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Disrupção Térmica
Verifica-se que, ao ser aplicado um campo externo E2, a uma dada temperatura θA
atinge-se o equilíbrio entre calor gerado e dissipado. Entretanto, acima da temperatura
θB o calor gerado é superior ao calor dissipado, o que causa instabilidade térmica no
material e o conduz à disrupção térmica. Aplicando-se campos elétricos de maior
intensidade (E1) não existe equilíbrio entre calor gerado e dissipado, sendo a
temperatura do material elevada até que a ruptura ocorra.
Se tratando de cabos característicos de uma rede compacta, a tensão máxima suportável
pelo dielétrico não pode ser aumentada indefinidamente apenas com o aumento da
espessura dielétrica. Existe um limite no qual, devido à condutividade térmica do
material, camadas próximas ao condutor não são capazes de conduzir calor para regiões
mais externas, provocando a elevação de temperatura do material. Por outro lado, se a
espessura da camada isolante for muito fina, não haverá o isolamento requerido pelo
sistema. No Brasil, a espessura mínima da camada isolante em função da classe de
tensão em cabos cobertos por XLPE é exemplificada na Tabela 2.1
Analisando o ramo série do circuito equivalente é possível se obter uma relação entre o
campo elétrico entre os diferentes meios dielétricos (ar e sólido). De forma simplificada,
considerando um capacitor de placas planas e paralelas e constantes dielétricas 𝜀s e 𝜀0 para
a isolação sólida e para o ar, respectivamente, calcula-se a relação entre os campos elétricos
existente nos dois meios como sendo:
onde Ear é o campo elétrico na cavidade, Esólido é o campo elétrico no meio sólido, e
𝜀r é a permissividade relativa do meio sólido. Percebe-se, portanto, que o campo
elétrico na cavidade de ar é mais intenso que o campo elétrico no sólido. Quando o
campo elétrico no interior da cavidade for superior a um valor crítico, ocorrerão
descargas no interior da cavidade, provocando uma elevação de temperatura em regiões
vizinhas, levando a uma degradação do dielétrico sólido. Em condições normais de
operação, o processo de degradação provoca redução da espessura do isolante,
ocasionando a ruptura em dias ou até anos, dependendo da tensão à qual os cabos são
submetidos.
A arborescência é definida como um evento que antecede a falha de isolamento e sua
evolução assemelha-se aos ramos de uma árvore. Esse fenômeno, pronunciado em
isolamentos poliméricos, ocorre devido às regiões de maior estresse elétrico (impurezas
ou cavidades presentes no volume dielétrico), que provocam a formação de descargas
parciais. Na ocorrência de uma descarga, estruturas que compõem o material são
quebradas, criando um canal permanente que se propaga paralelamente ao campo
externo aplicado. Essas descargas provocam erosão e redução da vida útil do dielétrico e
consistem em um tipo de descarga parcial.