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Plano de Redenção

Aula 2
11. A OBRA DA CRUZ

Vimos o motivo pelo qual Deus precisou se tornar homem e por que esse
homem não poderia ter sido outro senão Jesus. Agora vamos ver por que
Jesus precisou morrer na Cruz; por que não havia outra maneira de Deus
reconciliar-Se com o homem. Vamos ver o que Deus fez na cruz.

11.1. A propiciação

Essa palavra significa “desviar a ira de Deus” ou “aplacar, tornar


favorável”. O ato propiciatório de Cristo removeu a barreira levantada
pela ofensa ao caráter de Deus. Isso porque quando Jesus foi pregado na
cruz, Ele levou sobre Si a fúria acumulada de toda a justa ira de Deus
contra os pecados da humanidade. Por isso, a ira de Deus não precisava
mais cair sobre os homens. Sua justiça foi satisfeita, já que todos os
pecados foram pagos.

A propiciação removeu a ira de Deus. Apenas no Velho Testamento, a ira de


Deus contra o pecado é mencionada 585 vezes. A ira de Deus é também uma
realidade muito importante no Novo Testamento, mas nele a ênfase recai
sobre a propiciação de Cristo que removeu a ira de Deus sobre a
humanidade. “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia,
se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele
permanece a ira de Deus” ( Jo:3:36).

Esse ato único de Jesus, Sumo Sacerdote e Cordeiro, satisfez para


sempre a retidão e a justiça de Deus. Seu sangue infinitamente eficaz,
ficou gravado para sempre no trono de Deus, de modo a lembrar
eternamente o Pai, de que Sua ira já foi plenamente lançada sobre o
pecado do homem.

“E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios,
mas ainda pelos do mundo inteiro”
1João 2.2

O sangue de Jesus é nossa garantia de que Deus jamais lançará Sua


ira contra alguém que confie em Jesus como seu salvador pessoal. O
sangue de Jesus transformou o trono de julgamento de Deus em um trono
de misericórdia. A ira de Deus foi aplacada e Ele agora está livre para
tratar a cada um em particular, apoiado na Sua misericórdia. Se alguém
passar a eternidade separado de Deus, não será por causa da ira de Deus.
Será porque não se apropriou da misericórdia de Deus, posta à sua
disposição, através da morte de Jesus Cristo na cruz.

11.2. A redenção

A Redenção é a obra de Jesus Cristo a nosso favor no sentido de cancelar


a “Dívida do Pecado” e libertar-nos da “Escravidão a Satanás”.

A palavra redenção tem quatro aspectos diferentes: A primeira palavra


é um verbo, “lutroo”. Seu significado básico é “liberta” e sua ênfase
inerente é a condição de ser livre. A palavra foi traduzida como
“redenção”, por significar liberdade da escravidão mediante o
pagamento de um resgate. Essa palavra é usada em 1Pedro 1:18-19 “
Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro,
que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos
legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e

sem mácula, o sangue de Cristo”.

A segunda palavra é outro verbo, “peripoiéo” que significa “redimir”,


mas é traduzido em Atos 20:28 por “comprar”. “...Atendei por vós e por
todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio
sangue”. Aqui a ênfase está na liberdade. Assim, através da redenção, nós
nos tornamos propriedade pessoal de Deus.
O terceiro aspecto, a palavra é “agorazo”, cuja raiz é o substantivo
ágora, que era o próprio mercado de escravos. A palavra veio a significar
“ser liberto do mercado de escravos pelo pagamento de um resgate”. Ela
enfatiza a horrível condição do lugar de onde fomos comprados e

usada em Apocalipse 5:9 “...e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és


de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu
sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e
nação”.
O quarto e último aspecto é, ainda, um verbo, uma forma intensiva
da palavra agorázo, ou seja, “exagorázo”.

O prefixo exa significa “para fora de” (como em exterior), é adicionado à


palavra original e enfatiza a ação de ser retirado do mercado de escravos
para nunca mais ser vendido como escravo novamente. Pode ser visto em
Gálatas 3:13 “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele
próprio maldição em nosso lugar -porque está escrito: Maldito todo
aquele que for pendurado em madeiro-”. A lei é maldição para nós
porque não podemos cumpri-la e isso nos tornou Escravos de Satanás e
do pecado. Mas Jesus nos resgatou e redimiu dessa maldição, aceitando
em nosso lugar a condenação do pecado e da morte. No entanto, em Sua
ressurreição Ele derrotou a Satanás de uma vez por todas e acabou com o
domínio temporário que exercia sobre a sua humanidade.

A obra do Senhor Jesus é uma obra de redenção, mas o resultado


dessa obra redentora é a substituição. A redenção é a causa e a
substituição é o resultado. A redenção tem está relacionada a Deus. É
Deus vindo para solucionar o que o homem não pode solucionar por si
mesmo. Diante de Deus não foi uma substituição, mas uma redenção. A
redenção é para Deus e a substituição é para nós. A redenção é para
satisfazer as exigências de Deus e a substituição é para recebermos o
benefício.

11.3. A expiação

A propiciação é dirigida para Deus. A redenção é dirigida para o pecado,


oferecendo um pagamento para a dívida de pecado mediante o sangue de
Cristo. A substituição
dirigida para a morte, mediante a morte de Cristo em nosso lugar.

A penalidade para o pecado sempre foi a morte. Um dos primeiros


princípios que Adão e Eva aprenderam de Deus, foi o de que morreriam no
dia em que comessem do fruto proibido. Todavia, eles não chegaram a
perceber que

“morte” significava separação espiritual de Deus.

A História Bíblica do Sacrifício:

A primeira vez que um animal inocente teve de morrer pelo pecado


do homem, foi quando Deus matou ao menos um animal, ou talvez vários,
no Jardim do Éden, para oferecer a Adão e Eva algo que cobrisse sua nudez.
Eles procuraram cobrir-se com folhas, mas ao rejeitar seus frágeis esforços
para esconder sua culpa, Deus estabeleceu o princípio de que um substituto
inocente devia morrer a fim de oferecer uma cobertura temporária para a
pecaminosidade humana. Embora esse princípio não seja descrito em
detalhes por Moisés no livro de Gênesis, fica bem claro através dos registros
subsequentes de sacrifícios de animais, que Deus deve ter explicado o
conceito da morte substitutiva a Adão e este, a seus filhos.

