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Capitulo II
Bobbio entende que a teoria da norma jurídica é submetida
a três valorações: a justiça, a validade e eficácia. Sendo estas
independentes uma da outra. Segundo Bobbio o problema da
justiça se denomina um problema deontológico do direito, uma vez
que podemos inferir que a norma pode ser considerada como
deveria ser e o que realmente é, ou seja um mundo ideal e o real.
No entanto, quando a justiça é posta como um juízo de valor,
ela pode variar de acordo com a concepção de cada indivíduo. Esta
problemática já não se encontra na validade, já que seu problema
toca a sua existência como tal, ou seja, um problema ontológico do
direito. Para Bobbio, A averiguação da validade da norma consistia
em 3 operações, que eram: “averiguar se a autoridade de que ela
emanou tinha o poder legítimo para emanar normas jurídicas,
avaliar se não foi ab-rogada e se não é incompatível com outras
normas do sistema ou com uma norma posterior”.
Quanto à eficácia, seu problema é de a norma não ser
seguida. Cabe ressaltar que há normas que são seguidas pela
simples cultura, mas aquelas também que só são realizadas
quando estão providas de coação. Sendo assim, o problema da
eficácia é um problema fenomenológico.
Em síntese, uma norma pode ser justa sem ser válida, pode
ser válida sem ser eficaz, eficaz sem ser válida, justa sem ser eficaz
e eficaz sem ser justa. Bobbio menciona que existem teorias que
reduzem a validade à justiça, teoria que reduzem a justiça à
validade e que reduzem a validade à eficácia. Ele se mostra
contrário a essas teorias de redução, ao declarar que a teoria do
“reducionismo” nos leva ao erro por levar a eliminação ou
ofuscamento de um dos três elementos constitutivos da experiência
jurídica.
Bobbio também fala sobre o Direito Natural por ter uma
corrente ideológica de reduzir a validade à justiça e cita uma
passagem de Gustav Radbruch: “quando uma lei nega
conscientemente a vontade de justiça, por exemplo, concede
arbitrariamente ou refuta os direitos do homem, carece de validade...
até mesmo os juristas devem encontrar coragem para refutar-lhe o
caráter jurídico”.
Todavia, estabelecer o que é justo ou injusto de maneira
universal reconhecida é uma utopia. Enquanto o positivismo
jurídico, teoria contrária À teoria naturalista, reduz a validade
justiça a validade, também é criticada por Bobbio uma vez que a
“consequência dessa redução seria a redução da justiça a força,
prevalecendo, assim a lei do mais forte”.
2.3.) Verificar se ela não foi ab-rogada posteriormente, ou seja, se ela não
perdeu sua validade por força de uma nova lei hierarquicamente superior.
Ora, a maneira pela qual o jurista procura equilibrar esses três binômios
é capaz de revelar a sua posição jusfilosófica, senão vejamos:
Positivismo jurídico: Sabendo que esta corrente tem na norma jurídica estatal o
núcleo do seu objeto de estudo, é fácil perceber que o juspositivismo confere
primazia ao binômio validade/invalidade. No entanto, é importante destacar
algumas nuances no interior desta escola de pensamento:
: “quando Kelsen afirma que o que constitui o direito como tal é a validade, ele
não quer absolutamente afirmar, ao mesmo tempo, que o direito válido também
é justo” (p. 51). O que Kelsen quer, ao dar primazia ao problema da validade da
norma, é justamente separar o problema estritamente jurídico do problema do
valor “justiça”, de ordem ética/moral.
Por fim, note-se que, agora, temos elementos para definir o que é uma
“proposição prescritiva”: trata-se de um conjunto de palavras que exprime um sentido
completo, sendo esse sentido uma prescrição, seja esta prescrição um comando (ordem),
conselho, advertência ou um pedido.
-- // --
Comandos e conselhos
Para Bobbio, esta é uma falsa dicotomia, ou seja, tal distinção não
procede. Ela é insustentável na medida em que, para o autor, direito (permissão) e dever
(prescrição) são duas faces de uma mesma moeda.
