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ARARAQUARA – SP
2011
CÉLIO JOSÉ BORGES
Bolsa: CAPES
ARARAQUARA - SP
2011
FICHA CATALOGRÁFICA
_______________________________________________________________________
Membro Titular: Professora Dra. LD. Marilda da Silva
Universidade Estadual Paulista – FCL – Araraquara - SP
_______________________________________________________________________
Membro Titular: Professor Dr. João Augusto Gentilini
Universidade Estadual Paulista – FCL – Araraquara - SP
_______________________________________________________________________
Membro Titular: Professora Dra. Carmem Teresa Velanga
Universidade Federal de Rondônia – NCH – Porto Velho - RO
_____________________________________________________________________
Membro Suplente: Professora Dra. Maria Cristina Piumbato Innocentini Hayashi
PPGCTS - Universidade Federal de São Carlos – São Carlos – SP
Em Portugal...
Agradeço à Universidade do Minho - UMINHO, em particular ao Instituto de
Educação e Psicologia – IEP e ao Departamento de Estudos Curriculares, pela
acolhida ao Estagio de Doutoramento Cientifico Avançado no modo Sandwich.
Ao Centro de Investigação em Educação – CIEd/IEP, por ter disponibilizado
excelente bibliografia, como contributos para a fundamentação da tese.
A sociedade Portuguesa de Ciências da Educação – SPCE e ao Instituto de
Estudos da Criança - UMINHO, pela abertura e acolhida para participação em seus
congressos.
À equipe de Secretaria e suporte de informática da UMINHO e também aos
colaboradores, funcionários de vários setores, pela presteza e elegância no trato.
Aos professores Eugênio e José Carlos Morgado, pela amizade, aos colegas
de gabinete, doutorandos brasileiros, João Batista, Conceição, Andréia e Eliana,
com os quais dividia o espaço e os sonhos;
Aos amigos da Soka Gakkai em Braga e de Portugal; ao Marcelo e Mariana;
às pessoas que viabilizaram minha instalação e permanência em Braga; foram um
suporte, senti-me protegido.
In Memorian...
Ao Professor Dr. Manoel José Gomes Tubino, ex-presidente Mundial da
Federação Internacional de Educação Física - FIEP, uma referência na minha
trajetória profissional, membro da minha banca de defesa do Mestrado, grande
amigo, um incentivador pelos seus exemplos de pessoa e profissional.
RESUMO
This research examines the formation of lay teachers in the state of Rondonia -
Amazonia, Brazil, and his professionalism in the context of contributions generated
by public policies, especially in the program PROHACAP from the nurses' perception
of their former teachers. In this program have been deployed, according to official
figures, 509 teachers, trainers and attended 8440 (eight thousand four hundred and
forty) student-teachers, divided into eight undergraduate courses, located in four
geographically distinct clusters with the courses offered in 33 counties offices
strategically . This work was conducted throughout the state of Rondonia and its
objectives were to identify the perceptions of teachers about their training and
professionalism within the policy guidelines on training teachers. It is a qualitative
research study of the type of case, but with quantitative support. In his theoretical
framework primarily covered aspects related to teacher and teacher
professionalization, the state of Rondonia and the university. In the methodological
procedures, besides the application of 02 open-ended questionnaires to 898
respondents, was also carried out documentary research. And as resources for
defining categories and data analysis, we used content analysis and SPSS 16.0-
Softwer, having been generated in the process of processing about 36,000
responses. As more significant results, although the design of the program has been
very consistent, stands out: the absence of specific records on educational planning
and institutional evaluations of the program, either internal or external, high degree of
satisfaction of qualified teachers with training and great interest in continuing the
studies to improve their pedagogical practices, the significant changes in their
personal, professional and social development, reflected in improved financial and
professional recognition, the remarkable recognition to institutions that have enabled
their lineups, particularly the Federal University Rondonia; not perception at the
University of institutional research records and production of systematic knowledge
as a result of the completion of PROHACAP, therefore there is a considerable gain in
terms of individual trainers for teachers, getting to the university the focus of earnings
political institutions in achieving public policy of training teachers for the school
system of basic education in the state of Rondonia. It is noteworthy, however, that
there is within the Federal University of Rondônia, research related to the object of
this study, conducted by teachers in the form of Master's thesis, doctoral
dissertations and postdoctoral related to Rondônia, the University, the programs
Teacher Training in Porto Velho and PROHACAP.
Cette recherche examine la formation des enseignants laïcs dans l'État de Rondonia
- Amazonie, au Brésil, et son professionnalisme dans le cadre des contributions
générées par les politiques publiques, en particulier dans le programme PROHACAP
de la perception des infirmières de leurs anciens professeurs. Dans ce programme
ont été déployés, selon les chiffres officiels, 509 enseignants, formateurs et ont
assisté à 8440 (8440) élèves-maîtres, divisé en huit cours de premier cycle, répartis
dans quatre groupes géographiques distincts avec les cours offerts dans les bureaux
de comtés 33 stratégique . Ce travail a été mené tout au long de l'Etat de Rondonia
et ses objectifs étaient d'identifier les perceptions des enseignants au sujet de leur
formation et le professionnalisme dans les lignes directrices sur la formation des
enseignants. Il s'agit d'une étude qualitative du type de cas, mais avec le soutien
quantitative. Dans son cadre théorique porté principalement sur les aspects liés à la
professionnalisation des enseignants et des enseignants, l'Etat de Rondonia et
l'université. Dans les procédures méthodologiques, outre l'application de 02
questionnaires ouverts à 898 répondants, a été également effectué des recherches
documentaires. Et en tant que ressources pour les catégories de la définition et
l'analyse des données, nous avons utilisé l'analyse de contenu et SPSS 16.0-
softwer, ayant été générés dans le processus de traitement environ 36.000
réponses. En plus des résultats significatifs, bien que la conception du programme a
été très régulier, se distingue par: l'absence de documents précis sur la planification
et les évaluations institutionnelles du programme, soit interne ou externe, un degré
élevé de satisfaction des enseignants qualifiés ayant une formation et un grand
intérêt dans la poursuite des études pour améliorer leurs pratiques pédagogiques,
des changements importants dans leur développement personnel, professionnel et
social, comme en témoigne une reconnaissance financière et professionnelle
améliorée, la reconnaissance remarquable aux institutions qui ont permis à leurs files
d'attente, en particulier l'Université fédérale Rondonia, non pas la perception de
l'Université de dossiers de recherche institutionnelle et de la production de
connaissances systématiques à la suite de l'achèvement de PROHACAP, il ya donc
un gain considérable en termes de formateurs individuels pour les enseignants, se
rendre à l'université au centre des gains institutions politiques dans la réalisation de
politiques publiques de formation des enseignants pour le système scolaire de
l'éducation de base dans l'Etat de Rondonia. Il est à noter, cependant, qu'il existe au
sein de l'Université fédérale de Rondônia, la recherche liée à l'objet de cette étude,
menée par les enseignants sous forme de thèse de maîtrise, thèses de doctorat et
de postdoctorat liés à Rondônia, l'Université, les programmes formation des
enseignants en Velho Porto et PROHACAP.
LISTA DE GRÁFICOS
BM Banco Mundial
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CFE Conselho Federal de Educação
CIED Centro de investigação em Educação
CLT Consolidação das Leis Trabalhistas
CNE Conselho Nacional de Educação
CNPq Conselho nacional de Pesquisa
DEF Departamento Acadêmico de Educação Física
EMATER/RO Empresa de Assistência Técnica Rural do Estado de Rondônia
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias
FCL Faculdade de Ciências e Letras
FHC Fernando Henrique Cardoso
FNDE Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação
HAPROL Programa de Habilitação de professores leigos
HAPRONT Programa de Habitação de professores não titulados
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia Estatística
IEP Instituto de Educação e Psicologia
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
NUAR Núcleo de Assentamento Rural
PAD Programa de assentamento dirigido
PCN Parâmetros Curriculares Nacionais
PDE Programa de Desenvolvimento da Educação
PEE Projeto Ensinar a Ensinar
PIC Programa Integrado de ocupação
PIN Programa de Integração da Amazônia
PLANAFLORO Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia
POLAMAZÔNIA Programa de Pólos Agropecuários e Agrominerais da AmazoƸnia
POLONOROESTE Programa Integrado de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil
PROHACAP Programa de Habilitação e Capacitação dos Professores Leigos
da Rede Pública Estadual e Municipal de Rondônia.
PROPLAN Pró-reitoria de Planejamento da Universidade Federal de
Rondônia
REN Representação de Ensino
REUNI Programa de Reestruturação das Universidades Federais
RIOMAR Fundação Rio Madeira(Fundação de apoio a Universidade
Federal de Rondônia)
SEDAM Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental
SEDUC Secretaria de Estado da Educação de Rondônia
SEEC Secretaria de Estatistica em Educaçao e Cultura
SEMEC Secretaria Municipal de Educação e Cultura
SEMED Secretaria Municipal de Educação
SEPLAM Secretaria de Estado do Planejamento de Rondônia
SINDISEF Sindicato dos Servidores Públicos Federais
SINDSMUJ Sindicato dos Servidores Municipais de Jarú
SINDSSMIG Sindicato dos Servidores de São Miguel
SINTERO Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Rondônia
SIPAM Sistema de Proteção da Amazônia
SPCE Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação
SPSS Programa Estatistico
SUDAM Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UMINHO Universidade do Minho - Portugal
UNB Universidade de Brasília
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura
UNESP Universidade Estadual Paulista
UNIARA Centro Universitário de Araraquara
UNIR Fundação Universidade Federal de Rondônia
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 32
4.3.4 A estratégia para apresentação dos dados e a análise dos resultados .. 186
6.1.2 Se cursou o curso do seu real interesse ou gostaria de ter feito outro .. 246
6.1.3 As principais dificuldades percebidas e vivenciadas para realizar o curso248
Ministro Adreazza; 22) Nova Brasilandia; 23) Nova Mamoré; 24) Nova União; 25)
Ouro Preto D`Oeste; 26) Pimenta Bueno; 27) Porto Velho (Polo); 28) Presidente
Médici; 29) Rolim de Moura (Polo); 30) São Francisco do Guaporé; 31) São Miguel
do Guaporé; 32) Urupá; 33) Vilhena (Polo). Porém, nesses municípios/sedes, tinha
alunos de 45 municípios, conforme consta da relação de parceria/convênios das
prefeituras com a RIOMAR. Esses Municípios poderão ser visualizados no mapa de
Rondônia, destacado na página 25.
Em relação aos procedimentos de pesquisa, o estudo constituiu-se de dois
processos de coleta de dados: no primeiro, a aplicação de dois questionários para
898 respondentes, nos quais se buscou investigar a realidade de professores-leigos
e professores-formadores da universidade no Estado de Rondônia. No segundo,
buscou-se, por meio de pesquisa documental (relatórios e documentos
institucionais), caracterizar a realidade do Estado de Rondônia em relação ao seu
processo de colonização e desenvolvimento, especialmente nos períodos de
intensos fluxos migratórios e de assentamentos rurais e da passagem de território
para estado; período esse em que muitos professores-pesquisados vieram para
Rondônia, sozinhos, acompanhados ou acompanhando seus familiares ou parentes.
Ainda por intermédio desse mesmo instrumento de pesquisa, pretendeu-se
explicitar o processo de instalação e expansão da Universidade Federal de
Rondônia, identificando na estratégia de interiorização, seu papel político e social no
desenvolvimento de programas de formação de professores, em particular, dos
professores-leigos.
O projeto de pesquisa nasceu motivado por três reflexões básicas: a primeira
delas é a minha trajetória como aluno, que teve a contribuição de professores-leigos
no processo de alfabetização e na educação fundamental. A segunda é como
educador, como formador de professores em realidades diversas: na Formação
Inicial, tanto na regular, quanto na modular, bem como na Formação Continuada e
com a própria convivência com professores-leigos e, ainda, como professor e
coordenador de projetos de formação de professores no estado de Rondônia. A
terceira diz respeito ao papel social, político e pedagógico da Universidade Federal
de Rondônia, no contexto das políticas públicas de formação de professores e sua
contribuição para a profissionalização de professores leigos da Educação Básica no
estado rondoniense. Nesse sentido, o objeto de estudo desta pesquisa está
34
A criação da UNIR teve forte influência das políticas instituídas nos anos 90,
que culminaram com a implantação de alguns cursos de licenciatura nessa
universidade. Isso porque com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional nº. 9.394/96, deu-se a construção de uma política de formação
de professores que favoreceu a consolidação de cursos universitários
dimensionados em seus parâmetros pelas licenciaturas, definindo bases para novas
políticas. Em que pese a preocupação com o atendimento da demanda escolar e do
sistema educacional no Estado, ainda recém criado, foi visível a adesão da
universidade às orientações políticas das diretrizes do Ministério da Educação,
mesmo as condições para o seu funcionamento não sendo as mais satisfatórias.
Havia por parte da universidade grande dependência do MEC e dos
municípios nos quais foram instalados os campis, por se tratar de uma universidade
em processo de estruturação. Em se tratando de políticas públicas educacionais
para formação docente, as universidades, de modo geral, foram diretamente
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influenciadas e atingidas por tais reformas, seja por adesão ou por determinação do
Ministério da Educação e Cultura – MEC.
A UNIR foi criada em agosto de 1980, como Centro de Ensino Superior de
Rondônia (CESUR), com apenas três cursos: Administração de Empresas,
Economia e Ciências Contábeis. E em julho de 1982, através da Lei Federal 7.011,
foi criada a Fundação Universidade Federal de Rondônia, sendo implantados os
cursos de licenciatura em: Educação Física, Pedagogia, Ciências com habilitação
em Matemática, História, Geografia e Letras. Cursos esses que permaneceram com
forte demanda, tornando-se a base de sustentação para o programa PROHACAP
nos anos 2000. Posteriormente, foram criados os cursos de: Direito, Enfermagem e
Psicologia, todos esses cursos instalados em Porto Velho, a sua sede.
Em seguida, inicia o processo de expansão para o interior do Estado, a partir
de março de 1988, como forma de atender a demanda de estruturação e expansão
do estado de Rondônia. Essas iniciativas se caracterizaram naquele momento mais
como uma estratégia político-eleitoreira do que uma estratégia de crescimento da
universidade, situação que se tornou alvo de fortes criticas, pois, mesmo sendo
justificável tal expansão, não havia, de fato, a estrutura necessária para o
funcionamento dos cursos. Cursos esses que foram instalados em cinco municípios,
estrategicamente escolhidos por regiões de influencia geográfica e econômica do
Estado, em parceria com as Prefeituras Municipais. Os campis foram implantados
na mais completa incerteza.
Os mesmos foram instalados no interior do Estado, nos seguintes municípios:
1. Em Vilhena: o curso de Ciências teve como finalidade a formação de
professores para o 1° e 2° graus, criando-se na sequência, em 1989, o curso
de Letras.