A necessidade de buscar o perdão de Deus para os pecados do


homem mediante o sacrifício de um substituto inocente foi, assim, uma
prática bem difundida desde o começo da história humana na terra,
sendo um simbolismo instituído pelo próprio Deus.

A. Um cordeiro por um homem

A princípio, Deus autorizou a morte de um animal para explicar


(cobrir) os pecados de um indivíduo. Isso nos

retratado na história de Abel, filho de Adão e sua oferta sacrificial a Deus.


Deus evidentemente dera instruções prévias através de Adão, dizendo que
era necessário haver derramamento de sangue para haver expiação de
pecados. Abel levou a Deus o sacrifício apropriado; porém Caim, seu irmão,
irou-se tanto que o matou (Gn:3:4, Hb:11:4).
B. Um cordeiro por uma família

No relato da experiência da Páscoa, ocorrida com o povo hebreu na


terra do Egito, vemos que Deus determinou que um cordeiro seria
suficiente como sacrifício para toda uma família (Ex:12:3-14).
Para poupar os israelitas da morte de seus primogênitos, Deus
determinou que eles poderiam matar um cordeiro e colocar seu
sangue nas portas e umbrais de suas casas. Assim, quando o anjo
da morte passasse por sobre a terra do Egito naquela noite, passaria
por cima de toda casa onde visse o sangue e, a família que ali
estivesse, não sofreria o juízo de Deus.

C. Um cordeiro por uma nação

Depois que os israelitas deixaram a escravidão no Egito, enquanto


caminhavam rumo à Terra Prometida, Deus foi ao encontro de
Moisés no Monte Sinai, entregando-lhe os Dez Mandamentos e
várias outras leis pelas quais o povo deveria regular sua vida e seu
culto.
Como parte principal dessas leis, Deus ordenou a Moisés que
construísse uma espécie de tenda portátil, a qual seria usada para o
culto e sacrifícios oferecidos ao Senhor. Essa tenda era chamada de
“Tabernáculo”.
O Tabernáculo era constituído de um pátio externo, chamado de
Átrio Exterior, o Lugar Santo e o Santo dos Santos. Alí no Santo dos
Santos, Deus ordenara que o sangue de um cordeiro sacrificado
serviria como expiação pelos pecados da nação de Israel durante
todo um ano. Cabia ao sumo sacerdote escolher um animal perfeito
uma vez por ano e levar o sangue desse animal ao Santo dos
Santos, aspergindo-o sobre o propiciatório. Dessa forma, a ira de
Deus contra a nação era aplacada por mais um ano, pela expiação
feita a favor dos pecados do povo. Esse dia veio a ser chamado de
“Dia da Expiação”.

D. Um cordeiro por toda a humanidade


O primo de Jesus, João Batista foi a primeira pessoa a chamá-lO pelo
nome de “Cordeiro de Deus”. Ao ver Jesus caminhando em sua direção
certo dia, João Batista exclamou: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo” (Jo:1:29). Bem, de onde João Batista tirou aquela
imagem de Jesus como um Cordeiro tirando o pecado do mundo?

Sem dúvida, em seus conhecimentos das Escrituras do Velho


Testamento e em sua experiência com sacrifícios animais no templo em
Jerusalém, ele chegara à conclusão de que o contínuo derramamento do
sangue de animais substitutos, não eliminava os pecados nem a culpa que
estes produziam. Certamente, Deus lhe revelara, sobrenaturalmente, que
alí estava Aquele que seria a provisão permanente para o pecado do
homem. Alguns anos depois desse incidente entre Jesus e João, o escritor
do livro de Hebreus explicou toda a razão pela qual Jesus fora chamado
de “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

Segundo o antigo acordo, os sacerdotes permaneciam diante do altar


dia após dia, oferecendo sacrifícios que jamais podiam tirar os nossos
pecados. Mas Cristo entregou a Si mesmo a Deus pelos nossos pecados,
como um único sacrifício de uma única vez e para sempre. Depois, Se
assentou no lugar de maior honra à direita de Deus, esperando que os seus
inimigos sejam postos debaixo dos seus pés. Pois, por meio daquela oferta
única Ele tornou perfeito, para sempre, aos olhos de Deus, todos quantos Ele
está santificando (Hb:10:1-14).

Jesus satisfez a necessidade de um cordeiro por um homem, um


cordeiro por uma família e um cordeiro por uma nação. Ele estava
destinado por Deus a ser o cordeiro pascal de toda a humanidade, cujo
sangue, quando aplicado aos umbrais de nossos corações, faria com que
Deus “passasse por cima de nós” em Seu juízo contra a humanidade.
Jesus morreu por nós porque nos amou!

11.4. Reconciliação
Reconciliação é uma das palavras favoritas de Deus, porque significa que
agora Ele pode restaurar o homem à antiga comunhão com Ele, por causa
da obra tríplice realizada por Cristo na cruz.

A Propiciação retira o homem de sob a ira de Deus ao satisfazer Sua


retidão e Sua justiça. A Redenção retira o homem da escravidão ao
pecado e a Satanás, mediante o pagamento de um resgate. A Morte
Substitutiva, ou Substituição, retira o homem de sob a penalidade da
morte, através da morte de Cristo em nosso lugar.

Esses três atos de Cristo acima mencionados já derrubaram a


barreira que o pecado do homem levantara entre ele e Deus. Contudo,
mesmo depois de destruída a barreira, o relacionamento entre Deus e o
homem precisa ser restabelecido. Este é o ato de reconciliação.

Há três palavras na língua grega que expressam a ideia de


reconciliação, sendo as três traduzidas em português como
“reconciliação”.

A primeira é “dialláoow”, que significa tornar amigas duas pessoas


que são inimigas. Com esse significado ela é usada em Mateus 5:24 “...vai
primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então voltando, faze a tua oferta’.
Aqui, as duas pessoas, ou irmãos, voltaram às costas um ao outro; ambos
estão irados e precisam ser reconciliados. Esta palavra nunca é usada em
relação a Deus, porque fomos nós que lhe voltamos as costas e não Ele a nós.

