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Curso:
Ar Condicionado e Refrigeração
Projeto e Dimensionamento-03
A refrigeração pode ser obtida de uma maneira simples usando um fluido refrigerante, como a amônia,
proveniente de uma garrafa onde ela se encontra pressurizada. A garrafa é ligada a uma serpentina
para resfriar água ou ar, como mostra a figura acima. A amônia quando deixa a garrafa tem a sua
pressão reduzida e passa por um processo de expansão/evaporação nos tubos. Haverá um fluxo
contínuo de calor do ar/água circulante através das paredes dos tubos da serpentina para a amônia.
Esta, então, vaporizada, é dirigida por tubos para o exterior. Uma instalação como esta, fora os
incômodos provocados pela amônia, fornecerá uma refrigeração satisfatória. Contudo, o custo da
substituição da amônia perdida apesar de ela ser um dos refrigerantes mais baratos, será proibitivo. Por
esses motivos (ecológicos e econômicos), a amônia ou qualquer outro refrigerante, deve ser usado
continuamente, isto é, deve ser reaproveitado em um ciclo. Para este fim, é necessário que a instalação
possua mais equipamentos, como será visto nas figuras a seguir. 4
Ciclo básico de refrigeração Módulo 3
A ciência da refrigeração é baseada no fato de que o líquido refrigerante pode ser evaporado em
qualquer temperatura que se deseje, desde que a sua pressão seja alterada. Assim, em um ciclo de
refrigeração, o mesmo fluido refrigerante irá condensar a uma temperatura mais alta do que ele
evapora, fazendo com que a sua pressão seja mais alta. Então teremos dois lados no ciclo: o lado de
alta pressão e temperatura e o lado de baixa pressão e temperatura.
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Ciclo básico de refrigeração – continuação Módulo 3
A única razão para que um compressor seja introduzido no ciclo é fazer o aumento de pressão
necessário para possibilitar a condensação do refrigerante a uma temperatura maior do que a de
evaporação. Para fazer o refrigerante voltar à pressão de evaporação (lado de baixa) é necessário um
dispositivo para adicionar a perda de pressão necessária. A válvula de expansão separa o lado de alta
pressão do lado baixa pressão, completando, assim, o ciclo.
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Ciclo básico de refrigeração - continuação Módulo 3
Para tornar o ciclo de refrigeração operacionalmente mais eficiente e adequado a cada tipo de
aplicação, vários tipos de acessórios são introduzidos. Alguns dos principais acessórios estão mostrados
na figura abaixo e terão as suas características e funções apresentadas nas páginas seguintes,
juntamente com a válvula de expansão. Os equipamentos principais, ou seja, o compressor, o
evaporador e o condensador, serão estudados com detalhes no módulo 5.
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Acessórios de refrigeração Módulo 3
Dispositivos de Expansão
Objetivo: O principal propósito é garantir uma pressão diferencial suficiente entre os lados de alta e
baixa pressão do ciclo. Deve também regular o fluxo de refrigerante para o evaporador, isto é, restringir
o volume de refrigerante que entra no evaporador a uma taxa abaixo da capacidade de fluxo de volume
do compressor. Sem este diferencial de pressão, o refrigerante não poderia vaporizar a temperatura
desejada no evaporador. Os tipos básicos de dispositivos de expansão são mostrados a seguir:
- Tubo capilar : O tipo mais simples de dispositivo de expansão. O tubo é inserido entre o condensador e
o evaporador. Utilizado em sistemas de baixa capacidade (geladeiras e aparelhos de ar condicionado do
tipo janela). Tem capacidade limitada para controlar o fluxo de refrigerante. O tubo capilar é um tubo de
1 a 6m de comprimento e diâmetro interno variando de 0,5 a 2 mm. O nome não é apropriado, uma vez
que os diâmetros são muito grandes para produzir uma ação capilar. O refrigerante líquido que entra no
tubo capilar perde pressão à medida que escoa por ele, em virtude do atrito e da aceleração do fluido,
resultando na evaporação de parte do refrigerante.
- Válvula de Expansão com Pressão Constante: Esta válvula mantém a
pressão no evaporador e portanto, à sucção do compressor, a um ponto
constante independentemente da carga. A válvula é acionada por uma
cápsula ou por um diafragma atuado pela pressão na serpentina. Se a
pressão na serpentina tender a subir, o fole fechará ligeiramente a válvula
e reduzirá o fluxo de líquido para a serpentina. Dado que menos líquido é
vaporizado na serpentina, a pressão cairá até ao ponto para que a válvula
está regulada. Por outro lado, se a pressão na serpentina descer, a mola
abrirá a válvula, admitindo mais líquido e subindo assim a pressão dentro
da serpentina. Utilizada em sistemas pequenos e nos quais o compressor
atue a carga máxima quando funciona (operação intermitente).