2. Em Ji-Paraná: o curso de Ciências e após 1989, o curso de Pedagogia.
3. Em Rolim de Moura: os cursos de Letras e Pedagogia, na segunda investida
no processo de expansão, após 1989.
4. Em Guajará-Mirim: os cursos de Letras e Pedagogia, e,
5. Em Cacoal: no mesmo período foram criados os cursos de Ciências e
Ciências Contábeis e Direito.
A partir de 1990, alguns cursos foram ampliados, criando-se os bacharelados
em História e Geografia. Ainda que o foco tenha sido nas licenciaturas, a atenção
47
2
A UNIR oferecia 21 cursos, sendo que destes, 13 eram cursos em nível de licenciatura (Ciências
Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Física, Geografia, História, Informática, Letras/Espanhol,
Letras/Inglês, Letras/Português, Matemática, Psicologia, Química e Pedagogia).
48
efetivando nos dias atuais, numa espécie de resgate daquilo que fora proposto
anteriormente.
Esses documentos oficiais, que estabelecem essas diretrizes, dando
sustentação conceitual e política para a reforma do ensino superior no Brasil,
encontram-se embasados por orientações de instituições e de organismos
internacionais, como Banco Mundial e UNESCO, considerados centros irradiadores
e balizadores das diretrizes das reformas para países em desenvolvimento.
Por esse prisma, percebe-se que a ciência passa a ser valorizada, não mais
pela sua essência, pelo conhecimento que ela pode produzir, mas a partir de seus
subprodutos tecnológicos, especialmente de áreas emergentes, tais como:
informática, robótica, mídia, microeletrônica, telemedicina, teletrabalho, bibliotecas
digitais, e na área da educação, a EAD, que tem se manifestado com bastante
ênfase como uma vertente em potencial da educação e que ganha força a cada dia.
Aspectos esses que têm ocupado a linguagem do momento, como a chamada
sociedade do conhecimento. Tais inovações como componentes do conhecimento
atual, pelo grau da inovação, tem ocupado significativo espaço, gerando impactos
significativos na área educacional, pois se fazem presentes de forma bastante
visível, nas definições das políticas publicas nacionais e nas que são emanadas de
agencias multilaterais.
Diante de tais perspectivas há de considerar que o ensino, em especial nas
universidades, no processo de formação docente, deva estar vinculado com a
pesquisa e esta, por sua vez, não esteja separada enquanto um processo racional
no mundo. A pesquisa deve ser algo que faça parte intrínseca do processo
educativo, desde que se tenha em mente uma educação destinada a formar
pessoas com autonomia, assegurando uma convivência social produtiva e ética.
Assim, passa-se a seguir para a explicitação do Programa PROHACAP.
Estado brasileiro e as cautelas necessárias por se tratar de uma lei recente, daí ser
uma das primeiras fases da analise jurídica.
Dessa forma a análise desse parecer está focada em questões sob a ótica da
nova legislação, por considerar que poderia suscitar entendimentos e interpretações
conflitantes. Assim, procurou fundamentar nas garantias que assegurassem a
universidade o oferecimento do programa para professores leigos, sustentando-se
no aspecto da autonomia universitária, que assegura em lei às universidades uma
série de garantias acadêmicas, para criar e organizar cursos e programas de
formação em nivel superior.
Também se buscaram na Constituição Federal e na LDB tais garantias,
apresentando uma vasta lista de citações de artigos e incisos que daria esse amparo
para o oferecimento do PROHACAP, observadas suas peculiaridades, chegando
assim á conclusão de que este programa atenderia ao texto legal em particular por
três fatores: o princípio universal da igualdade; conclusão do Ensino Médio e o
processo seletivo, como elemento viabilizadores do acesso e prosseguimento de
estudos. Assim, diante dessa extensa e consistente argumentação o parecer jurídico
foi favorável à implantação do PROHACAP-UNIR, nos termos propostos,
submetendo-o a apreciação do Reitor da Universidade Federal de Rondônia para as
devidas providências em 30 de abril de 1999.
Polo Ariquemes
Destaca-se que esse Polo Ariquemes, foi uma estrutura pensada na proposta inicial
de funcionamento do programa, porém posteriormente, o mesmo passou a fazer parte do
Pólo Porto Velho, como uma localidade/sede de cursos.
Polo Jí-Paraná
Quadro 2 – Demonstrativo pólo Ji-Paraná
CURSO Turma CIDADE Vagas CH Valores
estimados**
Educação Física U Jí-Paraná 55 2880 316.056,57
Letras/Inglês U Jí-Paraná 55 2670 283.942,56
Geografia U Jí-Paraná 55 3000 295.163,15
Pedagogia A Jí-Paraná 55 3200 310.688,55
Pedagogia B Jí-Paraná 55 3200 310.688,55
Pedagogia A Jarú 55 3200 309.883,19
Pedagogia B Jarú 55 3200 309.883,19
Matemática U Jarú 55 2790 292.371,90
Geografia U Jarú 55 3000 294.438,32
Letras/Inglês U Jarú 55 2670 283.104,98
Matemática U Alvorada do Oeste 55 2790 294.343,02
Pedagogia U Alvorada do Oeste 55 3200 314.566,37
Letras U Alvorada do Oeste 55 2670 314.566,37
Pedagogia A Ouro Preto do Oeste 55 3200 310.285,87
Pedagogia B Ouro Preto do Oeste 55 3200 310.285,87
Pedagogia C Ouro Preto do Oeste 55 3200 310.285,87
Pedagogia D Ouro Preto do Oeste 55 3200 310.285,87
Matemática U Ouro Preto do Oeste 55 2790 292.814,85
Pedagogia U Presidente Médici 55 3200 311.024,12
História U Presidente Médici 55 2640 281.720,02
TOTAL 20 1100
*PEDAGOGIA - Habilitação em Séries Iniciais e Ensino Fundamental
81
Polo Vilhena
8 – Conteúdos e duração
9 – Avaliação
10 – Conclusão
11 – Grade curricular – Curso de Português –
2670hs/178CR
12 – Grade Curricular – Curso Letras – Inglês – CH total
Lic. e Bacharel. 2760hs. CH Licenciatura – 2535hs e CH
Bacharelado 2340hs
1 – Perfil do egresso
a) perfil comum
b) perfis específicos
c) áreas de atuaçao profissional: educação infantil e
séries iniciais; Organização de sistemas, unidades e
experiências educacionais; na produção e difusão do
conhecimento cientifico e tecnológico; e nas áreas
emergentes do campo educacional
2 – Competências e habilidades com ênfase nos
conhecimentos específicos.
Pedagogia 3 – Tópicos de estudo: conteúdos básicos
4 – Tópicos de estudo: conteúdos específicos de
aprofundamento ou complementação
5 – Duração do curso
6 – Estágios e atividades complementares, em três
níveis.
7 – Reconhecimento de habilidades e competências
escolares e extra-escolares
8 – Estrutura geral do curso
a) formação básica. b) formação complementar
9 – Regimes do curso
10 – grade curricular – pedagogia ensino fundamental –
CH 3.100hs
1 – Introdução situando a legislação orientadora das
reformas e orientações curriculares, e as contribuições
das instituiçoes colaboradoras da estruturação curricular
desta proposta.
2 – Perfil do profissional licenciado em Matemática
Continua
87
Matemática e a) organizador
Estatística b) Facilitador
c) Mediador
d) Incentivador
e) Avaliador
f) Recomendações para a formaçao dos egressos: solida
formação; formaçao pedagógica; formaçao para a
vivencia critica da realidade do ensino básico; e,
formaçao geral complementar.
3 – Competências e habilidades desejadas
4 – Conteúdos curriculares e o estagio
5 – Duração dos cursos
6 - Estruturação dos cursos
7 – Grade curricular - Matemática – CH 2790hs
1 – Perfil profissional
2 – Competências e habilidades
a) dominar as diferentes concepções metodológicas
b) Problematizar
c) Conhecer as interpretações
História d) Transitar pelas fronteiras entre a história e outras
áreas
e) Desenvolver a pesquisa, a produção do conhecimento
e sua difusão.
3 – Conteúdos básicos e complementares da área de
história
4 – Estruturação do curso
5 – Carga horária e Duração mínima
6 – Estágios e atividades acadêmicas complementares
7 – Formação Continuada
8 – Conexão com a avaliação institucional
9 – Grade curricular – CH 2640hs/176CR
1 – Introdução com considerações sobre as diretrizes
curriculares e as contribuições de outras instituições.
2 – A formaçao do profissional de Educação Fisica
3 – Os currículos plenos, o perfil do profissional e o
campo de atuação.
Continua
88
Alojamento
Na grande maioria dos municípios Polos e Sedes, os alojamentos estão em
condições básicas de acomodação, para que os alunos possam permanecer
no local por todo período presencial, sem maiores complicações.
Metodologia
Curso a distância com períodos presenciais nas férias e recessos escolares
do Professor e a complementação das disciplinas são realizadas através de
trabalhos, pesquisas, seminários e outras atividades a que se fazem
necessárias.
90
Onde funciona?
Em 19 Municípios polos e sedes: SEDUC, onde em cada localidade havia
um(a) coordenador(a) para atender aos professores com as orientações a
respeito do programa, bem como foi disponibilizado o contato telefônico de
cada uma dessa coordenações.
Porto Velho; Guajará Mirim; Nova Mamoré; Ariquemes; Machadinho; Jaru;
Ouro Preto; Ji-Paraná; Pres. Médici; Alvorada; Costa Marques; Rolim de
Moura; Alta floresta; Cacoal; Espigão do Oeste; Pimenta Bueno; Vilhena;
Colorado do Oeste; Cerejeiras.
Como solicitar orientações ou esclarecimento de dúvidas?
Caso você sinta necessidade de uma orientação em contato com os
Coordenadores de Cursos dos polos contratados pela RIOMAR ou com a
Gerência de Projetos Especiais GPE/SEDUC (a Secretaria forneceu uma lista
com o nome dos coordenadores de cada um desses municípios com os seus
respectivos contatos/telefones, porém por uma questão de reserva os nomes
serão omitidos – grifo do pesquisador).
Qual a função da SEDUC?
Acompanhar e monitorar a situação geral dos cursos nos períodos
presenciais do Programa em todos os Polos e sedes: a) controlar o desconto
do vale dos cursos em Folha de Pagamento; b) Manter atualizada o fluxo de
permanência, desistência, transferência e falecimento do Cursista; c)
Assegurar em parceria com as REN, RIOMAR/UNIR as condições básicas
para as realizações das fases presenciais. No que diz respeito o
alongamento, salas de aula, material de apoio.
E da RIOMAR/UNIR?
Fornecer o material didático assim como disponibilizar o corpo docente em
parceria com a UNIR ou credenciados pelos Departamentos da Universidade.
Dicas
De acordo com a Portaria n.º 0106/GAB/SEDUC, os Acadêmicos do
PROHACAP, atuantes na educação infantil e 1ª a 4ª série do ensino
fundamental, foram dispensados 02 (dois) dias da semana no horário de
planejamento.
Professores atuantes 5ª a 8ª série do ensino fundamental e médio foram
dispensados no horário do planejamento escolar.
91
Diplomas
Não esqueça Professor Cursista, (Você é um Acadêmico da Universidade
Federal de Rondônia, portanto, qualquer documento será expedido pelo
DIRCA/UNIR, inclusive o seu DIPLOMA.
Guajará-Mirim Pedagogia 47 01
Pedagogia 06 01 A documentação acadêmica
Nova Mamoré encontra-se no Campus
UNIR/Guajará-Mirim.
A Coordenação do Curso é
em Guajará-Mirim.
Educação 31 01
Física
Geografia 40 01
Ariquemes Matemática 27 01
Letras 39 01 A documentação acadêmica
História 34 01 encontra-se no Campus
Pedagogia 79 02 UNIR/PVH.
Machadinho Pedagogia 18 01 A Coordenação do Curso é
Letras 27 01 em Porto Velho.
Total 06 999 24
Polo Porto Velho
95
trabalhos. Por exemplo: uma disciplina com carga horária de 60 horas poderia ser
dividida em 40 horas teórica e 20 horas de atividades práticas delegadas.
e) As disciplinas planejadas para cada módulo deveriam ser cumpridas para
não criar obstáculos ao programa.
f) O polo, tendo um mesmo curso em várias localidades, poderia proceder
com o sistema de rotatividade – isto é, em cada localidade um professor inicia e
termina a carga horária – após o término, esse mesmo professor deslocaria para
outra localidade.
g) Não seria possível a alteração dos módulos, com vistas ao adiantamento
de disciplinas de outros módulos.
h) Os locais para realização das aulas seriam nas dependências da UNIR,
tanto nos CAMPI do interior como na capital – sede. Entretanto, poderiam, ainda, as
aulas serem ministradas em dependências de escolas estaduais e municipais
quando, a cidade que seria oferecida a disciplina/curso, não tivessem estruturas
físicas da Universidade Federal de Rondônia.
i) Quanto aos professores, estes seriam designados pelos departamentos
acadêmicos para ministrar as aulas das disciplinas do PROHACAP. Entretanto, os
mesmos poderiam ser substituídos por motivo de força maior devidamente
constatado, sendo aprovado pelos conselhos competentes (CONSEPE ou dos
Departamentos). Além disso, as unidades departamentais deveriam dispor ainda, de
professores substitutos, visitantes e colaboradores para atendimento de qualquer
demanda que excedesse a capacidade de oferta de disciplinas pelos departamentos
envolvidos no programa, conforme estabelecido pela Resolução 302/CONSEPE/99.
j) Caberia à Pró-reitoria Acadêmica coordenar as atividades da Comissão
responsável pelo monitoramento acadêmico da qualidade e oferecimento das
disciplinas com vistas á preparação dos alunos para o provão do MEC.
Diante dessas recomendações, foi apresentado e desenvolvido o formato do
primeiro módulo, ou seja, o MODULO I – 2000, com Início - em 03 de Janeiro de
2000 e Término – em 12 de fevereiro de 2000. Assim foi iniciado o PROHACAP:
99
POLO JI-PARANÁ
Quadro 19 – Demonstrativo das cidades, cursos e numero de alunos do Polo Ji-paraná
No. Município Sede Cursos No. Alunos
01 Alvorada do Oeste Pedagogia A 56
02 Pedagogia B 57
03 Matemática 59
04 Pedagogia A 60
05 Jarú Pedagogia B 58
06 Matemática 57
07 Ji-paraná Pedagogia A 64
08 Pedagogia B 62
09 Pedagogia A 63
10 Pedagogia B 62
11 Ouro Preto do Oeste Pedagogia C 58
12 Pedagogia D 57
13 Matemática 61
14 Presidente Médici Pedagogia 58
Total 05 02 cursos – 14 turmas 832
POLO VILHENA
cursos e alunos: Ji-paraná (sede) 26%, Ouro Preto do Oeste 34%, Alvorada do
Oeste 15%, Jarú 20%, Presidente Médici 5%, os quais podem ser visualizados,
graficamente, a seguir:
Há que destacar que alguns dos municipios tais como Ji-paraná, Jaru,
Cacoal, aparecem em mais de um polo, pois havia cursos e turmas que, pela
peculiaridade do polo e da cidade, naquela localidade, sediava cursos de mais de
um Polo.