A segunda palavra é “apokatallasso”. Está intimamente ligada ao


verbo principal que queremos analisar e significa uma mudança
completa de inimizade para a comunhão. Quando esta palavra é usada,
significa que apenas uma pessoa estava em estado de inimizade e foi
totalmente restaurada à comunhão com a outra.

A terceira palavra é “katallasso”. Esta palavra, que significa “passar


da inimizade para a comunhão”, é usada várias vezes no Novo
Testamento. Ela é empregada repetidamente em 2 Co 5:17-21, a
passagem-chave sobre reconciliação “ Ora, tudo provém de Deus, que
nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério
da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e
nos confiou a palavra da reconciliação”. Deus jamais precisou ser
reconciliado, quem precisou e precisa é o homem. “Katallasso” significa
que apenas uma pessoa, em determinado relacionamento, voltou às
costas à outra e precisa ser trazida à comunhão – apenas uma.

Entretanto, a reconciliação não tem valor a não ser que as barreiras que a
tornaram necessária sejam derrubadas e o que se distanciou decida
reconciliar-se. O filho pródigo precisou renunciar à vida de rebelião que
escolhera e voltar para casa (Lucas 15). Isso se chama, simplesmente,
“arrependimento”, que significa “mudar de ideia e de direção”. A esposa
do profeta Oséias o tinha abandonado, mas quando ele a foi buscar, era
preciso que estivesse disposta a voltar para casa em sua companhia.

Por meio destes quatros atos de Cristo na cruz: propiciação,


redenção, substituição e reconciliação, Deus tornou os homens
“reconciliáveis”, mas o efeito dessas verdades só se concretiza quando o
homem nelas confia (1Tm 4:10). A maneira como a pessoa se reconcilia
com Deus é um assunto de extrema importância. Nosso destino eterno
depende de uma decisão certa sobre isso.

11.5. Justificação

Com base na obra propiciatória realizada por Cristo na cruz, o caráter de


Deus que fora ofendido por nosso pecado foi satisfeito e Ele está livre para
comunicar uma nova dimensão a todos que recebem Seu Filho como
Salvador. Essa nova dimensão é a Justificação. Essa justiça que foi concedida
significa que, cada vez que Deus me vê, agora que sou Seu Filho, Ele não vê
minha própria justiça(que fica aquém de Sua perfeição); Ele me vê através da
lente da justiça de Jesus e, por isso, eu sou tão aceitável a Ele quanto Seu
Filho Jesus, a despeito do meu viver diário.

Várias vezes ouvimos a justificação ser definida em termos de “como


se você nunca tivesse pecado”. É uma definição que parece inteligente à
primeira vista, embora seja incorreta. Mesmo à luz do fato de Cristo ter
tirado todos os meus pecados, isso me deixa apenas numa condição de
neutralidade perante Deus. O fato de não ter pecado, jamais me tornará
aceitável perante Ele. Para ser aceito por Deus eu preciso de algo muito além
que a simples subtração de meus pecados, preciso da adição da justiça de
Deus.

A maior divisão já acontecida na história do Cristianismo, oi causada por uma


confusão quanto à Justificação. Há diferença de ser “declarado” justo e “ser”
justo no viver diário. Ser declarado justo é um ato instantâneo que acontece no
momento em que confio em Jesus. Ser justo ou tornar-se justo, em meu viver
diário é um processo que dura a vida inteira, começando no momento em
que eu me torno um filho de Deus. Essa divisão ficou conhecida como
“Reforma” e forçou um reexame cuidadoso de duas verdades grandemente
deturpadas. Primeiramente, que a justificação é uma obra exclusiva de Deus,
pela qual Ele comunica àquele que crê a Sua justiça. Em segundo, que a
justiça de Deus é recebida pelo indivíduo no instante da salvação, com base
exclusiva na fé.

A Justificação pela fé implica três benefícios muito importantes:

Primeiro, Paz com Deus. Em Romanos 5:1 o apóstolo Paulo diz:


“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus, por meio de nosso
Senhor Jesus Cristo”. Ele já está em paz conosco porque nos justificou de
uma vez para sempre. “Justificados”, no original grego está no tempo do
verbo chamado particípio aoristo passivo. Isso significa que a justificação
aconteceu num certo instante no passado e implica que não há necessidade
de repeti-la, porque seus efeitos continuam indefinidamente.

Se Deus afirma que está em paz conosco com base em nossa


justificação, que direito temos nós de não estar em paz com Deus?

Segundo, uma posição permanente na graça. “Justificados, pois,


mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus
Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a
esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória
de Deus” (Rm: 5:1-2). Definimos graça como “tudo aquilo que Deus
determinou nos dar e fazer por nós completamente à parte de qualquer
mérito humano”. Se pudéssemos merecer de algum modo, já não nos
pode ser oferecido como graça.

Terceiro benefício é a ausência de condenação. Era disso que Paulo


falava quando escreveu: “agora, pois, já nenhuma condenação há para os
que estão em Cristo Jesus” (Rm:8:1). A questão da condenação é assunto
encerrado na vida do verdadeiro crente em Cristo.

Concluindo, a Justificação é o ato de Deus pelo qual Ele declara justo, com
base exclusiva na fé, o indivíduo que tão somente já confia em Jesus como
Salvador. Essa justiça é aplicada ao crente quando ele crê e jamais pode ser
retirada dele. Ela lhe assegura três grandes realidades: paz com Deus, uma
posição permanente na graça e ausência de condenação.

11.6. Perdão

A base do perdão é a Redenção. Efésios 1:7 “no qual temos a redenção, pelo
seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça”. Para
nós o perdão é gratuito, mas para Deus não há tal coisa como perdão
gratuito. Para Ele, o perdão vem somente após a redenção dos pecados.
Nossa salvação vem após sofrermos o julgamento pelo pecado em Cristo. É
uma salvação que vem apenas mediante o julgamento. Aleluia! Nós fomos
julgados, então, depois disso, fomos salvos. O amor de Deus está aqui e a
justiça de Deus também está aqui.

Existem duas verdades muito importantes acerca do perdão. A


primeira é que “todos os seus pecados” – passados, presentes e futuros –
foram perdoados quando você confiou em Jesus. Não há um sequer que
Ele não tenha perdoado, “ E a vós outros, que estáveis mortos pelas
vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida
juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos” (Cl:2:13).

