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MULHERES E HOMENS EM MOÇAMBIQUE

Indicadores Seleccionados de Género - 2011


Mulheres e Homens em Moçambique, 2011
© 2012 Instituto Nacional de Estatística
Reprodução autorizada, excepto para fins comerciais, com indicação da fonte bibliográfica

Presidência Ficha Técnica:

João Dias Loureiro Título:


Presidente Mulheres e Homens em Moçambique
Indicadores Seleccionados de Género – 2011
Manuel da Costa Gaspar
Vice-Presidente Editor
Instituto Nacional de Estatística
Valeriano da Conceição Levene Direcção de Estatísticas Sectoriais e de
Vice-Presidente Empresas
Av. 24 de Julho, n° 1989, Caixa Postal 493
Maputo
Telefones: + 258-21-356700
E-Mail: info@ine.gov.mz
Home page: www.ine.gov.mz

Direcção
Cassiano Soda Chipembe

Produção
Laura Duarte, Dionísia Khossa e Mussagy
Ibraimo

Análise de Qualidade:
João Dias Loureiro
Manuel da Costa Gaspar
Cassiano Soda Chipembe

Revisão
Cecília Vilanculos e Filipe Langa

Design e Grafismo:
Mário Chivambo

Difusão
Instituto Nacional de Estatística

Tiragem:
1000
ÍNDICE

PREFÁCIO .......................................................................................................................... 9

INTRODUCÃO .................................................................................................................. 11

CAPÍTULO 1 INDICADORES DEMOGRÁFICOS E AGREGADOS FAMILIARES........................... 13


População ........................................................................................................................ 15

Agregados Familiares........................................................................................................ 19

Habitação ........................................................................................................................ 22

Acesso a água potável ...................................................................................................... 23

CAPÍTULO 2 ACTIVIDADES ECONÓMICAS .............................................................................. 27


Participação na Força de Trabalho ..................................................................................... 29

Agricultura e Pecuaria ....................................................................................................... 32

CAPÍTULO 3 EDUCAÇÃO .......................................................................................................... 35


Indicadores de cobertura escolar ....................................................................................... 37

Desistências ..................................................................................................................... 42

Conclusão ........................................................................................................................ 44

Frequência escolar............................................................................................................ 45

Paridade do Género .......................................................................................................... 46

Ensino Superior ................................................................................................................ 48

Ensino Técnico ................................................................................................................. 50

Professores e docentes ..................................................................................................... 51

CAPÍTULO 4 SAÚDE ................................................................................................................. 53


Saúde Reprodutiva ........................................................................................................... 55

Mortalidade...................................................................................................................... 57

Nutrição .......................................................................................................................... 60

Profissionais de Saúde ...................................................................................................... 62

Combate ao HIV, Malária e outras doenças ........................................................................ 63

CAPÍTULO 5 JUSTIÇA .............................................................................................................. 69


Violência doméstica .......................................................................................................... 73
CAPÍTULO 6 LUGARES DE DECISÃO ........................................................................................ 75
Lugares de tomadas de decisão ......................................................................................... 77

GRÁFICOS

Gráfico 1.1 Evolução da População (000), Moçambique, 1975 a 2013 ................................... 15

Gráfico 1.2 Pirâmide etário da população, Moçambique, 2013 .............................................. 17

Gráfico 1.3 Esperança de Vida ao Nascer, Moçambique, 1997, 2007 e 2013 .......................... 18

Gráfico 1.4 Taxa Global de Fecundidade por área de residência,


Moçambique, 1997, 2007 e 2013 .................................................................................... 19

Gráfico 1.5 Percentagem de Mulheres Chefes de Agregados Familiares, segundo Províncias,


Moçambique, 1997 e 2007 ............................................................................................. 20

Gráfico 1.6 Percentagem de Mulheres de 12-24 anos Chefes de Agregados Familiares segundo
províncias, Moçambique, 2007 ........................................................................................ 20

Gráfico 1.7 Percentagem de Agregados Familiares que possuem telefone celular, por sexo do
Chefe, segundo província, Moçambique, 2007 .................................................................. 21

Gráfico 1.8 Pecrentagem de Agregados Familiares que usam computador, por sexo do Chefe,
segundo províncias, Moçambique, 2007........................................................................... 22

Gráfico 1.9 Distribuição percentual de Agregados Familiares por tipo de Habitação particular,
segundo sexo do Chefe, Moçambique, 2007 .................................................................... 23

Gráfico 1.10 Percentagem de Agregados Familiares com acesso a água potável,


Moçambique, 1997, 2007 e 2008 .................................................................................... 24

Gráfico 1.11 Acesso a água potável por sexo do chefe Agregado Familiar, segundo tipo de
fonte, Moçambique, 2007 ............................................................................................... 25

Gráfico 1.12 Percentagem de Agregados Familiares segundo sexo do chefe do agregado, por
tempo médio (em minutos) para chegar à uma fonte de água, Moçambique, 2008 ............. 26

Gráfico 2.1 População Economicamente Activa por 1000 pessoas de 15 e mais, por sexo,
Moçambique, 2007 ........................................................................................................ 29

Gráfico 2.2 Taxas Especificas de Actividade, Moçambique, 2007........................................... 30


Gráfico 2.3 Distribuição percentual da População Economicamente Activa segundo ramo de
actividade, Moçambique, 2007 ........................................................................................ 31

Gráfico 2.4 Percentagem de pequenas e médias explorações, segundo sexo do chefe do


Agregado Familiar, Moçambique, 2010 ............................................................................ 32

Gráfico 2.5 Percentagem das Explorações que utilizaram trabalhadores a tempo inteiro, na
actividades agro-pecuárias, Moçambique, 2010 ................................................................ 33

Gráfico 2.6 Percentagem de Explorações que utilizaram trabalhadores a tempo inteiro, na


actividade pecuária, Moçambique, 2010 .......................................................................... 33

Gráfico 3.1 Taxas de Alfabetização, Moçambique, 1997 e 2007 ............................................ 37

Gráfico 3.2 Taxas Específicas de Alfabetização, Moçambique, 2007 ...................................... 38

Gráfico 3.3 Taxas de Desistências por nível de ensino, Moçambique, 2010 ............................ 42

Gráfico 3.4 Razões para não frequentar a escola entre jovens 15-24 anos
Moçambique, 2009 ........................................................................................................ 46

Gráfico 3.5 Índice de Paridade de Género no Ensino Primário, Moçambique, 2008 ................. 47

Gráfico 3.6 Índice de Paridade de Género no ensino Secundário, Moçambique, 2008 ............ 47

Gráfico 3.7 Matriculados e Graduados no ensino Superior público e privado, (000),


Moçambique, 2009 e 2010 ............................................................................................. 48

Gráfico 3.8 Matriculados no Ensino Superior público e privado, segundo sexo,


Moçambique, 2009 e 2010 ............................................................................................. 49

Gráfico 3.9 Graduados no Ensino Superior público e privado, segundo sexo,


Moçambique, 2009 e 2010 ............................................................................................. 49

Gráfico 3.10 Alunos Matriculados no ensino Técnico, por nível, Moçambique, 2010 ................ 50

Gráfico 4.1 Percentagem de mulheres casadas ou em união marital que usam contraceptivos ou
seus parceiros usam, segundo idade, Moçambique, 2008 .................................................. 56

Gráfico 4.2 Percentagem de mulheres 15-49 anos casadas ou em união marital que usaram
algum método contraceptivo ou seus parceiros usam, Moçambique, 2008 .......................... 57

Grafico 4.3 Taxas Brutas de Mortalidade Segundo Sexo, Moçambique, 1997 e 2007 .............. 58

Gráfico 4.4 Taxa Mortalidade Infantil (menores de 1 anos), Moçambique, 1997 a 2012 .......... 58

Gráfico 4.5 Taxa de Mortalidade Infantil, segundo Província, Moçambique, 1997 a 2012 ........ 59
Gráfico 4.6 Taxa de mortalidade materna intra-hospitalar (por 100 000 nados vivos),
Moçambique, 2010 ........................................................................................................ 60

Gráfico 4.7 Estado nutricional das crianças menores de 5 anos, Moçambique, 2008 ............... 61

Gráfico 4.8 Estado nutricional das crianças menores de 5 anos por Província,
Moçambique, 2008 ........................................................................................................ 61

Gráfico 4.9 Percentagem de Médicos por sexo, Moçambique, 2010....................................... 62

Gráfico 4.10 Enfermeiros por sexo, Moçambique, 2010........................................................ 63

Gráfico 4.11 Pessoas 15-49 anos com conhecimento abrangente sobre HIV,
Moçambique, 2009 ........................................................................................................ 64

Gráfico 4.12 Prevalência de HIV entre pessoas de 15-49 anos, Moçambique, 2009 ................ 64

Gráfico 4.13 Prevalência de HIV entre pessoas 15-49 anos, por nível de escolaridade,
Moçambique, 2009 ........................................................................................................ 66

Gráfico 4.14 Prevalência de HIV entre jovens de 15-24 anos, Moçambique, 2009 .................. 67

Gráfico 4.15 Percentagem de óbitos por HIV e Malária, Moçambique, 2007 ........................... 68

Gráfico 4.16 Percentagem de Óbitos por Tuberculose, Moçambique, 2008 ............................ 68

Gráfico 6.1 Funcionários e agentes do Estado que ocupavam as funções de chefia,


segundo sexo, Moçambique, 2008 e 2009........................................................................ 78

MAPAS

Mapa 3.1 Taxa de Alfabetização por Província, Moçambique, 2007 ....................................... 39

Mapa 4.1 Prevlência de HIV entre pessoas de 15-49 anos, 2009 .......................................... 65
QUADROS

Quadro 1.1 Tamanho da População (000) em Moçambique, segundo


províncias 1997, 2007 e 2013 ......................................................................................... 16

Quadro 2.1 Distribuição percentual da População Economicamente Inactiva, por razões de


inactividade, Moçambique, 2007 ..................................................................................... 31

Quadro 2.2 Percentagem de Explorações que utilizaram mão-de-obra temporária por


tipo de actividade, 2010 ................................................................................................ 34

Quadro 3.1 Alunos Matriculados nas Escolas Públicas e Privadas, Moçambique, 2010 ............. 40

Quadro 3.2 Taxa Bruta de Escolarização no Ensino Primário e Secundário, 2010 ................... 41

Quadro 3.3 Taxa Liquida de Escolarização no Ensino Primário e Secundário, 2010 ................. 41

Quadro 3.4 Taxa de Desistência Anual no Ensino Primário, segundo províncias,


Moçambique, 2010 ........................................................................................................ 43

Quadro 3.5 Taxa de Desistência Anual no Ensino Secundário por províncias,


Moçambique, 2010 ........................................................................................................ 43

Quadro 3.6 População de 15 anos e mais por nível de ensino concluído, 2007 ....................... 44

Quadro 3.7 Taxa Bruta de Conclusão no Ensino Primário, 2010 ............................................ 44