Cabe destacar que por intermédio da apresentação de gráficos e quadros
demonstrativos, pretende-se demonstrar a evolução do crescimento do Programa, a
cada etapa, em números, no tempo e no espaço.
113
POLO JÍ-PARANÁ
de Vale do Paraíso,
Teixeiropolis, Nova
União, Mirante da
Serra e Bolsas.
Pedagogia C - SEDUC – Ouro Preto do Oeste 55 51
estadual, Municipais
Vale do Paraíso e
Bolsas.
Pedagogia D - SEDUC – Ouro Preto do Oeste 55 48
estadual, Municipais
de Ouro Preto e Vale
do Anari.
Matemática U - SEDUC – Ouro Preto do Oeste 55 58
estadual, Municipais
de Ouro Preto, Vale
do Paraíso, Nova
União, Mirante da
Serra, Teixeiropolis e
Bolsas.
Pedagogia U – SEDUC – Presidente Médici 55 53
estadual,
SINTERO(Presidente
Médici), Município de
Presidente Médici.
Bolsas
TOTAL 14 05 770 780
Quadro 25 – Demonstrativo de distribuição de alunos por curso e turma – Polo Porto velho
CURSO TURMA CIDADE VAGAS ALUNOS
Geografia U – SEDUC e Bolsistas Porto Velho 55 55
História U – SEDUC e Bolsistas Porto Velho 55 54
Letras A - SEDUC e Bolsistas Porto Velho 55 58
Letras B – SEDUC e Bolsistas Porto Velho 55 51
Letras C – SEDUC e Bolsistas Porto Velho 55 57
Matemática U – SEDUC e Bolsistas Porto Velho 55 59
Pedagogia A – SEDUC e Bolsistas Porto Velho 55 57
Pedagogia B – SEDUC e Bolsistas Porto Velho 55 54
Pedagogia C – SEDUC e Bolsistas Porto Velho 55 57
Pedagogia D – SEDUC e Bolsistas Porto Velho 55 55
Pedagogia E – SEDUC e Bolsistas Porto Velho 55 54
Educação Física U – SEDUC – estadual, Ariquemes 55 41
municipios de Alto Paraíso,
Monte Negro, Cacaulandia,
Machadinho, Cujubim,
Theobroma e Itapua e
Bolsistas
Geografia U – SEDUC – estadual, Ariquemes 55 51
Municipios de alto Paraíso,
Itapua, monte Negro, Continua
Cacaulândia e Cujubim e
115
Bolsistas
Matemática U – SEDUC – estadual, Ariquemes 55 41
Municipios de Machadinho,
Itapua, Cacaulândia, Alto
Paraíso, Monte Negro e
Teixeiropolis e Bolsistas
Letras A – SEDUC e Bolsistas Ariquemes 55 48
Pedagogia A – SEDUC e Bolsistas Ariquemes 55 52
Pedagogia B – SEDUC – estadual e Ariquemes 55 53
municipios de Itapuã,
Cujubim, Alto Paraíso,
Cacaulândia, Monte Negro
e Bolsistas
História U – SEDUC – estadual, Ariquemes 55 47
Municipios de Itapua, Gov.
Jorge :Teixeira, Jarú,
Cacaulandia e Monte Negro
e Bolsistas
Letras U – SEDUC – estadual e Machadinho 55 55
Municipios de Vale do
Anari, Machadinho e
Bolsistas.
Pedagogia U – SEDUC – estadual e Machadinho 55 64
Municipios de Machadinho
e Vale do Anari e Bolsistas
Letras U – SEDUC – estadual e Jarú 55 56
Municipios de Theobroma,
Jarú, Vale do paraíso e
Governador Jorge Teixeira.
Geografia U – Municipal, SEDUC, Jarú 55 62
Bolsas
Geografia U – SEDUC – estadual, Ji-paraná 55 57
Municipios de Teixeiropolis,
Ouro Preto e Nova União e
Bolsistas
Educaçao Fisica U – SEDUC – estadual, Ji-paraná 55 58
Municipios de Jarú, Nova
Brasilandia, são Miguel,
Gov. Jorge Teixeira,
Theobroma, Ouro Preto e
Bolsistas
História U – SEDUC – estadual, Presidente 55 55
Municipios de Ouro Preto, Médici
Jarú, Presidente Médici,
Theobroma, gov. Jorge
Teixeira, Teixeiropolis e
Bolsistas
História U – SEDUC – estadual e Pimenta 55 53
federal, Municipios de Bueno
Colorado e Pimenta Bueno
e Bolsistas
Pedagogia U – SEDUC – estadual, Nova 55 65
município de Nova Mamoré Mamoré
e Bolsistas
116
POLO VILHENA
Chuinguaia e Bolsas.
Letras U – SEDUC e Municipios de Ouro Ji-Paraná 55 63
Preto, Nova União,Teixeiropolis e
Bolsas.
TOTAL 16 10 880 918
O PROHACAP II
PROHACAP II – 2002
POLO JÍ-PARANÁ
POLO VILHENA
Tomando por base Warde (1986), ela indica algumas das questões
implicadas na caracterização do professor leigo, tendo iniciado pela discussão dos
parâmetros que apoiam a própria definição do conceito de leigo, o que remete
também aos períodos migratórios para Rondônia, coincidindo com o início da
atuação de muitos desses professores.
Nesse sentido, considerou-se que o primeiro parâmetro a ser discutido foi o
do aspecto legal, para qualquer caracterização que se quisesse efetuar, pois a
legislação de ensino é que estabelecia as exigências para a formação do professor
e, por decorrência, para o exercício da docência.
Assim, considerando como ponto de partida o que a legislação define para o
magistério, constatou-se que o conjunto das peças que constituem a legislação de
ensino comportava imprecisões, indefinições, flexibilizações, além das famosas
disposições transitórias (de grande poder de permanência).
O exame da legislação exigiu indicativos que perpassaram pelos seguintes
aspectos: a) a regra a ser cumprida em qualquer circunstância, em relação aos
diversos graus de ensino, disciplinas, modalidades. Tal indicativo, necessariamente,
ofereceu duas referências: a formação específica a ser cumprida em cada caso e o
grau de ensino no qual essa formação seria oferecida; b) as variações admitidas
pela legislação, em nome de diferenças de caráter mais estrutural, sobre as quais
não se cogitava mudanças de curto prazo, mas que deveriam ser contempladas até
para que a regra pudesse ser universalizada, como, por exemplo, considerar
diferenças regionais de caráter cultural; c) as variações previstas na legislação, por
razões mais conjunturais, transitórias, que resultantes, principalmente, do impacto
inovador provocado pela própria legislação; sobre elas haveria que se aguardar uma
superação mais de curto ou médio prazo (por isso as disposições transitórias que
previam, com certa frequência, ações planejadas para que se atingisse a regra
universal).
Desses indicativos, resultou um corpo categorial que permitiu perceber não só
as distribuições quantitativas do número de professores qualificados e não-
qualificados(leigos), mas também indicar onde estes professores estavam
localizados, tanto em termos regionais, quanto em termos de redes de ensino.
140
para o total de professores do País e 58,6% entre os leigos que atuam no ensino
rural.
Ainda em termos numéricos e percentuais dos estados brasileiros, a presença
dos leigos foi marcante e constante, com exceção feita ao Distrito Federal que, em
1982, apenas para confirmar a regra, indicou a existência de um professor leigo; em
1981 havia quatro.
No mesmo ano de 1982, o estado com a maior presença de leigos era o
Ceará (47%); o Rio de Janeiro, com 1,4%, era o de menor presença. Além do Ceará,
estavam com mais de 40%, Rondônia (44,3%), Maranhão (43,3%) e Acre (41,3%).
Com um terço do seu professorado leigo encontravam-se Paraíba (38,2%), Pará
(36,9%), Roraima (32,3%) e Bahia (31,6%). Os de menores percentagens, além do
Distrito Federal e Rio de Janeiro, era Espírito Santo (3,3%), São Paulo (3,1%) e
Amapá (1,5%).
Destaca-se, no caso particular de Rondônia, que esta não foi uma situação
especifica dos anos 1980, pois esses números cresceram acentuadamente em
decorrência do processo de criação do Estado e sua consolidação, onde há
indicativos informais de que, em determinados municípios recém criados nos anos
1990, os índices de professores leigos chegavam à margem dos 80%.
No período de onze anos, entre 1971 e 1982, nacionalmente, assistiu-se à
redução do número de professores-leigos; contudo, no Nordeste, cresceu o número
destes em 2,5 vezes. No plano estadual, São Paulo multiplicou seu contingente e a
Bahia também aumentou, embora Santa Catarina e Goiás tenham promovido sua
redução.
Entre os anos de 1981 e 1982, aumentou o número de leigos em Rondônia
(conforme já mencionado anteriormente, esse número cresceu até a virada para os
anos 1990, o que explica os fluxos migratórios para Rondônia, ou estes como
responsáveis por esse aumento de índice), bem como nos estados do Amazonas,
Pará, Maranhão, Ceará, Paraíba, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, S. Paulo, Paraná,
Mato Grosso e Goiás e reduziu no Acre, Amapá, Roraima, Piauí, Pernambuco, Rio
Grande do Norte, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina,
Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.
144
Stahl (1986) pondera, em sua análise, que a ênfase dada por vários estudos e
ainda por textos legais à formação e ao aperfeiçoamento de professores mostrava
claramente que o problema do professor-leigo não era algo novo e nem recente,
mas que ganhava certa importância, pelo menos ao nível de discurso.
Portanto, a formação do professor-leigo, além de procurar responder às
necessidades específicas, dada sua complexidade, deveria considerar as múltiplas
variáveis intervenientes, especialmente as de caráter socioeconômico e cultural, pois
era visível e dava para se perceber que, de modo geral, esse segmento de
professores estava concentrado em locais de difícil acesso de zona rural, como por
exemplo, da Região Nordeste, em escolas unidocentes ou multisseriada da rede
municipal.
Constatou-se também que a distância dos centros urbanos, a falta de
transporte, a baixa renda, as duras condições de vida e de trabalho, foram fatores
intervenientes que levaram esses professores ao isolamento e desânimo, limitando
ou mesmo impedindo a frequência a cursos de formação e aperfeiçoamento
profissional e explicando, ao mesmo tempo, a alta taxa de evasão que costuma
ocorrer nos cursos dessa natureza.
A questão do isolamento coincide com a realidade pesquisada, que por vezes
não oferecia condições para a realização de estudos fora de seus municípios e, por
outros fatores pessoais e familiares. Porém, na questão frequência, provavelmente
pelo formato concentrado dos cursos do PROHACAP e pela necessidade de obter o
diploma de nível superior, o índice de evasão foi mínimo; ao contrário, as turmas
foram superlotadas com número excessivo de alunos.
148
ressalta-se que uma das preocupações de muitos educadores era com a crescente
desumanização da educação, em favor de um eficienticismo voltado para resultados
quantitativos e imediatos.
Como consequência, detectou-se a necessidade de estudos avaliativos dos
programas em desenvolvimento para corrigir possíveis falhas, determinar a
conveniência de sua continuidade e fornecer subsídios para o desenvolvimento de
outros programas. Como enfatiza Stone (1980),
(o que não foi diferente no Brasil, no período da ditadura militar e depois com a
ênfase nos Parâmetros Curriculares do ensino fundamental).
Passado o ímpeto revolucionário do estado, experimentou-se a intervenção
do Banco Mundial, revelando-se decisiva para o lançamento de uma rede de
Escolas Superiores de Educação, em um processo sustentado pelo forte poder
político.
Situação semelhante ocorreu no Brasil nos anos 1990, com a criação
incentivada dos Institutos de Educação Superior, para formação de professores,
especialmente contribuindo para o crescimento das redes particulares de ensino
superior, desencadeando assim programas de formação profissional de professores.
A década de 1980, foi marcada acentuadamente pelo movimento da
profissionalização em serviço dos professores, o que equivale a formação
continuada no Brasil. (de forma semelhante esse movimento marcou a década de
1990 no Brasil). Considerado como a explosão escolar, conduziu para o ensino uma
grande quantidade de pessoas sem as devidas ou as necessárias habilitações
acadêmicas e pedagógicas, provocando desequilíbrios estruturais extremamente
graves para a educação, o que equivale, nas devidas proporções, ao processo de
colonização do estado de Rondônia e o surgimento do elevado número de
professores leigos.
Diante dessa realidade, foi verificada, de forma convergente, a forte pressão
do poder político e do movimento sindical para remediar a situação com a criação de
programas relacionados à formação em serviço e profissionalização em serviço.
Esforços que, em termos gerais, não contribuíram para dinâmicas inovadoras na
formação de professores, nem do ponto de vista organizacional e curricular, nem do
ponto de vista conceitual; apenas algumas contribuições poderiam ter sido
estimulantes para as formações centradas na escola, com reflexos na perspectiva
profissional, porém não político-sindical, mesmo assim não se percebeu grandes
destaques.
Tais fatos não passaram de movimentos que reproduziram os anos 1970 com
visíveis interesses corporativos e que se revelaram como programas de grande
importância quantitativa e estratégica para o sistema educativo, tendo sido
percebida uma visão degradada e desqualificada dos professores e, de forma
acentuada, destacou-se a presença e o papel do estado no controle da profissão
153
Nesse contexto pode ser feita uma ponte entre o que se afirma aqui e o que
foi a realidade do processo formativo dos professores pesquisados, pois
praticamente a totalidade já dispunha de experiências construídas e consolidadas a
partir de suas práticas docentes. O que foi um ponto relevante para provocar e
requerer também mudanças nas práticas dos professores formadores.
Por outro lado, isso sugere a busca de uma formação continuada centrada no
cotidiano dos professores, no cotidiano da sala de aula, de acordo com a realidade
dos mesmos, enquanto equipe interna da escola, o que dá uma dimensão
participativa, reflexiva, ativa e investigativa aos professores e suas práticas.
Para Garcia(1997), chegou-se á conclusão de que a pesquisa didática havia
esquecido de uma das questões mais relevantes para a análise dos processo de
ensino: o conhecimento que os professores têm dos conteúdos que ensinam e do
modo como esses conteúdos são ensinados, ou seja, o que os professores sabem
sobre os conteúdos que ensinam, onde e quando adquirem esses conteúdos, e
como e porquê se transformam esses conteúdos durante a formaçao de professores
e, ainda, como é que devem ser utilizados no ensino concreto na sala de aula.
