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Determinação da viscosidade da glicerina

Gustavo de Oliveira, João Vitor Teles Ribeiro, Tiago Oliveira Ferreira, Victor Hugo Moreira da Silva Souza
Física Experimental II, 5T23, Turma G

O presente relatório tem como objetivo reportar o procedimento experimental para a determinação
do valor da viscosidade da glicerina com base na determinação das velocidades terminais vt de
esferas de aço em um tubo contendo glicerina. Foram realizadas 30 medições do instante de tempo
tij de cada esfera de diâmetro Dj , ao passar sobre as marcações xi , obtendo 4 pares de dados
(Di , vt ), que foram analisados por meio de uma regressão linear ponderada. Obteve-se um valor de
η = (1,015±0,014)·P a·s para a viscosidade da glicerina no laboratório, que se mostrou incompatível
com o valor esperado.

prática experimental. Com o auxílio de um pincel marcador e da medição de


uma trena, foram feitas 8 marcações xi com intervalos de 10 centímetros no
INTRODUÇÃO tubo de vidro que continha glicerina
Em seguida, uma esfera de diâmetro Dj foi solta a partir do repouso, no
tubo contendo glicerina. Com a ajuda de um cronômetro, foram medidos
A viscosidade é uma característica muito importante dos fluidos. Ela des-
os tempos tij nos quais a esfera passava pelas marcações feitas no tubo.
creve a força de atrito interno contrária ao deslizamento de camadas vizinhas
Esse procedimento foi então repetido de forma análoga 4 vezes, variando-
do fluido.[1]
se o diâmetro Dj de cada conjunto de esferas colocadas dentro do fluído,
Considera-se uma esfera de um determinado material de densidade ρe , de
totalizando um conjunto de 30 medições para cada instante.
massa m, raio R e volume Ve mergulhada em um fluido de densidade ρL
A partir do maior valor e menor valor de cada uma das grandezas obteve-se
e viscosidade η. Ao ser abandonada com velocidade inicial nula, a esfera
~ = sua flutuação (∆f = (ymax − ymin /2)), que, comparada com a resolução ∆r,
entrará em movimento de queda com aceleração g por ação de seu peso P
possibilitou a classificação da incerteza como do tipo A [3] (quando ∆f > ∆r)
m~g . Por estar mergulhada em um fluido, atuará sobre a esfera uma força
~ contrária ao movimento de queda. Além disso, por estar em ou do tipo B [3] (quando ∆f ≤ ∆r). Em ambos os casos, o valor da grandeza
de empuxo E
foi definida como a média entre o conjunto de medição. Os resultados foram
movimento e o fluido ser viscoso, atuará sobre àquela uma força de arraste
~ diretamente proporcional à velocidade da esfera, também contrária ao comparados por meio de um teste de compatibilidade [4],
A,
movimento de queda. O diagrama de forças está na figura a seguir: q
Considera-se o caso limite, no qual a esfera atinge a ve- k = |ȳ1 − ȳ2 |/ u2y1 + u2y2 (7)
locidade terminal vt , não havendo mais aceleração. Logo,