A adesão espontânea
Concluindo:
Assim, teremos:
. Normas com destinatário universal: Ex1: art. 5º caput CF. “Todos são
iguais [...]”
Generalidade e abstração
à Contrárias: quando não podem ser ambas Verdadeiras, mas podem ser
ambas Falsas;
à Subcontrárias: Quando podem ser ambas V, mas não podem ser ambas F;
Trata-se de mais uma distinção formal, cujos termos são usados em sua
acepção kantiana.
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Identificando-se com os estudos sobre o direito, Bobbio observou ao longo dos anos uma
atitude emblemática do positivismo ideológico apontada nos juristas da Escola da Exegese,
que não se limitavam a constatar que, na sua sociedade, naquele momento histórico, o direito
apresentava-se somente através da lei, mas valoravam positivamente este fato. Assim, na
imagem de Bobbio, seriam não apenas intérpretes, mas também admiradores do Código de
Napoleão. Nesse sentido, ao observar o positivismo como ideologia, Bobbio observa que o
jusnaturalismo e o positivismo extremista, identificam ambas as noções de validade e de justiça
da lei, mas, enquanto o primeiro deduz a validade de uma lei da sua justiça, o segundo deduz a
justiça de uma lei de sua validade. Essa versão faz jus às acusações de ter preparado terreno
para o totalitarismo na primeira metade do século passado na Europa, permitindo que tenha
ocorrido o positivismo jurídico.
Por outro lado, a versão moderada não poderia receber o mesmo tratamento da outra
modalidade. Ele aponta o valor instrumental do direito sustentado por esta versão de que o
direito tem um valor enquanto tal, independente do seu conteúdo, mas não porque (como
sustenta a versão extremista) seja sempre por si mesmo justo (ou com certeza o supremo valor
ético) pelo simples fato de ser válido, mas porque é o meio necessário para realizar um certo
valor, o da ordem (e a lei é a forma mais perfeita de direito, a que melhor realiza a ordem).
Para o positivismo ético, o direito, portanto, tem sempre um valor mas, enquanto para sua
versão extremista trata-se de um valor final, para a moderada trata-se de um valor instrumental.
Dessa forma, o positivismo jurídico, enquanto teoria baseia-se em seis concepções
fundamentais, conforme mencionado: teoria coativa do direito; teoria legislativa do direito;
teoria imperativa do direito; teoria da coerência do ordenamento jurídico; teoria da completitude
do ordenamento jurídico; e teoria de interpretação lógica ou mecanicista do direito. Assim,
explica que um ordenamento jurídico não é necessariamente coerente, porque podem coexistir
no mesmo ordenamento duas normas incompatíveis e serem ambas válidas; que um
ordenamento jurídico não é necessariamente completo, porque a completitude deriva do
princípio da reserva legal, segundo o qual tudo que não é proibido é permitido. Tal princípio,
excetuando-se o campo do direito penal, não rege a maior parte dos casos; e a interpretação
do direito feita pelo juiz não se resume num procedimento puramente lógico.
A partir disso ele explica que, no direito, poderiam ser diferenciados dois momentos: o ativo ou
criativo e o teórico ou cognoscitivo. O primeiro manifestando-se de forma mais típica na
legislação, o segundo na ciência jurídica ou na jurisprudência, sendo esta definida como a
atividade cognoscitiva do direito visando a sua aplicação. A natureza cognitiva da
jurisprudência reporta-se a uma atividade declarativa ou reprodutiva de um direito preexistente,
pura contemplação de um objeto já dado. Assim, os autores da Escola da Exegese
sustentavam que os juízes não eram nada mais que a \u201cboca da lei\u201d. Desse modo, a
tradição do positivismo jurídico concebia a atividade da jurisprudência como sendo voltada não
para produzir, mas para reproduzir o direito, explicitando por meios lógico-racionais o conteúdo
das normas jurídicas já dadas. Assim, seria tarefa do aplicador do direito não a sua criação,
mas a sua interpretação.