Além desses, quais os seus conhecimentos sobre os conteúdos ensinados; o
conhecimento pedagógico geral em particular sobre princípios e estratégia de gestão
e organização da turma ou da sala de aula; do conhecimento do currículo, dos
materiais e dos programas;
E, ainda, o que conhecem do conhecimento dos alunos e das suas
características; do conhecimento do contexto educativo, da sua realidade:
características dos grupos sociais, das comunidades da escola e fora dela, da
cultura escolar, dentre outros.
Em relação aos professores respondentes, se comparado o antes e o após o
PROHACAP, em que medida o contato com novas teorias lhes deram tais suportes,
ou apenas adquiriram conhecimentos e elevaram suas autoestima, para o
desenvolvimento de suas práticas? Essas questões poderão ser respondidas ou
esclarecidas na apresentação e análise dos resultados.
Do ponto de vista didático, o conhecimento de conteúdo pedagógico
representa uma combinação entre o conhecimento da matéria e o conhecimento do
modo de ensiná-la.
157
intrínseco, de algo especifico; o estudo instrumental, que pode ser tanto de um caso
especifico, como de casos múltiplos, ou um estudo coletivo de casos; e o estudo das
generalizações dos casos. E, ainda, nesse universo de perspectivas, destaca-se
que, a respeito dos critérios de seleção dos casos a estudar, “a investigação com
estudos de casos não é uma investigação de amostras”.
Araujo, et al, (2008), apoiados em vasta literatura, procuram demonstrar que o
enquadramento do estudo de caso no campo das pesquisas qualitativas há
controversas, por não haver consenso entre os pesquisadores.
Para Coutinho & Chaves(2002) se é verdade que na pesquisa em educação
de modo geral destacam os estudos de caso de natureza interpretativa/qualitativa,
não é menos verdadeiro admitir que há estudos de caso que se adequam de forma
combinada e com toda a legitimidade métodos quantitativos e qualitativos. É o caso
desta pesquisa, qualitativa predominantemente com recursos ao quantitativo.
Ainda na análise de Coutinho & Chaves (2002), o fato do pesquisador estar
pessoalmente envolvido na pesquisa dá aos planos de estudos qualitativos uma
forte marca descritiva, por isso a grande maioria dos pesquisadores considerar o
estudo de caso como sendo uma modalidade de plano qualitativo.
Entretanto, há também os que por outro lado, consideram e defendem que o
estudo de caso pode ser conduzido na perspectiva de qualquer um dos paradigmas
de pesquisa, indo do positivista ao critico, o que leva a indicar ser mais coerente sua
inclusão nos planos de pesquisa tipo misto. Isso leva a compreensão de que o
mesmo poderá então ser ou ter o caráter positivista ou interpretativo, dependendo
da opção filosófica do pesquisador.
Pensando ainda com Araujo, et al, (2008), para maior consistência dessa
perspectiva, há a consideração de que em educação tem-se tornado cada vez mais
frequentes os estudos de caso de natureza qualitativa, entretanto não se trata de
uma característica essencial desse tipo de pesquisa, pois ainda que não sejam muito
frequentes, podem ser realizados estudos de caso recorrendo a abordagens
preferencialmente de natureza quantitativas ou então de caráter misto, como o caso
desta pesquisa.
Por exemplo, tanto poderá ser um estudo de caso “o caso” de estudo de uma
escola ou de uma sistema educativo, ambos poderão dar importantes informações
de variáveis quantitativas de natureza demográfica, como número de alunos, faixas
167
Esta é uma etapa que também pode ser descrita e amparada com suporte
nos escritos de Ludke(1986), em que ela se refere também à autonomia do
pesquisador, e segundo, o que ela afirma, uma vez identificados os elementos-
chave e os contornos pertinentes ao problema, o pesquisador poderá iniciar a coleta
sistemática dos dados, utilizando instrumentos previamente estruturados, técnicas
variadas, onde sua escolha será determinada pelas características próprias do
170
Esta fase foi marcada por etapas longas e complexas e poderá ser explicitada
na perspectiva teórica de Ludke (1986), em que ela argumenta que já na fase
exploratória do estudo surge a necessidade de agrupar a informação, analisá-la e
torná-la disponível aos informantes para que manifestem suas reações sobre a
relevância e a precisão dos que está sendo relatado.
Esses dados preliminares, considerados como rascunhos de relatório,
poderão ser apresentados aos interessados por escrito ou serem elaborados em
forma de apresentações áudios-visuais. Esses procedimentos foram adotados após
um determinado período de permanência no campo de pesquisa, sendo agrupados
preliminarmente os dados para perceber sua consistência a partir do que vinha
171
indicando os dados.
No percurso da pesquisa, na digitação e no agrupamento dos dados foi
possível perceber que as fases não se completavam de forma regular, mas elas iam
acontecendo quase que em ritmo próprio cada um em seu momento, às vezes
avançando mais, às vezes menos, porém era permanente o confronto com a
realidade, entre teoria e a empírica.
A realidade desta pesquisa e a sua dinâmica foram de forma ímpar, cada
momento foi peculiar, desde a elaboração dos instrumentos de coleta, tendo
destacado como fatos mais marcantes o processo de coleta e depois o processo de
categorização e análise, os impactos e as surpresas foram inúmeras, o que
recomendou adequações e tomadas de decisão por parte do pesquisador.
Ainda que seja vista com certa reserva por muitos pesquisadores das ciências
da educação, a pesquisa quantitativa continua ainda relevante como um suporte
indispensável à construção do conhecimento sobre educação. Moreira (2006),
explicita como ela se constitui em relação aos seus fundamentos e suas práticas,
assim com base nessas perspectivas procuro explicar como ela poderá ser
identificada na pesquisa, ou seja, em que momento ela se fará presente, onde e
como ela se revela como um suporte para o qualitativo.
A opção por adotar prioritariamente esse autor se deve em função de que o
mesmo apresenta de forma clara, por outros vieses, dos habituais, dois focos
essenciais que, de forma objetiva, explicita a minha escolha por esse método nesta
pesquisa, ou seja, se revelam como duas lacunas na literatura; quais sejam: O
primeiro foco constitui-se na abordagem dos fundamentos dos métodos
quantitativos, numa espécie de contraponto “que se impõe face ao discurso
epistemológico frequentemente encontrado nas apresentações das metodologias de
tipo qualitativo”. O mesmo chama a atenção para a possibilidade de transferência ou
generalização do conhecimento “como uma qualidade imprescindível para que este
seja dotado de utilidade”, explicitando a preocupação dos métodos quantitativos em,
como assegurar a possibilidade dessa transferência. O segundo foco centra-se na
172
esperava. Muitos argumentavam não ter tempo ou até que não tinha interesse em
responder; 2) A segunda estratégia foi recorrer aos departamentos para solicitar que
em reunião própria pudesse ser explicado o questionário e a sua finalidade, o que
não foi possível na maioria dos departamentos; 3) A terceira estratégia foi o envio do
questionário, por e-mail, acompanhado de um texto solicitando a colaboração dos
colegas para a pesquisa, ou seja, para todos os professores constantes na relação
que haviam ministrado aulas nos cursos do PROHACAP. Para alguns, o envio foi
por solicitação própria do respondente, por ser uma opção para responder por via
eletrônica. Por essa via o retorno foi mínimo também, tendo sido enviado e-mail para
aproximadamente 120 (cento e vinte) professores, tendo recebido de volta
aproximadamente 15 (quinze) questionários respondidos; 4) A quarta estratégia foi o
envio direto para os campi em envelopes direcionados para as coordenações. O que
também não apresentou retorno significativo. Por isso ter sido um processo de corpo
a corpo e de convencimento, junto a muitos professores, numa ação pessoal do
pesquisador. Nesse processo de coleta, o retorno mais expressivo foi este da
estratégia 1 do contato direto do pesquisador com o respondente. Após o
recebimento dos primeiros 25 questionários, com base nas respostas e nos
comentários dos respondentes, foi considerada como a etapa de validação do
questionário, tendo sido percebida a inadequação de algumas questões, o que
provocou a reestruturação do instrumento, sendo reduzido o número de questões de
12 para 8. Feito isso, foi reiniciado o processo de coleta, tendo recebido de volta
mais 38 questionários respondidos, após um longo período de espera e de
insistência do pesquisador. Houve muitas resistências para responder, por questões
de opinião em relação ao programa e em alguns casos também por críticas ao
formato do instrumento. Porém, em muitos desses casos, não havia o comentário
sobre a inadequação das questões.
4º. Passo – Após o recebimento dos questionários respondidos, tanto manual
quanto digital, foram adotados os mesmos procedimentos de tratamento dos dados
dos questionários dos professores-alunos, já descritos.
Porém, a diferença foi que em função do número reduzido de respondentes,
as respostas não foram categorizadas e nem inseridas no programa estatístico. As
mesmas foram analisadas de forma direta, manual, sem o auxílio de programa
estatístico, sendo distribuídas apenas em dois níveis: o das respostas favoráveis às
185
5.1.1 Sexo
5.1.2 Idade
estado de origem e na região a que pertencia cada estado, por considerar que daria
maior densidade e consistência aos dados e melhor compreensão da origem dos
professores.
ϮϯϮ
ϮϱϬ
ϮϬϬ
ϭϯϮ
ϭϱϬ
ϭϬϬ
ϭϬϬ ϲϵ
ϱϭ
ϱϬ
Ϭ
ƐƉşƌŝƚŽ DŝŶĂƐ WĂƌĂŶĄ ZŽŶĚƀŶŝĂ ^ĆŽWĂƵůŽ
^ĂŶƚŽ 'ĞƌĂŝƐ
Em relação à Região Norte, da qual Rondônia faz parte, fica em último lugar
em registros de migrantes, pois do próprio estado existe o maior percentual de
respondentes, ou seja, dos 175 respondentes da região, 132 são de Rondônia,
ocupando 15,8%, dos 20,9% do total de respondentes. Assim se isolados a
frequência e o percentual de Rondônia, teremos somente 43 respondentes dos
demais estados da região norte o que corresponderá a 5,1% dos respondentes.
Destaca-se que dos Estados do Amapá e Roraima não há registros de migrantes
para Rondônia, dos professores pesquisados.
199
ϴϳ
ϵϬ
ϴϬ
ϳϬ
ϲϬ
ϱϬ ϰϰ
ϰϬ ϯϭ ϯϭ
ϯϬ Ϯϱ Ϯϱ ϮϮ Ϯϭ
ϭϳ ϭϰ ϭϱ
ϮϬ ϭϯ ϭϭ ϭϭ
ϲ ϵ ϲ
ϭϬ
Ϭ
Ϯϱ
Ϯϱ
ϮϬ
ϭϲ
ϭϱ ϭϯ
ϭϬ
ϲ
Ϭ
ůƚĂĨůŽƌĞƐƚĂ ĂĐŽĂů EŽǀĂƌĂƐŝůąŶĚŝĂ ZŽůŝŵĚĞDŽƵƌĂ
Polo Vilhena
Ϯϵ
ϯϬ Ϯϱ
Ϯϱ ϮϮ ϮϮ
ϮϬ ϭϲ
ϭϯ ϭϯ
ϭϱ ϭϭ
ϭϬ
Ϯ ϯ
ϱ
Ϭ
entre o modo como veio e com quem veio, por exemplo: no primeiro caso - vim com
meus pais; acompanhando os pais – respostas muito frequente. No segundo caso –
de pau-de-arara com meus pais; vim de caminhão com minha família.
Essa questão ficará mais explícita e melhor compreendida, quando for
discutido o motivo pelo qual veio para Rondônia, pois fica muito forte a presença da
família e/ou do interesse da família, por isso o modo como veio e por que veio para o
eldorado estarem tão interligados.
Pela quantidade de registros, tanto em uma situação como na outra, foram
desdobradas e consideradas como categorias distintas, para análise, dentro do
contexto de “como veio”, o que será visto e discutido após o gráfico a seguir.
vindo com familiares, tendo como indicadores: com os pais, com a família, com o
esposo, com o irmão.
Tal procedimento se deu em função de que o meio de transporte aparece mas
não em todas as respostas e quando aparece indica ter vindo “com os pais ou com a
família”. Além de caracterizar o meio de transporte, nas respostas estão muito
presentes três aspectos: o modo como veio, com quem veio e por que veio, então foi
feito o desdobramento das respostas nesses três níveis, tornando-se questões
distintas.
Foi muito expressiva a quantidade de respostas no formato – vim com a
família, o que indica com base em outras respostas, de que eram crianças e
adolescentes que para eles o “com quem veio” está muito mais presente do que
“como veio”, por isso ter ganhado o destaque como uma categoria, ainda que sejam
respostas subjetivas elas ganham destaque como registro das histórias de vida
desses professores. Esta foi então considerada como categoria 1, obtendo 234
registros, equivalendo a 28% do total de respondentes.
Não importando ter vindo de pau-de-arara, de caminhão ou ônibus, está muito
presente a indicação da família como referência, especialmente aqueles que eram
crianças, adolescentes ou mesmo adultos, em particular as mulheres que vieram
para acompanhar a família, o marido. Essa foi de todas as questões a com o maior
índice de não informado.
Com isso, a próxima questão ganha grande destaque na pesquisa, pois os
motivos pelos quais vieram demonstram manifestações do sonho pela propriedade,
de ter terra própria, significando na maioria dos casos oportunidade para melhorar
de vida, daí ter ganhado destaque dois aspectos, “sonho” e “oportunidade”.
Na categoria 2, ganharam destaque duas palavras-chave: pau-de-arara e
caminhão de mudança, para caracterizar o meio de transporte “caminhão”, ambos
indicando ser um tipo de transporte coletivo, normalmente utilizado para transporte
de trabalhadores e, no caso de Rondônia, foram adaptados e utilizados para
“mudança” e transporte de várias pessoas ou familiares no processo migratório.
Destacam-se outros meios ou modo de transporte que foram citados nas
respostas: De pau-de-arara (caminhão ou caminhonete, adaptados para o transporte
coletivo de pessoas); transporte coletivo (não indicado o tipo de veiculo, mas supõe
ser um desses adaptados, não convencionais); caminhão de mudança; caminhão
convencional; caminhão boiadeiro (este é um tipo de caminhão com carroceria
211
elevada, utilizado para o transporte de animais, que por se tratar de uma carroceria
alta, pode ter sido utilizado para transportar a mudança). Essa foi uma categoria que
recebeu um número relativamente elevado de respostas com 81 registros, o que
equivale a 9,7% dos respondentes.
A categoria 3, caracterizada pelo meio de transporte “ Ônibus” foi destacada
em relação a categoria anterior, para diferenciar os tipos de transporte coletivos
convencionais e os adaptados para transporte de passageiros, alguns deles
considerados clandestinos, destinados para transportes de mudança, ou de carga,
que foram utilizados pelos migrantes para deslocarem de seus locais de origem para
Rondônia. Essa categoria recebeu 84 registros, representando 10,8% do total de
respondentes.
