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EXMO (A). SR (A). DR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA ___ VARA DO JUIZADO ESPECIAL
FEDERAL CIVIL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE _____________
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
DOS FATOS
Outrossim, consta dos autos administrativos despacho datado de 26/07/2013, assinado pelo
perito do INSS, no documento ANÁLISE E DECISÃO TÉCNICA DE ATIVIDADE
ESPECIAL (fl. 39 do processo administrativo), da lavra do mesmo perito, em que dá o
parecer para cada documento apresentado, concluindo com a seguinte alegação:
“O Perfil Profissiográfico Previdenciário-PPP e/ou o Laudo Técnico e/ou documento
equivalente analisado, NÃO contém elementos para comprovação da efetiva exposição aos
agentes nocivos contemplados na legislação.” (em anexo)
Como se vê, o INSS não considerou no cálculo do tempo de contribuição todo período de
atividade especial laborado pela parte autora, posto que, o Perito apenas considerou como
tempo de atividade especial o período laborado de 01/10/1992 a 13/10/1996, agente nocivo:
químico (Hidrocarboneto), código anexo 1.2.11. Caso o INSS houvesse reconhecido todo o
período de atividade especial que deixoude averbar, e feito a devida conversão para tempo
comum, o requerente teria direito a concessão do benefício de aposentadoria por tempo de
contribuição.
Ve-se, sem dificuldades que a postura adotada pelo Perito da Autarquia em não classificar o
período laborado de 14/10/1996 a 12/03/2013, sob a alegação de que o agente químico não
consta dos decretos 2.172/97 e 3.048/99, não pode prosperar, senão vejamos:
Ainda mais, Excelência, no próprio decreto 2.172/97, no anexo II, cuidou o legislador de
relacionar os agentes químicos, físicos e ou biológicos, que são causadoras de doenças
profissionais ou do trabalho, em outra palavras, agentes que prejudicam a saúde do
trabalhador. E, sem dúvida, o agente químico HIDROCARBONETO, está nessa relação:
Desta forma, a limitação apresentada pelo INSS não se justifica, por isso, Douto Julgador,
outro caminho não restou ao demandante que não o da Via Judicial, para fazer valer os seus
direitos, constitucionalmente garantidos. Então, ante a já demonstrada necessidade da
propositura da presente ação, continua a elaboração desta exordial, aduzindo:
O INSS ao negar o benefício age com afronta à lei, contrariando frontalmente o conjunto de
provas apresentadas (Carteira profissional e respectivas anotações, CNIS, PPP, Declarações,
etc.), o direito justo, a legislação previdenciária e ao próprio texto Constitucional. Foi
provado pelo autor, junto ao INSS, de forma irrefutável, o tempo de contribuição exigido pela
lei, através de prova documental inclusa no processo administrativo.
Decreto 3.048/99:
Art. 56. A aposentadoria por tempo de contribuição será devida ao segurado após trinta e
cinco anos de contribuição, se homem, ou trinta anos, se mulher, observado o disposto no art.
199-A. (Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
Lei 8.213/91:
Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei,
ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme
dispuser a lei.
§ 5º O tempo de trabalho exercido sob condições especiais que sejam ou venham a ser
consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física será somado, após a respectiva
conversão ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, segundo critérios
estabelecidos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, para efeito de concessão de
qualquer benefício.
2. (...) (STF, AgRg no RE n. 431.200, 1ª Turma, Min. Eros Grau, julgado em 29/03/2005, sem
grifo no original).
Segundo precedentes, “o segurado que presta serviço em condições especiais, nos termos da
legislação então vigente, e que teria direito por isso à aposentadoria especial, faz jus ao
cômputo do tempo nos moldes previstos à época em que realizada a atividade. Isso se verifica
à medida em que se trabalha. Assim, eventual alteração no regime ocorrida posteriormente,
mesmo que não mais reconheça aquela atividade como especial, não retira do trabalhador o
direito à contagem de serviço na forma anterior, porque já inserida em seu patrimônio
jurídico."(Precedente: Resp 392.833/RN) Embargos rejeitados.
Referido posicionamento passou a ter expressa previsão legislativa com a edição do Decreto
n.º 4.827/2003, o qual alterou a redação do art. 70, § 1º, do Decreto n.º 3.048/99, in verbis:
Feita essa consideração, e tendo em vista a diversidade de diplomas legais que se sucederam
na disciplina da matéria, necessário, inicialmente, definir qual a legislação aplicável ao
presente caso, ou seja, qual a legislação vigente quando da prestação da atividade pela Parte
Autora.