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Acessórios de refrigeração - continuação Módulo 3
- Válvula de expansão termostática: São muito usadas para trabalhos de condicionamento de ar porque
têm duas vantagens importantes sobre os tipos anteriores: ajustam automaticamente a quantidade de
líquido admitido na serpentina de acordo com a carga de refrigeração e permitem a operação de qualquer
número de evaporadores em paralelo com um compressor, tendo cada evaporador a sua própria válvula
de expansão termostática. A válvula de expansão termostática é atuada pela temperatura e pressão do
vapor refrigerante à saída do evaporador. É composta pelo corpo da válvula, tubo capilar e bulbo sensor.
É instalada na linha de líquido e o bulbo na saída do evaporador. Regula o fluxo de refrigerante de modo a
manter um superaquecimento constante.
Válvula de
expansão
termostática
Separador de óleo
Tanque de líquido
Separador de óleo
São empregados sempre que o retorno de óleo pode ser difícil de ser obtido, sendo instalados na saída
do compressor. Tem por finalidade separar o óleo lubrificante misturado ao vapor refrigerante, fazendo-o
retornar ao cárter do compressor de modo que o nível de óleo se possa manter dentro de limites
seguros. Utilizado principalmente em sistemas com baixas temperaturas de evaporação, sistemas com
modulação de carga de refrigeração e também para sistemas em que a linha de descargas do compressor
for longa. 10
Acessórios de refrigeração - continuação Módulo 3
Acumulador de sucção
Serve basicamente para evitar que o compressor aspire refrigerante líquido, evitando-se assim
consequências danosas. É utilizado para sistemas com linhas de sucção longas e também para evitar
que o evaporador seja inundado de líquido durante a parada do sistema.
Filtro secador
Visor de líquido
Acumulador de sucção
Filtro secador
A sua função é retirar umidade e demais impurezas do refrigerante. É instalado diretamente na linha de
líquido quando do tipo descartável, ou numa derivação da mesma, quando for do tipo cartucho
removível de modo a propiciar a troca do cartucho sem interrupção do funcionamento do sistema.
Pode ainda, ser montado na linha de sucção com o objetivo de eliminar do refrigerante os resíduos dos
produtos decorrentes da queima do motor do compressor.
Visor de líquido
O visor de líquido, indica a presença de refrigerante não condensado antes da válvula de expansão
(borbulhas) e mostra também a presença de umidade. O refrigerante é transparente e incolor, quando
o refrigerante indica vapor junto com o líquido, é sinal que há problemas: verde (sem umidade); verde-
amarelado (pouca umidade); amarelo (muita umidade). 11
Diagrama Pressão – Entalpia (P – h) Módulo 3
Vantagens:
- Reúne as propriedades termodinâmicas dos refrigerantes.
- Facilita a visualização das transformações sofridas pelo refrigerante no ciclo.
- Auxilia o entendimento do ciclo de refrigeração.
- Permite o dimensionamento dos principais componentes de um ciclo de refrigeração.
Entalpia: É a medida do calor total contido por um substância ou sistema (sensível + latente).
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Diagrama Pressão – Entalpia (P – h) – continuação Módulo 3
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Ciclo de refrigeração teórico no diagrama P–h Módulo 3
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Ciclo de refrigeração real no diagrama P–h Módulo 3
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Gases refrigerantes Módulo 3
Propriedades: As propriedades desejadas de um gás refrigerante são:
- Calor latente de vaporização elevado, baixo volume específico e baixa relação de compressão;
- Ponto de ebulição baixo na pressão atmosférica (função da temperatura de evaporação);
- Baixo grau de toxidade, flamabilidade e explosividade;
- Inerte ao lubrificante utilizado (miscibilidade ao óleo);
- Não agredir os materiais das tubulações e componentes;
- Baixo potencial de agressão à camada de ozônio;
- Baixo potencial de aquecimento global.
Classes de refrigerantes:
CFC – clorofluorcarbono
- Em extinção (protocolo de Montreal 1987);
- Agride a camada de ozônio;
- Causa aquecimento global;
- Abolido nos países desenvolvidos e praticamente abolido no Brasil.