A categoria 4, considerada como “Outros”, foram agrupados outros meios de
transportes destacados em menor proporção, tais como: navio, barco, carro próprio,
avião – por considerar como meios de transportes diferenciados dos citados
anteriormente, caracterizados como transporte mais individualizado e para quem,
supostamente, teria melhores condições financeiras para sua migração, como por
exemplo carro e avião.
Foi uma opção do pesquisador desdobrar as respostas e agrupá-las em
universos menores, no sentido de valorizá-las ao máximo dando uma visão geral
desse universo da diversidade do modo como chegaram esses professores
migrantes em Rondônia. Essa categoria com 22 indicações, representou um
percentual de 2,6%, dos respondentes, portanto, bem baixo, em relação as
categorias anteriores, pois, se somadas as outras categorias de transportes, chegam
a 21,5%, o que vem a confirmar a utilização de transportes alternativos em larga
escala.
Optou–se também por identificar como categoria 5, os respondentes que já
moravam aqui, que se identificaram como sendo de Rondônia, já moravam em
Rondonia. Esses registros foram considerados com apenas 14 respostas,
representando 1,7% dos respondentes
Foi considerada como categoria 6, Não informado, o índice de respondentes
que não responderam a essa questão, com 394 registros, equivalendo a 47% das
respostas, o que significa próximo dos 50%, um número bastante elevado.
Entretanto esse número deixa de ser tão expressivo se descontados os
respondentes naturais do estado, que somam 132 respondentes, esse número cai
212
para 276, migrantes, significando 33% dos respondentes. Foi a questão com o
índice mais elevado de não-respondentes de todo o questionário.
A seguir, serão apresentados os dados dos motivos pelos quais vieram para
Rondônia, entrando no universo das respostas qualitativas, dependentes,
intercaladas com as quantitativas, independentes, assim a pesquisa vai se
encorpando, pois, além dos dados de caracterização dos sujeitos respondentes,
possibilita, a partir desse momento, perceber, de forma mais evidente, a voz dos
professores por meio de suas respostas opinativas e/ou descritivas, demonstrando
as relações quanti-qualitativas na pesquisa; aparece aqui a opinião dos
respondentes.
300 270
232
250
200 165
150 103
100
31 34
50
0
Em busca de Em busca de Para Para ser Outros Não
terras melhoria de acompanhar professor informado
vida a família, os
pais
465
500
450
400
350
300
250
200 140
150 64
100 49 51 45
50 7 7 7
0
284 276
300
238
250
200
150
100
26
50 11
0
SEDUC Sec. Sindicato Mais de uma Não
Municipal Instituição Informado
considerado pelo pesquisador como relevante esse destaque, mesmo com apenas
20 indicações, representando 2,4% dos respondentes.
Semelhante a essa categoria, optou-se por destacar também aqueles
respondentes que indicaram ter mais de um vinculo, caracterizando assim a
diversidade dos vínculos desse professores que atuavam no sistema de ensino em
Rondônia. Essa situação de mais de um vinculo empregatício ou funcional, muito
comum no estado de Rondônia, trata-se de ter vinculo com o estado e com o
município onde mora, com contratos emergenciais ou aqueles de 40 horas com uma
instituição e 20 horas com outra; seja por necessidade das instituições ou por
necessidade de complementação salarial, financeira.
A indicação municipal/estadual ou estadual/municipal foi marcante em
praticamente todas as respostas, registrando-se apenas três indicações diferentes,
uma municipal/particular, uma estadual/federal e uma estadual/particular. Nessa
categoria, registrou-se 62 indicações representando 7,4% dos respondentes, o que
não é um número expressivo, porém mereceu destaque, pois nesses casos o(a)
respondente acabou tendo apoio de duas instituições para realização de seu curso.
Foi registrado, ainda, que, em seis questionários não foi respondida esta
questão, portanto 06 registros de não informado, no universo das respostas.
250 231
193
200
156
150 119
100
60
45
50
14 17
ϰϳϭ
ϱϬϬ
ϰϱϬ
ϰϬϬ
ϯϱϬ
ϯϬϬ ϮϮϴ
ϮϱϬ
ϮϬϬ
ϭϱϬ ϴϱ
ϭϬϬ ϮϬ ϯϭ
ϱϬ
Ϭ
390
400
350
300
250 179
200 115
150 69
100 38 44
50
0
por gostar da profissão; um sonho; carisma: por falta de opção; por vontade dos
pais; por necessidade de ocupação. Aparecem a família e a questão do sonho,
como elementos determinantes de suas escolhas.
A segunda categoria evidenciada nas respostas foi o aspecto “Financeiro”, já
comentado antes do quadro demonstrativo, a qual obteve 69 inferências
representando 8,3% dos respondentes. Foram manifestações diretas, porém o
aspecto financeiro, como fator da opção ou do motivo para se tornar professor, está
presente em muitas outras respostas como desdobramento do motivo principal,
colocando o financeiro em segundo plano, em respostas conjugadas, por isso ou
aquilo e também pelo financeiro.
Percebe-se que de alguma forma as respostas relacionadas ao financeiro, por
mais diretas que elas estejam, indicam uma relação de necessidade pessoal, familiar
ou profissional. As respostas revelam ter havido uma razão motivada por uma
necessidade, seja pessoal, profissional, ou da localidade. O que poderá ser
confirmado na categoria a seguir.
Com a maior evidência de respostas, a Terceira categoria “Profissional”, com
390 registros, representa 46,7% dos respondentes. A mesma foi definida em meio a
um conjunto de respostas aproximadas, perpassando por manifestações das razões
pelas quais ingressou no sistema público de ensino, entendidas como razoes
profissionais, tais como: por vocação; por necessidade de ter emprego e/ou
estabilidade; pelo desejo de ter uma graduação; pela oportunidade de trabalho; para
ter uma profissão; por opção de trabalho e oportunidade de emprego e estudo.
As opções ficam divididas. Percebeu-se, de acordo com os dados, que a
adesão desses professores ao sistema público de ensino, em grande parte, não foi
efetivamente pelo desejo de serem professores e sim por questões circunstanciais
e/ou por necessidade da localidade, especialmente os que não tinham magistério e
nem graduação, portanto se tornaram professores “leigos”, para depois então se
constituírem professores-“habilitados”.
São fortes as evidências de oportunidade e necessidade de trabalhar,
destacando mais uma vez suas historias de vida pessoal e profissional, por ângulos
diferentes e em momentos diferentes. Há respostas que revelam a verdadeira
trajetória desses professores; isso vai delineando também a construção da
identidade desses professores.
233
342
350
300 225
250
200
150 86
100 36 35 40 42 22
50 7
0
mesma forma, apareceu uma resposta que chamou a atenção, a de alguém que
indicou trabalhar com assessoria pedagógica. Nessa lógica e na perspectiva de
formação do programa, poderia então ser considerado como “assessor leigo”.
A categoria 5, “Educação Física e afins”, destacou-se no âmbito das
respostas, pelo número de referências a essa disciplina, seja individual ou agrupada
com outras disciplinas. As respostas indicavam de forma específica a disciplina de
Educação Fisica e/ou esportes e em outras indicavam trabalhar com Educação
Física e outra disciplina, afim ou não, como sociologia, artes, religião, daí considerar
a ênfase na resposta Educação Física, que vinha como destaque inicial da resposta,
ganhando assim uma especificidade de categoria, com um índice de 43 registros,
representando 5,1% dos respondentes.
Nesse caso, acentua-se ainda mais o ecletismo de alguns desses
professores, pois trabalhar com Educação Física requer habilitação especifica, logo
estaria atuando em áreas diferentes; Educação Fisica, esportes e outras, sem
necessariamente serem afins com a área. Em algumas respostas indicaram somente
Educação Fisica, em outras, “agora” com Educação Fisica, o que significa ter
trabalhado com outras disciplinas, anteriormente, e, por alguma razão, foi designado
para atuar com essa disciplina.
A categoria 6, “Várias disciplinas e áreas” com 225 registros, correspondendo
a 26,9% dos respondentes, o que significa um número expressivo de respostas. Foi
identificada no processo de tratamento dos dados, com ligeira semelhança com a
categoria 3, relacionada com o Ensino fundamental e/ou médio, porém, o que as
diferencia, é que no caso da primeira tinha a especificidade de disciplina por área
e/ou nivel de escolaridade, e, nesta, a diferença está na atuação com várias
disciplinas e em áreas diferentes, ou seja: Ensino fundamental de 5ª. a 8ª. e/ou
Médio, com disciplinas de áreas diferentes.
Essa é a categoria que indica o maior índice de ecleticidade dos
respondentes, diante das diversas áreas indicadas e os focos de atuação dos
professores pesquisados, os quais tinham uma atuação efetivamente polivalente em
suas escolas. Por um lado, demonstra uma experiência diversificada e, por outro, ao
buscarem suporte teórico, essa relação prática-teoria-prática ganha mais sentido,
pois os professores-alunos passam a ver e dar outro sentido às suas práticas a partir
das teorias estudadas e assimiladas, daí a necessidade dessa formação especifica
238
para uma melhor qualidade de ensino. Tinham que fazer fazendo; isso ganha
sentido na pesquisa, o caráter da formação e profissionalização desses professores
“leigos ecléticos”.
Também ganhou destaque como categoria 7, a atuação especifica com a
“Educação Especial”, mesmo com apenas 7 registros representando menos de 1%
dos respondentes, dada sua especificidade no contexto das escolas. Mesmo assim,
ela não aparece como resposta especifica, vem também em conjunto com outras
áreas de atuação dos professores, no contexto do ecletismo, revelando que também
não era ministrada por especialistas habilitados, e sim por professores que tinham
afinidade com essa área de atuação, atuando, portanto, com esta e com outras
disciplinas.
“EJA – Educação de Jovens e Adultos e Outras”, com 86 registros,
representando 10,3% dos respondentes, foi identificada como categoria 8,
representando o conjunto das demais respostas que surgiram de forma isolada,
indicando disciplinas ou áreas especificas de atuação, com poucas registros, porém
o conjunto dessas respostas agrupadas ganhou expressão. Foram então
consideradas nesta categoria as seguintes áreas e disciplinas: EJA, língua
portuguesa, Artes, Matemática, Historia, Geografia, Química, Multimeios, Biblioteca,
Laboratório de Informática, Educaçao religiosa, TV Escola, Inglês.
Todas essas áreas ou disciplinas apareceram em sua maioria nas respostas,
de forma agrupada com outras disciplinas, porém aqui elas aparecem destacadas,
como disciplinas e áreas do universo eclético de atuação do professor respondente,
tendo se destacado o maior número de registros para língua portuguesa ou
português e geografia. Enfim, foi percebida essa atuação eclética em praticamente
todos os segmentos de ensino e disciplinas básicas do currículo escolar, em três
formatos: atuavam com uma mesma disciplina em níveis de ensino diferentes;
atuavam com disciplinas diferentes, no mesmo nivel de ensino; E, ainda, atuavam
com disciplinas diferentes em níveis de ensino diferentes.
Por fim, representando 2,2% dos respondentes, apareceram 22 questionários
sem informações nessa questão.
239
Esta questão no contexto da pesquisa pode ser considerada como uma das
questões de grande relevância, pois permite perceber o fio divisor das relações com
o PROHACAP e das contribuições do mesmo para a profissionalização docente, a
partir das percepções dos respondentes, de como eles se viam antes do programa e
como eles passam a se perceber depois.
Portanto, remete e discute diretamente os aspectos da atuação e formação
profissional desses professores, pois foi assim que se deu o processo de atuação
dos mesmos; primeiro foram ser professores e depois se tornaram professores
habilitados.
A mesma tem caráter dependente e qualitativa, dada as características das
respostas livres, as quais por ter sido muito abrangentes e muito parecidas em seus
sentidos, foram sub-divididas em três blocos de respostas, tornando-se assim as
categorias para análise.
O primeiro, com maior número de registros concentrou-se nas palavras-chave
“com limitações e dificuldades” , indicando como se dava a prática desses
professores. Por limitações e dificuldade considerou-se uma série de fatores
relacionados a questões de formação, pessoais e institucionais.
O segundo, ao contrário, foram manifestações em torno das palavras-chave
“sem dificuldades” ou “como normal”. Nessas respostas, os professores ainda que
tenham convivido com dificuldades, externam certo otimismo de “botar a mão na
massa”, afirmando terem algum domínio do que faziam, destacando suas iniciativas,
atuações com comprometimento, participação, dentre outros que serão destacados
na análise.
No terceiro bloco, as manifestações, em menor proporção, foram opinativas,
consideradas como “Opiniões abertas com ressalvas”, respostas abertas e livres.
Ainda como categoria os questionários “não informados”, de não respondentes.
Nesse conjunto de respostas, pretende dar a dimensão de como funcionavam
as escolas e como atuavam esses professores, além de retratar a verdade da
realidade vivida e construída por eles, como história de suas práticas docentes.
Os resultados poderão ser visualizados no gráfico a seguir, bem como na
análise em seguida.
240
ϰϰϱ
ϰϱϬ
ϰϬϬ
ϯϱϬ
ϯϬϬ Ϯϯϱ
ϮϱϬ
ϮϬϬ
ϭϱϬ ϵϱ
ϲϬ
ϭϬϬ
ϱϬ
Ϭ
ŽŵůŝŵŝƚĂĕƁĞƐĞ ^ĞŵĚŝĨŝĐƵůĚĂĚĞƐ KƉŝŶŝƁĞƐĂďĞƌƚĂƐ EĆŽŝŶĨŽƌŵĂĚŽ
ĚŝĨŝĐƵůĚĂĚĞƐ ĐŽŵƌĞƐƐĂůǀĂƐ
350 312
300
250 207
200
150
72 84
100 62 59
26 13
50
0
aquele seria o momento ímpar na vida da maioria dos respondentes, perder aquela
oportunidade significaria ficar sem fazer um curso em nivel superior.
Outra evidência marcante, como categoria 2, foi a manifestação de
reconhecimento da “necessidade de conhecimento e de habilitação em nível
superior”. Tais respostas deixaram ainda mais explicito o sentido de aproveitar a
oportunidade, pois como professores já atuantes e sem habilitação, aquele seria o
momento para o aperfeiçoamento profissional. As respostas indicaram como motivos
para cursar o PROHACAP: “a necessidade de conhecimento”, a necessidade de
habilitação em nível superior, a busca de conhecimento e a necessidade do
aperfeiçoamento profissional.
Esses destacaram-se como os motivos principais, e que não são pequenos,
mas mais significativos para eles, o que vem reforçar as respostas de questões
anteriores, especialmente a do por quê fazer o PROHACAP. Esse item revelou o
grupo de respostas mais expressivo dentro da questão, com 312 registros,
significando 37,4% dos respondentes, portanto confirma o reconhecimento da
necessidade do aprimoramento profissional.