Segunda verdade: além de perdoar todos os seus pecados, Deus os


“apagou” de Sua memória para sempre. Você nunca mais será condenado
por causa deles “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões
por amor de mim e dos teus pecados não me lembro” (Is:43:25).

11.7. Regeneração

Regeneração significa que além da vida recebida ao nascer, recebemos


outra vida, a vida de Deus. Isso é o que a Bíblia quer dizer quando fala de
nascer de novo: “Importa-vos nascer de novo” Jo 3.5-7. A regeneração é o
centro da nossa experiência de salvação. É o ponto de partida da nossa
relação de vida com Deus (1Pe 1.23).

A intenção de Deus é ter um grupo de pessoas que O recebam como sua


vida, a fim de que possam expressá-lO em sua imagem e representá-Lo com
Sua autoridade (Gn 1.26). A desobediência de Adão fez com que ele caísse
em pecado e perdesse o tal direito de primogenitura. A morte de Cristo
resolveu todos os problemas do homem diante de Deus. Fomos trazidos
de volta a Deus de maneira absoluta. Enquanto o homem não recebe a
Deus como vida, nem Deus nem o homem podem estar satisfeitos.

O passo seguinte de Deus na sua plena salvação

entrar no homem para colocar sua vida nele. Esse é o passo mais
crucial. Mesmo se o homem for completamente perdoado e reconciliado,
ele ainda não poderá expressar a Deus sem receber sua vida.

Ser um cristão não é uma questão de ser aperfeiçoado.

Ser um cristão é nascer de Deus Jo 1.13, o que significa que, além de nossa
vida humana, recebemos a vida de Deus. Porque todos nascemos do pecado,
somos todos pecadores. Como um pecador pode parar de pecar? Isso não é
possível. Como dizer para um cachorro parar de latir e começar a miar? O
que você faz é regido pela sua vida. Embora Deus tenha perdoado seus
pecados, sua natureza pecaminosa fará você pecar novamente. Você precisa
de uma outra vida, uma vida sem pecado. A única vida que
sem pecado é a vida de Deus. A regeneração leva esta vida para dentro
de você. Hoje, ao crer em Cristo, podemos nascer de Deus e recebê-lo
como vida! Louvado seja o Senhor!

Após receber a vida de Deus, a natureza maligna dentro de homem é


expulsa gradativamente. Homens inferiores e pecaminosos como nós, agora
podem crescer na vida de Deus para tornassem os filhos de Deus 2Co 3.18.

A Bíblia, em Ezequiel 36.26,27, nos diz que na regeneração,


recebemos três coisas maravilhosas.

Novo coração:

A primeira coisa que recebemos é um “novo coração”, um “coração


de carne” para substituir nosso velho “coração de pedra”.

- Novo espírito:

A segunda coisa que recebemos é um “novo espírito”. O nosso


velho e mortificado espírito é renovado e vivificado pelo Espírito que dá
vida.

- O Espírito do próprio Deus:

A terceira coisa que recebemos é o Espírito do próprio Deus para habitar


em nós. Que salvação maravilhosa recebemos por crermos no Senhor! A
regeneração é o centro e o início desta salvação.

11.8. A obra da cruz é o sangue de Jesus

O Sangue é para expiação. Ao fazer expiação, Jesus pagou a pena em


nosso lugar e o preço foi o Seu Sangue derramado. Em primeiro lugar
relaciona-se com a nossa posição diante de Deus. Precisamos de perdão
dos nossos pecados cometidos para que não caiamos sob julgamento e,
ele nos são perdoados, não porque Deus não os leva a sério, mas porque
Ele vê o Sangue. O Sangue é, pois, primeiramente, não para nós, mas para
Deus. Se eu quero entender o valor do Sangue, devo aceitar a avaliação
que Deus dele faz e, se eu não conhecer o valor que Deus dá ao Sangue,
nunca saberei qual é o valor para mim.

O sangue resolve o problema dos pecados: “Mas as vossas


iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos
pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.” (Isaías
59:2)

“pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”

Romanos 3.23

“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido
por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados
pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira”

Romanos 5.8-9

“sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em


Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a
fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado
impunes os pecados anteriormente cometidos”

Romanos 3.24-25

O Sangue age de três maneiras. Primeiramente, o Sangue é para Deus.


Para nos remir e nos fazer regressar ao propósito de Deus, o Senhor Jesus
teve que agir em relação a essas três questões: do pecado, da culpa e da
acusação de Satanás contra nós.

Primeiro foi resolvido a questão dos nossos pecados e isso foi feito
pelo precioso Sangue de Cristo. Depois, o assunto da nossa culpa, e é
somente quando se nos mostra o valor daquele Sangue que a nossa
consciência culpada encontra descanso. E, finalmente, o ataque do
inimigo tem que ser encarado e as suas acusações respondidas. As
Escrituras mostram como o Sangue de Cristo opera eficazmente nestes
três aspectos:

- Em relação a Deus:

“sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes
resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo
precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo”

1Pedro 1.18,19

- Em relação ao homem:

“aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração


purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura”

Hebreus 10.22

“Doutra sorte, não teriam cessado de ser oferecidos, porquanto os que prestam
culto, tendo sido purificados uma vez por todas, não mais teriam consciência de
pecados?”
Hebreus 10.2

“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de
Jesus”

Hebreus 10.19

- Em relação a Satanás:

“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns
com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado”

1João 1.7

“Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica”

Romanos 8.33

O Sangue soluciona o problema daquilo que nós fizemos, enquanto


a Cruz soluciona o problema daquilo que nós somos. É o que veremos a
seguir.

12. O PODER DA CRUZ

A cruz é o centro do cristianismo. Não é possível haver vida cristã sem a


cruz e sua experiência. De uma maneira didática, podemos compreender
aquilo que o Senhor realizou na cruza partir de três aspectos:
A obra da cruz;

O poder da cruz;

O princípio da cruz.