o somatório de forças atuadas sobre a esfera é nulo. As- onde considerou-se um fator de abrangência de k = 1, 0.
~A
E ~
sim, aplicando a Segunda Lei de Newton, tem-se:
~ +E
P ~ +A
~=0 (1)
RESULTADOS
Tem-se que o empuxo é calculado como se segue:
~ = Ve ρL~g
E
~ Com base nos valores medidos para as marcações xi e os diâmetros Dj ,
P
e, pela Lei de Stokes, a força de arraste é[2]: constatou-se flutuações nulas, recebendo, portanto, um tratamento das incer-
tezas do tipo B [4]. Para os resultados dos tempos tij de passagem da esfera
~ = 6πηRv~t
A de diâmetro Dj o em cada marcação xi , constatou-se flutuações maiores que
Figura 1. a resolução do cronômetro, implicando numa avaliação do tipo A. Foram rea-
Diagrama de Dessa forma, calculando a equação (1) em módulo, tem- lizadas 30 medições para cada instante de tempo tij configurando um grau de
Forças se: liberdade de v = 29, e, portanto, para um intervalo de confiança de 68, 27%
mg − Ve ρL g − 6πηRvt = 0 (2) é possível utilizar a grandeza como uma distribuição normal utilizando um
fator de correção de 1, 03 através da tabela de t-student[5].
4
Para o volume da esfera: Ve = 3
πR3 e a massa é: Obteve-se para a medição das marcações xi e os diâmetros Dj , os seguintes
valores:
4
m = ρe Ve = πR3 ρe (3)
3 x1 = (10,000 ± 0,058)cm x7 = (70,000 ± 0,058)cm
Substituindo os valores em (2), tem-se: x2 = (20,000 ± 0,058)cm x8 = (80,000 ± 0,058)cm
x3 = (30,000 ± 0,058)cm D1 = (6,250 ± 0,029)mm
4 4 (8)
πR3 ρe g − πR3 ρL g − 6πηRvt = 0 (4) x4 = (40,000 ± 0,058)cm D2 = (4,700 ± 0,029)mm
3 3 x5 = (50,000 ± 0,058)cm D3 = (4,000 ± 0,029)mm
Simplificando (4): x6 = (60,000 ± 0,058)cm D4 = (3,000 ± 0,029)mm
2 2 Obteve-se para as medições dos instantes de tempos tij , os seguintes valo-
R (ρe − ρL )g = 3ηvt (5)
3 res i,j-ésimos registrados na tabela I a seguir (i-ésima marcação pelo j-ésimo
Finalmente, isolando vt em (5): diâmetro):
 2
2 (ρe − ρL ) D 1 (ρe − ρL )
vt = g = gD2 (6) (tij ± utij ) s
9 η 2 18 η
i D1 D2 D3 D4
onde D é o diâmetro D = 2R da esfera. x1 (0,623 ± 0,010) (0,975 ± 0,019) (1,360 ± 0,021) (2,240 ± 0,021)
O objetivo do experimento aqui relatado é, portanto, medir a viscosidade x2 (1,303 ± 0,12) (1,978 ± 0,016) (2,707 ± 0,020) (4,571 ± 0,025)
da glicerina no laboratório utilizando como modelo de medição a relação entre x3 (1,944 ± 0,011) (2,987 ± 0,016) (4,066 ± 0,022) (6,807 ± 0,022)
essa e a velocidade terminal da esfera de aço de diâmetro D, cuja relação é x4 (2,602 ± 0,013) (4,032 ± 0,021) (5,487 ± 0,025 (9,116 ± 0,028)
dada pela equação (6). x5 (3,279 ± 0,012) (5,058 ± 0,020) (6,888 ± 0,020) (11,481 ± 0,031)
x6 (3,971 ± 0,014) (6,101 ± 0,018) (8,313 ± 0,025) (13,783 ± 0,034)
x7 (4,652 ± 0,014) (7,108 ± 0,025) (9,718 ± 0,023) (16,091 ± 0,032)
MATERIAIS E MÉTODOS x8 (5,338 ± 0,013) (8,201 ± 0,026) (11,174 ± 0,029) (18,453 ± 0,034)