Quadro 3.8 Taxa bruta de Conclusão no ensino Secundário Geral, 2010 ............................... 45

Quadro 3.9 Estudantes por área de formação no Ensino Superior, 2010 ............................... 50

Quadro 3.10 Professores por nível de ensino, Moçambique, 2008 a 2010 .............................. 51

Quadro 4.1 Percentagem de mulheres de 15-49 anos casadas ou em união marital que usam
contraceptivos ou seus parceiros usam, 2008................................................................... 55

Quadro 4.2 Número de Médicos e Enfermeiros, Moçambique, 2008 a 2010 ........................... 62

Quadro 5.1 Profissionais na área de Administração e Justiça, por sexo, segundo sector,
Moçambique 2008 e 2009 .............................................................................................. 71

Quadro 5.2 Percentagem de indiciados de crimes, Moçambique, 2008 e 2009 ....................... 71

Quadro 5.3 Percentagem de detidos nos estabelecimentos prisionais,


Moçambique, 2008 e 2009 ............................................................................................. 72

Quadro 5.4 Percentagem de condenados nos estabelecimentos prisionais,


Moçambique, 2008 e 2009 ............................................................................................. 73
Quadro 5.5 Mulheres de 15-49 anos que justificam atitudes sobre a violência doméstica,
Moçambique, 2008 ........................................................................................................ 74

Quadro 6.1 Lugares de decisão por sexo, segundo órgão, Moçambique, 2008 e 2009 ........... 77

Quadro 6.2 Funcionários e agentes do Estado, por sexo e segundo função de chefia,
Moçambique, 2008 e 2009 ............................................................................................. 78

Quadro 6.3 Funcionários e agentes do Estado em cargos de Direcção e Chefia, por sexo,
segundo Provincia, Moçambique, 2008 e 2009 ................................................................. 79
PREFÁCIO

Estatísticas de género ultrapassam a mera desagregação dos indicadores nas categorias de


Mulher e Homem, Rapariga Rapaz. Porém a desagregação ajuda na percepção do papel de
equidade, análise, equilíbrio e integração do género. A palavra sexo na perspectiva de género
refere-se a designações masculino e feminino ou seja, qualidades ou características que a
sociedade atribui a cada ser humano no tempo e espaço.

As estatísticas de género têm a particularidade de espelhar de forma evidente, as assimetrias


entre homens e mulheres, nos diferentes níveis sócio-económicos do País. Elas permitem
estabelecer diagnósticos da situação de mulheres e homens de forma efectiva e produzir
argumentos sólidos para formulação de políticas públicas e tomada de decisões tendentes a
igualdade de género. Possibilitam, igualmente, a priorização de acções tendentes ao cumprimento
dos compromissos do Governo no tocante ao alcance do objectivo da equidade de género e das
metas de desenvolvimento do milénio.

Incorporar a perspectiva de género, nas estatísticas moçambicanas, é valorizar as acções


planificadas para mulheres e homens e seu impacto na vida da sociedade. É fornecer indicadores
para a monitoria e avaliação das políticas e estratégias concebidas. Por isso, é importante que os
diferentes sectores continuem a recolher, processar, analisar e disseminar informação
desagregada por sexo.

Muitos sectores registaram progressos consideráveis ao longo dos últimos anos, especialmente o
de educação, onde as metas do desenvolvimento do milénio como a universalização do ensino
primário poderão ser alcançadas. Foram também identificados progressos na situação económica
e da saúde da mulher. No entanto, continuam a existir notáveis discrepâncias, entre o meio
urbano e o rural e entre as províncias de Moçambique. Assim, espera-se que a informação contida
nesta publicação possa permitir aos planificadores de políticas de integração dos assuntos de
género, as mulheres em especial, na percepção da situação actual e seu aprimoramento.

Presidente do INE

João Dias Loureiro

9 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


INTRODUCÃO

Esta publicação apresenta informação recolhida por diferentes ministérios e agências nacionais.
As estatísticas são desagregadas por sexo e área geográfica e dão uma visão da tendência ao
longo do tempo. Uma breve análise acompanha os dados estatísticos apresentados de modo a
mostrar a tendência e a situação actual, no que concerne a equidade de género em Moçambique

É uma ferramenta dirigida aos fazedores de políticas, parlamentares, funcionários, académicos,


organizações da sociedade civil e ao público em geral, com vista a facilitar a planificação, tomada
de decisão e promoção da realização dos direitos da Mulher e do Homem, assim como justiça
social.

O documento está dividido em 6 capítulos. O primeiro capítulo centra-se na situação demográfica


de Moçambique, enquanto os restantes dedicam-se aos assuntos chaves da participação
económica, educação, saúde e empoderamento da Mulher.

11 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


CAPÍTULO 1
INDICADORES DEMOGRÁFICOS E AGREGADOS
FAMILIARES
Este capítulo apresenta alguns indicadores demográficos como, Tamanho da População,
Esperança de Vida ao Nascer e a Taxa Global de Fecundidade. Para além destes indicadores, se
apresenta também as caracterísicas sócio-demográficas dos agregados familiares.

População
1
O gráfico 1.1 mostra população total e por sexo de 1975 a 2013, onde se nota uma tendência
crescente, e a população feminina apresenta um número maior que da população masculina. Este
crescimento pode ser resultado de elevadas taxas de fecundidade e diminuição das taxas de
mortalidade.

Gráfico 1.1 Evolução da População (000), Moçambique, 1975 a 2013

30 000

24 366
25 000
20 632

20 000
16 076 Mulher
População

15 000 Homem
12 130 12 614
10 527 10 702 Total
10 000 8 373 11 752
6 222 9 930
5 456
7 703
5 000
5 909
5 171

0
1975 1980 1997 2007 2013

Fonte: INE, Projecções da População 1950-2000; I RGPH 80; II RGPH 97; III RGPH 2007; Projecções da População 2007-
2040

1
Ano da independência

15 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


O quadro 1.1 apresenta Tamanha da População em milhares, e distribuição percentual da
população, segundo províncias e sexo. Em média as províncias de Nampula e Zambézia
congregamcerca de 40% da população do país nos três períodos em referência, sendo portanto
as províncias mais populosas.

Quadro 1.1 Tamanho da População (000) em Moçambique,


segundo províncias 1997, 2007 e 2013
1997 2007 2013
% % % % % %
Total Total Total
Homem Mulher Homem Mulher Homem Mulher
Total 16 076 7 703 8 373 20 632 9 930 10 702 24 366 11 752 12 614
Niassa 809 5.1 4.9 1 213 6.0 5.8 1 532 6.4 6.2
C. Delagado 1 380 8.7 8.5 1 634 8.0 7.9 1 830 7.5 7.5
Nampula 3 063 19.8 18.4 4 085 20.3 19.3 4 767 20.0 19.1
Zambézia 3 096 19.5 19.1 3 890 18.9 18.8 4 563 18.7 18.7
Tete 1 226 7.6 7.6 1 807 8.9 8.7 2 322 9.7 9.4
Manica 1 039 6.5 6.5 1 438 6.9 7.0 1 800 7.4 7.4
Sofala 1 369 8.7 8.4 1 686 8.3 8.1 1 951 8.1 8.0
Inhambane 1 157 6.6 7.8 1 305 5.8 6.8 1 451 5.5 6.3
Gaza 1 117 6.2 7.6 1 236 5.6 6.4 1 368 5.3 5.9
Maputo Prov. 831 5.1 5.2 1 225 5.9 6.0 1 571 6.4 6.5
Maputo C. 988 6.3 6.0 1 112 5.4 5.3 1 210 5.0 5.0
Fonte: INE, II RGPH 97; III RGPH 2007; Projecções da População 2007-2040

16 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


O País apresenta população com estrutura etária muito jovem. Esta situação está relacionada com
as contínuas elevadas taxas de fecundidade, como consequência do baixo de nível de
escolaridade das mulheres e fraco nível de uso de serviços de planeamento familiar. Segundo
ilustra o gráfico 1.2, a base da pirâmide é muito larga, mostrando que a fecundidade ainda não
começou a diminuir significativamente.

Gráfico 1.2 Pirâmide etário da população, Moçambique, 2013

80+
75-79
70-74
65-79
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44 Mulheres
Homens 35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10
Percentagem

Fonte: INE, Projecções da População2007-2040

O indicador Esperança de Vida ao Nascer, representa o número médio de anos que espera
viver uma pessoa nascida num determinado ano, se as condições de mortalidade registadas no
momento de nascimento continuarem constantes ao longo de tempo. Assim, o gráfico 1.3 mostra
que, em média, as mulheres têm uma esperança de vida ao nascer mais elevada do que os
homens. Esta é uma tendência que se regista na maioria dos países do mundo.

17 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 1.3 Esperança de Vida ao Nascer, Moçambique, 1997, 2007 e 2013

1997 2007 2013


60
55.3
50 51.0 53.1
52.9
48.8 50.9
40 44.0 42.3
Ano s de Vida

40.6
30

20

10

0
Mulher Homem Total
Fonte: INE, II RGPH 97; III RGPH 2007; Projecções da População2007-2040

A Taxa Global de Fecundidade (TGF), indica o número médio de filhos que uma mulher teria
até ao final da sua vida reprodutiva se as condições do comportamento reprodutivo registado no
ano do censo ou da pesquisa se mantiverem constantes.

O gráfico acima mostra que as mulheres em Moçambique ainda continuam a ter, em média,
acima de 5 filhos. Esta situação tende a manter-se ao longo de tempo, pois, como se pode notar,
entre 1997 e 2007, a taxa global de fecundidade mante-ve quase constante. Enquanto as
mulheres residentes em áreas urbanas tendem a diminuir cada vez mais o número de filhos, na
rural, a tendência é de se manter estável, e em média acima de 6 filhos por mulher.

18 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 1.4 Taxa Global de Fecundidade por área de residência, Moçambique,
1997, 2007 e 2013

12
Total Urbana Rural
10

8
Nº médio de filhos

6.2 6.4
6 5.9 6.4
5.2 5.7 5.4
4 4.3 3.6
2

0
1997 2007 2013

Fonte: INE, II RGPH 97; III RGPH 2007; Projecções da População 2007-2040

Agregados Familiares

Considera-se agregado familiar, a pessoa singular ou grupo de pessoas ligadas ou não por laços
de parentesco, que vivem na mesma casa, partilham a alimentação e maior parte das despesas.
Em Moçambique, o tipo de agregado familiar predominante é o alargado, isto é, inclui outros
parentes, para além da mãe, pai e filhos.

O número de agregados familiares têm vindo a aumentar, pois passou de cerca de 4 milhões em
1997 para cerca de 5 milhões em 2007.

Chefe do agregado familiar, refere-se a pessoa responsável pelo agregado, ele deve ser
residente, podendo estar presente ou não, desde que a ausência seja inferior a 6 meses.

Segundo os resultados do II e III Recenseamentos Gerais da População e Habitação, em


Moçambique, a maior parte dos agregados familiares são chefiados por homens.

