladas, nenhum fragmento do meteorito é encontrado no interior da cratera, pois o meteorito se
desintegra completamente com a explosão provocada. Apenas alguns pequenos fragmentos são encontrados
ao redor da cratera em alguns casos. O tamanho da cratera provocada por um meteorito quando atinge o solo
dependerá de diversos fatores, como a velocidade, massa e resistência do corpo, além do tipo de solo.
54
Crédito: NASA.
Cratera do Meteoro, ou Cratera de Barringer. A cratera é preservada e possui 1.2 Km de diâmetro.
As crateras de impacto possuem basicamente dois tipos de morfologia (forma): simples e complexa. As
chamadas crateras simples, como a da imagem acima, possuem formato tradicional de “tijela” e são pequenas,
com até 4 Km de diâmetro.
Crédito: NASA.
As crateras complexas são maiores do que as simples. Elas estão relacionadas ao impacto de grandes corpos,
que durante o impacto libera energia suficiente para pulverizar o meteorito e o solo. Possuem picos ou anéis
elevados no centro e borda decaída.
Crédito: NASA.
55
Hoje, os impactos de grandes asteroides acontecem com menos frequência, mas eles ainda ocorrem. Em 17 de
março de 2013, por exemplo, o choque de um corpo contra a Lua resultou em uma cratera de cerca de 18
metros de diâmetro. Ao longo dos últimos 20 anos outros impactos também já foram registrados por sondas
espaciais em vários planetas e satélites naturais, mostrando que o Sistema Solar é ativo e dinâmico.
Crédito: NASA.
!
As imagens de “antes e depois” do impacto capturado pela Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), da NASA, no
dia 17 de março de 2013.
56
Entre as maiores crateras meteoríticas no mundo, destacam-se:
57
Parte do bairro Vargem Grande, na zona sul da cidade de São Paulo, está dentro da cratera de Colônia. A
cratera se estende por 10,2 quilômetros quadrados e está a cerca de 40 Km do centro da capital paulista.
! Crédito: NASA.
Existem ainda algumas estruturas que estão sendo estudadas e não foram reconhecidas oficialmente como
crateras meteoríticas:
58
7- MAIS SOBRE OS METEORITOS
7.1- Onde os meteoritos tendem a cair?
Não existe nenhum lugar com uma tendência maior ou menor de quedas de meteoritos. Eles caem
aleatoriamente na Terra, ou seja, podem cair em qualquer ponto da superfície e a qualquer momento. Em
geral, na Antártida e nos desertos mais meteoritos são descobertos, mas pelo fato de que nestes ambientes o
intemperismo (processo que modifica as características físicas e químicas dos meteoritos, dificultando a sua
descoberta) ocorre de forma mais lenta. Também são ambientes em que um meteorito recém caído, por
exemplo, se destaca facilmente na superfície por conta da sua crosta de fusão escura.
Ann Hodges, na
primeira foto, e o
carro em
Peekskill, na
segunda.
59
7.6- Observei a passagem de um bólido. O meteorito caiu perto?
Muito provavelmente, não! Quando vemos um bólido desaparecer atrás de uma montanha, geralmente ele
percorre muitos quilômetros adiante, pois está em uma posição bem alta, entre 100 e 10 quilômetros de
altitude. Quando o meteorito está caindo bem próximo do observador o bólido não é visto cruzando o céu. Um
observador que esteja na exata região da queda do meteorito vai observar apenas uma bola brilhante crescente
e sem cauda, além de efeitos sonoros, comum na maioria dos casos.
60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
André Moutinho. Meteorito Vicência. Disponível em: <http://www.meteorito.com.br/meteoritos.php?
action=view&pg=207&ct=&idT=2> Acesso em 12 de agosto de 2015.
IG, Meteorito atinge região central da Rússia e deixa quase mil feridos. Disponível em: <http://
ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2013-02-15/meteorito-atinge-regiao-central-da-russia-e-deixa-400-
feridos.html> Acesso em 15 de agosto de 2015.
