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Subsídio para Lição de Jovens preparado por Jefferson Rodrigues - @EBDinteligente

LIÇÃO 4 - ANANIAS E SAFIRA E A MENTIRA AO ESPÍRITO SANTO (AT 5.1-13)

Introdução

Sinais e maravilhas são abundantes em todo o livro de Atos dos apóstolos. Tais manifestações
marcam a presença legítima do Espírito Santo na vida da igreja primitiva e deixa claro que esta era
uma comunidade que gozava da aprovação divina para suas ações.

Entre tantas manifestações sobrenaturais da presença de Deus em meio a comunidade cristã


primitiva, uma delas requer especial atenção. Portanto, esta semana estudaremos um relato que
tem intrigado muitos teólogos e estudantes do Novo Testamento, falamos sobre a punição recebida
pelo casal Ananias e Safira. Assim, no presente estudo analisaremos este episódio e também
refletiremos sobre suas consequências para a Igreja de Cristo em todos os tempos.

I. O ENGANO NA OBRA DE DEUS

a) A comunidade cristã

Após a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2.1-4) vemos a comunidade cristã se
solidificando em todos os aspectos. É uma Igreja que cresce exponencialmente em número, pois
em dois discursos proferidos por Pedro a comunidade teve um acréscimo de aproximadamente 8
mil pessoas (At 2.41; 4.4). Glória a Deus! É preciso reafirmar que este crescimento também se dava
em qualidade e isso era notório a todos em Jerusalém. Uma igreja saudável cresce tanto em
quantidade como em qualidade, pois como um corpo saudável, as igrejas do Senhor devem
continuamente se desenvolver de modo integral.

Outro aspecto positivo da igreja nascente era sua perseverança. Eles perseveravam em vários
aspectos conforme podemos ver no relato de Atos 2.42-46: 1. Na doutrina (estudo bíblico); 2. Na
comunhão e no partir do pão (unidade); 3. Nas orações e no temor (espiritualidade); 4.
Generosidade em compartilhar com os necessitados. Quanto a generosidade, ou especificamente o
ato de vender os seus bens e partilhar com necessitados, percebemos claramente que este era um
ato voluntário praticado pelos crentes naquela igreja e que em nada pode ser comparado a
campanhas mercenárias que vemos em muitas igrejas modernas.

A Igreja do Senhor jamais deve esquecer dos necessitados que existem em seu seio. O professor em
Novo Testamento David J. William nos explica como a ideia de ajuda social era algo intrínseco
àqueles irmãos, e que perante tanta miséria existente na Palestina do século I a igreja não poderia
fechar os olhos, assim: “Para esses cristãos a espiritualidade era inseparável da responsabilidade
social (veja Deuteronômio 15:4s.; cp. Atos 6:1-6; 11:28; 20:33-35; 24:17; Lucas 19:8). Parece que o
comunitarismo teria sido uma solução provisória neste caso, e necessário naquela circunstância”1.

b) Barnabé, Ananias e Safira: motivações distintas, resultados distintos

Diante de uma comunidade solidária e amante do necessitado, veremos surgir alguns personagens
que se destacam pela sua generosidade e outros que se destacam por ações erradas. Assim, se
começarmos a leitura do texto a partir do capítulo 4.34-37, veremos que Lucas faz questão de
reafirmar a unidade e a generosidade existente entre os irmãos da igreja apostólica. Mais uma vez
é dada total atenção ao fato de que “não havia, pois, entre eles necessitado algum” (v.34), e que a
pobreza de uns era suprida pela generosidade de outros que vendiam seus bens (v.35). Neste ponto,
Lucas destaca ação de um discípulo chamado José (At 4.36), que será chamado pelos apóstolos de
Barnabé (que significa filho da consolação).

