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17/10/2019 A história completa do TDAH que você não conhecia | PsicoEdu - Psicologia para Educadores

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por Eduardo de Rezende


de 02 de novembro de 2016
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(TDAH) recebeu diversos outros nomes ao longo do século passado. Os Seu endereço de e-mail Enviar
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muito ansioso!” — já ouvi essa frase
dezenas de vezes. O problema é que a
frase é dita por pais...

Leia também: O que você precisa saber sobre transtornos e problemas de


comportamento.

1. “Doenças da Atenção” no século XVIII Informamos ao leitor que algumas publicações do blog
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A primeira descrição dos transtornos de atenção surgiu no século XVIII. serviços ou produtos de anunciantes.

Na história do TDAH, o médico escocês Alexander Crichton (1763 – 1856) é Acompanhe no facebook
conhecido como o primeiro autor a descrever as características do transtorno,
dois séculos atrás.

Em 1798, Crichton publicou suas observações clínicas em um livro sobre


doenças mentais. No capítulo dedicado à "Atenção e suas Doenças", ele
afirmou que, embora houvesse variações do nível de atenção em qualquer
pessoa, alguns pacientes tinham uma “desatenção patológica”.

O médico descrevia essa patologia como uma incapacidade de manter a


atenção a qualquer evento com um grau necessário de constância, ou uma total
suspensão da capacidade de atenção no cérebro. Ele ainda afirmava que essa
deficiência ou já nascia com a pessoa, ou surgia como efeito de doenças. No
primeiro caso, Crichton acrescentou a informação de que a incapacidade
geralmente diminui com a idade e que raramente é tão intensa que impeça
qualquer aprendizado.

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As descrições de Crichton não refletem inteiramente o atual conceito do TDAH. Psicologia para Educadores
Além disso, ele falhou em relatar a relação entre os déficits de atenção e as 747.500 curtidas

circunstâncias dos pacientes que ele observou. Os pacientes descritos


poderiam ter outros transtornos associados com a desatenção, como alguma
disfunção metabólica, epilepsia, ou até mesmo algum trauma cerebral. Apesar Curtiu Saiba mais

disso, o trabalho de Crichton é reconhecido pela tentativa de sistematização


dos comportamentos observados. Você e outros 23 amigos curtiram isso

2. Felipe, o Inquieto, e outras histórias Psicologia para Educadores


Há 2 horas

Uma das referências históricas mais conhecidas na história do TDAH são as


descrições feitas pelo psiquiatra alemão Heinrich Hoffmann (1809 –1894).
Além de médico, Hoffmann era um habilidoso escritor e ilustrador.

Em 1845, ele publicou o livro infantil Der Struwwelpeter (publicado no Brasil


como “João Felpudo”, título que foi inspiração para diversas outras obras com
o mesmo nome por aqui).
PSICOEDU.COM.BR
O livro é uma coletânea de nove histórias ilustradas que Hoffman tinha criado, Funções Executivas: história e de…
originalmente, para entreter seu filho. A f i h bilid d
Longe de ser um manual diagnóstico ou de classificação de transtornos, a obra
Mais acessados
de Hoffmann destaca alguns comportamentos
que caracterizam hoje o que chamamos de
Carteira com pedal e tballs
TDAH. são alternativas para alunos
hiperativos
Movimento melhora
desempenho de crianças
com TDAH em tarefas que exigem
E esforço cognitivo Uma das
características das crianças d...