Há tendência do aumento de agregados familiares, chefiados por mulheres segundo dados do


censo 1997 e 2007 (grafico 1.5). As províncias de Gaza e Inhambane, apresentam percentagens
muito próximas a 50%. As mulheres chefes dos agregados familiares reduziram nas províncias de
Tete e Maputo.

19 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 1.5 Percentagem de Mulheres Chefes de Agregados Familiares, segundo
Províncias, Moçambique, 1997 e 2007

60
1997 2007
40

20
Percentagem

Fonte: INE, II RGPH 97; III RGPH 2007

O gráfico 1.6 apresenta a percentagem de adolescentes do sexo feminino chefes de agregados


familiares, onde as províncias de Gaza e Inhambane, detêm percentagens mais elevadas (acima
de 50%).

Gráfico 1.6 Percentagem de Mulheres de 12-24 anos Chefes de Agregados


Familiares segundo províncias, Moçambique, 2007

Fonte: INE, III RGPH 2007

20 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


A quando da realização do III RGPH, solicitou-se aos agregados familiares para indicar quantos
membros tinham telefone celular nos últimos 12 meses anteriores de 2007. Assim, constata-se
que, quase em todas as províncias, a maioria dos agregados chefiados por homens possuem
telefones celulares (gráfico 1.7). Os agregados familiares da zona Sul possuem mais celulares que
os do Norte do País. Isto pode estar associado à expansão e cobertura dos serviços da telefonia
móvel, que iniciou no Sul.

Gráfico 1.7 Percentagem de Agregados Familiares que possuem telefone celular,


por sexo do Chefe, segundo província, Moçambique, 2007

Maputo Cidade
Maputo…
Gaza
Inhambane
Sofala Homem
Manica
Tete Mulher
Zambézia
Nampula
Cabo Delgado
Niassa
0 10 20 30 40 50
Percentagem

Fonte: INE, III RGPH 2007

No gráfico 1.8 mostra-se a percentagem de agregados familiares que usam computadores,


independemente do local de uso.

Menos de 5% dos agregados familiares das províncias do Norte e Centro do País tiveram acesso a
um computador com a excepção de Sofala, onde a percentagem dos chefiados por homens está
próxima dos 10%. Maputo Província e Maputo Cidade apresentam percentagens mais elevadas,
tanto nos agregados familiares chefiados por mulheres como por homens. Em ambos casos, nota-
se que o uso é menor nos agregados chefiados por mulheres, pricinpalmente nas províncias das
Regiões Norte e Centro.

21 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 1.8 Pecrentagem de Agregados Familiares que usam computador, por
sexo do Chefe, segundo províncias, Moçambique, 2007

Fonte: INE, III RGPH 2007

Habitação

O tipo de habitação predominante no País é a palhota (gráfico 1.9) e em quase todos tipos de
habitação, registam-se pequenas diferenças entre os agregados familiares chefiados pelos
homens e pelas mulheres

22 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 1.9 Distribuição percentual de Agregados Familiares por tipo de
Habitação particular, segundo sexo do Chefe, Moçambique, 2007

Fonte: INE, III RGPH 2007

Acesso a água potável

O acesso a água potável é um dos indicadores que mostra o nível de desenvolvimento sócio-
económico do País. Apesar de não estar descriminado segundo o sexo do chefe do agregado, este
indicador pode ser importante para análise de género, pois se sabe que esta actividade de busca
de água é muitas vezes realizada pelas mulheres.

Em Moçambique o acesso à água potável abrange poucos agregados familiares, apesar da


tendência crescente ao longo do tempo, como se pode observar no gráfico 1.10. Em 1997 cerca
de 15% de agregados familiares tinha acesso a água potável, e em 2008 aumentou em cerca de
28 pontos percentuais. A área rural apresenta percentagens muito baixas se comparadas com as
da area urbana, onde em 2007 cerca de 70% teve acesso a água potável gráfico 1.10.

23 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 1.10 Percentagem de Agregados Familiares com acesso a água potável,
Moçambique, 1997, 2007 e 2008

Fonte: INE, II e III RGPH (1997 ,2007), MICS 2008

O gráfico 1.11 mostra acesso a água potável segundo sexo do chefe de agregado familiar e por
tipo de fonte de água. Cerca de 14% de agregados familiares no País utilizam a água proveniente
de poço ou furo protegido. O gráfico ilustra ainda que aproximadamente 16% de agregados
familiares chefiados por mulheres, usam água proveniente de poço ou furo protegido, contra 13%
dos agregados chefiados por homens. No que diz respeito a água canalizada dentro e fora de
casa, as percentagens são baixas, mas a tendência é de ser mais utilizada pelos agregados
chefiados pelos homens.

24 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 1.11 Acesso a água potável por sexo do chefe Agregado Familiar,
segundo tipo de fonte, Moçambique, 2007

15.63
Agua de poço/furo protegido 13.34
14.05

10.50
Fontenario 10.25
10.33

Mulheres
7.66
Canalizada fora 8.47
8.22 Homens

1.57 Total
Canalizada dentro 2.11
1.94

0.06
Agua mineral 0.08
0.07

0 5 10 15 20
Percentagem

Fonte: INE, II e III RGPH (1997, 2007), MICS 20

Acesso a água potável está também relacionado com a distância em que os agregados familiares
percorrem até as fontes de água. Segundo a informação apresentada no gráficio 1.12, 90% dos
agregados familiares percorrem menos de 30 minutos para chegar a uma fonte de água. Não
existem diferenças significativas entre os agregados chefiados por mulheres e homens, quanto ao
tempo de acesso a fonte de água.

25 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 1.12 Percentagem de Agregados Familiares segundo sexo do chefe do
agregado, por tempo médio (em minutos) para chegar à uma fonte de água,
Moçambique, 2008

Fonte: INE, IOF 2008/09

26 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


CAPÍTULO 2
ACTIVIDADES ECONÓMICAS
Participação na Força de Trabalho

A População Economicamente Activa (PEA) é definida como, todas as pessoas de quinze


anos e mais que sejam empregadas ou desempregadas, mas disponíveis para trabalhar. O
trabalho, conforme definido aqui, não inclui o trabalho doméstico não remunerado, estudantes,
reformados, aposentados, assim como aqueles que não podem trabalhar por invalidez.

O gráfico 2.1 apresenta população economicamente activa, onde se nota uma pequena redução
entre o II e III RGPH. Os homens tendem a ter maior número da população economicamente
activa do que as mulheres. De referir que as mulheres economicamente activas tendêm à
decrescer, por razões várias incluindo o acesso a educação, e consequentemente deixam de ser
economicamente activas passando para as inactivas.

Gráfico 2.1 População Economicamente Activa por 1000 pessoas de 15 e mais,


por sexo, Moçambique, 2007

1000

724.4 725.3
750 691.3 684.9 662.9 649.7
Permilagem

500 1997
2007

250

0
Total Homens Mulheres

Fonte: INE, II e III RGPH 2007

O gráfico 2.2 apresenta as taxas específicas de participação da população nas actividades


económicas por sexo e idade. A participação da mulher nas actividades económicas é geralmente
menor em relação aos homens, com a excepção da faixa etária entre 15-19 anos de idade, onde
as mulheres têm uma taxa acima de 40% e os homens com 37%. A medida que a idade avança,
diminui a percentagem da participação das mulheres nas actividades económicas, que pode ser

29 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


explicado pelo facto de muitas mulheres serem inactivas, isto é, domésticas, empenhando-se
especialmente aos cuidados de casa e de crianças.

Gráfico 2.2 Taxas Especificas de Actividade, Moçambique, 2007

Fonte: INE, III RGPH 2007

A distribuição da população economicamente activa por ramos de actividade é mostrada no


gráfico 2.3, onde se pode notar que 75.2 % da população moçambicana está ligada às
actividades agrícolas, pecuárias, caça, pesca e silvicultura. Nestas actividades, as mulheres são a
maioria, representando cerca de 86.7% contra 63.4% dos homens. Entretanto, nos ramos de
actividade diferentes da agricultura, os homens representam a maioria.

30 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 2.3 Distribuição percentual da População Economicamente Activa
segundo ramo de actividade, Moçambique, 2007

3.47
Outros Serviços 6.68
0.76
Serviços Administrativos 2.53
Comércio e Finanças 7.55
12.61
0.13
Trans porte e Comunicação 2.21
0.16
Cons trução 4.90 Mulher
0.04
Energia 0.34
0.88 Homem
Indús tria Manufactureira 5.65
0.11
Extracção de Minas 1.34
0 5 10 15
Percentagem

Fonte: INE, III RGPH 2007

A população Economicamente Inactiva (PNEA), compreende todas pessoas de quinze anos


e mais, que não realizam e nem procuram qualquer actividade económica. Geralmente é
constituída por estudantes, domésticas, reformados, os fisicamente incapacitados, etc.

Segundo o quadro 2.1, cerca de 60% de mulheres são inactivas por serem domésticas, enquanto
entre os homens, a maioria é inactiva por ser estudante.

Quadro 2.1 Distribuição percentual da População Economicamente Inactiva, por


razões de inactividade, Moçambique, 2007
Razões de País Urbana Rural
inactive-
Total Mulher Homem Total Mulher Homem Total Mulher Homem
dade
N 3 192 734 1 937 685 1 255 049 1 574 509 991 873 582 636 1 618 225 945 812 672 413
PNEA 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Foi Domé-
stico (a) 45.2 60.4 21.7 44 60.5 16 46.3 60.2 26.7
Foi somente
Estudante 36.2 25.2 53.2 42.7 31.2 62.3 29.8 18.8 45.2
Foi Reforma-
do/Reserva 2 0.8 3.9 2.9 0.9 6.2 1.2 0.6 1.9
Incapacitado
(a) 7.2 6.9 7.6 3.7 3.2 4.5 10.6 10.7 10.3
Outra 9.5 6.8 13.6 6.7 4.1 10.9 12.2 9.6 15.8
Fonte: INE, III RGPH 2007

31 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Agricultura e Pecuaria

Segundo o Censo Agro-pecuário de 2010, no País existem cerca de 3.8 milhões de explorações,
onde as pequenas correspondem a maioria, e em menor escala as grandes explorações. As
Províncias de Nampula e Zambézia com (21.8%), são as que apresentam maiores percentagens
de pequenas explorações, e em contrapartida, há mais grandes explorações nas Províncias de
Maputo (30.3%), Gaza (18.2%) e Tete (11.4%).

O gráfico 2.4, que mostra a percentagem de pequenas e médias explorações, segundo sexo e
idade do chefe de agregado, em ambos sexos, o pico das pequenas e médias explorações, se
regista no grupo etário 30-39 anos e a percentagem de homens sé mais elevada que a das
mulheres, a situação muda a partir do grupo etário 50-59 em diante, onde as percentagens de
mulheres ultrapassam a dos homens, e termina num ponto de igualdade.