Tabela I. Valores dos dados obtidos para os instantes de tempos tij) ,


No experimento foram utilizados: 1 trena com resolução ∆r = 0.1 cm, 4 para xi x Dj .
cronômetros digitais com resolução ∆r = 0.01 s, um paquímetro com reso-
lução ∆r = 0.05 mm, um tubo de vidro contendo glicerina, esferas de aço e
um pincel marcador. Para a determinação da velocidade terminal vt , realizou-se a análise das
Inicialmente, utilizando um paquímetro, foi realizada a medição do diâ- diferenças dos instantes tij e t(i+1)j , com i = 1, .., 7. Encontrado o instante
metro Dj de um conjunto de esferas de aço a serem utilizadas ao longo da inicial tcj , o qual a partir do mesmo, as diferença mantinham-se constante,
vt foi obtido a partir de: Utilizando o modelo devido á N.-S. Cheng[7] para a estimar o valor da
∆xi xc − x8 viscosidade dinâmica da glicerina:
vt = = i = 1, ...7  
∆tij tcj − t8j (T − 1233)
(9) η 0 = 12.1 exp T (15)
9900 + 70T
s
u2xc + u2x8 (xc − x8 )2  
uvt = + u2tcj + u2t8j
(tcj − t8j )2 (tcj − t8j )4 Onde η 0 é a viscosidade medido em P a · s e T é a temperatura em ◦ C. Para
a temperatura ambiente de 24◦ C, obtém-se como estimativa uma viscosidade
Onde tc1 = t61 para D1 ; tc2 = t32 para D2 , tc3 = t33 para D3 e tc4 = t34 de η 0 = 0,988 P a · s, que comparado com o valor obtido experimentalmente
para D4 foram identificados como instantes de tempo em que a velocidade na expressão (14) através de um teste compatibilidade, obtém-se um valor de
terminal havia alcançado e, portanto, utilizados na análise da equação (9). k = 1,95, mostrando a incompatibilidade entre os valores.
Foi utilizado no prática experimental os valores para densidade da es- Utilizando o modelo devido á González Longinotti[8][9] para a estimar o
fera como ρe = (7,850 ± 0,058) · 103 kg/m3 , densidade da glicerina ρL = valor da viscosidade dinâmica da glicerina:
(1,260 ± 0,038) · 103 kg/m3 e a aceleração gravitacional em laboratório  
ρL = (9,782028 ± 0,000023) m/s2 . A C
η 00 = η0 exp 3
+ BT + (16)
Para a investigação da validade do modelo exposto na equação (6) foi T T
escolhida a análise através de uma regressão linear. Para isso foi realizado
uma linearização na equação (6) com o cálculo dos valores de Yi e Xi da onde η 00 corresponde a viscosidade da glicerina pura, temperatura absoluta
regressão linear com suas respectivas incertezas através de uma análise de T e com os seguintes valores para os seus parâmetros: η0 = exp(25, 8709) P a ·
incertezas do tipo C [3] por meio das seguintes expressões: s, A = 3, 0942 · 108 K 3 , B = −0, 0327 K 1 , e C = 6291, 03 K. Para a
temperatura ambiente de 296 K, obtém-se como estimativa uma viscosidade
Xi = vt uXi = uvt de η 0 = 0,962 P a · s, que comparado com o valor obtido experimentalmente
(10)
Yi = D2 uYi = 2DuD na expressão (14) através de um teste compatibilidade, obtém-se um valor de
k = 3,78, mostrando a incompatibilidade entre os valores.
Os valores dos dados obtidos paras os procedimentos anteriores é mostrado
na Tabela I.