A rápida biografia de Barnabé (vv. 36,37) apresenta as qualidades de um verdadeiro homem de


Deus. Ela também servirá como uma introdução antagônica ao que será visto posteriormente com
o casal Ananias e Safira (At 5.1-11). No caso específico de Barnabé, veremos alguém que tem um
campo e que voluntariamente doa para a obra de Deus. É uma atitude guiada por amor ao reino de
Deus; não visa a autopromoção e por isso mesmo Lucas usa esta postura genuinamente cristã de
Barnabé como introdução para apresentar, por meio de um contraste, a atitude do casal mentiroso.
Ambos os casos apresentam similaridades, especialmente, em relação ao fato de tanto Barnabé
como Ananias e Safira doarem “uma herdade ou propriedade”. Não obstante, a maior diferença
entre os dois casos estava na motivação para o ato de doar, afinal, diferente de Barnabé, Ananias e
Safira estão motivados pela vaidade e influenciados pelo pai da mentira, o diabo (At 5.3; Jo 8.44).

Assim, é de se esperar que sempre onde houver o verdadeiro se manifeste o falso. Enquanto a
maioria dos irmãos, impulsionados pelo Espírito Santo, depositavam suas contribuições voluntárias
para ajudar os necessitados, outros eram motivados por atos egoístas. Este é o caso do casal Ananias
e Safira. De acordo com o Dicionário Bíblico Wycliffe a ação deste casal estabeleceu “um profundo
contraste com a falta de egoísmo de outros membros da igreja, eles fingiram dar à igreja o valor
total da venda de sua propriedade, mas na realidade estavam separando uma parte para si
mesmos”2. Devemos lembrar que a obra de Deus é feita por amor e não por vaidades e disputas
que visam exaltar nossa reputação ou mostrar superioridade sobre outros. No caso em destaque,
Barnabé tornou-se um grande propagador do Evangelho de Cristo, já Ananias e Safira tiveram como
condenação a vergonha e a morte provocada pelas suas escolhas erradas.

1
WILLIAM,1996, p. 74
2
PFEIFFER; VOS; REA, 2011, p.98
c) Ananias e Safira mentiram a Deus ou ao Espírito Santo?

Quando observamos o diálogo de Pedro com Ananias veremos alguns pontos que merecem
destaque (At 5.3-5):
1. Veremos que Ananias cedeu lugar para diabo, permitindo que ele enchesse seu coração com
desejosos pecaminosos, no caso especifico o de mentir sobre a venda da propriedade;
2. Pedro afirma que primeiramente Ananias mentiu ao Espírito Santo (v.3);
3. Ananias não precisava entregar toda a propriedade para os apóstolos, isso deveria ser um ato
voluntário e motivado por amor. Este não era um ato coercitivo, portanto, não havia razão para
mentir (v.4);
4. Mesmo sob influência do diabo, a responsabilidade final de decisão era de Ananias, pois
“formaste [Ananias] este desígnio em teu coração”. Assim, mesmo sob a tentação do diabo ainda
podemos resistir e vencer (v.4);
5. Por último, Pedro reafirma que Ananias mentiu não aos homens e sim a Deus (v.4)

Percebam que no item 1 Pedro afirma que Ananias mentiu ao Espírito Santo, mas no item 5 ele diz
que Ananias mentiu a Deus. Como explicar isso?

A questão é simples e contém uma forte ênfase teológica. Neste texto encontramos a afirmação de
que o Espírito Santo é Deus. Para Pedro tanto o Espírito Santo quanto o Pai são Deus (não deuses!
Pois afirmar isso seria aderir ao politeísmo pagão), e constituem, junto com o Filho, uma só
Divindade. Como ensinava o mestre pentecostal Antônio Gilberto, isto é a Triunidade (mais
popularmente, Trindade), ou seja, três Pessoas distintas em tão íntima unidade que compõe uma
única divindade. Tal dogma é um mistério para a nossa mente (como podem ser três Pessoas e ao
mesmo tempo um só Deus?), mas nos encurvamos ante a revelação bíblica desta verdade, nela
cremos e ela ensinamos por fé. Esta verdade não é irracional, mas suprarracional, ou seja, está além
do que nossa razão pode discernir!

Assim sendo, Ananias e Safira mereceram uma punição gravíssima, pois mentiram para o próprio
Deus, rejeitaram a direção do divino Espírito Santo e, à semelhança do que houve no Éden (Gn 3.1-
15), desobedeceram às ordens de Deus e ainda tentaram esconder seus pecados. Infelizmente, para
o casal Ananias e Safira o resultado foi similar ao casal edênico: uma dura punição que reafirma o
caráter Santo de Deus.