Gráfico 2.4 Percentagem de pequenas e médias explorações, segundo sexo do


chefe do Agregado Familiar, Moçambique, 2010

Fonte: INE, II CAP 2010

Dos 452 950 trabalhadores nas explorações agro-pecuárias a tempo inteiro, cerca de 61% são
homens e 39% mulheres, sendo que, a maioria deles praticam actividades agrícolas. Como
mostra o gráfico 2.5, as Províncias de Zambézia, Nampula, Gaza e Cabo Delgado são as que têm
mais mulheres a trabalhar a tempo inteiro.

32 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 2.5 Percentagem das Explorações que utilizaram trabalhadores a tempo
inteiro, na actividades agro-pecuárias, Moçambique, 2010

30 Homem Mulher
25
20
15
percentagem

10
5
0

Fonte: INE, II CAP 2010

Cerca de 80% dos homens trabalham na pecuária a tempo inteiro, como mostra o gráfico 2.6. Na
Província de Tete, por exemplo, a percentagem de homens é 5 vezes superior a das mulheres.
Em contrapartida, as Províncias de Gaza e Nampula apresentam uma situação inversa.

Gráfico 2.6 Percentagem de Explorações que utilizaram trabalhadores a tempo


inteiro, na actividade pecuária, Moçambique, 2010

35 Homem Mulher
30
25
20
15
10
Percentagem

5
0

Fonte: INE, II CAP 2010

33 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


De uma forma geral, as actividades de preparar a terra, sacha, sementeira e colheita, são mais
destacadas em quase todas as explorações (quadro 2.2).

Quadro 2.2 Percentagem de Explorações que utilizaram mão-de-obra temporária


por tipo de actividade, 2010
Total Pequenas Médias Grandes
Actividade
Homem Mulher Homem Mulher Homem Mulher Homem Mulher
Total 1 856 142 1 695 206 1 819 868 1 663 673 35 256 30 828 1 018 705
Preparação
33.4 30.9 33.6 31.0 23.5 24.2 19.0 20.0
da terra
Sementeira 16.6 17.9 16.6 17.9 17.2 18.8 17.2 21.7
Sacha 28.3 29.7 28.4 29.6 27.5 33.1 19.7 26.4
Colheita 17.0 19.6 17.0 19.6 16.3 20.7 18.2 25.3
Cuidado dos
3.1 1.4 3.0 1.3 12.0 2.1 16.2 3.6
animais
Outras 1.5 0.6 1.4 0.6 3.6 1.2 9.7 3.1
Fonte: INE, II CAP 2010

34 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


CAPÍTULO 3
EDUCAÇÃO
A educação é um dos pilares importantes para inserção da mulher nos domínios político,
económico e social. Segundo os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), até 2015,
100% das crianças com idade para frequentar o Ensino Primário (EP1 e EP2), deverão estar a
frequentar estes níveis.

De acordo com os resultados do último RGPH (2007), a média nacional de crianças no ensino
primário, matriculadas no início do ano com idade oficial para esse nível (EP1-6 a 10 anos e EP2
11 a 12 anos), em relação a população dessa mesma idade, a Taxa Líquida de Escolarização,
ronda aos 60% no EP1 e 12% no EP2. Estes dados mostram que a cobertura do sistema de
educação no País ainda está muito abaixa daquilo que se pretende atingir, por isso, o número de
alfabetizados no País tem subido lentamente.

Indicadores de cobertura escolar

São consideradas alfabetizadas, todas as pessoas com idade igual ou superior a 15 anos que
possuem habilidade de ler e escrever. As taxas tendem aumentar, apesar do processo de
alfabetização ser ainda lento, uma vez que passados 10 anos (1997 – 39.5; % a 2007 – 49.7%),
só aumentou em cerca de 10 pontos percentuais.

Segundo o gráfico 3.1 os homens apresentam taxas elevadas de alfabetização, na área urbana,
assim como rural. Apesar da tendência positiva de 1997 para 2007, a diferença percentual entre
os homens e mulheres nos dois períodos em analise, reduziu o significa mais mulheres a entrarem
para o grupo dos alfabetizados.

Gráfico 3.1 Taxas de Alfabetização, Moçambique, 1997 e 2007


100

90 85.8
80.6
80

70 65.5 64.6
To tal
60 55.4 53.8 54.7

50 Urb ana
43.6
40 35.9 Rural

30 25.9 22.6
20 14.9

10

0
Ho mem 1997 Mulher 1997 Ho mem 2007 Mulher 2007

Fonte: INE, II RGPH 97; III RGPH 2007

37 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Numa sociedade onde os níveis de educação da população são baixos, e quando o sistema
educativo começa a se desenvolver, este tende a benefeciar mais as gerações novas. Por isso,
análise do sistema educativo por idade tem sido importante, pois pode fornecer as tendências do
benefício do sistema educativo nos diferentes seguimentos etários.

Assim, como se pode constatar no gráfico 3.2, em Moçambique, a maior parte da população
alfabetizada encontra-se entre as idades 15-19 e 20-24 anos, e em menor percentagem aos 60
anos e mais. Tanto para os homens como para as mulheres a taxa de alfabetização decresce com
a idade. Registam-se grandes diferenças por sexo, onde as mulheres apresentam taxas de
alfabetização muito baixas.

Gráfico 3.2 Taxas Específicas de Alfabetização, Moçambique, 2007

Fonte: INE, III RGPH 2007

O Mapa 3.1 apresenta taxas de alfabetização por províncias e sexo, onde evidentemente se nota
que Maputo Cidade, Maputo Província e Gaza têm elevadas taxas de alfabetização. Enquanto,
todas as províncias da região norte e a Província de Zambézia apresentam baixas taxas. Em todas
as províncias, as mulheres são as que apresentam menores taxas de alfabetização, exceptuando
Maputo Província e Maputo Cidade, onde as diferenças entre mulheres e homens não são
significativas.

38 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Mapa 3.1 Taxa de Alfabetização por Província, Moçambique, 2007

49
55 19
24

54
61 23
29
57
21

76
40 77
38

76
77 Total
51 46
Baixa
Média
Alta

88 Total
70
Feminino
85 96
Masculino

Fonte: INE, ESDEM com base nos dados do III RGPH 2007

39 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Alunos matriculados são todos que no início do ano são inscritos nas escolas cujo
levantamento geral a nível nacional é realizado a 3 de Março de cada ano. O levantamento é da
responsabilidade do Ministério da Educação. O quadro 3.1, mostra que as mulheres estão em
desvantagem em quase todas as províncias do País, excluindo Maputo Província, Maputo Cidade e
Gaza, onde as alunas matriculadas tem percentagem acima dos 50%.

Quadro 3.1 Alunos Matriculados nas Escolas Públicas e Privadas,


Moçambique, 2010
Ensino Primário* Ensino Secundário**
Provincias
Total % Feminino % Masculino Total % Feminino % Masculino
Total 5 277 868 47.3 52.7 677 111 45.3 54.7
Niassa 304 289 47.5 52.5 32 111 38.3 61.7
Cabo Delgado 372 981 46.5 53.5 35 151 40.1 59.9
Nampula 949 175 46.0 54.0 89 209 38.1 61.9
Zambézia 1 231 142 46.0 54.0 81 167 36.0 64.0
Tete 441 073 47.7 52.3 75 068 42.3 57.7
Manica 389 264 47.2 52.8 50 233 39.1 60.9
Sofala 419 345 46.2 53.8 65 863 42.9 57.1
Inhambane 347 345 49.8 50.2 59 256 51.9 48.1
Gaza 302 792 50.4 49.6 45 341 55.7 44.3
Maputo Província 302 097 50.0 50.0 56 864 56.5 43.5
Maputo Cidade 218 365 50.3 49.7 86 848 57.1 42.9
Fonte: MINED, Levantamento Escolar 2010
*6-12 Anos
**13-15 Anos

A Taxa bruta de escolarização é um indicador de cobertura do sistema de educação e é


definido como sendo a proporção entre o total de alunos frequentando um nível de ensino, e a
população do grupo etário oficial para frequentar o mesmo nível.

No geral, as taxas brutas do ensino primário tendem a estar acima dos 100%, isto, deve-se ao
facto de existir alunos com idades superiores a idade oficial definida para frequentar este nível.
Os rapazes apresentam elevadas taxas que das raparigas, o mesmo cenário se repete no ensino
secundário. Em algumas províncias como Inhambane, Gaza, Maputo Província e Maputo Cidade,
as raparigas apresentam taxas elevadas que as dos rapazes (quadro 3.2).

40 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Quadro 3.2 Taxa Bruta de Escolarização no Ensino Primário e Secundário, 2010
Ensino Primário* Ensino Secundário**
Provincias
Total Masculino Feminino Total Masculino Feminino
Total 117.5 124.5 110.5 21.8 24.6 19.2
Niassa 110.6 116.4 104.8 17.4 21.4 13.4
Cabo Delgado 112.8 122.0 103.8 14.3 18.0 10.8
Nampula 110.1 119.4 100.9 16.4 21.1 11.9
Zambézia 144.4 156.5 132.4 16.4 21.6 11.4
Tete 103.6 108.5 98.7 16.7 19.5 14.0
Manica 113.1 120.3 105.9 22.7 27.7 17.8
Sofala 107.7 116.4 99.1 22.5 26.7 18.4
Inhambane 123.3 124.3 122.2 35.4 35.4 35.5
Gaza 113.3 112.8 113.8 27.7 25.2 30.0
Maputo Província 116.8 117.5 116.0 28.1 25.6 30.6
Maputo Cidade 104.5 105.4 103.6 53.0 47.9 57.8
Fonte: MINED, Levantamento Escolar 2010
*6-12 Anos
**13-17 Anos

A Taxa líquida de escolarização é a proporção entre alunos que frequentam um determinado


nível de ensino com idade oficial para estudar, e a população da idade correspondente.

Segundo a informação apresentada no quadro 3.3, as Províncias de Zambézia, Inhambane e


Maputo, são as que apresentam elevadas taxas de alunos matriculados no ensino primário, e os
rapazes em maior percentagem em relação as raparigas.

Quadro 3.3 Taxa Liquida de Escolarização no Ensino Primário e


Secundário, 2010
Ensino Primário (6-12 anos) Ensino Secundário (13-17 anos)
Total Masculino Feminino Total Masculino Feminino
País 117.5 124.5 110.5 21.8 24.6 19.2
Niassa 110.6 116.4 104.8 17.4 21.4 13.4
Cabo Delgado 112.8 122.0 103.8 14.3 18.0 10.8
Nampula 110.1 119.4 100.9 16.4 21.1 11.9
Zambézia 144.4 156.5 132.4 16.4 21.6 11.4
Tete 103.6 108.5 98.7 16.7 19.5 14.0
Manica 113.1 120.3 105.9 22.7 27.7 17.8
Sofala 107.7 116.4 99.1 22.5 26.7 18.4
Inhambane 123.3 124.3 122.2 35.4 35.4 35.5
Gaza 113.3 112.8 113.8 27.7 25.2 30.0
Maputo Província 116.8 117.5 116.0 28.1 25.6 30.6
Maputo Cidade 104.5 105.4 103.6 53.0 47.9 57.8
Fonte: MINED, Levantamento Escolar 2010
* 6-12 Anos ** 13-17 Anos

41 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Desistências

A Taxa de desistência é a proporção entre alunos que abandonaram o ensino, e os


matriculados no início desse mesmo ano. Segundo o gráfico 3.3, o ensino primário é que
apresenta elevadas desistências, e na sua maioria são efectuadas por rapazes, enquanto no
ensino secundário, as raparigas são as que mais desistem das aulas.