No final dos anos 60, Noberto Bobbio, ao abrir um debate sobre o presente e o futuro dos
direitos do homem, dividia sua história em três fases. Na primeira, inaugurada pelo
jusnaturalismo moderno, os direitos humanos formulados pelos filósofos eram universais em
seu conteúdo, porquanto baseados numa natureza humana ideal, mas limitados em relação à
sua eficácia. Esta universalidade abstrata foi superada quando as Revoluções Americana e
Francesa permitiram a passagem da teoria à prática ao declararem os direitos naturais como
fundamentos da nova ordem, dotando-os de uma particularidade concreta em que os direitos
do homem foram positivados como direitos dos cidadãos de um determinado Estado. Por fim,
com a Declaração de 1948 teve início o período da universalidade concreta no qual a
afirmação dos direitos é, ao mesmo tempo, universal e positiva, abrangendo todos os seres
humanos e buscando sua efetividade até mesmo contra os Estados que os violam. Assim,
como reconhece o próprio autor, estamos apenas no início do processo de realização da
universalidade concreta daqueles direitos. Entre os obstáculos que a ela se opõem encontra-se
o subdesenvolvimento que atinge a maioria das nações do globo, nas quais os direitos
humanos permanecem em grande parte uma aspiração. Dentre eles, são os direitos sociais e
econômicos, que também chama de direitos coletivos, que mais carecem de efetiva proteção.
Constituindo um conjunto de prestações que devem contar com a ação do Estado para seu
gozo, tais direitos defrontam-se com o desaparelhamento dos poderes públicos para
cumprirem com este papel, tanto pelas insuficiências de sua organização institucional quanto
pela ausência e má destinação de recursos.
Daí vê-se que a completude do ordenamento jurídico, provinda dos primórdios do Estado de
Direito, especialmente da Escola da Exegese, significa que o Direito positivado abarca toda a
fenomenologia que, direta ou indiretamente interessando ao homem, requer tutela estatal.
Noutras palavras, o Direito, entendido como o corpo de normas jurídicas vigentes, regula ou
dispõe de mecanismos que venham a regular quaisquer situações fáticas de interesse do
homem. Assim, o Direito, na acepção citada, é pleno, não apresentando, portanto, lacunas ou
vazios, que deixariam aquelas situações sem amparo - o Direito resolve tudo, desde que seja
relevante, pois apenas os fatos de relevância exigem proteção estatal por esse meio.
Vê-se que a semelhança dos casos deve ser detectada através do processo interpretativo.
Observa então os vários tipos de lacunas, que inicialmente, distinguem-se lacunas próprias e
impróprias. Lacunas próprias confundem-se com lacunas reais.
Kkkkkkk
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Aluno
Resumo da Teoria da Norma Jurídica
Identificando-se com os estudos sobre o direito, Bobbio observou ao longo dos anos
Exegese, que não se limitavam a constatar que, na sua sociedade, naquele m omento
positivamente este f ato. Assim, na imagem de Bobbio, seriam não apenas intérpretes,
o primeiro deduz a validade de uma lei da sua justiça, o segundo deduz a justiça de
uma lei de sua validade. Essa versão faz j us às acusações de ter preparado t erreno
Por outro lado, a versão moderada não poderia receber o mesmo tratame nto da outra
modalidade. Ele aponta o valor instrumental do direito su stentado por esta versão de
que o direito tem um valor enquanto tal, independente do seu conteúdo, mas não
porque (como sustenta a versão extremista) seja sempre por si mesmo justo (ou com
certeza o supremo valor ético) pelo simples fato de ser válido, mas porque é o meio
necessário para realizar um certo valor, o da ordem (e a lei é a forma mais perf eita de
direito, a que melhor realiza a ordem). Para o positivismo ético, o direito, portanto, tem
sempre um valor mas, enquanto para sua versão extremista t rata-se de um valor final,
deriva do princípio da reserva legal, segundo o qual t udo que não é proibido é
permitido. Tal princípio, excetuando-se o campo do direito penal, não rege a maior
parte dos casos; e a interpretação do direito feita pelo juiz não se resume num
A part ir disso ele explica que, no direito, poderiam ser diferenciados dois moment os: o
da Escola da Exegese sustentavam que os juízes não eram nada ma is que a “boca da
jurisprudência como sendo voltada não para produzir, mas para reproduzir o direito,
Assim, seria tarefa do aplicador do direito não a sua criação, mas a sua interpretação.