O que é Reforço Positivo e


Reforço Negativo (Com
Exemplos)
Você já ouviu esses termos
e, muito provavelmente, já
usou! Mas você sabe realmente o que
eles signi cam? Sabia que a maioria das
pes...
m “A História de Felipe, o
Inquieto”, o comportamento Lei obriga escolas a colocar
hiperativo do personagem é o alunos com TDAH na
argumento central do texto: Felipe primeira la
se agita e se contorce na cadeira, Na última semana, o
governador do Rio de
demonstra atividade motora
Janeiro sancionou uma lei que obriga
excessiva que não se interrompem escolas públicas e particulares do
nem mesmo com a correção dos estado a disponib...
pais. Seu comportamento provoca
um desastre na hora do jantar, Atividade para trabalhar
sentimentos e emoções
derrubando toda a mesa no chão (Usando Cores)
(ilustração ao lado). Usando Cores para falar das
Emoções Atividades sobre
Sintomas de desatenção são emoções e sentimentos são
importantes para o desenvolvimento
descritos em “A história de João, social e emoci...
o Cabeça-de-Vento”: João se
distrai facilmente com estímulos
alheios (o céu, nuvens, pássaros),
tropeça, cai no rio e perde seu
material.

Em “A história de Frederico, o Malvado”, o autor destaca ainda a evolução


para comportamentos antissociais: Frederico captura insetos para arrancar
suas asas, mata passarinhos, e é agressivo com outras pessoas.

Há quem diga que Felipe e Frederico eram apenas meninos levados,


malcriados.

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Obviamente, Hoffmann escreveu um livro infantil e não um manual médico com


descrições patológicas detalhadas. Na sua época, os sintomas de desatenção e
hiperatividade nem eram reconhecidos como um transtorno psiquiátrico. Além
disso, os textos das histórias são curtos, insuficientes para estabelecer um
diagnóstico dos personagens.

Ninguém pode concluir se Hoffmann estava ou não descrevendo um caso de


TDAH, mas Felipe, o inquieto, acabou se tornando um dos mais bem
conhecidos personagens da história do transtorno.

Leia também: Aluno hiperativo: oque fazer em sala de aula?

3. Perturbação do controle moral

O ponto de partida para o atual conceito de TDAH surgiu na conferência


apresentada pelo pediatra britânico George Frederic Still (1868 – 1941) em
Londres, no ano de 1902.

Na conferência, Still apresentou casos em que condições psíquicas estavam


relacionadas com o que ele chamou de defeito do controle moral nas
crianças. Por "controle moral", ele se referia à capacidade da criança controlar
seu comportamento tendo em vista sua conformidade aos valores morais e
sociais.

Still sabia que essa “deficiência no controle dos comportamentos” estava


presente nas crianças "mentalmente retardadas". Porém, ele mostrou que há
outros casos em que a criança apresenta defeitos no controle de seus
comportamentos sem, entretanto, apresentar qualquer retardo intelectual, nem
qualquer doença física (trauma ou tumor cerebral, meningite, etc.). Ou seja, o
transtorno do comportamento não era um sintoma de outra doença.

Os dados apresentados por Still ainda mostravam que a maioria dos casos
observados era de crianças do sexo masculino, e que comumente o transtorno
podia ser observado antes dos 7 anos de idade. As crianças descritas por ele
eram impulsivas, imediatistas, e incapazes de sustentar a atenção — problemas
que eram relatados pelos pais e professores.

Muitos dos casos relatados pelo pediatra se encaixariam dentro do conceito


atual de TDAH. Porém, nem todos. Muitas observações do que Still chamou de
“deficiência do controle moral” seriam hoje critérios para diagnóstico de
transtorno de conduta, transtorno desafiador de oposição, transtorno de
aprendizagem ou transtorno da personalidade antissocial.

4. O surto epidêmico de encefalite letárgica

No começo do século XX, muitos médicos chamaram atenção para a correlação


entre danos causados no cérebro e problemas de comportamento.

Essa ideia foi confirmada durante a epidemia de encefalite letárgica que se


espalhou pelo mundo entre os anos de 1915 e 1930, principalmente na Europa
e América do Norte, afetando aproximadamente 20 milhões de pessoas.