PERÍODO TRABALHADO
ENQUADRAMENTO
Até 28/04/1995
Quadro Anexo ao Decreto nº 53.831, de 1964. Anexos I e II do RBPS, aprovado pelo Decreto
83.080 de 1979.
Sem Exigência de Laudo Técnico, exceto para ruído (nível de pressão sonora elevado).
De 29/04/1995 a 13/10/1996
Anexo I do Decreto 83.080 de 1979. Código 1.0.0 do anexo ao Decreto nº 53.831, de 1964.
Sem Exigência de Laudo Técnico, exceto para ruído (nível de pressão sonora elevado).
De 14/10/1996 a 05/03/1997
Anexo I do Decreto 83.080 de 1979. Código 1.0.0 do anexo ao Decreto nº 53.831, de 1964.
Com Exigência de Laudo Técnico, exceto para ruído (nível de pressão sonora elevado).
De 06/03/1997 a 05/05/1999
A partir de 06/05/1999
Enfim, por tudo quanto aqui exposto, bem como pelas provas apresentadas pelo autor, desde
o requerimento administrativo, ou seja, 13/03/2013, o direito líquido e certo ao recebimento
do benefício previdenciário é transparente.
Ademais, a conclusão apresentada pelo INSS, através do seu servidor, da área médica, (em
anexo, fl. 40 dos autos administrativos) é inaceitável, posto que, infrigem disposições legais,
bem como a jurisprudência pátria, como segue:
Súmula
68
A jurisprudência dos tribunais superiores reconhece a atividade dos frentistas como atividade
especial, insalubre e perigosa, uma vez que estão expostos diariamente com produtos nocivos
à saúde, conforme a seguir:
Em outras palavras, toda a documentação apresentada pelo autor, como meio de prova do
exercício de atividade em condições especiais, são irrefutáveis, posto que, estão embasadas
no ordenamento jurídico pátrio, devendo, portanto, referidos documentos serem acolhidos de
pronto.
DA TUTELA ANTECIPADA
A antecipação da tutela tem como maior finalidade evitar situações que, ao aguardar o
julgamento definitivo, poderão sofrer dano irreparável ou de difícil reparação.
Nesse passo, cabe ressaltar em que pese a celeridade deste competente Juizado, infelizmente,
em virtude da demanda de ações (mormente nas causas da espécie, geradas, obviamente, pela
postura inconcebível do INSS), as audiências estão sendo marcadas com um lapso temporal
considerável.
Portanto, o aguardo de tal audiência, para quem está em situação de risco, fica
impossibilitado de garantir a própria manutenção, requer, indubitavelmente, a concessão da
tutela de urgência, posto que o autor preenche os requisitos do art. 300 do Código de
Processo Civil:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real
ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a
caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Art. 4o O Juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir medidas cautelares no
curso do processo, para evitar dano de difícil reparação.
Diante do exposto e do real direito do autor, requer este, seja a tutela pleiteada concedida de
forma antecipada, no sentido da concessão imediata do benefício previdenciário de
Aposentadoria Por Tempo de Contribuição nº 000.000.000-0, de titularidade do promovente e
ora guerreado.
DOS PEDIDOS
1. A concessão do benefício da justiça gratuita em virtude da parte autora não poder arcar
com o pagamento das custas processuais, na forma do art. 4º da Lei n. 1.060/1950;
2. Tendo em vista a natureza do direito e demonstrando espírito conciliador, o autor desde já,
nos termos do art. 334 do Código de Processo Civil, manifesta interesse em autocomposição,
aguardando a designação de audiência de conciliação.
3. Nos termos do art. 300 do Código de Processo Civil, bem como do artigo 4º da Lei n.
10.259/2001, a antecipação dos efeitos da tutela provisória de urgência para a CONCESSÃO
imediata do benefício de Aposentadoria por Tempo de Contribuição (NB- 000.000.000-0);
6. A condenação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS para arcar com as custas
processuais e honorários advocatícios a base de 20% (vinte por cento), sobre o valor da
condenação total.
Protesta, por fim, pela produção de todos os meios de prova admitidos em direito.
Dá-se à causa o valor de R$ 52.800,00 (cinquenta e dois mil e oitocentos reais) para efeitos
fiscais.
Nestes termos,
Pede deferimento.
[Local] [data]
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