II. AS CONSEQUENCIAS DA FRAUDE

a) Mentir é tão grave assim?

A consequência imediata da fraude que Ananias e Safira cometeram diante do Senhor foi a sua
morte. É preciso lembrar que o pecado cometido por eles foi a mentira e que a mentira traz consigo
vários pecados, ou ainda busca ocultá-los causando no mentiroso uma falsa impressão de que tudo
está bem, quando na verdade tudo vai muito mal diante de Deus.

A mentira é algo tão sério diante de Deus que o próprio Jesus afirma que o diabo é o pai da mentira
(Jo 8.44) e, portanto, aqueles que vivem na prática da mentira tornam-se filhos do diabo. Outro
texto emblemático sobre a visão de Deus a respeito da mentira é encontrado no livro das
revelações, o Apocalipse. Ali encontramos uma lista onde são identificadas inúmeras práticas
pecaminosas que tem como punição o “lago que arde em fogo e enxofre” (Ap 21.8). Entre estas
práticas está a mentira. Assim, para o Senhor, mentir é bem mais que um “pecadinho”, mentir é
desonrar aquele que é a própria verdade (Jo 14.6). Ao cristão cabe a verdade em todo tempo: “Por
isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo” (Ef 4.25a).

b) Por que Ananias e Safira tiveram uma punição tão severa?

Para uma sociedade influenciada pelo relativismo moral como a nossa, a punição recebida por
Ananias e Safira parece ser demasiadamente dura. E de fato foi dura! Mas o questionamento que
se levanta a partir deste ponto é: por que eles tiveram uma pena tão pesada? Para responder a esta
questão veremos a opinião de dois grandes teólogos. Em primeiro lugar queremos destacar a
exposição de Simon Kitesmaker que de modo brilhante destaca a relação da punição do casal com
o fato de agirem em oposição ao Espírito Santo. Vejamos o que ele nos diz:
Tanto Ananias quanto Safira mentiram ao Espírito Santo (vs. 3,4) e concordaram em testar o
Espírito de Deus (v. 9). Apesar de não terem blasfemado contra o Espírito, deliberadamente
colocaram-no à prova. Assim como os israelitas que puseram Deus à prova morreram no
deserto, assim também Ananias e sua mulher morreram. O escritor da Epístola aos Hebreus,
comentando acerca da morte de um blasfemo, pergunta: ‘De quanto mais severo castigo julgais
vós será considerado digno aquele calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da
aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da Graça?’ (10.29). E ele conclui: ‘terrível
coisa é cair nas mãos do Deus vivo’ (v. 31). Ananias e Safira insultaram o Espírito Santo,
mentiram-lhe, puseram-no à prova. Consequentemente pereceram.3

Em segundo lugar destacamos a fala do professor Russel N. Champlin, que ressalta a necessidade
de punição da parte de Deus a fim de que se estabelecesse um sentimento de temor que mostrasse
a presença genuína do Deus Santo entre o povo. Assim, para Champlin

[...] Esse episódio [‘grande temor entre o povo’] foi um dos grandes propósitos desse julgamento
divino contra a hipocrisia de Ananias e Safira. O casal havia pecado contra a comunidade e
impedido a expressão dessa comunidade no mundo, tendo debilitado enormemente o
testemunho em favor de Cristo. Portanto, o remédio divino teria de reverter tudo isto. Por
conseguinte, grande temor invadiu todos os corações, e esse temor agiu tanto como um
purificador como um agente preventivo.4

Diante destas duas assertivas podemos concluir que o pecado cometido por este casal foi algo
gravíssimo e, portanto, merecia uma punição exemplar a fim de que a comunidade cristã
entendesse que o reino de Deus é algo muito sério e que a Igreja nascente não poderia se firmarem
mentiras, mas na verdade.