Por se tratar de questão aberta, foi muito comum respostas com
complementos, ou com mais de uma razão, porém como critério para melhor
explicitar a opinião do respondente, foi considerado o termo onde demonstrava
maior ênfase da resposta.
A categoria 3, ganhou destaque pela quantidade de emprego do termo
“Sonho”, expressando o desejo de fazer, o mito, a fé, com 72 manifestações
representando 8,6% dos respondentes. Em grande parte das respostas, os
respondentes demonstram o grau de felicidade e de satisfação por estarem
realizando um curso em nível superior, algo que era desejado, mas que parecia, em
alguns casos, inatingível, porém, havia o sonho de um dia poder fazer, de um dia
entrar na universidade, daí surgiu a oportunidade da formação profissional, o
PROHACAP. Em muitos casos esse termo veio associado a grande oportunidade de
realizar um sonho.
Esse termo “sonho” é bastante utilizado também no âmbito do
“Empreendedorismo”, como algo que se busca, ou seja, empreendedor é aquele que
busca realizar seus sonhos, aproveitando a oportunidade e usando de criatividade,
torna o sonho em ação e desta ação colhe resultados. Assim, o sonho, como um dos
245
pilares do empreendedorismo, significa algo muito próprio de cada pessoa, por isso,
viabilizar ou concretizar seu sonho, se torna significativo tanto quanto o tamanho do
seu sonho, as vezes sonhado ainda quando era criança. Então, aproveitar a
oportunidade de cursar o nível superior foi um fato de grande realização pessoal.
Há, entretanto, em algumas manifestações, o tom de “era o meu sonho, mas
não era esse o curso”, demonstrando certa contradição entre o sonho e a
oportunidade, “foi a oportunidade, mas o curso dos meus sonhos não era esse”, ou
seja, há quem afirma que tinha um sonho em relação a um determinado curso, mas
acabou fazendo outro para não perder a oportunidade de estar em uma
universidade, cursar um curso em nível superior, mas que acabou por gostar do que
estava fazendo, portanto não foi o sonho sonhado, mas foi a oportunidade de
realizar um sonho – entrar na universidade.
A categoria 4, “Por exigência legal”, com um índice de 62 registros,
representando 7,4%, se revelou dentre outras manifestações como razões para
cursar o PROHACAP, só que de forma mais fria, não necessariamente relacionadas
com a satisfação pessoal e sim com certo grau de indiferença, de caráter mais
circunstancial, com certa formalidade, pelo fato de ter sido por uma obrigatoriedade
legal, demonstrando ter sido a partir de uma exigência legal a oportunidade da
realização profissional.
Outro grupo de respostas que se destacou, como categoria 5, foi o de “Mais
de um motivo” com 59 manifestações, representando 7,1% dos respondentes. Essas
foram respostas em que indicavam ou comentavam na mesma resposta mais de um
motivo, os mais variados, os quais, isolados, se tornariam desprezíveis, porém,
agrupados, se tornaram relevantes, pois revelam que esses respondentes estavam
muito satisfeitos, identificavam mais de um motivo para realizar seu curso.
A categoria 6, “Ser um curso de férias”, mesmo com um número relativamente
baixo de registros, com 26 manifestações, representando 3,1% dos respondentes,
chamou a atenção, por considerar este um elemento facilitador ou determinante para
realizar o curso, pois, provavelmente, não o faria se fosse em outro tempo.
Assim, o fator determinante está no modo de realização e de oferecimento e
não pela exigência legal. Destacam alguns deles como fatores principais: ser em
período de férias e nas localidades onde moram, o que facilitou e possibilitou realizar
o curso, para grande parte dos professores.
246
6.1.2 Se cursou o curso do seu real interesse ou gostaria de ter feito outro
ϰϵϵ
ϱϬϬ
ϰϱϬ
ϰϬϬ
ϯϱϬ Ϯϱϳ
ϯϬϬ
ϮϱϬ
ϮϬϬ
ϭϱϬ ϱϵ
ϭϬϬ ϭϴ
Ϯ
ϱϬ
Ϭ
^ŝŵ EĆŽ /ŶĚĞĐŝƐŽŽƵ EĆŽ͕ŵĂƐ EĆŽ
ƐĞŵŽƉŝŶŝĆŽ ŵƵĚŽƵĚĞ ŝŶĨŽƌŵĂĚŽ
ŽƉŝŶŝĆŽ
Isso remete a algumas questões básicas: esses professores que não fizeram
o curso do seu real interesse estão satisfeitos com o que fazem - em serem
professores? Ou estão na docência por questão de que já estavam e com o curso
superior seria interessante permanecer?
Houve na seleção dos dados a categoria 3, dos “Indecisos ou sem opinião”
com apenas 02 registros, correspondendo a 0,2% dos respondentes. Poderia ter
sido desconsiderada, porém o tipo de respostas - Não sei dizer ao certo, porque hoje
gosto muito do que faço - chamou a atenção - confirma estarem satisfeitos com o
que fazem.
A categoria 4, foi destacada pelo formato das respostas, foi a do “Não, mas
mudou de opinião”, com 59 registros, significando 7,1% dos respondentes. Essas
manifestações poderiam ser agregados a categoria do “Não”, porém, as respostas
ganharam um diferencial em relação as demais respostas negativas, ou seja, não
fez o curso que gostariam, mas se sente realizado ou satisfeito com o que está
fazendo, descobriu que tem afinidade com o curso.
Como categoria 5, os não informado, em 18 questionários não houve
respostas, portanto 2,2% dos respondentes não manifestaram suas opiniões.
436
450
400
350
300
250
200
150 95 94
51 52 66
100 41
50
0
755
800
700
600
500
400
300
200
39 41
100
0
Sim Não Não Informado
350 307
300
250
177
200
150 114
78 84
100 41 34
50
0
formado por uma universidade, demonstra buscar mais qualidade para o fazer
pedagógico e para o seu desempenho profissional, dando assim a possibilidade de
visualizar o amadurecimento desses professores em relação aos seus focos
pessoais e profissionais, além de perceber a construção da trajetória acadêmica
desses professores, a partir dos dados e de suas manifestações.
A partir das histórias de vida de migrantes; da entrada no PROHACAP e das
manifestações de interesse em aprofundar estudos, em grande parte por meio de
pós-graduação, demonstra um grande salto para a compreensão da formação e
profissionalização desses professores que de leigos estão chegando as pós-
graduações nos níveis de “Latu e Stricto Sensu”; isso significa um salto expressivo
na formação profissional, isso muda a história de suas atuações profissionais.
Também ficou explícito nas respostas que ao afirmarem que queriam
aumentar os conhecimentos, ou que seria por necessidade de aprimoramento
profissional, estavam se referindo que já cursaram, ou que pretendiam cursar pós-
graduação. Outra manifestação que chamou a atenção, agregada à necessidade de
aprimoramento profissional, foi a de se aperfeiçoar para melhor atender os alunos,
para melhorar a atuação em sala de aula, para poder participar melhor das decisões
da escola.
A categoria 3, com 15 registros, representando 1,8% dos respondentes, teve
respostas próximas da categoria um, razões pessoais, porém com o foco mais
concentrado em “vontade de ter mais de um curso”.
Nessas respostas, sugeria dois olhares: o primeiro, de que os respondentes
estavam se desafiando na busca de mais conhecimento, sentiam necessidade de
aprimorar profissionalmente; e, o segundo, de fazer mais um curso como uma
satisfação pessoal, de realização pessoal, indicando ter sido tão bom ter cursado
uma graduação para consolidar suas experiências práticas, que um curso só era
pouco, daí a busca por outros cursos.
Houve a demonstração do interesse em cursar mais de um curso, e por vezes
afirmaram querer fazer uma pós e mais uma graduação, ou, ainda, que deseja fazer
mais de uma pós. São várias as manifestações de respostas também de que já
cursaram uma ou mais pós.
Contrapondo essas demonstrações de interesse em cursar outros cursos, a
categoria 4, foi de que “não tem interesse, já possui outros cursos”. Com 15
259
A partir daqui será o ponto de partida, o fio divisor, para se perceber quem
são esses professores antes e após o PROHACAP. De acordo com os dados
obtidos este tópico está subdividido em 05 (cinco) categorias, indicando aspectos
favoráveis; aspectos favoráveis com ressalvas; aspectos de indiferença; aspectos
opinativos e os não informados.
O destaque está no sentido positivo da respostas favoráveis, com maior
número de registros, em torno das seguintes manifestações, a respeito do
significado dessa transposição: orgulho, conquista; realização de um sonho; sair da
insignificância, de coadjuvante; agora posso sonhar com mestrado; uma honra, pois
ser professor leigo no século XXI estava sendo uma vergonha; tudo na minha
carreira; grandeza da autoestima; avanço profissional; melhoria financeira; aumento
de conhecimento; busca de oportunidades; valorização profissional; reconhecimento
social de formado; mais dignidade e mais respeito; melhoria do desempenho
pedagógico; dentre outras afins e semelhantes.
Os demais grupos de respostas foram manifestações pouco expressivas, mas
que justificaram ser consideradas como categorias, pois elas, ainda que em menor
proporção, refletiram o pensamento e o sentimento dos que responderam de uma
forma diferente, ou seja, favoráveis, mas com ressalvas; de forma indiferente – tanto
faz; com ponderações ou de forma opinativa e ainda os não informados. Ainda que
em desproporção numérica, dá o equilíbrio entre as respostas e dá sentido à
pesquisa. O que poderá ser visualizado no gráfico a seguir, tendo na sequência a
análise desses dados.
262
687
700
600
500
400
300
200
56 67
100 14 10
0
Aspectos Aspectos Aspectos de Opiniões Não
favoráveis favoráveis indiferença abertas informado
com
ressalvas
723
800
700
600
500
400
300
200 11 36 9 56
100
0
Ainda que a maioria das respostas desta categoria tenha um tom evasivo,
elas deixam também uma pista de considerações favoráveis, de que tenha havido
alguma contribuição, só que nem todos falam abertamente reconhecendo ter havido
uma mudança em sua atuação profissional após a realização do PROHACAP.
Destacaram algumas manifestações de que se sentem capazes e responsáveis
pelos processos de transformação dos quais eles fazem parte como sujeito.
Como categoria 4, foi identificado um pequeno grupo com 9 registros,
significando 1,1% dos respondentes, os quais afirmaram “Não está atuando”,
correspondendo a pessoas aposentadas ou técnicos administrativos que cursaram
os cursos como beneficiários ou bolsistas do programa, cursavam mas não atuavam
em sala de aula antes do PROHACAP. Nesse caso, mesmo não estando em sala de
aula, reconhecem ter melhorado profissionalmente, ter adquirido mais conhecimento.
Portanto, nesta questão, somente em uma categoria houve manifestação de
considerações desfavoráveis, logo há o reconhecimento em maioria expressiva de
que após o PROHACAP houve mudanças significativas na atuação profissional.
Nesta questão também, como categoria 5, “Não informado” foram
identificados 56 registros sem respostas, representando 6,7% dos respondentes.
ϳϰϲ
ϴϬϬ
ϳϬϬ
ϲϬϬ
ϱϬϬ
ϰϬϬ
ϯϬϬ
ϮϬϬ ϳϮ
ϭϬϬ ϭϲ
Ϭ
ŽŶƚƌŝďƵŝĕƁĞƐWŽƐŝƚŝǀĂƐ EĞŶŚƵŵĂĐŽŶƚƌŝďƵŝĕĆŽ EĆŽ/ŶĨŽƌŵĂĚŽ
ϱϱϵ
ϲϬϬ
ϱϬϬ
ϰϬϬ
ϯϬϬ
ϮϬϬ ϭϮϵ
ϱϯ ϲϳ
ϭϬϬ Ϯϳ
Ϭ
ƐƉĞĐƚŽƐ ƐƉĞĐƚŽƐ ƐƉĞĐƚŽƐ KƉŝŶŝƁĞƐ EĆŽ
ĨĂǀŽƌĄǀĞŝƐĞ ĨĂǀŽƌĄǀĞŝƐ ĚĞƐĨĂǀŽƌĄǀĞŝƐ ĂďĞƌƚĂƐ ŝŶĨŽƌŵĂĚŽ
ƉŽƐŝƚŝǀŽƐ ĐŽŵƌĞƐƐĂůǀĂƐ ŽƵƐĞŵ
ĐŽŶƚƌŝďƵŝĕƁĞƐ
ϱϱϲ
ϲϬϬ
ϱϬϬ
ϰϬϬ
ϯϬϬ
ϮϬϬ ϴϴ ϴϰ ϲϱ
ϭϬϬ ϭϴ ϵ ϭϱ
Ϭ
600 525
500
400
300
200 114 84
70 42
100
0
falam sobre eles isoladamente; falam sobre a instituição e sobre eles na mesma
resposta e por vezes falam apenas da própria instituição, portanto o universo e
formato das respostas são muito diversificados. Percebeu-se ainda nas respostas
que há um reconhecimento da instituição pelo fato de ter viabilizado o programa e
consequentemente, os cursos que possibilitaram a habilitação profissional, por ter
oportunizado a eles o acesso ao nível superior.
Semelhante a categoria das manifestações favoráveis, a categoria 2, foi
constituída como das “manifestações favoráveis com ressalvas” com 70 registros,
representando 8,4% dos respondentes, caracterizando-se pelo tom mais ameno,
perpassando pelas seguintes manifestações: regular; média; razoável; pode
melhorar.
Se somada essa categoria com a anterior, o índice percentual das
manifestações favoráveis sobem ainda mais, confirmando o grau de satisfação e de
aprovação das parcerias e em particular, da participação de sua instituição na
parceria. Porém percebeu-se no diálogo com os dados, que as manifestações foram
muito variadas, indo do alto grau de satisfação até as críticas depreciativas.
O modo como esses professores referem-se a suas participações, demonstra
ao mesmo tempo o aspecto de estudante, de aluno comprometido, responsável,
cumpridor de suas obrigações, interessado em aproveitar a oportunidade, bem como
o aspecto do profissional, reconhecendo em ambas situações que há o
enriquecimento profissional, que vai melhorar sua atuação. Os papeis se confundem,
ao mesmo tempo em que respondem como alunos do programa, também se
manifestam como professores, falam a respeito deles próprios e de suas realidades
profissionais e sociais; São conhecedores de suas realidades sociais. Nas ressalvas
há o tom de ponderação, normalmente defendendo que poderia ser melhor, portanto
demonstram que a instituição tem possibilidade de ser melhor.