A obra da Cruz é o primeiro aspecto da cruz que estudamos, chamamos


esse aspecto da cruz de substituição. Cristo Jesus morreu em nosso lugar
como nosso substituto. Nós quem deveríamos morrer, mas Ele morreu
em nosso lugar. A obra da cruz ou a substituição é a base de nossa
justificação.

Porque Ele morreu por mim, eu agora tenho paz com Deus. O seu
sangue derramado na cruz nos limpa de todo pecado e assim somos
reconciliados com Deus.

“Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a


morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua
vida.”

Romanos 5.10

“Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos
nossos pecados, segundo as Escrituras”

1Coríntios 15.3

Porque o Senhor Jesus morreu por nós como nosso substituto, nós
recebemos a justificação, o perdão dos pecados e a reconciliação com
Deus, de forma que o resultado é paz com Deus.

O aspecto básico da obra da cruz é o sangue de Jesus. Esse sangue


nos purifica, mas não resolve a questão do princípio do pecado em nós, o
velho homem. O sangue trata com os pecados, mas precisamos da cruz
para tratar com o pecador.

Todo homem é como uma padaria. Suponha que o governo


decretasse que todo pão é ilegal. Para resolver o problema, precisaríamos
destruir todos os pães, mas não apenas isso, deveríamos também
inutilizar todas as fábricas de pães, as padarias.

exatamente isso que Deus fez: Ele não apenas destruiu todos os
pães que havíamos fabricado (nossos pecados), mas também resolveu a
questão da padaria (o velho homem).

A obra da cruz resolve a questão dos pecados, mas o poder da cruz


trata com o pecador. Os nossos pecados são solucionados pelo sangue,
mas nós próprios somos tratados pela cruz. O sangue nos perdoa daquilo
que fizemos, mas a cruz nos liberta daquilo que somos.

Chamamos esse aspecto da cruz de inclusão. Nós fomos incluídos


na morte do Senhor. Quando Ele morreu, nós morremos também. Ele não
apenas morreu em nosso lugar, mas Ele morreu para que pudéssemos
morrer com Ele.

Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem,
para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado
como escravos. (Rm 6.6)

12.1. Incluídos em Cristo

Em Romanos 5.12-21, Paulo trata justamente desse assunto da nossa inclusão


em Cristo. O alvo de Deus aqui é nos mostrar o que somos e como chegamos
a ser o que somos.

No começo de nossa vida cristã, ficamos preocupados com o que temos feito
e não com o que somos. Pensamos que se pudéssemos ter um novo começo,
as coisas seriam diferentes. Todavia, com o passar do tempo, descobrimos,
perplexos, que se trata de algo mais que certas dificuldades exteriores.
Descobrimos que há um problema mais profundo. Desejamos agradar ao
Senhor, mas descobrimos que dentro de nós há algo que não deseja agradar
a Deus.

Então, chegamos ao Senhor, dizendo: “Agora compreendo! Não é


só o que tenho feito que está errado. Eu estou errado!”.

Assim, Romanos 5.19 começa a ficar claro para nós. Nós somos
pecadores. Somos membros de uma raça, que

constitucionalmente diferente do que Deus intencionou que fosse. Por


causa da queda, Adão se tornou pecador e incapaz de agradar a Deus.

Como todos nós nascemos em Adão, diz Paulo, então todo homem
já nasce pecador. A nossa experiência está unida à de Adão.
Potencialmente, todos nós estávamos em Adão quando ele pecou lá no
Éden.

Assim, o nosso problema está na hereditariedade e não meramente


em nosso comportamento, a menos que possamos mudar o nosso
parentesco, não há livramento para nós.

A verdade, diz Paulo, é que todos nasceram em Adão, mas agora


estãos em Cristo. Em Romanos 5.19, não somente se diz algo a respeito de
Adão, mas também com relação ao Senhor Jesus.

“Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram


pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão
justos.”

Romanos 5.19

Em Adão, recebemos tudo o que é de Adão, mas em Cristo recebemos


tudo o que é de Cristo. Poucos compreendem o que significa “estar em
Adão” e “estar em Cristo”. Vamos usar uma ilustração que está em
Hebreus7.7-14. O objetivo alí é mostrar que o sacerdócio de Cristo é maior
que o de Arão. Já que o sacrifício de Cristo é da ordem de Melquisedeque e o
sacrifício de Arão segundo a ordem de Levi, o argumento gira em torno
de provar que Melquisedeque é maior que Levi.

Hebreus 7 diz que Abraão, voltando da batalha dos reis, em Gênesis 14,
ofereceu o dízimo a Melquisedeque e recebeu da parte dele uma bênção,
revelando que ele era de menor categoria do que Melquisedeque, porque o
menor é que oferece ao maior (Hb 7.7).

Assim, o fato de Abraão ter oferecido o dízimo a Melquisedeque,


significa que Isaque, “em Abraão”, também ofereceu e, assim Jacó e também
Levi. Dessa forma, ele prova que o sacerdócio de Levi é menor que o de
Melquisedeque e consequentemente inferior ao de Cristo.

“Nem se pensava em Levi na época da batalha dos reis. Contudo, ele fez sua
oferta na pessoa de seu pai, antes de ter sido gerado por ele”

Hebreus 7.9-10

exatamente isso que significa “estar em Cristo”.

Abraão, como cabeça de uma família, incluiu em si toda a sua família.


Quando ele fez sua oferta a Melquisedeque, toda a sua família participou
daquele ato, porque toda a sua semente estava incluída nele. Assim é que
Paulo conclui o mesmo princípio. Todos estávamos “em Adão” quando ele
pecou e, dessa forma, todos nos tornamos pecadores. O pecado entrou por
ele e a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Isso foi uma
tragédia.

Mas agora, pela obediência de outro, podemos ser constituídos


justos. O nosso desespero está em Adão, mas a nossa esperança está em
Cristo.

Deus deseja que essas considerações nos levem


libertação prática do pecado. Ele ofereceu provisão adequada para que
fôssemos libertos do domínio do pecado.

Mas aqui está o nosso problema. Nascemos pecadores, como


podemos extirpar a nossa hereditariedade? Uma vez que nos tornamos
pecadores pelo nascimento, a libertação tem de vir pela morte.

Desde que nos tornamos participantes de Adão pelo nascimento,


somente podemos sair dele pela morte. A morte é o segredo da libertação.