As percentagens são ainda baixas, mas não deixa de ser preocupante, pois, segundo os
resultados de muitos inquéritos realizados pelo INE (IAF2002/03, IOF2008/9, IDS 2003 e 2011,
entre outros), que têm a informação sobre as razões de abandono escolar, tem apontado como
razões principais de desistência, a falta de condições materiais e financeiras, distância,
casamento, gravidez, emprego, etc.

Gráfico 3.3 Taxas de Desistências por nível de ensino, Moçambique, 2010

Fonte: MINED, Aproveitamento Escolar 2010

As províncias Niassa e Tete são as que apresentam elevadas taxas de desistência, tanto para o
EP1, assim como, para o EP2. Nota-se que os rapazes são os que mais desistem na maioria das
Províncias, (quadro 3.4).

42 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Quadro 3.4 Taxa de Desistência Anual no Ensino Primário, segundo províncias,
Moçambique, 2010
EP1 EP2
Províncias
Total Feminino Masculino Total Feminino Masculino
Total 7.6 7.3 7.8 7.7 7.5 7.9
Niassa 12.7 12.4 13.1 15.1 15.7 14.7
Cabo Delgado 7.3 6.8 7.8 10.3 10.0 10.5
Nampula 8.1 7.5 8.6 5.9 5.4 6.2
Zambézia 5.6 5.7 5.5 8.2 9.0 7.6
Tete 12.2 11.8 12.6 13.5 13.1 13.7
Manica 8.4 8.4 8.3 8.2 8.1 8.2
Sofala 8 8 8.1 8.1 7.8 8.3
Inhambane 5.5 4.8 6.3 7.1 6.4 8.0
Gaza 7.1 6.7 7.5 6.8 6.6 7.1
Maputo Província 5 4.6 5.3 4.7 5.2 4.3
Maputo Cidade 3.4 3.5 3.4 2.1 2.0 2.3
Fonte: MINED, Aproveitamento Escolar 2010

As taxas negativas acontecem quando o número de alunos no fim do ano é superior ao número
de estudantes no início. Isto ocorre, principalmente, devido a entradas de alunos depois do
levantamento realizado a 3 de Março. As Províncias de Cabo Delgado e de Maputo Cidade são as
que tiveram taxas negativas, como mostra o quadro 3.5, e principalmente no ensino secundário
do segundo ciclo.

Quadro 3.5 Taxa de Desistência Anual no Ensino Secundário por províncias,


Moçambique, 2010
ESG1 ESG2
Províncias
Total Feminino Masculino Total Feminino Masculino
Total 4.6 5.6 3.8 3.9 4.6 3.8
Niassa 7.5 13.7 3.8 1.0 1.2 0.9
Cabo Delgado 3.7 5.8 2.5 -12.4 2.5 -24.0
Nampula 1.4 3.4 0.3 3.1 6.7 1.4
Zambézia 2.3 2.8 2.0 -0.6 2.1 -1.9
Tete 19.8 22.4 18.0 3.8 6.2 2.1
Manica 9.2 8.6 9.5 13.6 21.6 9.6
Sofala 14.0 15.3 13.1 13.6 10.8 15.1
Inhambane 5.6 4.9 6.4 1.6 3.1 0.4
Gaza 4.3 5.3 3.0 15.8 9.1 22.5
Maputo Província 3.7 4.9 2.1 7.8 7.2 8.4
Maputo Cidade 2.8 2.7 2.9 -0.3 -2.9 2.3
Fonte: MINED, Aproveitamento Escolar 2010

43 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Conclusão
A Taxa de conclusão, representa a proporção de alunos matriculados que terminam um nível
escolar. Segundo dados do RGPH 2007 a maior parte da população (74.8%) não tem nenhum
nível concluído, e a zona rural apresenta mais de 80%. Os níveis primários e secundário, são os
que apresentam percentagens significativas de indivíduvos com algum nível de educação
concluído, e sempre é mais elevado entre os homens do que as mulheres (quadro 3.6).

Quadro 3.6 População de 15 anos e mais por nível de ensino concluído, 2007
Total Urbana Rural
Total Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total Feminino Masculino
Alfabetização 0.1 0.1 0.2 0.1 0.2 0.1 0.1 0.1 0.2
Primário 15.4 12.1 19.0 23.8 21.7 26.1 10.0 7.0 13.4
Secundário 8.3 6.2 10.7 19.9 16.3 23.7 4.2 2.4 6.2
Técnico 0.4 0.2 0.5 1.0 0.6 1.4 0.5 0.2 0.8
C.F.P 0.1 0.1 0.2 0.2 0.2 0.2 0.0 0.0 0.0
Superior 0.2 0.1 0.3 0.6 0.3 0.8 0.1 0.0 0.1
Nenhum 74.8 80.6 68.3 53.4 59.9 46.6 84.6 89.9 78.8
Total 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0
Fonte: INE, III RGPH 2007

De acordo com o quadro 3.7, os rapazes apresentam taxas de conclusão mais elevadas que as
raparigas para ambos os níveis em quase todas as províncias, com a excepção da Região Sul,
onde por sinal tem a taxa mais elevadas do País.

Quadro 3.7 Taxa Bruta de Conclusão no Ensino Primário, 2010


EP1 EP2
Provincias
Total Masculino Feminino Total Masculino Feminino
Total 66.5 71.3 61.7 49.6 53.9 45.4
Niassa 52.8 56.9 48.6 36.2 41.2 31.2
Cabo Delgado 60.2 68.6 52.1 37.0 43.2 30.8
Nampula 57.7 65.0 57.7 36.6 42.9 30.3
Zambézia 61.0 69.9 52.1 37.8 46.2 29.4
Tete 53.9 57.1 50.8 34.4 39.3 29.5
Manica 68.6 74.9 62.4 49.5 56.8 42.4
Sofala 66.7 75.0 58.6 57.2 66.0 48.6
Inhambane 91.6 90.1 93.1 79.3 77.6 81.0
Gaza 78.5 74.9 82.1 58.8 53.8 63.7
Maputo Província 91.0 88.3 93.7 82.0 78.1 85.8
Maputo Cidade 93.7 90.7 96.7 108.5 102.4 114.3
Fonte: MINED, Aproveitamento Escolar 2009

44 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


As taxas de conclusão no ensino secundário, são geralmente abaixo de 50% com a excepção de
Maputo Cidade, onde as raparigas concluem o ensino com maiores percentagens do que dos
rapazes (quadro 3.8).

Quadro 3.8 Taxa bruta de Conclusão no ensino Secundário Geral, 2010


ESG1 ESG2
Provincias
Total Masculino Feminino Total Masculino Feminino
Total 19.4 21.7 17.1 6.8 8.1 5.6
Niassa 16.3 21.0 11.6 5.1 7.0 3.3
Cabo Delgado 16.9 20.7 13.2 3.7 4.9 2.7
Nampula 17.7 21.9 13.7 7.6 10.1 5.2
Zambézia 10.8 13.8 8.0 2.5 3.3 1.9
Tete 15.3 17.5 13.0 2.9 3.3 2.4
Manica 14.9 19.3 10.7 3.0 4.6 1.5
Sofala 23.8 27.8 20.0 8.6 10.4 6.9
Inhambane 23.1 24.2 22.1 8.5 10.6 6.7
Gaza 18.0 16.1 19.7 7.8 8.3 7.3
Maputo Província 28.5 26.9 29.9 6.8 7.1 6.4
Maputo Cidade 55.0 49.7 60.1 29.3 28.3 30.2
Fonte: MINED, Aproveitamento Escolar 2009

Frequência escolar
De entre as causas que leva os jovens a não frequentar a escola, a gravidez figura em primeiro
lugar entre as raparigas, enquanto, a falta de dinheiro constitui a razão principal para os rapazes
(gráfico 3.4). Para além destas duas razões, há outras, por exemplo, entre os rapazes citaram
também a distância e outros motivos, enquanto que entre as raparigas citaram a
doença/deficiência, falta de dinheiro e outros motivos.

45 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 3.4 Razões para não frequentar a escola entre jovens 15-24 anos
Moçambique, 2009

Fonte: INSIDA 2009

Paridade do Género

Segundo o Global Gender Gap Report 2010, documento publicado pelo Fórum Económico
Mundial, Moçambique ocupa a 22ª posição no índice que mede a paridade de género, de um total
de 134 países do mundo2. Este é um facto positivo, pois demonstra o trabalho que o País vem
desempenhando, incentivando ambos os sexos, no que concerne a mesmas oportunidades para
todos.

O rácio de raparigas por rapazes tem aumentado ao longo do tempo. Por exemplo, em 1997
(IDS), o rácio no EP1 era de 0.71, passou para 0.89 em 2008 (MICS). Com esta tendência em
2015 o índice de paridade para o país estará muito próximo de 1, ou seja, haverá uma menina
para cada rapaz a frequentar os níveis de ensino.

O gráfico 3.5, apresenta o índice de paridade de género por Província para o ensino primário,
onde as Províncias de Inhambane e Gaza têm rácio acima de 1, o que significa que há mais
raparigas que rapazes. Isto significa que estas duas províncias já ultrapassaram a meta dos ODM,
que é de 1. Maputo Cidade e Província estão muito próximos daquela meta.

2
Maputo, 20 Outubro de 2010 – Agência de Informação de Moçambique AIM

46 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 3.5 Índice de Paridade de Género no Ensino Primário, Moçambique, 2008

Fonte: INE, MICS 2008

No ensino secundário os resultados são heterogéneos. O gráfico 3.6 apresenta algumas Províncias
com rácio acima de 1 e outras abaixo. O Sul do País e a Província de Nampula são os que estão
acima da meta dos ODM. As Províncias de Manica e Tete apresentam uma situação muito abaixo
da meta e deverão empreender muitos esforços para atingir a barreira.

Gráfico 3.6 Índice de Paridade de Género no ensino Secundário,


Moçambique, 2008

Fonte: INE, MICS 2008

47 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Ensino Superior

O acesso ao ensino superior melhorou bastante nos últimos tempos, em quase todas províncias
existe pelo menos uma universidade, pública ou privada. O corpo docente também tem vindo a
aumentar.

Nos últimos anos, tem se verificado no País aumento da procura do ensino superior, e a sua
oferta também tem aumentado. O gráfico 3.7 demonstra esta situação, em 2010 foram
matriculados em todos estabelecimentos de ensino superior, mais de 100 000 estudantes, e assim
como tem aumentado o número de graduados.