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Gases refrigerantes - continuação Módulo 3
HCFC – Hidroclorofluorcarbono
- Menor poder de destruição da camada de ozônio
- Baixo potencial de aquecimento global
- Baixo tempo de vida atmosférica
- Uso restrito até 2030
HFC – Hidrofluorcarbono
- Causam aquecimento global
- A serem controlados (protocolo de Kyoto – 1997)
- Substitutos devem ser analisados caso a caso
- O 134a é um dos mais utilizados
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Panorama dos gases refrigerantes Módulo 3
Fonte: Seminário PNUD - Chillers com carga de amônia reduzida - Celina Bacellar – 24/02/2016 18
ODP e GWP Módulo 3
Fonte: Seminário PNUD - Chillers com carga de amônia reduzida - Celina Bacellar – 24/02/2016 19
Gases refrigerantes alternativos Módulo 3
Fonte: Seminário PNUD - Fluidos refrigerantes com baixo GWP – Novas perspectivas
Prof. Dr. Roberto Peixoto/ Eng. Tomaz Cleto - 24/02/2016
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Classificação dos sistemas de ar condicionado Módulo 3
SISTEMAS
COND. A AR ALTERNATIVOS
INCORPORADO COND. A AR
COND. A AR
COND. A ÁGUA
CENTÍFUGA
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Sistemas de expansão direta Módulo 3
Neste caso, a expansão do gás refrigerante se dá na serpentina do evaporador que absorve o calor
diretamente do ar que passa através desta. As unidades que fazem parte deste sistema trazem todos
os elementos necessários para o seu funcionamento incorporados (serpentina, compressor,
condensador, ventilador, controles e acessórios). Em alguns casos os condensadores e/ou
compressores podem ser instalados remotamente à unidade principal. O agente de rejeição de calor
pode ser o ar ambiente ou um circuito de água de resfriamento (condensação). O insuflamento do ar
pode ser feito diretamente no ambiente ou por meio de dutos. Existem vários tipos de sistemas de
expansão direta, sendo os mais comuns:
Notas:
1. As variações de sistemas acima são função da possibilidade de separação do ciclo de refrigeração
em diferentes unidades ou do tipo de fluido de resfriamento utilizado no condensador.
2. Outras variações/classificações de equipamentos de expansão direta que existem no mercado são
função do tipo de montagem (roof top) ou de sofisticações no controle (VRV).
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Sistemas de expansão direta - imagens Módulo 3
Fonte: Ar condicionado – Guia prático sobre sistemas de água gelada (MMA)
Splitão
Sistema VRV ou VRF
Split cassete
Self-contained a ar
Roof-top 23
Sistemas de expansão indireta (água gelada) Módulo 3
São aqueles em que a expansão do gás refrigerante acontece no evaporador através da troca de calor
com um fluido térmico intermediário. Este fluido que foi resfriado no evaporador, é então direcionado
para uma serpentina para absorver calor do ambiente que se deseja condicionar. O fluido intermediário
normalmente utilizado é a água (gelada), podendo ser utilizadas salmouras para baixas temperaturas
(etilenoglicol). A instalação é composta, no mínimo, da unidade resfriadora de água ou líquido (URA ou
chiller), bombas de circulação da água gelada, e de unidades condicionadoras de ar (fancoils ou AHU).
São sistemas para serem utilizados em grandes instalações (acima de 100 TR), compostos, no mínimo,
por central de água gelada (CAG) com chillers e bombas de água gelada (BAG), e de diversas unidades
condicionadoras de ar, interligadas ao evaporador do chiller, constituindo um circuito fechado de água.
Os chillers podem ser resfriados a água ou a ar. Quando resfriados a água, deve existir um sistema de
água de resfriamento, composto por torre de arrefecimento, bombas de água de condensação (BAC) e
tubulações de aço para interligação com o condensador do chiller, formando um circuito aberto de água.
As unidades condicionadoras de ar quando do tipo central (AHU) devem ser instalados em casa de
máquinas. São compostas por caixa de mistura (opcional), seção de filtragem, serpentina de água
gelada, ventilador e motor elétrico, podendo atender a vários ambientes através de uma rede de dutos.
Podem ser também do tipo fancoil de ambiente (fancolete ou fancoil baby) para serem instalados no
próprio ambiente a ser condicionado (piso ou teto), sem rede de dutos (sistema descentralizado).
O controle de temperatura da AHU ou do fancoil de ambiente será feito por meio de uma válvula de 2
ou 3 vias, que controlará a vazão de água que passa na serpentina em função de um sensor de
temperatura colocado no ambiente ou no ar de retorno, no caso da AHU.
No caso de instalação com uso de vários fancoils de ambiente, estes normalmente só recirculam o ar da
sala, e então deve haver um sistema central de ar externo composto por uma AHU que irá insuflar o ar
de renovação necessário em cada ambiente de acordo com as normas (DOAS).
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Sistemas de expansão indireta – imagens Módulo 3
Fontes: Ar condicionado – Guia prático sobre sistemas de água gelada (MMA) e
Selection Tips For Air-Conditioning Cooling Systems (A. Bhatia, B.E.)
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