Encefalites são infecções agudas do cérebro, causada por micro-organismos


ou substâncias tóxicas. A encefalite letárgica é um tipo de encefalite que
provoca dor de cabeça, sonolência, letargia (estado inconsciente semelhante ao
sono profundo) e tremores. Outros sintomas também foram observados: febre,
movimentos anormais do globo ocular, mutismo, atrofia muscular e até mesmo
psicose.

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A doença causou danos físicos e mentais irreversíveis em muitos pacientes.


Muitas das crianças que sobreviveram à epidemia apresentaram graves
problemas de comportamento, chamados de distúrbios do comportamento
pós-encefalite. As características desse transtorno incluíam mudanças de
personalidade, instabilidade emocional, déficits cognitivos, dificuldades de
aprendizagem e outras. As crianças eram descritas como hiperativas,
distraídas, antissociais, destrutivas e indisciplinadas.

A importância histórica dessas consequências é que o achado de uma conexão


causal entre um dano no cérebro e sintomas de hiperatividade influenciou as
futuras pesquisas e o desenvolvimento científico do atual conceito de TDAH.

5. Doença hipercinética da infância

Na década de 30, surgiu na literatura


científica o termo hipercinético, usado
hoje ainda para descrever o TDAH na
CID.

Em 1932, os médicos alemães Franz


Kramer (1878 – 1967) e Hans
Pollnow (1902 – 1943) publicaram o
artigo “Sobre a doença hipercinética da
infância”, onde descreviam o transtorno
que tinha como principal característica
“uma acentuada inquietação motora”.

O termo hipercinético é sinônimo de


hiperativo (hiper = muito, excesso; cinético = movimento). O termo é usado
ainda hoje pela Classificação Internacional de Doenças (CID-10): "transtornos
hipercinéticos."

Franz e Pollnow sabiam que os sintomas da "doença hipercinética" já haviam


sido observados por diversos autores. Entretanto, este transtorno não tinha sido
bem distinguido de outros transtornos ou doenças com sintomas parecidos.

A descrição oferecida pelos médicos alemães, diferente de outros autores,


enfatizava mais a impulsividade e a agitação motora do que comportamentos
morais. Além disso, a caracterização do transtorno é bastante similar com a
atual caracterização de hiperatividade.

Assim eram descritas as crianças por Franz e Pollnow: "elas não param por um
segundo, tocam e movem tudo sem qualquer objetivo, sobem na mesa, rasgam
papéis, jogam objetos pela janela ou batem seus brinquedos ritmicamente no
chão; se distraem por qualquer estímulo e não conseguem se concentrar, nem
concluir uma atividade, ocasionando problemas de aprendizagem, e tornando
difícil tentativas de avaliar suas capacidades intelectuais” (não por não serem
capazes, mas por não pararem quietas).

O uso do termo “doença hipercinética da infância” era justificado pelo fato de


que o sintoma mais característico do transtorno (atividade motora anormal)
reduzia à medida que a criança ia crescendo. Ou seja, era um transtorno
prevalente “da infância”. Entretanto, Franz e Pollnow consideravam que o
transtorno podia ter implicações também na vida adulta.

6. Surge o primeiro tratamento

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Em 1937, o psiquiatra americano Charles Bradley (1902 – 1979) anunciou a


descoberta de efeitos positivos de um medicamento em crianças com
problemas de comportamento.

Bradley era diretor de um hospital voltado principalmente para o cuidado de


crianças neurologicamente debilitadas, mas onde também eram atendidas
crianças com "problemas emocionais", com graves dificuldades de
aprendizagem ou que apresentavam transtornos de comportamento.

Bradley descobriu os efeitos do medicamento


por acaso, quando tentava tratar a dor de
cabeça de pacientes com a
substância benzedrina (o estimulante mais
potente na época). A benzedrina teve pouco
efeito nas dores de cabeça, mas produziu
grande melhora no desempenho escolar e no
comportamento de muitas crianças.

Bradley fez uma pesquisa cuidadosa para


avaliar os efeitos do uso do medicamento. Os
resultados foram positivos em
aproximadamente metade das crianças, que,
além da melhora no desempenho escolar,
apresentaram alguma redução da atividade
motora.