Gráfico 3.7 Matriculados e Graduados no ensino Superior público e privado,


(000), Moçambique, 2009 e 2010

Fonte: MINED, Estatísticas sobre Ensino Superior

A maior parte da população a frequentar o ensino superior é do sexo masculino. Entretanto, nota-
se que em 2010, aumentou o número de matriculados do sexo feminino e em contrapartida o dos
homens reduziu.

48 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 3.8 Matriculados no Ensino Superior público e privado, segundo sexo,
Moçambique, 2009 e 2010

Fonte: MINED, Estatísticas sobre Ensino Superior

À semelhança dos matriculados, a maioria dos graduados são do sexo masculino, nota-se uma
redução na diferença entre homens e mulheres, de 2009 para 2010, gráfico 3.9.

Gráfico 3.9 Graduados no Ensino Superior público e privado, segundo sexo,


Moçambique, 2009 e 2010

100
Mulher Homem

80

58.8
Percentagem

60 55.1
44.9
41.2
40

20

0
2009 2010

Fonte: MINED, Estatísticas sobre Ensino Superior

49 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Segundo o quadro 3.9, a maior parte de estudantes no ensino superior se encontra a frequentar
ciências sociais, gestão e direito, seguindo-se o curso de educação, e também são os que mais
graduados tem oferecido ao mercado. Os cursos mais preferidos pelos estudantes do sexo
feminino são, saúde e bem-estar, ciências sociais, gestão e direito, enquanto os menos
procurados são engenharias, indústria e construção, com cerca de 16%. Em relação aos
graduados, a área de saúde e bem-estar é a que mais graduou, na sua maioria mulheres.

Quadro 3.9 Estudantes por área de formação no Ensino Superior, 2010


Matriculados Graduados
Área de formação
Total % Mulher % Homem Total % Mulher % Homem
Educação 29 945 32.5 67.5 5 854 45 55
Letras e Humanidades 4 016 39.3 60.7 257 37.4 62.6
Ciências sociais, gestão, direito 45 873 49.6 50.4 5 679 49.9 50.1
Ciências naturais 5 363 25.2 74.8 368 28.0 72.0
Engenharias, Indústrias e Construção 5 662 16.3 83.7 404 19.8 80.2
Agricultura 3 400 35.1 64.9 270 29.6 70.4
Saúde e bem-estar 3 096 53.3 46.7 158 61.4 38.6
Serviços 2 709 20.7 79.3 309 16.2 83.8
Total 100 064 39.7 60.3 13299 44.9 55.1
Fonte: MINED, Estatísticas sobre Ensino Superior

Ensino Técnico

O gráfico 3.10 mostra uma grande diferença entre os homens e mulheres matriculados nos
ensinos básico e elementar. As mulheres representam a minoria nos cursos técnicos.

Gráfico 3.10 Alunos Matriculados no ensino Técnico, por nível,


Moçambique, 2010
20
17.7
Feminino Mas culino
15
Permilageml

10 8.5

4.5
5
1.9

0
Ens ino Elementar Ens ino Basico e Médio

Fonte: MINED, Levantamento Escolar 2010

50 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Professores e docentes

O professor é um componente indispensável no ensino. Os homens sempre constituiram a maior


parte neste sector, apesar do grande desempenho da mulher ainda nota-se esta lacuna. Segundo
o quadro 3.10, o ensino secundário apresenta défice de professoras, com percentagens abaixo de
20.

Quadro 3.10 Professores por nível de ensino, Moçambique, 2008 a 2010


EP2 EP2 ESG1
Ano
Total % Mulher % Homem Total % Mulher % Homem Total % Mulher % Homem
2008 56 609 37.0 63.0 17 281 29.2 70.8 8187 16.9 83.1
2009 61 242 39.2 60.8 19 192 29.9 70.1 9156 18.3 81.7
2010 66 160 41.7 58.3 21 590 30.7 69.3 10545 18.4 81.6
Fonte: MINED, Levantamento Escolar 2010 e Estatísticas sobre Ensino Superior Continua...

Quadro 3.10 Professores por nível de ensino, Moçambique, 2008 a 2010 (continuado)

ESG2 E.Tecnico ES
Ano
Total % Mulher % Homem Total % Mulher % Homem Total % Mulher % Homem
2008 1 775 17.5 82.5 1 284 18.8 81.2 1 138 25.0 75.0
2009 2 245 17.6 82.4 1 596 14.8 85.2 2 069 23.4 76.6
2010 2 890 17.2 82.8 1 932 17.0 83.0 2 705 24.8 75.2
Fonte: MINED, Levantamento Escolar 2010 e Estatísticas sobre Ensino Superior

51 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


CAPÍTULO 4
SAÚDE
Saúde Reprodutiva

Falar da contracepção, é referir-se sobre o planeamento familiar, que permite aos casais e as
mulheres em especial orientar adequamente a sua vida reprodutiva. O uso de métodos
contraceptivos, pode garantir a prevenção de gravidez indesejada e limitar o número de filhos,
assim como evitar doenças sexualmente transmissíveis. Segundo o MICS, a maioria das mulheres
entrevistadas responderam que não utilizam nenhum método contraceptivo.

Os dados mostram que o uso de métodos contraceptivos continua baixo. A pílula, injecções e
amenorreia por amamentação são os métodos mais usados a nacional. A área rural tem maior
percentagem no uso de amenorreia por amamentação e abstinência periódica e por sinal os que
nunca foram a escola apresentam valores elevados.

Quadro 4.1 Percentagem de mulheres de 15-49 anos casadas ou em união


marital que usam contraceptivos ou seus parceiros usam, 2008

Esterili- Esterili- Preserva-


Injec- Implan
Não usa zação zação Pilula DIU Tivo
ções tes
feminina masculina masculino
Total 83.8 0.2 0.0 6.3 0.2 4.6 0.0 0.8
Urbana 75.2 0.3 0.1 10.8 0.5 7.9 0.0 1.9
Rural 87.6 0.1 0.0 4.4 0.1 3.1 0.0 0.3
Nível de educação
Nunca foi á escola 88.2 0.0 0.0 3.3 0.1 2.2 0.0 0.2
Primário 84.2 0.3 0.0 6.4 0.3 5.3 0.0 0.5
Secundário + 62.7 0.1 0.0 18.2 0.7 8.9 0.0 5.1
Quintil de riqueza
Mais baixo 89.3 0.2 0.0 2.7 0.0 1.8 0.0 0.2
Mais elevado 67.2 0.4 0.1 15.9 0.8 9.6 0.0 3.0
Continua...
Continuação
Amenorrea
Preservativo Diafragma Abstinência Coito
por
feminino /gel periódica interropido
amamentação
Total 0.0 0.0 2.5 1.1 0.1
Urbana 0.0 0.0 1.7 1.0 0.2
Rural 0.0 0.0 2.8 1.1 0.0
Nível de educação
Nunca foi á escola 0.0 0.0 3.5 2.1 0.0
Primário 0.0 0.0 2.0 0.5 0.0
Secundário + 0.2 0.2 2.1 1.0 0.0
Quintil de riqueza
Mais baixo 0.0 0.0 4.5 1.0 0.0
Mais elevado 0.1 0.1 1.3 0.7 0.4
Fonte: INE, MICS 2008

55 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Como pode se observar no gráfico 4.1, a maioria de mulheres ou seus parceiros não utilizam
métodos contraceptivos. Esta situação acontece tanto nas mulheres mais jovens (15-19, e 20-24
anos) e como nas mais velhas. Entre os métodos utilizados destaca-se a pílula.

Gráfico 4.1 Percentagem de mulheres casadas ou em união marital que usam


contraceptivos ou seus parceiros usam, segundo idade, Moçambique, 2008

Pres ervativo feminino 45-49

pres ervativo masculino 20-24

Pilula 15-19

Es terilização masculina

Es terilização feminina

Não us a

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Percentagem

Fonte: INE, MICS 2008

O gráfico 4.2 mostra percentagens de mulheres casadas ou em união marital e de seus parceiros
que usaram algum método contraceptivo. A nível nacional a percentagem é de 16%, sendo mais
elevada na área urbana que na rural. Nas províncias, constata-se que Sofala, Maputo Cidade e
Província apresentam percentagens mais elevadas. A menor percentagem registou-se na
Província de Cabo Delgado.

56 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 4.2 Percentagem de mulheres 15-49 anos casadas ou em união marital
que usaram algum método contraceptivo ou seus parceiros usam,
Moçambique, 2008

40
35
30
25
20
Percentagem

15
10
5
0

Fonte: INE, MICS 2008

Mortalidade

Os indicadores de mortalidade mostram o estado de desenvolvimento económico e social, de um


País, uma vez que quanto pior forem as condições de vida, maior será a taxa de mortalidade e
consequentemente menor esperança de vida ao nascer.

Os dados do gráfico 4.3, mostram que em 1997 a taxa bruta de mortalidade era de 21.2 em cada
mil habitantes, tendo reduzido para 15.6 em 2007. A área rural continua a ser aquela que
apresenta elevadas taxas de mortalidade, e as mulheres são as que apresentam menores taxas,
comparativamente aos homens.

57 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Grafico 4.3 Taxas Brutas de Mortalidade Segundo Sexo,
Moçambique, 1997 e 2007

30 26.3
24.0 23.1
25 21.2 22.0
19.5 18.4
20 16.8 17.0
15.6
14.3 15.4 14.3 15.4
Percentagem

15 13.8 Total
13.1 12.8 11.9
Urbana
10
Rural
5

0
Total Homem Mulher Total Homem Mulher
1997 1997 1997 2007 2007 2007
Fonte: INE, II RGPH 97; III RGPH 2007

Com o melhoramento das condições de vida da população, também verifica-se a redução da taxa
de mortalidade infantil e consequentemente aumenta a esperança de vida ao nascer. Em
Moçambique, nota-se que durante os últimos 10 anos a mortalidade infantil reduziu bastante em
55 pontos percentuais, ao passar de 143.7 por mil nascidos vivos em 1997 para 93.6 em 2007
(gráfico 4.4)

Gráfico 4.4 Taxa Mortalidade Infantil (menores de 1 anos),


Moçambique, 1997 a 2012

Fonte: INE, II RGPH 97; III RGPH 2007; Projecções da População 2007-2040

58 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


De acordo com o gráfico 4.5, as taxas de mortalidade infantil tendem a reduzir ao longo de tempo
em todas as províncias. A Província de Niassa foi a que mostrou elevada taxa em 2007 e seguida
por Zambézia e Manica.

Gráfico 4.5 Taxa de Mortalidade Infantil, segundo Província,


Moçambique, 1997 a 2012

200 1997 2007 2012

160

120
Permilagem

80

40

Fonte: INE, II RGPH 97; III RGPH 2007; Projecções da População 2007-2040

Taxa de mortalidade materna intra-hospitalar- é o número de óbitos de mulheres em


estabelecimentos de saúde, por causas relacionadas a gestação, parto, num determinado período
de tempo. Em 2008 a taxa era de 191 em cada 100 000 nados vivos, tendo reduzido para 169 em
2010 como resultado do melhoramento assistência pré-natal e ao parto.