Meteoritos Brasil, identificação de meteoritos. Disponível em <http://meteoritosbrasil.weebly.com/
identificaccedilatildeo.html> Acesso em 15 de agosto de 2015.
Nasa, Asteroid Day and impact craters. Disponível em < https://www.nasa.gov/feature/asteroid-day-and-
impact-craters> Acesso em 10 de junho de 2018.
Nasa, Asteroids: overview. Disponível em: <http://solarsystem.nasa.gov/planets/profile.cfm?
Object=Asteroids> Acesso em 10 de junho de 2018.
Nasa, Cratering. Disponível em: <https://solarsystem.nasa.gov/deepimpact/science/cratering.cfm> Acesso em
13 de agosto de 2015.
Nasa, Meteors and meteorites overview. Disponível em: <https://solarsystem.nasa.gov/planets/profile.cfm?
Object=Meteors> Acesso em 22 de julho de 2015.
Nasa, The Martian meteorite compendium. Disponível em <http://curator.jsc.nasa.gov/antmet/mmc/> Acesso
em 26 de julho de 2015.
Nasa, The Torino impact hazard scale. Disponível em: <http://neo.jpl.nasa.gov/torino_scale.html> Acesso em
14 de agosto de 2015.
Nasa, The Tunguska Impact - 100 years later. Disponível em: <https://science.nasa.gov/science-news/science-
at-nasa/2008/30jun_tunguska> Acesso em 25 de junho de 2018.
Jpl, Near Earth Object Program. Disponível em: <http://neo.jpl.nasa.gov/> Acesso em 15 de junho de 2018.
Longo, Giuseppe. (2007). The Tunguska Event. Comet/Asteroid Impacts and Human Society: An
Interdisciplinary Approach. 303-330. 10.1007/978-3-540-32711-0_18.
Norton, D. R. Rocks from Space. 2.ed. Mountain Press Publishing Company, 1998. 447 p.
Oliveira, H. M. Tem um ET no seu quintal?. 2.ed.. Clube de Autores, 2018. 78 p.
Sofia Moutinho, busca implacável. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/blogues/bussola/2013/11/
busca-implacavel> Acesso em 11 de agosto de 2015.
The Meteoritical Society, Meteoritical Bulletin. Disponível em: <http://www.lpi.usra.edu/meteor/index.php>
Acesso em 25 de junho de 2018.
Zucolotto, M. E., Fonseca, A. C., Antonello, L. L. Decifrando os meteoritos. 1.ed. Museu Nacional- Série
Livros 52, 2013. 160 p. ISBN: 978-85-7427-049-4.
Zucolotto, M. E. Brasil desconhece seus meteoritos. Disponível em <http://meteoritos.com.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=48:brasil-desconhece-seus-meteoritos&catid=35:meteoritos-
brasileiros&Itemid=54> Acesso em 2 de agosto de 2015.
CRÉDITO DE IMAGENS
Imagem da capa: Fatia do meteorito metálico Sikhote-Alin - (C) André Knofe. Fatia do meteorito palasito
Fukang- u/kikootwo via Reddit. As demais imagens presentes no livro já estão com referência.
61
HIGOR MARTINEZ OLIVEIRA é estudante de graduação do curso de
Ciências Matemáticas e da Terra da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ). Apaixonado pelas estrelas desde criança, faz divulgação científica
desde os 13 anos. Durante o ensino fundamental e médio, conquistou mais de
quinze prêmios em olimpíadas e programas científicos. Entre eles estão 3
medalhas de ouro na Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas
(OBFEP), 1 medalha de ouro e 2 de prata na Olimpíada Brasileira de
Astronomia e Astronáutica (OBA), 1 medalha de bronze e 1 de prata na
Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) e 3º colocado do Brasil por dois
anos seguidos (2014 e 2015) no Concurso de Astronomia para Estudantes do
Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), na categoria ensino médio.
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-
CompartilhaIgual 4.0 Internacional. https://creativecommons.org/licenses/
by-sa/4.0/ . Esta é uma licença de cultura livre.
62