Na categoria 3, revelou-se como uma categoria marcada pelas contradições a
partir de respostas com “manifestações desfavoráveis”, somando 42 registros,
representando 5,0% dos respondentes, contrapondo frontalmente as duas
categorias anteriores. As respostas apresentadas tiveram como foco, manifestações
com argumentos de que foi: ruim; negativa; péssima; poderia investir/contribuir mais;
devagar; confusa; deixou a desejar; não há participação.
282
700 604
600
500
400
300
200 56 53 86
36
100
0
897
900
800
700 574 560
600
500
400 282
300 160
200 32
100
0
783
800
676
700
600
502
500
400
294
300
202
200
100 48
0
Aspectos Inf ra-estrutura Aspectos Aspectos Respostas Não
teóricos, met. da escola pessoais institucionais abertas e inf ormado
e didático e políticos evasivas
ϱϲϴ
ϲϬϬ
ϱϬϬ
ϰϬϬ
ϯϬϬ
ϮϬϬ ϵϯ ϳϳ ϲϵ
ϭϬϬ Ϯϳ
Ϭ
ƐƉĞĐƚŽƐ ƐƉĞĐƚŽƐ ƐƉĞĐƚŽƐ KƉŝŶŝƁĞƐ EĆŽ
ĨĂǀŽƌĄǀĞŝƐ ĨĂǀŽƌĄǀĞŝƐ ĚĞƐĨĂǀŽƌĄǀĞŝƐ ĂďĞƌƚĂƐ ŝŶĨŽƌŵĂĚŽ
ĐŽŵƌĞƐƐĂůǀĂƐ ŽƵ
ŝŶĚŝĨĞƌĞŶƚĞƐ
Poderia ter sido melhor; Muito bom mas deveria ter mais investimentos; Regular pois
deveria ser gratuito; Precisa melhorar; Poderia ser melhor. Se somados os
percentuais das duas categorias favoráveis, os mesmos se elevam para 79,3% dos
respondentes. Observa-se que nas ressalvas sempre há uma ponderação ou uma
sugestão. Ganha destaque também a reivindicação por mais cursos de graduação
em outras áreas, além das licenciaturas oferecidas.
Em contraposição às categorias anteriores, foram identificadas 27 respostas
consideradas como “aspectos desfavoráveis e/ou indiferentes”, aparece a categoria
3, correspondendo a 3,2% dos respondentes, tendo perpassado o seu foco pelos
seguintes aspectos em relação ao PROHACAP: Insatisfatório na maioria das vezes;
Falta valorização junto as instituições; Deixa a desejar por ser um horário muito
corrido; As falhas ocorrem por irresponsabilidade dos dirigentes; Deixou a desejar;
Insuficiente; Professores despreparados; Fraco, não atendeu as minhas
expectativas; Faltou qualidade.
Nesta questão chama a atenção a crítica aos professores formadores. Tal
manifestação, ainda que pouco expressiva, é uma forma de contradição nas
respostas entre favoráveis e contrários, pois quando realizada a avaliação das
contribuições da UNIR para viabilização das políticas públicas de formação, foi
expressiva a manifestação de agradecimento e elogios aos professores.
As respostas consideradas “abertas” ou opinativas constituiu a categoria 4,
com 77 registros, correspondendo a 9,2% dos respondentes. E o número de
questionários não respondidos foi considerado como categoria 5, dos “não
informados”, com 77 registros, correspondendo a 9,2% dos respondentes. Essas
foram então as considerações a respeito das manifestações de como perceberam o
PROHACAP como um programa decorrente das políticas públicas de formação de
professores. Na sequência, complementando esta questão, apresenta-se e discute
as contribuições do PROHACAP para a melhoria da qualidade do ensino em
Rondônia.
394
400
350
300
250 215
200
150 114
100 49 63
50
0
Mudanças e Mudanças nos Não houve Respostas de Não informado
impactos nos alunos mudanças opiniões
professores abertas
chega-se à conclusão de que foi a melhor coisa que a UNIR já fez em Rondônia, ter
executado um programa de capacitação em massa. A vida profissional deles mudou
para melhor.
Por outro lado, no campo das contradições há também respostas com caráter
desfavorável ou com ponderações a respeito de como perceberam o PROHACAP.
E ainda há respostas que concordam discordando, manifestando que não há
dúvidas de que o PROHACAP contribuiu para a elevação do nível da formação de
professores, porém, a formação foi uma questão secundária. Serviu principalmente
para certificar ou diplomar e serviu também como meio de vida para alguns dos
professores da UNIR.
Isso implica que esse programa funcionou de forma mista, pública, mas não
oferecido de forma gratuita, os alunos entravam com uma contrapartida e os
professores recebiam pelo trabalho executado.
Outros consideram que o PROHACAP foi a forma que o Governo Estadual,
Municipal e Federal utilizou para adequar-se à LDB, com algumas afirmativas de
que: desconhece as políticas públicas de formação de professores em Rondônia,
portanto significou uma forma de política corretiva que não respondeu as reais
necessidades de formação de professores no estado, a titulo de contribuição efetiva
para a melhoria da qualidade educacional de seu povo.
Os dados indicam que do mesmo modo que alguns dos professores-alunos,
os formadores também emitiram opiniões desfavoráveis e críticas ao PROHACAP,
porém, ainda que tais manifestações contrárias tenham algum fundamento; nos dois
segmentos coincide que o número de respondentes favoráveis se revelou de forma
muito mais expressiva.
E, ainda, há respostas agressivas quando dizem que esse programa foi uma
picaretagem de marca maior; foi um tapa buracos grandes demais com um material
vagabundo; e que o próprio professor da Universidade Federal de Rondônia, em sua
maioria com mentalidade secundária, sem pesquisa, criação e atuação cultural,
trabalhou com apostilas, aulas lidas de textos de livros e outros recursos duvidosos.
Foi um programa de formação em serviço para atender a fim de titulação, a
docência na Educação Básica, considerado como um programa que veio contribuir
para a formação dos professores leigos, em uma medida privativa que deveria ser
de curta duração com o objetivo de resolver uma situação de atendimento a uma
315
espanto... ao ver bons e maus relatos dos alunos professores, das situações em que
muitos deles trabalhavam, distância, condições das escolas, salários... Mas tudo
valeu a pena, conheci muitos (as) professores (as) maravilhosos e persistentes.
Além disso, foi uma experiência importante, outro jeito de planejar. Não dava para
trabalhar no mesmo ritmo que o regular.
Outro aspecto importante e valioso foi contribuir com a formação de
professores que não tiveram oportunidade em outro tempo e perceber o quanto
precisavam estudar, e o quanto, mesmo sem formação acadêmica, sabem sobre o
que fazem. Além disso, a vontade que muitos tinham de melhorar a prática
pedagógica docente era perceptivel. Mas, também foi difícil ouvir, e não só uma vez,
de alguns professores, que apenas queriam o diploma para a aposentadoria ou para
uma progressão, implicando em aumento salarial.
Há indicadores de que o significado dessa experiência na vida desses
professores-formadores, da mesma forma que para os alunos foi marcante para a
maioria, quando expressam ter sentido grande motivação e ter sido importante
estabelecer o diálogo com as experiências de vida dos alunos, pois, muitos
participaram da “construção” das cidades de Rondônia, como sujeitos de suas
próprias historias de vida.
Há, ainda, algumas manifestações que interligadas dão sentido para o
conjunto das respostas, tais como: nesse contato direto, não estava dialogando com
apenas os alunos, mas, sobretudo, com um sujeito histórico desse processo. Isso foi
maravilhoso, pois, era possível discutir a geografia por quem também a faz existir.
Nesse sentido, dialogar com o sujeito foi extremamente gratificante e aprendi muito.
A partir dessa manifestação é possível reforçar a hipótese de que a maioria
dos professores é migrante e construíram suas histórias de vida no processo de
colonização do estado.
Muitos dos professores formadores demonstraram em suas respostas
sentirem-se gratificados por terem feito parte desse processo formativo que auxiliou
no desenvolvimento do conhecimento, na formação humana (ética, cidadania e
conscientização) bem como pode contribuir na formação profissional. Esses alunos
traziam consigo experiências e cultura própria incomparáveis. O viver e o ensinar em
meio a tantas dificuldades, em que a criatividade superava o saber formal.
330
positivo dessa experiência, seja sobre ele ou sobre o que percebeu nos alunos e o
que o levou a tal reflexão.
Ainda há outras manifestações, que, em síntese, perpassam pelos seguintes
aspectos: posso dizer que me fez pensar ainda mais na responsabilidade de
formadora de formadores; no aspecto profissional/acadêmico foi uma oportunidade
que tive de aprender consideravelmente. No aspecto social veio de encontro às
ideias que defendo no sentido de que a Universidade e o conhecimento devam ser
oferecidos a todas as pessoas; o PROHACAP me fez valorizar mais a necessidade
de formação de nossos docentes; rever e aplicar outras estratégias de ensino que
elevasse a autoestima do professor-aluno; que é preciso ter objetividade nas aulas
sem tirar do aluno o sonho e o encantamento do curso Superior!; Contribuiu muito
para o meu crescimento intelectual; fizeram melhorar minha capacidade crítica
relacionada com a área de formação; me fez perceber que a maioria desses
professores “leigos”, na verdade já possuía uma prática docente; tive que fazer uma
série de adaptações em minha prática docente a fim de atender as necessidades
dos alunos; Foi uma oportunidade de realmente conhecer qual era a escola
existente no Estado de Rondônia e quais profissionais a habitava.
Há ainda algumas reflexões no sentido das relações entre teoria e prática e
atuação docente que se revelam apropriadas para essa análise, pois trazem à tona
o cotidiano da universidade em relação a suas práticas de formação de professores.
Assim, o sentido dessa questão procurou provocar os professores-formadores
à reflexão de suas práticas docentes, a partir do PROHACAP, possibilitando além do
comparativo entre um e outro formato de habilitação, refletir as práticas internas da
universidade, o seu isolamento que, por vezes, se resume no professor, ou apenas
no próprio departamento, ou ainda no âmbito do curso que cada docente atua.
Nesse sentido, para alguns desses professores, a reflexão maior se deu em
perceber que um curso de formação regular ou modular não é o elemento
diferenciador da prática docente.
A teoria defendida e difundida pela universidade está muito longe de
corresponder à leitura da complexidade da sala de aula de uma escola pública. Isso
leva a compreensão de que a formação contribui, mas esta formação não possui um
caráter político (proposta de transformação social). O que é vivenciado nos cursos
de formação não é praticado no contexto da sala de aula junto com os alunos, pois,
332
na maioria das vezes, os professores que atuam nas licenciaturas ficam presos aos
seus aportes teóricos e distantes da realidade das escolas e das salas de aula.
Do exemplo PROHACAP, algumas manifestações asseguram poder afirmar
que a maioria das discussões perpassou pela realidade deles em suas localidades,
o que às vezes falta é “autor” para ajudá-los em seus cotidianos. Isso foi
demonstrado na afirmativa de que “o PROHACAP foi um diferencial muito importante
para a minha atuação como docente, o choque foi grande, pois não havia sido
preparada para trabalhar nesta situação. O que fazer? Essa resposta eu tive que
procurar sozinha”.
Sobre aprender com os alunos, remete da mesma forma a manifestações dos
professores-alunos que, ao manifestarem sobre suas práticas após o PROHACAP,
destacaram com ênfase a preocupação com os alunos e o modo que passaram a se
relacionar com eles. Isso está sendo demonstrado nas manifestações de muitos
professores; esses estão reconhecendo que a construção do conhecimento nesse
processo formativo passou pela troca de experiências, com base na vivência dos
alunos.
Como os professores passaram a percebê-los? Conforme a manifestação a
seguir de que “A melhor lição que pude obter através do programa foi a queda do
meu preconceito. Coisa horrível. Antes de atuar no programa tinha o “pré-conceito”
formado de que a formação via modalidade regular era superior ao PROHACAP em
tudo. Estava redondamente enganada”.
E, ainda, no modo de percebê-los, foram provocadas e sentidas mudanças de
posturas nos professores-formadores, ao ter que ser mais objetiva, tanto na escolha
dos autores, quanto na produção dos textos (apostila), na explanação do assunto
(em sala de aula), afirma uma respondente: “eu fiquei (SOFT) (craque) em falar o
essencial para que o aluno deslanche sozinho (depois se ele quiser)”.
Há ainda afirmativas de ter adquirido com eles várias experiências, algumas
sobre “o que não fazer”, outras sobre o alto nível de carência e vontade de obter
informações. Alguns são excelentes professores. “Aprendi muito com eles”.
Também, “Aprendi com eles a coragem e a ousadia de enfrentar as dificuldades, não
se humilhar diante do público jovem da universidade. Os relatos das experiências
dos alunos (todos docentes) foram riquíssimos durante as aulas. Eles trazem
consigo as marcas do sofrimento causado pelas péssimas condições de trabalho,
333
visível uma vez que estes “sujeitos” puderam se ver como agente do processo que
tem voz e vez dentro do sistema de Ensino.
Muitos desses professores-alunos relataram, aos professores-formadores que
o programa ajudou-os a melhorar o seu trabalho em sala de aula, gerando grandes
mudanças em suas práticas, pois os mesmos passaram a executar projetos
interdisciplinares nas escolas, melhorando os resultados de aprendizagem de seus
alunos.
Em um olhar de maneira geral, nota-se que a região, em termos
educacionais, era uma antes do PROHACAP e outra depois; há melhorias sim
embora não possa mensurar. Entretanto, pode-se ressaltar que em relação às
mudanças visíveis na qualidade do ensino, pode até não ser visíveis por se tratar de
processo, porém a mudança nos professores, em relação à motivação para o
trabalho e o grau de satisfação, é visível.
Os parâmetros que se têm dessas contribuições são as manifestações dos
alunos em relação a: suas atuações após o PROHACAP; a vontade de fazer mais de
um curso, especialmente de pós; aprofundar conhecimento para o aperfeiçoamento
profissional; participar em cursos de formação continuada promovidos pela
Secretaria de Educação; e participarem da construçao dos Projetos políticos
pedagógicos de suas escolas.
Acreditam-se assim, muitos dos professores-formadores, que os Cursos e o
Programa tenham gerado uma desacomodação, possibilitando uma maior
sensibilização dos alunos para a questão da necessidade da formação continuada,
para a importância da auto-gestão do seu desenvolvimento profissional, com a
insistência para o fato de que o programa era “ponto de partida” e não dava conta de
deixá-los “prontos” – essa prontidão não existe.
Entretanto, há que se levar em conta que foram quatro anos de debates,
construções e contato com as teorias, proporcionado por grande parte dos
professores dos vários departamentos, assim com a titulação isso deu aos
acadêmicos maior confiança e melhoria na autoestima.
Assim, ao refletirem suas práticas, os estudantes do Programa se
aperfeiçoam, levando para dentro da escola novas práticas, experiências e
proposições até então ainda não vislumbradas.