Segundo o gráfico 4.6, Nampula, Inhambane e Sofala são as províncias que apresentam taxas de
mortalidade materna intra-hospitalar mais elevadas, acima de 200 em cada 100 mil nados vivos.
Em contrapartida, Maputo Província e Maputo Cidade exibem taxas mais baixas dos 100 óbitos em
cada 100 mil nados vivos. Maputo Cidade e Província, apresenta melhores condições em termos
de infraestruturas sanitárias comparativamente as outras províncias.

59 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 4.6 Taxa de mortalidade materna intra-hospitalar
(por 100 000 nados vivos), Moçambique, 2010

300
258
250 216
196 202
200 164
149
Obitos maternos

143
150 127 118
90
100
41
50
0

Fonte: MISAU, Informação Sumária 2010

Nutrição
A má nutrição contribui em grande medida para elevada taxa de mortalidade no País. Ela é
resultado de uma combinação de factores tais como, insuficiência de proteínas, energia e de
micro nutrientes.

A nível nacional, 43.7% das crianças sofrem de subnutrição crónica, 18.3% têm insuficiência de
peso e 4.2% estão afectadas pela subnutrição aguda. Esta situação é pior nas áreas rurais que
nas urbanas (gráfico 4.7).

O gráfico 4.8 apresenta o estado nutricional das crianças por províncias, onde se nota que a
subnutrição crónica é mais elevada em Cabo Delgado e Nampula com taxas acima de 50%. Em
oposição, ela é mais é baixa em Maputo Cidade e Maputo Província.

60 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 4.7 Estado nutricional das crianças menores de 5 anos,
Moçambique, 2008

47.3
50 43.7

40 34.7
Insuficiência de peso
30 Subnutrição Crónica
20.1
18.3
20 Subnutrição aguda
13.8

10 4.2 4.2 4.7

0
Total urbana Rural

Fonte: INE, MICS 2008

Gráfico 4.8 Estado nutricional das crianças menores de 5 anos por Província,
Moçambique, 2008

Subnutrição aguda Insuficiencia do peso Subnutrição crónica


60
50
40
30
Percentagem

20
10
0

Fonte: INE, MICS 2008

61 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Profissionais de Saúde

A qualidade dos serviços de saúde depende muito dos recursos humanos e materiais, que
influenciam em grande medida no melhoramento e cobertura no atendimento. Segundo dados
disponíveis, em 2010, havia cerca de 4 médicos e 24 enfermeiros para cada 100 000 habitantes.

O quadro 4.2 apresenta o pessoal de saúde, onde se nota que o número de médicos ainda é
muito baixo. Há mais enfermeiros que médicos e na sua maioria compostos por homens. Deve-se
salientar também que até 2009 havia no País mais médicas que médicos, situação que se alterou
em 2010 a favor destes.

Quadro 4.2 Número de Médicos e Enfermeiros, Moçambique, 2008 a 2010


2008 2009 2010
Nível de
% % % % % %
formação Total Total Total
Mulher Homem Mulher Homem Mulher Homem
Médicos 735 50.3 49.7 796 51.3 48.7 1105 46.2 53.8
Enfermeiros 5021 40.2 59.8 5213 41.8 58.2 5397 42.5 57.5
Fonte: MISAU, Informação Sumária 2010

O gráfico 4.9 mostra a distribuição dos médicos pelas províncias e por sexo. Com a excepção de
Maputo Cidade e Maputo Província, as mulheres constituem maior percentagem, comparada a dos
homens. Observam-se algumas disparidades por sexo nas províncias: em Niassa e Cabo Delgado
a percentagem de médicas era infeiror a 20%, enquanto em Maputo Cidade e Maputo Província
ela predominam sobre os homens . Nas Províncias de Inhambane e Gaza havia quase um
equilíbrio entre os médicos de ambos os sexos.

Gráfico 4.9 Percentagem de Médicos por sexo, Moçambique, 2010

Fonte: MISAU, Informação Sumária 2010

62 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Quanto a distribuição dos enfermeiros por províncias, o gráfico 4.10 mostra também que, em
geral, há mais enfermeiros que enfermeiras, com a execpção da Região Sul do País.

Gráfico 4.10 Enfermeiros por sexo, Moçambique, 2010

90 Mulher Homem
75
60
45
Percentagem

30
15
0

Fonte: MISAU, Informação Sumária 2010

Combate ao HIV, Malária e outras doenças

O INSIDA 2009 recolheu informacação sobre conhecimento abrangente em HIV/SIDA. O gráfico


4.11 mostra a percentagem de pessoas de 15-49 anos que sabem, que o uso de preservativo
durante as relações sexuais e ter somente um parceiro sexual não infectado e que seja fiel, pode
reduzir o risco de infecção do HIV; e também as pessoas que sabem que uma pessoa
aparentemente saudável pode ser portadora do HIV. Os resultados mostram que o conhecimento
abrangente sobre o HIV/SIDA é elevado entre os homens do que nas mulheres, e em todas áreas
a população urbana tem mais conhecimento que a rural.

63 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 4.11 Pessoas 15-49 anos com conhecimento abrangente sobre HIV,
Moçambique, 2009

60 Mulher Homem
46.0
40.2
40 35.0
Percentagem

31.8
27.8 29.0

20

0
Total Urbana Rural
Fonte: INSIDA 2009

Ainda de acordo com os resultados do INSIDA, em 2009, a taxa de prevalência do HIV era de
11.5 %, sendo mais elevadas nas mulheres, tantos nas áreas urbanas como nas rurais (gráfico
4.12).

Gráfico 4.12 Prevalência de HIV entre pessoas de 15-49 anos,


Moçambique, 2009

Fonte: INSIDA 2009

64 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Segundo o mapa 4.1, as Províncias de Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Tete apresentam taxas
de prevalência mais baixas do País, enquanto Gaza, Maputo e Cidade de Maputo têm as mais
elevadas. De um modo geral em todas as províncias as mulheres têm taxas mais elevadas que os
homens, com a excepção de Cabo Delgado.

Mapa 4.1 Prevlência de HIV entre pessoas de 15-49 anos, 2009

9.5
4 9.2
.3

5.5
8 3.3
5.7
15.3
8.9

15.6 17.8
14.8 12.6

10 Prevalência
29.9 5.8 Baixa
16.8 Média
Alta
20
19.5 Sexo
20.5 Feminino 15-49 anos
12.3 Masculino 15-49 anos

Fonte: INE, ESDEM com base nos dados INSIDA2009

65 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


O nível de escolaridade deveria influenciar positivamente, no que diz respeito ao conhecimento,
atitudes em relação a pandemia do HIV/SIDA, mas os resultados do INSIDA revelam uma
situação contrária. Registaram-se menores taxa de prevalência entre as pessoas sem
escolaridade, aumentado à medida que o nível de escolaridade também aumenta (gráfico 4.13).

Gráfico 4.13 Prevalência de HIV entre pessoas 15-49 anos, por nível de
escolaridade, Moçambique, 2009

Fonte: INSIDA 2009

Os dados do INSIDA permitem avaliar a prevalência do HIV entre jovens de 15-24 anos de idade.
Assim, a prevalência foi de 7.9% entre os jovens desta idade, sendo maior entre as mulheres,
11.1% e 3.7% entre os homens. A prevalência tende a ser maior entre os jovens da área urbana
que os da rural.

Em todas as Províncias a prevalência é mais elevada entre as mulheres, exceptuando a de Niassa,


onde a prevalência é mais elevada entre os homens. As províncias de Sofala e Gaza são as que
apresentam as taxas de prevalência das mulheres mais elevadas do País (vide o gráfico 4.14).

66 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 4.14 Prevalência de HIV entre jovens de 15-24 anos, Moçambique, 2009

Fonte: INSIDA 2009

Causas de Mortalidade
Em 2008, o INE realizou um inquérito sobre as Causas de Mortalidade (INCAM), onde se apurou
que a malária era um dos principais motivadores de óbitos no País. Segundo o gráfico 4.15, a
malária é a doença que faz mais óbito seguida de HIV. Os óbitos por malária ou por HIV são mais
elevados entre os homens do que nas mulheres, emboras as diferenças nas percentagens sejam
pequenas.

67 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 4.15 Percentagem de óbitos por HIV e Malária, Moçambique, 2007

Fonte: INE, INCAM 2008

O gráfico 4.16 mostra que a turberculose, também é uma das principais doenças causadoras da
morte, sobretudo pela sua carcterística oportunista associada ao HIV. Em 2009, a percentagem
de pessoas que morreram devido à tuberculose associada a HIV é quase três vezes superior
relactivamente, as não associadas, sendo 76% contra 26%, respectivamente. Por sexo os dados
do gráfico mostram que as mulheres tendem a morrer mais de tuberculose associada ao HIV do
que os homens, pois as percentagens são, 77% e 72%, respectivamente.

Gráfico 4.16 Percentagem de Óbitos por Tuberculose, Moçambique, 2008

Fonte: INE, INCAM 2008

68 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


CAPÍTULO 5
JUSTIÇA
A informação sobre crime e justiça é proveniente de actos administrativos dos sectores da Polícia,
Tribunais e Cadeias. Retrata o número de profissionais ligados à justiça, indiciados de crimes,
detidos e condenados nos estabelecimentos prisionais do País.

De acordo com o quadro 5.1, a percentagem de mulheres que trabalha no sector da justiça é de
35.1%, portanto, inferior ao dos homens.

Quadro 5.1 Profissionais na área de Administração e Justiça, por sexo, segundo


sector, Moçambique 2008 e 2009
2008 2009
Sector
Total % Mulher % Homem Total % Mulher % Homem
Total 6 529 35.1 64.9 7 244 35.5 64.5
Ministério da Justiça 3 881 32.6 67.4 4 320 32.8 67.2
Magistratura Judicial 1 679 36.5 63.5 1 862 37.6 62.4
Tribunal Administrativo 401 44.9 55.1 412 44.9 55.1
Procuradoria Geral da República 568 41.2 58.8 650 42.0 58.0
Fonte: MFP, Anuário Estatístico da Função Pública 2008, 2009

O quadro 5.2 mostra a percentagem de mulheres indiciadas de vários crimes do total de


indiciados registados em todo o País nos anos 2008 e 2009. De acordo com a informação, as
mulheres indiciadas de crime constituem a minoria, com percentagens abaixo de 10%, com
excepção do Comando Provincial de Maputo.