No f inal dos anos 60, Noberto Bobbio, ao abrir um debate sobre o presente e o f uturo
dos direitos do homem, dividia sua história em três fases. Na primeira, inaug urada pelo
universais em seu conteúdo, porquanto baseados numa natureza humana ideal, mas
dos cidadãos de um determinado Estado. Por fim, com a Declaração de 1948 teve
sua efetividade até mesmo contra os Estados que os violam. Assim, como reconhece
humanos permanecem em grande parte uma aspiração. Dentre eles, são os direitos
ação do Estado para seu gozo, tais direitos defrontam-se com o desaparelhamento
dos poderes públicos para cumprirem com este papel, tanto pelas insuficiências de
homem, requer tutela estatal. Noutras palavras, o Direito, entendido como o corpo de
citada, é pleno, não apresentando, portanto, lacunas ou vazios, que deixariam aquelas
situações sem amparo - o Direito resolve t udo, desde que seja r elevante, pois apenas
admitidas e aceitas por esse ordenamento. Observa-se que não se confundem a f alta
última hipótese, a ratio leg is do sistema jurídico, notadamente no que pert ine aos
literalidade da lei, desde que com estes guarde o imprescindível nexo causal. O
mesmo não corre nas situações em relação às quais o Direito mostra-se alheio, e é
neste sentido que se fala, para os f ins de análise, em não regulamentação. Dito de
outra forma, a norma geral exclusiva implica em que todas as ações não proibidas são
faculdade natural de fazer aquilo que apraz a cada um, salvo o que seja impedido pela
força ou pelo Direito, até mesmo em razão da impossibilidade de o Dir eito positivo
abarcar, seja de f orma explícita, seja de forma implícita, todas e q uaisquer nuancem
da vida em sociedade.
normas g erais exclusivas, que lhes são correspondentes. Assim, defende Bobbio que
kkkkkk
No livro, Teoria da Norma Jurídica, Bobbio defende uma filosofia positiva comprometida com o espírito científico
e contra as posturas metafísicas. Bobbio rompe com as tendências jusnaturalistas e metafísicas na filosofia e na
ciência do direito ao considerar o direito como discurso que deverá ser submetido à análise da linguagem, nos
limites da teoria da ciência segundo os paradigmas do positivismo lógico. O livro se divide em seis capítulos. No
primeiro capítulo Bobbio dedica a crítica das concepções institucionalistas e realistas. No segundo capítulo
Bobbio analisa os critérios de validade, da eficácia da justiça como critérios distintos de investigação jurídica.
Bobbio caracteriza o direito como objeto de três ciências distintas: sociologia do direito (problemas de
existência da norma jurídica), jurisprudência (estabelecimento de juízos) e filosofia do direito (problemas de
justiça e injustiça). No terceiro capítulo , Bobbio analisa as três funções fundamentais da linguagem: descritiva,
expressiva e prescritiva. No quarto capítulo Bobbio analisa o problema da imperatividade do direito, dos
impactos positivos e negativos, dos destinatários, das relações entre imperativos e permissões e dos nexos
entre imperativos e juízos de valor. No quinto capítulo Bobbio trata de esclarecer as relações entre sansão e o
direito, questão que permite demarcar o limite entre a concepção estrutural e a concepção funcional do direito.
A sansão, para ser jurídica, deve ser regulamentada e confiada a órgãos institucionais da sociedade. Segundo
Bobbio, para que exista direito eficaz, deve haver a garantia de execussão da sanção, fornecida pelos órgãos
institucionalizados da comunidade jurídica. Esta institucionalização pressupõe a existência de um sistema de
normas, de um tipo de ordenamento que se qualifica como jurídico. Finalizando o livro, no sexto capítulo ,
Bobbio discorre sobre a classificação das normas jurídicas, detendo sobre a questão da generalidade e
abstração das normas.