340
administrativa, estatística, econômica, nada mudou. Nem nos professores nem nos
alunos. Mudança ou impacto filosófico seria e é absolutamente impossível com tais
“materiais”. Essa qualidade positiva só pode aparecer em quadros estatísticos, que
são feitos para esconder, e em respostas que mentem por terem feito parte, serem
parte interessada.
Em relação à discussão de proposta pedagógica, a maioria que respondeu
sobre esse assunto, afirma nunca ter participado de nenhuma reunião para discutir
uma proposta de formação para PROHACAP, que contemplasse questões
relacionadas à filosofia ou a epistemologia educativa.
Em geral, segundo algumas manifestações dos respondentes, o processo se
deu por transferência, ou seja, o que era bom para o regular, foi transferido para o
PROHACAP, sem reflexão das especificidades deste programa. Não se viu no
Programa uma proposta curricular que fosse lida, compreendida e ao mesmo tempo
materializada em sala de aula. Acho que as contribuições foram individuais de cada
professor, por especificações próprias e ou da disciplina, mas não como uma
proposta curricular que tivesse impacto nas políticas públicas, seja municipal e ou
estadual.
Ainda, como crítica, foi manifestado: tem-se dúvidas se alcançou mudanças
escolares e/ou nas práticas pedagógicas. Nesse sentido, as contribuições sócio-
políticas, filosóficas e pedagógicas neste Programa deixaram muito a desejar, haja
vista a falta de um espaço para o diálogo. Nada se produziu a respeito, para que
hoje se possa falar da sua importância. Desconhece-se registros sobre a
experiência, ou avaliação feita pelo departamento X ou Y, no sentido de estar
analisando os impactos desse Programa.
Há quem questionou a posição do seu Departamento, de que ainda que
houvesse uma proposta político-pedagógica, ainda assim a resposta seria que
nenhum, rigorosamente nenhum impacto foi provocado pelo PROHACAP. As únicas
conversas que havia no meu Departamento em torno do PROHACAP diziam
respeito aos atrasos nos pagamentos, ao fato de que alguns professores recebiam
antes dos outros, das datas para receber, o que cada um faria com o dinheiro.
Naturalmente, entre os professores, corriam soltas as piadas; as dificuldades das
viagens, as esquisitices dos demais colegas. Que contribuição filosófica?
343
(especialmente os adventistas do 7º. Dia, que não assistiam aulas nas sextas a noite
e sábados – grifo do pesquisador); A desagregação das famílias por um ideal...
(alunos (as) que passavam 45 dias sem retornar em casa - grifo do pesquisador); A
garra dos alunos para darem conta; O papel do poder público tinha isso como dívida
social com os professores, que não tiveram oportunidade de dar continuidade aos
estudos; A autoestima dos professores, consolidando sua autonomia; A corrida pela
pós-graduação; O enfrentamento das famílias (marido e esposa) X o grau de
satisfação dos pais em ver os filhos se formarem; A relação da família/filhos
presenciando a formatura da mãe.
Os dados demonstraram que, mesmo diante dessas críticas, pode-se afirmar
que foi um percentual bem inferior ao das manifestações de caráter favoráveis,
portanto houve por parte dos professores o reconhecimento de contribuições.
quem considere que foi um mal necessário, tendo que ter paciência para que se
pudessem compreender os resultados posteriores.
Há também, raras manifestações dos que apresentam criticas severas, de
forma generalizada ao considerar que mantêm os picaretas, os indigentes, os
castrados, os pobres, os incultos, os fracos, os silenciados, os inexperientes na
imensa rede da educação, em todos os níveis, sem tocar em nada. O PROHACAP é
o tudo mudar em papel para nada mudar no mundo. O PROHACAP foi uma
aberração.
Ainda outra manifestação isolada, de modo severo e de certa forma
depreciativa, vem em forma de um depoimento pessoal, assim ajuda a refletir sobre
os resultados da pesquisa, o que foi e o que não foi significativo. Dois ou três anos
após ter trabalhado no PROHACAP o mesmo foi convidado para ministrar uma
disciplina em um curso de especialização oferecido em uma cidade do interior, daí
ter manifestado da seguinte forma: “Quando chequei lá imaginem quem eram os
alunos: os graduados pelo PROHACAP, que agora estavam se especializando, dado
que isso significaria um ganho de 15% nos seus salários. Eles estavam tão
ignorantes quanto sempre foram, tão rudes no pensar como antes, tão
preconceituosos, tão arraigados ao senso comum, que cheguei a conclusão que o
curso que fizeram não tinha servido para nada”.
Em relação ao aspecto avaliativo para se medir os avanços e contribuições
em termos de qualidade, há ponderações de que: não há como avaliar por não ter
os dados; essa resposta carece de pesquisa específica. Não dá para avaliar a
qualidade do ensino sem alguns instrumentos que permitam observar os indicadores
objetivos e subjetivos da qualidade do ensino.
Praticamente em todas as questões houve respostas favoráveis, ponderadas
e criticas, entretanto foi predominante e surpreendente a quantidade expressiva de
manifestações favoráveis em todas elas.
Chamou a atenção algumas respostas, bem poucas, com um tom apelativo,
em relação ao PROHACAP, ou a pessoas, mas que parecia mais uma insinuação ao
descontentamento com questões administrativas do Programa do que uma opinião
contrária ao próprio Programa.
Foram manifestações pouco significativas para a pesquisa, levadas para um
lado sarcástico, irônico, e pouco ético, com citações de situações e casos
354
CONSIDERAÇÕES FINAIS
professores, indo além de suas trajetórias individuais, nela sempre está presente
seus familiares, seus alunos, suas escolas, seus sonhos. Sonhos de migrantes em
busca de terras e de melhoria de vida; sonhos de serem professores; sonhos de
cursar uma universidade; sonhos de realizar uma pós-graduação; e para alguns, o
sonho de fazer mestrado e doutorado para serem professores universitários.
Foi visível o modo como eles foram se apropriando do espaço de professor,
como “leigos”, ganhando a condição de serem sujeitos ativos naqueles espaços
sociais e institucionais onde atuavam. Foi a escola, como instituição, que construiu o
espaço para apropriação desse espaço de professor.
Portanto, a escola, enquanto espaço de legitimação do professor “leigo”,
constituiu-se posteriormente como espaço de reconhecimento do professor
habilitado. É nesse espaço que ele se constitui e se reconstitui.
A possibilidade de habilitação em nivel superior aparece posteriormente,
quando já estavam consolidados como professores, gerando assim neles e por eles
mesmos a necessidade dessa habilitação, como algo decisivo em suas trajetórias,
possibilitando o autoreconhecimento como oportunidade de serem eles, de fato e de
direito, professores, reconhecidos como tal.
Isso leva a refletir também no tempo e no espaço da minha trajetória, onde
desde a alfabetização até o ensino fundamental tive, em sua maioria, professores-
leigos, constituídos em seus lugares de professores, o que vem a legitimar e a
ressignificar esse papel e essa função, agora sendo esses os sujeitos desta
pesquisa.
Nessas considerações destaca-se o caráter epistemológico nos campos do
pensamento pedagógico e da formação de professores decorrentes das diretrizes de
políticas públicas, como oportunidade de ver e reconhecer nesta pesquisa a
presença de vieses teóricos perpassando por questões da filosofia, da sociologia,
das metodologias e das políticas.
Portanto, compreender as bases da ciência e do conhecimento e os
paradigmas, manifestados nesse processo permanente de construção, (des)
construção e (re) construção, desse conhecimento, tanto do pesquisador, quanto
dos professores–alunos, nesse processo formativo, como algo intrínseco do ato de
pensar e agir do ser humano foi algo significativo, pois na elaboração da tese tais
questões perpassaram por ela, exigindo esse procedimento, essa atitude. Percebeu-
358
nenhuma avaliação foi feita desse Programa ainda que haja tantos indicadores
positivos de suas contribuições. Há vários fatores interligados; o pedagógico, o
administrativo, o financeiro, o político, dentre outros.
Ainda que tenha havido criticas, os dados autorizam afirmar que foi
expressivamente mais acentuada a manifestação a favor do que contra, em todas as
questões das diversas dimensões, tanto dos alunos quanto dos professores
formadores. Portanto, confirmam o sucesso do programa, diante do alto grau de
satisfação dos professores-alunos pela oportunidade em obter a habilitação,
especialmente a elevação da autoestima e por retirarem de suas vidas o rótulo de
leigo.
Há indicadores nas respostas, de mudança efetiva nas posturas e práticas
dos professores-alunos, especialmente nas relações com os alunos e com os
gestores nas escolas. As manifestações dos professores-alunos e dos formadores
demonstram isso por varios ângulos.
No campo institucional, social e político foi marcante a presença do Estado,
da Educação e da Sociedade na pesquisa, possibilitando reflexões e interligações
entre pessoas e instituiçoes, de modo histórico, geográfico, social, político, tendo
como ponto de partida os movimentos migratórios como referência para o fato de o
migrante ter se tornado professor, a partir dele enquanto ser social, contribuindo
assim para a constituição do poder local em suas comunidades: o Estado - por se
tratar da análise de um programa de políticas públicas; a Educação - por se tratar de
formação de professores; e, a Sociedade - por se tratar de movimentos sociais no
processo migratório para Rondônia e, como tal fato influenciou na constituição do
quadro de professores-leigos, bem como os reflexos na educação e nas relações de
poder local em Rondônia.
Quanto à hipótese da pesquisa de que “A formação em nivel superior, a partir
da articulação entre teoria e prática, possibilitou aos professores a construção de
novas concepções de educação, homem, cultura e sociedade, contribuindo dessa
forma, para a melhoria da prática docente”, a mesma foi confirmada de forma das
mais expressivas, diante do reconhecimento dos respondentes da proporção que
mudou suas vidas.
Foi surpreendente os índices de interesse em cursar outros cursos,
especialmente os índices de respostas indicando já terem cursado pós-graduação e
361
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APÊNDICES
389
I PARTE
ͳȂ
Sexo : ( ) M ( ) F
Idade _____________
Naturalidade – cidade ____________________ Estado_______________
Caso seja de outro Estado:
- Quanto tempo reside em Rondônia _______
- Nome do local onde mora (Cidade, Distrito ou Linha) ________________/__________
- Como veio e por que veio para Rondônia?
2 – Identificação do Curso
Curso _________________Turma ___________Cidade ________POLO_____________
Por intermédio de que instituição você esta cursando ou cursou o PROHACAP?
( ) SEDUC ( ) SECRETARIA MUNICIPAL ( ) SINDICATO _____________________
3 – Identificação Profissional
- Você é professor(a) da rede: ( ) Federal ( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Outro__________
- Há quanto tempo atua como professor(a) ____________
- Como você se tornou professor(a) do sistema publico de ensino em Rondônia?
- Qual o motivo que o levou a ingressar no sistema público de ensino em Rondônia?
- Qual(is) a(s) disciplina(s) que você ministra?
- Qual o nível de escolaridade de sua atuação na maioria do tempo em que é professor(a)?
390
II PARTE
1 – Qual o motivo que levou-o(a) a cursar o PROHACAP?
2 – Você esta cursando/cursou o curso do seu real interesse ou gostaria de ter feito outro
curso? Explique sua opção:
3 – Como avalia as parcerias entre UNIR – RIOMAR - SECRETARIAS e SINDICATOS
para a viabilização das políticas públicas de formação de professores em Rondônia?
4 – Como avalia a participação de sua instituição nesse processo de viabilização de políticas
públicas de formação de professores e da sua participação nesse programa?
5 – Quais as principais dificuldades que encontrou e vivenciou para realizar este curso?
6 – Uma vez concluído esse curso, pretende, ou, se sente motivado(a) a cursar outros de
graduação ou de pós-graduação? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual?________________________ Porque?
III PARTE
1 – Quais os impactos e contribuições do curso que freqüenta e do PROHACAP em sua
prática pedagógica, em sua vida pessoal e profissional?
2 – Como você avalia as contribuições do PROHACAP para a melhoria da qualidade do
ensino em sua escola, em seu município e para o estado de Rondônia? As mudanças são
sentidas e/ou produzidas? Como e em que medida? Explique.
3 – Como avalia o PROHACAP no contexto das políticas públicas de formação de
professores em Rondônia?
4 – Quais as contribuições da UNIR nesse processo de efetivação das políticas públicas de
formação de professores no estado de Rondônia?
5 – O que representou para você essa transposição da condição de professor leigo, para a
condição de aluno da Universidade Federal de Rondônia e ter uma habilitação profissional de
nível superior?
6 – Como era sua atuação profissional antes do PROHACAP?.
7 - Como é sua atuação profissional na prática hoje, após ter contacto com novos
conhecimentos e informações?
8 – Em que medida essa profissionalização contribuiu para a articulação interna da escola,
entre professores e gestores, em relação aos processos de planejamento, da gestão
compartilhada e da construção do projeto político pedagógico da escola?
9 - Pensando em termos de políticas públicas, aponte pelo menos três fatores determinantes do
fracasso escolar, relacionados a atuação do professor:
391
a)
b)
c)
10 – Pensando da mesma forma, aponte pelo menos três fatores determinantes para a melhoria
da qualidade do ensino e da educação, em relação a instrumentalização e profissionalização
do educador no estado de Rondônia:
a)
b)
c)
Atenciosamente,
APÊNCICE D – Comunicado
Atenciosamente,
Atenciosamente,
ANEXOS
398
China
Exmo. Sr. Li Lanquing
Vice-Chefe do Conselho de Estado
Bangladesh
Exmo. Sr. Barrister Jamiruddin Sircar
Ministro da Educação
Brasil
Exmo. Sr. Murílio de Avellar Hingel
Ministro da Educação e do Desporto
401
Egito
Exmo. Sr. Prof. Hussein Kamel
Bahaa El-Din
Ministro da Educação
México
Exmo. Sr. Javier Barros Valero
Subsecretário (Representante do Ministro)
de Pesquisa Científica e Educação de
Ensino Superior
Nigéria
Dr. Iyorchi Ayu
Ministro da Educação e do
Desenvolvimento para a Juventude
Paquistão
Exma. Sra. Shahnaz Wazir Ali
Assistente Especial do Primeiro-Ministro
para Assuntos Sociais (Educação)
Índia
Exmo. Sr. Shri P. V Narasimha Rao
Primeiro-Ministro
402
Edital Nº. 001, de 17 de junho de 1999 a COPEVE torna publico as normas que
regem o processo seletivo do Programa especial de Habilitação e Capacitação dos
professores leigos da rede publica Estadual e Municipal do estado de Rondônia-
PROHACAP, para ingresso em Agosto de 1999, considerando a Lei nº. 9394/96 em
seu art.44, o artigo 207 da Constituição Brasileira, a Lei nº. 9424/96 em seu artigo
9º. $ 2º. E 3º., o Parecer 289/ CEN e a Resolução nº. 293/99/CONSEPE.
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