Quadro 5.2 Percentagem de indiciados de crimes, Moçambique, 2008 e 2009


2008 2009
Comandos provinciais
Total % Mulher % Homem Total % Mulher % Homem
Total 23 637 7.3 92.7 22 200 6.6 93.4
Comando de Niassa 471 3.4 96.6 1 077 4.4 95.6
Comando de Cabo Delgado 781 3.3 96.7 906 3.9 96.1
Comando de Nampula 1975 2.7 97.3 2 563 2.9 97.1
Comando de Zambézia 899 4.3 95.7 838 2.9 97.1
Comando de Tete 1 344 6.0 94.0 1 230 3.0 97.0
Comando de Manica 509 6.7 93.3 470 4.7 95.3
Comando de Sofala 3219 6.9 93.1 2802 6.4 93.6
Comando de Inhambane 1562 5.0 95.0 874 0.6 99.4
Comando de Gaza 1378 5.0 95.0 965 3.5 96.5
Comando de Maputo Provincia 5930 10.0 90.0 6244 9.6 90.4
Comando de Maputo Cidade 5569 9.2 90.8 4231 9.9 90.1
Fonte: Estatísticas Correntes 2008, 2009

71 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


No quadro 5.3 mostra-se a percentagem de mulheres detidas nos estabelecimentos prisionais em
2008 e 2009. Depreende-se que os homens continuam apresentar maior número de detidos em
contra-partida, são poucas mulheres que entram no mundo da criminalidade, por isso,
apresentam percentagens muito baixas. A Reclusão Feminina de Ndlavela, tem 100% de detidas
porque trata-se de uma prisão feminina, o mesmo acontece na Cadeia Central de Maputo, onde
só alberga homens.

Quadro 5.3 Percentagem de detidos nos estabelecimentos prisionais,


Moçambique, 2008 e 2009
2008 2009
Estabelecimento Prisional
Total % Mulher % Homem Total % Mulher % Homem
Total 18 638 2.6 97.4 23 067 2.2 97.8
Cadeia Provincial de Niassa 1 481 2.4 97.6 2 565 0.9 99.1
Cadeia Provincial de Cabo Delgado 2 269 0.8 99.2 2 697 1.0 99.0
Cadeia Provincial de Nampula 3 482 1.1 98.9 0 0.0 100.0
Cadeia Provincial de Zambézia 1 174 3.4 96.6 2 901 1.3 98.7
Cadeia Provincial de Tete 1 686 1.2 98.8 1 520 1.3 98.7
Penitencária agricola de Manica 811 2.7 97.3 2 821 2.7 97.3
Cadeia Central da Beira 2 266 3.4 96.6 2 308 2.6 97.4
Cadeia Provincial de Inhambane 1 654 5.3 94.7 2 737 5.3 94.7
Cadeia Provincial de Gaza 443 3.4 96.6 541 4.4 95.6
Cadeia Central de Maputo 3 204 0.0 100.0 4 781 0.0 100.0
Reclusão Feminina de Ndlavela 168 100.0 0.0 196 100.0 0.0
Fonte: Estatísticas Correntes 2008, 2009

Tomando em consideração os totais dos quadros 5.3 e 5.4, chega-se a conclusão, de que a
maioria dos detidos é composta por homens. Existem situações em que a percentagem de
condenados é maior que dos detidos. Isto deve-se pelo facto de alguns casos que não passam
pela detenção, são directamente julgados e condenados. Por exemplo, a Cadeia Provincial de
Nampula, onde em 2008 tinha 1.1% de detidos, e 9.8% de condenados.

72 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Quadro 5.4 Percentagem de condenados nos estabelecimentos prisionais,
Moçambique, 2008 e 2009
2008 2009
Estabelecimento Prisional % % % %
Total Total
Mulher Homem Mulher Homem
Total 9 251 2.1 97.9 12 168 2.2 97.8
Cadeia Provincial de Niassa 762 1.4 98.6 949 1.3 98.7
Cadeia Provincial de Cabo Delgado 2 276 0.2 99.8 3 063 0.3 99.7
Cadeia Provincial de Nampula 183 9.8 90.2 0 0.0 100.0
Cadeia Provincial de Zambézia 2 210 2.4 97.6 3 608 3.4 96.6
Cadeia Provincial de Tete 352 1.1 98.9 327 0.0 100.0
Penitenciária Agricola de Manica 690 2.6 97.4 937 2.3 97.7
Cadeia Central da Beira 1 382 2.2 97.8 1 183 1.3 98.7
Cadeia Provincial de Inhambane 1 132 3.4 96.6 1 790 2.4 97.6
Cadeia Provincial de Gaza 185 3.8 96.2 190 2.1 97.9
Penitenciária Agricola de Mabalane 58 0.0 100.0 0 0.0 100.0
Cadeia Central de Maputo 13 0.0 100.0 44 0.0 100.0
Reclusão Feminina de Ndlavela 8 100.0 0.0 41 100.0 0.0
Fonte: Estatísticas Correntes 2008, 2009

Violência doméstica

A violência doméstica é tida como crime, razão pela qual nos últimos tempos, tanto o governo
como a sociedade civil moçambicana, tem estado a incentivar a denúncia e combate contra este
mal. Como comprovativo deste cometimento, o governo aprovou a Lei 29/2009 de 29 de
Setembro.

Os dados dos Inquérito Sobre Indicadores Múltiplos, realizado conjuntamente pelo INE e UNICEF,
mostra as razões que justificam atitude de violência doméstica. Segundo o quadro 5.5, das
mulheres mencionaram qualquer uma das razões contida no quadro poderia justiçar a violência
doméstica. De entre as razões específicas destacam-se, cuidar mal dos filhos, negar fazer sexo,
ausentar-se sem dar satisfação.

73 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Quadro 5.5 Mulheres de 15-49 anos que justificam atitudes sobre a violência
doméstica, Moçambique, 2008
Motivos para violência Total Urbana Rural
Ausentar-se sem dar satisfação 18.6 15.3 20.4
Cuidar mal dos filhos 21.1 19.2 22.3
Discutir 18.5 14.0 21.0
Negar fazer sexo 19.0 14.7 21.4
Queimar comida 12.5 9.4 14.3
Por qualquer um desses motivos 35.8 30.7 38.7
Fonte: INE, MICS-2008

74 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


CAPÍTULO 6
LUGARES DE DECISÃO
Lugares de tomadas de decisão

Embora as mulheres ainda tenham uma baixa representatividade nos órgãos do poder, nos
últimos anos é notório um esforço para garantir equidade entre os homens e mulheres nos cargos
de tomada de decisão. A título de exemplo, a percentagem de mulheres magistradas subiu de
26.6% em 2008 para 29.3% em 2009.

Quadro 6.1 Lugares de decisão por sexo, segundo órgão,


Moçambique, 2008 e 2009
2008 2009
Orgão
Total % Mulher % Homem Total % Mulher % Homem
Governo
Ministras (os) 27 25.9 74.1 26 25.9 74.1
Vice-Ministras (os) 22 30.0 70.0 22 31.5 68.5
Secretárias (os) Permanentes Ministeriais 24 31.5 68.5 23 31.5 68.5
Administradores Distritais 115 20.3 79.7 115 18.4 81.6
Deputadas (os) no Parlamento 250 37.2 62.8 250 37.2 62.8
Presidentes da Assembleia Municipal
Vereadores
Orgão Judicial
Magistradas 169 26.6 73.4 213 29.3 70.7
Juizas 76 21.0 79.0 255 30.5 69.5
Advogadas 464 30.0 70.0
Fonte: Anuário Estatístico dos Funcionários e Agentes do Estado, 2010, MAE

O gráfico 6.1 mostra as percentagens de funcionários do Estado segundo o sexo que ocupavam
as funções de chefia em 2008 e 2009, onde se nota que a maioria de funcionários de estado que
ocupam as funções de chefia é composta por homens. Por exemplo, em 2008 a percentagem de
mulheres que ocupava as funções de chefia foi quase 34%, contra os 66% de homens.

77 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


Gráfico 6.1 Funcionários e agentes do Estado que ocupavam as funções de
chefia, segundo sexo, Moçambique, 2008 e 2009

75

60

45
Percentagem

Mulher
30 Homem

15

0
2008 2009

Fonte: Anuário Estatístico dos Funcionários e Agentes do Estado, 2010

De acordo com o quadro 6.2 que mostra os funcionários de estado que ocupam as funções de
chefia segundo tipo de chefia, de director nacional até ao chefe de departamento, as mulheres
estão em menor percentagem do que a dos homens. As percentagens de chefes mulheres,
tendem aumentar as categorias de chefe de repartição e secção.

Quadro 6.2 Funcionários e agentes do Estado, por sexo e segundo função de


chefia, Moçambique, 2008 e 2009
2008 2009
Função de chefia % % % %
Total Total
Mulher Homem Mulher Homem
Total 1 694 33.8 66.2 1788 33.2 66.8
Director Nacional 206 22.8 77.2 217 23.5 76.5
Director Nacional Adjunto 104 33.7 66.3 106 33 67
Director 59 13.6 86.4 68 13.2 86.8
Chefe de Departamento Central 606 31.5 68.5 636 31.4 68.6
Chefe de Repartição Central 393 42.0 58.0 413 40.9 59.1
Chefe de Secção 326 35.3 64.7 348 34.2 65.8
Fonte: Anuário Estatístico dos Funcionários e Agentes do Estado, 2010

No quadro 6.3, apresenta-se funcionários e agentes de estado que ocupam as funções de


direcção e chefia a nível de Províncias. Em 2008 e assim como em 2009, as funções de chefes de
serviços provinciais, chefe de Secretaria Provincial e Secretaria Permanente Provincial

78 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011


apresentavam percentagens elevadas de mulheres (acima de 50%). Entretanto, em 2009, se
observa a redução de percentagem de secretárias permanentes provinciais.

Quadro 6.3 Funcionários e agentes do Estado em cargos de Direcção e Chefia,


por sexo, segundo Provincia, Moçambique, 2008 e 2009
2008 2009
Função de Chefia
Total % Mulher % Homem Total % Mulher % Homem
Total 2 036 29.7 70.3 2 071 29.1 70.9
Governo Provincial 11 18.2 81.8 11 18.2 81.8
Juiz Presidente Provincial 37 13.5 86.5 36 13.9 86.1
Procurador Provincial da República 14 7.1 92.9 14 7.1 92.9
Inspector Provincial 32 6.3 93.7 33 6.1 93.9
Secretário Permanente Provincial 11 54.5 45.5 11 45.5 54.5
Director Provincial 196 21.4 78.6 202 20.8 79.2
Director Provincial Adjunto 26 26.9 73.1 26 26.9 73.1
Chefe de Departamento Provincial 556 9.6 90.4 570 24.6 75.4
Chefe de Repartição Provincial 584 33.9 66.1 595 33.3 66.7
Chefe de Secção Provincial 384 33.9 66.1 385 33.8 66.2
Chefe de Secretaria Provincial 113 55.8 44.2 115 56.6 43.4
Chefe de Serviços Provincial 72 87.5 12.5 73 21.9 78.1
Fonte: Anuário Estatístico dos Funcionários e Agentes do Estado, 2010

79 Instituto Nacional de Estatística –Mulheres e Homens em Moçambique, 2011

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