Isso significa que precisamos nos matar? Não precisamos fazer isso,
mas apenas reconhecer que Deus nos incluiu na morte de Cristo, de
modo que a morte de Cristo é a minha morte. Quando Ele morreu, eu
morri com Ele.

“Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto:

um morreu por todos; logo, todos morreram.”

2Coríntios 5.14

Quando Deus tratou com Cristo, Ele tratou com toda a raça. A
experiência de morte e ressurreição de Cristo também são minhas.

Assim como é fisicamente ao homem impossível se crucificar,


precisamos aceitar que, em Cristo, já fomos crucificados. A nossa morte
com Cristo é um fato eterno.

Em 1 Coríntios 15, Paulo atribui a Cristo dois títulos notáveis: o


último Adão e o segundo homem.

“Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último
Adão, porém, é espírito vivificante. Mas não

primeiro o espiritual e sim o natural; depois, o espiritual. O primeiro homem,


formado da terra, é terreno; o segundo homem é do céu. Como foi o primeiro
homem, o terreno, tais são também os demais homens terrenos e, como é o homem
celestial, tais também os celestiais.”
1Coríntios 15.45-48

Como último Adão, Cristo é a soma total da humanidade; como


segundo homem, Ele é o cabeça de uma nova raça, de modo que temos
aqui duas uniões: uma na sua morte e outra na sua ressurreição.

Como último Adão, sua história começou em Belém e terminou na


cruz. Ele reuniu em si mesmo tudo o que era de Adão e o levou ao
julgamento e à morte. Assim, tudo o que recebemos de Adão foi levado à
morte pelo último Adão, que é Cristo.

Mas, a partir de sua ressurreição, Ele se torna o segundo homem. A


nossa união com Ele como segundo homem começa com a ressurreição e
termina na eternidade, ou seja, não termina.

No caráter de último Adão, Cristo foi crucificado para tudo o que


era do primeiro Adão. Como último Adão, Ele pôs fim à velha raça.
Como segundo homem, Ele inicia uma nova raça, uma nova criação. Essa
nova raça começou na ressurreição.

A primeira raça era de almas viventes, mas a segunda raça é espírito


vivificante. Possuímos outra natureza porque somos de outra espécie. O
primeiro Adão frustrou o propósito de Deus, mas a segunda raça, em
Cristo, o cumprirá.

“Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão
vivificados em Cristo”

1Coríntios 15.22

Uma vez que compreendemos o que significa “estar em Adão” e


“em Cristo”, podemos compreender as conclusões de Paulo em Romanos
5.17. Os que recebem a graça reinam, ao passo que as vítimas do pecado
são dominadas.

“Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que
recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um
só, a saber, Jesus Cristo”

Romanos 5.17

Como reinamos em vida? Primeiramente, o versículo diz que “Se,


pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que
recebem [...]”. A condição básica é receber. O primeiro princípio é: receba!
Você não vai conquistar a bênção, mas vai recebê-la de Deus.

Uma das verdades mais extraordinárias da Palavra de Deus é que


as coisas de Deus são recebidas e não conquistadas. Você não vai
conquistar a vitória, mas vai recebê-la. O Senhor é quem lhe dará a
vitória. A verdadeira vitória nos é dada.

Se no dia da tentação, você apenas clamar por socorro, você terá


vitória. Entretanto, em vez de clamar, muitos acham que podem resistir ao
pecado e, assim, lutam contra ele. Porém, quanto mais se esforçam, mais
derrotas experimentam. Mas se você orar vai receber a vitória das mãos de
Deus. O Senhor vai lhe dar o livramento.

Você só pode vencer o pecado se receber a vitória do Senhor. A


vitória não é conquistada, a vitória nos é dada gratuitamente. É um
presente. Preste atenção! A vitória não é baseada em sua obra, é baseada
na obra de Jesus, naquilo que o Senhor já realizou.

12.2. Nossa nova posição


O ato de reconciliação nos leva a uma nova posição. Ao sermos
reconciliados com Deus, isso nos coloca em uma posição de honra. Essa
reconciliação tem uma razão de ser, há uma posição a ser ocupada e uma
função a ser exercida como filhos de Deus. Aos olhos de Deus, cada
verdadeiro crente passou pelas mesmas experiências com Cristo e se
encontra agora assentado juntamente com Ele nos lugares celestiais, sem
considerar onde seu corpo físico se encontre aqui na terra no momento.

“E, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais
em Cristo Jesus”

Efésios 2.6

Nossa nova posição em Cristo é uma condição legal que temos em


relação a Deus, que se torna absolutamente verdadeira no momento em
que confiamos em Cristo para nossa salvação e que jamais se altera.
Muitos crentes perguntam: “Bem, Deus pode me considerar santo e
perfeito, vitorioso sobre o pecado e Satanás, por causa da minha união
com Cristo, mas isso não acontece em minha vida diária. Há alguma coisa
errada em algum lugar?”.

Com certeza há algo de errado e isso provavelmente se deve ao fato


de você não ter entendido a diferença entre sua nova posição eterna em
Cristo e sua experiência diária na vida cristã. A primeira é sua salvação aos
olhos de Deus, a segunda é aonde você se encontra na prática.

Quando Deus planejou a reconciliação do homem, naturalmente


não tinha intenção de nos fazer santos e vitoriosos em nossa posição e
fracos e derrotados em nossa experiência. Seu plano sempre foi que nossa
posição e nossa experiência coincidissem. Isso, no entanto, só pode
acontecer quando descobrimos quão maravilhoso é o nosso Pai celestial e
quando sabemos como fomos, por Ele, transformados através de nossa
união com Cristo em Sua morte, Seu sepultamento, Sua ressurreição e
Sua ascensão à mão direita do Pai.
13. O PRINCÍPIO DA CRUZ

Em Mateus 16:24-25, Jesus estabelece um princípio de vida para os seus


discípulos. Se era para os discípulos, também é para nós hoje, porque é
baseado na Sua Cruz.

Esse princípio tem como base renunciar a satisfação que o mundo


oferece a ela. Aqueles que vivem pelo poder da alma, são aqueles que
vivem pra satisfazer a sua vontade. Por isso, Jesus disse que para segui-lo
é preciso perder a alma, isto é, não viver buscando coisas para a Sua
própria satisfação, mas o princípio da Cruz é “satisfazer a Deus”. Isso só é
possível quando a alma está sob o domínio do espírito.