É interessante observar que mesmo diante de uma tão dura pena, o povo de Deus não deixou de se
congregar e muito menos o Espírito Santo deixou de operar. É preciso que a igreja atual entenda
que o ato de Deus agir com dureza em relação ao seu povo não diminui o amor que Ele sente por
nós. Como diz as Escrituras: “Porque o Senhor corrige o que ama [...]” (Hb 12.6). A disciplina é um

3
KITESMAKER, 2003, p.249
4
CHAMPLIN, 2014, p.134
ato de amor que visa a saúde espiritual do povo de Deus, bem como o desenvolvimento do caráter
cristão nos salvos em Jesus.

III. SINCERIDADE, INTEGRIDADE E VERDADE COMO TRAÇOS DO CARATER CRISTÃO.

Meus amados irmãos, depois de refletirmos diante deste triste caso é preciso reafirmar que nós,
cristãos, somos o povo da verdade, que segue a verdade (Jesus – Jo 14.6) e vive pela verdade
(Palavra de Deus – Jo 17.17). Não deve haver entre nós espaço para uma vida de engano e falsidade.
O caráter do crente deve ser como um luzeiro que reflete a luz verdadeira que é o próprio Senhor
Jesus para todos ao seu redor.

Assim, se em sua caminhada a mentira, o engano e a falsidade tem sido prática constante, é hora
de refletir, se arrepender e mudar de atitude. Se hoje você julga não haver severas penas como as
que ocorreram com Ananias e Safira, não se engane! O Senhor ainda continua julgando os pecados
e o pior de tudo é que muitos estão enganados vivendo em pecado e acreditando que não haverá
punição.

Veja, por exemplo, o que o próprio Jesus diz sobre uma tal Jezabel, na igreja de Tiatira, e os crentes
que se prostituíam com ela: “Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá
grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras. E ferirei de morte a seus filhos, e todas
as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda os rins e os corações. E darei a cada um de vós
segundo as vossas obras” (Ap 2.22,23). Isso é no Novo e não no Antigo Testamento! Cuidemos, pois
“o Juiz está à porta” (Tg 5.9).

Devemos trilhar um caminho de integridade, tendo a certeza que naquele dia em que o Senhor se
manifestar seremos achados aprovados para desfrutar a eternidade ao lado do Senhor. Que a
verdade e a integridade de Deus sejam uma constante em nossa vida, e que possamos trilhar
caminhos que nos apontem para um viver genuinamente cristão, sem fingimento e hipocrisia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisarmos o caso de Ananias e Safira percebemos que a verdade no reino de Deus deve imperar
sempre. Ainda que vivamos em mundo afundado em mentiras e corrupções, a Igreja do Senhor deve
exalar o bom perfume de Cristo em todas as circunstâncias. Devemos guardar nossos corações a fim
de que nosso trabalho para o Senhor não seja movido por valores egoístas, visando a promoção
pessoal. Não esqueçamos que obra de Deus precisa de pessoas como Barnabé, que de coração
sincero estejam prontos a servir ao Senhor Jesus. Que o Senhor nos ajude a sermos cristãs sinceros
e íntegros em todo tempo.

________________
Revisão e adaptação do subsídio feitas por Tiago Rosas, administrador de @EBDinteligente
________________
SOBRE O AUTOR DESTE SUBSÍDIO
Jefferson Rodrigues é evangelista da Igreja Assembleia de Deus no estado do Piauí. É
professor de História e de Teologia, e também escritor de vários livros publicados, entre eles:
Escudo pentecostal: uma visão panorâmica das principais doutrinas pentecostais, publicado
pela editora Reflexão. Agora, também colaborador da página EBD Inteligente.

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REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

BARCLAY, William. Comentário bíblico de Atos. Disponível em: <


http://www.iprichmond.com/atos> acesso em 22 de outubro de 2019.

CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo:
Hagnos, 2014. Vol. 3.

KISTEMAKER, Simon J. Comentário do Novo Testamento: exposição de atos dos Apóstolos. 1.ed.
São Paulo, SP: Editora cultura cristã, 2003. Vol. 1.

PFEIFER, Charles F; VOS, Howard F; REA, John. Wycliffe: Dicionário Bíblico. 11ª impressão. Rio de
Janeiro, RJ: CPAD. 2011.

WILLIAM, J. David. O novo comentário Bíblico contemporâneo: Atos. 3ª Ed. São Paulo, SP: Editora
Vida. 1996.

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