O efeito surpreendeu Bradley — "Parece ser paradoxal que uma droga


conhecida por ser estimulante tenha tranquilizado metade das crianças.
Entretanto, devemos lembrar que áreas superiores do cérebro podem estar
funcionalmente inibidas, e que, estimulando essas áreas, poderíamos produzir
uma redução da atividade através do aumento do controle voluntário".

As observações feitas por Bradley foram revolucionárias e um marco importante


na história do tratamento psiquiátrico.

Leia também: Pai do TDAH confessa que inventou a doença

7. Metilfenidato e a homenagem à Rita

A Ritalina ocupa um lugar de destaque na história do TDAH. Embora a


descoberta de Bradley tenha sido publicada em importantes revistas científicas,
seus achados não tiveram influência nem nas pesquisas, nem na prática clínica
por pelo menos 25 anos.

Mais tarde, houve um crescente aumento do interesse pelo uso de estimulantes


no tratamento de crianças hiperativas. Atualmente, o metilfenidato é a droga
estimulante mais prescrita para essas crianças. Este composto foi sintetizado
pela primeira vez em 1944, pelo químico italiano Leandro Panizzon.

Em 1954, a companhia farmacêutica onde o químico trabalhava passou a


comercializar a droga com o nome de "Ritalina", em homenagem ao nome da
esposa de Panizzon, Marguerite, cujo apelido era Rita.

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Inicialmente, o metilfenidato era indicado para diversos tratamentos (estados


depressivos, fadiga crônica, narcolepsia e psicoses). Logo notaram que o efeito
mais notável era na redução dos sintomas vistos no transtorno hipercinético.
Hoje, o medicamento é reconhecido como o psicoestimulante mais efetivo no
tratamento do transtorno.

8. Lesão cerebral mínima

A história científica da investigação da hiperatividade é marcada por diversos


relatos de danos cerebrais em crianças com comportamentos atípicos. Além
dos relatos da encefalite epidêmica na década de 20, muitos casos de
transtornos de comportamento estavam relacionados com uma variedade de
doenças infecciosas, intoxicações, asfixia, epilepsia e outras condições que
resultavam em danos cerebrais.

Essas observações reforçaram a ideia de que uma lesão no cérebro era a


causa dos comportamentos hiperativos. O novo conceito de "lesão cerebral
mínima" (LCM), introduzido na década de 1940, era baseado nessa ideia e
refletia o entendimento de que havia um continuum, uma série de transtornos
que eram causados por lesões cerebrais em diferentes graus de severidade:
desde lesões mais severas que causavam paralisia cerebral ou deficiência
mental, até lesões mínimas, que acarretavam em problemas de aprendizagem
ou de comportamento como a hiperatividade.

A "lesão cerebral mínima" estava supostamente presente mesmo quando não


era possível demonstrá-la objetivamente, ou seja, sem qualquer evidência de
dano neurológico.

"Travessura ou Lesão Cerebral Mínima (LCM)? (Não confunda um com o outro)". Na outra página, publicidade da
droga metilfenidato ("Ritalina"). Revista de 1979.

9. Disfunção cerebral mínima

Na década de 1960, muitas críticas apareceram contra o conceito de lesão


cerebral mínima, desafiando a ideia de que toda criança com problemas de
comportamento teria alguma lesão no cérebro.

Muitos pesquisadores argumentavam que a causa dos transtornos


hipercinéticos era um "distúrbio funcional" ao invés de uma lesão, e sugeriram
a mudança de nome para "disfunção cerebral mínima" (DCM).
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Entretanto, o termo disfunção cerebral


mínima passou a englobar outros transtornos
além dos hipercinéticos. O termo era aplicado
em diversas condições cuja disfunção cerebral
não produzia grandes déficits, mas sim
disfunções específicas e mínimas, como
dificuldades de aprendizagem, disfunções
motoras e sensoriais mínimas, flutuações da
função intelectual ou do comportamento, e
déficits de memória.