i (Di ± uDi ) 10−3 m (Xi ± uXi ) 10−6 m2 (vt ± uvt ) 10−2 m/s CONCLUSÃO
1 (6,250 ± 0,029) (39,06 ± 0,36) (14,630 ± 0,062)
2 (4,700 ± 0,029) (22,09 ± 0,27) (9,590 ± 0,058)
A execução do aparato experimental proposto para a medição da viscosi-
3 (4,000 ± 0,029) (16,00 ± 0,23) (7,034 ± 0,038)
dade da glicerina se mostrou inadequado, fornecendo valores incompatíveis
4 (3,000 ± 0,029) (9,00 ± 0,17) (4,293 ± 0,033)
com as referências utilizadas.
O valor experimental para a viscosidade da glicerina obtido em laboratório
Tabela II. Valores obtidos para Di , vt e Xi . foi de η = (1,015 ± 0,014) P a · s e se mostrou incompatível com os valor
teórico utilizado como comparação. Análises posteriores realizadas através da
Um cálculo posterior para o coeficiente de de correlação de Person para estimativa do valor da viscosidade η através dos modelos das equações (15)
os valores dos pares (Xi , Yi ), resultaram em uma valor de 0.99, que está e (16) mostraram uma incompatibilidade entre o valor experimental obtido
associada a uma probabilidade de 0,6% para os dados não fornecerem uma em laboratório. A incompatibilidade entre o valor de coeficiente linear A do
reta[5], justificando assim a análise dos dados através de uma regressão linear. modelo (6) e o valor encontrado através da regressão linear 11, reforçam a
Verificando os valores das incertezas relativas para as grandezas definidas conclusiva da inadequação dos resultados encontrados.
através da linearização das equações (10), constata-se que uXi /Xi ≈ uYi /Yi , Possíveis fontes de erros podem estar relacionadas a dificuldade de percep-
permitindo a escolha de Xi como a variável independente e implicando em ção humana na cronometragem dos valores de tempo para a experimentação
uma análise dos pares de dados a partir de uma regressão linear ponderada da esfera de diâmetro D1 , que apresentou grande rapidez em comparação
com transferência de incertezas. Segue em anexo a este relatório um gráfico com outras tamanhos de esferas, resultando em valores experimentais incor-
da distribuição dos pontos (Xi , Yi ) e a reta encontrada através da regressão retos. Utilizando como parâmetro de comparação valores 3% menores para
linear. os instantes de tempo ti1 , devido á a um retardo em cronometra-los no ins-
Os valores encontrados para o coeficientes A e B da reta obtida pela re- tante correto, resultam através de um análise posterior em um valor para a
gressão linear foram: viscosidade de η = (0,984 ± 0,013) P a · s, apresentando-se compatível com
o valor teórico principal e com a estimativa dada pela equação (15)o, e que
A = (0,0128 ± 0,00092) m/s; B = (3527,26 ± 48,85) 1/ms (11) apesar de não alterar a incompatibilidade do coeficiente linear A, sugere uma
adequação para o experimento.
Relacionando os coeficientes A e B da regressão com o modelo da equação A utilização de equipamentos mais sofisticados para a cronometragem dos
(6): instante de tempo tij concebe um possível aprimoramento dessa montagem.
1 (ρe −ρL )
A = 0; B = η
g. (12)
18
Torna-se assim possível a determinação do valor experimental para o a vis-
cosidade da glicerina η e sua incerteza associada através de uma análise do
tipo C, na forma:
1 (ρe −ρL ) [1] H. Moysés Nussenzveig Curso de Física Básica 2: Fluidos, Oscilações e
η= B
g
18 Ondas, Calor, 4 ed. Editora Blucher (2014)
(13)
(ρe − ρL )guB [2] G. G. Stokes On the effect of internal friction of fluids on the motion of
uη = . pendulums. Transactions of the Cambridge Philosophical Society (1851).
18B 2
Onde os termos envolvendo ug , uρe e uρL foram desprezados por conta da [3] W. W. Furtado. Apostila de Laboratório de Física I. UFG, Goiânia
suar ordem de grandeza. Obteve-se como resultado da viscosidade da glicerina (2014).
η com o valor de: [4] JCGM/Grupo de trabalho para tradução do GUM. Avaliação de dados
η = (1,015 ± 0,014) · P a · s. (14) de medição: Guia para a expressão de incerteza de medição.
[5] J. R. Taylor Introdução À Análise de Erros - o Estudo de Incertezas, 2
ed. Bookman Editora, (2009).
[6] Ferreira, A. G. M., Egas, A. P. V., Fonseca, I. M. A., Costa, A. C., Abreu,
DISCUSSÃO D. C., Lobo, L. Q. The viscosity of glycerol. The Journal of Chemical
Thermodynamics, 113, 162–182. doi:10.1016/j.jct.2017.05.042, (2009).
De início foi realizado um teste de compatibilidade entre o valor do co- [7] Cheng, N.-S. (2008). Formula for the Viscosity of a GlycerolWater Mix-
eficiente linear A da regressão linear dado pela equação (11) e o seu valor ture. Industrial Engineering Chemistry Research, 47(9), 3285–3288.
teórico de 0 dado por (12). Foi obtido um resultado de k = 14, mostrando a doi:10.1021/ie071349z.
incompatibilidade com o valor esperado do modelo, o que sugere a existência [8] L. Vertchenko, L. Vertchenko. Determinação da viscosidade por meio
de erros sistemáticos na obtenção dos dados experimentais. da velocidade terminal: uso da força de arrasto com termo quadrático
Considerando o valor da viscosidade da glicerina encontrado η = (1,015 ± na velocidade. Rev. Bras. Ensino Fís. [online]. 2017, vol.39, n.4 [citado
0,014) P a · s dado pela expressão (14) e realizando um teste de compati- 2019-07-05], e4304.
bilidade com o valor teórico para a glicerina, á temperatura ambiente, seja [9] J.A. Trejo González, M. P. Longinotti and H.R. Corti,. Journal of Che-
η = (0,9706 ± 0,0056) P a · s[6], obteve-se um resultado de k = 2,9, mos- mical Engineering Data 56, 1397 (2011).
trando a incompatibilidade entre os dois valores, o que sugere a inadequação
no modelo exposto.

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