TRABALHO SOBRE O LIVRO “TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO”, DE
NORBERTO BOBBIO
O autor nos conduz, nesta discussão, apresentando sua definição de Direito, enquanto
norma garantida por sanções externas e institucionalizadas, ou seja, da perspectiva do
Direito Objetivo, Direito deve ser compreendido como um sistema normativo,
conjunto de normas ou ordenamento jurídico. Os ordenamentos jurídicos são sempre
formados por normas de três tipos, consistindo o primeiro tipo nas normas que
permitem certas condutas, o segundo tipo nas normas que proíbem determinadas
condutas e, finalmente, o terceiro tipo, enquanto as normas que obrigam a algumas
ações ou condutas. O autor ressalta que o ordenamento jurídico jamais poderia ser
formado por normas de um tipo apenas.
Essa “norma fundamental” não representa apenas, ou sobre ela não repousa, tão
somente, a garantia da unidade do ordenamento jurídico, mas, de forma ainda mais
fundamental, consiste no próprio fundamento de validade do ordenamento jurídico.
Assim, o conceito de validade de uma norma jurídica para Bobbio se relaciona ao seu
pertencimento a um ordenamento jurídico, desenvolvendo, nosso autor, o raciocínio
de que a validade da norma pode ser verificada pela medida em que puder ser
reinserida, independentemente se através de um ou mais graus, na “norma
fundamental”.
Ao Direito, entretanto, não basta a unidade, pois além da unidade, o Direito precisa
subsistir e operar, a partir de uma logica sistêmica, compreendida enquanto totalidade
ordenada ou conjunto submetido a uma certa ordem ou sistemática. O Direito precisa
sempre consistir num sistema, pois o ordenamento jurídico deve sempre representar
um sistema.
O autor aponta, então, que assumir a perspectiva de que o Direito consiste num
sistema poderia nos conduzir a três compreensões distintas desta questão. Em
primeiro lugar, poderíamos entender que o Ordenamento Jurídico e um sistema pelo
fato de as normas jurídicas que o compõe serem todas oriundas de princípios gerais.
Em segundo lugar, poderíamos compreender o Ordenamento Jurídico como sistema, a
partir do raciocínio indutivo, como na perspectiva de Savigny, referindo-se a um
ordenamento do conhecimento, partindo sempre do conteúdo das normas,
ascendendo a maiores agregados, empregando conceitos com maior generalidade e
possibilitando atingir grandes divisões ou taxonomias do Direito como um todo.
No entanto, o terceiro significado e o que mais interessa a Bobbio, pois ele deixa clara
a necessidade imperiosa de que não haja incompatibilidade entre as normas jurídicas
de um ordenamento jurídico, pois caso houvesse surgiriam as chamadas “antinomias”
e o Direito não tolera ou convive com elas. Antinomia se define como as ocasiões em
que há duas normas incompatíveis num mesmo ordenamento jurídico, apresentando o
mesmo âmbito de validade.
Nos casos de conflito desses três critérios, Bobbio propõe que; entre o cronológico e o
hierárquico, o hierárquico deve prevalecer, entre a especialidade e o cronológico, a
especialidade deve prevalecer e entre o hierárquico e a especialidade, torna-se
impossível definir de forma geral qual deve prevalecer, mas que, nesse caso, dever-se-
ia interpretar o caso concreto na sua especificidade.
Segundo Bobbio, estes critérios não permitem solucionar as antinomias entre normas
contemporâneas, gerais e do mesmo nível. Diante desse problema, ele rejeita a criação
de outro critério e recorre ao critério da forma, pelo qual as três formas da norma
(proibitivas, permissivas e imperativas) se sucederiam numa escala de prevalência.
O autor ressalta que há uma relação entre coerência e completude, pois coerência quer
dizer a ausência de situações em que pertençam ao sistema normas que se
contradizem, enquanto a completude designa a exclusão das situações em que as
normas que se contradizem não pertençam ao sistema.