Esse chamado é para aqueles que querem seguir a Jesus “Se


alguém quer vir após mim”. Alguém significa uma pessoa entre os salvos
que quer ir após o Senhor. O preço de seguir a Jesus é: tem que “Perder a
alma”. Isso implica duas coisas básicas: “negar a si mesmo” e “tomar a
cruz”.

um processo diário, que parte da nossa identificação com Cristo.


Uma identificação não apenas na sua morte, mas desde o momento em que
Ele “se esvaziou” de toda glória e tomou a forma de homem. Portanto, negar
a si mesmo é negar o “ego”, é “esquecer de si mesmo”.
Não significa ignorar a si mesmo ou renunciar a seus direitos.
Significa “não seguir a própria mente em todas as coisas e não se
considerar o centro” “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm;
todas são lícitas, mas nem todas edificam” (I Co 10:23).

Muitos querem seguir a Jesus, mas poucos estão dispostos a pagar


o preço, isto é, cumprir as condições, primeiro, negando a si mesmo,
assim como Jesus renunciou a glória e veio morrer por nós.

Quando isso acontece, o Espírito de Deus pode operar em nós a


santificação e a transformação de nossa vida, para que no futuro o nosso
corpo venha a ser glorificado.
13.1. Santificação

Por meio da regeneração, recebemos uma nova vida, um novo coração e um


novo espírito, isto é, o nosso espírito que estava morto por causa da queda
do homem, foi agora vivificado pelo Espírito que dá vida 1Co 15.45. Esse
foi o início da nossa experiência da plena salvação de Deus. Um novo
começo maravilhoso!

Todavia, há mais coisas para experimentarmos na plena salvação


de Deus. Precisamos entender o significado da santificação. A
santificação é o sorver da nossa natureza pecaminosa pelo trabalhar da
natureza santa de Deus em nós. Na Bíblia, a palavra “santificação”
significa principalmente “separação”, ser separado daquilo que é comum
(Lv 10.10).

Aspectos da santificação:

A. Posicional

O aspecto posicional significa ser separado de uma posição comum


no mundo para uma posição para Deus, conforme ilustrado em Mateus
23.17- 19. O ouro em qualquer lugar no mundo é comum, mas uma vez
dentro do santuário, ele é santificado; assim como um cordeiro no campo
é comum, mas quando a sua posição é mudada e ele é colocado sobre o
altar, podemos dizer que ele é santificado. Assim, somos santificados pela
fé em Cristo.

At 26.18 e estamos em Cristo 1Co 1.2. A santificação posicional é


mediante a oferta única de Cristo Hb 10.10, pelo sangue de Jesus Hb 13.12
e por termos sido chamados 1Co 1.2; Rm 1.7.

B. Processual
O outro aspecto da santificação é processual, isto é, está relacionado
com o nosso ser. A santificação posicional

objetiva, ao passo que a processual é subjetiva. O Espírito santificador está


tornando santo cada parte do nosso ser e isso ocorre pelo trabalho de
transformação, dia a dia (Rm 12.2; 2Co 3.18). Isso é um longo processo,
começando pela regeneração (1Pe 1.2,3; Tt 3.5), prossegue por toda a vida
cristã (1 Ts 4.3, Hb 12.14, Ef 5.26) e será completado na
época do arrebatamento, quando atingirmos a maturidade de vida (1Ts
5.23).

Em todo o universo, só Deus é Santo. A sua vida e natureza são santas. Não
conseguiremos nenhuma santidade fora Dele. Não é por praticarmos
algumas coisas que consideramos “santa” que temos a santidade, mas por
estarmos cheios do próprio Deus, Santo, é que somos santificados.
Santidade é o próprio Deus Lv.20.26.

O apóstolo Paulo nos revela que após termos sido reconciliados,


seremos salvos pela Sua vida (Rm 5.10). Isso se refere à vida de Deus que
transforma a nossa natureza caída por meio do enchimento com a sua
natureza santa e divina.

Portanto, em primeiro lugar, somos santificados pela vida santa de


Deus. Em segundo lugar, somos santificados pela Palavra santa (Jo 17.17)
e pelo Espírito Santo (Rm 15.16, 1Co 6.11, 2Ts 2.13). Quando nos
achegarmos à Palavra de Deus e com oração tocamos no Espírito Santo,
tocamos no próprio Senhor e isso nos santifica. Se o fizermos todos os
dias, permitiremos que o nosso Deus, Santo, nos santifique com a sua
vida santa. Assim expressaremos plenamente a sua santidade.

13.2. Transformação

Transformação é o resultado da santificação e está relacionada com a


alma do homem. Transformação significa que uma substância é mudada
em sua natureza e forma. É uma mudança na natureza interior que causa
uma mudança na forma.
Esse tipo de mudança é uma mudança metabólica. Não é
simplesmente uma alteração exterior, mas uma mudança tanto na
constituição interior quanto na forma externa. Essa mudança se dá através
do processo de metabolismo. Em tal processo, um elemento orgânico cheio
de vitaminas entra no nosso corpo e produz uma mudança química em
nosso organismo. Essa reação química muda à constituição do nosso ser. Isso
é transformação.

Suponha que uma pessoa seja muito pálida e que alguém, desejando mudar
seu aspecto, lhe aplique alguma maquiagem. Isso produz uma mudança
exterior, mas não é uma mudança orgânica em sua vida. Como, então, tal
pessoa poderia ter uma face corada? Alimentando-se diariamente de comida
saudável com os elementos orgânicos necessários. Sendo seu corpo um
organismo vivo, quando uma substancia orgânica entra nele, um composto
químico é formado organicamente pelo processo do metabolismo.
Gradualmente esse processo interior irá mudar a coloração da face. Essa
mudança não é exterior,

algo que vem de dentro, o resultado de um processo metabólico.

No processo metabólico, um novo elemento adicionado ao


organismo, substitui o velho elemento e faz com que ele seja eliminado;
algo novo é criado para substituir o velho elemento que é levado embora.
O metabolismo, portanto, inclui três itens.