10. DSM-II: Reação hipercinética da infância

Embora o conceito de disfunção cerebral mínima tenha persistido em muitos


países até a década de 1990, seu declínio começou já na década de 60. Este
conceito era criticado por ser muito genérico.

Os esforços para definir as especificidades dos transtornos hipercinéticos se


voltaram para a observação direta do comportamento da criança, ao invés da
procura de uma causa neurológica que não podia ser observada.

Em 1968, a descrição do transtorno foi incluída na 2ª edição do Manual


Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-II, da Associação
Americana de Psiquiatria), com o título "Reação hipercinética da infância" e
definida com apenas duas frases: "O transtorno é caracterizado por excesso de
atividade, inquietação, distração e falta de atenção, especialmente em crianças
pequenas. Este comportamento geralmente diminui na adolescência".

Na história do TDAH, foi a primeira vez que o transtorno foi incluído no manual
de diagnóstico.

11. DSM-III: Transtorno do déficit de atenção

Na década de 1970, o foco sobre a hiperatividade foi deslocado para a ênfase


no déficit de atenção. Alguns pesquisadores argumentavam que o déficit de
atenção e o déficit de controle dos impulsos eram as características mais
significantes do transtorno. Além disso, estes eram os sintomas que
apresentavam melhor resposta ao tratamento com estimulantes.

Com a publicação da 3ª edição do DSM, o transtorno foi renomeado para


Transtorno do Déficit de Atenção (TDA), reconhecendo que a hiperatividade já
não era um critério diagnóstico essencial e que o transtorno podia ocorrer em
dois tipos: com ou sem hiperatividade.

Por outro lado, a Classificação Internacional de Doenças (CID-9, da


Organização Mundial da Saúde) continuava a focar na hiperatividade como
principal manifestação do transtorno, mantendo o nome "Síndrome
Hipercinética".

VOCÊ SABIA: TDAH, TDA, DDA, por que tantas siglas?

12. DSM-III-R: Transtorno do déficit de


atenção/hiperatividade

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A criação do conceito de TDA foi controversa. Não havia


evidências de que o déficit de atenção do subtipo "sem
hiperatividade" era similar ao déficit de atenção do subtipo
"com hiperatividade", ou se os dois tipos deveriam ser
considerados como duas categorias separadas.

Na década de 1980, a fim de melhorar a conceituação e


os critérios usados para diagnóstico, a formulação de dois
subtipos foi removida na revisão da 3ª edição do DSM
(DSM-III-R) e a categoria foi renomeada para Transtorno
do déficit de atenção/hiperatividade (TDAH).

13. DSM-IV e o retorno dos subtipos

Na década de 1990, quando já havia muitos estudos que descreviam as bases


neurológicas do TDAH, foi reconhecido que o transtorno não era uma condição
exclusiva da infância, mas sim um transtorno persistente que perdurava na
maioridade.

Dúvidas e controvérsias sobre subtipos do transtorno permaneceram durante os


anos que se seguiram. Três subtipos foram identificados e apresentados na 4ª
edição do DSM: um tipo predominantemente desatento, um tipo
predominantemente hiperativo-impulsivo, e um tipo combinado com sintomas
de ambos os tipos anteriores.

14. TDAH hoje

As definições, os nomes e os critérios para o diagnóstico do TDAH na 5ª edição


do DSM (2013) são bastante similares aos do DSM-IV. O texto atual descreve o
TDAH como "um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-
impulsividade que interfere no funcionamento e no desenvolvimento". Esse
padrão é caracterizado por uma lista de dezoito sintomas divididos entre
sintomas de Desatenção e sintomas de Hiperatividade/Impulsividade.

A Classificação Internacional de Doenças (CID-10, de 1992), mantém o termo


"transtornos hipercinéticos". As diretrizes diagnósticas da CID-10 indicam que
as características fundamentais do transtorno são atenção comprometida e
hiperatividade, ambas necessárias para o diagnóstico. Apesar dos nomes
diferentes, os critérios para identificação de desatenção, hiperatividade e
impulsividade são quase idênticos ao DSM.

Hoje se reconhece que diferentes mecanismos neurais podem estar envolvidos


na base do transtorno, levando a estilos diferentes de resposta comportamental.
Fatores de risco sociais influenciam o desenvolvimento e evolução do
transtorno.

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O Tratamento do TDAH deve ser multidisciplinar, ou seja, uma combinação de


terapia psicológica, orientação de pais e de professores, e tratamento
medicamentoso. Em alguns casos o uso de medicação pode ser desnecessário.

Ao longo de 200 anos, muitos conceitos mudaram. No futuro, novas pesquisas


mudarão nosso entendimento dos transtornos do comportamento hiperativo e
do déficit de atenção.

Referências bibliográfica:

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commentary. Journal of Attention Disorders.10:137–140, 2006.

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585, 1937.

BURD L. e KERBESHIAN J. Historical roots of ADHD. Journal of the American Academy of Child and
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CALIMAN, L. V. Notas Sobre a História Oficial do Transtorno do Déficit de Atenção/hiperatividade


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CRICHTON A. An inquiry into the nature and origin of mental derangement: comprehending a
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CONNERS, C. K. Attention-deficit/hyperactivity disorder: historical development and overview.


Journal of Attention Disorders, 3:173–191, 2000.

DOUGLAS, V. I. Stop, look and listen: the problem of sustained attention and impulse control in
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KESSLER, J.W. History of minimal brain dysfunctions. In: Rie HE, Rie ED, editors. Handbook of
minimal brain dysfunctions: a critical view. New York: Wiley; pp. 18–51, 1980.

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STILL, G. F. Some abnormal psychical conditions in children: the Goulstonian lectures.


Lancet.1:1008–1012, 1902.

Eduardo de Rezende

É graduado em Psicologia, com experiência em Educação. É servidor público e


administrador do portal PsicoEdu - Psicologia para Educadores.

Marcadores: cid , comportamento , dda , dsm , história do tdah , hitórico , psicopatologia , tda , tdah , transtorno , transtorno do dé cit de atenção e hiperatividade

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12 comentários Classificar por Mais antigos

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Gi Silva
Quais as referências bibliográficas dessa pesquisa?
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Leide Santos
Muito bom,recomendo todo o texto.
Curtir · Responder · 1 a

Adriana Snb
quais são as referencias bibliograficas? gostei muito do assunto e gostaria de saber mais
sobre.
Curtir · Responder · 1 a

Théo Oliveira
Onde estão as referências bibliograficas da pesquisa?
Curtir · Responder · 1 a

Costa Ivi
Gostaria de saber referencias bibiograficas.
Curtir · Responder · 1 a

Marlene Lochs
As referências bibliográficas são 14, em inglês, e estão logo abaixo do texto. Inclusive, o
autor do texto, Eduardo de Resende, chama a atenção das referências com letras em cor
azul.
Curtir · Responder · 1 · 1 a · Editado

Patty Dézinho E Dézão


quando foi escrita essa matéria?
Curtir · Responder · 1·1a

Karina Casali
se vc souber me fale, por favor
Curtir · Responder · 44 sem

Kenedy Pantaleão
02/11/2016
Curtir · Responder · 40 sem

Adriana Snb
Quando foi escrito a materia?
Curtir · Responder · 1 a

Gabrielle Aral
Boa tarde, gostaria de utilizar essa matéria do site como refência em minha bibliografia,
gostaria de todos os dados, principalmente o ano que foi publicada
Curtir · Responder · 1 a

Karina Casali
qual o ano da publicação
Curtir · Responder · 45 sem

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