O suprimento de um novo elemento;

A substituição do velho elemento pelo novo elemento;

A eliminação ou remoção do velho elemento.

Pelo processo de santificação, o novo elemento da vida de Deus é


adicionado ao nosso ser. Esse novo elemento substitui nosso velho ser,
pecaminoso e morto. Isso é uma continuação da salvação de Deus em
nós.

Precisamos estar em tal processo desde o dia em que cremos.


Qual é o novo elemento que produz essa mudança interior? É Cristo
na pessoa do Espírito Santo. Desde o momento em que fomos regenerados
em nosso espírito, o Senhor deseja que essa vida continue expandindo-se do
nosso espírito para nossa alma. Assim, nossa mente, emoção e vontade
podem ser transformadas. Nosso espírito é regenerado e mudado, mas nossa
mente, emoção e vontade não são transformadas e ainda permanecem
iguais. Temos Cristo como vida em nosso espírito, mas não o temos em
nossa alma. Se não o permitirmos saturar a nossa alma, nosso espírito se
tornará uma prisão para Ele. Precisamos que o Espírito Santo,
continuamente, flua do nosso espírito para nossa alma até que cada parte
seja transformada à sua imagem Rm 12.2; 2Co 3.18. Então, pensaremos como
Ele pensa, amaremos como Ele ama e escolheremos como Ele escolhe.
Teremos a semelhança do Senhor em nossa vida prática, porque nossa alma
estará saturada de sua vida.

13.3. Conformação

Fomos predestinados por Deus para sermos conformados imagem de


Cristo. Conformar significa colocar na forma ou no molde. Cristo é o
nosso molde e devemos ser conformados a Ele. Filipenses 3.10 nos fala de
sermos conformados com Ele na sua morte. A morte de Cristo é como um
molde ao qual somos conformados, assim como um bolo é formado à
forma. Isso significa vivermos pela vida de Cristo e esta vida é uma vida
de crucificação, exatamente como a que Ele viveu aqui na terra. Por meio
da sua vida dentro de nós, o nosso viver é conformado ao padrão do
viver humano de Jesus.

Cada tipo de vida possui sua própria forma. A vida de cão possui a
forma de cão e a do pato, a sua forma. O crescimento de uma certa vida
produz a sua forma plena.

Somos filhos de Deus, temos a sua vida. Portanto, pelo crescimento de


vida e transformação, somos conformados

imagem de Cristo. O poder da vida de Deus está no nosso interior, nos


moldando a imagem do filho de Deus. Não é pelo imitar exterior que
tomamos a forma de Cristo, mas é pelo viver pela vida interior, pelo
crescimento de vida e transformação.

O filho primogênito de Deus é o protótipo, nosso molde e nosso


padrão. Para que sejamos reproduzidos de acordo com tal molde, há
necessidade de pressão exterior. Às vezes, o Senhor nos permite passar
por sofrimento e provações como que pelo fogo (1Pe 1.6,7 e 4.12, 13), para
tomarmos mais a forma de Cristo. Portanto, há necessidades do trabalho
interior do Espírito e também da pressão e temperatura externas. 2Co
3.18.

Quanto mais somos transformados, mais somos conformados e isso


acontece de um nível de glória para outro nível de glória, porque o
objetivo de Deus é nos glorificar (Rm 8.30). Quando todo o processo
terminar, o nosso corpo de humilhação será conformado ao corpo da
glória de Cristo (Fp 3.21).

13.4. Glorificação

A glorificação é o último estágio da nossa plena salvação. Ser glorificado


é entrar na glória de Deus para experimentar e desfrutar, sem medida, da
infinita e eterna vida de Deus em Cristo. Ora, o Deus de toda a graça, que
em Cristo vos chamou à sua eterna glória (1Pe 5.10).

Aqui vemos que o propósito do chamamento de Deus em Cristo, é


dar- nos toda a graça, é desfrutarmos da sua glória eterna. Na eternidade
passada, Ele nos predestinou segundo sua presciência e, no tempo, nos
chamou e justificou para que fôssemos glorificados (Rm 8.29,30). Isso
ocorrerá na segunda vinda de Cristo, quando seremos “manifestados com
Ele, em glória” (Cl 3.4) e desfrutaremos da “glória dos filhos de Deus”
(Rm

8.21). Os nossos sofrimentos hoje não são dignos de serem comparados


com “a glória a ser revelada em nós” (Rm 8.18), a qual é a própria glória
de Deus (1Ts 2.12). Tudo que nos acontece é devidamente arranjado por
Deus (Rm 8.28-30), com o fim de conduzir seus muitos filhos à glória (Hb
2.10).

Paulo diz que Cristo em nós é a esperança da glória (Cl 1.27b).


Quando ouvimos o evangelho e cremos, Cristo vem para dentro de nós
como uma semente de vida. Essa semente é nossa esperança da glória no
futuro. A metamorfose da lagarta em borboleta é uma ilustração disso. A
lagarta não é instantaneamente transformada em borboleta, mas a beleza
da borboleta está contida na vida da lagarta. Obedecendo a lei desta vida,
a lagarta vai-se gradualmente transformando, até atingir seu estágio final,
que é a sua “glorificação”.

No mesmo princípio, Cristo está em nós para ser nossa esperança da


glória, Ele aproveita cada oportunidade para operar dentro de nós. Um dia
nosso ser será completamente cheio com a glória divina e seremos, então,
levados para dentro da glória eterna (Cl 3.4).

Quando Cristo for manifestado, seremos manifestado com Ele em sua


glória. Na volta do Senhor, teremos, por um lado, Deus nos conduzindo à
sua glória e, por outro, teremos Cristo sendo manifestado a partir de nós,
sendo Ele mesmo a glória na qual entraremos. Isso será Cristo glorificado e
admirado em seus santos (2 Ts 1.10). No futuro, nosso corpo será
completamente saturado da glória de Cristo, seremos, então, libertos do
cativeiro ao qual estamos sujeitos, bem como toda a criação, para entrarmos
na liberdade da glória dos filhos de Deus. Que maravilhoso o fato de que
nós, através da salvação de Deus, tornamo-nos seus filhos, cheios da sua
glória, a fim de expressá-lo para a eternidade!

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